História da participação política feminina no mundo e no Brasil
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- Lívia Ferretti Canto
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1 História da participação política feminina no mundo e no Brasil Universidade Federal Fluminense UFF Faculdade de Economia Núcleo Transdisciplinar de Estudos de Gênero Programa de Estudos Pós-Graduados em Política Social da UFF cpgess@vm.uff.br Website: Telefone: (21) Campus Universitário do Gragoatá Realização: Apoio: Secretária de Políticas para as Mulheres Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos COORDENAÇÃO: Hildete Pereira de Melo Lucilene Morandi Ruth Helena Dweck
2 A mulher e o espaço público séc XVIII Em quase todos os governos do mundo, excluídas das honras e dos cargos, elas nada podem obter, nem esperar, nem se ligar ao Estado pelo orgulho de ter ocupado cargos. ( ) e sem jamais combater pela pátria, não têm qualquer lembrança lisonjeira que as ligue a sua nação pela vaidade, seja das obras, seja das virtudes. (A.L.Thomas, Europa)
3 Vozes femininas séc XVIII ( ) a fraqueza de nossa constituição e de nossos órgãos pertence certamente a nossa educação, e é uma consequência da condição que nos destinaram na sociedade.( ) Certamente seriam necessárias várias gerações para nos recolocar tal como a natureza nos criou. Poderíamos talvez sair vencedoras, mas os homens perderiam demais. (Madame D Epinay, 1772, em resposta a Thomas)
4 Vozes femininas séc XVIII Se não for dada a devida atenção às mulheres, estamos decididas a fomentar uma rebelião, e não nos sentiremos obrigadas a cumprir leis para as quais não tivemos nem voz, nem representação (Abigail Adams, 1776, dirigindo-se ao marido John Adams, então constituinte norte-americano)
5 A luta pelo voto feminino séc XIX Revolução Francesa, com seus ideais de igualdade, fortalece a luta pelo voto e pelo acesso à educação. As diferenças mentais que se supõe existirem entre homens e mulheres são apenas os efeitos naturais de diferenças na sua educação e Em 1860, o economista John Stuart Mill, na Inglaterra escreve o ensaio A Sujeição das Mulheres, dando inicio a inúmeras petições em favor do voto feminino. circunstâncias e não indicam diferenças radicais, e muito menos, inferioridade radical de natureza (Mill) Movimento se espalha pelos Estados Unidos.
6 E mesmo assim demora...
7 A história do voto feminino no mundo
8 Abolição e República na luta das mulheres As lutas pela abolição e pelo estabelecimento da República ajudaram a fortalecer os movimentos femininos e a aumentar a pressão pelo voto das mulheres.
9 A luta pela abolição da escravatura séc XIX Primeiras manifestações de Nisia Floresta ( ), abolicionista, republicana e feminista, que escreve pelo direito à educação e ao voto. Fundou escolas. No Ceará, em 1882, Maria Tomázia Figueira, Maria Correia do Amaral e Elvira Pinho promoveram atos abolicionistas na Sociedade das Cearenses Libertadoras. Em 1884, a Assembleia Legislativa da Província do Ceará aboliu a escravidão. Em Manaus, foi criada a Associação Amazonenses Libertadoras. Em 1887, a abolição foi promulgada naquela Província. Mulheres (brancas e negras) também foram protagonistas destas ideias.
10 A luta pela abolição da escravatura séc XIX Em paralelo, as vozes feministas se fortalecem nos esforços abolicionistas, como é o caso da pernambucana Leonor Porto, que fundou a Sociedade Ave Libertas. E da escrava Liberata, que em um processo individual, lutou por sua liberdade institucionalmente.
11 República na luta as mulheres Na Assembleia Constituinte de 1891, houve debates intensos pelo direito ao voto feminino. A primeira Constituinte Republicana do Brasil declarava, no seu art.70: São eleitores todos os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei. O substantivo eleitores teria sido interpretado como pessoas do sexo masculino. As mulheres foram excluídas do processo. Tal derrota desmobilizou temporariamente as mulheres que lutavam pelo voto.
12 Abolição e República na luta das mulheres A jornalista Josefina Álvares de Azevedo (1851-?), escreveu a peça teatral: O Voto Feminino. O lema mulher instruída, mulher emancipada ganhou a adesão de muitas mulheres e cresceu o movimento pelo voto feminino.
13 100 anos da luta pelo sufrágio feminino Luta pelo direito ao voto ressurgiu na primeira década do século XX. Leolinda Daltro, a poeta Gilka da Costa Machado, Maria Carlota Vaz de Albuquerque, Emília Tortelli Araldo, Hermelinda Fonseca da Cunha e Silva, Amália Mallet, Francisca Mallet fundaram, em 1910, no Rio de Janeiro o PARTIDO REPUBLICANO FEMININO. Em 1916, a professora Leolinda e Mariana Noronha entram com pedido na Justiça para poder votar. Amizade com Orsina Fonseca. Criação da linha de tiro feminino do Exército.
14 Caminhos do voto feminino Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) - fundada por Bertha Lutz e as sufragistas senador Juvenal Lamartine, eleito governador do RN, ajuda na aprovação do voto feminino em seu estado eleita prefeita Alzira Soriano de Souza, em Lages (RN). A eleição foi anulada pela Comissão de Poderes do Senado.
15 A Revolução de 30 e o voto feminino Revoluções tendem a ampliar direitos das mulheres em todo o mundo. No Brasil, as forças leais a Getúlio Vargas contavam com adeptas da luta pelo direito ao voto. Em 1932, foi assinado o Código Eleitoral Provisório, concedendo o direito de voto às mulheres. Voto das mulheres era facultativo
16 Primeiras mulheres no Congresso Nos pleitos de 1933 e 1934, algumas mulheres foram candidatas. No Congresso, 214 homens eleitos / apenas 1 mulher: a médica Carlota Pereira de Queiroz (SP). Constitucionalista. Afastada da FBPF
17 Primeiras mulheres no Congresso Bertha Lutz terminou como suplente (DF). Ocupou a cadeira por um breve período (até a criação do Estado Novo, em 1937), quando criou o projeto do Estatuto da Mulher, que propunha a reformulação da legislação brasileira quanto ao trabalho feminino e a criação do Departamento Nacional da Mulher.
18 Primeiras mulheres no Congresso Em 1934, Antonieta de Barros se elege em Santa Catarina. A primeira mulher negra a ocupar a cadeira.
19 Sobre Antonieta
20 Assim era há 80 anos Apenas uma mulher. Será que mudou muito desde então?
21 Participação feminina na Câmara de Deputados
22 A ausência de mulheres
23 Anos 1970 Movimentos negro e contra a guerra do Vietnã fortalecem os movimentos sociais, reascendendo a chama do feminismo nos Estados Unidos e na Europa. ONU declara 1975 o Ano Internacional da Mulher, com a convocatória da Conferência Internacional da Mulher. Em 1975 é criado o Centro da Mulher Brasileira (CMB), primeira organização do novo feminismo. Surge o Movimento Feminino pela Anistia. Jornais feministas Brasil Mulher / Nós Mulheres.
24 Anos 1980 Ativismo Junho Encontro Feminista de Valinhos concentra esforços no combate à violência contra a mulher. Proposta a criação de centros de autodefesa. SOS-Mulher Campanha Quem ama não mata Delegacias Especiais para o Atendimento de Mulheres Vítimas de Violência (Deams), no estado de São Paulo
25 A campanha Quem ama não mata
26 Anos 1980 Política Anistia em 1979 aumento da participação política feminina na sociedade eleições para Legislativo e governos estaduais, mulheres mobilizaram-se para participar do processo em todos os estados Lei nº 7.353, cria o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) Campanha da Constituinte / Lobby do Batom / direitos reprodutivos, enfrentamento da violência contra a mulher, igualdade na sociedade conjugal.
27 Anos 1990 São os anos de maior esvaziamento das políticas para as mulheres. Há retrocessos no governo Collor, com retirada de financiamento de órgãos destinados aos cuidados com as mulheres.
28 Anos No último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, é criada uma secretaria de políticas para as mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) torna-se vinculada a Presidência da República, dotada de status de ministério e de orçamento. Ela integra uma das três secretarias promotoras de direitos, assim como a de Igualdade Racial e a de Direitos Humanos Sancionada Lei Maria da Penha (Lei 11340/06).
29 Anos Pela primeira vez, uma mulher é eleita presidenta da República Lei do Feminicídio (Lei 13104/15)
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