CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 19 de Novembro de /08 SOC 701 NOTA

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1 CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 19 de Novembro de /08 SOC 701 NOTA de: para: n.º doc. Com: Assunto: Grupo das Questões Sociais Comité de Representantes Permanentes(1.ª parte) / Conselho (EPSCO) 13987/08 SOC 576 COM(2008) 639 final Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões relativa a uma Recomendação da Comissão sobre a inclusão activa das pessoas excluídas do mercado de trabalho Projecto de conclusões do Conselho Junto se envia, à atenção das delegações, o texto do projecto de conclusões do Conselho, tal como ultimado pelo Grupo das Questões Sociais na reunião de 18 de Novembro de As Delegações Checa e Polaca mantêm uma reserva geral de análise /08 VLC/eg 1 DG G II PT

2 ANEXO Projecto CONCLUSÕES DO CONSELHO sobre princípios comuns de inclusão activa Por uma luta mais eficaz contra a pobreza O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, RECORDANDO 1. a recomendação do Conselho que incide sobre os critérios comuns relativos a recursos e prestações suficientes nos sistemas de protecção social, bem como a recomendação do Conselho relativa à convergência dos objectivos e políticas de protecção social 1 ; 2. que, em Dezembro de 2007 e à luz dos resultados do processo de consulta, o Conselho tinha convidado a Comissão a elaborar propostas relativas a um aprofundamento do método aberto de coordenação no que diz respeito à protecção e à inclusão sociais, que incidam no apoio adequado ao rendimento, no acesso a mercados de trabalho inclusivos e em serviços sociais de qualidade, na perspectiva do novo ciclo do Método Aberto de Coordenação, incluindo uma recomendação relativa aos princípios comuns; 3. que o Conselho Europeu de Março de 2008 considerou que as medidas como a luta contra a pobreza e a exclusão social, a promoção de uma inclusão activa e o aumento das oportunidades de emprego para aqueles que se encontram mais afastados do mercado de trabalho se revestiam de primordial importância; 1 Recomendação 92/441/CEE de 24 de Junho de 1992 e Recomendação 92/442/CEE de 27 de Julho de 1992, publicadas no Jornal Oficial L 245 de 26 de Agosto de /08 VLC/eg 2

3 4. que a carta dos direitos fundamentais reconhece o direito de trabalhar e o direito a uma assistência social e a uma ajuda à habitação destinadas a assegurar uma existência condigna a todos aqueles que não disponham de recursos suficientes, de acordo com modalidades estabelecidas no direito comunitário e com as legislações e práticas nacionais. 5. a alínea h) do n.º 1 do artigo 137.º do Tratado que prevê que a Comunidade apoie e complete a acção dos Estados-Membros para a integração das pessoas excluídas do mercado de trabalho; TENDO EM CONTA 6. as duas consultas públicas lançadas com base no artigo 138.º CE, a partir das comunicações da Comissão Europeia de 8 de Fevereiro de 2006 e de 17 de Outubro de 2007, a que foram associadas todas as partes interessadas, ou seja, os Estados-Membros, os parceiros sociais, as ONG, os prestadores de serviços e as autoridades locais; 7. o relatório conjunto de 2008 sobre a protecção social e a inclusão social que incide sobre a importância das estratégias de inclusão activa globais e equilibradas; e as orientações para as políticas de emprego dos Estados-Membros que visam designadamente favorecer a inserção no mercado de trabalho dos desempregados e das pessoas desfavorecidas 2 ; 8. os trabalhos realizados pelo Comité da Protecção Social, em concertação com o Comité do Emprego, sobre a estratégia de inclusão activa; 9. a Comunicação da Comissão de 2 de Julho de 2008 relativa à agenda social renovada, bem como a comunicação subordinada ao tema "Um compromisso renovado para uma Europa social: reforçar o método aberto de coordenação na área da protecção social e da inclusão social"; 2 Decisão do Conselho, de 7 de Julho de 2008, relativa às orientações para as políticas de emprego dos Estados-Membros, documento do Conselho 10614/2/ /08 VLC/eg 3

4 10. os resultados do 7.º encontro das pessoas em situação de pobreza em 16 e 17 de Maio de 2008 em Bruxelas; 11. os trabalhos da 7.ª mesa redonda de combate à pobreza e à exclusão social, especificamente consagrada à inclusão activa, realizada em Marselha em 15 e 16 de Outubro de 2008; 12. as discussões entre os ministros responsáveis pelas questões relacionadas com a pobreza, reunidos em Marselha em 16 de Outubro de 2008, na sequência da proposta da Presidência Portuguesa lançada durante a 6.ª mesa redonda de luta contra a pobreza e a exclusão social, e o seu empenhamento renovado numa diligência estratégica de inclusão activa; 13. o relatório da iniciativa do Parlamento Europeu Promover a integração social e lutar contra a pobreza, incluindo a das crianças, na UE que saúda a abordagem de inclusão activa da Comissão e frisa os princípios complementares de igualdade entre os sexos, de luta contra as discriminações e de participação activa 3 ; 14. o parecer do Comité das Regiões sobre a inclusão activa que, embora reconheça a pertinência da estratégia de inclusão activa, insiste na importância da participação social e na necessidade de mobilizar todos os actores, em especial as colectividades locais e os parceiros sociais 4 ; 3 4 Relatório sobre a promoção da integração social e a luta contra a pobreza, incluindo a das crianças, na UE (2008/2034 (INI)). Parecer do Comité das Regiões sobre a inclusão activa de 18 de Junho de 2008 (CdR 344/2007). Ver ainda o parecer do Comité Económico e Social sobre as normas sociais mínimas de 27 de Outubro de 2007 (documento CES 892/2007) /08 VLC/eg 4

5 RECONHECENDO QUE 15. a actual crise económica e financeira internacional, embora acentue as limitações orçamentais, torna ainda mais necessária a aplicação de estratégias integradas de inclusão activa a nível nacional a fim de prevenir o mais possível o agravamento e a extensão da pobreza e da exclusão social dando às pessoas excluídas do mercado de trabalho acesso a recursos e prestações suficientes para viver condignamente; 16. a realidade da pobreza e da exclusão social se tornou mais complexa durante os últimos anos e que certos grupos vulneráveis, incluindo os Roma, são multi-desfavorecidos; 17. o compromisso renovado dos Estados-Membros em termos de luta contra a pobreza se inscreve simultaneamente no âmbito do objectivo fixado em 2000 de ter um impacto decisivo na erradicação da pobreza até 2010 e no processo de preparação do ano europeu de luta contra a pobreza e a exclusão social, em 2010; que a este respeito, seria pertinente realizar novas reuniões ministeriais que contribuam para um novo dinamismo da luta contra a pobreza e a exclusão social; 18. a promoção da inclusão activa participa no reforço da dimensão social da estratégia de Lisboa para o crescimento e o emprego, colocando no seu centro a luta contra a pobreza e a exclusão social; 19. a inclusão activa pressupõe combinar um complemento de recursos adequado, mercados de trabalho que favoreçam a inserção e o acesso a serviços de qualidade. As políticas de inclusão activa dirigem-se a todos e garantem às pessoas mais afastadas do emprego recursos para viverem condignamente, bem como oportunidades de participação social e facilitam a inserção das pessoas em empregos de qualidade e duradouros que correspondam às suas aptidões e capacidades profissionais; 15984/08 VLC/eg 5

6 20. o êxito da aplicação da estratégia de inclusão activa pressupõe a mobilização dos instrumentos adaptados. A mutualização das boas práticas, designadamente projectos de experimentação realizados a nível local ou regional, constitui um meio de reforçar as estratégias nacionais de luta contra a pobreza e a exclusão social; CONGRATULA-SE 21. com a recomendação da Comissão Europeia relativa à inclusão activa das pessoas excluídas do mercado de trabalho, reconhecendo a importância da inserção social e profissional das pessoas afastadas do mercado do emprego que permita a todos viver condignamente com a decisão dos parceiros sociais, na sequência da análise comum dos principais desafios com que se deparam os mercados de trabalho na Europa, apresentada em Outubro de 2007, de se empenharem na negociação de um acordo autónomo que incentive a integração nas empresas das pessoas mais afastadas do mercado de trabalho; SUBSCREVE 23. o objectivo de conceber e aplicar estratégias nacionais globais e integradas em prol da inclusão activa das pessoas excluídas do mercado de trabalho que conjuguem um complemento de recursos adequado ao rendimento, mercados de trabalho que favoreçam a inserção e acesso a serviços de qualidade com base nos princípios comuns e nas orientações salientados na recomendação da Comissão Europeia; 5 Recomendação da Comissão de 3 de Outubro de 2008 sobre a inclusão activa das pessoas excluídas do mercado de trabalho /08 VLC/eg 6

7 SALIENTA QUE: 24. as abordagens em matéria de inclusão activa não consistem em propor um modelo único. No respeito do princípio de subsidiariedade e com base em princípios comuns, os Estados- -Membros definem o nível do complemento de recursos adequado e a combinação das políticas mais adaptados às necessidades identificadas a nível local, regional e nacional. O financiamento devia inscrever-se num equilíbrio entre reforçar os incentivos ao trabalho, atenuar a pobreza e evitar custos orçamentais incomportáveis; 25. a inclusão activa deve promover a igualdade entre os sexos e a igualdade de oportunidades, condições prévias essenciais para reduzir a pobreza e contribuir para o respeito dos direitos fundamentais e aumentar a coesão territorial. Deve ser tida em conta a situação específica de grupos vulneráveis, bem como das pessoas multi-desfavorecidas As políticas deviam ser concebidas de acordo com uma abordagem por ciclo de vida, em apoio da solidariedade entre gerações, para quebrar a transmissão intergeneracional da pobreza; 26. o êxito das estratégias de inclusão activa pressupõe uma abordagem holística e uma concepção e aplicação integradas e coordenadas que mobilizem todos os níveis de governação. Afigura-se também essencial uma cooperação estreita com os parceiros sociais, as organizações não governamentais e os prestadores de serviços. Além disso, as pessoas em causa devem ser encorajadas a participar na elaboração, concepção, acompanhamento e revisão das políticas de inclusão activa /08 VLC/eg 7

8 27. a Recomendação de 24 de Junho de 1992 sobre a suficiência dos recursos e da assistência social dos sistemas de protecção social continua a ser válida e é portanto conveniente retomar os seus princípios essenciais [A a C(3)], atendendo ao mesmo tempo às condições de concessão das prestações. Em especial, no âmbito das estratégias de inclusão activa, o direito a um complemento de recursos adequado deve ser combinado com medidas activas que favoreçam a inserção social e profissional. Por outro lado, o incentivo financeiro ao acesso ao emprego deve ser preservado para apoiar a sua motivação para procurar activamente um emprego e garantir que, sempre que uma pessoa retome um emprego ou aumente o seu tempo de trabalho, os seus rendimentos sejam superiores aos rendimentos da assistência. Os sistemas de protecção social e fiscais nacionais devem, neste contexto, evoluir na medida do necessário para tornar o trabalho mais atractivo. 28. as estratégias de inclusão activa deviam incluir um acompanhamento eficaz e personalizado para o mercado de trabalho, nomeadamente para evitar o desemprego de longa duração e a perda de empregabilidade, bem como o apoio necessário para aí permanecer. O acesso ao emprego devia constituir uma oportunidade aberta a todos devendo o objectivo ser a oferta de empregos de qualidade. A luta contra a pobreza no trabalho é primordial neste contexto, mas não devia por isso pesar sobre o custo do trabalho não qualificado, por forma a excluir afinal um certo número de pessoas do mercado de trabalho. Para lutar contra a precariedade e para permanecer no emprego é indispensável proporcionar acesso à formação profissional ao longo da vida e à qualificação, perspectivas de carreira e ainda boas condições de trabalho que garantam um emprego decente e favoráveis à conciliação da vida familiar e profissional, no respeito das regras de saúde e segurança; 29. o êxito de estratégias de inclusão activa exige que as pessoas afastadas do emprego tenham acesso a serviços indispensáveis, como os serviços de assistência social, de inserção e de formação profissional, de apoio ao alojamento e de habitações sociais, de guarda de crianças, de cuidados de longa duração e de saúde ou ainda os serviços financeiros de base. Estes serviços deviam ser organizados segundo os princípios de universalidade, de solidariedade e de acessibilidade, garantindo simultaneamente um acompanhamento personalizado, centrado nas necessidades específicas dos mais vulneráveis; 15984/08 VLC/eg 8

9 30. os Estados-Membros deviam tomar as medidas adequadas para que todos, incluindo as pessoas mais vulneráveis, sejam informadas dos seus direitos e do apoio disponível. Os procedimentos administrativos deviam ser simplificados o mais possível. Por último, os Estados-Membros deviam criar, na medida do possível, um mecanismo de recurso perante as autoridades administrativas competentes e, se necessário, terceiros independentes que sejam facilmente acessíveis às pessoas em causa; CONVIDA OS ESTADOS-MEMBROS A: 31. continuar a fazer da luta contra a pobreza e a exclusão social uma prioridade das políticas económicas e sociais; 32. criar a nível nacional estratégias de inclusão activa segundo os referidos princípios comuns; 33. prosseguir os debates sobre a oportunidade de determinar objectivos quantificados nacionais no domínio da luta contra a pobreza e a exclusão social, adaptados à situação de cada Estado e, nesse contexto, reflectir sobre objectivos quantificados em matéria de resultados ou de meios. Embora a decisão de determinar objectivos quantificados nacionais e respectiva definição constituam responsabilidades dos Estados-Membros, os relatórios nacionais de estratégia sobre a protecção social e a inclusão social podem servir de base à escolha dos objectivos e dos indicadores associados; CONVIDA A COMISSÃO A: 34. garantir nos relatórios conjuntos sobre a protecção social e a inclusão social uma revisão periódica da aplicação da estratégia de inclusão activa, com base nos planos de reforma nacionais, nos relatórios de estratégia nacional sobre a protecção social e a inclusão social e nos indicadores pertinentes; 15984/08 VLC/eg 9

10 35. apoiar, através do PROGRESS e do FSE, o intercâmbio de boas práticas e o lançamento de programas experimentais transnacionais no domínio da luta contra a pobreza e a exclusão social; CONVIDA A COMISSÃO E OS ESTADOS-MEMBROS A 36. proceder a um acompanhamento adequado da aplicação dos princípios comuns de inclusão activa, no âmbito do método aberto de coordenação, em coordenação com a aplicação da estratégia europeia de emprego; 37. no âmbito das respectivas competências, mobilizar os recursos dos fundos estruturais e em especial do Fundo Social Europeu para apoio das medidas de inclusão activa, em função das prioridades e das particularidades nacionais dos mercados de trabalho; 38. reflectir sobre a prevenção e o tratamento do sobreendividamento e da exclusão financeira /08 VLC/eg 10