António Ramalho UVEITES



Documentos relacionados
CLASSIFICAÇÃO ANATÓMICA:

Atlas de Oftalmologia 6. DOENÇAS INFECCIOSAS. António Ramalho

Característica reaccional - serosa fibrino-plastica purulenta

Atlas de Oftalmologia 5. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS. António Ramalho

Anotadas do 4º Ano 2007/08 Data: 18 de Outubro de 2007

CAUSAS MAIS FREQUENTES OLHO VERMELHO

4. ANOMALIAS VASCULARES RETINIANAS 1) ESTREITAMENTO ARTERIOLAR GENERALIZADO

EXOFTALMIA/ ENOFTALMIA. Definição Protusão do globo ocular, de volume normal, provocada por um processo ocupando espaço retrocular.

Atlas de Oftalmologia. 11. Cristalino. António Ramaho

ENDOFTALMITE uma complicação grave da cirurgia de catarata

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL. Profª. Thais de A. Almeida Aula 21/05/13

AZOOR (Retinopatia zonal externa aguda oculta )


QUEIMADURAS OCULARES

TRATAMENTO DO EDEMA MACULAR NÃO DIABÉTICO

CLÁUDIO DE LIMA YAMANE

Patologia do Olho e Ouvido

UVEITES ANTERIORES UVEITES ANTERIORES

OLHO E DOENÇAS SISTÉMICAS

Nefropatia por IgA. Vega Figueiredo Dourado de Azevedo. 1. Introdução

DIPLOPIA DIPLOPIA MONOCULAR

O TRABALHO TEM COMO OBJETIVO NORMATIZAR DIAGNÓSTICO E CONDUTAS NO ACOMETIMENTO OCULAR DA TUBERCULOSE.

Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia. Leucograma. Prof.Dr. Manoel Barral-Netto

ÁREA/ESPECIALIDADE: MEDICINA / OFTALMOLOGIA CLÍNICA

Doenças pulmonares intersticiais. Ft. Ricardo Kenji Nawa

Diagnóstico Diferencial de Nódulos Pulmonares

CAP. 1 - DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

RESUMO DOS PRINCIPAIS AUTO-ANTICORPOS E MARCADORES REUMÁTICOS

a ç n e C U i P u R o lh e rm e V o lh O

Data: 17/05/2013. NTRR 74/ 2013 a. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

Corticóides na Reumatologia

REQUERIMENTO. (Do Sr. Jofran Frejat) Senhor Presidente:

a) Episclerite b) Uveíte anterior aguda c) Esclerite d) Glaucoma agudo e) Hemorragia subconjuntival

Anatomia e Histologia do Limbo

Atlas de Oftalmologia. 9. Íris. António Ramalho

Mini Glossário. B Blefarite Inflamação das pálpebras.

DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UVEÍTE EM FELINOS DOMÉSTICOS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes

FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR

Linfonodomegalias na Infância

Efusão uveal associada à tuberculose presumida: relato de caso

Conceito. Autoimunidade é uma resposta imune específica contra um antígeno ou uma

Mielite Transversa: Sintomas, Causas e Diagnóstico

Doença inflamatória da coluna vertebral podendo ou não causar artrite em articulações periféricas e inflamação em outros órgãos como o olho.

SINAIS OCULARES de MEDICINA GERAL(SISTEMICOS) / SINAIS OCULARES LOCAIS

Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo

Caso Clínico. Andrea Canelas

Atlas de Oftalmologia 9. TUMORES. António Ramalho

Forum de Debates INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM. Rui Toledo Barros Nefrologia - HCFMUSP rbarros@usp.br

TÍTULO: RELATO DE CASO - OCT de segmento anterior na avaliação de edema de córnea

Algoritmo de Investigação das Adenomegalias

Abordagem do Paciente Renal F J Werneck

DOENÇAS AUTO-IMUNES MUCOCUTÂNEAS

Doenças sistémicas e implicações para a visão

CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS NEUROMUSCULARES

EMBRIOLOGIA - A pertir do 7º mês, a membrana pupilar reabsorve-se progressivamente, iniciandose no centro.

PROVA ESPECÍFICA Cargo 75

12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO OFTALMOLOGISTA. Qual substância é utilizada no tratamento antirreflexo das lentes oftálmicas orgânicas?

Introdução. Metabolismo dos pigmentos biliares: Hemoglobina Biliverdina Bilirrubina Indireta (BI) ou nãoconjugada

Estudo da prevalência das uveítes em hospital oftalmológico terciário em Teresina, Piauí, Brasil

Sistema Respiratório. Afecções das vias aéreas inferiores. Profa. Dra. Rosângela de Oliveira Alves Carvalho

ÁREA/ESPECIALIDADE: MEDICINA/ REUMATOLOGIA

Necrose Retiniana Aguda - Caso Clínico Refractário*

I SINAIS 3. LESÕES RETINA 1) LESÕES DE COLORAÇÃO AVERMELHADA

Trauma ocular Professora Chalita

5ª FASE - CRONOGRAMA CRONOGRAMA PROVISÓRIO FINAL 26Set. seg 28/09 ter 29/09 qua 30/09 qui 01/10 sex 02/10

II Encontro de Formação OMV Oftalmologia/Cirurgia Oftalmológica ABORDAGEM ÀS NEOPLASIAS OCULARES A ENUCLEAÇÃO É SOLUÇÃO?

Algoritmo de investigação Alterações do leucograma

Uveítes Posteriores Não Infecciosas

TÍTULO: Neurossífilis

MANIFESTAÇÕES OCULARES DE DOENÇAS SISTÊMICAS

LEPRA OCULAR TRATAMENTO DR. J. MENDONÇA BARROS

Artropatias inflamatórias crônicas

Patologia do testículo e vias espermáticas

2ª PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS REUMATOLOGIA

OLHO VERMELHO OBJETIVOS DE APRENDIZADO

SÍNDROME NEFRÍTICA AGUDA

Atlas de Oftalmologia 8. DOENÇAS TRAUMÁTICAS OCULARES. António Ramalho

Artrite Resumo de diretriz NHG M90 (agosto 2009)

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO INSTITUTO QUALITTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS SÍNDROME UVEODERMATOLÓGICA

LINFOMAS. Maria Otávia da Costa Negro Xavier. Maio -2013

TUMORES CORÓIDE. N.CILIARES LONGOS E CURTOS AO LADO TUMOR - alargamento. DISSEMINAÇÃO - mais pelos vasos sanguíneos do que pelos linfáticos.

Semiologia do aparelho osteoarticular. Professor Ivan da Costa Barros

CURSO DE FISIOTERAPIA Autorizado pela Portaria nº 377 de 19/03/09 DOU de 20/03/09 Seção 1. Pág. 09 Componente Curricular: Fisioterapia em Reumatologia

DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULAR ESQUELÉTICO. Claudia de Lima Witzel

UNA-SUS Universidade Aberta do SUS SAUDE. da FAMILIA. CASO COMPLEXO 4 Maria do Socorro. Fundamentação Teórica: HIV e saúde bucal

HANSENÍASE. Manifestações clínicas. Características clínicas

Causas Extracranianas e Sistêmicas da Dor Facial e Cefaleia

NEURORRADIOLOGIA DAS INFECÇÕES

A íris regula automaticamente segundo a intensidade luminosa e assegura em parte a troficidade do segmento anterior.

URGÊNCIAS EM OFTALMOLOGIA

Incidência e etiologia de uveítes em Curitiba

DIAGNÓSTICO DAS LOMBALGIAS. Luiza Helena Ribeiro Disciplina de Reumatologia UNIFESP- EPM

COMANDO DA AERONÁUTICA GABARITO OFICIAL APÓS ANÁLISE DE RECURSOS CONCURSO: IE/EA CAMAR/CADAR/CAFAR 2009 CARGO: REUMATOLOGIA (REU)

1. SÍNDROME DO OLHO VERMELHO

Miopia. Miopia Patológica. pseudomiopia e miopia nocturna. Miopia elevada, associada a mudanças

PARECER CREMEC nº 27/ /12/2007

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DE DROGAS IMUNOBIOLÓGICAS EM UTILIZAÇÃO NO BRASIL

Transcrição:

UVEITES CLASSIFICAÇÃO ANATÓMICA ANTERIOR o Irite o Iridociclite o Ciclite anterior INTERMEDIÁRIA o Pars planite o Hialite o Cilcite posterior POSTERIOR o Coroidite focal o Coroidite multifocal o Coroidite difusa o Corioretinite o Retinite o Neuroretinite PANUVEITE DIAGNÓSTICO À LÂMPADA DE FENDA: Esclerite Injecção ciliar Queratite Precipitados retrocorneanos Atrofia íris Nódulos íris Sinéquias anteriores Sinéquias angulares Sinéquias posteriores Reacção inflamatória na câmara anterior Reacção inflamatória no vítreo Associação a Hipertensão ocular 1

1) ESCLERITE ETIOLOGIA: Conectivites (Policondrite atrofiante, Lúpus) Vasculite sistémica (D.Wegener. Poloartrite reumatóide, Behçet, periartrite nodosa) Espondilatropatia ( D.Crohn) Infecção (Herpes VZV) Doenças granulomatosas (Sarcoidose, Tuberculose, Sífilis, D.Lyme) CLÍNICA: dilatação vasos esclerais dor nocturna intensa adelgaçamento escleral (cor violácea, por viusalização da coróide) 2) INJECÇÃO CILIAR Intenso- nas uveites anteriores agudas Ausente algumas uveites posteriores (retinocoroidopatia Birdshot, Síndrome Susac e vasculites sistémicas). 3) QUERATITES HERPES queratite epitelial, estroma ou endotelial SÍFILIS infiltrados corneanos marginais (fase 2ª) - queratite estromal intersticial unilateral, anterior e recidivante (fase 3ª) TUBERCULOSE queratite flyctenular ou queratite estroma intersticial, unilateral, anterior e recidivante D. CROHN úlceras marginais D. BEHÇET lesões flyctenulares conjuntivais ou corneanas 4) PRECIPITADOS ENDOTELIAIS Correspondem a depósitos inflamatórios sobre o endotélio corneano. Em gordura carneiro Sarcoidose, Toxoplasmose Em gordura carneiro confluentes Herpes vírus Pequenos, redondos D.Vogt Koyanagi-Harada Espiculados Heterocromia Fuchs Os preciptados endoteliais no Herpes são finos no início, tornando-se maiores, na ausência de tratamento 2

ETIOLOGIA DE PRECIPTADOS RETROCORNEANOS GRANDES (GRANULOMATOSOS) Sarcoidose Toxoplasmose Heterocromia Fuchs Herpes vírus D.Vogt-Koyanagi-Harada D.Lyme, Sífilis, Tuberculose, Lepra Linfomas Endoftalmites 5) ÍRIS Os nódulos iridianos correspondem a um agregado de linfóciots e células epitelióides (Ocorrem na Sarcoidose, Tuberculose, Sífilis, Lepra). Nódulos Koppe no esfíncter iridiano Nódulos Busacca na collerete iridiana Atrofia iridiana em sector (herpes) - difusa (Heterocromia Fuchs) Sinéquias iridianas anteriores e posteriores 6) HIPOPION ETIOLOGIA UVEITES COM HIPOPION Espondilartropatias (D. Reiter, Reumatismo psoriatico, Crohn) D.Behçet DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM HIPOPION Endoftalmite Corpo estranho intraocular Leucemia Retinoblastoma 7) HIPERTENSÃO OCULAR Descartar a hipertensão ocular por corticosteróides ETIOLOGIA DE UVEITES HIPERTENSIVAS Herpes vírus Espondilartrite anquilosante Sarcoidose 3

Posner-Sclossman Toxoplasmose Sífilis Tuberculose 8) TYNDALL PROTEICO NA CÂMARA ANTERIOR A uveíte acompanha-se duma ruptura da barreira hemato-aquosa, com passagem de proteínas e células inflamatórias. O Tyndall proteico pode ser subjectivamente quantificado. A classificação de Hogan é a mais aceite: GRAU DESCRIÇÃO 0 ausente 1+ ligeira 2+ Moderado 3+ Marcado (não visíveis os detalhes da íris e cristalino) 4+ Intenso (Fibrina) 9) TYNDALL CELULAR NA CÂMARA ANTERIOR As células visíveis no humor aquoso provém do corpo ciliar ou da íris inflamada. A irite é fonte de sinéquias. A classificação Hogan : GRAU NÚMERO CÉLULAS 0 < 1 célula 0.5+ 1-5 células 1+ 6-15 células 2+ 16-25 células 3+ 26-50 células 4+ > 50 células DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL UVEÍTES UNILATERAIS (as causas mais frequentes) INFECCIOSAS 4

o Toxoplasmose o Toxocara o Herpes vírus o Endoftalmite ESPONDILOARTROPATIAS UVEÍTES AGUDAS (as causas mais frequentes) Uveítes anteriores secundárias a infecção Uveítes anteriores secundárias a Espondiloartropatias Retinite necrosante herpética S.Vogt Koyanagi-Harada Toxoplasmose Síndrome Manchas Brancas Evanescentes Epiteliopatias em Placas Corodite serpiginosa Endoftalmite UVEÍTES CRÓNICAS (as causas mais frequentes) Artrite juvenil idiopática Retinocoroidopatia Birdshot Endoftalmite crónica Oftalmia simpática Coroidite multifocal Etiologia das uveites intermediárias e Pars planite ETIOLOGIA DAS UVEITES ANTERIORES IDIOPÁTICA INFECCIOSAS o Virais (HSV, VZV; CMV) o Bacterianas (Sífilis, Lyme, Leptospirose, Lepra) ESPONDILATROPATIAS o Espondilite Anquilosante o S. Reiter PATOLOGIAS SISTÉMICAS o Sarcoidose, Behçet o Raramente (Wegener, Linfomas) 5

PATOLOGIAS OCULARES o Pseudo-uveite o Heterocromia Fuchs o S. Posner Sclossmann IATROGÉNICAS o Rifabutina ETIOLOGIA DAS UVEITES INTERMEDIÁRIAS Sarcoidose Esclerose em Placas Infecção: Sífilis, Lyme, Brucelose ETIOLOGIA DAS UVEITES POSTERIORES DOENÇAS AUTOIMUNES o Sarcoidose o Behçet o S. Vogt-Koyanagi-Harada o Colagenose: Lúpus, Esclerodermia o Anegítes necrosantes : Wegener, o Arterites sitémicas : Takayasu. S.Susac R. BIRDSHOT INFECÇÕES o Herpes vírus o Sífilis, Lyme Rickettiose o Tuberculose o Parasitoses (toxocara, Onchocercose) o D.Fúngica TUMORES o Linfoma intraocular o Metástases o Síndrome Paraneoplásico IDIOPATICAS 6