UM ESTUDO DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE AGENDAMENTO DE CIRURGIAS ELETIVAS UTILIZANDO METAHEURÍSTICAS

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Transcrição:

UM ESTUDO DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE AGENDAMENTO DE CIRURGIAS ELETIVAS UTILIZANDO METAHEURÍSTICAS Giselle Paranhos de Andrade (CEFET-MG) giselle@dppg.cefetmg.br Eduardo Camargo de Siqueira (CEFET-MG) eduardosiqueira@dppg.cefetmg.br Sergio Ricardo de Souza (CEFET-MG) sergio@dppg.cefetmg.br Moacir Felizardo de Franca Filho (CEFET-MG) franca@des.cefetmg.br Joao Francisco de Almeida Vitor (CEFET-MG) joaofrancisco@dppg.cefetmg.br Neste artigo é tratado o Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas (PACE). Este problema consiste em alocar recursos hospitalares para a realização de cirurgias eletivas. O estudo visa promover um sistema gerencial que tenha, como objettivo, a utilizção de recursos hospitalares de forma eficiente, visando à redução de custos nos centros cirúrgicos. O PACE seré tratado como um Problema de Programação em Máquinas Paralelas Idênticas com Tempos de Preparação Dependentes da Sequência, uma classe de Problemas de Sequenciamento (Scheduling Problem). O objetivo do problema tratado neste artigo é minimizar o makespan, o qual compreende o instante de término da última cirurgia. Para resolução do PACE são utilizadas as metaheurísticas GRASP e ILS, bem como instâncias reais de quatro hospitais de grande porte, localizados na região metropolitana de Belo Horizonte, MG. Palavras-chaves: agendamento de cirurgias, sequenciamento de tarefas, máquinas paralelas, otimização, metaheuristicas.

1. Introdução A utilização eficiente das salas cirúrgicas em hospitais é tratada no Problema de Agendamento de Salas Cirúrgicas (PACE). Este problema consiste em alocar recursos hospitalares para cirurgias, ao lado da definição do melhor instante para sua realização. Esta questão tem um papel decisivo na utilização de recursos hospitalares de forma eficiente, segundo (CARTER, 1992). O PACE é considerado, na literatura, um problema clássico de otimização combinatória, pertencente à classe NP-Difícil, segundo (CARTER,1992) e, em conseqüência, as técnicas heurísticas e as metaheurísticas, de maneira geral, têm sido largamente utilizadas na sua resolução. Para a resolução do PACE, é programado um sequenciamento de cirurgias, estabelecendo uma agenda cirúrgica, com o objetivo de minimizar o makespan, ou seja, minimizar o horário de término da última cirurgia. O restante deste trabalho está organizado como segue. Na seção 2, é apresentada a revisão bibliográfica para o problema. Na seção 3, desenvolve-se a caracterização e definição do problema. Na seção 4, apresenta-se a metodologia adotada para estrutura de dados utilizada e os algoritmos implementados. Na seção 5, são expostos os resultados computacionais. E, por último, na seção 6 apresenta-se a conclusão do trabalho. 2. Revisão Bibliográfica Segundo Inês (2010), o processo de planejamento de cirurgias eletivas pode ser dividido em três fases: Planejamento de Casos Mistos (Case Mix Planning); Planejamento Mestre de Cirurgias (Master Surgery Planning); e Agendamento de Casos Eletivos (Elective Case Scheduling). A fase de Planejamento de Casos Mistos (Case Mix Planning) analisa a disponibilidade, em horas das salas cirúrgicas, distribuída pelos diferentes cirurgiões ou equipes cirúrgicas. Está situada em um nível estratégico de decisão e, geralmente, é realizada anualmente. A distribuição do tempo pode ter em conta a capacidade operativa de cada cirurgião ou de cada grupo cirúrgico e a quantidade esperada de pacientes ao longo do correspondente horizonte temporal. William (1985), Walter (1989) e Blake (2002) apresentam diferentes abordagens para esta fase do planejamento. A fase de Planejamento Mestre de Cirurgias (Master Surgery Planning) envolve o desenvolvimento de uma agenda cirúrgica. Trata-se de um documento cíclico, que define o número e o tipo de salas de operações disponíveis, as horas em que as salas estão abertas, definindo, ainda, cirurgiões ou grupos de cirurgias que têm prioridade sobre o tempo das salas cirúrgicas. Esta fase enquadra-se em um nível tático da gestão hospitalar. O horizonte temporal nesta fase do planejamento é mais reduzido do que na primeira fase. Blake (2002), Joan (2002) e Belien (2007) propõem uma série de modelos para a construção de agendamentos de cirurgias para esta fase. 2

Já na fase de Agendamento de Casos Eletivos é estabelecido o agendamento de cada cirurgia em uma base diária. Esta fase situa-se em um nível operacional. Trabalhos relativos a esta fase são encontrados em Magerlein (1978), Przasnyski (1986) Brecht (2010), Ozkarahan (1995), Gerchak (1996), Dexter (2002), Jebali (2006), Kharrajal (2006). Pham e Klinkert (2008) apresentam um modelo em programação linear inteira mista, baseado em uma extensão do Job Shop Scheduling Problem, denominada Multi-Mode Blocking Job Shop. O modelo define um período de início para cada uma das três fases necessárias na realização de uma cirurgia (pré-operatório, operatório e pós-operatório) e aloca, para cada uma das três fases, um conjunto de recursos necessários. Com técnicas de bloqueio, os autores apresentam uma solução para o problema de restrições de disponibilidade dos equipamentos. É possível, através do algoritmo apresentado, bloquear os recursos indisponíveis no momento da cirurgia. O objetivo é minimizar o período de início da última cirurgia a ser realizada. O problema proposto é resolvido com o programa CPLEX. 3. Caracterização do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas (PACE) Nesta seção é abordada a descrição do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas PACE. A abordagem proposta no presente trabalho é a de considerá-lo como um Problema de Programação em Máquinas Paralelas Idênticas com Tempos de Preparação de Máquina dependentes da Sequência, ou seja, como uma particular de problemas de sequenciamento (Scheduling Problem). No Problema de Programação em Máquinas Paralelas Idênticas com Tempos de Preparação de Máquina dependente da Sequência tem-se um conjunto N = {1,...n} de n tarefas e um conjunto M = {1,...,m} de m máquinas idênticas, com as seguintes características: (a) cada tarefa deve ser processada exatamente uma vez por apenas uma máquina; (b) cada tarefa j possui um tempo de processamento p j ; (c) existem tempos de preparação s jk entre as tarefas, em que as tarefas j e k serão processadas nesta ordem. Estes tempos de preparação são dependentes da sequência. O objetivo é encontrar um sequenciamento das n tarefas nas m máquinas de forma a minimizar o tempo de conclusão do sequenciamento, o chamado makespan ou C max. Pelas características citadas, este problema é definido como P S jk C max, segundo (PINEDO,2008). Para a solução do PACE usando as características do problema de programação em máquinas paralelas descrito, utiliza-se a equivalência entre máquina e sala cirúrgica e entre tarefa e cirurgia. O exemplo a seguir ilustra essa correspondência. A Tabela 1 contém os tempos de processamento de sete cirurgias em duas salas cirúrgicas. Na Tabela 2 estão contidos os tempos de preparação para as salas. A Figura 1 ilustra um possível sequenciamento para este exemplo. Cirurgias (j) 1 2 3 4 5 6 7 Tarefas (p j ) 20 25 15 32 38 23 65 Tabela1 Tempos de processamento das cirurgias. 3

Salas (S) 1 2 3 4 5 6 7 1 0 1 6 5 10 3 6 2 4 0 6 2 7 7 4 3 7 3 0 6 8 1 3 4 3 8 1 0 12 10 2 5 8 3 5 7 0 4 7 6 8 8 5 4 9 0 9 7 1 4 6 1 5 6 0 Tabela 2 Tempos de preparação (setup) das cirurgias Na Figura 1 observa-se que a cirurgia 6 é alocada à sala S2 na terceira posição, com tempo de processamento p6 = 23, tendo a cirurgia 4 como predecessora e a cirurgia 3 como sucessora. As partes hachuradas da figura representam os tempos de preparação (higienização) entre as cirurgias. Assim, neste exemplo, são computados os tempos s46 = 10 e s63 = 5. O tempo de conclusão das cirurgias na sala S1 é 120 e o da sala S2 é 130, o que resulta em makespan de 130 unidades de tempo. Figura 1 Exemplo de um possível sequenciamento 3.1 Exemplo ilustrativo de agendamento de cirurgias eletivas Para o agendamento de cirurgias eletivas, primeiramente é necessário listar todos os recursos necessários para a realização das cirurgias em questão. Estes recursos são a disponibilidade de recursos humanos (cirurgiões, enfermeiros e anestesistas), além dos recursos materiais, como salas cirúrgicas, de recuperação pós-anestésica (RPA) e unidade de tratamento intensivo (UTI), conforme Tabela 3. A Figura 2 mostra um exemplo deste agendamento e os recursos envolvidos. Note que a cirurgia de número 1 é realizada na sala S 2, pelo cirurgião C 3, enfermeiro E 2 e anestesista A 2. Após a cirurgia, o paciente se recupera na sala RPA. Já a cirurgia de número 2 é realizada na 4

sala S 1, pelo cirurgião C 1, enfermeiro E 1 e anestesista A 1. Após esta cirurgia, o paciente também se recupera na sala RPA. Figura 2 Gráfico de Gantt mostrando a realização das duas cirurgias 1 e 2, e os todos os recursos utilizados Na Figura 3 é apresentada uma solução inicial deste agendamento semanal, contemplando 5 dias (segunda a sexta-feira), entre 7hs e 19hs. O período disponível para o agendamento corresponde a 12 horas diárias e mais 2 horas, pois a última cirurgia pode iniciar-se às 19hs e ter duração máxima de 2 horas, totalizando, então, 14hs de agendamento diários, o que totaliza 70hs semanais. O período disponível para o agendamento é dividido em slots de 30min cada, ou seja, uma cirurgia com duração de 2hs possui 4 slots. Considerando que para cada dia são disponibilizados 28 slots, tem-se então um total de 140 slots para agendamento semanal de cirurgias. Esta figura ilustra um agendamento contemplando cirurgias 15 cirurgias realizadas em cinco dias da semana. Os slots hachurados representam a duração de higienização das salas, que podem variar de um a dois slots, de acordo com a duração e especialização da cirurgia. O makespan corresponde ao instante de término da última cirurgia, no caso, a cirurgia de número 15 que foi concluída no slot 139. 5

Figura 3 Exemplo de uma solução inicial do PACE. São consideradas 15 cirurgias realizadas em 2 salas cirúrgicas durante 5 dias contínuos e com um makespan igual a 139 A Figura 4 apresenta uma solução final para o agendamento semanal apresentado na Figura 3. Observe que todas as cirurgias agendadas para a sala S1 durante a sexta-feira foram realocadas para outros dias da semana; que é possível realocar a cirurgia de número 15, agendada para a sala S1 durante a sexta-feira, para a sala S2 na segunda-feira; que as cirurgias 13 e 14, agendadas para sala S2, podem ser agendadas para quarta-feira nesta mesma sala. Com estas realocações, o makespan diminui para 106 slots. Figura 4 Exemplo de uma solução final do PACE. Após as realocações o makespan diminui para 106 4. Metodologia Esta seção apresenta os procedimentos propostos para a solução do Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas (PACE). Inicialmente, é mostrada a estrutura de dados utilizada para a representação de uma solução. Em seguida, são apresentadas as duas metaheurísticas implementadas para a solução do PACE, a saber, Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP) e Iterated Local Search (ILS). Por fim, são apresentadas duas técnicas de busca local utilizadas como heurística de refinamento das metaheurísticas desenvolvidas. Os Algoritmos 1, 2, 3, 4, e 5 mostram os seus pseudocódigos. 4. 1 Representação da solução A solução é representada através de dois vetores. O primeiro vetor (seq) representa a sequência em que as cirurgias devem ser realizadas, enquanto que o segundo vetor (sala) representa em quais das salas a cirurgia será realizada, visto que cada cirurgia pode ser 6

realizada em mais de uma sala. A Figura 5 representa a solução para o exemplo apresentado na seção 3. 4. 2 Estruturas de vizinhança Figura 5 Representação da solução através de dois vetores A vizinhança da solução é, neste trabalho, explorada através dos seguintes movimentos: - Troca de cirurgias na mesma sala: consiste em trocar a posição de duas cirurgias na mesma sala; - Realocação de cirurgias na mesma sala: consiste em realocar uma cirurgia para uma nova posição na mesma sala; -Troca de cirurgias em salas distintas: consiste em considerar duas cirurgias e trocar as salas que as executam; - Realocação de cirurgias em salas distintas: consiste em considerar duas cirurgias e realocá-las para uma nova posição em outra sala. - Troca em bloco de cirurgias na mesma sala: consiste em trocar a posição de seis cirurgias na mesma sala; - Realocação em bloco de cirurgias na mesma sala: consiste em realocar três cirurgias para uma nova posição na mesma sala; -Troca em bloco de cirurgias em salas distintas: consiste em considerar seis cirurgias e trocar as salas que as executam; -Realocação em bloco de cirurgias em salas distintas: consiste em considerar seis cirurgias e realocá-las para uma nova posição em outra sala. 4. 3 Metaheurística 4. 3.1 Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP) 7

A a metaheurística Greedy Randomized Adaptative Search Procedure (GRASP), proposta por Feo(1995), é um processo iterativo no qual cada iteração consiste de duas fases: (i) fase construtiva, que gera soluções factíveis para o problema; e (ii) fase de busca local, que busca o ótimo local na vizinhança das soluções iniciais, geradas pela fase de construção. Na fase construtiva, uma função, denominada construçãograsp, é empregada, gerando uma Lista de Candidatos (LC). Estes candidatos são avaliados segundo um critério em que o tempo necessário para a realização de uma cirurgia seja maior ou igual à diferença entre T max e α(t max - T min ), sendo α um parâmetro real variando entre [0,1]. Para α = 1, tem-se uma solução totalmente aleatória; para α = 0, tem-se uma solução gulosa. Os candidatos que atendem a esta condição compõem a Lista Restrita de Candidatos (LRC). Logo, o algoritmo irá escolher aleatoriamente um dos candidatos da LRC, sequenciando-o e retirando-o da LC. Este passo se repete até que todas as tarefas sejam sequenciadas. Para a fase de busca local foi utilizado o método de Descida Completa. Este método analisa toda a vizinhança da solução corrente, realizando os quatro tipos de movimentos apresentados na seção 4.2. No final, efetua-se uma comparação entre a melhor solução encontrada e a solução corrente. Havendo melhora, a solução corrente é atualizada. O pseudocódigo do GRASP está mostrado no Algoritmo 1. Na linha 3, uma solução é construída de forma parcialmente gulosa com o método construcaograsp, que consiste em escolher aleatoriamente a próxima cirurgia a entrar no sequenciamento, dentre uma lista de melhores candidatos. Essa lista é montada de acordo com a regra de menores tempos de execução. O parâmetro α define o tamanho da lista. Na linha 4 é feito um refinamento na solução através de busca local. A melhor solução é atualizada se houver melhora (linha 5 a 7). Esses passos são repetidos até que um critério de parada seja atendido. 4. 3.2 Iterated Local Search (ILS) Algoritmo 1: Pseudogódigo do GRASP A meta-heurística ILS (Iterated Local Search), segundo Lourenco(2003), é um método de busca iterativa que faz uso de perturbações da solução (alterações na solução corrente), tendo como principal objetivo a diversificação da busca, de modo a escapar e visitar diferentes ótimos locais. 8

Quatro são os principais componentes que definem o método ILS: geração da solução inicial, busca local, perturbação e critério de aceitação. ILS baseia-se na ideia de aplicar uma busca local em uma solução inicial qualquer até que se encontre um ótimo local, e então, perturbar a solução encontrada e reiniciar a busca local. A perturbação deve ser de tal forma que seja suficiente para escapar de um ótimo local e permitir a exploração de outras regiões do espaço de buscas. O método ILS é, portanto, um método de busca local que procura focar a busca não no espaço completo de soluções, mas em um pequeno subespaço definido por soluções que são ótimos locais de determinado procedimento de otimização. O pseudocódigo do ILS encontra-se descrito no Algoritmo 2. Na linha 2 é construída uma solução com o método construcaograsp. Na linha 3, a solução é refinada, através de busca local, utilizando o Método de Descida Completa. Na linha 6 é realizada uma perturbação na solução atual, o nível de perturbação vai sendo aumentado a cada iteração sem melhora. O Algoritmo 5 descreve o pseudocódigo da função perturbação utilizada. Neste método considera-se como nível de perturbação a quantidade de vezes que um dos quatro movimentos será aplicado. Após a perturbação, essa nova solução é refinada, conforme Figura 4 (linha 7). Se houver melhora na solução, ela é atualizada e o nível de perturbação reinicializado. Esses passos são repetidos até que um critério de parada seja atendido. Como critério de parada, foi adotado o número de 100 iterações sem melhora, ou seja, o método para quando a melhor solução se mantém inalterada por 100 iterações. 4.4 Busca Local Algoritmo 2: Pseudocódigo do ILS Foram realizados dois tipos de busca local como heurística de refinamento, a busca local Descida Completa e a busca local Descida Aleatória. Na heurística Busca Completa é 9

avaliada toda a vizinhança da solução. Os movimentos são avaliados e então a solução é atualizada caso haja melhora na função objetivo. Já na heurística Descida Aleatória somente parte da vizinhança é analisada, os vizinhos e movimentos são selecionados aleatoriamente. Os Algoritmos 3 e 4 ilustram o funcionamento de cada um. Algoritmo 3: Pseudocódigo da busca local Descida Completa 4.4 Função Perturbação da Solução Algoritmo 4: Pseudocódigo da busca local Descida Aleatória A função perturbação (alterações na solução corrente) descrita no Algoritmo 5 tem como principal objetivo a diversificação da busca local, de modo a escapar e visitar diferentes ótimos locais. O nível de perturbação define a quantidade de vezes que um dos movimentos, escolhido aleatoriamente, será realizado. 10

5. Resultados Computacionais Algoritmo 5: Pseudocódigo da função perturbação Os algoritmos GRASP e ILS foram implementados na linguagem C++, utilizando a IDE Borland C++ Builder, e testados em um computador Intel Core 2 Duo 2.10GHz e 3GB de memória RAM. Os parâmetros utilizados para gerar as instâncias foram obtidos em 4 hospitais (H1, H2, H3, H4) de grande porte localizados na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, e estão detalhados na Tabela 3. H1 H2 H3 H4 Leitos 157 272 319 501 Cirurgias 162 192 216 266 Salas 7 12 18 16 Cirurgiões 74 112 126 157 Anestesistas 20 25 31 37 Enfermeiros 18 21 27 34 Tabela 3 Dimensão das instâncias do PACE Instância Nº de Tarefas Fase de Construção (makespan) Fase de Busca Local (makespan) Melhor ILS GRASP H1 162 190 131 136 11

H2 192 126 84 92 H3 216 131 113 109 H4 266 162 111 118 Tabela 4 Resultados obtidos pela metodologia proposta em cada uma das fases Os algoritmos foram executados 30 vezes cada, para cada uma das quatro instâncias. Os menores valores encontrados estão mostrados na Tabela 4. Nesta tabela, são apresentadas também as soluções iniciais obtidas na fase de construção do algoritmo GRASP. Para as instâncias dos hospitais H1, H2 e H4, a metaheurística ILS obteve melhores resultados. Esses resultados foram, na média, 31,96% melhores em relação às soluções iniciais. Para a instância do hospital H3, a metaheurística GRASP obteve o melhor resultado, que representa uma melhora de 16,79% em relação ao ILS. De forma a comparar esses algoritmos com relação ao tempo necessário para encontrar um valor alvo, foram feitos experimentos, segundo a abordagem indicada em (AIEX,2002). O gráfico representa o tempo versus probabilidade, ou seja, o tempo gasto para alcançar o valor alvo determinado. Os algoritmos são executados 100 vezes e sempre que o alvo é alcançado, eles eram interrompidos e o tempo registrado. Esses tempos foram, então, ordenados de forma crescente e, para cada tempo t i foi associada uma probabilidade p i = (i - 0,5)/100. Os valores alvos utilizados para as instâncias H1, H2 e H4, foram, respectivamente, 138, 93 e 120. Esses valores são 2% acima do melhor valor encontrado pelo GRASP; para a instância H3, foi 115, 2% acima do melhor valor encontrado pelo ILS. As Figuras 6, 7, 8 e 9 mostram os resultados dos gráficos para cada instância. O GRASP-ALE representa o comportamento da heurística Descida Aleatória contemplando os 8 tipos de movimentos descritos na seção 4. O GRASP-COM representa o comportamento da heurística de refinamento Descida Completa contemplando os 4 tipos movimentos descritos da seção 4. Figura 6 - Time-to-target da instância H1 com Figura 7 Time-to-target da instância H2 com makespan (alvo) igual a 136 makespan (alvo) igual a 91 12

Figura 8 Time-to-target da instância H3 Figura 9 Time-to-target da instância H2 com makespan (alvo) igual a 114 com makespan (alvo) igual a 114 6. Conclusão e trabalhos futuros Este trabalho teve seu foco no Problema de Agendamento de Cirurgias Eletivas. O objetivo foi minimizar o makespan, ou seja, o tempo de término da última tarefa. Para resolvê-lo, foram implementadas as metaheurísticas GRASP e ILS. Através do teste de probabilidade empírica, é comprovada a melhor eficiência do ILS em relação ao GRASP, nas instâncias H1 e H4, pois apresenta uma convergência maior. Isto pode ser visto nas Figuras 6 e 9, em que o ILS atinge o valor alvo (makespan), em apenas 43 e 62 segundos de execução, respectivamente. Ao passo que tanto o GRASP-ALE quanto o GRASP-COM só atingem este makespan após 120 segundos de execução para a instância H1 e 110 e 117 segundos, respectivamente, para a instância H4. Para a instância H2 o GRASP-ALE converge mais rapidamente, porém o tempo necessário para se alcançar o makespan é o mesmo tempo gasto pelo ILS. Podemos ver na Figura 7 que o GRASP-ALE E O ILS converge em 100 segundo de execução. E o GRASP-COM só atinge o makespan em 125 segundos. Para a instância H3 o GRASP-ALE, podemos ver na Figura 8, que o GRASP-ALE converge mais rapidamente, 10 levando apenas 9 segundos de execução para atingir o makespan. Ao passo que o ILS só atinge o makespan em 91 segundo e GRASP-COM em 111 segundos. Analisando os resultados obtidos e as métricas para as comparações adotadas, observa-se que o algoritmo ILS obteve uma maior robustez em relação aos algoritmos GRASP-ALE e GRASP-COM, pois obteve menor variabilidade das soluções encontradas. Já o algoritmo GRASP-ALE se comportou melhor do que o GRASP-COM, provavelmente devido às exaustivas buscas locais exaustivas. Como continuação deste trabalho, serão efetuados testes dos algoritmos com outros tipos de movimentos. 13

7. Agradecimentos Os autores agradecem ao CEFET-MG, à CAPES, à FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio ao desenvolvimento deste trabalho. Referências AIEX, R. M., RESENDE, M. G. C. & Ribeiro, C. C. Probability distribution of solution time in grasp: An experimental investigation. Journal of Heuristics. Vol. 8, p. 343 373, 2002. BELIEN, J. & DEMEULEMEESTER, E. Building cyclic master surgery schedules with leveled resulting bed occupancy. European Journal of Operational Research. Vol. 2, n.176, p. 1185 1204, 2007. BLAKE, J. & CARTER, M. W. A goal programming approach to strategic resource allocation in acute care hospitals. European Journal of Operational Research. N. 140, p. 541 561, 2002. BLAKE, J. & JOAN, D. Mount sinai hospital uses integer programming to allocate operating room time. Interfaces. Vol. 32, n. 2, p. 63 73, 2002. CARDPEM, B., DEMEULEMEESTER, E. & BILIEN, J. Operating room planning and scheduling: a literature review. European Journal of Operational Research. Vol. 3, p. 333 333, 2010. CARTER, M. W. & TOVEY, C. A. When is the classroom assignment problem hard?. European Journal of Operational Research. Vol. 40, n.1, p. 28 30, 1992. DEXTER, F. & TRAUB, R. D. How to schedule elective surgical cases into specific operating rooms to maximize the efficiency of use of operating room time. Anesthesia and Analgesia. Vol. 94, n.4, p. 933 942, 2002. ETZIONI, D. A., LIU, J. H., MAGGARD, M. A. & KO, C. Y. The aging population and its impact on the surgery workforce. Annals of Surgery. Vol. 238, n.2, p. 170 177, 2003. FEO, T. & RESENDE, M. Greedy randomized adaptive search procedures. Journal of Global Optimization. P. 109 133, 1995. GERCHAK, Y., GUPTA, D. & MORDECHAI, H. Reservation planning for elective surgery under uncertain demand for emergency surgery. Management Science. Vol. 42, p. 321 334, 1996. HUGHES, W. L. & SOLIMAN, S. Y. Shortterm case mix management with linear programming. Hospital & Health Services Administration. Vol 30, p. 52 60, 1978. JEBALI, A., ATIDEL, B., HADJ, A. & Pierre, L. Operating rooms scheduling, Int. J.Production Economics. N. 99, p. 52 62, 2006. KHARRAJAL, S., ALBERT, P.& CHAABANEL, S. Block Scheduling: Toward a máster surgical schedule. Anais de Conferência Internacional sobre Sistemas de Serviços e Sistemas de Gerenciamento, 2006. LOURENÇO, H., MARTIN, O. & STUZLE, T. Iterated local search. Handbook of metaheuristics. Kluwer Academic Publisher. Boston. P. 321 353, 2003. 14

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