Quando o Tietê e o Capibaribe se Encontram: Uma Análise dos Filmes A. margem e Febre do Rato. Maria Eduarda Ribeiro ESTEVES 3. E.

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1 Quando o Tietê e o Capibaribe se Encontram: Uma Análise dos Filmes A 1 margem e Febre do Rato 2 Maria Eduarda Ribeiro ESTEVES 3 E. Vinícius BRITO 4 Maria Eduarda Barbosa da SILVA 5 Suenia Aline de AZEVEDO 6 Caio de Castro Mello SANTOS Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE Resumo O presente ensaio busca correlacionar, a partir da análise fílmica e da análise comparada no Cinema, as obras A margem (1967), de Ozualdo Candeias, e Febre do Rato (2011), de Cláudio Assis, partindo de semelhanças temáticas entre as duas produções. Apesar de pertencerem a épocas diferentes, ambas apresentam, tanto estética quanto subjetivamente, personagens que vivem, literalmente, à margem da sociedade. Palavras chave: Cinema; A margem ; Febre do Rato ; Análise Fílmica; Análise Comparativa. INTRODUÇÃO O que o Tietê e o Capibaribe têm em comum? Além do lixo que os polui, os rios fazem parte de dois premiados filmes do Cinema Brasileiro. O primeiro é A margem (1967), de Ozualdo Candeias, que marca o surgimento do movimento conhecido por Cinema Marginal. O segundo, Febre do Rato (2011), de Cláudio Assis, pode ser considerado contemporâneo ao longa de Candeias por retratar pessoas marginalizadas pela sociedade e que, literalmente, vivem à margem, quer seja do Rio Tietê, em São 1 Trabalho apresentado no IJ04 Comunicação Audiovisual, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em São Paulo. 2 Aluna líder. Estudante de graduação do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFPE; e mail: dudaribeiro90@gmail.com. 3 Estudante integralizado da graduação do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFPE; e mail: viniciusdebrito@ymail.com. 4 Estudante de graduação do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFPE; e mail: eduardambsilva@gmail.com. 5 Estudante de graduação do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFPE; e mail: sueniazevedo@live.com. 6 Orientador deste artigo. Mestrando do Programa de Pós Graduação em Comunicação da UFPE; e mail: caio_castro@ymail.com. 1

2 Paulo, ou do Capibaribe, no Recife. Este artigo tem como problemática a correlação entre as obras de Candeias e Assis, para as quais tecem se objetivos, hipóteses e uma metodologia de pesquisa. O objetivo geral do paper é realizar uma análise fílmica, separadamente, das produções A margem e Febre do Rato, verificando aspectos semelhantes entre os dois filmes no campo estético e subjetivo da linguagem audiovisual. Como objetivos específicos, o artigo pretende (I) usar teóricos do Cinema e da Comunicação para discutir o que é cinema marginal, assim como entender o uso de elementos da estética da precariedade e do neorrealismo na película; e (II) fundamentar o contexto sócio político tangente ao filme A margem, da década de 1967, e Febre do Rato, da década de 2010, para chegar a uma relação de causa consequência. A hipótese central do artigo é de que as produções do cinema nacional A margem (1967) e Febre do Rato (2011) apresentam relações de semelhança por tematizar personagens marginalizados, os quais vivem à margem da sociedade brasileira. Uma segunda e última hipótese é a de que o contexto histórico político e social da época em que ambos os filmes foram produzidos e realizados resvala uma importante influência nos longas metragens. Como metodologia, a pesquisa usa a análise fílmica, cujo objetivo Penafria (2009) afirma consistir em explicar/esclarecer o funcionamento de uma determinada obra, propondo lhe uma interpretação. No processo de decompor um filme, é comum aceitar que analisar implica duas etapas importantes: em primeiro lugar decompor, ou seja, descrever e, em seguida, estabelecer e compreender as relações entre esses elementos decompostos, ou seja, interpretar (Cf. Vanoye, 1994) (PENAFRIA, 2009, p. 1). A etapa da decomposição consiste em recorrer a conceitos sobre a imagem, o som e a estrutura do filme. Sabe se, contudo, que decompor a imagem demanda cautela, uma vez que envolve um todo repleto de ramificações, leituras e questionamentos de diversas ordens, em diferentes momentos (CORDEIRO, 1996, p. 2). Um segundo momento da metodologia se ampara na análise comparativa entre as duas obras cinematográficas e, para isso, entende se que a comparação, enquanto 2

3 momento da atividade cognitiva, pode ser considerada como inerente ao processo de construção do conhecimento nas ciências sociais (SCHNEIDER & SCHIMITT, 1998, p. 1). É também a partir desse tipo de análise que se podem descobrir regularidades, perceber deslocamentos e transformações, construir modelos e tipologias, identificando continuidades e descontinuidades, semelhanças e diferenças, e explicitando as determinações mais gerais que regem os fenômenos sociais (Ibid., 1998, p. 1). A margem e o Cinema marginal Antes de aprofundar a discussão sobre cinema marginal, porém, vale ressaltar o contexto histórico pelo qual o Brasil passava em meados do século XX. De acordo com Ismail Xavier (2013), o Brasil vive, ao final da década de 1960, um período de forte transição, seja no âmbito político, cultural ou estético. O país estava sob controle dos militares e as artes visuais, o teatro, o cinema e a música protagonizaram um debate denso acerca do cenário nacional. Nessa época, surgiram movimentos de contracultura em todo o mundo. Se na música brasileira Gilberto Gil e Caetano Veloso entoavam versos críticos à ditadura militar e emergia um novo estilo sonoro, na sétima arte, o Cinema Novo chegava quebrando padrões nas abordagens dadas às histórias. A desigualdade social e a situação política da época tornaram se protagonistas de filmes de cineastas como Glauber Rocha. Inicialmente, o Cinema Novo Brasileiro se preocupou com temáticas rurais e periféricas. Segundo José (2007), depois de abril de 1964, esse movimento passa a focar o mundo pequeno burguês, com cunho político, trazendo o cenário das consequências do golpe militar e a derrota das esquerdas. Tal temática pode ser lida, por exemplo, na montagem Terra em transe, de Glauber Rocha. Mas foi ao fim da década de 1960 que surgiu um novo movimento, conhecido por cinema marginal, que traz à tona disparidades sociais, como as mazelas retratadas em A margem (1967). Embora Ozualdo Candeias dissesse não pertencer a nenhum movimento, o primeiro longa metragem dele trabalha com algumas características 3

4 consideradas próprias a esse ciclo marginal. Alguns teóricos afirmam que essa película do diretor é o marco inicial do movimento. Conforme José (2007), os filmes do cinema marginal estavam à margem da sociedade de consumo e das grandes produções, pois O cinema marginal tanto podia estar nos filmes eróticos da Boca do Lixo (SP), como nas propostas estéticas de Ozualdo Candeias (A margem, 1967, Zezero, 1972); de Rogério Sganzerla (O bandido da Luz Vermelha, 1968, A mulher de todos, 1969), e Júlio Bressane (O anjo nasceu, 1969, Matou a família e foi ao cinema, 1969); nos projetos tropicalistas de Fernando Coni Campos (Viagem ao fim do mundo, 1968) e de Iberê Cavalcanti (A virgem prometida, 1967, Um sonho de vampiros, 1969); nas fitas de terror de Mojica Marins (À meia noite levarei tua alma, 1964); e na metáfora política de Luiz Rozemberg (Jardim de espumas, 1970) e de Olney São Paulo (Manhã cinzenta, 1969) (JOSÉ, 2007, p.157). A margem centra se em quatro personagens, cujo trágico destino foi traçado pela morte, personificada no filme por uma mulher de cabelo e vestido longos. Na obra, ela está em um barco, que passa pelo Tietê, e direciona o olhar para alguns personagens que serão conhecidos ao longo da história. Percebe se esse direcionamento do olhar da mulher/morte por causa da câmera subjetiva utilizada durante o longa. É um recurso do diretor que, ao mesmo tempo, realça o realismo do filme, colocando a visão do personagem para o espectador, como também traça uma ambiguidade em relação a algumas cenas. Será mesmo o olhar do personagem ou o olhar do diretor? Em relação à personificação da morte, pode se interpretar como sendo o destino a que aquelas pessoas marginalizadas davam se de cara na época (e atualmente também). Esses indivíduos morrem vítimas da miséria e são esquecidos pela sociedade, que nunca os reconheceu, mas apenas fingira não os enxergar. Segundo José (2007), A margem pode causar estranheza aos espectadores que não convivem diariamente com a prostituição, o latrocínio, a criminalidade e a injustiça social. É o filme marco desta cinematografia [cinema marginal], que mostrava prostitutas e caminhoneiros em esquisitas histórias de amor, vemos que esses filmes retratam o universo dos excluídos da sociedade brasileira, onde a violência e o absurdo fazem parte do cotidiano (JOSÉ, 2007, p. 160). 4

5 A margem e Febre do Rato Assim como A margem, o filme Febre do Rato também causa estranheza aos espectadores. O longa é estrelado por Irandhir Santos, que interpreta o poeta Zizo. Anárquico, o personagem faz duras críticas ao sistema capitalista em que a sociedade vive. Ele fala sobre liberdade em sua publicação intitulada Febre do Rato. Os cenários do filme são favelas, mangue, rio e ruas do centro do Recife. Em A margem há, na primeira sequência, o Tietê apresentando a pobreza e personagens que vivem à margem do rio, bem como em Febre do Rato, no qual os primeiros segundos apresentam uma filmagem feita no Capibaribe enquanto assistia se às moradias marginalizadas. Estas contrastam com grandes edifícios, como as Torres Gêmeas, que surgem depois em algumas cenas do longa, quando a câmera capta um diálogo no qual Zizo participa falando de Josué de Castro. Ali, o contraste entre riqueza e pobreza está em um só plano. Em Febre do Rato, o desfecho de Zizo também é a morte, silenciada pela opressão da polícia local. As pessoas que não vivem naquela realidade podem nem saber o que aconteceu com o personagem, provavelmente nem saberiam de sua existência. Seu corpo, jogado ao Capibaribe, simboliza tantos outros corpos não conhecidos e são silenciados pela polícia diariamente. Ângela Teles escreve que a morte é o fim certo, por isso, projetar o futuro torna se inútil e desnecessário, o importante é pulsar e sobreviver no presente (Ibid., 2006). A citação foi elaborada para falar acerca do cinema de Ozualdo Candeias, embora se encaixe na história do personagem Zizo. Outro fator em comum que vale ser destacado entre as duas obras é que tanto o cinema de Ozualdo Candeias como Claudio Assis não são voltados à indústria cultural, como frisa Teles. Não são trabalhos voltados apenas para o entretenimento, mas também obra de arte produtora de reflexão e, portanto, prática social da linguagem nos termos propostos por Raymond Williams (TELES, 2006, p. 9). 5

6 A estética da precariedade De acordo com Teles (2007), o cinema de Ozualdo aborda o que ela chama de estética da precariedade, que faz uma problematização acerca de processos de hibridação cultural ocorridos em São Paulo na segunda metade do século XX. Nessa época, a cidade vivia um processo de modernização. Nela surge um tempo híbrido constituído pelos saberes tradicionais, pela experiência histórica da precariedade e do deslocamento das populações rurais e pela precariedade urbana engendrada pela modernização econômica excludente e pelos meios de comunicação de massa (TELES, 2007, p.164) Em A margem, a estética da precariedade apresenta se durante todo o filme no cenário, nas vestimentas dos personagens e nas situações vividas por eles. Prostitutas e caminhoneiros fazem parte da narrativa do filme. As protagonistas são duas prostitutas, uma branca e outra negra, sendo esta a que possui mais destaque na história. Os outros personagens, que completam o protagonismo do filme e também se inserem dentro do olhar da morte, são dois homens. Um destoa do cenário por utilizar uma roupa mais social, como uma espécie de paletó, embora ele aparenta estar amassado. Será que este homem vive naquele ambiente? Isso talvez explicaria o fato de ele não emitir alguma mensagem no filme através da oralidade. Ele poderia ser mais um que vai em busca de sexo naquele lugar. O outro personagem apresenta se de forma mais caricata em expressões faciais. Pouco é sabido sobre ele. Em determinado momento, ele encontra uma flor, que significa para ele uma ponta de esperança que surgiu em meio ao lixão. Durante o filme, o personagem permanece com sua flor, sendo algo belo que traz uma fuga em meio a tanta miséria. Ao final da história, todos os personagens se encontram com a morte. Aqueles que vivem à margem da sociedade, em situações precárias de moradia e trabalho, ficam mais vulneráveis a esse destino. Já em Febre do Rato, a estética da precariedade também se apresenta no cenário, nas favelas e nos personagens. Zizo, o personagem principal, é uma pessoa de grande força de espírito, mas também encontra se nele certa fragilidade, segundo 6

7 Migliorin (2013 p.43). O rio é sujo, mas a sujeira é anticorpo, diz ele, isso dá força aos corpos. Proteger se de si é um mergulho nas intensidades e experiências do mundo; essa parece ser a encantadora potência e fragilidade de Zizo, o poeta. O filme encontra nesse personagem uma forma de percorrer uma cidade que não se revela em sua superfície, e é com ele que entramos em espaços e vidas que constituem camadas do espaço urbano que apenas nas suas bordas dialoga com o esquadrinhamento do estado ou com o capital (MIGLIORIN, 2013, p. 43). Tanto em A margem como em Febre do Rato, os personagens retratados são vítimas de uma estrutura social maior. Segundo Migliorin (2013, p. 43) os jovens retratados são vitimados pela cidade, pelos poderes e, no final destruídos por eles; despotencializados. Em 1967, pessoas da Zona Rural deixavam sua terra natal em busca de melhores condições de vida. Ao chegar na cidade, a realidade era diferente. Quem não era privilegiado, acabara vivendo na marginalidade e atuando em profissões também consideradas marginais como a prostituição. Em A margem, o sexo é considerado trabalho, embora dois personagens principais apareçam em cenas erotizadas e possuam uma relação afetuosa no filme. Essa situação pode ser encontrada em uma cena, ainda no início do longa, na qual a câmera subjetiva capta de forma angular os seios da protagonista negra, enquanto outro personagem principal está deitado esperando a roupa secar. Essa cena é o ápice da utilização da câmera subjetiva. Os rostos aparecem em close ups e a cena sugere que os dois personagens se beijam, no entanto, não vê se a ação. O que é visto, a grosso modo, é uma relação entre personagem versus câmera. Já em Febre do Rato, o sexo é diversão, é anárquico. Vê se cenas de sexo que podem causar estranheza a quem assiste. O poeta Zizo transa com uma mulher mais velha, em uma caixa d'água. Tal ação é motivo de comentários entre outros personagens do filme. Neorrealismo A época era a Itália em pós guerra. A sociedade vivia momentos de desempregos e crises num país devastado pela Segunda Guerra Mundial. Dentro desse contexto, o neorrealismo surge para trazer às telas a realidade vivenciada pelo povo. Em 7

8 seus aspectos técnicos, essa escola não trabalha em estúdios. As locações são externas e também há a opção pela utilização de não atores, trazendo uma linha que se aproxima dos documentários. Ozualdo Candeias traz para A margem características neorrealistas. Como pode se ver no filme, as locações são externas e ele utiliza não atores, além de contrastar com o Cinema Clássico. Segundo Ângela Teles (2007, p. 171), o cinema adotou a linha clássica como padrão nos últimos 50 anos sobre uma estrutura narrativa dramática em três atos. Além disso, Ozualdo não traz o típico herói dos filmes norte americanos. Em A margem, o destino dos personagens é incerto, embora a morte seja a única certeza. Já em Febre do Rato, podem se destacar algumas características neorrealistas como as locações externas que perpassam o rio e as ruas da cidade do Recife. Inclusive, há uma cena em que os personagens ficam nus durante um protesto na Rua da Aurora e, segundo comentários, essa filmagem foi interceptada pela polícia, tanto na vida real, além do roteiro, como na história. O filme de Cláudio Assis trabalha com atores com formação e experiência, o que não é característico do neorrealismo. Vale destacar também que a obra é inspirada em um personagem real do Recife, embora a história tenha cunho ficcional em roteiro escrito por Hilton Lacerda. O tom documental do filme de Ozualdo Candeias também é característico de muitos filmes pernambucanos lançados recentemente. Ao ler sobre as características técnicas de A margem, pode se lembrar de filmes como O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, e Ventos de agosto, de Gabriel Mascaro. Ambos são ficcionais, mas trabalham com locações externas e, particularmente, este último trabalha com atores e não atores, em uma espécie de metalinguagem documental. Os protagonistas A margem possui quatro protagonistas, porém apenas um deles será focado neste artigo: a mulher negra. Primeiramente, ela chama atenção por ter mais destaque 8

9 que os outros três. No filme, Ozualdo mostra o verdadeiro Brasil, como afirma Ângela Teles. A protagonista trabalha como prostituta ou, ao menos, fica se entendido durante o filme. Um aspecto da obra é que não se sabem muitas informações sobre as personagens, apenas que elas possuem alguma relação com aquele ambiente retratado e marginalizado. Outro aspecto que chama a atenção à personagem interpretada por Valéria Vidal, que não tinha formação de atriz, é que ela não carrega traços de malandragem. Segundo (RODRIGUES, 2001 apud LAHNI et. al. 2007, p. 85 ), a mulher negra é representada por alguns arquétipos. Neste caso, a personagem de A margem pode se enquadrar na de Nega maluca. uma personagem endiabrada, que faz trapalhadas e confusões. A personagem de Valéria começa o filme derrubando outro personagem no rio com um chute. Em algumas cenas do filme, percebe se que ela não se deixa abater por determinadas situações. Ela encara um homem em uma luta corporal e até chega a roubar um cliente. No filme, a personagem tem uma idealização acerca do casamento após assistir a um casal, aparentemente recém casados, passando num carro. Naquele momento, ela deseja também o matrimônio e, ao longo do filme, ela usa um vestido de noiva, mas o casamento não é realizado. É algo que não faz parte de sua realidade, é um sonho. Se acontecesse de fato, seria uma construção narrativa típica do cinema clássico. Em Febre do Rato, o personagem principal é um homem. Através dele, há uma ligação que leva a outros personagens. Zizo possui uma relação que pode se considerar estranha com o sexo em comparação ao que é encontrado em uma sociedade normativa. Ele gosta de fazer sexo com uma mulher mais velha, que não está dentro dos padrões normativos por ser velha e gorda. Além disso, quando ele se aproxima de Eneida (Nanda Costa), uma mulher que ele passa a desejar ao longo do filme, Zizo chega a tocar na urina da personagem. Assim como a protagonista de A margem, Zizo também não se deixa abater. Ele é um homem que luta e grita pela liberdade e chega a enfrentar, verbalmente, a polícia que tenta impedir sua manifestação na Rua da Aurora. Zizo é um personagem que passa força aos outros personagens do filme, mas que tem seu destino silenciado 9

10 pela polícia abusiva. Essa força mencionada pode se encontrar no final do filme, quando os outros personagens seguem suas vidas de forma alegre, sempre lembrando de Zizo, mas não deixando a tristeza e a melancolia chegar. Zizo não desejaria que isso acontecesse. CONSIDERAÇÕES FINAIS Além da coloração em preto e branco, A margem e Febre do Rato têm construções estéticas e subjetivas semelhantes. São filmes de épocas diferentes, mas que mostram a desigualdade sob a ótica de personagens marginalizados, problema esse que paira sobre a sociedade desde antes da década de 1960 e que segue até hoje. Para o geógrafo Milton Santos (1980, p. 38), a pobreza e a riqueza se complementam e são antagônicas. Uma existe porque a outra coexiste. Percebe se isso na obra cinematográfica de Ozualdo Candeias e de Cláudio Assis, que trazem o protagonismo para o lado precário da sociedade, o que se reflete através dos elementos presentes na estética da precariedade. Ambas produções do cinema nacional chamam atenção para a realidade, camuflada e ignorada entre tantos outros produtos do consumo. Quanto ao neorrealismo, os dois filmes assumem características que podem ligá los a essa escola. Em A margem, o realizador opta por trabalhar com alguns não atores (como Valéria Vidal) e por fazer cenas em ambiente externo. A ambientação externa também está presente no filme de Cláudio Assis, que, por sua vez, trabalha com atores de formação (inclusive alguns famosos por trabalhos na televisão, como a artista Nanda Costa, da novela Salve Jorge, exibida pela Rede Globo em 2012), mas teve o elenco intereceptado pela polícia na vida real, em uma cena de nudez em público. É a ficção se aproximando e se confundindo com a linguagem do documentário. As películas trazem à tona o contexto social político da época, a exemplo de A margem, filme influenciado pela realidade político da ditadura. Já Febre do Rato reflete a ascensão da classe C por meio do protagonista Zizo, um poeta libertário que publica o jornal poético homônimo ao título do filme. Paralelo a isso, a obra 10

11 cinematográfica aborda o processo de verticalização da cidade do Recife, mais precisamente do bairro de Santo Antônio, lugar que possui importantes construções históricas e que carrega grande parte da memória afetiva da cidade. Através da crítica à construção simbólica das torres gêmeas, o filme faz uma contra visão da verticalização pela qual o Recife passa a partir do século XXI, focando na relação afetiva horizontal sujeito cidade. Fica entendido, portanto, que as películas, apesar de veiculadas em épocas distintas, causam estranheza aos espectadores por abordarem temáticas das consequências do capitalismo. As duas produções utilizam a figura do rio para ilustrar o que é estar à margem da sociedade, além de personagens completamente marginalizados, como o negro e o pobre. Entende se, por esse fim, que os filmes não são designados para a indústria cultural de massa. Exibir A margem e Febre do Rato vai além do entretenimento e se trata muito mais de dar voz aos marginalizados e estabelecer um discurso político e social. 11

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, Cláudio. Febre do Rato. [Filme vídeo]. Direção de Cláudio Assis. Recife, DVD, 110 minutos, P&B. CANDEIAS, Ozualdo. A Margem. [Filme vídeo]. Direção de Ozualdo Candeias. Brasil, DVD, 96 minutos, P&B. CORDEIRO, Rosa Inês Novais de. Informação cinematográfica e textual: da geração à interpretação e representação de imagem e texto. Ciência da Informação. vol. 25, LAHNI, Cláudia Regina; ALVARENGA, Nilson Assunção; PELEGRINI, Mariana Zibordi; PEREIRA, Maria Fernanda França. A mulher negra no cinema brasileiro: uma análise de Filhas do Vento. Rev. Cient. Cent. Univ. Barra Mansa Ubm, Barra Mansa, v. 9, n. 17, p.80 88, jul JOSÉ, Ângela. Cinema marginal, a estética do grotesco e a globalização da miséria. Alceu (2007): MIGLIORIN, Cezar. As manifestações de 2013: revendo Doméstica, O som ao Redor e A Febre do Rato. Revista Gemini, São Carlos, v. 2, n. 2, p.35 47, jul/dez PENAFRIA, Manuela. Análise de filmes: conceitos e metodologia(s). VI Congresso SOPCOM, Abril de Disponível em: Acessado em: 14 maio SANTOS, Milton. Reformulando a Sociedade e o Espaço. Revista Geografia e Sociedade: os novos rumos do pensamento geográfico, Editora Vozes, Ano 74, Vol. 74, n 4, 1980, p SCHNEIDER, Sergio; SCHIMITT, Cláudia Job. O uso do método comparativo nas Ciências Sociais. Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, v. 9, p , Disponível em:. Acessado em: 14 de jul de

13 TELES, Angela Aparecida. Cinema e Cidade: mobilidade, oralidade e precariedade no cinema de Ozualdo Candeias ( ). Tese (Doutorado em História Social) Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2006., Ângela Aparecida. Uma Estética da Precariedade: migrações e trocas interculturais no cinema de Ozualdo Candeias ( ). História: São Paulo, v. 26, n. 2, p , Xavier, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo e cinema marginal. Editora Cosac Naify,

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