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1 Boletim Informativo 1 Distribuição gratuita nº 010 Trimestral Junho 2016 Em Namarroi Raparigas sonham em um dia voltar a estudar pág. 4 Mabel em Moçambique pág. 7 Princesa Mabel interage sobre casamentos prematuros

2 2 Boletim Informativo ROSC Fórum das Organizações da Sociedade Civil para os Direitos da Criança O QUE É ROSC O ROSC é um fórum da Sociedade Civil constituído por organizações não governamentais nacionais e internacionais comprometidas com o bem-estar da criança. O ROSC coordena acções, influencia políticas e processos, partilha e divulga experiências que visam a promoção dos direitos da criança em Moçambique. VISÃO O ROSC é um fórum que acredita numa sociedade onde os vários actores sociais cooperam, partilham informações, experiências, recursos e criam sinergias para garantir que cada criança moçambicana goze plenamente dos seus direitos. OBJECTIVOS DO ROSC O objectivo do ROSC é realizar advocacia, monitorando e influenciando a implementação de políticas sociais e demais legislação nacional e internacional sobre os direitos da criança, com o propósito de contribuir para a promoção e realização do bem estar da criança em Moçambique. PILARES DO ROSC Desenvolvimento de Capacidades Advocacia de Políticas Sociais Gestão de Informação Coordenação de Parcerias MISSÃO O ROSC tem a missão de contribuir na coordenação e fortalecimento de um movimento nacional de Organizações da Sociedade Civil que trabalham na área da criança com vista a colocarem os direitos da criança no topo da agenda nacional, através da partilha de informação e diálogo permanente com o Governo e outros parceiros sobre questões que dizem respeito a criança. Pretende ainda fortalecer e facilitar o estabelecimento de parcerias entre parceiros interessados em cooperar para melhorar e ampliar as suas acções a favor da criança bem como participar activamente na formulação de políticas apropriadas para a realização dos direitos da criança em Moçambique. VALORES Pleno respeito pela pessoa humana e pelos direitos da criança; Abordagem integrada na promoção dos direitos da criança; Participação livre e aberta das crianças em todos os assuntos que lhes dizem respeito; Cooperação entre as diferentes instituições que trabalham em prol da Criança; Partilha de informação que contribua para a promoção dos direitos da criança. Conselho de Direcção Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade Bairro da Coop, Rua B, N. 247 Maputo Moçambique Telefax: rosc@rosc.org.mz

3 Boletim Informativo 3 Editorial Se todos tivessem oportunidade de estudar Está mais do que comprovado, que a educação é a arma mais poderosa para desenvolver uma nação. Um país que investe forte na educação, além de estar a garantir o desenvolvimento, está a garantir um futuro próspero, saudável e favorável para as crianças de hoje e adultos do amanhã. Mas essa educação não deve ser discriminatória, tanto meninas como meninos têm o direito de estudar, todas as condições devem estar asseguradas de forma a garantir que ambos tenham acesso a educação, e que prática nenhuma contrarie esse direito. Moçambique está a registar um crescimento no que refere ao nível de acesso/ingresso na escola, mas há factores que impedem a retenção, o que faz com que algumas crianças não terminem o ciclo académico, comprometendo o seu desenvolvimento, e do país no geral. Algumas práticas culturais e tradicionais contribuem para que as raparigas, em particular, não concluam com os seus estudos. É o caso da gravidez precoce, que obriga as raparigas a abandonarem os seus estudos e sonhos para em troca cuidarem do lar (filho, marido, sogros), e que em algumas vezes, são abandonadas pelos parceiros e famílias (sogros) deixando-as vulneráveis. Elas (raparigas) voltam a situação inicial, e talvez a situações piores, porque já perderam o acesso a educação e têm um filho para sustentar e cuidar. A gravidez precoce ocorre por vários motivos, falta de informação/conhecimento (não tem acesso a meios de comunicação), prevalência de normas e práticas sociais prejudiciais, que fazem com que as famílias acreditem que o surgimento da menarca nas raparigas é motivo para esta ser considerada mulher e pronta para casar. A prática dos ritos de iniciação, no seu lado obscuro, é um tremendo atentado contra a educação. As meninas perdem o direito de estudar, isso porque, em algumas regiões, quando a menina vê a menarca é obrigada a ir aos ritos, sem importar o período do ano (se está em aulas ou não), o que faz com que ela perca aulas e desista de estudar. Estas meninas também têm que gozar o seu direito de estudar e concluir os estudos, têm direito a preparar e sonhar com um futuro melhor para elas e para o seu país. É preciso que esse direito seja respeitado por todos, família, comunidade, Estado, e todos envidarem esforços para que ela cresça num ambiente seguro, onde ninguém viole os seus direitos. Outros destaques Chóckwè O desafiante cenário para o desenvolvimento das crianças 14 Ficha técnica Coordenador Executivo: Albino Francisco Edição: Nélcia Tovela Colaboradores: Mwema Uaciquete, Silvana Nhaca, Isis Psico Tiragem: 1500 exemplares Membros Fundadores do ROSC Associação Wona Sanana (AWS), Fórum de Rádios Comunitárias (FORCOM), Iniciativa de Esperança para a Criança Africana (HACI), Rede de Comunicadores Amigos da Criança (RECAC), Plataforma de Protecção Social, Instituto para o Desenvolvimento da Criança (Zizile IDC), Movimento de Educação para Todos (MEPT), Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Rede Contra o Abuso de Menores (Rede Came), Women and Law in Southern Africa Research and Education Trust (WLSA), Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), Associação Criança, Família e Desenvolvimento (CFD), Rede Crista Contra HIV e SIDA em Moçambique, Associação NGUNI (NGUNI), Mulher, Lei e Desenvolvimento (Muleide), Associação Rede de Protecção de criança de Sofala (SOPROC), Action Aid Moçambique, Douleurs Sans Frontières (DSF), Plan International e ChildFund International.

4 4 Boletim Informativo Destaque Em Namarroi Raparigas sonham em um dia voltar a estudar Moçambique já deu um avanço significativo para o combate aos casamentos prematuros, elaborando e aprovando a Estratégia Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros, um instrumento que garante o compromisso do Governo para a redução desta prática; sendo que esta coloca em risco o bemestar das crianças, das raparigas em particular, e também do país. De acordo com a prática acima mencionada, as raparigas são obrigadas a abandonar a escola, engravidar precocemente, impossibilitadas de continuar com os seus estudos e, na maioria das vezes, a viverem numa situação de pobreza extrema. A equipa do Elos deslocou-se para um dos distritos da província da Zambézia, Namarroi, e acompanhou de perto histórias de raparigas que hoje são mães, abandonaram a escola, foram abandonadas pelos parceiros (maridos), não trabalham e hoje vivem numa situação de extrema vulnerabilidade. Que futuro o país espera dessas raparigas? Daí a necessidade de envidar-se mais esforços e garantir a implementação da Estratégia, de forma a evitar que mais meninas vivam nestas condições, mas também que vivam numa sociedade onde há respeito pelos seus direitos (como crianças que são). O Elos acompanhou histórias de cinco raparigas, da localidade de Lipali, distrito de Namarroi, durante o lançamento da campanha contra casamentos prematuros, procedido pelo Movimento de Educação para Todos e Actionaid, no âmbito do projecto Acelerando os Direitos da Rapariga à Educação, onde foram providenciados serviços de registos de nascimento, o que também mobilizou muitas mulheres, pois na sua maioria não haviam ainda registado os seus filhos. Meu filho não conhece o pai Elsa, tem 19 anos, vive em Lipali, abandonou a escola na 5ª classe, quando tinha 14 anos. Abandonei a escola

5 Boletim Informativo Destaque 5 porque não tinha dinheiro para pagar a matrícula. Foi ai onde o sonho da Elsa começou a desmoronar Eu sonhava em ser enfermeira para salvar vidas. Enquanto Elsa não ia à escola, a machamba e outros deveres domésticos tomavam conta do seu quotidiano. Aos 16 anos conheceu o homem que veio a debelar a sua vida. Ele me engravidou e me abandonou. Nunca mais o vi, desde que lhe disse que estava gravida. Dizem que está em Maputo. Elsa engravidou aos 17 anos e hoje sente-se arrependida por ter ficado gravida precocemente. Casar cedo não é bom. Está a ver eu não trabalho, não tenho condições para sustentar meu filho, dependo dos meus pais, que também não têm nada. Embora o sonho esteja ofuscado, Elsa não perdeu a esperança na vida. sonho um dia voltar à estudar para dar uma vida melhor a mim e ao meu filho. Se tivesse continuado a estudar não estaria a sofrer Angelina, de 19 anos de idade, tem dois filhos. O primeiro tem dois anos e o segundo tem apenas alguns meses de vida. Estudou apenas até 3ª classe. Tem dificuldades na leitura e na escrita. Aos 15 anos começou a namorar e ficou grávida, conheci meu marido enquanto passeava, depois eu fiquei grávida e minha família mandou-me para casa dele, pouco tempo depois fiquei grávida novamente. Mesmo sendo nova, Angelina enfrentou o lar, vivendo uma vida de adulta, mãe de família. Mas o lar não terminou bem meu marido me fugiu logo que este (filho mais novo) nasceu. Dizem que está em Quelimane, a família dele mandou-me embora, agora estou a viver em casa dos meus pais, eles é que sustentam a mim e aos filhos porque eu nem trabalho. Questionada sobre escola, Angelina com semblante cheio de arrependimento, disse que se tivesse estudado estaria já a trabalhar e a viver uma vida boa. Angelina não deixou a escola por escolha. Nós somos cinco filhos, eu sou a terceira, os dois mais velhos são rapazes. Quando era hora de ir à escola eu sempre atrasava porque tinha que fazer todas as tarefas domésticas sozinha e a escola era longe de casa, as vezes eu chegava cansada. Os meus pais diziam que meus irmãos não deviam fazer trabalhos domésticos, essa era minha tarefa como menina, tinha que aprender a ser mulher para ir ao lar. Hoje sou mãe e pai para os meus filhos Mussania Silva, de 18 anos, tem dois filhos e vive com os pais. Abandonou a escola na 5ª classe. Quando vi a menarca, aos 11 anos, minha avó me chamou e disse que eu já era mulher e tinha que me cuidar melhor, porque os meninos já podiam me chamar na rua. Esse foi o ensinamento que avó transmitiu. Mussania teve que abandonar a escola porque deixou de viver com a avó e passou para a casa dos pais, que fica distante da escola, e foi esse o motivo que levou-a a desistir da escola. Como já não ia à escola, dedicava maior parte do seu tempo aos trabalhos domésticos e a cuidar dos irmãos mais novos. Quando completou 15 anos, ficou gravida. Os pais mandaram-na para casa do dono da barriga. Mussania foi para o lar, e passou a viver como mulher adulta. Engravidou novamente, aos 17 anos, foi quando o marido abandonou-a e a família expulsou-a de casa, mandando-a de volta para a casa dos pais. Os filhos da Mussania não foram registados. Hoje, Mussania vive com os pais, não trabalha, não estuda, vive apenas da agricultura e com dois filhos menores para cuidar. Não é fácil, meus pais devem sustentar a mim e aos meus filhos, enquanto eles têm pai. Embora esteja a passar por essas dificuldades, não descarta o sonho de voltar a estudar, se eu tivesse oportunidade, voltaria a estudar, mas agora eu só penso nos meus filhos, quero regista-los para quando tiverem a idade de escola, puderem estudar. Não sabia que existem métodos contraceptivos A falta de informação aliada a falta de serviços relacionados com a saúde sexual e reprodutiva culmina na falta de conhecimento. O caso da Eufrásia, de 19 anos, que tem um filho, teve uma gravidez não planeada/não desejada como todas as outras raparigas. Eu não queria ser mãe, mas não tinha como evitar. E quando fiquei grávida não tinha outra alternativa, senão assumir, embora o meu parceiro não aceitou a gravidez e fugiu de casa. Dizem que ele está em Nampula. Meu filho não conhece o pai. Eufrásia estudou até a 7ª classe, e não continuou porque não tinha condições financeiras. Mas garante que para próximo ano irá batalhar para voltar a estudar e seguir com o sonho de ser professora. E vai sensibilizar as outras raparigas a não casarem cedo, e que devem estudar para ter um futuro melhor, mais tarde poderão casar e ter filhos, enquanto já tem emprego para não passarem dificuldades. Quero estudar para saber ler e contar Numa conversa tímida com a Cecília, aparentemente com 18 anos, ela apresentou dificuldades em partilhar a sua história. E com a ajuda das amigas, vizinhas pudemos perceber alguns factos da sua vida. A Cecília é uma jovem/adolescente tal como outras meninas, mas ela nunca teve a oportunidade de ir a escola. Não sabe ler, escrever e nem sabe a sua idade e nem a do filho, que aparenta não ter ainda um ano. Vive com a avó desde pequena e não teve a oportunidade de estudar. Hoje, o seu sonho é saber ler e contar, sobretudo para poder calcular a idade do filho. Ela não tem documento de identificação, o que presume que não tenha sido registada. Engravidou e o rapaz está em Quelimane, ela diz que foi à procura de emprego, mas as amigas afirmam que ele abandonou-a pois nunca visitou, nem conhece o filho. Vive do trabalho da machamba.

6 6 Boletim Informativo Mais de um milhão de crianças no trabalho infantil A situação da criança moçambicana continua preocupante e alarmante. O número de crianças envolvidas no trabalho infantil é assustador, mais de um milhão de crianças, dados avançados no Estudo Qualitativo sobre o Fenómeno do Trabalho Infantil e o Seu Impacto em Moçambique ( ), do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, lançado no dia 24 de Junho. Esta situação requer uma intervenção eficaz e urgente, que garanta a redução do número de crianças envolvidas no trabalho infantil, e que as mesmas possam gozar plenamente os seus direitos. A causa primária apontada para o trabalho infantil é a pobreza, visto que muitas crianças que se encontram nessa situação (trabalho infantil) são de famílias pobres e vulneráveis. As decisões sobre o trabalho infantil e escolarização são tomadas pelos pais e, se for uma família pobre, a criança torna-se parte do processo de geração de renda para a família. A procura de melhores condições, obriga as famílias a migrar das zonas rurais para urbanas, é o êxodo rural (campo para cidade). E estas famílias, em particular crianças, são forçadas a envolverem-se no trabalho infantil por razões de garantia da sobrevivência individual e da família. Elas tornam-se vendedoras ou trabalhadoras de rua, e ficam vulneráveis à violência e susceptíveis a trabalhos ilegais e ilícitos, como roubo, tráfico de drogas e prostituição infantil. Com essa vulnerabilidade toda, as crianças correm graves riscos, pois o trabalho infantil aumenta o nível de analfabetismo, promove um baixo rendimento escolar, atrasa o desenvolvimento e perpectua a pobreza. A área que mais se destaca no trabalho infantil, em Moçambique, é a agricultura, caça, pesca e silvicultura, com 79 por cento. Maputo cidade lidera o trabalho infantil no sector do comércio, com 74 por cento, seguido por Maputo província, com 34 por cento. No sector da indústria transformadora, Maputo província lidera com 4.5 por cento. Na construção civil, lidera Manica com 8 por cento. O estudo apurou que em Moçambique as piores formas de trabalho infantil existem nas áreas de comércio informal, prostituição infantil e mineração do tipo garimpo, o que exige que o Governo adopte medidas e acções de prevenção e combate às piores formas do trabalho infantil, através da identificação e definição de acções normativas, políticas públicas e estratégias de prevenção, combate e erradicação deste fenómeno.

7 Boletim Informativo Notícias 7 Mabel em Moçambique Princesa Mabel interage sobre casamentos prematuros A princesa Mabel Van Oranje, também presidente da Coligação Global contra casamentos prematuros, Girls Not Brides- (Meninas e Não Noivas) esteve de visita à Mocambique. Nesta visita, Mabel interagiu e trocou experiências com sectores do Governo, Sociedade Civil, Parceiros de Cooperação, Jovens e Raparigas sobre a problemática da prática dos casamentos prematuros, que não só aflige Moçambique, mas é um problema que preocupa o mundo. Mabel reuniu com os membros da Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros (CECAP), coligação membro da Girls Not Brides, e puderam trocar experiências e aprendizados nesta temática. A CECAP partilhou os avanços e os desafios que ainda persistem na luta diária pela causa, reuniu-se também com raparigas e rapazes activistas. Além da Mabel conhecer o trabalho realizado pela CECAP, partilhou o seu aprendizado neste mundo da defesa dos direitos humanos, sobretudo da rapariga. Mabel disse que para que o país desenvolva, todos devem estar envolvidos, de forma a garantir mudança, pois não é possível trabalhar e conquistar progressos trabalhando de forma individual. Dessa forma, a princesa defende a importância da multissectorialidade. Embora seja algo que já acontece, é o caso da Estratégia contra Casamentos Prematuros, que é multissectorial, deve reforçar para que haja resultados positivos. Em relação à Estratégia Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros, a princesa Mabel afirma ter sido um avanço positivo para a luta contra esta prática para o país, mas o grande desafio é a implementação, tornar a estratégia em algo concreto e realizável. E para isso, enaltece o papel da Sociedade Civil, pois garante que é fundamental para este processo. A CECAP já deu um passo significativo, apoiando na elaboração deste instrumento e deve estar envolvida nos processos subsequentes. Um dos avanços registado para o combate aos casamentos prematuros, é o Programa Global do Fundo das Nações para Infância (UNICEF) e Fundo das Nações Unidas para as População (UNFPA). Um programa que vai envolver várias parcerias, desde Governo, Sociedade Civil, Media e outros actores importantes para o combate aos casamentos prematuros, e que vai abranger diversas áreas, como Educação, Saúde, Quadro Legal, dentre outras. Em relação a este Programa Global, a princesa Mabel deixou ficar três elementos fundamentais para o alcance dos objectivos traçados, a partilha de experiências, maior coordenação entre ministérios,

8 8 Boletim Informativo Notícias sociedade civil e agência das Nações Unidas, e o papel crucial da sociedade civil no combate aos casamentos prematuros. A princesa Mabel reuniu com jovens e adolescentes activistas, em jeito de conversa, as/os jovens e adolescentes falaram do dilema vivido dia-a-dia da problemática dos casamentos prematuros, sendo uma camada social mais vitimizada. Os rapazes e raparigas falaram das várias causas dos casamentos prematuros, desde as práticas culturais, falta de segurança, a qualidade de ensino ainda frágil e os meios de protecção limitados. E afirmam em viva voz, que se estes aspectos olhassem em primeiro lugar para o bem-estar da criança, sobretudo rapariga, o país seria mais amigo das raparigas, e não haveriam estas práticas prejudiciais, que só regridem o processo de desenvolvimento. Perante estes desafios, a princesa Mabel deixou ficar aos jovens palavras de encorajamento para não desistirem de lutar contra este mal, e também afirma que o país deve apostar no empoderamento das raparigas e rapazes, de forma a serem elas/eles próprios a lutarem e com armas poderosas e eficazes, como educação, contra os casamentos prematuros. Ela é optimista em relação a eliminação desta prática, e que Moçambique já deu passos significativos para a sua redução. Diálogo sobre casamentos prematuros A estadia da princesa Mabel em Mocambique, foi um momento de interação e debate sobre casamentos prematuros, com várias organizações da sociedade civil, ministérios e instituições que estão comprometidos na erradicação desta prática. Na saúde, esta prática tem consequências nefastas, pois quando a rapariga cedo casa, cedo ira engravidar, e uma gravidez precoce é um risco para a saúde da rapariga, além da fístula obstétrica que pode vir a contrair e das doenças sexualmente transmissíveis. Na educação, além de promover a fraca qualidade de ensino, coloca em risco o futuro da rapariga e da nação inteira. As desistências escolares aumentam e o nível de analfabetismo também cresce. A vertente legal, que ainda apresenta lacunas, tem que estar favorável para protecção da rapariga, com vista a garantir desenvolvimento e bem-estar. Mas o quadro legal apresenta ou dá espaço para que crianças (menores de 18 anos) envolvam-se em casamentos prematuros. Mesmo com os desafios patentes, os vários intervenientes acreditam que se todos estiverem comprometidos no combate aos casamentos prematuros, é possível erradicar-se esta prática. Mabel disse que Moçambique tem mostrado esforços para combater e mudar este cenário. Para erradicar o Casamento Prematuro, é importante que haja uma abordagem multissectorial coordenada que envolve todos os actores relevantes na implementação. E para tal, os ministérios do Género, Criança e Acção Social, Educação, Saúde, Justiça e do Interior devem estar comprometidos com a causa. Sem esquecer das Organizações da Sociedade Civil, doadores, líderes religiosos e tradicionais, encarregados de educação, jovens activistas, e as próprias raparigas, pois eles desempenham um papel importante na luta contra casamentos prematuros, disse Mabel, acrescentando que, é importante o país investir forte no acesso à educação, saúde sexual e reprodutiva da rapariga. Mabel visita projectos da CECAP Após momentos de reflexão, a princesa deslocouse para o terreno para conversar com as raparigas e inteirar-se das actividades que os membros da Coligação têm desenvolvido. A primeira visita foi ao distrito de Manhiça, na província de Maputo, onde conversou com raparigas do Clube de Raparigas, da Actionaid. Nesta visita, as meninas, apresentaram teatro e debateram sobre os casamentos prematuros, e demonstraram a importância do empoderamento da rapariga para que seja ela própria a lutar pelos seus direitos. A Associacao Socio Cultural Horizonte Azul (ASCHA) também recebeu a visita da princesa, que conheceu o trabalho que as raparigas têm realizado, desde empoderamento económico, as raparigas confecionam roupas e outros materiais, com vista a desenvolver capacidades profissionais. Alem das actividades de empoderamento económico, as meninas mostraram as suas habilidades, debatendo sobre os casamentos prematuros, pois os debates são um prato forte na associação. Dalila Macuácua, coordenadora da ASCHA, falou dos problemas/desafios enfrentados pelas raparigas no dia-a-dia. O acesso e retenção da rapariga na escola, tendo em conta que o ensina não é totalmente gratuito, e as famílias enfrentam dificuldades financeiras. Um outro desafio são as gravidezes precoces, as meninas precisam de mais informação, de forma a evitar que elas fiquem grávidas precocemente. As raparigas em um tom único, apelam a não violação dos seus direitos humanos, e pedem o respeito e efectividade dos seus direitos. Apelam ainda pela eliminação das práticas nocivas, pois colocam em risco os seus direitos.

9 Boletim Informativo 9 Em Maputo Cidadãos sensibilizados pela campanha contra Casamentos Prematuros No âmbito da campanha de luta contra os Casamentos Prematuros, a Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros (CECAP) coordenada pelo Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (ROSC), produziu três outdoors que foram distribuídos pela cidade de Maputo, concretamente na esquina entre a Avenida de Angola e Avenida Joaquim Chissano, Rua Irmãos Ruby e outro próximo a Praça da Juventude. Como forma de sensibilizar um grande número de cidadãos, a campanha foi feita através de imagens e frases demonstrando a situação em que as crianças e adolescentes são submetidas ferindo deste modo os seus sentimentos, privando-as da liberdade, educação e um crescimento saudável, submetendo-as a um nível de pobreza contínuo. Grande parte dos cidadãos entrevistados demonstrou ter a consciência dos riscos e das privações, incluindo a escravidão moral, social e psicológica em que as crianças e adolescentes são submetidas por conta deste mal que vem afectando milhares e milhares de crianças e adolescentes. A prática dos casamentos prematuros só prejudica as meninas. Mesmo aqui na cidade capital, esses casos acontecem mas não deviam, isso deve acabar porque não é bom. Por isso estas mensagens são bem-vindas para nós, sobretudo para as meninas, precisamos acordar, Eunice, de 29 anos. Esta acção demonstra que as campanhas que vêm sendo feitas têm surtido um grande efeito na consciência dos cidadãos.

10 10 Boletim Informativo A mensagem que é transmitida no outdoor é vista como uma boa forma de sensibilização e consciencialização, o que chega a despertar uma certa curiosidade para quem cruza os locais onde os outdoors encontram-se dispostos, causando um primeiro impacto na tentativa de procurar perceber-se de que espécie ou tipo de publicidade é transmitida. Através do contacto obtido com os cidadãos, grande parte afirmou ter tido experiências em que tenha presenciado uma situação dos casamentos prematuros, em que as meninas foram obrigadas pelos próprios pais a saírem de casa porque haviam engravidado, indo assim viver em casa do rapaz ou do homem que a tenha engravidado, independentemente da idade que este aparenta. Para a Shelcia Cláudio, de 15 anos de idade, as meninas casam cedo porque os pais obrigam. Parece que querem se livrar delas o mais cedo possível, deviam apoiar a elas. Em relação à idade, ela é vista de vários ângulos, no sentido de que idade proposta por todos seria acima dos 18 anos para que uma rapariga ou um rapaz possa casar, havendo quem vai mais longe como é o caso da Josefina Fernando, de 30 anos: Mesmo com 18 anos a menina não pode ir ao lar, deve ir com 24 ou 25 anos porque já está preparada. A mensagem vai consciencializar as pessoas, porque chama atenção. Mas infelizmente nem todo o mundo aceita que casamento prematuro seja um problema, mas é um grande problema para a sociedade. A campanha que é feita em torno dos casamentos prematuros, para muitos tem sido positiva, os cidadãos têm vindo a ganhar a consciência sobre esta temática, ganhando deste modo a noção do porquê é importante trabalhar-se para a eliminação dos casamentos prematuros, uma prática que traz consequência nefastas para as crianças e (raparigas em particular), prejudicando e comprometendo o desenvolvimento destas, assim como a do próprio país. Em termos de culpabilização de quem são os mais promotores dos casamentos prematuros, existe um consenso comum em que a maioria afirma serem os próprios pais quem chegam a obrigar a própria criança para que tome este passo tão decisivo precocemente. Mesmo havendo manifestação por parte do adolescente em querer tomar este passo, os pais muitas vezes não demonstram nenhum impedimento, apenas apoiam a criança na expectativa de poderem melhorar a vida deles (pais) assim como da criança. Dos casos confirmados pelos cidadãos em relação à prática dos casamentos prematuros, os entrevistados afirmaram não ter tido palavras e nenhuma acção para que pudessem impedir que tal acto pudesse acontecer, embora conheçam vários casos. Eles consideram esta prática imoral e negativa. Por isso, enaltecem a iniciativa da campanha através dos outdoors, pois acreditam que as mensagens divulgadas, trouxeram à consciência de muitos sobre a importância de proteger as crianças e dizer não aos casamentos prematuros. Esta acção demonstra que as campanhas que vêm sendo feitas têm surtido um grande efeito na consciência dos cidadãos. Muitos afirmam que já vem incentivando as crianças que lhes são próximas para que não se casem cedo. É o caso da Duda Anchura, de 30 anos de idade, Tenho incentivado as meninas a não namorarem cedo, elas devem primeiro estudar, pois isso evita gravidezes precoces e casamentos prematuros. Só devem casar depois dos 18. Por conta disso várias ideias são propostas por parte dos cidadãos com vista a extinguir ou mitigar este mal, como é o caso da opinião do Ernesto Macuacua, de 23 anos de idade: O Governo e a Polícia deviam juntar esforços e dinheiro em ajudar essas pessoas e prender os culpados que casam as crianças. As pessoas que promovem os casamentos prematuros deviam ser castigadas. Outros vão mais além, como é o caso do Alexandre: A medida seria a proibição, conforme já existe uma lei de protecção é bom, e apoiar dando mais chances as raparigas, de estudar e se formarem.

11 Boletim Informativo Grande Entrevista 11 Não basta proibir, o Estado deve criar alternativas Em Moçambique, a harmonização da idade da criança ainda é um desafio, dado que a legislação vigente apresenta diferentes idades para a mesma, por exemplo para o casamento a idade mínima para a menina é 16 anos (com consentimento dos pais), para o trabalho são 14 anos, para processos eleitorais (voto) são 18 anos e tem ainda a questão da maioridade, que são os 21 anos. Menores de 21 anos, para alguns casos precisam de autorização (ser emancipados) pelos pais, é o caso de abrir uma conta bancária ou para tirar carta de condução. A questão da idade não está harmonizada, mas para que o leitor tenha uma visão mais clara em relação às idades e das consequências de algumas práticas prejudiciais devido ao envolvimento de crianças em actividades perigosas, a Juíza Desembargadora e Directora do Centro de Formação Jurídica e Judiciária, Vitalina Papadakis, concedeu uma entrevista ao Elos e aborda estas questões, e também faz menção à importância de respeitar os direitos das crianças, garantindo que estas cresçam em ambiente saudável e favorável, sobretudo quando aborda a questão das crianças que trabalham ainda menores e em condições não seguras. ROSC Como é que olha para a questão da idade (mínima) em Moçambique? Vitalina Papadakis (VP) - Importa dizer que temos a maioridade civil ou até pode-se dizer ao contrário que é a menoridade civil. A maioridade civil é aquela que até está prevista no Código Civil, que é quando a pessoa atinge ou completa os 21 anos. A partir dessa idade a pessoa pode reger a sua vida, portanto, pode celebrar negócios, pode trabalhar, pode casar, pode tirar carta de condução, portanto já não precisa mais de autorização. Excepto se essa pessoa embora tenha atingido essa maioridade tenha algum distúrbio mental, portanto, significa que a pessoa ainda precisa de cuidados e de certa forma também não está em condições de celebrar negócios, não pode casar, então é preciso que se tenha em conta também esse aspecto, de que a questão da maioridade também não é algo absoluto. É preciso olhar também para os aspectos do foro psicológico e mental principalmente. Fora dessas situações, se for uma pessoa sem estes problemas mentais, então ela quando atinge os 21 anos, é maior, portanto é dona, como costuma-se dizer é dona do seu nariz. Entretanto há determinadas situações em que não se espera que a pessoa atinja os 21 anos para poder praticar determinados actos, para poder gozar de determinados direitos, portanto a lei prevê que pode ser antes dos 21 anos, mas é uma maioridade apenas para aquela situação, só não é maior de idade, tem uma maioridade específica. É verdade que há muitas situações em que pessoas com menos de 18 anos já se encontram a trabalhar, isso para resolver determinadas situações familiares, de certa forma até garantir o seu próprio sustento. São situações que nunca deviam ocorrer, a Lei do trabalho por exemplo, que diz menos de 18 anos não pode ser admitido na função pública. Depois tem a maioridade que é para efeitos de votação, a partir dos 18 anos, parte do princípio que nessa idade e é o que está padronizado, que as pessoas deixam de ser crianças, então elas adquirem o direito até de votar, portanto são essas situações. Para o casamento, admite-se que as pessoas possam casarse atingindo a maioridade, quando tiver 16, os pais excepcionalmente, podem autorizar as filhas a casar. ROSC Há um instrumento da Organização Internacional de Trabalho (OIT) e que Moçambique ratificou, num dos seus artigos diz que as crianças já podem trabalhar a partir dos 14 anos. VP: Existem muitas situações em que por exemplo as crianças são responsáveis por uma família, o que a OIT faz é abrir espaço para que os estados, até como forma de reduzir o índice de pobreza, dá-se uma oportunidade para essa criança estudar, de ter um futuro, abre-se espaço para que os estados possam entregar excepcionalmente, é preciso que a gente tenha isso sempre em conta, permite-se isso mas não é algo que deva ser regra. Mas, ao admitir não pode dar a esta criança trabalhos pesados, por exemplo não podemos colocar esta criança de 14 anos a manejar máquinas pesadas, pois o tipo de trabalho que ela vai fazer para estrutura física dela não é adequado porque ela ainda está em fase de crescimento. É necessário que lhe seja dado esta oportunidade de o seu corpo se constituir como deve ser, se formar como deve ser para depois poder fazer as melhores escolhas em questões de trabalho. E é importante também que a entidade empregadora dê trabalho que possa de certa forma permitir o crescimento normal da criança, portanto falo do desenvolvimento mental, físico e psicológico, tudo isso é importante, portanto não é algo exactamente que podemos considerar contraditório, é completamente diferente da situação que eu me referia do casamento que há sempre uma alternativa. Normalmente estas crianças não fazem como os adultos que vão desfilar os seus currículos. O que

12 12 Boletim Informativo Grande Entrevista significa que é necessário que haja alguma política que possa integrar as crianças nos postos de trabalho, mas crianças que se encontrem em situação vulnerável, não pode ser uma criança que está em idade escolar, que tem os pais para a sustentar, que vai se criar condições para dar emprego a essa criança, não há razoes, então são aquelas situações de pobreza, em que as pessoas não têm alternativas, aquelas que os pais morreram na guerra ou por causa de doenças, então o mais velho é uma criança de 14 anos, ela é que tem que tomar conta dos irmãos mais novos, como fazer? Para continuar a depender dos favores que as pessoas vão dar, não, não vai. Portanto abre-se espaço para esta criança. ROSC Uma vez que ainda não existe a lista oficial de trabalhos perigosos para uma criança, por exemplo que trabalham em garimpos ou na produção de tabaco, embora não seja necessariamente alguém a contrata-las mas que são trabalhos perigosos que exercem, e muitas vezes o que acontece é que as crianças que deviam estar na escola é que estão lá a trabalhar. Como é que a Lei pode intervir nesse caso? VP: Não basta o estado ir lá e proibir essas crianças de trabalharem, de desempenharem essas actividades porque aquilo é um sustento. Para o estado proibir e impedir que estas crianças possam exercer essas actividades é necessário que o estado dê uma alternativa, ou encontre para elas emprego menos perigoso, porque nem todas as crianças que estão ali já completaram 14 anos, tem crianças com menos de 14 anos, então isso significa que estas ainda precisam de um apoio para alimentação, mesmo que estejam já a frequentar a escola. Pra ir a escola é preciso comprar fardamento, é preciso comprar material escolar, porque para estar lá é gratuito, mas para estar bem, estudar como deve ser, não é. E não vai entrar na escola se não tiver fardamento, e esse fardamento da escola o estado não dá, os pais têm que comprar. O material escolar, caderno, caneta, o estado também não dá, os pais têm que comprar. As vezes é preciso pagar o lanche, o transporte para a criança poder ir e estar na escola, isso também o estado não dá, se desse tudo isso, desde a Pré por exemplo até a 5ªclasse, nós poderíamos considerar que efectivamente o ensino é gratuito. Portanto para ela ter uma preparação, manter a sua mente fresca, estar em condições de poder assimilar as matérias, as que são dadas na escola, é necessário que ela tenha também condições em casa, enquanto não tiver isso, abre-se sempre espaço para que as crianças tenham que sair, e as vezes até desistir da escola para poder procurar melhores condições, estamos a falar até da própria roupa. Se alguém for empregar crianças com menos de 18 anos é sancionado, mas também no fundo é sancionada a própria criança, porque ela fica sem aquele emprego, até fez um grandíssimo favor, mas ela depois fica sem o sustento, o que significa que, não basta penalizar a entidade empregadora que admitiu criança com menos de 18 anos, é necessário que apoie essa criança. Portanto esse trabalho que é no garimpo ou nas machambas de produção do tabaco, esses são também trabalhos perigosos para as crianças, embora no caso do tabaco não seja só por esforço físico, mas é o inalar do tabaco que também é prejudicial à saúde até mesmo para os adultos, então esses são trabalhos perigosos que as crianças não deveriam de modo algum estar sujeitas. ROSC Para o caso das crianças que trabalham no garimpo, qual é a medida que se toma? Tendo em conta que o estado não tem ainda mecanismo de como assegurar que essas crianças tenham uma outra vida. O que é que se faz legalmente com aquelas crianças? VP: Legalmente é aquilo que eu me referia, que tem o ponto de vista criminal e tem o ponto de vista civil, porque mesmo que não sejam os pais a mandar as crianças fazer este trabalho, mas não têm o controlo, estão a deixar de proteger essa criança, então de ponto de vista de direitos dos menores retirar-se-iam essas crianças do poder dos pais. Algumas situações são crianças que não vivem com os pais, nem com os tios ou outros responsáveis, mas vivem entre elas, você vai tirar do garimpo? Para fazerem o quê? Vai proibir de ir lá? Devemos fazer alguma coisa, mas a pergunta é: Vai tirar do Garimpo e vai por aonde? Vai fazer o quê? Esta criança depois de sair do garimpo, vais colocar aonde? Em casa? Fechada? Proibir de ir ao garimpo? E depois como é que ela vai viver? Então significa que, para que o estado possa actuar em relação as crianças que estão no garimpo, ela tem que ter um programa ou política muito bem definida para saber como é que vai substituir ou suprir a carência que a criança tem. Essa é que é a questão. O Estado deve suprir, não deve simplesmente proibir, ela deve suprir esta carência que a criança tem. A única alternativa deve ser o Estado criar condições de suprir as necessidades destas crianças, por meio de políticas e programas concretos que assegurem a reintegração destas crianças nas suas comunidades. ROSC Para esta situação do trabalho infantil, o que acha que deveria ser feito, tanto a nível politico como social para acabar esta prática. VP: O país tem muitas políticas e normas muito boas. O grande problema está na implementação das mesmas, e há duas coisas que pesam. A primeira é a mentalidade, a segunda são os recursos, então é preciso a mentalidade não só em relação a forma como olhamos para estas situações, é a necessidade de nós mudarmos determinadas formas de estar, em termos cultural, moral e começarmos a olhar, portanto termos uma forma diferente de olhar, valorizarmos mais as crianças, e pensarmos naquilo que elas serão no futuro. Mas também a mentalidade

13 Boletim Informativo Grande Entrevista 13 na forma como nós implementamos as políticas, a forma como nós usamos os recursos, porque não é tanto porque nós não temos mas é porque as vezes não fazemos a forma correcta, ou as vezes fingimos estar, simulamos estar a usar no sentido de dar apoio mas na verdade queremos tirar algum proveito pessoal. Então são essas coisas, e tudo isto tem a ver com a questão da consciência, da mentalidade, da necessidade das pessoas efectivamente começarem a pensar que devem servir uma sociedade e não servirse a si própria. Então a partir daí, com as políticas e normas que nós temos vai ser possível minimizar muitos dos problemas. Há políticas sobre apoio social, apoio as crianças que são chefes de família, é preciso saber efectivamente se todos os recursos previstos para apoiar estas crianças chegam lá, é preciso ver isso, é preciso saber se efectivamente a forma como se implementam essas políticas, se são as formas mais correctas. Porque a situação não deve tornar a criança eternamente dependente de favores, mas preparar esta criança para o futuro. O que significa que devem ser politicas que permitam que essa criança no futuro possa ser uma pessoa adulta com formação, com nível escolar, e com preparo para poder ingressar no mercado de trabalho. Então, penso que esses aspectos são essenciais, a questão da mentalidade e a questão relativa à distribuição dos recursos ou a canalização dos recursos que estão disponíveis para esses programas de apoio às crianças. ROSC Para o caso daquelas crianças que estão a trabalhar mas que têm condições, ou seja, elas têm família, mas é a própria família que manda a ela fazer trabalho que não deixam a ela ir à escola. São crianças vendedeiras, que trabalham de noite, ficam a vender nas noites, mesmo no inverno e sem estar agasalhadas. Nesse tipo de situação, como o Estado intervém? VP: Nesses casos, há duas coisas que se podem fazer, uma é de ponto de vista penal, que é, quando sujeita-se as crianças a trabalhos pesados, considerase maus tratos, portanto esta é uma situação, a outra é que os pais têm uma responsabilidade sobre os filhos, portanto tem o dever de cuidar, até atingirem a maioridade, a não ser que seja aquela situação que referi, com problemas mentais, aí tem eternamente de tomar conta daquela pessoa independentemente de ter atingido ou não a maioridade. Então isso significa que os pais têm o dever de prover alimentação, vestuário, de levar à escola e tem o dever de não sujeita-la à situações de trabalho pesado. Deve sim participar das actividades domésticas, lavar a loiça, ajudar na cozinha, mas também temos que olhar para a idade, ela não deve estar sujeita a riscos, por exemplo uma criança de 4 anos a gente manda cozinhar, isso é um risco para a criança, isso é um trabalho perigoso, pode-se mandar arrumar a cama, pôr a mesa, varrer, mas sempre olhando para idade dessa criança em função das actividades que nós queremos que elas façam. Agora, não podem os pais, mandar que estas mesmas crianças façam actividades que lhes são perigosas, não podem obrigar que elas abandonem a escola para fazer determinado trabalho, mesmo que seja doméstico, não pode impedir nem que seja de ir à escola porque deve tomar conta do irmão mais novo, isso não se pode fazer, quando isso acontece, tem o lado civil que é quando pode ser retirado aos pais a tutela sobre os menores, porque eles não sabem cuidar das crianças, mas isso é tudo teoria, é tudo muito bonito, estamos a falar de proteger as crianças, se tirarem as crianças dos pais, quem irá tomar conta? Podem deixar no orfanato. Mas será que a criança estará bem no orfanato? Então são todos esses aspectos que devem ser tidos em conta, muitas vezes, as instituições ficam de mãos atadas, por não saber que alternativa melhor aquela criança tem na vida. Se é melhor continuar com os pais naquelas condições ou é melhor tirar dos pais? Veja que mesmo que o Estado venha até com boas intenções que até cuide, o convívio familiar é aquele que sempre faz muita falta, então futuramente essas crianças depois crescem e tornam-se adultas, lembram-se sempre que foram retiradas dos seus pais. ROSC Em relação à idade, por exemplo com os 18 anos a pessoa já pode votar, quer dizer é considerada uma pessoa que já tem capacidade de tomar uma decisão, mas não pode por exemplo abrir uma conta bancária, tem que ser com o consentimento dos pais. Não acha isso contraditório? VP: Não é exatamente, porque é a questão da emancipação, a pessoa ainda não é adulta, mas não é criança, ela está entre criança e adulto, portanto já pode reger-se a si mesma. Para tirar a carta de condução, precisa de ser emancipado, é apenas isso, mas o pai pode se recusar, mas os pais não têm o poder absoluto. A pessoa já pode fazer negócio, já pode casar, já pode fazer uma serie de coisas, é verdade, mas precisa de ser emancipada. Se os pais não quiserem emancipar, o tribunal de menores pode actuar. No caso das eleições, o que se pretende na verdade é olhar para toda uma sociedade e legitimar o processo eleitoral a um universo muito grande de pessoas que estão nessa faixa, se limitar-se, uma grande parte das pessoas não votaria, então na verdade o que se pretende é legitimar o processo eleitoral e também ela já não é criança, já tem a possibilidade de participar nas grandes decisões, porque o processo eleitoral é uma grande decisão que a pessoa toma, é oportunidade que é dada, e não é algo que periga a vida dessa pessoa, não é algo que se ele não tiver feito bem ele vai ser penalizado, no sentido de que vai ser castigado, pressupõe-se que já tenha alguma consciência, uma formação que lhe permite fazer escolhas, nesse sentido. É envolvimento dos menores na vida politica. ROSC E para o caso do casamento, essa excepção que se abre dos 16 anos, que prevê que haja um interesse público, o que seria esse interesse público? Isso não seria contraditório? VP: Esse aspecto é que é de facto contraditório, porque nós estamos a dizer que uma criança não pode trabalhar, não pode exercer o direito de votar, não tem o direito de votar, mas uma criança pode casar, isto é que é contraditório. O legislador não especifica o interesse público, que eu acho que isso era importante, aclarar, mas para mim essa disposição na verdade devia deixar de existir, devia ser revogada, porque não é a vontade da pessoa que está em causa, e o casamento por definição é o acto voluntario, o que significa que a manifestação de vontade de Eu quero casar, e quando perguntam Aceita casar com o fulano X?, quem reponde não são os meus pais e nem a sociedade, sou eu, então se há um interesse público, não preciso ir no dia de casamento, porque não sou eu que estou a casar, é a sociedade que me está a casar. Porque eu casando significa que eu estou a dizer que quero casar, mas quando é a sociedade que me casa, que seja ela a responder se aceita que eu me case com fulano X. O que nós temos que pensar é: a sociedade ou a família está a empurrar uma criança para uma situação que quem vai ter que gerir é a própria criança, nem a família nem a sociedade, é esse tipo de abordagem que é preciso que seja feita de modo que as pessoas possam entender. Eu não sei como é que o conservador avaliaria esse interesse público, em função de quê? Em função da criança? Em função da família? Ou em função da sociedade? ROSC Moçambique ratificou alguns instrumentos que já vem claro que o casamento tem que ser a partir dos 18 anos. Quando aprova-se uma Lei, não se olha para essa questão, para que não haja contradição? VP: Essa disposição é contraditória em relação a própria Lei da Família, dentro de todos aqueles conceitos, de casamento, da idade para o casamento, tudo isso, o que é um casamento, quais são as responsabilidades de uma pessoa num casamento, o que é que significa um casamento, tudo isto está lá na própria Lei. Ela entra em contradição com as disposições da própria Lei da Família e com as demais leis que estão em vigor no pais e também aquelas normas internacionais que foram ractificadas por Moçambique, que proíbem o casamento antes dos 18 anos e estão lá, nessas normas também, o que é um casamento, o que é proibido, A Lei diz claramente é proibido casamento de menores então significa que é preciso olhar para essas normas. Mas normalmente quando nós estamos perante situações como estas, gravidez de uma rapariga, olhamos para o ponto de vista moral, ponto de vista ético, e as questões também de natureza cultural, isso muitas vezes é o que nos move, nem tudo que é cultural é bom, há muitas coisas da cultura que são óptimas que nós devemos seguir, mas a abordagem que deve ser feita é o superior interesse da criança, isso deve estar sempre presente, então a própria Lei da Família ao prever esta norma, devia ter em conta este princípio de superior interesse da criança.

14 14 Boletim Informativo Análise Chóckwè O desafiante cenário para o desenvolvimento das crianças Em Moçambique, os desafios para o desenvolvimento são ainda prevalecentes e precisam de uma urgente resposta, caso não, o país poderá não prosperar. A tensão político-militar que traz consequências nefastas, sobretudo para as crianças que são obrigadas a abandonar a escola e impedidas de exercer o seu direito à educação, são indicativos de que os momentos vividos no país têm contribuído negativamente para o bemestar de toda a população, em particular das crianças. Por exemplo, os dados reportados pelos media indicam que cinco escolas do distrito de Moatize, na província de Tete estão encerradas devido à tensão político-militar que se vive e mais de 300 crianças abandonaram as aulas e estão com os pais em centros de acolhimentos, em Malawi, ( 08 de Março de 2016). Além da tensão político-militar, o país foi afectado pela seca, que atingiu cerca de 530 mil pessoas (INGC). Estes são apenas exemplos de muitos desafios que o país vem enfrentando. A equipa do Elos visitou o distrito de Chokwé, na província de Gaza. Este distrito presenciou momentos de fome e de pobreza extrema. Já há muito tempo que não chovia aqui em Chokwé, disse Paulo Nhaombe, residente em Chokwé, acrescentando não tínhamos nada na machamba para comer, os bois estavam muito magros. As nossas crianças e mulheres sofriam muito de fome, nós que somos homens sentimo-nos incapazes porque nós é que cuidamos delas. Além da fome que se fazia sentir, Nhaombe disse que há crianças que abandonaram a escola devido a fome. Mas a chuva caiu, finais de Fevereiro, e a terra voltou a produzir. Chokwé é conhecido como um alto produtor do arroz e na criação de gado bovino, mas os desafios ainda existem. A qualidade de educação ainda é fraca Já se provou com todos os números e letras, que a educação é a chave para desenvolvimento de uma

15 Boletim Informativo Análise 15 nação e melhor se esta educação for de qualidade. Uma escola com infraestruturas seguras, onde o processo de ensino e aprendizagem está assegurado. Na Escola Primária de Chate, o cenário que se vive, coloca o país e o distrito em particular, ainda numa situação desafiante, que precisa de uma actuação urgente, de forma a garantir que o futuro do país (crianças) seja próspero e brilhante. Investindo na educação é investir por um amanhã melhor. As salas de aulas não têm estruturas/infraestruturas (falta de janelas, coberturas frágeis, falta de carteiras, quadros, entre outros materiais pedagógicos) adequadas para receber as crianças. Tal situação, faz com que em dias chuvosos e/ou de temperaturas muito baixas, as crianças passem mal, com riscos de ficarem doentes e até mesmo à faltarem as aulas, o que resulta no fracasso em todo o processo de ensino e aprendizagem. No que concerne ao saneamento e acesso a água, as crianças não usufruem deste privilégio, pois em muitas comunidades de Chóckwè não existem estas condições, nem nas escolas. De salientar ainda, que nas escolas, quando existe casas de banho, estas não são direccionadas em termos de género. Ou seja, as casas de banho não são separadas dos meninos e das meninas. O que além de constituir um desrespeito para com as crianças (de ambos os sexos) que têm direito a sua privacidade, poderá causar uma certa insegurança, colocando em risco as raparigas, pois estas podem sofrer abuso sexual ou violência. Um outro facto constatado naquele recinto escolar é ainda a fraca qualidade dos alunos. Durante a nossa conversa, as crianças mostraram ainda lacunas no que refere a literacia e numeracia. Acompanhando algumas aulas pudemos perceber que o professor precisa de um forte auxílio da língua local (Xi-Changana) para lecionar, tendo em conta que as crianças têm mais domínio na língua local. Este facto tem afectado pela negativa no processo de ensino e aprendizagem. O que constitui preocupação para a sociedade, pois estas crianças têm o direito de aprender num ambiente que lhes permita prosperidade não só nos estudos mas também para uma futura profissão. Pais e encarregados ausentes Não há sombra de dúvidas que quanto mais os pais participam na vida académica dos seus filhos, melhores resultados poderão alcançar. Essa participação não é em muitos casos vivida pelas crianças da Escola Primária de Chate. Em conversa com um dos alunos da 6ª classe, Jossias, disse que os pais não têm ajudado nos deveres da escola e nem ele (Jossias) tem tempo suficiente para se dedicar com afinco. Quando saio da escola, vou para casa almoçar e depois vou cuidar do gado, até ficar escuro (anoitecer) e depois volto para casa jantar e dormir, contou, acrescentando que muitas das vezes vai à cama cansado por causa do dia agitado que ele vive. No meio deste quotidiano, não sobra tempo para rever a matéria ou fazer os trabalhos para casa (TPC) e, nem os pais preocupam-se em incentivar ou apoiar a criança neste aspecto. O caso da Olinda, não foge muito ao do Jossias, mas esta, ao invés de ir à pastorícia, vai à machamba e faz trabalhos domésticos. Olinda, também frequenta a 6ª classe e vive com a mãe e três irmãos. Ela é mais velha e é a que cuida da casa e dos irmãos, o que não lhe permite tempo para dedicar-se plenamente aos estudos. Entro de manhã na escola e quando volto para casa tenho que lavar a loiça, cozinhar e cuidar dos meus irmãos mais novos. A Olinda não conta com o apoio da mãe, minha mãe não me ajuda porque ela não sabe ler e também não tem tempo, vai à machamba. Meu sonho é ir à Africa do Sul O bem-estar dos petizes de hoje é o alicerce do futuro do amanhã, o que obriga ao Estado a envidar esforços de modo a garantir o acesso pleno dos serviços básicos, educação, saúde e protecção. É comum ouvirmos das crianças, ao falarem dos seus sonhos, de serem médicos, professores, contabilistas, engenheiros e até mesmo presidente, deputados e ministro, mas esses sonhos não fazem parte do mundo de sonhos do Paito. Paito tem apenas 11 anos e frequenta a 4ª classe. Durante a manhã, Paito vai á pastorícia, na volta, prepara-se para ir à escola. Paito estuda, mas não quer ter/exercer nenhuma das profissões acima mencionadas, ele apenas quer ir à Africa do Sul. Quando eu crescer quero ir à África do Sul, trabalhar e voltar com muito dinheiro. É meu sonho, conta. Paito quer seguir os passos do pai, irmão e de muitos jovens e adolescentes do distrito de Chóckwè, que ao atingirem a adolescência ou juventude querem ir para a vizinha África do Sul. Para Paito não importa o trabalho que lá vai exercer, mas sim o facto de ir trabalhar para África do Sul. Ao ser questionado sobre a escolha do sonho, Paito responde meu irmão disse que vai arranjar emprego para mim lá na Africa do Sul porque aqui em Chóckwè nunca vamos ser ricos. Lá terei muito dinheiro. A falta de esperança de um Moçambique próspero em Chóckwè, em particular é o que reina nas mentes das crianças. Essa falta de esperança é devido à pobreza, condições de educação deficitárias. Se a educação de qualidade estiver assegurada, as crianças não se sentirão a perder ao estudar.

16 16 Boletim Informativo Opinião Estratégia contra Casamentos Prematuros Há necessidade de envidar esforços para obter resultados satisfatórios O Ministério do Género, Criança e Acção Social lançou a Estratégia Nacional de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros. Este é um instrumento que resulta do trabalho coordenado entre o Governo, Sociedade Civil, representada pela Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros (CECAP) e Parceiros de Desenvolvimento. A Estratégia tem o objectivo de criar um ambiente favorável para a eliminação da prática dos casamentos prematuros. E é vista como uma oportunidade para criar um ambiente em que os direitos humanos, sobretudo da rapariga (que são as mais afectadas) sejam respeitados e implementados. Em Moçambique, deve-se trabalhar na questão da reforma legal, pois há ainda lacunas na Lei, especificamente a Lei da Família, quando abre espaço para casamentos em menores de 18 anos, ou seja, aos 16 anos com a autorização dos pais, as crianças podem-se casar. Mas também deve-se privilegiar o envolvimento dos líderes comunitários e religiosos e dos outros actores sociais para a promoção da mudança de comportamento a nível da comunidade. A retenção da rapariga na escola também é vista como um factor que irá contribuir para a redução ou eliminação dos casamentos prematuros, pois a conclusão do ensino escolar é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Sabe-se de praxe que o maior desafio de uma Lei, política, plano ou estratégia é a sua implementação, ou seja, tornar operacional.

17 Boletim Informativo 17 A Ministra do Género, Criança e Acção Social, Cidália Chaúque disse na intervenção durante o lançamento, que a Estratégia reflecte o compromisso do Governo, pois a questão da protecção da criança constitui uma prioridade para o Governo, e este instrumento tem como objectivo criar mecanismos para garantia de protecção da criança. Chaúque reconhece as lacunas existentes ainda no quadro legal, e afirma que precisa de uma reforma legal que seja favorável ao desenvolvimento. E para que o almejado a alcançar com este instrumento seja implementado de forma eficaz, todos os intervenientes devem contribuir em acções que priorizem a criança, sobretudo olhando para a protecção da mesma, pois a materialização da Estratégia depende da intervenção de todos, embora exista um grupo de trabalho, toda a sociedade deve estar comprometida em acabar com os casamentos prematuros. Para que seja factível, todos os sectores devem funcionar A elaboração da Estratégia de Prevenção e Combate aos Casamentos Prematuros teve a participação activa da Sociedade Civil, e que também deve estar nos vários progressos de implementação da mesma. Foi neste âmbito, que o Elos ouviu a opinião da Sociedade Civil, representada pela Conceição Osório, da Mulher e Lei na África Austral (WLSA). Sabe-se de praxe que o maior desafio de uma Lei, política, plano ou estratégia é a sua implementação, ou seja, tornar operacional. Esta estratégia deve ser factível assim como a Lei e todos os mecanismos sectoriais que lutam contra a violência, disse Osório. Osório, garante que, para o sucesso da estratégia deve haver vontade política mas também que haja recursos e o sistema de monitoria e avaliação. Fico muito contente em saber que a estratégia aborda a questão da monitoria e avaliação, isso vai facilitar na hora de medir os resultados, essa componente constitui ainda um grande desafio. Osório faz menção de dois princípios da estratégia que considera importantes para a erradicação dos casamentos prematuros. O primeiro é que trata os casamentos prematuros como uma violação de direitos humanos. E a outra é que há uma perspectiva embora não se fale claramente, que é uma estratégia de género, pois aborda a questão do empoderamento das meninas, elas que são as principais vítimas desta pratica e a ausência do poder por parte das meninas abre espaço para que esta prática aconteça. Fico também feliz porque a estratégia aborda os ritos de iniciação, embora a forma como é abordada não é muito feliz, mas prontos, vamos devagar, disse ainda O rito é visto como uma prática que só tem efeito se tiver os três elementos: trabalho, respeito e vida sexual. Se nós tirarmos a vida sexual, por exemplo: na dança do alfinete ou da peneira, mantemos as danças, o que é que vamos dizer com a mensagem que vamos pôr. Acho que é uma ilusão. No meio há aspectos positivos que a estratégia contempla, Osório critica a justificação da pobreza para a prática dos casamentos prematuros é muito chato dizer que a pobreza adiciona o casamento prematuro, senão vamos justificar os roubos que acontecem no dia-a-dia. Um dos aspectos que torna a situação dos casamentos prematuros desafiante é que a Lei abre espaço para que esta prática aconteça. A Lei da Família no seu artigo 30, estabelece casamentos a menores de 18 anos, ou seja, acima dos 16 anos, Osório acredita que a estratégia vai pressionar a revisão da mesma (Lei) e para que seja realmente factível deve haver envolvimento e cometimento de todos os sectores e intervenientes. É visto como desafio para esta estratégia, desenvolver este conjunto de acções, sobretudo porque a monitoria e avaliação, embora destacada na estratégia, ainda é um desafio.

18 18 Boletim Informativo Altos e Baixos Foi Notícia Altos Governo quer reduzir desnutrição crónica O Ministério da Saúde almeja reduzir, até 2020, a prevalência da desnutrição crónica em Moçambique para 20 por cento, através da implementação de várias medidas preventivas dentro dos diversos sectores de desenvolvimento. Para o efeito, foi oficialmente lançada a Estratégia de Comunicação para a Mudança Social e de Comportamento para a Prevenção da Desnutrição em Moçambique, que proporciona uma base comum que orienta a implementação harmonizada de programas com vista a prevenir a desnutrição. O público-alvo da estratégia, que está em consonância com o Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica em Moçambique, são as mulheres em idade reprodutiva, incluindo mulheres grávidas e lactantes, as crianças de dois anos de idade. Os dados resultantes do Inquérito Demográfico de Saúde de 2011, relativos à questão da desnutrição crónica, estimam em 43 por cento a sua prevalência em crianças menores de cinco anos de idade, enfermidade que está estreitamente correlacionada ao estado nutricional das respectivas mães. No sentido de reverter o cenário actual, O sector vai, dentre as várias prioridades identificadas, intensificar as ações em intervenções consideradas prioritárias, que vão desde o aleitamento materno, alimentação da mulher grávida, promoção do sal iodado, bem como a suplementação com a vitamina A, onde se espera lograr alguns resultados encorajadores. A Ministra da Saúde, Nazira Abdula, que presidiu o acto de lançamento da estratégia, disse que o investimento na nutrição resulta em benefícios sócio-económicos à nação, como o aumento do potencial efectivo na capacidade intelectual e produtiva das pessoas. «Reduzem os recursos que o sector da saúde emprega no tratamento da desnutrição para aplicação em outras necessidades; propiciam o aumento da frequência à escola, melhoria do desempenho da criança e dos resultados dos investimentos na educação», referiu Abdula. O combate à desnutrição, segundo a ministra, também concorre para diminuir a incidência de doenças nãotransmissíveis e, por conseguinte, reduzir o número de dias de trabalho perdidos devido à morbilidade. A estratégia, segundo a fonte, visa unificar e harmonizar os conteúdos informativos a serem disseminados a todos os níveis, com o intuito de mobilizar, encorajar e incentivar a sociedade para uma mudança social e de comportamento através de boas práticas de saúde e de nutrição. «Esperamos que este instrumento sirva de orientação para o desenvolvimento de programas de comunicação e ultrapasse as barreiras e desafios existentes quando falamos em comunicação para a saúde e principalmente na área de nutrição», sublinhou a ministra. O Ministério da Saúde formará grupos técnicos que vão descer aos distritos para replicar a mensagem aos promotores de saúde, líderes comunitários, religiosos e políticos de maneira a que comecem a comunicar sobre o tema da nutrição de forma adequada e usando mensagens de acordo com a audiência. Neutralizados supostos assassinos de albino em Chimoio A Polícia da Republica de Moçambique (PRM) na província de Manica, deteve, semana dois cidadãos indiciados no crime de assassinato de um menor albino naquela parcela do país. Em vida, o menor respondia pelo nome de Faztudo Saize, de seis anos de idade, residente no bairro Nhamaonha, na cidade de Chimoio. Os dois indivíduos, segundo a porta-voz da PRM em Manica, Elsídia Filipe, citada pela AIM foram neutralizados, num dos estabelecimentos hoteleiros de Chimoio. A Policia acredita que estes sejam os cidadãos que esquartejaram o menor Faztudo Filipe, com recurso a faca e retiraram os cabelos, pernas e braços para fins supersticiosos com objectivo de obter riqueza. A PRM investigou e concluiu que estes dois indivíduos são os principais envolvidos no crime que tirou a vida a Faztudo Filipe. Elsídia Filipe assegurou que os indiciados serão processados exemplarmente e levados a justiça para desencorajar a prática de crimes contra pessoas portadoras de albinismo. Faztudo Filipe morreu esquartejado e abandonado nas proximidades duma linha férrea na cidade de Chimoio. Os bandidos retiraram do seu corpo os braços, pernas e cabelos, tendo deixado outros membros num saco. INGC garante que dá assistência alimentar a 59 mil pessoas em Inhambane A seca em Inhambane afecta mais de 149 mil pessoas, das quais 79 mil precisam de assistência alimentar imediata, dado que não tem como conseguir alimentos. O consórcio humanitário COSACA assiste apenas 23 mil pessoas, entretanto, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) diz que apesar das dificuldades financeiras garante o mínimo de comida para as restantes 59 mil pessoas. Onde vai o nosso parceiro, nós também vamos monitorar o que está sendo feito. Temos de garantir a monitoria efectiva para evitar a supressão dos produtos dos nossos beneficiários, disse o representante do INGC, da província de Inhambane. Para a seleção dos beneficiários à assistência, há um critério a ser seguido, de modo a evitar injustiças e queixas. Daí que se dá primazia a crianças, mulhereschefes de família e idosos. O plano de contingência do INGC em Inhambane está orçado em cerca de 146 milhões de meticais, sendo que 113 milhões são para compra de alimentos e 24 milhões para o abastecimento de água, para assistir a população durante pelo menos 3 meses. União Europeia financia programas de protecção social no país A União Europeia está aplicar mais de 150 mil Euros no financiamento de iniciativas de monitoria comunitária sobre os programas de protecção social no país. Com esta iniciativa pretende-se fazer o acompanhamento da implementação de programas de protecção social, que neste momento envolve mais de quatrocentos mil beneficiários, a nível nacional. O adido de cooperação, sociedade civil e programas temáticos da União Europeia em Moçambique, Piergiorgio Calistro, disse que o projecto, com a duração de três anos, pretende abranger mais beneficiários. Na província do Niassa, o programa de monitoria comunitária está ser implementado em quatro distritos nomeadamente Mandimba, Ngauma, Majune e Lago onde decorre o seu lançamento. A administradora do distrito de Lago, Deolinda Alfeu, responsabilizou aos jornalistas para um acompanhamento deste programa.

19 Boletim Informativo 19 Baixos Perto de um milhão e meio de pessoas em situação de insegurança alimentar No País, perto de um milhão e meio de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. A informação foi avançada pelo director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), João Machatine. Segundo Machatine, deste número cerca de setecentas e cinquenta mil pessoas estão em situação crítica de fome. O Governo desde que começou a sua intervenção até ao momento já assistiu cerca de seiscentas e cinquenta mil pessoas e mais duzentas mil, estamos a falar de um universo de aproximadamente oitocentas e sessenta mil pessoas que já se beneficiaram de assistência conjunta. Há uma componente do Governo, de quinhentos e oitenta milhões de dólares. Nós, até este momento, já gastamos cerca de trezentos e vinte milhões, frisou o director-geral do INGC, João Machatine. Mais uma menor sofre violação sexual Mais um menor abusado sexualmente pelo tio no bairro Zona verde, município da Matola, em Maputo. É um fenómeno que tem vindo a ganhar terreno nos últimos tempos no país e as vítimas do abuso sexual são de todos os estratos sociais. A menor de 12 anos, foi violada sexualmente pelo tio e presa em cárcere privado sem comida e água. Ele me amarrou, e fez sexo a força. Privou-me de comida e água. Quando contei a minha tia ela também me bateu, contou a vítima. Os casos de violência têm sido perpetrados na sua maioria por pais e encarregados de educação. Mãe espanca filho até à morte por causa de 240 meticais No distrito de Guijá, em Gaza, mãe espanca filho de 10 anos de idade até à morte por, alegadamente, ter usado 240 meticais que se destinavam à compra de energia eléctrica. A mãe, após cometer este crime hediondo, levou a vítima até ao cemitério local, como forma de despistar as investigações. O porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Gaza, Jeremias Langa disse que a detenção desta cidadã, 38 anos, foi graças à denúncia popular. Menor de quinze anos de idade, sem órgãos genitais Um indivíduo está a contas com a polícia, na cidade da Maxixe, província de Inhambane, surpreendido na posse de órgão genitais. Os órgãos genitais, que se destinavam ao tráfico, foram decepados de um menor de quinze anos de idade que, em consequência do acto, viria minutos depois a perder a vida. O crime ocorreu numa das matas do distrito de Morrumbene, para onde o suposto criminoso teria levado a vítima. Aliás, para convencer o menino, que vivia na rua, o indiciado simulou uma amizade convidando-o, de seguida, para uma viagem ao vizinho distrito de Morrumbene. Ao longo do percurso, foi dando ao menor bebida contendo maior teor alcoólico. O comandante da polícia da República de Moçambique na Maxixe, Joaquim de Nascimento, disse que a detenção do suposto criminoso ocorreu numa das casas de pasto da cidade da Maxixe, graças a denúncias populares. Joaquim de Nascimento acrescentou que o indiciado foi flagrado quando tentava contactar os supostos clientes, que haviam prometido pagar dois milhões de meticais. Segundo Nascimento, a polícia continua a fazer diligências com vista a desmantelar a rede envolvida no tráfico de órgãos humanos. O jovem, de dezanove anos de idade, indiciado na extração, tráfico e venda de órgãos humanos, confessou o crime. O corpo da vítima encontra-se depositado na morgue do Hospital Rural de Chicuque, na cidade da Maxixe, enquanto procura-se identificar os familiares. Adolescente abandonada pelo marido num centro de reassentamento em Mocuba Luísa Cristóvão, de 16 anos de idade, vive um momento de calvário no centro de reassentamento de Macuvine, no município de Mocuba, província da Zambézia, onde foi albergada com o marido e o filho de 10 meses de vida, aquando das cheias que devastaram aquele distrito no princípio do ano. Ela nunca foi à escola e, obedecendo a práticas tradicionais locais impostas pelos pais, casou-se precocemente aos 15 anos de idade com o homem que hoje a deixou ao deus-dará. Os casamentos forçados de raparigas com os adultos estão a enraizar-se em diferentes regiões de Moçambique. A adolescente casada precocemente pelos progenitores e, agora, abandonada pelo marido num centro de reassentamento, é um exemplo de centenas de meninas que, para além de problemas de saúde e analfabetismo, tem um futuro incerto devido a essa prática. Na cidade de Mocuba, os casamentos prematuros são também alarmantes, segundo as autoridades, e Luísa Cristóvão é um exemplo das raparigas que, além do ensino desvalorizado, por culpa dos pais, engravidam sem condições físicas (idades, peso e altura) adequados para suportar uma gravidez. Sem avançar números concretos, o Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança Vítimas de Violência Doméstica, em Mocuba, afirma que os casos de adolescentes forçadas a casar tendem a aumentar e as autoridades não conseguem controlar a situação pelo facto de ser estimulada pelos costumes tradicionais. Aliás, ainda na Zambézia, no distrito da Maganja da Costa, na localidade de Canguo, uma outra adolescente chamada Maria Rondão, também de 16 anos de idade, que esperava estudar para, quiçá, romper o ciclo de pobreza da sua família, ainda na escola primária, o seu pai obrigou-a a casar-se. Ela teve um filho com um marido que a abandonou. A rapariga, que vive numa cabana improvisada, sem comida, cobertores e outras condições imprescindíveis para ter uma vida digna, desejava tornar-se uma profissional de saúde mas o seu sonho não passa de um pesadelo porque não dispõe de meios para frequentar um estabelecimento de ensino. Nunca tive acesso a uma escola e os meus pais apenas arranjaram um homem para me casar, o qual já me abandonou, lamentou a rapariga.

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