1 - INTRODUÇÃO. Adilson Cleômenes Rocha



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Transcrição:

Adilson Cleômenes Rocha *ICEA São José dos Campos cleomenes@gmail.com Maria Paulete Pereira Martins INPE São José dos Campos maria.paulete@cptec.inpe.br Cícero Barbosa dos Santos UTP Curitiba carcarazao@gmail.com Artigo Publicado nos Anais do XVII CBMET Gramado RS * Autor para contato ESTIMATIVA DAS EMISSÕES DE ÓXIDOS DE NITROGÊNIO PROVENIENTE DA AVIAÇÃO CIVIL REGULAR NOS PRINCIPAIS AEROPORTOS BRASILEIROS, EM UM DIA ESPECÍFICO. RESUMO: Este trabalho tem por finalidade estimar a quantidade de NO x emitida pela aviação civil de transporte regular nacional, no dia 31 de agosto 2010. Este dia é considerado representativo da média de voos de uma semana do mês em questão. Os resultados visam a produção de informações sobre emissões por aeronaves bem como para possíveis tomadas de decisões sobre emissões atmosféricas nas proximidades dos 32 principais aeroportos do Brasil. Com base nos dados de voos repetitivos do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, foi feito o cálculo do consumo de combustível, para o ciclo LTO, para todos os voos previstos no dia de referência. Este cálculo levou em conta a operação de 19 tipos aeronaves. Para a determinação do consumo foram utilizadas informações presentes no ICAO Engine Exhaust Emissions Data Bank Subsonic Engines. A partir do valor final encontrado e dos índices de emissões das respectivas aeronaves, obtidos de referências acadêmicas, foi possível estimar a quantidade final da emissão de NO x. ABSTRACT: This study seeks to estimate the amount of NO x emitted by regular national civil aviation, on August 31, 2010. This day is considered representative of the average flight a week of the month in question. The results aim to produce information on emissions from aircraft, as well as possible making decisions about air emissions near the top 32 airports in Brazil. Based on flight data repetitive Management Center of Air Navigation, the fuel consumption for the LTO cycle was calculated, for all scheduled flights on the reference. This calculation took into account the operation of 19 aircraft types. For the determination of consumption we used information present in the ICAO Engine Exhaust Emissions Data Bank - Subsonic Engines. From the final amount of fuel consumption and emission index of the respective aircraft, obtained from academic references, if the calculated final amount of emission of NO x. 1 - INTRODUÇÃO Mesmo diante das crises econômicas, as projeções para o futuro do tráfego aéreo é continuar crescendo. Dessa forma, a preocupação com a qualidade do ar, nas proximidades de grandes aeroportos, tem sido constante pelas instituições que acompanham o desenvolvimento das emissões atmosféricas, e que têm por objetivo a adoção de ações que mitiguem os possíveis efeitos provocados na saúde. Próximo à superfície, os motores das aeronaves gastam a maioria do tempo no modo espera (idle) ou próximo dele. A operação nesta condição, na qual o motor é menos eficiente, permite a emissão de certos poluentes em maior concentração. Neste caso, considerando o combustível de aviação a jato como a querosene (n-decano C 10 H 22 ), três principais poluentes são considerados pela International Civil Aviation Organization (ICAO,

2008): monóxido de carbono (CO); óxidos de nitrogênio (NO x ); e hidrocarbonetos nãoqueimados (HNQ). A Figura 1 esquematiza o comportamento genérico da formação desses compostos químicos em função do empuxo empregado pelas turbinas das aeronaves. Nela pode ser visto que as concentrações desses poluentes dependem da temperatura da chama, que é função do nível utilizado no empuxo. No caso do NO x (NO + NO 2 ), objeto deste artigo, ele pode ser formado de duas maneiras de acordo com sua fonte: termal ou orgânico (PAVRI e MOORE, 2001). O NO x formado da oxidação do nitrogênio presente na atmosfera, durante a queima do combustível e do ar é chamado de termal. Ele é função principalmente da condição estequiométrica entre essas substâncias e da temperatura da chama. O NO x orgânico resulta da oxidação do nitrogênio existente no combustível, como composto ligado aos carbonos da cadeia orgânica, que é muito pequeno nos combustíveis das aeronaves a jato. Somente uma pequena parcela de nitrogênio presente na atmosfera é convertida em NO x, mas a oxidação do nitrogênio orgânico, formando NO x, é praticamente completa (SWERIDUK et al., 2011). Juntamente com o SO 2, o NO x é responsável pelos efeitos das chuva ácida, além de participar como componente do smog fotoquímico. Óxidos de nitrogênio são importantes na formação de ozônio, em determinadas condições atmosféricas, e podem afetar os ecossistemas aquáticos e terrestres. O dióxido de nitrogênio pode irritar os pulmões e baixar a resistência do sistema respiratório, provocando infecções (SWERIDUK et al., 2011). 2 - MATERIAL E MÉTODOS Os dados sobre os voos nacionais e internacionais realizados no dia de interesse e nos aeroportos descritos na Tabela 1, por empresas aéreas brasileiras, foram retirados de uma planilha de voos repetitivos do CGNA (2010). Essas informações são necessárias para a determinação do consumo de combustível, nas seguintes fases do ciclo LTO: descida/aproximação do topo médio da camada de mistura (aprox. 3.000 pés) até o solo (Approach); toque no solo, rolamento no pouso, taxi após o pouso, condição neutra, e desligamento dos motores (taxi/idle in); partida e condição neutra, verificação para a saída, e taxi para a decolagem (Taxi/idle out); decolagem (Takeoff); e subida até o topo médio (aprox.

3.000 pés) da camada de mistura (Climb out). O consumo de combustível foi determinado utilizando como referência o ICAO Engine Exhaust Emissions Data Bank Subsonic Engines (ICAO, 2010). Com este dado mais os índices de emissão das aeronaves, mostrados na Tabela 2, foi estimada a quantidade de emissão de NO x nos 32 principais aeroportos nacionais (ROCHA, 2012). Tabela 1 Aeroportos escolhidos para o cálculo das emissões. Indicador Aeroporto Indicador Aeroporto Indicador Aeroporto SBAR Aracaju - SE SBFL Florianópolis - SC SBPJ Palmas - TO SBBE Belém - PA SBFZ Fortaleza - CE SBPV Porto Velho - RO SBBH Belo Horizonte - MG SBGL Galeão/Rio - RJ SBRB Rio Branco - AC SBBR Brasília - DF SBGO Goiânia - GO SBRF Recife - PE SBBV Boa Vista - RR SBGR Guarulhos - SP SBRJ Rio de Janeiro/Santos Dumont - RJ SBCF Confins - MG SBJP João Pessoa - PB SBSL São Luis - MA SBCG Campo Grande - MS SBKP Campinas - SP SBSP São Paulo - SP SBCT Curitiba - PR SBMQ Macapá - AP SBSV Salvador - BA SBCY Cuiabá - MT SBMO Maceió - AL SBTE Teresina - PI SBEG Eduardo Gomes/Manaus - AM SBNT Natal - RN SBVT Vitória - ES SBFI Foz do Iguaçú - PR SBPA Porto Alegre - RS Tabela 2 - Índices de emissões médios por tipo de motor, para o Ciclo LTO, em g/kg de combustível consumido. Aeronave Motor NO x Aeronave Motor NO x Alenia ATR 42-300 AT43 PWC PW120 7,55 Embraer 145 E145 AE-3007A1 8,68 Alenia ATR 72-500 AT72 PWC PW124B 9,10 Embraer 175 E175 ALF502_R5_1 7,14 Airbus 319 A319 CFM56-5A5 12,00 Embraer 190 E190 CFM56_3B1 9,22 Airbus 320 A320 CFM56-5A1 11,70 Boeing 727-200 B722 P&W JT8D-15 1PW9 8,20 Airbus 321 A321 CFM56-5B3_P 17,41 Boeing 737-300 B733 CFM56-3B1 9,22 Airbus 330-200 A332 RR Trent 772 15,95 Boeing 737-700 B737 CFM56-7B22 11,70 Airbus 340-500 A345 RR Trent 556-61 19,12 Boeing 737-800 B738 CFM56-7B26 14,00 Turbolet 410 L410 PT6A-42 4,29 Boeing 767-300 B763 P&W PW4060 2,75 Fokker 100 F100 RR Tay Mk 650-15 7,57 Boeing 777-300 B773 RR Trent 892 20,63 Embraer 120 E120 PWC PW 120 7,55 Fonte: Adaptado de IPCC (2006). No desenvolvimento do cálculo do combustível foram feitas as seguintes simplificações sobre as condições nas quais as aeronaves operaram durante o ciclo LTO, e que produzem incertezas no resultado final; a) os procedimentos de pouso e decolagem seguem os tempos gastos em cada fase de voo durante o ciclo LTO, definidos pela AFCEE (2009), b) os desempenhos das aeronaves e seus respectivos motores são considerados como se esses fossem equipamentos novos; c) durante o cálculo não foram considerados os atrasos nos voos decorrentes de procedimentos operacionais, possíveis mudanças nos tipos de aeronaves, em função de opções das empresas aéreas, ou cancelamentos dos voos previstos; d) o cálculo de combustível durante o ciclo LTO foi feito considerando o padrão estabelecido pela ICAO, independentemente da configuração dos aeroportos e da variação diária/sazonal da altura da Camada Limite Planetária; e) os motores reais utilizados nas aeronaves não foram efetivamente identificados e sim prédefinidos, por simples escolha, dentre daqueles que normalmente existem nesses equipamentos

Principais Aeroportos Nacionais ou ainda por similaridade; f) a carga nominal embarcada considerada para os voos foi de 70% daquela máxima prevista em cada tipo de aeronave (SUTKUS et al., 2001). 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos podem ser vistos na Tabela 3, a seguir. Tabela 3 Estimativa das emissões de NO x, para o ciclo LTO, em 32 (trinta e dois) dos principais aeroportos nacionais (em g/dia). SBSP 2.438.576 SBPA 899.688 SBSV 1.129.806 SBSL 226.552 SBGR 2.883.078 SBFL 403.113 SBRF 740.974 SBBE 381.903 SBKP 710.235 SBCT 1.055.138 SBFZ 614.022 SBEG 347.553 SBGL 1.596.534 SBFI 140.607 SBMO 200.343 SBPV 120.689 SBRJ 1.391.243 SBBR 1.965.194 SBAR 125.085 SBBV 21.592 SBCF 1.177.566 SBCG 271.192 SBJP 95.510 SBPJ 39.338 SBBH 53.501 SBCY 351.195 SBNT 277.312 SBRB 41.510 SBVT 376.668 SBGO 291.408 SBTE 127.912 SBMQ 70.659 Na Tabela acima é possível identificar os cinco principais aeroportos em quantidades de emissões. São eles: de Guarulhos SP (SBGR), Congonhas SP (SBSP), Brasília (SBBR); Galeão RJ (SBGL), e Santos Dumont RJ (SBRJ). Quando se considera a quantidade de emissão produzida pela aviação regular nacional nos dois principais aeroportos existentes nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (quatro no total), verifica-se que a soma das emissões representam um valor aproximado de 40% das emissões totais. Já quando se avalia somente os dois principais aeroportos, ou seja, Guarulhos e Congonhas, tendo como base o número de voos, eles representam uma emissão de aproximadamente 26% do total. Isso representa uma emissão conjunta desses dois aeroportos de mais de 5,3 ton/dia de NO x. Considerando a possibilidade de este valor ser a média diária anual, estima-se um total de emissão de óxidos de nitrogênio de aproximadamente 2.000 ton/ano, para os dois principais aeroportos existentes em São Paulo. O aeroporto de Brasília (SBBR) destaca-se por ser o terceiro em emissões nacionais de NO x com quase 2,0 ton/dia e, também, por ser o único, entre os cinco primeiros, fora da região sudeste. Cabe registrar que as simplificações levadas a termos neste estudo aplicado ao NO x dificultam a validação ou a comparação com possíveis resultados obtidos por outros pesquisadores, mas não invalidam o objetivo do trabalho. Metodologia de trabalho semelhante aplicada por Rocha (2012) para o CO 2 sugere tal validação. 4 - CONCLUSÕES Considerando as limitações e incertezas advindas deste tipo de pesquisa, este trabalho procurou estimar as emissões de NO x advindas de aeronaves nas proximidades dos principais aeroportos nacionais, pois as emissões deste tipo de transporte vem se tornando significativamente importante, em função do crescimento gradativo e constante no volume de tráfego aéreo, no

Brasil. Nos resultados é possível identificar cinco aeroportos onde as emissões de NO x ultrapassam a marca de 1 ton/dia desse composto, sendo que o aeroporto de Guarulhos atinge um valor superior a 3,3 ton/dia. Neste contexto, e diante desses valores, caberá aos órgãos responsáveis pelas ações de regulamentação e de controle adotarem medidas de acompanhamento sobre possíveis impactos ambientais e de saúde relativos às emissões de NO x pelas aeronaves, associadas às emissões de outras fontes antrópicas próximas a esses aeroportos. 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIR FORCE CENTER FOR ENGINEERING AND THE ENVIRONMENT (AFCEE). Air emissions factor guide to air force mobile sources. Methods for estimating emissions of air pollutants for mobile sources at U.S. Air Force installations. Environmental Consulting Division. San Antonio: HQ AFCEE/TDNQ, 2009. Texas. USA. Disponível em: <http://www.aqhelp.com/ files/af%20mobile%20guide%202010.pdf>. Acesso em 18 dez. 2011. CENTRO DE GERENCIAMENTO DA NAVEGAÇÃO AÉREA (CGNA). Planos de voo repetitivo. Disponível em: <http://www.cgna.gov.br/?page_id=148>. Acesso em 02 set. 2010. INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION (ICAO). Environmental protection aircraft engine emissions. vol 2. 3. ed. Quebec: ICAO, 2008. Annex 16 to the Convention on International Civil Aviation.. ICAO engine emissions databank - aircraft engine emissions. Quebec: ICAO, 2010. Disponível em <http://www.caa.co.uk/ default.aspx?catid=702>. Acesso: 25 jan. 2012. INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). 2006 IPCC guidelines for national greenhouse gas inventories. vol 2: energy. Geneva: IPCC, 2006. Task Force on National Greenhouse Gas Inventories. Disponível em <http://www.ipccnggip.iges.or.jp/public/2006gl/vol1.html>. Acesso em 17 jan. 2012. PAVRI, R e MOORE, G, D., Gás Turbine Emissions and Control. GE Power System, GER- 4211, Atlanta, GA, March, 2001. ROCHA, A. C. Estimativa Simulada das Emissões Atmosféricas Diárias da Aviação Civil Regular no Brasil em um Dia Específico. São José dos Campos: INPE, 2012. Dissertação de Mestrado. SUTKUS, D. J. et al. Scheduled civil aircraft emission inventories for 1999: database development and analysis. Washington, D.C.: NASA. 2001. Tech. Rep. NASA/CR-2001-211216. Disponível em: <http://ntrs.nasa.gov/. SWERIDUK, G. D. et al. Models for Aircraft Surface Operations Environmental Analysis. In: AIAA AVIATION TECHNOLOGY, INTEGRATION, AND OPERATIONS (ATIO) CONFERENCE, 11., 2011, Virginia Beach. Proceedings [S.l]: AIAA, 2011. VA. USA. Disponível em: < http://human-factors.arc.nasa.gov/publications/atio-2011-osi.pdf>. Acesso em 05 fev. 2012.