PROPOSTA N.º 771/2017

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1 PROPOSTA N.º 771/2017 Assunto: Aprovar submeter à apreciação da Assembleia Municipal a Revogação de dois Direitos de Superfície constituídos a favor da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, sobre duas propriedades municipais, sitas na Rua General Taborda em Campolide e Rua António Dacosta na Alta de Lisboa, com as áreas de 2.427,00m 2 e 2.200,00m 2. Pelouro: Património Serviço: Direção Municipal de Gestão Patrimonial - DMGP Considerando que: a) Em matéria de Saúde, compete à Câmara Municipal apoiar atividades que visem a sua promoção como se estabelece, nomeadamente, na Lei das Autarquias Locais (Regime Jurídico das Autarquias Locais) vide alínea g) do n.º 2, do artigo 23.º e alínea u) do n.º 1, do artigo 33.º in Anexo I da Lei n.º 75/2013 na sua redação atual, recorrendo para tal, entre outros mecanismos, à celebração de Contratos-Programa nos termos do n.º 2 do artigo 34.º Decreto-Lei n.º 11/93, de 15 de Janeiro na sua redação actual; b) A coberto da Deliberação n.º 569/CM/2009, de 01 de julho de 2009, foi aprovada a minuta do Contrato-Programa a celebrar entre o Município de Lisboa e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P. (ARSLVT), para a construção de Centros de Saúde na Cidade de Lisboa; c) O referido Contrato-Programa foi formalizado a 21 de setembro de 2009 e previa a constituição de direitos de superfície a favor da ARSLVT sobre seis parcelas de terreno municipais para a construção de seis Unidades de Saúde na Rodrigues Miguéis, Boavista, Carnide, Alta de Lisboa Norte, Campolide e Belém, pelo prazo máximo de 99 anos (Anexo I); 1

2 d) Para cumprimento dos termos e condições daquele contrato e após aprovação das propostas respectivas pelos órgãos representativos do Município, em relação às Unidades de Saúde na Alta de Lisboa - Rua António Dacosta, foram outorgadas as escrituras públicas respectivas, com a ARSLVT, para a constituição dos direitos de superfície, em 23 de dezembro de 2010 e a 11 de maio de 2011, mediante o pagamento do preço de ,00 (duzentos e vinte e cinco mil duzentos e quarenta e cinco euros) e ,00 (quatrocentos e vinte e dois mil duzentos e vinte euros) efectivamente pagos no acto das escrituras (Anexos II e III); e) Até à presente data, o objecto dos direitos de superfície destas duas Unidades de Saúde não foi realizado, dado que o superficiário não promoveu a construção dos equipamentos de saúde; f) Entre o Município de Lisboa e a ARSLVT foi celebrado em 14 de março de 2017 um Acordo de Colaboração, designado por Lisboa, SNS Mais Próximo, acordo este que permitirá responder de forma mais eficiente às necessidades na área da prestação dos serviços de saúde aos utentes que deles vão beneficiar, atendendo à construção e requalificação global das infraestruturas e Equipamentos de Cuidado de Saúde Primários do Concelho de Lisboa (Anexo IV); g) De acordo com o previsto no Acordo de Colaboração cabe ao Município de Lisboa realizar todas as diligências necessárias à localização, concepção e construção ou adaptação de 14 Unidades de Saúde, ex vi cláusula segunda e alínea d) da Cláusula 5ª, conforme melhor identificado no Anexo ao Acordo; h) Face ao vertido no Acordo Lisboa, SNS Mais Próximo as localizações da Alta de Lisboa e Campolide melhor identificadas em d) supra deixam de ser utilizadas, o que determina a inutilidade superveniente dos direitos de superfície anteriormente constituídos para as Unidades de Saúde da Alta de Lisboa e de Campolide, cujo fim não foi concretizado; i) Se encontram reunidos desta forma os requisitos para a efectivação dos mecanismos tendentes à revogação daqueles direitos de superfície, realidade com que as partes concordam, de 2

3 modo a que a ARSLVT se desobrigue do ali previsto e o Município posse reentrar na posse plena dos terrenos em causa; j) A ARSLVT, em virtude do novo Acordo de Colaboração, não se opõe à revogação dos direitos de superfície em causa por estes se terem tornado desnecessários, desde que salvaguardadas as questões financeiras relacionadas com o valor já pago da totalidade do cânon superficiário e o tempo do contrato que não será cumprido; (Anexo V); k) Apesar de não estar previsto no Contrato-Programa firmado em 21 de setembro de 2009, é de equacionar a restituição parcial do preço pago por estes direitos de superfície, na proporção do tempo em que os mesmos estiveram sob a posse da ARSLVT, face à nova realidade e considerando as obrigações e responsabilidades contratualmente assumidas no âmbito do Acordo de Colaboração Lisboa, SNS Mais Próximo ; l) Esta restituição parcial se justifica igualmente tendo em atenção o Princípio da Equidade na distribuição de benefícios, o Princípio da Economia, Eficiência e Eficácia, ou da utilização do mínimo de recursos, que assegurem a qualidade do serviço público, bem como razões de natureza Constitucional, onde o Dever de Solidariedade Nacional Recíproca, expressamente previsto Regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais, se afirma e materializa neste acto; m) Foram efetuados pelos serviços os cálculos para efeitos de determinação do valor a reembolsar à ARSLVT, restituição cujo valor se apura, deduzindo-se ao preço efetivamente pago pelos direitos de superfície cedidos por 99 anos ( e dias respectivamente), a proporção do tempo em que a posse efetiva das parcelas esteve na esfera jurídica daquela entidade, ou seja, dias no caso do direito de superfície para a construção da Unidade de Saúde de Campolide e dias para o direito de superfície para a construção da Unidade de Saúde de Martinho de São Gonçalo (Alta de Lisboa), tendo com referência o dia 14 de dezembro de 2017, conforme justificação de valor que é parte integrante da presente proposta; 3

4 n) A gestão dos recursos patrimoniais e sua afectação é pautada pelos mais rigorosos critérios de gestão e maximização das potencialidades, numa clara subordinação aos Princípios Constitucionais, Legais e Regulamentares, prossecução do interesse público e da proteção dos direitos e interesses protegidos dos cidadãos, da igualdade, proporcionalidade, justiça e razoabilidade, imparcialidade e boa-fé, outra solução não se poderia apresentar que não fosse a agora exposta. Assim, tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo do disposto na alínea ccc) do n.º 1 do artigo 33.º submeter à apreciação e votação da Assembleia Municipal, nos termos da alínea i) do n.º 1 do artigo 25.º, à contrário sensu, da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro na sua redação actual: 1. Revogar o direito de superfície constituído a favor da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, por escritura pública celebrada em 23 de dezembro de 2010, sobre uma parcela de terreno municipal com a área de 2.200,00 m 2, sita na Rua António Dacosta, na Alta de Lisboa, descrita, em sede de registo predial, sob o n.º 981 da freguesia da Ameixoeira, delimitada a cor amarela na Planta n.º 17/067/DMGP, com a consequente reversão da mesma para o Município de Lisboa (Anexos VI e VII); 2. Revogar o direito de superfície constituído a favor da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, por escritura pública celebrada a 11 de maio de 2011, sobre uma parcela de terreno municipal com a área de 2.427,00 m 2, sita na Rua General Taborda, em Campolide, descrita, em sede de registo predial, sob o n.º da freguesia de São Sebastião da Pedreira, identificada a cor amarela na Planta n.º 17/068/DMGP, com a consequente reversão da mesma para o Município de Lisboa (Anexos VIII e IX); 3. Aprovar a restituição à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, da parte do preço pago em 23 de dezembro de 2010, no momento da outorga da escritura de constituição do direito de superfície sobre a parcela de terreno municipal sita na Rua António Dacosta, na Alta de Lisboa, 4

5 correspondente ao tempo não vencido do contrato no montante total de ,88 (duzentos e nove mil trezentos e setenta e um euros e oitenta e oito cêntimos), conforme justificação de valor que é parte integrante da presente proposta; 4. Aprovar a restituição à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP, da parte do preço pago em 11 de maio de 2011, no momento da outorga da escritura de constituição do direito de superfície sobre a parcela de terreno municipal sita na Rua General Taborda, correspondente ao tempo não vencido do contrato, no montante total de ,90 (trezentos e noventa e quatro mil e oitenta e nove euros e noventa cêntimos), conforme justificação de valor que é parte integrante da presente proposta; 5. Aprovar que o montante global de ,79 (seiscentos e três mil quatrocentos e sessenta e um euros e setenta e nove cêntimos), devido à ARSLVT seja assumido como crédito desta entidade, a liquidar por compensação durante a execução financeira do Acordo de Colaboração Lisboa, SNS Mais Próximo. JUSTIFICAÇÃO DE VALOR Para efeitos de determinação do valor a reembolsar à ARSLVT, restituição cujo valor se apura, deduzindo-se ao preço efetivamente pago pelos direitos de superfície cedidos por 99 anos ( e dias respectivamente), a proporção do tempo em que a posse efetiva das parcelas esteve na esfera jurídica daquela entidade, ou seja: dias no caso do direito de superfície para a construção da Unidade de Saúde de Campolide; dias para o direito de superfície para a construção da Unidade de Saúde de Martinho de São Gonçalo; 5

6 Por forma a permitir o apuramento dos valores máximos de restituição, sendo estes como já referido, dependentes do número de dias em que a posse está na esfera jurídica da ARSLVT, IP, estabelece-se como data de referência, o dia 14 de dezembro de Assim sendo: VR1 = %& '& X PE1 VR2 = %- '- X PE2 Em que: VR1 - Valor da restituição referente ao direito Unidade de Saúde de Campolide VR2 - Valor da restituição referente ao direito Unidade de Saúde de Martinho de São Gonçalo P1 Preço pago ,00 (quatrocentos e vinte e dois mil duzentos e vinte euros). P2 Preço pago ,00 (duzentos e vinte e cinco mil duzentos e quarenta e cinco euros). D1 Duração do direito de superfície em dias, D2 Duração do direito de superfície em dias, PE1 Duração da posse efectiva, PE2 Duração da posse efectiva, Das fórmulas resultam os seguintes valores: VR1 = , 90 e VR2 = , 88 Valor Global é o somatório dos valores apurados ou seja VR1+VR2= ,79 6

7 Apresenta-se em anexo quadro resumo desta justificação de valor e que faz parte integrante da presente proposta (Anexo X). ANEXOS: I Contrato Programa de 21 de setembro de 2009 II Escritura de 3 de dezembro 2010 III Escritura de 11 de maio de 2011 IV Acordo de Colaboração, designado por Lisboa, SNS Mais Próximo V Correio eletrónico da ARSLVT, IP concordando com a solução VI Certidão predial do prédio 981 da Ameixoeira VII Planta n.º 17/067/DMGP VIII Certidão predial do prédio 5694 de S. Sebastião da Pedreira IX Planta n.º 17/068/DMGP X - Quadro resumo da Justificação de valor Sala de Reuniões da Câmara Municipal de Lisboa, 15 de dezembro de 2017 (PROCESSO N.º 24939/CML/17) O Vereador Manuel Salgado 7