Animais Parte 2 (9- Cordados)

Transcrição

1 Animais Parte 2 (9- Cordados) Os cordados são animais vertebrados, bilateralmente simétricos e o filo animal mais diverso no mundo. Todos compartilham um grupo de características derivadas, embora muitas espécies as tenham somente durante o desenvolvimento embrionário: as notocordas, os cordões neurais dorsais e as fendas faríngeas. as notocordas são cordões gelatinosos longitudinais e flexíveis, localizados entre o tubo digestivo e o cordão nervoso. Elas conferem suporte esqueletal e um eixo de crescimento para o tubo neural, oferecendo um crescimento organizado do embrião. os tubos ou cordões neurais dorsais são formados a partidos do ectoderma, enrolando-se formando um tubo localizado dorsalmente à notocordas. O cordão nervoso de um embrião de cordado se desenvolve no sistema nervoso central, originando o cérebro e a medula espinhal. as fendas ou rachaduras faríngeas desenvolvem-se em fendas que se abrem para do corpo, permitindo que a água entre na boca para sair do corpo sem passar pelo sistema digestório inteiro, economizando energia metabólica. Há três subfilos dos cordados: i. os urocordados, que são os mais antigos e simples. Inicialmente, a notocordas fica restrita à região da cauda; com o desenvolvimento do embrião, ele a perde. São também chamados de tunicados, pois suas peles secretam a túnica, substancia que deixa o corpo rígido e fixo a uma pedra. Seus animais mais conhecidos são as ascídias, podendo ser encontradas solitárias ou em colônias. Assim que um tunicado se fixa a um substrato, ele sofre uma metamorfose radical. Cauda e notocordas são reabsorvidas, o sistema nervoso degenera e os órgãos remanescentes sofrem uma rotação de 90. ii. os cefalocordados, que são animais que mantêm a mesma estrutura embrionária. As fendas faríngeas ficam na região anterior. São também chamados de anfioxos, devido à forma da lâmina. As larvas se alimentam de plâncton na coluna d água, alternando entre natação ativa para cima e passiva para baixo. Um anfioxo frequentemente abandona a toca para nadar até outro local.

2 iii. os vertebrados. Durante seu desenvolvimento embrionário, a notocorda é absorvida, deixando de existir. O embrião, posteriormente, substitui a notocorda pela coluna vertebral ou espinha dorsal. Quando as vértebras se formam, elas abraçam e envolvem o tubo nervoso dorsal. No final, o feixe de células nervosas é denominado medula espinhal. Filtração dos vertebrados Todos os vertebrados apresentam o rim, órgão responsável pela diálise ou filtração sanguínea. O fígado possui a função de desintoxicar o organismo, processando e convertendo restos como amônia, ureia e ácido úrico. substância solubilidade toxicidade amônia (NH3) ureia + +/- (CH4N2O) ácido úrico (C5H4N4O3) - - Circulação e respiração nos vertebrados O principal órgão circulatório é o coração, existente desde os moluscos, que faz a manutenção da pressão sanguínea e permite o fluxo sanguíneo. A circulação de todos os vertebrados é fechada e ventral. O sangue entra pelas veias, indo aos átrios, passa pelos ventrículos, e sai pelas artérias. O relaxamento e a contração da câmara cardíaca são chamados de diástole e sístole, respectivamente. As fibras musculares, durante um pequeno intervalo de tempo, usam glicose de maneira anaeróbia a partir da fermentação. O produto final é o ácido lático, C3H6O3, que pode causar a destruição das fibras musculares. Em longo prazo, o organismo substitui as fibras por tecido conjuntivo; esse fato é determinante para infartos. Nos peixes (1A/1V), toda vez que o sangue chega no coração, ele é pobre em O2 e CO2. As brânquias tem alta vascularização, e o sangue, quando chega nelas, é oxigenado. Assim, a

3 respiração é dependente da água. A circulação é simples e completa. Os anfíbios (2A/1V) são tricavitários, apresentando, pela primeira vez, os pulmões. Entretanto, ele é ineficaz; a oxigenação, portanto, é também feita pela pele. A anatomia do coração muda: há dois átrios, tendo dois sistemas de distribuição de sangue. Como há somente um ventrículo, há uma mistura sanguínea; assim, há uma baixa taxa de oxigênio circulando. A circulação é incompleta. Os répteis (2A/1V) possuem respiração somente pulmonar. Em répteis não crocodilianos, a parede do ventrículo é mais espessa, havendo uma elevação chamada de septo cardíaco; entretanto, ele é incompleto. A circulação é dupla incompleta; a taxa de oxigenação também é diferente da original que sai dos pulmões. Nos répteis crocodilianos, o septo cardíaco é completo, havendo uma separação de ventrículos. Apesar disso, a artéria ainda continua única, havendo, somente depois, uma ramificação. Há a mistura sanguínea também. Em aves e mamíferos (2A/2V), a peça cardíaca já é completamente tetracavitária. O sistema de artérias é adaptativamente independente. A taxa de oxigenação na circulação é maior. A circulação é dupla completa. A respiração é apenas pulmonar. Animais com sangue misturado são exotérmicos, já que possuem uma taxa de oxigenação que não garante o calor suficiente próprio para suas funções metabólicas. Na exotermia, o sistema de energia varia em função da temperatura, dependendo da energia externa do ambiente. Animais sem mistura de sangue são endotérmicos. O sistema nervoso não admite mudanças metabólicas, havendo taxas sempre altas de oxigenação. Essas taxas altas são necessárias, já que a nossa taxa de respiração e a nossa demanda de calor são altas.

4 Reprodução nos vertebrados Nos vertebrados, há dois tipos de fecundação: a externa e a interna. No primeiro caso, os gametas fazem a natação e se encontram fora do corpo dos animais, mas dentro d água. Para impedir o encontro aleatório dos gametas, há uma incompatibilidade genética dentre as espécies. Os peixes ósseos e os anfíbios fazem essa fecundação; eles são chamados de ovulíparos. Na fecundação interna, o macho coloca seu gameta na fêmea, independente de água. Esse foi um grande passo à conquista do ambiente terrestre. Ela é pertencente dentre os répteis, as aves e os mamíferos. Nesse tipo de fecundação, há várias classificações: os vivíparos, pertencente aos mamíferos, onde o embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe numa placenta que lhe fornece alimento e retira os produtos da excreção, monitorando-o na gestação; os ovíparos, pertencentes às aves, onde o desenvolvimento do embrião acontece dentro do ovo e depende do material nutritivo que tem dentro dele, sem ligação com o corpo da mãe; os ovovivíparos, pertencentes aos répteis, onde o embrião se desenvolve a partir do material nutritivo existente dentro do ovo. Nele, o filho terá que ultrapassar as barreiras físicas. Peixes Os peixes são animais aquáticos exotérmicos, que possuem o corpo fusiforme e os membros transformados em barbatanas ou nadadeiras, sustentadas por raios ósseos ou cartilaginosos e tendo guelras ou brânquias, que auxiliam na respiração. Os peixes apresentam, na sua pele, coro ou escamas. As escamas são rígidas para evitar predações, e sua constituição faz com que o atrito com a água seja mínimo. O sistema circulatório é completo com o coração ventral (inferior), o sistema respiratório é branquial, absorvendo o oxigênio presente na água, e a digestão é extracelular. Há dois grandes grupos de peixes: os ósseos e os cartilaginosos.

5 Os peixes ósseos possuem a bexiga natatória ou vesícula gasosa, que os auxilia a manterem-se a determinada profundidade através do controle de sua densidade relativamente à da água, controlando a pressão hidrostática da água em um determinado ponto. Os peixes cartilaginosos utilizam de sua natação para mudar sua profundidade. Os peixes têm dez pares de nervos cranianos, controlando a movimentação de sua parte anterior (da frente). Peixes ósseos possuem uma linha lateral que dá a capacidade deles perceberem ondas mecânicas, auxiliando na orientação. A percepção em peixes cartilaginosos se dá pelas ampolas de Lorenzini, que são canais sensitivos capazes de detectar correntes elétricas dos músculos de outros organismos. Os peixes possuem nadadeiras que os auxiliam na movimentação na água. A nadadeira caudal faz a natação, enquanto a anal, dorsal, peitoral e pélvica fazem com que o peixe se equilibre na água. Em peixes ósseos, a nadadeira dorsal contém espinhos e, às vezes, veneno, conferindo proteção. Em peixes cartilaginosos, a nadadeira dorsal é constituída apenas de musculatura. Os tubarões, peixes cartilaginosos, possuem a tiflossole ou válvula espiral em seus intestinos, fazendo com que o intestino se expanda, aumentando a superfície de absorção dos alimentos, que ficam lá por muito mais tempo. Anfíbios Os anfíbios representam a passagem da água para a terra, porém ainda necessitando da água para a reprodução. Devido a uma série de mutações, o pulmão aparecerá, permitindo a respiração fora d água. Entretanto, esse pulmão ainda será muito restrito; portanto, a respiração dependerá também da pele, que deve ser lisa, lubrificada e altamente vascularizada, dependendo da água. A respiração cutânea complementa a pulmonar. A salamandra é um exemplo de mutação bemsucedido, já é o único ser vivo no mundo que apresenta os três tipos de respiração. Os anfíbios têm esqueleto apendicular, permitindo a inserção de novos membros. As patas geram a sustentação em

6 ambientes terrestres, garantindo a sobrevivência dos anfíbios em meio não aquático. Os anfíbios são tetrápodes, tendo patas originadas da cintura. São ovulíparos. Répteis Os répteis representam a conquista do ambiente terrestre. São os primeiros animais a apresentarem somente a respiração pulmonar, exclusivamente aérea. O corpo deles é, pela primeira vez, coberto completamente por queratina, uma proteína que confere impermeabilidade, sendo análoga à quitina dos artrópodes. As escamas são lâminas feitas de queratina que recobrem o corpo reptiliano. O órgão reprodutor masculino agora existe, apresentando o âmnion, uma vesícula aquosa que independe do meio aquático para a reprodução. Ela faz também que os répteis sejam ovovivíparos. Um fato interessante à queratina dos répteis é que elas apresentam a mesma constituição genética às penas das aves e aos pelos dos mamíferos, sendo um caso de homologia. Houve um período na história que teve uma enorme biodiversidade reptiliana, como no caso dos dinossauros. Atualmente, há répteis crocodilianos chamados de quelônios, que são descendentes diretos dos primeiros répteis terrestres como tartarugas, jabutis e cágados; e escamados, como lagartos e serpentes. As serpentes são seres tetrápodes geneticamente, mas adaptadas a viverem sem patas. A peçonha das serpentes é chamada de glifo, e possui uma glândula venenosa constituída de proteínas. O órgão que ocula o veneno é chamado de fosseta. As serpentes podem ser áglifas, sem injetarem veneno; opistóglifas, com a glândula na parte superior; e proteróglifas, com a glândula na parte anterior. O mecanismo das serpentes é muito sensível quanto à variação do meio. Aves As aves são seres bípedes, endotérmicos e ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas feitas de queratina, apêndices locomotores anteriores modificados em

7 asas, bico córneo e ossos pneumáticos. A queratina das penas fornecem à ave proteção e conservação de calor, e as penas fazem um cobertor natural, entre as asas e o corpo, que mantém a homeostase. As aves apresentam uma projeção do osso do esterno chamada de quilha ou carena, que permite, em alguns casos, o voo. As aves carenadas possuem mais superfície de contato nas fibras musculares, diminuindo o esforço para que o voo seja atingido. Os ossos das aves são frágeis mecanicamente, tendo a parte interna preenchida por ar, e não medulas. Eles são chamados de ossos pneumáticos, e permitem uma menor densidade para que a ave possa voar. O sistema respiratório das aves tem um modelo pulmonar chamado de parabrônquio, sendo pulmões exclusivos às aves. No sistema respiratório, existem sacos aéreos, membranas no abdômen das plantas que atuam na movimentação do ar pela diferença de pressão. Na inspiração, aumenta-se o volume corporal, diminuindo a pressão nos sacos aéreos em relação à atmosfera; na expiração, acontece o contrário. Desse modo, há sempre oxigênio na respiração das aves. A pele das aves é extremamente seca, não tendo glândulas de secreção, exceto uma. A glândula uropigiana é formada de muco, e sintetiza gordura que, através do bico das aves, é transferida para as penas com a finalidade de impermeabilizálas. Aves com dente não tiveram sucesso evolutivo. Os pássaros são uma classe das aves. Mamíferos Os mamíferos são vertebrados que se destacam por apresentarem as glândulas mamárias, secreções exócrinas que, nas fêmeas, produzem leite para alimentação das crias, e terem pelos ou cabelos, sendo anexos da pele. Possuem também o músculo respiratório diafragma, variando a pressão da caixa torácica. Os seres humanos são os únicos capazes de controlar seu diafragma e, portanto, sua respiração, por meio do bulbo respiratório. Esse bulbo é uma das razões porque o gás carbônico é necessário em nossas vidas. A hemácia dos

8 mamíferos é anucleada, fazendo que seu citoplasma seja constituído apenas de hemoglobina. A vantagem dessa caracterização é de não haver viroses nos glóbulos vermelhos. Um órgão exclusivo dos mamíferos é a placenta, anexo embrionário responsável pela gestação. As placentas, nas mães, possuem tecido fetal. Nelas, há a passagem de nutrientes da mãe ao feto. A circulação materna é feita por difusão ao feto, que, por sua vez, dá restos metabólicos à mãe; entretanto, os sangues nunca se encontram. O cordão umbilical é um anexo que permite a comunicação entre o embrião e a placenta. Os mamíferos são organizados de acordo com a sua placenta: os prototérios, que não têm placenta, sendo ovíparos. Eles possuem pelos e produzem leite, mas se reproduzem por ovo com casca; os metatérios ou marsupiais, cuja placenta é pouco desenvolvida e o embrião completa seu desenvolvimento numa bolsa chamada marsúpio, existente no ventre da mãe. No interior do marsúpio, estão localizadas as glândulas mamárias, e nele se encontram condições ideias, como temperatura e umidade, para que o feto se desenvolva; os eutérios, que apresentam a placenta verdadeira e desenvolvimento completo do feto