A PEDRA DO INGÁ DE CARA NOVA



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A PEDRA DO INGÁ DE CARA NOVA A Pedra do Ingá e o Museu de História Natural deste município receberam um conjunto de benefícios estruturais, aparatos que foram inaugurados (informalmente) no dia 1º de setembro. No canteiro de entrada do prédio de apoio do sítio arqueológico foi colocada uma placa/out-door contendo um texto explicativo do sítio além de algumas imagens. A diagramação do material ficou a cargo do IPHAN e a execução foi da Prefeitura da cidade. No prédio, após as dependências utilizadas pelo Sr. Renato Alves, foram instaladas plaquetas retangulares informando a área de visitação, outras plaquetas foram distribuídas nas dependências até a área do Museu de História Natural. A coleção arqueo-paleontológica do Museu, desde meados de maio, estava passando por um laborioso processo de restauração no Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (em Campina Grande-PB), com trabalho ficando à cargo do Coordenador do LABAP, o arqueólogo Dr. Juvandi de Sousa Santos em conjunto com o

paleontólogo e professor da UEPB Márcio Mendes. Por este motivo, naturalmente, o Museu manteve-se fechado às visitações, cujas instalações foram pintadas. Em 01 de setembro, o Museu foi reaberto com sua coleção quase completa, com exceção da pata de uma Preguiça-gigante, que ainda está em restauro. No sítio, duas áreas foram isoladas com cordas: o painel principal, que agora não possui acessibilidade nem mesmo por sobre o bloco rochoso em conjunto com o painel horizontal e um painel marginal a 6m defronte do primeiro isolamento. A Área Restrita é formada por 18 pedestais com base de concreto e haste de cano PVC, por onde transpassa uma grossa corda de fibra verde-claro, interligando os pilares. A sustentação de concreto e PVC foram doadas pelo IPHAN, em conjunto com o layout das placas, a Prefeitura do Ingá executou o plano visual, em uma gráfica de Campina Grande e a corda foi adquirida junto a uma pequena taxa que vem sendo recomendada aos visitantes (R$ 1,00) exatamente para fins de manutenção e despesas imediatas. O guia turístico de Ingá, Dennis Mota (sócio da SPA), juntamente com a subsecretária de Turismo da prefeitura de Ingá, estão treinando cinco estudantes do município para serem guias-mirins em apoio ao receptivo da Pedra do Ingá. Esta ação é individual, sem quaisquer apoio de qualquer órgão público ou privado. É o conjunto de ações oficiais e nãooficiais que nos fazem acreditar que as questões de preservação do patrimônio possam efetivamente funcionar, a integração entre a sociedade e os poderes públicos só contribui para que possamos ter por longos anos equipamentos públicos de conhecimento e questionamento do passado, neste caso, a Pedra do Ingá avança, a passos lentos, mas avança e nós da Sociedade Paraibana de Arqueologia que denunciamos mensalmente no Boletim Informativo e em artigos (na internet e em jornais diários) ficamos satisfeitos em ter como resposta alguma ação no sentido de preservar, este que é o patrimônio arqueológico mais afamado de todo Brasil. 2

EXPEDIÇÕES À ZONA RURAL DE CAMPINA GRANDE Em 07 de setembro, o consócio Thomas Bruno Oliveira esteve prospectando uma área de aproximadamente 10km 2 a partir da Granja Nossa Senhora de Fátima, na localidade de Capim Grande. O objetivo da investida consistiu em reunir informações acerca de possíveis ocorrências arqueológicas na região, haja vista que nesta porção leste do planalto da Borborema há uma densidade de sítios arqueológicos bastante considerável e ao mesmo tempo, um hiato na zona rural oeste da cidade de Campina Grande, em uma área de aproximadamente 400km 2, lugar em potencial para prospecções. Na oportunidade, alguns serrotes e formações rochosas foram prospectadas, porém, nenhum vestígio pré-histórico fora encontrado. A afirmativa de não existir vestígio arqueológico em determinada área é também um dado interessante, neste sentido, uma nova expedição foi planejada e no dia 09 de setembro os pesquisadores Vanderley de Brito e Thomas Bruno Oliveira realizaram uma expedição até a localidade sediada pela Fazenda Navio, zona rural do município de Campina Grande, com objetivo de prospectar aquela região ainda desconhecida da arqueologia e que configurava uma lacuna com relação ao seu perfil geomorfológico e arqueológico. A localidade dista 38km do marco zero do município (obelisco do Parque Arruda Câmara) e se trata de uma opulenta fazenda ali existente desde fins do século XIX. A propriedade pertence a Sra. Aparecida Gonzaga e lida com pecuária leiteira. Os pesquisadores obtiveram a permissão do empregado da fazenda, Sr. José Bonifácio, para a prospecção. Depois de registrarem o patrimônio de valor arquitetônico na propriedade, seguiram mato à dentro verificando as formações rochosas de maior destaque na paisagem e, sobre uma pequena elevação na encosta direita do riacho São Pedro, num conjunto de placas rochosas afloradas, encontraram um pequeno painel rupestre, na cor vermelha, medindo 30cm por 18cm, decorando uma reentrância do granito e composto por pontos formando um deformado círculo com um ponto no centro. O sítio rupestre, até então inédito, foi denominado de Serrote do Navio e foi catalogado no livro de ocorrências arqueológicas da SPA. 3

POR UMA ANTROPOLOGIA MAIS HUMANA, DEMASIADAMENTE HUMANA* Carlos Alberto Azevedo** Para mim a antropologia acadêmica não tem mais razão de ser. Só acredito numa antropologia que se volte para o cotidiano, que observe o homem e o interprete em todos os sentidos, afirmou o antropólogo Carlos Azevedo. Também não acredito numa antropologia que não recorra à etnografia a ciência dos costumes. Esse olhar etnográfico faz a diferença. Trata-se da verdadeira leitura antropológica, isto é, dos aspectos materiais e imateriais da cultura. Acentuou que todo antropólogo devia saber olhar ter aquele olhar de astrônomo, no dizer de Claude Lévi-Strauss, autor de Tristes Trópicos. Neste meu novo livro: Antropologia Cultural (Ideia, 2009) tento interpretar o povo e a cultura paraibana, pois até hoje, creio, não temos uma interpretação do nosso modo de ser quem somos nós?; o que faz a Paraíba, Paraíba? procuro, sim, responder essas e outras indagações. Escrevi um livro bastante original e muito polêmico, fugi do ranço positivista, para olhar melhor o outro. E não pactuei com a visão tradicional e reacionária que, muitas vezes, não analisa a cultura popular, a dita cultura das classes subalternas. Tanto que trouxe para o meu texto vozes das classes subalternas: Dila, Chica do Barro, Zabé da Loca, Lucinha dos Bichos, Mestre Pedro e as oleiras de Chã da Pia (Areia-PB). E essas vozes vivas vozes dialogam com Darcy Ribeiro, Roberto DaMatta, Mário Souto Maior todos eles cientistas sociais que interpretaram a cultura popular brasileira. Outra faceta de Antropologia Cultural é uma nova interpretação da cultura potiguara já era tempo de olhar etnograficamente para os potiguara (no singular). É um povo indígena representativo que, ainda hoje, habita o Litoral Norte (Baía da Traição e adjacências). A meu ver não se produziu muitos estudos etnográficos sobre essa etnia. Não sei por que os novos antropólogos esqueceram os potiguara? Assim, dedico vários textos a esse povo inclusive faço uma leitura da cerâmica de Chica do Barro a última ceramista potiguara, enfatizou o antropólogo. Como velho marxista que sou, volto-me sempre para as coisas do povo: as coisas que o povo faz e que o povo diz. Minha antropologia jamais terá um ranço acadêmico e elitista. *Depoimento concedido ao nosso Boletim ** Antropólogo, Diretor da SPA 4

Por: Dennis Mota* CRÔNICA: ARQUEOLOGIA COM HUMOR? Quando conheci Vanderley de Brito e Thomas Bruno Oliveira, há cinco anos, confesso que não tive a melhor das impressões deles. Estávamos fazendo uma prospecção no C h a r g e riacho Surrão (município de Itatuba) e ambos não paravam de fazer graças e contar piadas. Eu pensava comigo: Esses caras são pesquisadores mesmo? Eles fugiam completamente da idéia que eu fazia de um pesquisador, (para mim, pessoas geralmente rígidas e sérias). Com o passar do tempo fui me envolvendo naquele clima e me adaptando à situação. Logo eu, gaiato de carteirinha, querer dar uma de santinho! Depois de algumas horas comecei a entender o porquê de tantas brincadeiras. Estávamos numa situação desconfortável, no mato, longe de tudo e de todos e ainda por cima percorrendo quilômetros a pé. Uma situação como essa é de fazer qualquer um chorar e pra não chorar nada melhor do que rir. Desde então, para mim, não há experiência melhor do que fazer expedições na companhia desses humoristas. Sinceramente não sei quem é melhor, Juvandi, Vanderley ou Thomas. Esses caras levam o trabalho a sério como poucos, são verdadeiros cientistas, mas de maneira divertida e humana. São pessoas excepcionais, das quais tenho o maior orgulho de ser amigo. *Sócio Efetivo da SPA 5

NIVALSON MIRANDA EM CAMPINA GRANDE No dia 14 de setembro o artista plástico Nivalson Miranda se deslocou até a cidade de Campina Grande para encontrar-se com o historiador Vanderley de Brito, presidente da SPA, afim de receber orientações sobre arqueologia na Paraíba, em especial sobre a Pedra do Ingá. Nivalson preparou uma exposição plástica sobre sítios arqueológicos na região e, em breve, estará expondo seus trabalhos e palestrando em evento que se dará nos Estados Unidos. Na ocasião, Miranda apresentará dois painéis, de cinco metros cada, um representando uma seleção de painéis rupestres colhidos por José de Azevedo Dantas na década de 20 no interior paraibano e norte-rio-grandense e o outro retratando a Pedra do Ingá em seu ambiente natural. O artista trouxe o painel que representa a Pedra do Ingá para a apreciação do professor Vanderley e lhe doou uma réplica do mesmo em versão diminuta. Nivalson Miranda é sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano IHGC e artista plástico de grande reconhecimento no Estado. No ano passado lançou através da CHESF e do IPHAEP, o livro Areia e seu entorno, um trabalho bilíngüe, de 200 páginas, onde apresenta 87 desenhos à bico de pena reproduzindo igrejas, capelas, senzalas, engenhos, casarões, sobrados, conjuntos arquitetônicos, mausoléus e paisagens de diversos municípios da região do Brejo paraibano. 6

EXPEDIÇÃO LAGOA SALGADA E LAGOA DE PEDRA No dia 16 de setembro o arqueólogo Juvandi de Souza Santos (sócio da SPA) e o paleontólogo Márcio Mendes realizaram uma expedição até o município de Areial, distante 40km de Campina Grande, para visitar o sítio paleontológico Lagoa Salgada, indo em seguida ao município de Esperança, distante 60km de Campina, com intuito de visitar o sítio paleontológico Lagoa de Pedra. Os pesquisadores objetivavam tomar nota das atuais condições destas lagoas pleistocênicas para, através de escavações, resgatar peças fósseis para o acervo do Museu de História Natural da UEPB. As duas lagoas estavam com água na ocasião e uma escavação só será possível com a estiagem e seus conseqüentes efeitos no cálido interior paraibano. Foram observados pelos pesquisadores alguns espécimes fósseis em roçados nos arredores da Lagoa de Pedra, constatando um alto grau de fossilização, fato observado pelos consócios Vanderley de Brito e Thomas Oliveira em maio último. 7

EXPEDIÇÃO A INGÁ No dia 26 de setembro o consócio Thomas Bruno Oliveira realizou uma expedição ao município de Ingá, distante 39km de Campina Grande, para visitar e registrar os novos apetrechos instalados no sítio arqueológico Pedra do Ingá e, com vistas a um trabalho monográfico que está compondo, realizar um novo estudo nas inscrições marginais deste conjunto rupestre, na porção norte do riacho, nos caldeirões e principais blocos que ornam aquela ribeira. Na investida, o pesquisador encontrou mais três pequenos painéis marginais que ainda não haviam sido registrados. Com isso, o conjunto do Ingá passa a compor vinte painéis marginais. Quanto às últimas modificações estruturais e reparos desenvolvidos no sítio arqueológico Pedra do Ingá, estas causaram uma boa impressão ao pesquisador. A sinalização era algo necessário e possui um bom gosto, que certamente, se fazem necessários para desempenhar uma boa aula de campo, além do Museu, cujas peças foram sinalizadas por ação individual do consócio da SPA Dennis Mota, produzindo pequenas placas em impressora jato de tinta... (OLIVEIRA, 2009) 1 O que mais impressionou Thomas foi a recuperação do material arqueopaleontológico do Museu.... Para quem conheceu o estado anterior das peças, o impacto é inconteste. Além disso, os pedestais de madeira, que em outrora eram pretos e carcomidos, foram recuperados e um novo pedestal foi produzido em gesso, tendo sua aparência e design superiores, por isso deve-se viabilizar algum recurso para substituir os outros suportes de madeira por exemplares de gesso. Esta ação também partiu individualmente do Dennis. (idem) 1 (OLIVEIRA, Thomas Bruno. Relatório de Expedição ao Ingá - 26-SET-2009, In: Arquivos da SPA 2009. Campina Grande: SPA, 2009). 8

INOCÊNCIO NÓBREGA E O REGIONALISMO DA INDEPENDÊNCIA O pesquisador Inocêncio Nóbrega Filho, fundador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Arqueologia NEPA, juntamente com o consócio Carlos Azevedo, na década de 60, lançou seu mais recente livro Independência: no grito e na raça no dia 08 de setembro último no plenário da Assembléia Legislativa, em João Pessoa, oportunidade em que recebeu a medalha Augusto dos Anjos, conferida por indicação do deputado Carlos Dunga Júnior. O trabalho de pesquisa de Inocêncio teve início em 1972. Ao longo dos anos, foram reunidas 500 matérias de jornais, dentre as quais edições do Jornal da Paraíba, buscando encontrar enfoques regionais para o seu livro. Dentre os detalhes em torno do Grito do Ipiranga, Nóbrega relata um atentado que seria cometido contra Dom Pedro I. Veio um mercenário da Argentina com o objetivo de eliminá-lo. Mas, claro, não obteve êxito, foi descoberto antes. Uma das figuras que Inocêncio pretende retirar do esquecimento com seu livro é o conterrâneo jornalista Antônio Borges da Fonseca (1808-1872). Dom Pedro I teve muita força, mas não a suficiente para enfrentá-lo. Em 1821, mantinha na Paraíba um jornal chamado O Repúblico. Depois foi para o Rio de Janeiro, onde também fundou outro jornal por lá. Com esse meu trabalho, eu espero homenagear um personagem da nossa classe, do jornalismo, e um ilustre conterrâneo. De acordo com o escritor, a obra foi composta num estilo aberto, com perspectiva crítica, correndo fácil ante os olhares de qualquer leitor, que não terá dificuldades de compreensão de seu texto. Inocêncio Nóbrega Filho nasceu em Soledade-PB. Atuou nas áreas de Arqueologia, Economia, Jornalismo e Contabilidade e é autor do livro Malhada das Areias Brancas (Fortaleza: Escola Tipográfica São Francisco, 1974). LIVRO: O VERDE DO JUAZEIRO O Pe. João Jorge Rietveld, sócio efetivo da SPA, estará lançando no dia 11 de outubro próximo, na cidade de Juazeirinho, distante 80k de Campina Grande, seu mais recente livro: O Verde do Juazeiro. A obra tem apresentação do consócio historiador Vanderley de Brito e trata da História de toda a região da paróquia de Juazeirinho, desde a mais remota pré-história até os dias atuais. O evento ocorrerá durante a Festa da fundação da Paróquia, a partir das 20h, logo após a missa. O presidente da SPA fará pronunciamento no lançamento. Estão todas(os) convidadas(os). 9

20º SR IPHAN VAI ATÉ SÍTIO ARQUEOLÓGICO EM QUEIMADAS No dia 03 de setembro, o arqueólogo e Professor da UEPB Juvandi de Souza Santos integrou uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, composta pelo também arqueólogo (do IPHAN) Onésimo Santos, até o sítio arqueológico Loca, município de Queimadas, distante 18km de Campina Grande, para apuração da denúncia apresentada junto ao Ministério Público de depredação deste cemitério indígena. O proprietário das terras foi contatado pela equipe e notificado do crime. NOTA Em 05 de outubro, a Direção da SPA recebeu o número ISSN 2176-1574 para o presente Boletim Informativo. O ISSN - Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas (International Standard Serial Number) é o identificador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada. Seu uso é definido pela norma técnica internacional da International Standards Organization ISO 3297. Para efeito de publicação, considera-se este número referente a todas as edições do Boletim. 10

NO RIO SURRÃO Com o objetivo de buscar maiores subsídios sobre a história do Município de Ingá, o consócio Dennis Mota esteve no rio surrão, vale em que primitivamente, sob o nome de Cairaré, Manoel Francisco teria se estabelecido nos idos de 1776. Na condição de guia turístico municipal, Dennis busca compreender melhor as origens de Ingá. O acompanhou o guia-aprendiz Antônio Marcos. - Mapa de atuação da SPA em Setembro de 2009 Obs.: Todas as imagens fazem parte do acervo fotográfico da SPA, com exceção das identificadas. 11

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