Projetos de Pesquisa do Curso de Direito

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Transcrição:

Projetos de Pesquisa do Curso de Direito Projeto 1: Coordenação: Profa. Dra. Jaqueline Mielke Silva Título: A limitação territorial dos limites subjetivos da coisa julgada nas ações coletivas e a restrição da tutela de direitos fundamentais Resumo: Os limites subjetivos da coisa julgada nas ações coletivas, se dão em caráter erga omnes e ultra partes, mas limitado a competência territorial do magistrado que prolatou a decisão. Essa sistemática, esvazia o propósito da tutela coletiva que é o de ser, na medida do possível, abrangente, evitando assim o ajuizamento de ações individuais, reduzindo a carga do poder judiciário. Do mesmo modo, o risco de decisões contraditórias, para idênticas situações fáticas, também é evidente. Analisar o propósito e objetivo da tutela coletiva. Analisar as razões pelas quais o legislador brasileiro instituiu os limites subjetivos da coisa julgada nas ações coletivas vinculados à competência territorial do órgão prolator da decisão. Verificar as implicações que a limitação da coisa julgada nas ações coletivas produz na tutela de direitos fundamentais. Apontar possibilidades para ampliação dos limites subjetivos da coisa julgada nas ações coletivas, de modo a ser cumprido o propósito e os objetivos da tutela coletiva. Projeto 2: Coordenação: Profa. Dra. Angela Kretschmann Título: O Jardim do Curso de Direito Objetivos: Estabelecer um ponto de encontro para o diálogo envolvendo os professores e alunos do Curso, a partir da literatura. O propósito de chamar de Jardim o momento em que os professores do Curso de Direito se encontram para conversar e debater uma obra literária. Representa o desejo de encontro e diálogo de experiências, vivência transdisciplinar, e partilha, convívio e aprendizagem. Além disso, o Jardim merece ser, na proposta dos filósofos gregos do epicurismo, um lugar muito privilegiado, e raro, de liberdade, ou, na proposta dos estóicos, que ensinavam nos pórticos de Atenas, uma busca de serenidade. Entende-se que retomar a questão da necessária construção de um espaço verdadeiramente livre não é senão reconhecer que o mundo atual não é tão distinto das agruras do passado, dos temores e das prisões da época antiga, já que hoje elas apenas se apresentam com novas aparências e feições. A violência das cidades, a corrupção política, a ausência de condições de vida verdadeiramente humanas, que o Estado pretende privilegiar aos seus cidadãos, só isso já demonstra o quanto estamos antes presos a uma falsa liberdade. E o jardim peripatético antigo mostra-se então atual, mais do que interessante, uma proposta de viver a liberdade, ainda que restrita a seus limites. O Curso de Direito, que iniciou suas atividades no ano de 2011, vem propor, através de um diálogo singular que começa com os professores, aproximar o direito e a literatura na vida de cada um de nós e de nossos alunos. Como os alunos iniciam o curso basicamente com as disciplinas propedêuticas. O Jardim é hoje qualquer lugar onde é possível dialogar livremente. O Jardim é uma sala de aula, é uma reunião de amigos, é um lugar imaginário ou construído, onde se pode pretender falar e

ser ouvido, aprender e ensinar e, nesse processo múltiplo, promover o conhecimento e divulgá-lo. Isso é liberdade, dentro de um contexto pouco otimista para os tempos de hoje e, por isso mesmo, com mais razão para existir. E essa recuperação é importante para uma época que também, assim como na Grécia destruída,[1] apresenta-se fragmentada e caótica e, portanto, uma época em que o espaço especial de liberdade está bastante reduzido. Ainda que o discurso oficial e a internet tragam uma aparência de liberdade, o Jardim real, onde as pessoas editam e promovem suas ideias e visam seu esclarecimento, só existe onde é proposto voluntariamente, conscientemente e de forma comprometida com o saber. As obras escolhidas visam propor uma reflexão do Direito, e sendo assim, não se limitam a representar uma análise do direito através da literatura, como se estivéssemos assistindo um filme e tentando compreender seu enredo. É muito mais do que isso, pois visa questionar o próprio jurídico em situações limites, buscando razões que se encontram em última análise na própria razão de viver de cada um de nós. O Mestre do Jardim escreveu a Meneceu que o maior Bem consiste em saber bastar-se a si mesmo. A Sabedoria é o maior dos bens: ela ensina a quem quer ser feliz que é necessário ser sábio, honesto e justo, e ensina-nos também que não se pode ser sábio, honesto e justo sem conhecer simultaneamente a felicidade (DUMONT, Jean-Paul. A filosofia antiga. Trad. de Luís Carvalho. Lisboa: Edições 70, 1962., p. 88). Projeto 3: Coordenação: Prof. Me. Guilherme de Oliveira Feldens Título: ESTADO E DIREITO: O Poder, a violência e a Justiça nas sociedades Modernas. Aprofundar o estudo sobre a fundamental relação existente Estado, Direito e Justiça, analisando os princípios dominantes na filosofia política e na Ciência Política atual. Com isso, pretende-se verificar as principais teorias de Justiça e de Estado apresentadas nas últimas décadas, objetivando o estudo aprofundado de seus fundamentos para a analisar as possibilidades de aplicação nas sociedades atuais, bem como averiguar possibilidades alternativas de justiça. Ao fim, pretende-se concluir pela possibilidade ou impossibilidade da relação entre Direito e Justiça. Aprofundar os estudos referentes à Uma teoria da justiça (1971) de John Rawls, demonstrando a real importância de tal obra para o pensamento político Moderno. Avaliar as principais críticas impostas ao pensamento de John Rawls, tendo como base a análise do pensamento de Robert Nozick, Ronald Dworkin e Charles Taylor. Analisar a obra Força de Lei de Jacques Derrida, abordando seus questionamentos sobre a Justiça, a Moral e a política. Estabelecer a relação entre Força (Violência), Direito e Justiça? Averiguar a possibilidade de estabelecer um modelo de Estado e de Direito que não esteja fundada em um ato de violência primordial. Concluir se a Justiça pode ser requerida imediatamente, através de um ato de criação, sem buscar fundamentação em imperativos hipotéticos que a justificam.

Projeto 4: Coordenação: Profa. Me. Fabiane Simione Título: Fazendo Direito: olhares diversos sobre acesso à justiça O projeto de pesquisa Fazendo Direito: olhares diversos sobre acesso à justiça pretende reunir a comunidade acadêmica para a discussão e realização de leituras orientadas sobre temas voltados para as práticas de acesso à justiça. Sob este aspecto, privilegia-se a interdisciplinaridade entre a doutrina jurídica e obras literárias e/ou filmes que remetam para diferentes abordagens sobre o problema do acesso à justiça. Desde a promulgação da Constituição Federal em 1988, os brasileiros conquistaram uma avançada lei fundamental no que diz respeito à garantia dos direitos individuais e sociais. Entretanto, ainda é preciso vencer inúmeros obstáculos para que estes direitos sejam exercidos por todos/todas os/as cidadãos/cidadãs, independentemente de sexo, gênero, cor e etnia, classe social, nível de escolaridade ou orientação sexual. A falta de conhecimento das leis e dos direitos; a falta de recursos para o pagamento de honorários advocatícios; a sofisticação e hostilidade do ambiente judiciário às camadas pobres da população e o descompasso entre o direito positivado e a realidade em que se estabelecem as relações jurídicas, são alguns destes obstáculos. O campo do direito, entendido como um conjunto de instrumentos normativos atos legislativos e decisões judiciais produzido nas tensões entre diferentes argumentos e forças políticas, tem refletido sobre a necessidade de ampliação do conceito de Justiça para além dos limites de atuação do Poder Judiciário. Objetivos Gerais: Identificar quais os problemas para o acesso à justiça no município de Cachoeirinha. Analisar as condições de efetividade para as práticas de acesso à justiça. Apresentar uma proposta de prática de acesso à justiça para ser executada no âmbito do CESUCA. Atualizar o repertório discursivo veiculado nas práticas de acesso à justiça. Projeto 5: Coordenação: Profa. Dra. Angela Kretschmann Título: Liberdade ou proibição do discurso no Brasil Objetivo geral: Definir a real extensão da liberdade de expressão no Brasil e sua convivência junto a outros direitos fundamentais como a honra, dignidade, imagem das pessoas. Até onde existe a proibição do discurso ao ódio no Brasil. Objetivos Específicos: Rastrear a evolução histórica da ideia de liberdade de expressão e a situação teórica na atualidade. Analisar o comportamento dos tribunais brasileiros e estrangeiros em relação à aplicação da liberdade do discurso quando ponderada com outros direitos fundamentais, como o direito à honra, imagem e dignidade humana. Comparar a extensão da liberdade de expressão brasileira com a liberdade de expressão americana e europeia, em especial, inglesa e alemã. Analisar casos específicos que tiveram repercussão no Brasil, relacionados a pessoas públicas e privadas, e as diferentes formas de resultados obtidos judicialmente, comparando seus fundamentos e analisando sua coerência jurídica.

Estudar as experiências internacionais e o direito comparado sobre o assunto das liberdades e direitos fundamentais; Listar as melhores práticas internacionais, de modo a garantir um conjunto de proposições a serem estudadas para o modelo nacional de aperfeiçoamento do exercício da democracia. Projeto 6: Coordenação: Prof. José Antônio Gerzson Linck Título: Ciências Criminais e Estudos Culturais: transdisciplinariedade e arte na pesquisa acadêmica Objetivo geral: Utilizar o Cinema, a História das Idéias e os Estudos Culturais como um tripé dialógico que forneça sugestões de abordagem de um fenômeno complexo e multifacetário, qual seja, a compreensão do desvio nas ciências criminais, sobretudo na pós-modernidade. Problematizar espaços de abertura para a arte cinematográfica nas Ciências Criminais que evitem, sobretudo, dois equívocos recorrentes: o primeiro consiste em reduzir o potencial de produção e criação do pensamento cinematográfico objetificando o cinema, ou seja, transformando a arte em um objeto para reproduzir conhecimentos já sedimentados ou como exemplificação de teorias. O segundo consistiria em utilizar o cinema exclusivamente como forma de reforçar críticas já construídas acerca dos fundamentos das ciências criminais. Utilizar o cinema como se fosse uma doutrina científica seria desconsiderar o potencial anárquico da arte em relação à ciência, subordinando o pensamento dos cineastas ás teorias científicas. Não se trata de negar o diálogo entre arte e ciência, tampouco de hierarquizar conhecimentos, mas procurar uma forma de escuta onde as ciências criminais poderiam, além de utilizar a arte como forma de questionar e fortalecer seu próprio discurso, criar discursos outros e, principalmente, cogitar a utilização das perspectivas criadas por cineastas como alternativas outras de representar objetos de pesquisa e construir práticas alternativas de pesquisa, como a etnografia, os trabalhos de campo, a utilização da arte e demais formas de apreensão de conhecimento pouco usuais nas pesquisas jurídicas. Desta forma, o intuito não é desconsiderar a importância da epistemologia para as ciências criminais, mas justamente sustentar que a epistemologia é tão fundamental que não deve ser cristalizada em axiomas atemporais. Objetivo específico: Se no primeiro momento a intenção é utilizar o cinema como produtor de discursos acerca dos fundamentos das Ciências Criminais, em um segundo momento o intuito é observar formas utilizadas pelo cinema na construção de perspectivas de personagens desviantes com identidades fluídas, para servirem de apoio tanto ao método como a forma de representar pesquisas alternativas no campo jurídico, sobretudo no campo de saber da criminologia, do direito penal e da política criminal. Projeto 7: Coordenação: Prof. Emerson de Lima Pinto Título: Hans-Georg Gadamer. Hermenêutica filosófica e aproximações com a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen e a teoria literária de W. Benjamin. Definir a relevância da Teoria Pura do Direito de Kelsen como contribuição (in)atacável e sua convivência (im)possível com a virada ontológica da hermenêutica filosófica de Gadamer como fio condutor da linguagem e sua relação com a obra W.Benjamin.

Verificar a evolução da situação teórica na atualidade histórica da Teoria Pura do Direito de Kelsen como expressão da técnica e seu discurso da ciência jurídica. Analisar as contribuições da tradição hermenêutica - enquanto técnica e modo de compreensão e sua relação com o Direito na constituição de uma racionalidade filosófica. Analisar o comportamento hermenêutico sugerido por Gadamer na III Parte de Verdade e Método I e sua aplicação no Direito e suas aproximações do discurso quando preponderante na atual estrutura da Constituição ocidental. Comparar alguns capítulos da TPD e sua atual sustentação com outros teóricos do Direito seguidores de Kelsen. Verificar a leitura de W.Benjamin da técnica e da política a partir de suas obras escolhidas Volume I (Mágica e Técnica, arte e política) e sua relação com o discurso sobre a ciência montado pelo Direito Positivo de matriz kelseniana. Analisar a aproximação do Direito, Filosofia e literatura a situação teórica na atualidade. Comparar a analise extensão da dialética e sua repercussão na literatura como elemento potencializador da política. Estudar as obras literárias e verificar sua correlação com o Direito e suas experiências narrativas no processo de compreensão e (re)configuração do direito no Estado Democrático de Direito como guardião de seus direitos fundamentais; Listar as melhores práticas hermenêuticas, de modo a garantir um conjunto de proposições a serem estudadas para o modelo nacional de aperfeiçoamento do exercício da democracia. Projeto 8: Coordenação: Profa. Ângela Kretschmann Título: O direito de acesso na sociedade digital: balanceamento de interesses, economia criativa e censura O objetivo geral deste projeto é avaliar as reais condições de acesso à informação e o modo como algumas leis tem sido instrumentalizadas para impedir o acesso a uma memória histórica, fundamental para o fortalecimento da democracia e o reconhecimento e efetividade dos direitos humanos. Além disso, visa as seguintes metas: Analisar o significado do Acesso digital na atualidade e para a civilização digital; Identificar os tratados e convenções internacionais que fundamentam os direitos humanos fundamentais de acesso à cultura, informação e educação; Estudar as relações entre os direitos fundamentais de autor e de acesso; Contextualizar os direitos de acesso e de autor nas escolas públicas da cidade; Analisar os avanços na área digital e o avanço do acesso a tais meios; Analisar as condições reais de acesso de alunos e professores em escolas municipais e estaduais, através de aplicação de questionário e entrevistas; Investigar os principais desafios dos direitos fundamentais de acesso na sociedade contemporânea, buscando elementos - filosóficos, antropológicos, políticos e jurídicos - que deem suporte a sua concretização dos direitos subjetivo; Estudar o acesso e o direito de autor no contexto da teoria de uma economia do conhecimento; Criar grupos de estudos sobre as temáticas do projeto envolvendo docentes e discentes.

Projeto 9: Coordenação: Prof. Me. Marcelo Almeida Sant Anna Título: Processo Penal de Estado de Exceção Analisar as bases teóricas que fundamentam o Estado de Exceção na atualidade. Compreender a relação entre o direito processual e o Estado de Exceção. Identificar os espaços anômicos criados pela legislação processual penal, bem como as manifestações do poder político em tais espaços. Avaliar, nos processos e procedimentos criminais, a eficácia dos direitos e garantias fundamentais em oposição às manifestações do poder político. Compreender as teorias que identificam o Estado de Exceção enquanto fenômeno de suspensão da ordem jurídica; Analisar as correntes mais críticas que colocam o Estado de Exceção como elemento indeterminado aos Estados Democráticos; Compreender, no plano interno, o significado do poder politico ; Analisar os diversos procedimentos processuais penais e identificar pontos críticos nos quais os mecanismos de Exceção operam; Questionar a eficácia dos direitos e garantias fundamentais em face à anomia processual penal; Avaliar os principais aspectos psicológicos que motivam ou influenciam o desrespeito aos direitos e garantias fundamentais. Projeto 10: Coordenação: Prof. Des. Me. Ney Wiedemann Neto Título: A poteção do meio-ambiente no contexto da Argumentação Jurídica Resumo: Tem por objetivo analisar o papel da argumentação jurídica nos cenários das instituições políticas e jurídicas e o modo como ela é útil para a proteção do meio-ambiente. Considerando os contextos argumentativos que se estabelecem no Poder Público Municipal, seja no âmbito da Prefeitura Municipal ou da Câmara de Vereadores, assim como nas Instituições Jurídicas do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, as políticas públicas e as medidas judiciais e extrajudiciais de proteção do meio-ambiente podem ser pesquisadas sob todos esses prismas.