EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA/PR

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1 EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA/PR POR DEPENDÊNCIA AO IPL 1315/2014-SR/DPF/PR (EPROC ) OPERAÇÃO LAVAJATO Sigilo: Restrito ao Juiz (Nível 5) Os DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL signatários, no uso de suas atribuições legais e constitucionais, vêm perante Vossa Excelência REPRESENTAR por MEDIDAS CAUTELARES DE BUSCA E APREENSÃO, pelos fundamentos fáticos e de direito que passam a expor. 1. DO ACESSO A EQUIPAMENTOS COM CRIPTOGRAFIA CORPORATIVA Durante as diligências realizadas nas sedes do GRUPO ODEBRECHT no Rio de Janeiro e em São Paulo foram arrecadados diversos equipamentos junto às mesas dos dirigentes e empregados ligados à área administrativa e de custos, com base nos mandados expedidos nos autos n /PR. Ao examinarem os equipamentos para a realização do seu espelhamento, os peritos se depararam com um tipo de criptografia especifico (aplicativo Safeboot - Mcafee Endpoint Protection) utilizado pela ODEBRECHT, o qual inclusive foi detectado junto ao equipamento apresentado como sendo de MARCELO BAHIA ODEBRECHT pela advogada DORA CAVALCANTI (ANEXO I). Segundo os peritos, o acesso aos dados seria efetuado mediante uma chave eletrônica disponível no servidor da empresa, a qual seria acessada pelos equipamentos durante a inicialização. Ao serem ligados fora do ambiente 1

2 corporativo, os equipamentos se mostraram inacessíveis, bem como os dados neles armazenados. Dentre as propostas oferecidas pelos peritos, nos termos do Laudo n. 1340/2015-SETEC/SR/DPF/PR, a que mais se afigura viável seria: 2) Seja utilizado o procedimento de recuperação de fabricante do aplicativo (McAfee). Como esse programa é um produto para o mercado corporativo, o setor de Tecnologia da Informação da empresa equipamentos e aplicativos que possibilitam a recuperação das informações e a decifragem dos dados presentes no disco rígido. Em relação às demais alternativas, observamos que o fornecimento da senha pelo usuário se mostra de todo improvável; os contatos com a McAfee até agora não deram resultado e o ataque via força bruta poderia levar alguns anos para que as senhas fossem quebradas diante das centenas de milhares de combinações possíveis. Desta forma, necessário o retorno da equipe à sede da ODEBRECHT a fim de que sejam obtidos os códigos de acesso aos equipamentos ainda criptografados, conforme relação que segue (ANEXOS II a VII): 2

3 EQUIPE NOME ALVO IPL ITEM DA APREENSÃO DESCRIÇÃO. LAUDO Nº RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1382/15 01 (UM) LAPTOP COR PRETA MARCA DELL latitude E /15-111/15 INF TEC RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1382/15 01 (UM) LAPTOP COR PRATA MARCA DELL DP/N:32TW8 A00BRH1 SERVICE TAG (S/N) C086Y inscrição 1575/15-111/15 INF TEC RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1382/15 01 (UM) PENDRIVE COR PRATA IRONKEY 1575/15 RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1382/15 01 (UM) LAPTOP CORES PRETA E PRATA MARCA DELL PRODUCT KEY HPFHR-XCVFG- 93B4P-9QCHK-FMYPJ - inscrição com disco rídigo ST320LTO 1575/15-111/15 INF TEC RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1382/15 01 (UM) PENDRIVE COR PRATA IRONKEY 1575/15 RJ-04 ODEBRECHT OLEO E GAS S/A 1315/ AA 1383/15 01 (UM) NOTEBOOK marca aparente DELL, na cor CINZA/PRATA, modelo LATITUDE E7240, S/N (contém 02 discos S LITEONIT SATA serial final 7436 E 7414) 1528/15 SP-05 ODEBRECHT (SALA DE MARCELO ODEBRECHT) 1315/14 1-AA 1287/15 ULTRABOOK DELL S/N C1SBY02 MODELO LATITUDE E COR PRATA/PRETO - (NOTE ATRIBUÍDO A MARCELO ODEBRECHT. ENCONTRADO POR DORA CAVALCANTI, OAB/SP E FUNCIONÁRIA LUCIANA EM BUSCA PELO 16º ANDAR, NA SALA DE REUNIÃO N.º 1605) 1340/15 SP-04 CÉSAR RAMOS ROCHA 1315/ AA 1276/15 Um aparelho celular BLACKBERRY, cor preta, IMEI , modelo 59182, com CHIP VIVO , com inscrição manuscrito do número /15 SP-08 ODEBRECHT PARTICIPAÇÕES E ENGENHARIA 1315/ AA 1280/15 NOTEBOOK DELL S/N 34PWL22 (SALA GERSON RICARDI) 1691/15 SP-08 ODEBRECHT PARTICIPAÇÕES E ENGENHARIA 1315/ AA 1280/15 NOTEBOOK DELL S/N 87MHLZ1, SEM CARREGADOR (SALA FAUSTO AQUINO) 1691/15 SP-08 ODEBRECHT PARTICIPAÇÕES E ENGENHARIA 1315/ AA 1280/15 NOTEBOOK DELL FWZLGT1 ( ) SALA GERSON RICARDI 1691/15 SP 17 ODEBRECHT LATIN FINANCE 1315/14 13 AA 1399/15 01 (um) notebook marca DELL, modelo E6230, com etiqueta INF TEC 129/15 3

4 com as inscrições SERVICE TAG(S/N):DZWTJV1 EXPRESS SERVICE CODE, contendo em seu interior, dentre outros componentes, um disco rígido modelo ST320LT007-9ZV142, número de série W0Q6WQ3X, com capacidade nominal de 320 GB. Acompanha fonte de alimentação DELL.Sala de HEIDER AQUINO SP 17 ODEBRECHT LATIN FINANCE 1315/14 02 AA 1399/15 01 (um) notebook marca DELL, modelo XPS, número ANATEL , contendo em seu interior, dentre outros componentes, um disco rígido marca Samsung, modelo INF TEC 129/15 SSD PM830 msata 256GB, número de série S0XPNYAD501353, com capacidade nominal de 256 GB. Acompanha fonte de alimentação marca DELL. Sala de JAYME GOMES DA FONSECA JUNIOR II. DA NECESSIDADE DE COLETA DE MAIORES DADOS EM RELAÇÃO A OUTRAS EMPRESAS DO GRUPO ODEBRECHT Durante os exames realizados pelos analistas da operação Lavajato, verificou-se que algumas empresas em relação as quais não teriam ocorrido diligências específicas/aprofundadas mas que estão inseridas no contexto do grupo empresarial foram implicadas em irregularidades especificas, o que se aplica às empresas CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT (Holding), ODEBRECHT ENGENHARIA INDUSTRIAL, ODEBRECHT ÓLEO E GÁS, ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - ÁFRICA, EMIRADOS ÁRABES E PORTUGAL, ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - AMÉRICA LATINA e BRASKEM. Passaremos a discorrer brevemente quanto a cada uma delas: A) CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT (Holding) - unidade de negócio responsável pela construção de obras na Refinaria Abreu e Lima 4

5 (sucedendo a Odebrecht Plantas Industriais), Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e Sede Administrativa da Petrobrás em Vitória. B) ODEBRECHT ENGENHARIA INDUSTRIAL - unidade de negócio responsável pela construção de obras no Complexo Petroquímico Suape em especial a planta POY-PET/PTA, em relação a qual há apurações em curso nos autos de IPL 1315/14-SR/DPF/PR, bem assim suspeitas acerca de superfaturamento por parte do TCU. O valor total do contrato POY PET atinge vultuosos quatro bilhões de reais. A reforçar a necessidade de aprofundamento da investigação, há o quanto referido no RAPJ 422/15 (ANEXO VIII): I. /img_item02arrecadacao01.e01/vol_vol2/saulovinicius_1906.pst>>>>top of Personal Folders>>Problemas de Sincronização>>Conflitos>>RES: Proposta PQS para Aditivo Conclusão Total PET/POY Trata-se de de título Proposta PQS para Aditivo Conclusão Total PET/POY enviado de Saulo Vinicius Rocha Silveira para Rogerio Araujo em 21/10/2011, no qual constam trocas de mensagens entre os mesmos, chamando atenção o trecho abaixo que fala sobre suposta reunião na qual estariam presentes as pessoas de Marcelino (possivelmente trata-se de Marcelino Guedes, presidente da RNEST conforme fontes abertas) e Alberto Feitosa (possivelmente trata-se do ex-secretário de turismo de Pernambuco e atual Deputado Estadual de Pernambuco). Consta os seguintes trechos enviados por Rogério Araujo a Saulo, que chamam atenção por, ao que tudo indica, tratarem de cotas relativas a determinadas empresas, conforme segue: Relataram que a âmbito Rnest, esta com 1,1 MR$ ou seja: Alusa (300) Coeg (300) Odb (300) Jaragua (100) Kentech (100) ; QG e C4 cada uma com cota cheia de 1MR$ e PQS-Odb (300); Depois de muita conversa ficou uma cota 250 para Conest e outra 250 para PQS. ; Sec Alberto Feitosa vai mandar uma pra mim na 2a feira, indicando nome pessoa de contato. Se prontificou a ir na 1a conversa com o Interlocutor a ser indicado. E ainda no trecho a seguir Rogério sugere a Saulo o nome de Cesar Rocha como o interlocutor para operacionalizar este assunto: Saulo: você tem definir quem será o Interlocutor da nossa Parte para operacionalizar este assunto. Quem sabe o Cesar Rocha? Em consulta ao material produzido pela Oparação Lava Jato, consta o Relatório de Análise Documentos nº 53 de 8 de outubro de 2014 (cópia em anexo),, no qual é relacionado diversas notas fiscais, emitidas pela empresa empresa METASA S/A Industria Metalurgica, tendo como tomador dos serviços a empresa M.O. Consultoria Comercial e Laudos Estatísticos Ltda, todas para Consultoria empresarial precificação e orçamento Fornecimento estruturas metálicas Obra Poy-Pet Porto Suape/PE. Consta, ainda o Relatório de Análise de Documentos nº 54 de 8 de outubro de 2014 (cópia em anexo), no qual consta informação sobre uma Nota Fiscal de nº 107, datada de 22/11/2010, emitidas pela empresa Empreiteira Rigidez, tendo como tomador dos serviços RP 5

6 Montagens Industriais Ltda, para prestação Serviço de consultoria ernpresarial para precificação e orçamentação da construção e montagem da obra denominada Poy-Pet localizada no Porto de Suape/PE - Valor Bruto NF é RS ,30. O Relatório informa que As siglas POY e PET referem-se a unidades do complexo Petroquimico de Suape (obra da Petrobrás), sendo que a primeira é a unidade industrial de fabricação de tecidos e malhas e a segunda de resina para embalagens plásticas. Em consulta a fontes abertas verificou-se a existência de pelo menos três Relatórios de Fiscalização do TCU de números 287/2011, 461/2012 e 126/2013, cujas cópias seguem em anexo, os quais apresentam como objeto de fiscalização a Implantação de Complexo de Poliéster e Resina PET em Ipojuca-PE. Conforme Relatório de Fiscalização 126/2013, cuja auditoria teve por objetivo fiscalizar as obras de construção da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco - Citepe, que é um complexo industrial de produção de resinas de polietileno e de poliéster (PET e POY) e se restringi a auditoria no contrato aliança 14/2010, firmado entre Citepe e CNO em 2010, o mesmo aponta que o referido contrato foi celebrado sem prévia licitação, cujo valor final, após o termo aditivo 5, alcançou o montante de R$ 3,5 bilhões. Referido relatório informa, dentre outras coisa, sobre indícios de irregularidades e sobrepreço no contrato. C) ODEBRECHT ÓLEO E GÁS (inclusive Unidades Odebrecht Drilling) - unidade de negócios responsável pela operação e exploração de petróleo, através dos navios-sondas, contratados diretamente pela Petrobras. Também é sócia operadora da empresa SETE BRASIL. A empresa está envolvida em diversos atos de corrupção investigados na operação Lavajato, e tem como principais executivos MARCIO FARIAS e CESAR ROCHA. D) ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - ÁFRICA, EMIRADOS ÁRABES E PORTUGAL e ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - AMÉRICA LATINA unidades que atuam em diversos projetos internacionais, possuindo grande capacidade de promover a transferência de recursos ilícitos sob a égide de transações comerciais. E) BRASKEM S/A empresa envolvida nas irregularidades já apuradas quanto a compra de nafta junto a PETROBRAS. Da mesma forma como as empresas ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - ÁFRICA, EMIRADOS ÁRABES E PORTUGAL e ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - AMÉRICA LATINA, a BRASKEM detém diversas operações internacionais lícitas, as quais podem ter sido ou estar sendo utilizadas para mascarar operações financeiras irregulares como as que já foram apontadas pelo MPF nos autos da ação penal N /PR (EVENTO 01): No período compreendido entre 18/12/06 e 06/06/14, ROGÉRIO 6

7 ARAÚJO e MARCIO FARIA na condição de administradores e gestores das empresas do Grupo ODEBRECHT, especialmente a CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT e BRASKEM, sob orientação de MARCELO ODEBRECHT, em unidade de desígnios e de modo consciente e voluntário, por intermédio do operador financeiro BERNARDO FREIBURGHAUS e de outros, ainda não identificados, serviram-se de contas abertas em instituições financeiras sediadas no exterior, na Suíça, Panamá, Antígua e Barbada, Andorra, Áustria e Mônaco, em nome das offshores SMITH & NASH ENGINNERING COMPANY INC., GOLAC PROJECTS AND CONSTRUCTION CORP., SHERKSON INTERNATIONAL SA., HAVINSUR S.A., ARCADEX CORP., CONSTRUCTORA INTERNACIONAL DEL SA., HAVINSUR S.A., ARCADEX CORP., CONSTRUCTORA INTERNACIONAL DEL SUR SA, KLIENFELD SERVICES LTD, INNOVATION RESEARCH ENGINEERING AND DEVELOPMENT LTD, SAGAR HOLDING S.A., SYGNUS ASSETS S.A., QUINUS SERVICES S.A, MILZART OVERSEAS HOLDINGS INC., PEXO CORPORATION, também sediadas em países estrangeiros, nas Ilhas Virgens, Uruguai, Belize e Panamá, para, por 115 (cento e quinze) vezes (número transferências bancárias efetuadas a partir das referidas contas), em concurso material, em favor das empresas do Grupo ODEBRECHT, especialmente a CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT e BRASKEM, deles próprios e de terceiras pessoas, ocultar e dissimular, a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade, de valores provenientes, direta e indiretamente, dos delitos antecedentes de fraude à licitações, cartel, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, praticados em detrimento da Petrobras e em parte já descritos nesta peça nos itens II e III, que foram em parte destinados a PAULO ROBERTO, RENATO DUQUE e PEDRO BARUSCO. Com efeito, conforme será abaixo detalhado, as 115 (cento e quinze) operações de lavagem efetuadas pelos denunciados resultou no branqueamento de USD ,73 e CHF ,00, o que no câmbio corrente equivale ao expressivo montante de R$ ,83329, montante este que foi recebido apenas em parte pelos exfuncionários da Petrobras PAULO ROBERTO (USD ,70 e CHF ,00), RENATO DUQUE (USD ,87) e PEDRO BARUSCO (USD ,34), sendo que o restante foi lavado por ROGÉRIO ARAÚJO, MARCIO FARIA, MARCELO ODEBRECHT e BERNARDO FREIBURGHAUS, em favor das empresas do Grupo ODEBRECHT, especialmente a CONSTRUTORA NORBERTO 7

8 ODEBRECHT e BRASKEM, de si próprios e de outras pessoas que até o presente momento não foram identificadas Destarte, a diligência ora pleiteada, além de agregar informações acerca das offshores que remeteram recursos para contas dos investigados PAULO ROBERTO COSTA, RENATO DE SOUZA DUQUE, PEDRO BARUSCO e NESTOR CERVERÓ, proporcionaria o acesso aos dados contábeis/financeiros e de engenharia (custos) das empresas anteriormente referidas, sobretudo registros auxiliares ausentes das informações constantes do SPED contábil. 3. DOS DADOS REFERENTES ÀS CAIXAS DE NÃO APRESENTADAS DURANTE A FASE 14 Mediante autorização desse r. Juízo expedida nos autos n /PR (Operação Lavajato fase 14), foram requisitadas aos funcionários do departamento de informática da ODEBRECHT as caixas de dos dirigentes listados nas fichas de alvo da operação e outros executivos e funcionários cujos nomes foram informados verbalmente. Todavia, nos termos do RAPJ n. 442/2015 (ANEXO VIII), algumas caixas de consideradas relevantes não foram fornecidas: Em análise das fichas de alvo que a princípio teriam sido apresentadas para a extração dos dados das caixas de correio eletrônicoas, não constam os arquivos de das seguintes pessoas: MARCELO BAHIA ODEBRECHT (Presidente da ODEBRECHT S/A), BEATRIZ GEMMA GEIGER SARMENTO PIMENTEL (Secretária de Rogério Santos de Araújo) e ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR (Ex-Diretor do Grupo ODEBRECHT). Com relação a MARCELO BAHIA ODEBRECHT verificou-se, em pesquisa às caixas de e- mails fornecidas, que existem s enviados e/ou recebidos pelo mbahia@odebrecht.com pelo menos entre as datas de 03/07/2008 e 19/06/2015, conforme abaixo: (...fl. 179) Com relação a BEATRIZ GEMMA GEIGER SARMENTO PIMENTEL verificou-se, em pesquisa às caixas de s fornecidas, que existe pelo menos um enviado por Saulo Vinicius R. Silveira à mesma datado de 09/12/2008 conforme segue abaixo: (...fl. 180) Com relação a ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR verificou-se, em pesquisa às caixas de s fornecidas, que existem s enviados e/ou recebidos pelo alexandrino.alencar@braskem.com.br pelo menos entre as datas de 21/03/2003 e 19/06/2015, conforme abaixo: (...fl. 181) 8

9 Considerando a requisição verbal e diante da gama de dados obtidos na oportunidade, reconhecemos que a prova do dolo quanto a omissão é imprecisa. O complemento agora requerido irá suprir essa lacuna, sendo que eventual supressão parcial de dados ocorrida entre a data da busca em 19/06/2015 e a nova extração poderá ser detectada mediante o cruzamento com os demais arquivos de caixas de já apreendidos. Acrescentamos que nos termos do Laudo n (ANEXO IX), as informações extraídas de um pendrive apreendido em poder de BEATRIZ GEMMA GEIGER SARMENTO PIMENTEL durante da Operação Lavajato fase 7 foram de extrema relevância. Ali havia mensagens relativas a sondas, documentos internos da PETROBRAS, dados de reuniões com outras empreiteiras, dentre outros itens que acabaram justificando o aprofundamento das investigações. Destaca-se ainda que para o completo acesso a esses dados, relevante a apreensão inclusive dos equipamentos eletrônicos de uso pessoal de BEATRIZ PIMENTEL, ALEXANDRINO ALENCAR e MARCELO ODEBRECHT ainda existentes nas sedes do Rio de Janeiro e São Paulo. 4. DOS DADOS REFERENTES AOS VISITANTES DAS EMPRESAS Verificou-se durante a investigação a intensa ligação do GRUPO ODEBRECHT com funcionários de estatais e autoridades públicas. Acredita-se que algumas dessas pessoas possam ter estado na sede da empresa em alguma oportunidade, sendo que de acordo com a data e as circunstâncias, tais visitas poderão ser conectadas com outros elementos de modo a angariarem relevância do ponto de vista criminal. Importante nesse sentido é a obtenção dos cadastros e imagens de visitantes existentes junto aos registros de portaria (quer junto a entrada, quer junto ao servidor da empresa) referentes às sedes da ODEBRECHT no Rio de Janeiro e em São Paulo, no período de 01/01/2005 até a data de expedição do competente mandado por esse Juízo. 9

10 5. DAS MEDIDAS PLEITEADAS Nessa linha, REPRESENTA a POLICIA FEDERAL, por meio das Autoridades Policiais que subscrevem a presente: 1) Seja autorizada a realização de diligências junto aos servidores do GRUPO ODEBRECHT em São Paulo junto a Rua Lemos Monteiro, 120, Butantã e no Rio de Janeiro tanto na Avenida Pasteur 154 como na Praia de Botafogo, 300, ambas no Bairro Botafogo, visando a adoção de todos os procedimentos técnicos necessários ao desbloqueio dos equipamentos criptografados listados no item 1 desta representação. Para a realização da diligência será requisitado o apoio dos funcionários da empresa, sendo que em caso de recusa, retardo injustificado ou indícios de adulteração da prova, requer-se seja autorizado o desligamento e apreensão física/lacração do equipamento (no caso de lacração os dados seriam extraídos em um segundo momento, após a obtenção de storage ou outro hardware compatível). Solicita-se não sejam limitadas as buscas a determinados andares, considerando que se tratam de unidades complexas e que informações poderão estar acondicionadas em locais diversos dos nominalmente designados ou antecipadamente conhecidos pela equipe. 2) Seja autorizada a realização de diligência de busca e apreensão junto às sedes das empresas CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT (holding), ODEBRECHT ENGENHARIA INDUSTRIAL, ODEBRECHT ÓLEO E GÁS, ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - ÁFRICA, EMIRADOS ÁRABES E PORTUGAL, ODEBRECHT INFRAESTRUTURA - AMÉRICA LATINA e BRASKEM, com a finalidade precípua de serem buscadas informações acerca das offshores que remeteram recursos para contas dos investigados PAULO ROBERTO COSTA, RENATO DE SOUZA DUQUE, PEDRO BARUSCO, NESTOR CERVERÓ e outros investigados, dados 10

11 contábeis/financeiros e de engenharia (custos) das empresas anteriormente referidas, bem assim registros auxiliares ausentes das informações constantes do SPED contábil (este já obtido mediante quebra de sigilo deferida por esse Juízo). Para a realização da diligência será requisitado o apoio dos funcionários da empresa, sendo que em caso de recusa, retardo injustificado ou indícios de adulteração da prova, requer-se seja autorizado o desligamento e apreensão física/lacração do equipamento (no caso de lacração os dados seriam extraídos em um segundo momento após a obtenção de storage ou outro hardware compatível). Solicita-se não sejam limitadas as buscas a determinados andares, considerando que se tratam de unidades complexas e que informações poderão estar acondicionadas em locais diversos dos nominalmente designados ou antecipadamente conhecidos pela equipe. 3) Nos termos do item III desta peça, representamos pela autorização de busca e apreensão dos equipamentos eletrônicos de uso pessoal e dos arquivos de de MARCELO BAHIA ODEBRECHT, BEATRIZ GEMMA GEIGER SARMENTO PIMENTEL e ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR os primeiros no período de 01/01/2005 até a data de expedição do mandado (acredita-se que mesmos os investigados presos possam ter sido copiados pelos demais executivos da emrepsa), sendo que tais equipamentos e arquivos poderão estar tanto na sede do GRUPO ODEBRECHT em São Paulo junto a Rua Lemos Monteiro, 120, Butantã como no Rio de Janeiro tanto na Avenida Pasteur 154 como na Praia de Botafogo, 300, ambas no Bairro Botafogo. Para a realização da diligência quanto aos arquivos de armazenados em servidor será requisitado o apoio dos funcionários da empresa, sendo que em caso de recusa, retardo injustificado ou indícios de adulteração da prova, requer-se seja autorizado o desligamento e apreensão física/lacração do equipamento (no caso de lacração os dados seriam extraídos em um segundo momento após a obtenção de storage ou outro hardware compatível). Solicita-se não sejam limitadas as buscas a determinados andares, considerando que se tratam de unidades complexas e que informações poderão estar acondicionadas 11

12 em locais diversos dos nominalmente designados ou antecipadamente conhecidos pela equipe. 4) Seja autorizada a busca e apreensão dos arquivos referentes aos cadastros e imagens de visitantes existentes junto aos registros de portaria (quer junto a entrada quer junto ao servidor da empresa) referentes às sedes da ODEBRECHT no Rio de Janeiro e em São Paulo, no período de 01/01/2005 até a data de expedição do competente mandado por esse Juízo. Para a realização da diligência será requisitado o apoio dos funcionários da empresa, sendo que em caso de recusa, retardo injustificado ou indícios de adulteração da prova, requer-se seja autorizado o desligamento e apreensão física/lacração do equipamento (no caso de lacração os dados seriam extraídos em um segundo momento após a obtenção de storage ou outro hardware compatível). Solicita-se não sejam limitadas as buscas a determinados andares, considerando que se tratam de unidades complexas e que informações poderão estar acondicionadas em locais diversos dos nominalmente designados ou antecipadamente conhecidos pela equipe. Termos em que, aguardam deferimento. Curitiba/PR, 13 de outubro de EDUARDO MAUAT DA SILVA Delegado de Polícia Federal RENATA DA SILVA RODRIGUES Delegada de Polícia Federal 12