Gramaticalização da preposição desde: uma abordagem funcional

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1 Gramaticalização da preposição desde: uma abordagem funcional Danúbia Hatoum Seron 1 1 Faculdade de Ciências e Letras Universidade Estadual Paulista (UNESP-Araraquara) danubiajb@yahoo.com.br Abstract. This paper aims at showing the change of the preposition ' desde' in the conjunction 'desde que'. This type of change can be considered a case of grammaticalization, seen as a process of linguistic change in which elements of the lexicon start to carry out grammatical functions, or elements of the grammar become still more grammatical. Ally to the theory of the grammaticalization, it will be used Dik s model of functional grammar (1997) in order to describe syntactic, semantic and pragmatic aspects of the preposition. Keywords. Preposition; grammaticalization; functional grammar Resumo. Este trabalho procura mostrar a mudança da preposição desde na perífrase conjuncional desde que. Esse tipo de mudança pode ser considerado um caso de gramaticalização, entendido como um processo de mudança lingüística em que elementos do léxico passam a desempenhar funções gramaticais, ou elementos da gramática tornam-se mais gramaticais ainda. Aliado à teoria da gramaticalização, será usado o modelo de gramática funcional de Dik (1997) para descrever aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos da preposição. Palavras-chave. preposição; gramaticalização; gramática funcional 0. Introdução A proposta desse artigo é analisar o desenvolvimento da preposição desde na perífrase conjuncional desde que. Processos de mudança lingüística como esse, em que um elemento do inventário lingüístico se une à partícula que para formar um novo item, têm sido considerados casos de gramaticalização. Pode-se entender a gramaticalização (doravante GR) como um processo de mudança lingüística que leva elementos do léxico a desempenharem funções gramaticais, ou elementos já gramaticais a desempenharem funções mais gramaticais ainda. No caso em questão, a preposição desde, que já é um elemento gramatical, pelo processo de GR, passa a desempenhar a função de uma conjunção. Alguns estudiosos desse processo de mudança, como Traugott (1982), Traugott e Köning (1991) e Sweetser (1991), ressaltam os aspectos semântico-pragmáticos da GR. Por exemplo, Traugott e Köning (1991) propõem um cline de GR em que significados baseados em situações extralingüísticas modificam-se para significados baseados em marcadores textuais, por sua vez, esses se modificam para significados baseados na atitude e crença do falante. Nesse sentido, elas acreditam que a gramaticalização evidencia o fortalecimento da subjetividade do falante. Sweetser Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 215 / 223

2 (1991) mostra que a mudança semântica no processo de GR também envolve, num primeiro momento, significados baseados em um mundo real, sócio-físico esses significados se modificam em significados baseados no raciocínio lógico e, por fim, em significados baseados em atos de fala. Aliado à teoria da GR, utilizamos o modelo de gramática funcional de orientação holandesa para descrever os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos de desde (que). Apesar desse modelo não ter como objetivo descrever a mudança, observamos que à medida que a preposição torna-se mais gramaticalizada, ocorre uma mudança na representação subjacente da oração que evidencia o fortalecimento da subjetividade do falante. Na seção 1, apresentamos uma síntese dos pressupostos e conceitos pertinentes para os objetivos deste estudo. Para compor nosso corpus, utilizamos amostras de língua escrita que estão armazenadas no Laboratório de Estudos Lexicográficos da UNESP campus de Araraquara. Dentre a vasta tipologia de textos ali reunida, selecionamos algumas obras do tipo romanesco, escritas a partir da década de setenta. A análise desses dados será apresentada nas seções 2 e O modelo de Gramática Funcional O modelo de Gramática Funcional formulado por Dik (1997) é uma teoria que está preocupada com a organização gramatical das línguas naturais. Por isso, tem o interesse de reconstruir parte da capacidade lingüística de um usuário de uma língua natural. Esse modelo privilegia a motivação semântico-pragmática da oração, que é descrita em termos de uma estrutura subjacente, que será representada na expressão lingüística por meio de um sistema de regras de expressão que determina forma, ordem, padrão de entonação dos constituintes da estrutura subjacente, como está representado a baixo: Estrutura Subjacente da Oração Regras de Expressão Expressão Lingüística (Dik, 1997a, p. 49) A estrutura subjacente da oração, por si só, é uma estrutura complexa que apresenta uma hierarquização em camadas de organização semântica e formal, como mostra a figura abaixo: Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 216 / 223

3 Oração Ato de fala Œ 4 [proposição] 1 4 Fato possível Œ 3 [Predicação estendida] 1 3 estado de coisas, qualificado, localizado Œ 2 [Predicação central] 1 2 estado de coisas qualificado Œ 1 [predicação nuclear] 1 1 estado de coisas Predicado propriedade relação Argumento(s) Termo(s) entidades Figura 1. Estrutura em camadas (Dik, 1997a, p. 50) No sentido da base para o topo, a construção subjacente primeiro requer um predicado ao qual pode ser aplicado um número apropriado de termos que funcionam como argumento para o predicado. Predicados designam propriedades ou relações, enquanto termos podem ser usados para referir entidades. Quando um predicado é aplicado a uma série de termos apropriados, o resultado é a predicação nuclear. Por exemplo, o predicado com o verbo escrever designa uma relação de dois lugares, portanto, requer dois termos, como (João) e (uma carta). Isso pode ser representado da seguinte forma: (1) 1 pred [T] args Escrever (João) (uma carta) Tal predicação nuclear pode ser interpretada como designando uma série de estados de coisa (EsCo), em que EsCo é a concepção de alguma coisa que pode estar em algum mundo, portanto, é algo que pode ser dito, localizado no tempo e espaço, pode ser visto, ouvido, ou percebido. Nas camadas acima da predicação nuclear, a estrutura da oração é construída por operadores gramaticais ³Œ específicos e satélitesoh[lfdlv³1 DSURSULDGRVDXPDGDGD camada. Operadores referem-se às distinções que são gramaticalmente expressas na língua, satélites são modificações que são expressas lexicalmente. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 217 / 223

4 Na primeira camada, o EsCo nuclear é qualificado por operadores (Œ 1 ) e satélites (1 1 ) de Nível 1 que especificam o tipo de EsCo designado. O resultado é a predicação central, representada como: (2) Prog 2 [escrever (João) (uma carta)] (cuidadosamente) João (está) escrevendo uma carta cuidadosamente Na camada seguinte, o EsCo expresso na predicação central pode ser localizado no espaço e tempo por operadores (Œ 2 ) e satélites (1 2 ) de Nível 2. O resultado é a predicação estendida: (3) [Pres [Prog [escrever (João) (uma carta)] (cuidadosamente)] (na biblioteca)] João está cuidadosamente escrevendo uma carta na biblioteca Na próxima camada, o falante pode especificar a atitude que ele tem com relação ao EsCo. Isso pode ser feito por um operador proposicional (Œ 3 ) e um satélite proposicional (1 3 ) de Nível 3, ambos designando atitude subjetiva ou avaliação modal por parte do falante. O resultado é uma proposição, que designa um fato possível, apresentado pela visão do falante: (4) [Poss [Pres [Prog [escrever (João) (uma carta)] (cuidadosamente)] (na biblioteca)] (até onde eu sei)] Até onde eu sei, João pode estar cuidadosamente escrevendo uma carta na biblioteca Proposições são coisas que as pessoas podem dizer e conhecer, em que podem acreditar ou sobre as quais ter uma opinião; elas podem demonstrar reações de surpresa ou dúvida; podem negar, rejeitar e lembrar. Além disso, tais coisas podem ser verdadeiras ou falsas. As proposições são consideradas estruturas de ordem-alta e podem designar um conteúdo proposicional ou um fato possível. Para ser considerada uma oração completa, falta o estatuto de ato de fala ou a força ilocucionária. Na oração: (5) Até onde eu sei, João pode estar cuidadosamente escrevendo uma carta na biblioteca ocorre uma sentença declarativa, e não interrogativa ou imperativa. Na sentença acima, a força ilocucionária é assinalada apenas por um significado gramatical, e nenhum lexical. Por isso, é aplicado apenas o operador ilocucionário (Œ 4 ). O resultado é o seguinte: (6) [Decl [Poss [Pres [Prog [escrever (João) (uma carta)] (cuidadosamente)] (na biblioteca)] (até onde eu sei) 1 4 ] Para facilitar a especificação dos elementos da estrutura subjacente são propostas diferentes variáveis, como mostra a tabela abaixo: Tabela1. Tipos de entidades referidas por termos ORDEM ESTRUTURA TIPO VARIÁVEL 0 Predicado Propriedade/Relação f 1 Primeira ordem Entidade espacial x 2 Predicação Estado de Coisa e 3 Proposição Fato possível X 4 Oração Ato de fala E A estrutura subjacente da oração, considerando as variáveis, terá, portanto, o seguinte formato: Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 218 / 223

5 (7) >Œ 4 E i >Œ 3 X i >Œ 2 e i >Œ 1 >SUHG>7@DUJV@1 4 ] (P TXH >7@ PRVWUD R WLSR GH SUHGLFDGR Œ H 1 Vão os modificadores gramaticais e lexicais, e i é o tipo de EsCo, X i o conteúdo proposicional e E i é a força ilocucionária da oração. 2. A Gramaticalização da preposição desde Nessa seção, vamos analisar os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos das ocorrências de desde (que) em cada camada. Por isso, separamos subseções: cada subseção corresponde a uma camada da oração subjacente Satélite de Nível 1 A preposição desde ajuda a formar uma estrutura adverbial, por isso, pode ser considerada um satélite. Os satélites trazem informações adicionais à predicação, portanto não são exigidos por ela. Logo, não encontramos satélites na predicação nuclear. Quando a predicação nuclear designa um EsCo, ela pode ser estendida por operadores e satélites de nível 1, formando assim a predicação central, que faz parte da segunda camada da oração. Nessa camada, já encontramos ocorrências com desde fazendo a junção de um satélite de nível 1 à predicação, como mostra o exemplo: (8) Fizera a caminhada a pé, praticamente desde Fortaleza, onde tentara embarcar sem passagem, expulso do trem na primeira estação. (BH) 3 Os satélites de nível 1 (1 1 ) representam significados lexicais pelos quais características adicionais podem ser especificadas para o EsCo. Um dos critérios para que um satélite seja considerado de nível 1 é que o EsCo, especificado pela predicação nuclear, seja de alguma maneira modificado com a presença do satélite. Podemos observar que isso ocorre com o satélite em (08). A preposição desde tem como característica intrínseca a imperfectividade; ela sugere uma extensão a partir de um ponto de início. Por isso, o EsCo da predicação nuclear em (8) é modificado com a presença de um1 1. O satélite em (8) age no domínio semântico da orientação espacial e, como marca o ponto de início do movimento, o consideramos um satélite de Origem Satélite de nível 2 Os operadores e satélites de nível 2 são adicionados à predicação central para formar a predicação estendida. Também há ocorrência de satélites iniciados pela preposição desde nessa camada: (9) "- Desde o meio-dia, Mário está em casa de Dona Dedé, prima de mamãe. Você não o encontraria, em hipótese alguma". (A) Os satélites de nível 2 (1 2 ) representam os significados lexicais pelos quais o EsCo designado pela predicação central pode ser localizado com relação às dimensões espaciais, temporais e cognitivas. No caso do satélite em (9), observamos que, além da mudança de camada, ocorre também a mudança de domínio semântico, pois ele passa a fazer parte do quadro temporal. Devido à imperfectividade da preposição desde, o enquadramos como um satélite de Duração, pois ele especifica a duração do tempo em que um EsCo ocorre. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 219 / 223

6 Observamos que, a partir desse nível, podem ocorrer satélites complexos encaixados na predicação, como em: (10) - Não, não, meu Igreja não permite arriscar nada, jogar nada. Eu estou olhando seus sapatos e o bainha da sua calça desde que entrou. Tem serragem e tem o madeira enroladinho que sai da plaina - mas não tem lasca de pau. (ASS) São considerados termos complexos aqueles que possuem um EsCo próprio e, neste caso, são encaixados no lugar de um satélite. Em uma estrutura complexa, como em (10), há duas predicações, dois EsCos: um da matriz e um do satélite. No entanto, na língua portuguesa, apenas conjunções conseguem unir termos complexos à predicação. Por isso, a preposição desde sozinha não é capaz de realizar esse tipo de articulação. Uma estratégia que se tornou muito produtiva em língua portuguesa é a adição da partícula que a outras palavras para formar uma perífrase conjuncional. Portanto, além da mudança estrutural e de domínio semântico, podemos observar que houve uma mudança de classe de palavra: de preposição (desde) para conjunção (desde que). Isso só é possível a partir dessa camada, pois a predicação central não permite termos complexos Satélite de nível 3 Seguindo a estrutura em camadas de Dik (1997a), a predicação estendida pode, ainda, ser modificada por operadores e satélites de nível 3, que servem para especificar a avaliação do falante quanto ao seu compromisso para com os fatos possíveis definidos pela proposição. A proposição é considerada uma entidade de ordem superior que tem um EsCo (e i ), mais especificamente, como uma proposição (X i ), que designa um fato possível ; é uma entidade de terceira ordem, submetida a uma avaliação em termos de sua verdade: pode ser motivo de surpresa ou dúvida, de menção ou negação, de rejeição ou lembrança, de verdade ou falsidade. Os satélites atitudinais (1 3 ) são significados lexicais pelos quais o falante pode expressar sua atitude para com o conteúdo proposicional. O que permite tratar uma estrutura encaixada como uma predicação ou proposição é a natureza semântica do predicado matriz: será predicação quando está expresso um EsCo, um evento; e será proposição quando está expresso um fato possível. Considerando essa diferença, podemos dizer que os satélites iniciados pela estrutura desde que, dos exemplos abaixo, estão encaixados em uma proposição: (11) "Na verdade nós adoramos as mulheres, desde que sejam belas, inteligentes e... inseguras. Seria isso uma prova de nossa misoginia? Eu, por exemplo, acho esplêndida a figura feminina de Medéia, certamente uma mulher detestável. (ACM) (12) Aquela autoridade com que Bertha repelia os outros e que tanto escandalizava Leopoldo, o incircunciso, ela trazia-a de casa. Tratando, assim, o outro lado Bertha parecia dizer: "Tenho vontade de te pertencer: desde que não posso, odeio-te, mesmo que o meu ódio não tenha consistência. " E, quase contraditória, ela via o Catolicismo como a parte mais completa do seu antagonista. (OE) Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 220 / 223

7 Observamos que os satélites desses exemplos são de natureza semântica diferente dos satélites de tempo, pois a estrutura encaixada não faz mais referência a um evento. Em (11) ocorre uma condição imposta à proposição matriz. Observamos que o falante faz uma avaliação sobre um determinado assunto a respeito do qual ele faz uma afirmação, mas impõe uma condição para isso. No exemplo em (12), não é mais uma condição que é imposta à proposição, mas /odiar-te/ é conseqüência de / não poder te pertencer /. Novamente observamos a mudança estrutural - da predicação estendida para proposição - e a mudança de domínio semântico do domínio de tempo para o domínio cognitivo, lógico Satélite de nível 4 Por fim, a última camada subjacente proposta por Dik (1997a) é a da oração, que consiste de um ato ilocucionário (E i ) simbolizando o ato de fala expresso pela oração; este é especificado por operadores e satélites de nível 4 adicionados à proposição. Esses elementos de nível 4 servem para especificar (modalizar) a força ilocucionária em que a proposição está expressa. Como argumenta Austin (1962) e Searle (1969) (apud Dik, 1997a, p. 299), as pessoas não se comunicam por proposições, mas por execução de atos de falas, interpretados como instruções do falante para o ouvinte executar certas ações mentais com relação ao conteúdo da proposição. Os satélites ilocucionáulrv1 4 ) representam os significados lexicais pelos quais o valor ilocucionário da oração pode ser especificado ou modificado. Dik (1997a, p. 305) mostra que pode haver satélites ilocucionários com o significado de Razão, Condição, ou Finalidade do ato de fala, como em: (13) a) Já que você está interessado, o John é católico. b) John partiu, caso você não tenha ouvido. Embora não tenhamos encontrado satélites iniciados com a perífrase desde que nessa camada, como mostra Neves (1999), é possível ocorrer satélites de condição e causa nesse nível. Os exemplos abaixo, emprestados de Neves (1999), ilustram essa possibilidade: (14) bem... então ::... a partir disto olha nós vamos poder entender... qual o tipo de arte que se desenvolveu porque se eu quero criar... uma réplica da realidade... um Duplo do animal que eu quero caçar qual é o único estilo que eu posso usar? (EF-RE-405: ) (15) você já imaginou para para fazer a peça Hair quanta gente que não foi... éh éh:: não foi éh:: preparada ali... porque o grupo que trabalha em Hair é enorme né? (DID-SP-234: ) 3. A estrutura subjacente da oração: um cline de GR? Como mostramos na seção 2 desse artigo, a preposição desde, durante a sua subida nas camadas subjacente da oração, muda o seu estatuto categorial - de preposição para conjunção; e, também, seu estatuto semântico de espaço para tempo e de tempo para condição e causa. Nesse sentido, podemos construir dois clines que Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 221 / 223

8 evidenciam a mudança de desde (que): um estrutural, como em (16), e um semânticopragmático, como em (17): (16) D1 1!1 2!1 3 b) pred.central > pred. estendida. > proposição (17) a) espaço (origem) > tempo (duração) > condição b) espaço (origem) > tempo (duração) > causa Essa relação pode ser melhor vista no quadro abaixo que cruza a estrutura com a função semântica: Tabela 2: camadas vs. funções semânticas Espaço Tempo Condição Causa Portanto, podemos dizer que a mudança da preposição desde na perífrase desde que é um caso de GR, pois observamos que há uma mudança estrutural: das camadas mais baixas da oração - predicação central e predicação estendida - para uma camada mais alta - proposição. Além disso, também há GR das funções semânticas 4 : nas camadas mais baixas referem-se ao domínio espacial, depois ao domínio temporal e, por fim, na camada mais alta, ao domínio cognitivo. Considerando as camadas subjacentes da oração como um cline de GR, podemos concordar com Traugott (1982) que afirma que a GR leva ao fortalecimento da subjetividade do falante. Pois, como observamos com desde (que), quanto mais alta a camada em que o satélite se localiza, a função semântica estará baseada mais na cognição e atitude do falante. Por exemplo, quando a estrutura desde (que) faz parte de um satélite 1 1 ou 1 2, observamos que seu domínio semântico tem referência a um domínio físico (espacial e temporal, respectivamente). Mas quando faz parte de um satélite 1 3, ele está no domínio cognitivo, portanto, mais próximo da atitude do falante. Apesar de não termos encontrado ocorrências da estrutura desde que como satélite de nível 4, observamos que isso é possível na língua portuguesa. Isso nos faz pensar que a GR de desde que não está totalizada, pois, como mostra Sweetser (1991), o significado pode estar baseado em atos de falas. Desse modo, acreditamos que desde que pode ainda vir localizar-se na última camada da oração, constituindo um satélite ilocucionário. Notas 1 Os exemplos (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (13) foram adaptados de Dik (1997a). 2 Algumas abreviações são feitas na representação das camadas: Prog (Progressivo); Pres (presente); Poss (Possibilidade). 3 Os exemplos (8), (9), (10), (11) e (12) fazem parte do corpus coletado no Laboratório de Estudos Lexicográficos. As letras maiúsculas, entre parênteses, no fim dos exemplos correspondem à obra da qual ele foi retirado. Assim, respectivamente: (BH) corresponde à Balbino, O Homem do Mar ; (A) Angela ; (ASS) Assunção de Salviano ; (ACM) Aqueles Cães Malditos de Arqueleu ; por fim, (OE) Os Escorpiões. 4 Deve-se entender GR das funções semânticas como abstração do significado, no sentido de que significados mais concretos são a base para formar significados mais abstratos. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 222 / 223

9 Referências DIK,C.S. The theory of Functional Grammar. Part I: The structure of the clause. Ed. K. Hengeveld. Berlin and New York: Mouton de Gruyter, 1997a. DIK,C.S. The theory of Functional Grammar. Part II: Complex and derived structures. Ed. K. Hengeveld. Berlin and New York: Mouton de Gruyter, 1997b. NEVES, M. H.M. (org.) Gramática do português falado. VII: Novos estudos. Campinas: Editora da UNICAMP, SWEETSER, E. From Etymology to pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press, TRAUGOTT, E. From propositional to textual and expressive meanings: some semantic-pragmatic aspects of grammaticalization. Amsterdam studies in the theory and history of linguistic science. Lehmman, C., Malkiel (orgs), 24: , TRAUGOTT, E., KÖNIG, The semantic-pragmatics of grammaticalization revisited. In: TRAUGOTT, E., HEINE, B. (orgs.) Approaches to grammaticalization. Vol. 1. John Benjamins Publishing Company, Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, p. 223 / 223

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