O Brasil Real: A Desigualdade para além dos Indicadores
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- Moisés Correia Vilarinho
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1 O Brasil Real: A Desigualdade para além dos Indicadores Alexandre de Freitas Barbosa Professor de História Econômica e Economia Brasileira no IEB/USP Pesquisador do CEBRAP São Paulo, Escola de Governo, 20 de outubro de 2015
2 Estrutura da Apresentação Objetivos da Pesquisa Ponto de Partida: Que País É Este? A Desigualdade como Alicerce do Capitalismo no Brasil Calculando Pobreza e Desigualdade O que Dizem os Dados? A Revolução de Piketty Desenvolvimento e Trabalho no Brasil: O Período Recente Desenvolvimento e Desigualdade no Brasil: Os Desafios
3 Objetivos da Pesquisa Compreender a desigualdade como um processo histórico e complexo, mostrando as tendências do período recente; Superar a visão estatística e economicista sobre pobreza e desigualdade, sem descartar a importância dos indicadores (ir atrás do que eles não dizem, ter cautela com as médias, olhá-los no espaço); Situar o Brasil como um caso de redução da pobreza absoluta, mas que segue sendo uma das sociedade mais desiguais do planeta. Contribuir para o debate sobre o tema, de modo a interferir na agenda das políticas públicas, incorporando a perspectiva dos movimentos sociais;
4 Ponto de Partida sociedade escravista sociedade capitalista; Estrutura social específica: entre os extremos, as classes do privilégio e a ralé, várias posições de classe trabalhadora; ausências estratégicas do nosso processo formativo: estatuto coletivo do trabalho e políticas sociais universais; Manutenção de monopólios: acesso ao poder político, à riqueza, à informação, aos bens sociais; Conquistas importantes: Constituição de 1988, sociedade civil vibrante, qualidade de segmentos da burocracia e tradição de reflexão crítica sobre o país; 3 períodos-chave: elevado crescimento com desigualdade ( ); baixo crescimento com manutenção da desigualdade (anos 90); recuperação do crescimento com redução da pobreza e da desigualdade (anos 2000); e agora?
5 Etapas históricas do desenvolvimento no Brasil: Colônia Sentido da colonização: produção para o exterior; Escasso mercado interno ; Expansão econômica sem alterações estruturais; Trabalho escravo predominante; Grupo social cada vez maior: homens livres pobres, desclassificados.
6 Etapas históricas do desenvolvimento no Brasil: Expansão Cafeeira e Desigualdades Regionais Abolição da escravidão: expansão externa gera mercado interno no centro dinâmico (Furtado); Desigualdade social: margens de lucros elevadas para os cafeicultores com estabilidade salarial; São Paulo: colonato no campo e emergência do operariado na capital + exército industrial de reserva composto de imigrantes, negros ex-escravos e caipiras; Nordeste: fora de SP, muda apenas juridicamente a condição escrava. Reciclagem das formas pré-capitalistas ( moradores de condição ); As várias combinações regionais de regimes de trabalho levam a distintos horizontes de oportunidades econômicas.
7 Etapas históricas do desenvolvimento no Brasil: A Transição para o Trabalho Livre Como criar um mercado de trabalho com escravos e agregados? Soluções parciais: comércio inter-regional de escravos, regime de parceria e proposta de trazer coolies chineses; Solução final: o Estado subsidia a formação do mercado de trabalho regional, e incompleto - no centro dinâmico. Cumpre o papel de super-gato ; O Brasil importa os trabalhadores expropriados pela Revolução Industrial na Europa; Várias transições regionais: do sub ao quase assalariamento; mercados de trabalho regionais e incompletos (uso de formas pré-capitalistas); Desigualdades regionais: relacionadas com os processos de transição para o trabalho livre que acompanham o dinamismo do capital ainda preso à região;
8 Etapas históricas do desenvolvimento no Brasil: Industrialização Elevado dinamismo: entre 1930 e 1980, crescimento médio do PIB de 6%; Diversificação produtiva: setores de bens de consumo duráveis e bens de capital; Investimentos autônomos: multinacionais e estatais; A partir de 70: extroversão econômica, gastos do Estado, diversificação industrial, multinacionais, agrobusiness e dependência financeira; Preços do capital e do trabalho subsidiados;
9 Etapas históricas do desenvolvimento no Brasil: Industrialização Nacionalização do mercado de trabalho : migrações internas, regulamentação parcial do fator trabalho (CLT) e criação endógena do exército de reserva; Cidadania regulada : só é cidadão quem tem carteira de trabalho assinada; Classe trabalhadora pouco uniforme, mas aos poucos uniformizada pelo capital (assalariados de vários tipos); Legislação trabalhista não chega ao campo (expansão da fronteira agrícola); presença marcante de trabalhadores informais (setor não tipicamente capitalista); Mesmo nos períodos de elevação do salário mínimo, eles não acompanham os níveis de produtividade; Expansão de uma classe média assalariada; Elevação da concentração pessoal e funcional da renda. Desigualdade regional assume novas formas;
10 A Variedade de Capitalismo no Brasil Papel seletivo do Estado e restrito à esfera econômica; Presença das multinacionais nos setores mais dinâmicos; dependência financeira e tecnológica Burguesias nacionais : atuantes nos setores agrícola, comercial, financeiro, de infra-estrutura e nos setores industriais subsidiários do capital internacional; Sociedade rapidamente urbanizada sem reforma agrária: campesinato marginal e amplo setor informal urbano; o pleno emprego como impossibilidade prática e teórica; Abertura de fronteiras internas e desigualdades regionais permite fantásticas taxas de rentabilidade para o capital nacional e transnacional; Classe operária crescentemente importante em termos absolutos e relativos, mas segmentada espacial e setorialmente, coartada politicamente, e incapaz de acompanhar os ganhos de produtividade; Classe média assalariada com altos níveis de renda e de escolaridade;
11 O Que Define Uma Variedade de Capitalismo? Padrão de Inserção internacional; Forma de relacionamento entre Estado e a economia; Estrutura do mercado de trabalho e modo de regulação do trabalho; Acesso a bens sociais coletivos; Perfil da desigualdades regionais; Certa continuidade histórica.
12 Brasil - Evolução do índice de variação do Produto Interno Bruto per capita e o valor real do salário mínimo (1949 = 100) ,9 349,2 391, ,9 202, ,4 163,3 146,4 68,9 72, Poder aquisitivo do SM PIB per capita
13 Indicadores de Desigualdade Decis da renda Var Var ,17 1,16 1,18-0,9% 1,7% 2 2,32 2,05 2,03-11,6% -1,0% 3 3,42 3,00 2,95-12,3% -1,7% 4 4,65 3,81 3,57-18,1% -6,7% 5 6,15 5,02 4,41-18,4% -13,8% 6 7,66 6,17 5,58-19,5% -10,6% 7 9,41 7,21 7,17-23,4% -0,6% 8 10,85 9,95 9,88-8,3% -0,7% 9 14,69 15,15 15,36 3,1% 1,4% ,60 46,47 47,89 17,3% 3,0%
14 Pobreza, Desigualdade e suas Medidas Pobreza: conceito absoluto total de pessoas abaixo de um valor x, definido como a linha de pobreza; Desigualdade: conceito relativo, várias medidas; Coeficiente de Gini/Theil para renda do trabalho: Índice que varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 mais desigual. Distribuição por Faixas de Renda; Razão de renda: renda dos 10% mais ricos dividida pela renda 10% mais pobres Concentração funcional da renda: distribuição da renda entre capital e trabalho;
15 Linhas de Pobreza e Indigência (Sônia Rocha) 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 %pobres %indigentes
16 Pobreza e Pobreza Extrema (Critério Sônia Rocha) Região Nordeste Sudeste Brasil Região Nordeste Sudeste Brasil Área Pobreza extrema Pobreza Metropolitana Urbana não metropolitana Rural Total Metropolitana Urbana não metropolitana Rural Total Metropolitana Urbana não metropolitana Rural Total Pobreza extrema Pobreza Área Metropolitana 14,2 5,8 50,9 26,0 Urbana não metropolitana 14,9 7,0 48,1 23,8 Rural 23,5 14,3 52,1 27,2 Total 17,2 8,7 49,8 25,1 Metropolitana 6,9 2,6 34,3 17,6 Urbana não metropolitana 5,2 2,4 23,0 8,2 Rural 8,7 3,4 28,4 7,4 Total 6,2 2,5 28,5 12,4 Metropolitana 8,1 3,2 35,9 17,8 Urbana não metropolitana 8,0 4,0 31,3 13,8 Rural 16,8 9,6 41,1 18,5 Total 9,4 4,5 34,2 15,6
17 Evolução do coeficiente de gini (renda total dos ocupados) 0,650 0,600 0,550 0,500 0,450 0,400 0,350
18 Distribuição da Renda Total dos Ocupados por Faixa de Renda 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 Poorest 10% Poorest 30% Poorest 50% Richest 30% Richest 10% Richest 1% 0,0
19 Distribuição da renda do trabalho por Faixas de Renda 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 45,7 48,2 54,8 50,0 47,3 49,3 46,2 45,4 47,0 42,7 45,6 42,9 42,0 38,1 37,1 41,8 36,6 40,6 39,6 36,2 42,5 39,2 39,3 33,8 12,4 13,5 11,4 12,8 10,9 14,2 13,1 15,2 16,7 14,9 15,2 17, top 10% middle 40% bottom 50%
20 Desigualdades da Renda do Trabalho e da Renda Salarial 0,650 0,600 0,550 0,500 renda familiar per capita renda do trabalho 0,450 renda salarial 0,400 0,600 0, ,550 0,500 0,563 0,480 0,450 0,400 0,434 0,424 com carteira sem carteira 0,350 0,373 0,333 0,
21 Concentração Funcional da Renda Renda dos Empregados Renda Operacional Bruta Renda dos Autônomos Impostos Líquidos
22 Desigualdade Com e Sem Benefícios (PBF) O Bolsa Família não traz um impacto expressivo em termos de redução da desigualdade 0,610 0,590 0,570 0,550 0,530 0,510 0,490 Renda familiar per capita Renda familiar per capita (sem benefícios) Comparação da queda das desigualdades RFCP 9,72% RFCP 6,91% RFPC sem benefícios 9,32% RFPC sem benefícios 6,60%
23 Desigualdade Campo X Cidade A desigualdades de renda nos meios urbanos é maior do que nos meios rurais. 0,600 0,580 Há que se considerar que no meio rural há um elevado o número de pessoas com renda zero ou com complementos do salário em espécie. Num meio, onde a pobreza ainda é generalizada, é menor a desigualdade de renda. 0,560 0,540 0,520 0,500 0,480 0,460 0,440 Urbano Rural
24 Desigualdade Áreas Urbanas Metropolitanas e Não Metropolitanas A importância das áreas nãometropolitana s na queda da desigualdade. 0,600 0,580 0,560 0,540 0,520 0,500 0,480 Não metropolitano Metropolitano Comparação da queda das desigualdades Não metropolitana 10,35 % Não metropolitana 8,34% Metropolitana 4,98% Metropolitana 5,35%
25 Desigualdade Por Regiões A queda da desigualdade é maior nas regiões mais ricas. 0,650 0,600 0,550 0,500 0,450 norte nordeste sudeste sul centro-oeste 0,400
26 Desigualdade Regiões Metropolitanas A desigualdade nas regiões metropolitanas Ricos e Pobres 10% (2009)** Ricos e Pobres 20% (2009)** Belém -11,8% -7,0% 33,38 15,6 São Paulo -4,7% -7,3% 38,81 16,6 Porto Alegre -11,3% -6,7% 38,19 16,9 Belo Horizonte -9,2% -6,3% 39,70 17,6 Curitiba -11,0% -6,0% 34,87 17,0 Salvador -7,4% -4,8% 42,45 20,8 Fortaleza -6,7% -4,5% 37,82 17,6 Recife -2,5% -4,3% 44,69 19,3 Rio de Janeiro -2,9% -1,3% 41,48 19,0 Brasília 7,6% -0,9% 48,08 24,7 Índice de Gini por RM Brasília 0,614 Salvador 0,578 Recife 0,564 Fortaleza 0,554 Rio de Janeiro 0,551 Belo Horizonte 0,527 Belém 0,511 Porto Alegre 0,509 São Paulo 0,507 Curitiba 0,498
27 Participação das fontes de renda no Nordeste Nordeste 2001 Nordeste ,3% 5,0% 0,1% 26,1% 4,1% 0,7% 70,2% 0,3% 67,6% 1,5%
28 Participação das fontes de renda Sudeste e Brasil Sudeste 2011 Brasil ,8% 3,8% 0,2% 22,4% 3,9% 0,3% 73,0% 0,1% 73,0% 0,4%
29 Contribuição das fontes de renda na queda do Gini 2001 a 2011 Nordeste 3,8% 7,1% 23,1% 23,1% 42,8% Trabalho Sudeste Brasil 3,3% 3,1% 7,2% 3,4% 12,9% 12,6% 23,8% 25,0% 51,8% 56,8% Aposentadorias e pensões públicas Bolsa Família e correlatos Benefício de Prestação Continuada 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
30 Contribuição das fontes de renda na queda do Gini 2001 a 2011Região Nordeste Metropolitano 20,9% 8,7% 3,0% 7,7% 59,7% Trabalho Urbano não metropolitano -31,2% Rural -0,9% -18,7% 35,5% 20,4% 31,8% 5,8% 6,5% 42,6% 108,2% Aposentadorias e pensões públicas Bolsa Família e correlatos Benefício de Prestação Continuada Outras -50% 0% 50% 100% 150%
31 Síntese dos dados Forte queda da pobreza absoluta, e bem menos pronunciada da desigualdade; Queda da desigualdade acontece em quase todas as regiões, concentrada nos anos 2000; Queda da pobreza e da desigualdade maior no Sudeste do que no Nordeste; A queda da desigualdade tende a ser maior nas áreas metropolitanas do que nas áreas rurais, e no Sul/Sudeste em comparação com as demais regiões do país; Estas áreas são distintamente afetadas pela geração de empregos formais, aumento do salário mínimo e transferências; As transferências de renda têm mais impacto sobre a redução da pobreza absoluta do que sobre a desigualdade, à exceção do Nordeste rural; O enfrentamento da desigualdade nos vários espaços do território nacional deve ser feito a partir de diferentes pacotes de políticas, implantados de maneira integrada e não restritos à dimensão da renda.
32 A Desigualdade da Renda Total (Somando os dois mundos : renda do trabalho + renda do capital) a a % 40% 10% 1% Fonte: Medeiros, Souza & Castro (2014).
33 Para Chocar : os Dados da Receita Federal Declarações de IR por faixa de renda - ano calendário 2013 Faixa de rendimento Nº de declarantes Riqueza em bens e direitos (em R$ bilhões) Até 1/2 salário mínimo ,710 (1,6%) 1/2 a 1 salário mínimo ,848 (0,5%) 1 a 2 salários mínimos ,828 (1,1%) 2 a 3 salários mínimos ,665 (2,8%) 3 a 5 salários mínimos ,764 (8,4%) 5 a 10 salários mínimos ,644 (13%) 10 a 20 salários mínimos ,635 (14,8%) 20 a 40 salários mínimos (16,2%) 40 a 80 salários mínimos ,606 (12,1%) 80 a 160 salários mínimos ,223 (7,8%) > 160 salários mínimos ,340 (21,7%) Total ,478 (100%) Fonte: Gobetti & Orair (2015).
34 Padrões de Desenvolvimento de 1980 a 2010 e Dinâmica do Mercado de Trabalho Anos 1980: Período de Transição; Anos 1990: Padrão de Desenvolvimento Abortado com desestruturação do mercado de trabalho; Anos 2000: Padrão de Desenvolvimento Incompleto com reestruturação do mercado de trabalho; Os anos 1990 e 2000 devem ser tomados em conjunto. Um propicia o surgimento do outro: a abertura do diferencial entre produtividade e salários no primeiro período permite a redução da desigualdade do segundo por meio de políticas ativas do Estado (especialmente salário mínimo); O contexto internacional facilita o movimento de expansão via mercado interno, puxado não apenas pelo consumo. Mas a manutenção das coordenadas da política econômica asfixia o pleno desenvolvimento de um padrão de desenvolvimento endógeno capaz de ampliar os ganhos de produtividade e sustentar a queda da desigualdade; A estrutura do mercado de trabalho entre 1980 e 2010 é muito parecida, ainda que o seu invólucro (desigualdades inter-regionais, de gênero, raça/cor e educacionais) seja bem diverso; Trata-se de um avanço expressivo, especialmente se levarmos em conta o desempenho econômico do período.
35 Distribuição do Emprego por Posição na Ocupação 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0, com carteira no setor privado funcionários públicos sem carteira conta-própria trabalhadores domésticos não-remunerados e próprio consumo
36 Estrutura Ocupacional e Posições de Classe Destituídas Brasil Sudeste Nordeste trabalhador elementar 9,4 9,4 14,2 empregado doméstico 6,8 5,3 4,5 autônomo precário 7,6 7,8 10,3 produtor agrícola precário 1,5 0,5 6,2 trabalhador de subsistência 4,0 1,4 4,5 trabalhador excedente 11,1 6,0 7,0 total de destituídos 40,3 30,6 46,7 trabalhador ampliado 38,5 42,3 27,4 autônomo com ativos 10,4 11,6 17,1 empregador 4,0 6,2 4,4 gerente e especialista 6,8 9,2 4,5 total de posições 100,0 100,0 100,0
37 Distribuição dos Ocupados por Nível Educacional e Diferenciais Salariais analfabetos fundamental incompleto fundamental completo secundário completo superior completo J
38 Regimes de Acumulação e Desigualdade no Brasil 1930 a 1980: período de forte crescimento econômico com estruturação do mercado de trabalho e elevada concentração funcional e pessoal da renda; Anos 1990: abertura com crescimento baixo, aumento da renda do capital e estabilização da desigualdade pessoal da renda; Anos 2000: crescimento do mercado interno e do emprego com pequena redução da desigualdade funcional e pessoal da renda. Importante abrir renda do capital: juros, propriedade e lucros!; 2010 a 2015: regime de acumulação abortado; Dilema atual: compressão da renda da atividade produtiva e do trabalho ou salto para atividades de maior produtividade e nova posição no sistema internacional com reforma na estrutura de gastos e impostos do Estado?
39 Pensando com (e para além) de Piketty O movimento no sentido da equalização dos níveis de renda do mercado de trabalho brasileiro é inequívoco (mas parte dos ganhos estão sendo revertidos)!; Este movimento é menos evidente quando se toma a renda total (do trabalho e oriunda da riqueza); Qual a relação capital/produto no Brasil? Ela provavelmente não é tão elevada como nos países desenvolvidos. Mas a taxa de retorno de algumas frações do capital é muito elevada, assim como a sua participação na renda nacional; Existe espaço no Brasil para canalizar novos fluxos de investimento a taxas de retorno normais com expansão do nível de emprego e a renda do trabalho, estrutura ocupacional mais complexa e avanço nas políticas sociais; Equação política: a variedade de capitalismo no Brasil comporta um padrão de desenvolvimento dinâmico e inclusivo socialmente?
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