6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS



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Transcrição:

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS TÍTULO DO TRABALHO: MODELAGEM DE DENSIDADE DE N-ALCANOS A ALTAS PRESSÕES ATRAVÉS DE EQUAÇÕES DE ESTADO CÚBICAS E NÃO-CÚBICAS AUTORES: Frederico Ribeiro do Carmo, Hosiberto Batista de Sant Ana e Rílvia Saraiva de Santiago Aguiar INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Ceará Departamento de Engenharia Química. Este Trabalho foi preparado para apresentação no 6 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás- 6 PDPETRO, realizado pela a Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás-ABPG, no período de 09 a 13 de outubro de 2011, em Florianópolis-SC. Esse Trabalho foi selecionado pelo Comitê Científico do evento para apresentação, seguindo as informações contidas no documento submetido pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho, como apresentado, não foi revisado pela ABPG. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões da Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás. O(s) autor(es) tem conhecimento e aprovação de que este Trabalho seja publicado nos Anais do 6 PDPETRO.

MODELAGEM DE DENSIDADE DE N-ALCANOS A ALTAS PRESSÕES ATRAVÉS DAS EQUAÇÕES DE ESTADO CÚBICAS E NÃO-CÚBICAS. Abstract (Tamanho: 11 Fonte: verdana) In this work, theree equations of state were studied to predict the density of n-alkanes at highpressures. Two of these equations wereof typo cubic equations (Peng-Robinson and Soreide volume translation for Peng-Robinson). The other equation was a non-cubic equation that comes from mechanical statistics (PC-SAFT). The best results were of the PC-SAFT equation with absolute relative mean deviation of 2.52 %, followed by Soreide with 4.97% and Peng-Robinson with 10.23%. 1. INTRODUÇÃO O crescente aumento na demanda de petróleo associada à segurança energética dos países tem levado a exploração, cada vez mais, a fronteiras de difícil acesso como, por exemplo, ao mar, em lâminas de água profundas e ultra-profundas e a ambientes inóspitos como o continente Antártico. Este esforço tem resultado no aumento das reservas, insuficientes, porém, para compensar o aumento no consumo (MARTINS, 2009). Tais reservas encontram-se, muitas vezes, em condições elevadas de temperatura e pressão. As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobrás na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado (MARTINS, 2009). No projeto de perfuração, exploração e produção de petróleo dados de propriedades volumétricas e de transporte dos fluidos petrolíferos são necessários. No entanto, as condições de temperatura e pressão dos poços de petróleo do pré-sal são extremas, o que encarece os projetos de engenharia. Para se modelar com maior precisão as propriedades de transportes diversas equações foram propostas. Com isso, o intuito deste trabalho foi analisar três equações de estado para cálculo de densidade de 15 n-alcanos (C 6 C 20 ) a altas pressões com o intuito de se aperfeiçoar os projetos de engenharia. Neste trabalho, considerou-se como altas pressões toda pressão acima de 1MPa (10 bar). 2. METODOLOGIA Equações de estado (EDE) são, para substâncias puras, relações matemáticas entre volume, pressão e temperatura. Para misturas as EDE s, além disso, incluem composição. Com as EDE s podem-se calcular diversas propriedades energéticas, como entalpia, por exemplo. Como também, propriedades volumétricas, como densidade. Neste trabalho, trabalhou-se com três equações de estado, sendo duas delas cúbicas: Peng-Robinson (Peng e Robinson, 1976) e a equação de Peng- Robinson com translação de volume sugerida por Soreide (Soreide, 1989). A outra equação utilizada

neste trabalho é uma equação não-cúbica e fundamentada na mecânica estatística, esta equação é nomeada por Perturbed Chain Statistical Fluid Theory, mais conhecida como PC-SAFT (Gross e Sadowski, 2001). 2.1. Equação de Peng-Robinson (PR) A equação de PR apresenta a seguinte estrutura, no caso de substâncias puras, juntamente com seus parâmetros: RT a P = (1) ( V b) V( V + b) + b( V b) onde P, V e T são a pressão, volume e temperatura, respectivamente. Os parâmetros a (2) e b (3) são função da temperatura crítica (T C ), pressão crítica (P C ) e fator acêntrico (ω), propriedades essas características de cada componente. 2 [ 1+ (0,37464 + 1,5422 0,26992 )( 1 T )] 0,5 2 2 2 R T c a = 0,45724 r P ω ω (2) c b 0, 07780 RT c = (3) P c onde R é a constante dos gases ideais e T r é a temperatura reduzida (T/T C ). 2.2. Translação da equação de Peng-Robinson sugerida por Ungerer- Batut (UB-PR) A técnica da translação de volume baseia-se na subtração do volume calculado pela equação de estado normal com um parâmetro, c, de correção (4). O efeito desta modificação sobre o volume molar do vapor é geralmente insignificante devido ao seu alto valor relativo ao líquido. V CORRIGIDO = V c (4) EDEC Soreide (1989) sugere outras expressões para o termo S E sugerido por Jhaveri- Youngren (1984): c S E = (5) b onde b, é o parâmetro da equação de estado de Peng-Robinson. Para componentes leves, como CO 2, N 2, CH 4, C 2 H 6 e C 3 H 8, para temperaturas maiores que a temperatura crítica uma relação linear entre e s e a temperatura reduzida foi proposta a equação (De Sant Ana et al., 1998): s = a1 + a2 T r (6)

Para compostos intermediários: C 3 H 8, i-c 4 H 10, n- C 4 H 10, i-c 5 H 10, n-c 5 H 10, C 6 H 10, benzeno, ciclohexano, 2,3-dimetilpentano, e 2,2-dimetilpentano, Soreire propôs uma expressão função da temperatura reduzida. [ a ( T 1) ] a2 6 r = Tr a1 + a3 + a4 + a5 e s ω (7) 2.3. Equação PC-SAFT Na equação PC-SAFT, as moléculas são consideradas como sendo cadeias formadas por segmentos esféricos, nos quais o potencial dos pares de segmentos, na cadeia, são dados por um potencial square-well sugerido por Chen e Kreglewski (1977) (Nitchita et al, 2008). Para moléculas não associativas, três parâmetros são necessários, para substâncias puras: o número de segmentos por cadeia (m), o parâmetro de energia do segmento (ε/k) e o diâmetro do segmento (σ). No cálculo do fator de compressibilidade (Z), além do da contribuição do gás ideal (Z id ) é levada em consideração a contribuição da cadeia rígida (Z hc ) e das forças de ligação (Z dips ), como mostrado na equação (7). Z + id hc disp = Z + Z Z (7) A equação completa e sua metodologia de cálculo podem ser encontradas na íntegra no artigo publicado por Gross e Sadowski (2001). 2.4. Dados experimentais Os dados experimentais utilizados neste trabalho foram retirados da literatura. Na Tabela 1 seguem as referências, ranges de temperatura e pressão e número de dados experimentais (N EXP ) para os respectivos n-alcanos estudados. Tabela 1 - Dados Experimentais utilizados neste estudo. n-alcano N EXP Range de Pressão (MPa) Range de Temperatura (K) Referência C 6 94 2-67 310-510 Stewart et al (1954) C 7 70 5-500 303-573 Doolittle (1964) C 8 18 50-190 298-348 Caudwell et al (2009) C 9 67 5-500 303-573 Doolittle (1964) C 10 82 20-201 298-473 De Sant Ana (2000) C 11 70 5-500 303-573 Doolittle (1964)

C 12 72 34-689 310-408 Cutler et al (1958) C 13 70 5-500 303-573 Doolittle (1964) C 14 51 20-140 293-433 Khasanshin et al (2002) C 15 63 34-654 310-408 Cutler et al (1958) C 16 106 5-140 298-433 Khasanshin et al (2009) C 17 60 5-500 303-523 Doolittle (1964) C 18 48 34-551 333-408 Cutler et al (1958) C 19 99 10-149 313-383 Dutour et al (2000) C 20 50 5-500 373-523 Doolittle (1964) A massa molar e as propriedades críticas utilizadas foram retirados de Reid et al (1987) e os parâmetros da equação PC-SAFT de Gross e Sadowski (2001). 3. Resultados e Discussão As três equações foram aplicadas em todas as condições de temperatura e pressão mostradas na Tabela 1. Para o cálculo das duas equações cúbicas (PR e Soreide-PR) utilizou-se o software EOSC 1.0 (Carmo et al, 2010). Já para os cálculos com a equação PC-SAFT, criou-se um código em Pascal orientado ao objeto (Delphi 7). As três equações foram avaliadas através da média dos desvios relativos absolutos : MDRA(%) = 100 N i= 1 ρ exp i ρ ρ calc i exp i (8) onde os sobrescritos exp e calc representam as densidades experimentais e calculadas pelas equações, respectivamente. Na Tabela 3 é mostrado os MDRA s para cada equação para os respectivos n-alcanos. Na Figura 1 é mostrado comportamento do n-c 20 e as densidades preditas pelas equações estudadas, todos os outros hidrocarbonetos estudados apresentaram o mesmo comportamento em relação às equações estudadas. Sendo apenas diferentes seus respectivos desvios.

Tabela 2 - Média dos Desvios Absolutos das Equações Estudadas. n-alcano Média dos Desvios Relativos Absolutos (%) PR Soreide-PR PC-SAFT C 6 3,08 1,59 0,69 C 7 2,64 2,45 1,63 C 8 7,36 4,05 2,25 C 9 3,83 2,68 2,50 C 10 3,76 2,31 5,21 C 11 7,41 2,88 1,97 C 12 12,12 5,21 4,03 C 13 9,71 3,68 1,61 C 14 12,88 4,81 1,59 C 15 12,10 3,57 3,42 C 16 8,42 1,81 0,96 C 17 7,52 5,12 4,76 C 18 23,29 14,84 1,69 C 19 11,35 1,25 1,37 C 20 20,85 14,97 2,32 MÉDIA 10,23 4,97 2,52

Figura 1 - Densidade do nc 20 a 573,15 K. Conclusões A partir dos resultados apresentados observa-se o quanto superior é a equação PC-SAFT em relação às outras cúbicas estudadas. A translação de Soreide para a equação de Peng-Robinson realmente contribuiu para uma melhoria na predição de densidade de n-alcanos a altas pressões, como observado neste estudo. A equação PC-SAFT foi superior em todos os casos estudados, com exceção para o n-c 10, onde a equação de Soreide-PR apresentou considerável predição quando comparada com a PC-SAFT. Apesar de sua complexidade, a equação PC-SAFT foi a equação que apresentou resultados bem superiores quando comparada com as outras equações estudadas, sendo assim a equação sugerida pelos autores para a predição de densidade a altas pressões de n-alcanos. Agradecimentos À ANP/PRH/31 pela bolsa de mestrado concedida. Referências Bibliográficas

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