REGULAMENTO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
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- Alícia Raquel Vilanova Monteiro
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1 REGULAMENTO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL Preâmbulo A propriedade intelectual protege os direitos inerentes às criações do conhecimento humano e engloba na grande maioria dos casos dois institutos jurídicos distintos: a propriedade industrial e o direito de autor. A propriedade industrial protege as criações do domínio da indústria, comércio e serviços, nomeadamente: as invenções, modelos de utilidade, modelos e desenhos industriais, topografias dos produtos semicondutores, os sinais distintivos do comércio (marcas, nomes e insígnias de estabelecimento, logótipos), as denominações de origem e indicações geográficas e as recompensas. O direito de autor protege as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, qualquer que seja o seu género ou forma de expressão, nomeadamente: obras literárias; obras audiovisuais; obras de multimédia; obras de programas de computador (software); obras de arte aplicadas, desenhos ou modelos industriais e obras de design que constituam criação artística; ilustrações e cartas geográficas; projectos, esboços e obras plásticas respeitantes à arquitectura, ao urbanismo, à geografia ou às outras ciências. Os direitos de propriedade intelectual têm um duplo conteúdo: Um conteúdo moral, que pelos direitos morais reconhecem o autor intelectual da criação, conferindo-lhe o direito de reivindicar a respectiva paternidade e integridade; e Um conteúdo patrimonial, que pelos direitos patrimoniais reconhecem o titular patrimonial da criação, conferindo-lhe o direito exclusivo de dispor da criação, nomeadamente o direito exclusivo de exploração económica num determinado território e durante um determinado período de tempo, atribuindo-lhe força jurídica para impedir a cópia, a imitação ou a utilização não autorizada. Independentemente dos direitos patrimoniais e mesmo depois da transmissão ou extinção destes, o autor goza de direitos morais sobre a sua criação. A protecção da propriedade intelectual baseia-se em dois princípios essenciais: um princípio moral aos criadores deve ser reconhecida e protegida a sua qualidade de autores, e um princípio económico o estado, ao garantir a exclusividade e a lealdade de concorrência, favorece a exploração das criações. Assim, os direitos de
2 propriedade intelectual, no seu conjunto, pretendem aliar o prestigio ou a satisfação pessoal que deriva da reivindicação da autoria à possibilidade de valorização económica e social dos respectivos direitos. O BIOCANT reconhece que uma das suas obrigações fundamentais é a criação de conhecimento que possa contribuir para o benefício da sociedade e o desenvolvimento sustentável do país; Considerando que para a prossecução dessa obrigação é fundamental promover a investigação científica e encorajar o corpo de investigadores e demais colaboradores a desenvolver projectos inovadores e potenciadores de progresso tecnológico, sensibilizando-o e incentivando-o, concomitantemente, a interrogar-se sobre o interesse potencial das aplicações práticas dos resultados dessa investigação, acrescentando, assim, valor ao conhecimento gerado; Considerando que a valorização dos resultados da investigação implica a sua adequada tutela jurídica através dos mecanismos legais de protecção de direitos privativos de propriedade intelectual; Considerando que a tutela desses direitos deve assentar em princípios de transparência, equidade, motivação, competência e eficiência para levar a cabo, com sucesso, o correspondente processo de transferência tecnológica, é aprovado o presente Regulamento de Propriedade Intelectual. Em contrapartida do direito de propriedade aqui consagrado, O BIOCANT compromete-se a desenvolver uma política activa de valorização desses direitos, nomeadamente através do licenciamento dos mesmos e de outras actividades de transferência tecnológica, incluindo a promoção de novas empresas ou do estabelecimento de parcerias, no âmbito da sua missão e objectivos. Objectivos Promover um ambiente que fomente a inovação e a criação de novos conhecimentos por investigadores e alunos e demais colaboradores; Promover formas sustentadas de valorização do conhecimento gerado no BIOCANT, nomeadamente através da protecção da propriedade intelectual; Fomentar a transferência de resultados de I&D para as empresas e a sociedade em geral e garantir uma adequada repartição e aplicação dos proveitos decorrentes desse processo. Criar condições que permitam o desenvolvimento da envolvente empresarial na área da Biotecnologia, contribuindo assim para a criação de um "cluster" de Biotecnologia na Região Centro de Portugal. Regulamento de Propriedade Intelectual 2
3 Com este Regulamento abre-se o processo de regulamentação da propriedade intelectual gerada no BIOCANT e/ou com o emprego dos seus recursos, processo esse que se manterá em aberto, uma vez que só a prática confirmará as normas aqui estipuladas e ditará os procedimentos complementares a implementar no futuro. O presente Regulamento de Propriedade Intelectual está dividido em duas partes: a Parte I que regula os Direitos de Propriedade Industrial e a Parte II que regula os Direitos de Autor. Parte I DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Artigo 1º (Objecto) O presente regulamento tem por objecto o estabelecimento de regras e procedimentos para a protecção, exploração e valorização dos activos intelectuais gerados na BIOCANT ou com o emprego dos seus recursos. Artigo 2º (Titularidade dos direitos princípio geral) 1. Os direitos de propriedade industrial mencionados no presente regulamento referem-se a invenções, modelos de utilidade, informação técnica não patenteada, desenhos ou modelos industriais, obtenções vegetais, topografias de produtos semicondutores e novos objectos de direitos de propriedade industrial que venham eventualmente a ser juridicamente tutelados, sendo os seus princípios também aplicáveis aos programas de computadores que participem na resolução de problemas técnicos. 2. O BIOCANT consagra, como princípio geral, o seu direito à titularidade dos direitos de propriedade industrial relativos às invenções ou outras criações industriais concebidas e realizadas pelos investigadores, funcionários e colaboradores, no âmbito ou como resultado das suas funções e actividades. 3. Sem prejuízo de quaisquer disposições legais que imponham regime diverso e atento o disposto no artigo 4º, pertence também ao BIOCANT a titularidade dos direitos de propriedade industrial referidos no artigo anterior que resultem da actividade de outras pessoas não mencionadas no número supra, que ocorram no âmbito ou como resultado do exercício das respectivas funções no BIOCANT, ou que tenham implicado a utilização de meios e recursos desta. Regulamento de Propriedade Intelectual 3
4 4. No caso das actividades referidas no nº 2 decorrerem no âmbito e em execução de um contrato celebrado entre o BIOCANT e uma terceira entidade, será aplicável o disposto no artigo 6º. Artigo 3º (Direito moral do inventor) Os direitos previstos a favor do BIOCANT no presente Regulamento não prejudicam o direito do inventor ou criador ser designado como tal no pedido de protecção da invenção ou da criação industrial e a reivindicar a paternidade e integridade desta, nos casos aplicáveis. Artigo 4º (Estudantes e bolseiros) 1. Aos estudantes de cursos de especialização, licenciatura, pós-graduação, mestrado, doutoramento ou pós-doutoramento cujas actividades de investigação e desenvolvimento decorram no BIOCANT e das quais seja previsível a obtenção de resultados passíveis de protecção através de direitos de propriedade industrial, deverá ser solicitado pelo responsável directamente afecto ao BIOCANT a celebração por aqueles de uma declaração prévia, constante do Anexo A ao presente regulamento, de cedência de todos os direitos relacionados com os resultados da investigação. 2. Poderá existir repartição de benefícios de acordo com o previsto nos artigos 10º e 11º após análise, pela BIOCANT, das condições particulares envolvidas. Artigo 5º (Casos especiais) A todas as demais pessoas não incluídas nos artigos anteriores, que desenvolvam actividade na BIOCANT sem vínculo contratual ou em regime de prestação de serviços sem celebração de contrato, deverá ser solicitado pelo responsável directamente afecto ao BIOCANT a celebração por aquelas de um acordo, constante do Anexo A ao presente regulamento, de cedência de todos os direitos de propriedade intelectual derivados dos seus trabalhos de investigação e desenvolvimento e de confidencialidade quanto à informação transmitida e criada neste âmbito. Artigo 6º (Contratos de I&D) 1. Todos os contratos ou acordos, celebrados entre o BIOCANT e outras entidades, de qualquer natureza, cujo objecto principal ou acessório implique actividade de Regulamento de Propriedade Intelectual 4
5 investigação e desenvolvimento, e independentemente da forma do seu financiamento, têm de prever obrigatoriamente regulamentação relativa à titularidade dos direitos de propriedade intelectual e à exploração dos resultados obtidos. 2. Estes contratos ou acordos devem regular: a) a titularidade da invenção ou criação e, quando aplicável, a percentagem atribuída a cada um dos co-titulares; b) a responsabilidade e eventual forma de repartição dos encargos relativos ao pedido de protecção e à manutenção do direito privativo; c) os benefícios para o BIOCANT no caso deste não permanecer como titular dos direitos; d) a salvaguarda dos direitos do BIOCANT no caso de subcontratação ou sublicenciamento da invenção a terceiras entidades; e) os requisitos a observar para a publicação dos resultados obtidos. 3. A participação de qualquer investigador, aluno, bolseiro, funcionário ou outro elemento ligado ao BIOCANT na execução destes contratos ou acordos deverá ser precedida da celebração de um acordo com esta, no qual aquele declare reconhecer que os direitos de propriedade intelectual pertencerão ao BIOCANT ou à entidade designada no contrato como titular. 4. Todos os contratos ou acordos deverão mencionar a confidencialidade a que as partes se obrigam, no sentido de assegurar que a protecção dos resultados não será posta em causa. Para o efeito, poderá ser exigida aos participantes a assinatura de uma declaração escrita, anexa ao contrato ou acordo principal. 5. O investigador responsável pelas actividades de investigação e desenvolvimento é responsável pelo cumprimento do disposto nos nºs 1, 2 e 3. Artigo 7º (Dever da informação) 1. O inventor tem o dever de informar o BIOCANT da realização de invenção ou criação industrial no prazo máximo de trinta dias a partir da data em que esta se considera concluída. 2. Para o cumprimento da presente obrigação, o inventor pode informar a direcção, o conselho executivo, o responsável da unidade orgânica onde a investigação foi conduzida ou qualquer outro ente ao qual tenha sido delegada a responsabilidade da gestão activa do processo de transferência tecnológica dos resultados da investigação do BIOCANT. 3. Para os efeitos do nº 1, considera-se concluída a invenção ou criação industrial no momento em que a mesma apresenta características que permitam instruir o competente pedido de protecção. 4. Sem prejuízo do disposto nos n 1 e 2, no decurso da actividade de investigação e trabalhos de desenvolvimento, o inventor ou criador tem o dever de informar o BIOCANT dos potenciais resultados de investigação susceptíveis de protecção, por Regulamento de Propriedade Intelectual 5
6 forma a permitir a esta uma análise ponderada e atempada das implicações técnicas, económicas e jurídicas dos mesmos. Artigo 8º (Processo de decisão pelo BIOCANT) 1. Após o cumprimento, por parte do inventor, do disposto no artigo 7º, o BIOCANT deverá, no prazo de sessenta dias, proferir decisão quanto ao interesse em manter a titularidade dos direitos sobre a invenção ou quanto à cedência desses direitos ao inventor ou criador. Excepcionalmente, poder-se-á prolongar o período de decisão sobre a mesma titularidade, até um máximo de cento e oitenta dias, nos casos em que seja indispensável a recolha de elementos adicionais para a tomada de decisão. 2. A decisão, a ser tomada pela direcção, constará de relatório fundamentado, que deverá ser imediatamente comunicado ao inventor ou criador. 3. Caso o BIOCANT decida pela cedência dos direitos ao inventor, ou na falta de resposta tempestiva por parte do BIOCANT, de acordo com os prazos estipulados no nº 1, o inventor ou criador adquirirá a plenitude destes direitos, incluindo os de exploração, podendo requerer em seu nome e a expensas exclusivamente suas a respectiva protecção. Artigo 9º (Dever de confidencialidade) Até à formalização do respectivo pedido de protecção jurídica ou até que seja tomada a decisão de não se proceder ao pedido de protecção, os inventores e demais intervenientes no processo previsto no artigo 7º abster-se-ão de proceder à publicação ou divulgação de quaisquer dados ou informações que possam comprometer a estratégia de protecção. Artigo 10º (Âmbito da protecção) 1. Cabe ao BIOCANT determinar o âmbito de protecção jurídica de quaisquer invenções ou criações de que seja ou venha a ser titular. 2. O inventor não poderá opor-se à solicitação e manutenção da protecção jurídica pretendida pelo BIOCANT. 3. Em qualquer momento, os direitos referidos no artigo 2º poderão ser alienados ou ser objecto de licença de exploração e, ainda, objecto de desistência em fase de pedido ou de renúncia pelo BIOCANT. 4. No caso de renúncia, a titularidade poderá ser transferida para os inventores, podendo, caso aceitem, ser aplicado o disposto no artigo 12º. Regulamento de Propriedade Intelectual 6
7 Artigo 11º (Encargos com a protecção) Compete ao BIOCANT ou a outra entidade com a qual aquela celebre qualquer acordo, suportar os encargos decorrentes do pedido de protecção e da manutenção do direito de propriedade industrial de que for requerente ou titular, sem prejuízo do disposto no artigo 6º. Artigo 12º (Repartição dos proveitos) Os proveitos a repartir reportam-se aos montantes obtidos depois de deduzidas as taxas ou impostos devidos e os custos inerentes à investigação realizada, às formalidades do pedido e demais consultoria, bem como à comercialização e exploração dos resultados. Os proveitos líquidos apurados serão repartidos da seguinte forma:. 60 % para o inventor ou criador ou equipa de investigação;. 40 % para o BIOCANT Artigo 13º (Direito de Opção) 1. No caso da BIOCANT não possuir interesse em solicitar a respectiva protecção jurídica e em efectuar qualquer exploração comercial de invenção de que seja titular, o inventor ou criador terá direito à opção pela titularidade da mesma. 2. Caso exerça a opção prevista no número 1, o inventor auferirá a totalidade dos montantes derivados da exploração do direito, sendo ainda responsável pelo pagamento de todos os custos conexos com a cedência dessa titularidade e pelas subsequentes despesas com a manutenção do direito. Artigo 14º (Prémio para a protecção de activos intelectuais) 1. Estabelece-se um prémio de 1000 (mil Euros), a atribuir globalmente ao inventor ou inventores envolvidos, por cada pedido de patente depositado em nome do BIOCANT que seja efectivamente concedido e por altura da primeira concessão, independentemente das extensões territoriais entretanto efectuadas. 2. O prémio previsto assume a natureza de antecipação de eventuais proveitos de qualquer estratégia de valorização empreendida pela BIOCANT. No entanto, este prémio não será deduzido na eventual partilha de proveitos que venha a acontecer na aplicação do artigo 11º. Regulamento de Propriedade Intelectual 7
8 Artigo 15º (Sanções) O não cumprimento das obrigações previstas, em todos os artigos deste regulamento por parte do inventor individual, da equipa inventora ou da instituição de investigação acarreta a perda dos direitos que, respectivamente, lhes são reconhecidos neste regulamento, sem prejuízo de eventual responsabilidade civil e laboral, aplicável nos termos gerais. Parte II DOS DIREITOS DE AUTOR Artigo 16º (Objecto) Para efeitos de aplicação deste Regulamento, consideram-se como criações susceptíveis de protecção pelo direito de autor ou direitos conexos as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, qualquer que seja o género ou forma de expressão, nomeadamente, obras literárias, obras de arte, obras audiovisuais, obras de multimédia ou qualquer outra criação que possa ser considerada como obra, incluindo, nos termos da legislação actual, os programas de computador (software). Artigo 17º (Titularidade dos direitos) O BIOCANT reconhece como principio geral que pertence ao respectivo criador intelectual a titularidade dos direitos relativos às obras concebidas ou realizadas no âmbito de qualquer actividade dos investigadores e demais funcionários, bolseiros e alunos, realizada no BIOCANT. Artigo 18 (Titularidade dos direitos - excepções) 1. Exceptuam-se as seguintes situações, em que o BIOCANT poderá ser titular dos direitos de autor, cabendo a esta a respectiva decisão, no prazo de trinta dias após a comunicação por parte do autor da conclusão da obra: a) quando a obra realizada decorra quer em cumprimento do dever funcional, quer de contrato de trabalho celebrado com o BIOCANT; b) quando a realização ou conclusão da obra implique uma utilização significativa de meios ou de dotações do BIOCANT. Regulamento de Propriedade Intelectual 8
9 2. Em qualquer circunstância, o criador intelectual da obra manterá os direitos morais previstos na legislação aplicável, nomeadamente os de reclamar a respectiva paternidade e integridade. Artigo 19 (Caso especial dos programas de computador) 1. O BIOCANT considera como princípio geral que os programas de computador se incluem sempre na alínea b) do artigo anterior. 2. A decisão sobre a eventual titularidade será tomada pelo BIOCANT no prazo de sessenta dias. Artigo 20 (Proveitos) Os proveitos líquidos, resultantes de obras de que o BIOCANT venha a ser titular, apurados nos termos do artigo 17, serão repartidos entre o BIOCANT e o criador na mesma proporção prevista no artigo 11º. Artigo 21º (Contratos) 1. Os contratos celebrados entre o BIOCANT e outras entidades, cujo objecto principal ou acessório implique a criação de obras, deverão contemplar obrigatoriamente a regulamentação da titularidade e da exploração dos respectivos direitos. 4. A participação de qualquer elemento, nomeadamente investigador, funcionário ou bolseiro, na execução dos contratos deverá ser precedida pela celebração de um acordo com o BIOCANT, no qual se declare reconhecer que os direitos sobre os respectivos resultados pertencerão à Universidade ou à entidade designada no respectivo contrato. 5. O relacionamento entre o BIOCANT e instituições associadas, no âmbito de actividades de criação de obras, deverá ser precedido de uma regulamentação relativa aos direitos de autor. Regulamento de Propriedade Intelectual 9
10 Anexo A (CONTRATO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS A CELEBRAR POR TODAS AS PESSOAS COM AS QUAIS NÃO EXISTA UMA RELAÇÃO LABORAL COM O BIOCANT E QUE ESTEJAM A COLABORAR OU A ESTAGIAR EM PROJECTOS OU OUTROS TRABALHOS DESENVOLVIDOS NO BIOCANT) (Contrato / Acordo) BIOCANT [inserir a denominação completa], pessoa colectiva n.º.., com sede na Rua, representada pelo, titular do Bilhete de Identidade n.º.., emitido pelo Arquivo de Identificação do..em, na qualidade de... e com poderes para o acto, como Primeiro Outorgante (nome)...,de nacionalidade..., portador do Bilhete de Identidade nº..., emitido em..., pelo Arquivo de Identificação de..., contribuinte fiscal n.º..., residente em..., actuando em seu próprio nome e doravante designado(a) por Segundo Outorgante. Considerando Que ambas as partes desfrutam de capacidade jurídica suficiente; Que o Segundo Outorgante participa no(s) projecto (s) de investigação identificado(s) por..., que se desenvolvem no BIOCANT segundo a direcção ou coordenação do Professor(a)...; Que durante a sua permanência no BIOCANT, os resultados ou a informação transmitida ou gerada durante a mesma obedecem ao presente Contrato. É celebrado o presente contrato, que se rege pelas seguintes cláusulas: CLÁUSULA PRIMEIRA (Objecto) O objecto do presente acordo é o de regular os aspectos de titularidade de resultados de investigação gerados pelo Segundo Outorgante durante a sua permanência no BIOCANT e de estabelecer os termos e condições que obrigam as partes quanto à garantia de confidencialidade da informação transmitida e criada entre elas. Regulamento de Propriedade Intelectual 10
11 CLÁUSULA SEGUNDA (Confidencialidade) 1. Qualquer tipo de informação ou conhecimento relacionado com os resultados de trabalhos de investigação desenvolvidos no BIOCANT a que o Segundo Outorgante tenha acesso será mantida confidencial, abstendo-se este de revelá-la a qualquer pessoa que não esteja expressamente autorizada pelo BIOCANT. 2. Esta cláusula não é aplicável no caso da informação ou conhecimento fazer parte do domínio público. 3. No caso do Segundo Outorgante desejar utilizar os resultados obtidos no trabalho de investigação desenvolvido na BIOCANT em qualquer publicação, dissertação ou outra qualquer forma de divulgação, deverá solicitar ao BIOCANT o consentimento expresso por escrito para a utilização dos mesmos, que será deferido ou recusado por esta no prazo máximo de 60 dias contados da data da solicitação, considerando-se, no silêncio da BIOCANT ou na falta de resposta tempestiva por parte deste, autorizada a divulgação. CLÁUSULA TERCEIRA (Duração) 1. Este contrato entra em vigor no momento em que o Segundo Outorgante inicie os trabalhos de investigação na BIOCANT, caducando no momento em que cessar a colaboração do Segundo Outorgante com a BIOCANT, excepto o disposto no número Uma vez findo o presente contrato, a obrigação de confidencialidade prevista no presente acordo mantém-se em vigor por um período máximo de cinco anos, contados a partir do início dos trabalhos de investigação na BIOCANT. 3. A BIOCANT poderá requerer ao Segundo Outorgante a entrega imediata de toda a informação gerada durante a sua permanência e/ou colaboração, comprometendo-se este a destruir qualquer cópia tangível da mesma. CLÁUSULA QUARTA (Direitos Prévios sobre a Informação) 1. Toda a informação trocada entre as partes é propriedade exclusiva da parte de onde procede, não sendo necessária a concessão de licença para o referido intercâmbio. 2. Nenhuma das partes utilizará informação da outra parte para seu próprio uso ou em benefício de terceiro sem o prévio consentimento da contraparte. Regulamento de Propriedade Intelectual 11
12 CLÁUSULA QUINTA (Atribuição de Direitos) 1. O Segundo Outorgante obriga-se a ceder à BIOCANT todos os direitos intelectuais sobre resultados da investigação que sejam gerados como consequência da sua actividade na BIOCANT ou da sua intervenção em projectos de investigação promovidos por esta. 2. O BIOCANT poderá publicar, divulgar, utilizar e proteger os referidos resultados de investigação mediante pedidos de direitos de propriedade intelectual ou poderá mantêlos secretos. 3. Todos os títulos de propriedade industrial ou intelectual que se possam solicitar serão requeridos em nome do BIOCANT ou em nome de quem esta designe, obrigando-se o Segundo Outorgante a disponibilizar àquela todos os documentos e suportes informativos necessários para a instrução do pedido e trâmites subsequentes. 4. O BIOCANT suportará todos os custos com o pedido, tramitação e manutenção destes títulos nos territórios em que deseje obter a protecção. 5. O Segundo Outorgante terá os mesmos direitos na repartição dos benefícios daí decorrentes que qualquer membro do BIOCANT de acordo com a proporção que lhe é devida e correspondente à sua participação na obtenção do resultado. 6. O Segundo Outorgante figurará como autor ou inventor em todos os títulos de protecção dos resultados para cuja obtenção contribuiu. CLÁUSULA SEXTA (Obrigação de Comunicação de Resultados) 1. Quando o Segundo Outorgante obtiver resultados susceptíveis de protecção por direito de propriedade industrial, deverá comunicá-lo por escrito ao BIOCANT. 2. Para os efeitos do nº 1, considera-se concluída a invenção ou criação industrial no momento em que a mesma apresenta características que permitam instruir o competente pedido de protecção. 3. Se no prazo de três meses, contados desta notificação, o BIOCANT não comunicar ao Segundo Outorgante estar interessado na protecção destes resultados, o Segundo Outorgante poderá individualmente proceder à sua protecção segundo o estabelecido no Regulamento de Propriedade Intelectual do BIOCANT. CLÁUSULA SÉTIMA (Obrigação de Colaboração) 1. O Segundo Outorgante deverá prestar toda a colaboração na medida necessária para a efectiva protecção e valorização dos direitos cedidos ao BIOCANT. Tal colaboração inclui a elaboração e entrega tempestiva de todos os documentos e demais suportes informativos necessários à protecção por direito de propriedade industrial e para a sua eventual extensão a outros países, quando assim for decidido pelo titular dos direitos. Regulamento de Propriedade Intelectual 12
13 2. O Segundo Outorgante comunicará ao BIOCANT todas as alterações de domicílio de modo a poder ser informado das suas obrigações respeitantes à tramitação dos títulos de propriedade intelectual nos territórios em que o BIOCANT decida efectuar a extensão do pedido. 3. Na falta de comunicação destes dados, o Segundo Outorgante autoriza o BIOCANT a representá-lo para dar continuidade ao processo. CLÁUSULA OITAVA (Modificação ou Cancelamento do Contrato) Este contrato só poderá ser modificado ou revogado com o consentimento expresso e reduzido a escrito de ambas as partes. CLÁUSULA NONA (JURISDIÇÃO) Em caso de litígio, ambas as partes acordam submetê-lo ao Foro da Comarca de Cantanhede, com expressa renúncia a qualquer outro. Feito em duplicado, ficando cada parte na posse de um exemplar, em..., a...de...de Pela BIOCANT O Segundo Outorgante Regulamento de Propriedade Intelectual 13
14 Anexo B FORMULÁRIO PARA COMUNICAÇÃO DE INVENÇÃO Regulamento de Propriedade Intelectual 14
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