ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MUNICÍPIO DE URUGUAIANA CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE -CONSEMMA- Resolução CONSEMMA Nº 005/2009

Transcrição

1 Resolução CONSEMMA Nº 005/2009 O Conselho Municipal do Meio Ambiente CONSEMMA, no uso das atribuições que lhe conferem o Art. 2º, inciso II, da Lei Municipal nº 2.941, de 04 de dezembro de 1999, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e CONSIDERANDO a Lei Municipal nº 2.454, de 20 de maio de 1994, que estabelece normas para os condutores de veículos de tração animal no município de Uruguaiana estar desatualizada; CONSIDERANDO a necessidade de normatizar procedimentos a serem adotados pelos condutores de veículos de tração animal no município de Uruguaiana; CONSIDERANDO a urgente necessidade de regulamentar as especificações de veículos de tração animal, quanto à sanidade física dos animais, fatores biológicos como: raça, capacidade de carga, condições físico-nutricionais e fatores físicomecânicos e ambientais como o número de animais de tração para cada veículo; CONSIDERANDO que o comportamento inadequado do condutor de veículo de tração animal pode colocar em risco a vida e afetar a saúde das pessoas e dos animais interferindo diretamente o meio ambiente, RESOLVE: Art. 1º - Regular os direitos e deveres dos condutores de veículos de tração animal referente ao trânsito de carroças no município de Uruguaiana e determinar que sejam coibidos, por meio legal, os abusos no trato com os animais de tração, bem como, o respeito aos horários de trabalho e limites de peso a serem tracionados por cada animal. Art. 2 - Somente poderá transitar dentro da área urbana do município o veículo de tração animal, com ou sem fins comerciais que portar o Certificado de Registro e Licenciamento do veículo, a Carteira de Identificação do Condutor e o Certificado de Registro Sanitário do animal atualizados e expedidos pelo Órgão de Trânsito Municipal e Departamento de Meio Ambiente. Parágrafo Único - Em caso de infração a este artigo, o proprietário do veículo de tração animal que não apresentar o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo e a Carteira de Identificação do Condutor atualizados, será advertido. Na reincidência será multado em 10 (dez) URM e seu veículo será apreendido até a apresentação do Certificado de Registro e Licenciamento do mesmo, da Carteira de Identificação do Condutor e o Certificado de Registro Sanitário do Animal, ocasião em que o 1

2 veículo será devolvido ao proprietário após a apresentação dos documentos acima referidos e comprovação do pagamento da multa. Art. 3º - O veículo de tração animal será classificado em pequeno, médio e grande porte e ao uso obrigatório de 01 (um), 02 (dois) e 03 (três) equídeos correspondendo, respectivamente, as normas da SETRAN. Art. 4º - O veículo de tração animal receberá numeração em suas laterais, de acordo com o número de animais a serem utilizados, seguindo normas da SETRAN. Art. 5º - Todo o equídeo será identificado e deverá obter registro sanitário semestral, de forma gratuita, com vistos expedidos por Médico Veterinário credenciado pelo município. Parágrafo Único O médico veterinário poderá ser de eleição de cada proprietário e as suas expensas, caso este não aceite os profissionais credenciados. Os laudos desses profissionais serão submetidos a análise dos órgãos fiscalizadores. A carteira de registro sanitário do animal será fornecida pelo Departamento Municipal de Meio Ambiente. Art. 6º - O condutor de veículo de tração animal ou o proprietário de equídeo que expor o animal ao trabalho sem o Registro Sanitário, receberá advertência por escrito. Na reincidência multa no valor de 10 (dez) URM, dobrando o valor a cada infração reincidente, facultada a sua apreensão a critério do órgão fiscalizador. Art. 7º - Cada animal deve ser identificado através de um chip eletrônico ou outro meio, estabelecido pelo Departamento Municipal de Meio Ambiente. Art. 8º - O equídeo que não apresentar condições de saúde adequada não poderá ser utilizado para qualquer tipo de atividade. Art. 9º - São de inteira responsabilidade do proprietário a manutenção das boas condições físicas e de saúde de seu animal, assim como as vacinas, medicamentos e tratamento que o animal venha a necessitar. Art O animal em más condições físicas, doente, maltratado ou solto em via pública, será apreendido, ficando à disposição de seus respectivos proprietários pelo prazo máximo de 05 (cinco) dias, conforme dispõe a Lei Municipal nº 2.770, de 27 de novembro de Esse animal será devolvido ao proprietário mediante o pagamento de taxa de apreensão no valor de 10 (dez) URM, sendo esse valor dobrado a cada reincidência. Parágrafo único O animal não retirado dentro deste prazo será encaminhado para leilão público. 2

3 Art Pela reincidência em maus tratos, o proprietário terá seu animal apreendido, sendo aberto processo administrativo de expropriação e adjudicação do semovente ao município, garantida a ampla defesa e o contraditório. Art O animal que não for arrematado e o que não for retirado pelo seu proprietário, será vendido pelo município e os recursos revertidos para o Fundo Municipal de Meio Ambiente. Art O peso máximo a ser transportado por carroça, com animais em perfeitas condições de saúde, fica assim discriminado: I carroça com 01 (um) animal, máximo de 250 Kg; II carroça com 02 (dois) animais, máximo de 580 Kg; III carroça com 03 (três) animais, máximo de 900 Kg. Parágrafo Primeiro O peso máximo poderá ser reduzido se a tara da carroça somado ao peso do condutor exceder a 150 Kg. Parágrafo Segundo Caberá à Secretaria de Segurança e Trânsito a indicação de forma adequada e em lugar visível, nas laterais do veículo de tração animal, o peso máximo permitido a ser transportado por cada veículo. Art Só será permitido o transporte por tração animal, no perímetro urbano do município de Uruguaiana, por pessoa habilitada, respeitando o limite máximo de trabalho do animal de 08 (oito) horas diárias e o horário previsto na Lei Municipal nº 2.454, de 20 de maio de Art. 15 É proibido a utilização de animal de tração para outras atividades. Ex.: (corrida, montaria e outros) Art. 16 A idade mínima para utilização dos equídeos na tração de veículos é de 3,5 (três anos e meio) e a idade máxima é de 15 anos. Art. 17 O proprietário do animal utilizado na tração de veículos deverá possuir local adequado para o descanso do equídeo, de preferência local abrigado, devendo o mesmo ficar desatrelado da carroça, com acesso a alimentação (forragem, ração, grãos, pastagem), água e sombra, em terreno não encharcado e com cobertura vegetal. Art. 18 O instrumento de açoite poderá ser utilizado, de maneira comedida e força moderada, somente nas ancas do animal. 3

4 Art. 19 É proibido a utilização de arreios de material sintético, de metal ou outro material que venham a ferir ou causar lesões no animal, sendo indicado os confeccionados em couro. Art. 20 O proprietário ou o condutor de veículo de tração animal deve utilizar somente equídeo adequado para tração. Art. 21 O proprietário ou o condutor de veículo de tração animal deve afastar a égua prenhe do trabalho ao final do 5º mês de gestação, e somente colocá-la de volta ao trabalho ao final do 4º mês pós-parto. Art. 22 O proprietário ou o condutor de veículo de tração animal deverá efetuar o casqueamento do animal a cada 4 ou 6 semanas, dependendo da faixa etária, tempo e clima. antes do descanso do animal. Parágrafo Único Os cascos devem receber limpeza diária Art. 23 É proibido ao condutor de veículo de tração animal conduzir o equídeo sem ferraduras, com desgaste do material ou mal fixado, devendo o ferrageamento ser mantido em boas condições. Art. 24 Todo o condutor de veículo de tração animal é obrigado a possuir e transportar na carroça um balde em condições higiênicas, com a finalidade de saciar a sede do animal. Parágrafo Único O condutor de veículo de tração animal é obrigado a oferecer água potável ao animal a cada 2 (duas) horas e alimento 3 (três) vezes ao dia. Art. 25 Todo o condutor de veículo de tração animal, quando estiver com o veículo parado, deverá, preferencialmente, manter o animal na sombra e utilizar um suporte para que o veículo permaneça na horizontal e não venha a sobrecarregar o animal. Art. 26 A fiscalização das condições sanitárias e ambientais do equídeo ficará a cargo dos órgãos de fiscalização do meio ambiente que tiverem atribuições por legislação municipal, estadual ou federal. Art. 27 O Poder Público Municipal deverá manter um programa de orientação e amparo aos proprietários e condutores de veículos de tração animal, a ser desenvolvido pela Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, Secretaria de Agricultura, Secretaria de Segurança e Trânsito e Secretaria de Ação Social e Habitação. Parágrafo Único O programa referido nesse artigo deverá ser implementado em 180 (cento e oitenta) dias a contar da data da publicação desta Resolução. 4

5 Art. 28 Somente poderá conduzir veículos de tração animal a pessoa portadora de habilitação. Art O responsável pelo veículo de tração animal deverá comunicar o Departamento de Meio Ambiente, quando ocorrer a morte, compra ou venda de animal equídeo e a Secretaria de Segurança e Trânsito sempre que houver a compra ou venda de veículo de tração animal.. Art. 30 Fica assegurada a gratuidade do registro sanitário dos equídeos pelo Poder Público Municipal. Art. 31 Fica obrigatório a todo condutor de veículo de tração animal o recolhimento de resíduos fecais dos seus animais em espaços públicos, conforme Lei Municipal nº 3.707/2006. Art. 32 Em caso de infração a qualquer artigo desta resolução, o infrator estará sujeito às sanções previstas na Lei Fed /1998, Dec. Fed /2008 e demais legislações em vigor. Uruguaiana, RS, 11 de agosto de ORLANDO DE FREITAS TORRES Conselheiro Secretário AIRTON BATISTA SANTOS Conselheiro Presidente 5