Briophyta (Musgos) do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG.



Documentos relacionados
MUSGOS (BRYOPHYTA) DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS/ GO ASPECTOS FLORÍSTICOS E TAXONÔMICOS RESUMO

PROJETO DE PESQUISA ESTUDO DOS COMPONENTES LENHOSOS NA COBERTURA VEGETAL DA ENCOSTA DA FACULDADE MACHADO SOBRINHO, JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, BRASIL

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA

MUSGOS DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA, BRASIL

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

BIOMA. dominante. %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp

AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM SOLO SOB FLORESTA ATLÂNTICA NA FAZENDA SANTA RITA, FARIA LEMOS, MG


A importância do continente europeu reside no fato de este ter

Briófitas do Herbário Guido Pabst - GFJP, Carangola - MG

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP. Campus Luiz Meneghel

Terminologia Vegetal

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.

BOTÂNICA PARTE I Ramo da biologia que estuda as plantas. Briófita & Pteridófita

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

BRIÓFITAS DA REGIÃO SUDESTE DO MUNICÍPIO DE TERESINA, PIAUÍ, BRASIL

Sumário. 1 Características da propriedade Cobertura vegetal Hidrografia Topografia Área de reserva florestal legal 3

B I O G E O G R A F I A

Acta Amazônica, 22 (4): BRIÓFITAS DA ILHA DE MARACÁ, RORAIMA, BRASIL. RESUMO

Palavras-chave: campo rupestre, síndromes de dispersão, Serra dos Pireneus.

DENDROLOGIA Histórico, Conceitos e Importância da Dendrologia

Prof. MSc. Leandro Felício

DIVERSIDADE DE MUSGOS (BRYOPHYTA) DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA NO MUNICÍPIO DE BARRA DO CHOÇA, BAHIA.

Formações de Santa Catarina. Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015

MUSGOS (BRYOPHYTA) DA MICRORREGIÃO DO SALGADO PARAENSE E SUA

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES

BIOMAS BRASILEIROS. Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências

Terminologia Vegetal

Os Grandes Biomas Terrestres. PROF Thiago Rocha

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES GEOGRAFIA DESAFIO DO DIA. Aula 21.1 Conteúdo. Região Sudeste

VEGETAÇÃO BRASILEIRA: visão fitogeográfica geral

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

Influência da estrutura arbórea na ocorrência de térmitas arborícolas na RPPN da Serra do Teimoso, Jussari, Bahia, Brasil.

Tarefa online 8º ANO

MARIA INÊZ DA SILVA, MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES, CRISTIANE CIDÁLIA CORDEIRO E SUELLEN ARAÚJO. Introdução

Nome: Nº: Turma: Geografia. 1º ano Biomas Sílvia fev/08 INTRODUÇÃO

A diversidade de vida no planeta. Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem?

CLIMAS DO BRASIL MASSAS DE AR


GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO SUL

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

Nosso Território: Ecossistemas

GRANDES BIOMAS DO MUNDO

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

BRIÓFITAS DA MATA DA CÂMARA

RESOLUÇÃO Nº 10, DE 1º DE OUTUBRO DE IV - existência, diversidade e quantidade de epífitas;

UNIVERSIDADE IGUAÇU Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde TÍTULO. Roney Rodrigues Guimarães Professor Orientador

Programa de Pesquisa em Biodiversidade Sítio Pernambuco (PEDI) Ana Carolina Lins e Silva anacarol@db.ufrpe.br

BIOMAS DO MUNDO TUNDRA, TAIGA E FLORESTAS TEMPERADAS. Aula III

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma

IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREA DE RIO SÃO FRANCISCO, PETROLINA PE.

CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA INTERATIVIDADE FINAL. Aula 14.2 Conteúdo: Biomas Brasileiros

Introdução. Denilson Fernandes Peralta 1,3 e Francisco de Paula Athayde Filho 2

Quais foram as evidências anatômicas presentes que permitiram reconhecer a estrutura como:

BIOMAS DO BRASIL. Ecologia Geral

Conjunto de ecossistemas caracterizados por tipos fisionômicos vegetais comuns.

Conjunto de ecossistemas caracterizados por tipos fisionômicos vegetais comuns.

Unidade I Geografia física mundial e do Brasil.

AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso

E C O L O G I A. Incluindo todos os organismos e todos os processos funcionais que a tornam habitável

MAS O QUE É A NATUREZA DO PLANETA TERRA?

Aspectos ecológicos de briofitas em areas preservadas de mata atlantica, Rio Janeiro, Brasil

1º Seminário Catarinense sobre a Biodiversidade Vegetal

BRIÓFITAS DO PARQUE ESTADUAL PEDRA AZUL (PEPAZ), MUNICÍPIO DE DOMINGOS MARTINS, ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Bioma é um conceito estabelecido para classificar ambientes com base na

Data: /08/2014 Bimestre: 2. Nome: 8 ANO B Nº. Disciplina: Geografia Professor: Geraldo

Observar a paisagem. Nesta aula, vamos verificar como a noção de

Biomas e formações vegetais mundiais

Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Universidade Federal do Paraná

Elementos e Fatores de Diferenciação

Fitogeografia do Brasil.

Briófitas do Município de Poconé, Pantanal de Mato Grosso, MT, Brasil

VEGETAÇÃO. Página 1 com Prof. Giba

B I O G E O G R A F I A

Complexo regional do Nordeste

O que é preciso para desenvolver uma experiência global sobre florestas e mudanças climáticas?

B I O G E O G R A F I A

PROJETO MORRO DO PILAR. Considerações sobre os aspectos de cobertura vegetal para manutenção das condições microclimáticas e tróficas das cavidades

Mapeamento da Cobertura Vegetal do Município do Rio de Janeiro, 2010 Autores:

ECOSSISTEMA INDIVÍDUO

Luciana Scur Felipe Gonzatti Eduardo Valduga Ronaldo Adelfo Wasum

EMENDA AO PLDO/ PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

HERBÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA: Catálogo de Árvores e Arbustos do Campus

BIODIVERSIDADE E MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA TROPICAL 1 BIODIVERSIDADE

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo

CURSOS PRÁTICAS EM BOTÂNICA PRÁTICAS EM BOTÂNICA NA MATA ATLÂNTICA CATARINENSE

Biomas, Domínios e Ecossistemas

Climatologia. humanos, visto que diversas de suas atividades

Marchantiophyta e Bryophyta de manguezais do estado de São Paulo, Brasil Marchantiophyta and Bryophyta from the mangroves of São Paulo state, Brazil

11. Adaptações das plantas ao factor água HIDRÓFITAS XERÓFITAS MESÓFITAS HIDRÓFITAS HELÓFITAS XERÓFITAS MESÓFITAS Observações:

DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

Transcrição:

Briophyta (Musgos) do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG. Thais Aparecida de Castro 1, Rafael de Freitas Figueredo 2, Cristiano Rodrigues Reis 3 Erick Duarte Vieira de Souza 4, Maria José Reis da Rocha 11, Patrícia Silva Santos 12 1 Graduada em Ciências Biológicas, Caratinga, MG, thaisaparecida@funec.br. 2 Graduando em Ciências Biológicas, Centro Universitário de Caratinga/Instituto Superior de Educação, Rua Niterói, Bairro Nossa Senhora das Graças, s/nº Caratinga, MG, rafaelfreitasf@hotmail.com. 3 Graduando em Ciências Biológicas, Centro Universitário de Caratinga/Instituto Superior de Educação, Rua Niterói, Bairro Nossa Senhora das Graças, s/nº Caratinga, MG, rodriguescr28@hotmail.com. 3 Graduando em Ciências Biológicas, Centro Universitário de Caratinga/Instituto Superior de Educação, Rua Niterói, Bairro Nossa Senhora das Graças, s/nº Caratinga, MG, erickvh8@hotmail.com 11 Centro Universitário de Caratinga/Instituto Superior de Educação, Rua Niterói, Bairro Nossa Senhora das Graças, s/nº Caratinga, MG, 11 zezerocha2004@yahoo.com.br. 12 Centro Universitário de Caratinga/Instituto Superior de Educação, Rua Niterói, Bairro Nossa Senhora das Graças, s/nº Caratinga, MG,.patriciasantos234@gmail.com. Resumo - Este trabalho apresenta resultados do levantamento de musgos do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro o qual situa-se na Zona da Mata Leste do Estado de Minas Gerais. Foram amostrados transectos de 400 m em três ambientes com diferentes características fisionômicas, localizados próximos a área da sede: riacho (SITIO 1), afloramento rochoso (SITIO 2) e interior de mata (SITIO 3). Em cada ambiente foram amostradas cinco parcelas aleatórias de 10 X 10 m a cada 100 metros, totalizando 15 parcelas.registrou-se a ocorrência de 39 espécies pertencentes a 29 gêneros e 18 famílias botânicas, sendo: Brachytheciaceae (1), Bryaceae (1), Calyperaceae (1), Dicranaceae (8), Hypnaceae (3), Lembophyllaceae (1), Leucobryaceae (3), Mniaceae (1), Nekeraceae (3), Orthotrichaceae (3), Pilotrichaceae (3), Phyllogoniaceae (1), Polytrichaceae (1), Prionodontaceae (1), Racocarpaceae (1), Rhizoganiaceae (2), Sphagnaceae (2), Thuidiaceae (2). Os musgos apresentam-se em maior quantidade no SITIO 1 e colonizam com maior freqüência troncos arbóreos vivos e em decomposição. Palavras-chave: Musgos, Briófitas, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, brioflora, levantamento brioflorísticos. Área do Conhecimento: Ciências Biológicas (Botânica) Introdução As briófitas constituem o segundo maior grupo de plantas terrestres (Câmara & Costa, 2006) comuns em lugares quentes e úmidos, especialmente nas áreas tropicais e subtropicais, onde há uma grande diversidade de espécies. Entretanto, elas não estão restritas somente a estas áreas, sendo um número apreciável de musgos encontrados em desertos, formando uma massa extensa sobre pedras expostas e secas. As briófitas distinguem das plantas vasculares devido à ausência de tecidos vasculares, o que lhes confere pequeno porte, e por não possuírem folhas, caules e raízes verdadeiras. Embora terrestres, possuem estrita dependência da água, inclusive para a reprodução sexuada (RAVEN et al. 2001), e são representadas por três grupos: Anthocerophyta (antóceros), Marchantiophyta ou Hepatophyta (hepáticas) e Briophyta (musgos), (GOFFINET, 2000 apud PÔRTO et al., 2002; GRADSTEIN et al., 2001 e LUIZI-PONZO et al, 2006). Estas plantas colonizam vários tipos de substratos, podendo ter hábitos terrestres, cortícolas, ripícolas, epífitas, epifilas, etc., e se distribuem em todas as latitudes do globo terrestre (GRADSTEIN & PÓCS, 1989 apud PORTO et al, 2002). Possuem várias formas de vida, como tramas, tufos, tapete, talosas (Costa et al, 2001), e no que se refere a respeito à altitude, elas ocorrem desde o nível do mar até mais de 4.000m, sendo que o aumento da abundância e da riqueza de espécies é simultâneo a altitude em ambientes de florestas tropicais úmidas (GRADSTEIN et al., 2001 & PORTO et al., 2002). Foram catalogadas cerca de 19.000 espécies de briófitas em todo o mundo, das quais os musgos compreendem aproximadamente 10.000 espécies (SCHOFIELD, 1985; SHAW & GOFFINET, 2000). Em especial a região neotropical apresenta uma brioflora extremamente rica devido à grande variedade de habitats, com aproximadamente 4.000 espécies (2.600 musgos, 1.350 hepáticas e 30 antóceros), reunidas em 595 1

gêneros e 120 famílias, ou um terço da diversidade de briófitas do mundo. A combinação de fatores físicos e climáticos da região do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro favorece especialmente a brioflora, onde vários autores têm demonstrado que o aumento da abundância e da riqueza de espécies é proporcial à altitude em ambientes de florestas tropicais úmidas (GRADSTEIN et al, 2001; GRADSTEIN & PÓCS, 1989, FRAHM & GRADSTEIN, 1991 apud PÔRTO, 2002). De acordo com Gradstein et al, (2001), poucos estudos referem-se ao aspecto ecológico das briófitas, que desempenham grande importância nos ecossistemas tropicais, sendo o sudeste brasileiro uma das áreas que merecem prioridade na realização de inventários destas plantas, porque além do acentuado estágio de degradação da Floresta Atlântica, a brioflora ocorre com maior riqueza, com várias indicações de casos de endemismo (YANO et al, 1998; COSTA et al, 2005; VALENTE & PORTO, 2006; CAMPELO & PÔRTO, 2007). Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento de musgos ocorrentes no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, fornecendo subsídios para futuros estudos brioflorísticos. Metodologia O Parque situa-se na Zona da Mata Leste do Estado de Minas Gerais abrangendo uma área de 13.210ha., clima predominantemente tropical e topografia montanhosa com altitudes variando de 900 a 1980m, ocasionando o aparecimento de espécies endêmicas (LEONI et al., 2004). Para a amostragem da comunidade de musgos, foram realizadas 2 expedições de quatro dias de duração,sendo uma no mês de agosto de 2008 e outra no mês de abril de 2009, as quais foram direcionadas para coletas das briófitas e de dados abióticos. Foram amostrados transectos de 400 m em três ambientes com diferentes características fisionômicas, localizados próximos a área da sede: riacho (SITIO 1) (20 43 24 S e 42º 28 98 W), afloramento rochoso (SITIO 2) (20 43 29 S e 42º 29 01 W) e interior de mata (SITIO 3) (20 42 99 S e 42º 28 85 W). Em cada ambiente foram amostradas cinco parcelas aleatórias de 10 X 10 m a cada 100 metros, totalizando 15 parcelas. A identificação do material botâico foi realizada no herbário Guido Pabst - GFJP, em Carangola, MG, por meio de comparações com espécimes da coleção e separadas por famílias as quais foram consultadas na bibliografia Yano, 2006 e 2008. As espécies que não foram possíveis de identificar no herbário foram enviadas para especialista do herbário do Jardim Botânico de São Paulo. Todas as espécies foram incorporadas à coleção botânica do herbário GFJP. Resultado Os resultados da florística estão ilustrados na Tabela 1. Tabela 1 - Florística FAMÍLIA Brachytheciaceae Bryaceae Calyperaceae Dicranaceae ESPÉCIE Meteoridium remotifolium (C. Muell)Manuel Brachymenium hornschunchianum Mart. Syrrhopodon prolifer Schwaegr var. prolifer Campylopus griséus ( Hornsch) Jaeg Pilopogon graciles (Hook.) Brit. Campylopus pilifer Brid Dicranella guilleminiana(mont.) Mitt Campylopus artocarpus (Hornsch) Mitt, var. artocarpus Campylopus lamellinervis (C. Muell.) Mitt Campylopus trachyblepharon (Müll. Hal.) Mitt. 2

Leucoloma serrulatum Brid. Mittenothaminium reptans ( Hedw.) Card. Taxiphyllum taxirameum (Mitt.) M. Fleisch. Hypnaceae Lembophyllaceae Mittenothamnium lehmanni (Besch) Card. Orthostichella rígida Leucobryum albicans (Schwaegr.)Lindb Leucobryum albidum (Brid. ex P. Beauv) Lindb. Leucobryaceae Mniaceae Bryohumbertia filifolia Plagiomnium rihynchophorum (Hook)T.Kop Parathamnum filiferum (Mtt) Feisch Porotrichum longirostre (Hook) Mitt Nekeraceae Neckeropsis undulata (Hedw) Reichadt Schotheimia pseudoaffinis Müll. Hal. Schlotheimia tecta Hook & Wils Orthotrichaceae Macrocoma capilicaule (C. Muell. Ex Broth) Vitti Lepidopolidium nitens(hornsch.)broth. Thamniopsis longsdorffii. (Hook) Buck Pilotrichaceae Phyllogoniaceae Polytrichaceae Prionodontaceae Racocarpaceae Trachyxiphuim guadalupense (Brid.) W.R. Buck Phyllogonium viride Brid Polytrichum juniperinum Willd ex Hedw Prionodon densus (Hedw) C. Muell. Racocarpus purpurascens(brid) Par Hymenodon aeruginosa(hook. & Wils) C. Muell. Rhizoganiaceae Pyrrhobrym spiniforme( Hedw) Mitt. Sphagnum leonii H. Crum Sphagnaceae Sphagnum perichaetiale var. perichaetiale Hampe Thuidium recognitum (Hedw.) Lindb. Thuidiaceae Thuidium delicatulum (Hedw) Warnest 3

Discussão Foram encontradas 63 espécies de musgos, as quais se distribuem em 18 famílias e 29 gêneros. As dez famílias com maior riqueza foram Dicranaceae (8); e Hypnaceae, Leucobryaceae, Nekeraceae, Orthotrichaceae e Pilotrichaceae (3), Brachytheciaceae, Rizogoniaceae, Thuidiaceae(2). Além de apresentar maior número de espécies, a família Dicranaceae também apresenta o maior número de gêneros entre os musgos, sendo eles: Campylopus, Pilopogon, Dicranella e Leucoloma. O gênero mais rico neste estudo foi Campylopus com 5 espécies. No que diz respeito à distribuição das espécies nos diferentes ambientes, nota-se que o SITIO 1 possue maior número de espécies em relação ao SITIO 2 e 3 (Figura 1). Segundo Raven et al. 2001, isto se explica pelo fato de possuirem estrita dependência da água, inclusive para a reprodução sexuada. SITIO 3 Nº individuos (%) 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% ARVORE ROCHA Substrato Figura 2. Substratos colonizados por musgos no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Conclusão Foram encontradas 39 espécies no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, as quais se distribuem em 18 famílias sendo a mais freqüente Dicranaceae e 29 gêneros, sendo o mais ocorrente Campylopus. O SITIO 1 possui maior riqueza de espécies de musgos, sendo o substrato mais comum entre eles os troncos arbóreos vivos e em decomposição. Am bientes SITIO 2 SITIO 1 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Porcentagem de espéies Agradecimentos Agradecemos ao Sr. Lúcio Leoni, ao Denílson Peralta especialista em briófitas, por auxiliar na identificação das briófitas, ao Prof. MSc Márcio Luis da Gama Lisboa e as seguintes instituições pelo fomento da pesquisa. Figura 1. Distribuição brioflorística no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Com relação aos substratos, nota-se na Figura 2 que a maioria fixa-se ao longo de troncos arbóreos vivos e em decomposição, além de estarem sobre a rocha, sendo que sobre as rochas podem-se observar uma fina camada de solo pétreo arenoso. Não foi encontrada nenhuma espécie sobre folhas, pois espécies que colonizam este tipo de substrato apresentam características peculiares, como alta exigência de umidade e são vulneráveis, vulnerabilidade a qualquer impacto destrutivo na estrutura da floresta e que possuem tamanho reduzido (Gradstein 1997). Referências - CAMPELO, M.J., PÔRTO, K.C. Briófitas epífita e epifila da RPPN Frei Caneca, Jaqueira, PE, Brasil. Acta Bot. Bras. V.21 n.1, São Paulo jan./mar.2007. - CÃMARA, P.E.A.S. & COSTA, D.P. Hepáticas e antóceros das matas de galeria da Reserva Ecológica do IBGE, RECOR, Distrito federal, Brasil. Hohnea V. 33, 2006. 4

- COSTA, D. P. et all., Diversidade e Importância das Espécies de Briófitas na Conservação dos Ecossistemas do Estado do Rio de Janeiro.Rodriguésia V. 56, 2005. - GRADSTEIN, S.R., et all., Guide to the Bryophytes of Tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden V. 86: Ed. Board, 2001. - LEONI, L.S. & TINTE, V. A., Flora do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro: caracterização da vegetação e lista preliminar das espécies.carangola: Gráfica São José, 2004. - LUIZI-PONZO, A. P. et all., Glossarium polyglottum bryologiae: versão brasileira do Glossário briológico. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 114p. 2006. - PÔRTO, K.C., et all., Avaliação dos Brejos de Altitude de Pernambuco e Paraíba, quanto a Diversidade de Briófitas, para a Conservação. Acta Bot. Bras. V.16, 2002. - RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan,. 906 p. 2001. - SCHOFIELD, W. N. Predicting basal metabolic rate, new standards and review of previous work. Human Nutrition: Clinical Nutrition, 39(Sup. 1): 5-41, 1985. -VALENTE, E.B., PÔRTO, K.C., Hepáticas (Marchantiphyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jibóia, Município de Santa Teresinha, BA, Brasil. Acta Bot. Bras. V.20 n.2, São Paulo jun./abr.2006. - YANO, O. & SILVA M.I.M.M.O., Ocorrências novas de briófitas para o Brasil. Ver. Bras. Bot. V. 21 n.2 São Paulo 1998. - COSTA, D.P. & MOLINARO, L.C, Briófitas do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rodriguiseia V.52, 2001. -YANO, O. Novas adições ao catalogo de briófitas brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica Nº 17, 2006. -YANO, O. Catálogo dos Antóceros e Hepáticas Brasileiras:Distribuição Geográfica. Boletim do Instituto de Botânica, Nº 9, 2008. 5