PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA
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- Esther Fragoso Angelim
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1 REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA
2 RESOLUÇÃO CFM nº 2.121/2015 Adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida sempre em defesa do aperfeiçoamento das práticas e da observância aos princípios éticos e bioéticos que ajudarão a trazer maior segurança e eficácia a tratamentos e procedimentos médicos tornandose o dispositivo deontológico a ser seguido pelos médicos brasileiros e revogando a Resolução CFM nº 2.013/13, publicada no DOU de 9 de maio de 2013, Seção I, p. 119.
3 A infertilidade humana é um problema de saúde, com implicações médicas e psicológicas.
4 1 - As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação.
5 Art. 35-C da Lei n /98 É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos: III - de planejamento familiar.
6 LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE Regula o 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências.
7 Art. 226 da Constituição Federal: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado: (...) 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
8 Art. 1º da Lei n /96 O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto nesta Lei.
9 Art. 2º da Lei 9.263/96 Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.
10 Art. 4º da Lei n /96 O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. Parágrafo único: O Sistema Único de Saúde promoverá o treinamento de recursos humanos, com ênfase na capacitação do pessoal técnico, visando a promoção de ações de atendimento à saúde reprodutiva.
11 Se o tratamento decorre de indicação médica e por conta de efeitos ou sequelas causadas pela endometriose ou seu tratamento, cobertos pelo plano de saúde, não há razão para negar igual cobertura ao procedimento de fertilização, sob pena de se negar o esgotamento do tratamento ou restabelecimento do paciente, na medida do possível, à sua condição humana e fisiológica de normalidade. (Acórdão Nº TJDF)
12 Súmula 96 do Tribunal de Justiça de São Paulo: Havendo expressa indicação médica de exames associados a enfermidade coberta pelo contrato, não prevalece a negativa de cobertura do procedimento.
13 Na interpretação de contratos dessa natureza, deve-se considerar o princípio da sua função social, da boa-fé e da cooperação, para evitar que a consumidora sofra desvantagem exagerada com a invocação de filigranas ou cláusulas acessórias, para ter negada à prestação do serviço justamente no momento em que mais dele necessita. E ao contrário do que o plano de saúde faz crer, não se trata de reembolso de tratamento de fertilização eletivo ou de conveniência, mas o único procedimento possível e indicado para vencer os efeitos ou as sequelas causadas pela doença ao órgão reprodutor da paciente. (Acórdão Nº TJDF)
14 (...) a cobertura do plano de saúde deve ater-se às patologias e não ao tipo de tratamento a ser aplicado para a cura da respectiva doença, cabendo a indicação do método ao profissional habilitado. (Acórdão Nº TJDF)
15 Haverá justa recusa, quando, no contrato, houver expressa vedação de custeio ou, dentro da comunidade médica-científica, houve consenso de absoluta falta de embasamento ou adequação do meio eleito para tratamento ou cura do paciente. (Acórdão Nº TJDF)
16 Fora essas hipóteses, impedir a realização do procedimento prescrito, caracteriza em indevida intervenção no tratamento médico, já que não cabe ao plano de saúde escolher o melhor caminho para a cura ou redução dos efeitos graves da doença. (Acórdão Nº TJDF)
17 Assim, não havendo exclusão de cobertura da patologia pelo plano de saúde, a escolha do tratamento passa a ser da exclusiva alçada médica, cujo custeio, sem prova da ineficiência ou inaplicação do método ao caso, não pode ser negado pela operadora, não podendo prevalecer cláusula contratual que, contraditória com a própria finalidade e natureza do contrato de assistência à saúde, cobre a moléstia e nega o meio curativo tido por eficaz pelo médico assistente (RE , Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 20/02/2013, publicado em DJe-045 DIVULG 07/03/2013 PUBLIC 08/03/2013). (Acórdão Nº TJDF)
18 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Ação cominatória movida por consumidora contra seguradora de saúde visando a compeli-la, pena de "astreintes", a custear fertilização "in vitro". Deferimento de liminar que se impõe. Direito à vida da mulher, em sua plenitude, que implica necessariamente no direito à maternidade. Direito inalienável da mulher de tentar ter filhos. Risco de dano irreparável da consumidora, que se aproxima dos 40 anos de idade, se acaso não deferida a liminar. Decisão de primeiro grau que indefere ordem liminar que se reforma. Agravo de instrumento provido. (Agravo de Instrumento nº )
19 Deve a justiça assegurar a paciente que tente engravidar, pelos meios que a ciência coloca, hoje em dia, à disposição das mulheres.
20 Há que se considerar que os avanços da medicina no campo da reprodução assistida trouxeram para casais inférteis novas perspectivas, ao mesmo tempo em que a dificuldade em ter acesso a essas técnicas, por parte dos casais desprovidos de recursos, provoca uma série de dilemas, conflitos e ansiedades, repercutindo na vida pessoal e na saúde.
21 Via de consequência, as pacientes são portadoras de endometriose da parede tubária uterina, de bexiga e do peritônio.
22 Art. 10 da Lei /98 É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto: III - inseminação artificial;
23 Art. 46 da Lei n , DE 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
24 Se a agravante dispõe de plano de saúde, pois, lícito que a ele se volte para obter o que é seu direito, sagrado direito de ser mãe. A Constituição assegura a quem tenha sua saúde cuidada pela iniciativa privada, ao menos, os mesmos direitos que outorga aos cidadãos que se tratam à custa do Estado. (Agravo de Instrumento nº TJSP)
25 Cumpre ressaltar, entretanto, que inseminação artificial e fertilização "in vitro" não se confundem, sendo técnicas de fertilização distintas. Enquanto a inseminação artificial, consiste na introdução do gameta masculino diretamente na cavidade uterina, a fecundação "in vitro" é uma técnica realizada em laboratório (Regina Beatriz Tavares da Silva. Responsabilidade civil na reprodução assistida. In: TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.), Responsabilidade civil: responsabilidade civil na área da saúde. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 238). Apelação nº Campinas
26 Se isso não bastasse, conforme inciso III do art. 35-C, da Lei 9.656/98, incluído pela Lei n /09, passou a ser obrigatória a cobertura do atendimento em caso de planejamento familiar, inserindo-se, aí, a fertilização "in vitro". Isso porque, segundo o art. 2, da Lei n 9.263/96, que regulamentou o art. 226, 7, da Constituição Federal, o planejamento familiar consiste no "conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal". Apelação nº Campinas)
27 1. Conceito de inseminação artificial Consiste no recolhimento do sêmen do marido ou homem do casal (ou de um doador) e no depositário de referido material, por meio de um cateter, no útero da mulher receptadora, com a prévia desinfecção de seus genitais. É, portanto, considerada uma técnica de fecundação in vivo, por se dar no interior do organismo feminino. MARINHO, Angela de Souza Martins Teixeira. Reprodução humana assistida no direito brasileiro: a polêmica instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : Sergio Antonio Fabris. 2010, p. 29.
28 2. Conceito de inseminação artificial in vitro As técnicas de fertilização in vitro são consideradas um processo mais elaborado, no qual os gametas, tanto masculinos quanto femininos, são retirados dos respectivos organismos, ocorrendo a fecundação extrauterina e, consequentemente, extracorpórea. MARINHO, Angela de Souza Martins Teixeira. Reprodução humana assistida no direito brasileiro: a polêmica instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : Sergio Antonio Fabris. 2010, p. 32.
29 Temos, neste caso, a transferência intratubária de zigotos (ZIFIT Zigote Intra-Fallopian Transfer), que transfere para as trompas de falópio um ou mais zigotos. MARINHO, Angela de Souza Martins Teixeira. Reprodução humana assistida no direito brasileiro: a polêmica instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : Sergio Antonio Fabris. 2010, p. 32.
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