APLICAÇÕES HIPERPRECOCES DE CLORETO DE MEPIQUAT NO ALGODOEIRO HERBÁCEO, CULTIVAR BRS 187 8H, EM CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO. IV

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1 APLICAÇÕES HIPERPRECOCES DE CLORETO DE MEPIQUAT NO ALGODOEIRO HERBÁCEO, CULTIVAR BRS 187 8H, EM CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO. IV. EFEITOS NO BALANÇO DE CARBONO, CRESCIMENTO E STATUS DE ÁGUA Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão 1, José Gomes de Souza 2, José Wellington dos Santos 3 Gleibson Dionízio Cardoso 4 (1) Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário, , Campina Grande, PB. nbeltrao@cnpa.embrapa.br, (2) Embrapa Algodão, gomes@cnpa.embrapa.br, (3) Embrapa Algodão, jwsantos@cnpa.embrapa.br, (4) Embrapa Algodão, Gleibson@cnpa.embrapa.br RESUMO Em condições de otimização da produção, na tentativa de se ter o máximo de produtividade e de qualidade da produção, em especial em condições de irrigação, as plantas podem ter a tendência de crescerem muito no início, trazendo problemas na partição dos assimilados entre os drenos úteis e não do ponto de vista econômico, requerendo assim controle as vezes precoce do crescimento, sendo uma das maneiras o uso de intervenção química, com aplicação de moduladores do crescimento, como o caso do cloreto de mepiquat (N,N- dimethylpiperidinium chloride). Objetivou-se com este trabalho verificar os efeitos de aplicações hiperprecoces do cloreto de mepiquat no balanço de carbono e outros atributos do algodoeiro herbáceo. Foram testados seis tratamentos que se constituíram em épocas de aplicação deste regulador do crescimento, de dez em dez dias até os 6 dias da emergência das plântulas com a dosagem de 1 g/ha, produto técnico. Foi verificado que na média dos tratamentos, com e sem o regulador, houve reduções da área foliar por planta (16,8%) e do potencial hídrico foliar (7,2%). Também considerando o efeito médio não houve alterações na fenologia da planta (tempo para o surgimento da primeira flor), para a respiração oxidativa mitocondrial e fotossíntese. INTRODUÇÃO O uso de reguladores de crescimento na cotonicultura, em especial do cloreto de mepiquat, que é um produto inibidor da biossintese das giberelinas, promotores do crescimento, vem ocorrendo no mundo desde 1974 (Constable 1994) quando este produto foi sintetizado e testado na cultura do algodão (Gossypium sp.), sendo na atualidade utilizado em quase todos os países produtores desta malvaceae, em especial a China e os Estados Unidos da América do Norte (International Cotton Advisory Committee, 1995), os dois maiores produtores de algodão do mundo na atualidade. Ele tem diversos efeitos na planta do algodão, tais como redução da área foliar e do índice de área foliar (Hake et al,1991, Cothren, 1994 e Wells,1997), redução da altura das plantas, dos ramos e dos entrenós (Reddy et al,1992, Cothren, 1994 e Munk et al.1997), entre outros, aplicado no inicio da floração ou parcelado iniciando-se na fase de botoamento. Na atualidade, em especial nas áreas irrigadas, devido a otimização dos fatores de produção, buscando-se elevadas produtividades, as plantas recebem muita água, fertilizantes e outros insumos e a tendência é crescerem muito logo no início e ter desequilíbrio entre o crescimento e o desenvolvimento, e assim problemas na partição dos assimilados. Uma das formas de modular o crescimento é o uso de regulador de crescimento precocemente. Desta forma, objetivou-se com este trabalho verificar os efeitos de aplicações hiperprecoces do cloreto de mepiquat no balanço de carbono e outros atributos do algodoeiro herbáceo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições controladas (casa-de-vegetação) pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa do Algodão, localizado em Campina Grande, PB, no ano de 22, utilizando-se a cultivar BRS 187 8H de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.) como planta teste. Foram testados 12 tratamentos, sendo duas séries de seis, a primeira com

2 épocas de aplicação do regulador de crescimento cloreto de mepiquat (N,N-dimethylpiperidinium chloride) na dosagem de 5 g/ha do produto técnico de 1 em 1 dias da emergência das plântulas até os 6 dias, mais seis testemunhas sendo uma para cada época e a avaliação das variáveis foi realizada sempre 15 dias depois da aplicação do produto para cada época. Utilizou-se um delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições, sendo a unidade experimental duas plantas por vaso com capacidade de 15 litros, preenchido com uma mistura de material de um solo arenoso, fertilizado com NPK e esterco de curral bem curtido na proporção de 1: 1, respectivamente. A área foliar foi determinada pelo método de Grimes e Carter (1969). O potencial hídrico nas folhas (sempre na quarta folha do ápice da planta) foi determinado com uma câmara de pressão PMS Instrument Company Corvallis, Oregon, USA. A altura da planta com o uso de um diastímetro, medindo-se do colo ao ápice (gema apical). A fotossíntese foi medida em discos foliares por intermédio da liberação de 2 em uma atmosfera em equilíbrio com NaHCO 3-1 M a ph 9 e a respiração mitocondrial, oxidativa ou escura, foi medida pela absorção de oxigênio molecular. As medidas foram realizadas por um analisador de O 2 Hansatech Ltd Kings Lynn England modelo C.B. 1 (Walker, 1987). Os dados foram submetidos a ANOVA e regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 podem ser observados os resumos das analises da variância dos dados das variáveis área foliar por planta, potencial hídrico foliar, altura de planta, tempo para a abertura da primeira flor, respiração e fotossíntese, verificando-se as significâncias para as fontes de variação testadas. Verifica-se que para as épocas de aplicação do cloreto de mepiquat houve efeitos lineares significativos para quase todas as variáveis, exceto tempo para a abertura da primeira flor e a respiração. Entre as testemunhas como era de se esperar houve significâncias para quase todas as variáveis, pois as plantas estavam em pleno período de crescimento. Na Tabela 2 podem ser observados os contrastes ortogonais entre cada período de aplicação a sua respectiva testemunha para as variáveis estudadas e também entre os grupos com e sem o cloreto de mepiquat. A respiração e a fotossíntese líquida não foram alteradas em nenhum caso, o que está de acordo com os resultados obtidos por Marur (1998) e Oosterhuis et al. (1998). Na figura 1 podem ser vistas as equações e os coeficientes de determinação para as variáveis computadas. A medida que a planta cresceu houve aumento da respiração e muito pouca elevação da fotossíntese. A altura da planta e a área foliar por planta logicamente aumentaram com o incremento da idade, o que era esperado. CONCLUSÕES O retardador de crescimento cloreto de mepiquat na dosagem de 5 g/ha do produto técnico, aplicado em diversas épocas, desde os 1 dias da emergência das plântulas (hiperprecoce) até os 6 dias do mesmo evento, em plena floração, não alterou o potencial hídrico das folhas, nem o tempo para o surgimento da primeira flor e alterou muito pouco o balanço do dióxido de carbono; A maior redução da área foliar por planta com o uso do cloreto de mepiquat ocorreu com a aplicação da dosagem de 5 g/ha do produto técnico aos 4 dias da emergência das plântulas.

3 Tabela 1. Resumo das Análises de Variâncias das variáveis, Área foliar por planta (cm 2 ), Potencial hídrico foliar (MPa), Altura 15 dias após a aplicação do tratamento (cm), Idade da planta na abertura da 1ª flor (dias), Respiração e Fotossíntese (µmoles O2.m -2.s -1 ) em função da aplicação do cloreto de mepiquat. Campina Grande, PB. 22. Quadrado Médio F.V. GL Área foliar Potencial hídrico Altura Idade Respiração Fotossíntese Período de 5 Aplicação ,2** 3,53** 22,93** 9,17 ns 5,22 ns 42,89* Linear ,72** 9,121** 961,16** 18,28 ns 2,84 ns 77,73* Quadrática ,26 ns,1 ns 211,44*,15 ns 7,1* 82,25* Cúbica ,72 ns 5,682** 14,82 ns 5,44 ns,31 ns,61 ns Desv. Reg ,1 1,368 71,12 11, 8,6 25,74 Entre Test ,92** 4,24** 1872,8** 1,35 ns 9,6* 62,21* G1 vs G ,57* 5,74** 851,27** 7,35 ns 3,76 ns 12,6 ns Tratamentos (11) ,29 4,5 1846,94 9,54 6,83 48,92 Bloco ,87, ,94 26,22,4 16,57 Erro ,28,296 41,18 7,48 1,66 11,13 CV(%) - 28,79 6,56 11,89 5,44 23,55 13,48 G1= Tratamentos com aplicação (1, 2, 3, 4, 5, e 6) G2= Tratamentos com testemunhas (tt1, tt2, tt3, tt4, tt5, e tt6) *Significativo a 5% pelo teste F **Significativo a 5% pelo teste F ns Não significativo (Teste F) Tabela 2. Resumo das Análises de Variâncias dos contrastes de interesse para variáveis, Área foliar por planta (cm 2 ), Potencial hídrico foliar (MPa), Altura 15 dias após a aplicação do tratamento (cm), Idade da planta na abertura da 1ª flor (dias), Respiração e Fotossíntese (µmoles O2.m -2.s -1 ) em função da aplicação do cloreto de mepiquat. Campina Grande, PB. 22. Quadrado Médio Contrastes de interesse GL Área foliar Potencial hídrico Altura Idade Respiração Fotossíntese ŷ1 = P1 vs tt ,61 ns 2,2* 2,5 ns 2,5 ns,1 ns 42,81 ns ŷ2 = P2 vs tt ,26 ns,62 ns 48,4 ns 22,5 ns,6 ns 4,34 ns ŷ3 = P3 vs tt ,52 ns,1 ns 624,1** 4,9 ns,51 ns 16,85 ns ŷ4 = P4 vs tt ,19**,62 ns 372,1** 6,4 nns,4 ns 13,95 ns ŷ5 = P5 vs tt ,7 ns,9 ns 422,5**,9 ns 6,16 ns 24,9 ns ŷ6 = P6 vs tt ,69 ns 2,5** 3,6 ns 8,1 ns 2,9 ns 1,71 ns ŷ7 = G1 vs G ,57* 5,7** 851,27** 7,35 ns 3,76 ns 12,6 ns Erro ,28,296 41,18 7,48 1,66 11,13 * Significativo a 5% pelo teste F ** Significativo a 5% pelo teste F ns Não significativo (Teste F)

4 Área foliar (cm 2 ) y = -239, ,87X 2 15 r 2 =,85** 1 5 Potencial hídrico (MPa) y = 6,85 +,323x r 2 =,52** 1 8 Altura de planta (cm) y = 11,12 + 1,79x -,16x 2 2 r 2 =,88* Respiração (µmoles O2.m -2.s -1 ) 6 y = 4,52 +,12x +,19x 2 4 r 2 =,4* 2 Fotossíntese (µmoles O2.m -2.s -1 ) y = 28,1 -,37x +,67x 2 r 2 =,75* Figura 1. Regressão da Área foliar por planta (cm 2 ), Potencial hídrico foliar (MPa), Altura 15 dias após a aplicação do tratamento (cm), Idade da planta na abertura da 1ª flor (dias), Respiração e Fotossíntese (µmoles O2.m -2.s -1 ) em função da aplicação do cloreto de mepiquat. Campina Grande, PB. 22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CONSTABLE, G.A. Predicting yield responses of cotton to growth regulators. In: PROCEEDINGS OF THE WORLD COTTON RESEARCH CONFERENCE,1. Proceedings... Brisbane, Australia. Challenging the future. Brisbane, Australia: CSIRO, 1994.p.3-5. COTHREN, J.T. Use of growth regulators in cotton production. In: PROCEEDINGS OF THE WORLD COTTON RESEARCH CONFERENCE,1. Proceedings... Brisbane, Australia. Challenging the future. Brisbane, Australia: CSIRO, p GRIMES, D.W.; CARTER, L.M. A linear rule for direct nondestructive leaf area measurements. Agronomy Journal, v.61, n.3, p , HAKE, K.; KERBY, T.; McCARTY, W.; O NEAL, D.; SUPAK, J. Physiology of pix.memphis, TN, USA. National Cotton Council. Cotton Physiology Today, v.2, n.6, 4p INTERNATIONAL COTTON ADVISORY COMMITTEE. THE ICAC RECORDER. Washington, USA, v.13, n.2, p.7-1, MARUR,J.C. Fotossíntese e translocação de carboidratos em algodoeiros submetidos à déficit hídrico após a aplicação de cloreto de mepiquat. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.1, n.1, p.59-64, MUNK, D.; WEIR, B.; WRIGHT, S.; VARGAS, R.; MUNIER, D. Pima cotton growth and yield responses

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