PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA CULTIVADA POR AGRICULTORES FAMILIARES EM ÁREAS DE MATA DE PARAGOMINAS, PARÁ. Introdução

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1 PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA CULTIVADA POR AGRICULTORES FAMILIARES EM ÁREAS DE MATA DE PARAGOMINAS, PARÁ Moisés Souza Mosto Júnior 1, Raimundo Nonato Brabo Alves 2, Enilson Solano Albuquerque 3 1. Eng. Agrôn. Especialista em Marketing e Agronegócio. Analista da Embrapa Amazônia Oriental. Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/n, Caixa Postal 48, CEP , Belém, PA. moises@cpatu.embrapa.br. 2. Eng. Agrôn. M.Sc. em Agronomia. Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental. brabo@cpatu.embrapa.br 3. Eng. Agrôn. M.Sc. em Agronomia. Analista da Embrapa Amazônia Oriental. enilson@cpatu.embrapa.br Introdução Há 18 anos que o Pará vem se stacando no cenário brasileiro como o maior produtor mandioca do Brasil (IBGE 1992 a 2009), porém a produtivida média máxima mandioca foi obtida em 2006 com apenas 16,17 t/ha. Dados do IBGE (2009) indicam que a produtivida raiz mandioca do município Paragominas está na orm 22 t/ha, acima da média do Pará, com 15,68 t/ha. Porém, no assentamento Paragonorte, os agricultores familiares das comunidas Ribeirinho e Ribeirão, não estão obtendo a produtivida estimada pelo IBGE, e por este motivo os produtos gerados, principalmente, a farinha, vem perndo competitivida na comercialização, tanto no mercado local como regional, principalmente que as comunidas estão a 80 km distância da se do município, onerando o frete do produto. Soma-se a isto o fato que toda a comercialização é feita sem classificação do produto e modo inpennte, sem uma organização social que possibilite maior valor agregado ao produto. Dentre as possíveis causas obtenção baixas produtividas stacam-se que gran parte dos agricultores familiares não selecionam o material propagação mandioca, não controlam convenientemente as plantas daninhas e não cultivam em espaçamentos aquados. Também não utilizam variedas tolerantes à podridão radicular e não aproveitam os resíduos, como a manipueira, na adubação orgânica da mandioca. Contribui também a dificulda acesso às tecnologias, stacando-se que a maioria las são difíceis serem entendidas e aplicadas pelos agricultores familiares. Deve-se consirar também, que muitas recomendações estão atreladas a adoção insumos, como adubos e fensivos, pouco utilizados pelos agricultores, principalmente os scapitalizados. Além disso, os agricultores ainda utilizam a rruba, queima e coivara da vegetação no preparo da área, que além

2 contribuir para o aguecimento global, também po aumentar a possibilida ocorrência podridão radicular, abandonando-a logo após a queda rendimento na colheita da mandioca. O trabalho teve por objetivo avaliar a produtivida mandioca obtida por agricultores familiares em áreas mata em função da seleção manivas-sementes, número capinas e plantio em espaçamentos finidos. Material e Métodos O trabalho campo foi efetuado no período 08 a 11 março 2010, na comunida Ribeirão, pertencente ao assentamento PA Paragonorte ( S e W), que possui uma área total ha, distante cerca 80.km do cida Paragominas, Estado do Pará. Paragonorte foi criado oficialmente em 1998 com o assentamento famílias (INCRA/PA, Sistema Informações Projetos Reforma Agrária). As atividas principais dos agricultores da comunida Ribeirão são o cultivo mandioca consorciada com milho e arroz e a criação animais. O lír da comunida Ribeirão indicou seis agricultores que possuíam roçados mandioca com mais 12 meses ida e que estavam colhendo mandioca para que o trabalho avaliação fosse feito nos respectivos roçados. A pesquisa constou aplicação questionários para coleta informações sobre técnicas cultivo mandioca e tratos culturais utilizados pelos agricultores, tendo como parâmetros: a seleção manivas-semente, cultivo em espaçamento 1m x 1m e realização capinas para controle plantas daninhas. A produtivida média em t/ha mandioca e número plantas/ha foram medidas por meio amostras em três parcelas do tamanho 2 m x 10 m, finidas ao acaso no roçado cada agricultor. De cada amostra, foram contabilizados o número plantas e o peso raiz. A produtivida da mandioca foi analisada em função do preparo área, ida da planta e adoção tecnologia com base no Trio da Produtivida na Cultura da Mandioca, que consiste na seleção e tipo corte da maniva-semente, uso espaçamento 1m x 1m e número capinas efetuadas nos roçados (ALVES et al. 2008). Resultados e Discussão O município Paragominas possui uma área km² e uma população habitantes (IBGE, 2010). Com relação ao uso da terra a sua economia está concentrada em atividas envolvendo agricultura pequena, média e gran escala, pecuária, ativida maireira, produção carvão, reflorestamento e mineração bauxita (PINTO et al. 2009). Esses autores estimam que 8,2%

3 ( hectares) Paragominas estejam sob o domínio pequenos produtores rurais, dos quais 5,7% ( hectares) estão ntro dos Projetos Assentamentos (PAs) e 2,5% ( hectares) nas colônias agrícolas fora das áreas assentamento. De acordo com IBGE (2009), ntre as culturas temporárias cultivadas em Paragominas a produção mandioca na orm toneladas, resultou no valor produção R$ ,00, com uma representativida 12,6 % em relação ao valor total dos cultivos abacaxi, arroz, feijão, milho, mandioca e soja. Na comunida Ribeirão, constatou-se que nenhum agricultor adotou processos tecnológicos para o cultivo da mandioca equivalentes ao Trio da Produtivida da Cultura da Mandioca (ALVES et al. 2008). A produtivida média dos seis agricultores pesquisados foi apenas 15,82 t/ha raiz (Tabela 1), bem abaixo da produtivida média do município Paragominas que foi 22 t/ha em 2009 (IBGE, 2009). Tabela 1. Produtivida mandioca agricultores familiares da comunida Ribeirão, município Paragominas, PA (média três repetições). Produtor Área cultivada (ha) Varie-dad e vegetação Prepa-r o da área Ida do plantio (mês) Seleção maniva semente Tipo Corte Espaçamento N capina N planta/ ha Produti -vida (t/ha) Mata B,D, Q 13 Sim Bisel Não ,47 Antônio Lopes da Costa 2,2 Pecuí-am arela A n t ô n i o 4,23 Cearense Mata B,D, Q 14 Não Bisel Não ,30 Carlos Ferreira da A n t ô n i o 7,56 Mistura Mata B,D, Q 13 Não Bisel Não ,92 M e s s i a s Andra dos varie-dad Santos es José Edinaldo 3,02 Pingo Mata B,D, Q 14 Não Bisel Não , 63 Caetano da ouro José Benedito 3,02 Bambur-r Capoeira R, Q 15 Não Bisel Não ,45 Ferreira da al 3 anos João Enielson 3,63 Maria Mata B,D, Q 12 Não Bisel Não ,13 Ferreira da viúva MÉDIA 3,94 - Mata B,D, Q 13,50 Não Bisel Não ,82 Legenda: B Broca; D Derruba; C Coivara; R Roçagem; Q Queima; T- Tudo Na Tabela 1, observa-se que a gran maioria dos agricultores cultivou a mandioca em área mata que veria ser preservada, mas que foi queimada pelo fogo scontrolado, incêndio muito comum na região no período da estiagem. Esse cultivo geralmente é feito pois uma nova queimada realizada pelo agricultor dois a três anos após a recomposição da vegetação capoeira, sistema nominado pelos

4 agricultores sapequeiro. Portanto, o preparo da área predominante consistiu da broca, rruba e queima da vegetação, seguido do plantio da mandioca, milho e arroz. Apenas o agricultor José Benedito Ferreira da cultivou a mandioca em área capoeira com três anos ida fato que ve ter influenciado na baixa produtivida obtida por esse agricultor que foi 12,45 t/ha. A menor produtivida 10,92 t/ha foi obtida pelo agricultor Antônio Messias dos Santos que plantou um roçado com mistura variedas mandioca. Apenas o agricultor Antônio Lopes da Costa fez a seleção manivas-semente e obteve 17,47 t/ha. A maior produtivida 21,30 t/ha foi obtida pelo agricultor Antônio Carlos Ferreira da, provavelmente vido ao cultivo da varieda Cearense que é bastante produtiva e adaptada às condições climáticas do município. Existem possibilidas dos agricultores dobrarem a produtivida média 15,82 t/ha s que selecionem as melhores plantas para obtenção das manivas-semente, efetuem o corte reto das manivas, plantem no espaçamento 1m x 1m, e mantenham o roçado isento plantas daninhas durante os primeiros 150 dias após o plantio. Os agricultores que adotaram essas práticas referentes ao Trio da Produtivida da Mandioca nos municípios Moju e Acará, em 2007, obtiveram produtivida média 27,64 t/ha (ALVES et al. 2008). Intificou-se que as principais variedas cultivadas pelos agricultores são: Cearense, Maria-Viuva, Bamburral, Táxi, Pecuí-amarela e Pingo--ouro. Constatou-se também que os agricultores possuem dúvida quanto a ida ial colheita das variedas mandioca, alguns iniciando a colheita aos 12 meses conforme a necessida financeira. A mistura variedas no plantio também é feita com interesse na coloração amarela da farinha exigida pelo mercado. O cultivo muitas variedas na mesma área contribui para redução da produtivida raízes, pois a colheita é feita antes da maturação em algumas variedas. Conclusões O aumento da produtivida mandioca e seus consórcios pen da utilização manivas-semente, espaçamento aquado, capinas sistemáticas nos primeiros 150 dias e separação do cultivo das diferentes variedas em áreas distintas.. Em corrência da existência poucas áreas capoeira e mata, recomenda-se que o cultivo da mandioca seja efetuado nas áreas já alteradas com clivida inferior a 10% e com práticas conservação solo.

5 O emprego tecnologias como plantio em curvas nível, trio da produtivida, variedas melhoradas mandioca e adubação química e/ou orgânica com uso manipueira, contribuirão para duplicar e até triplicar a produtivida da cultura. Há necessida melhorar a infra-estrutura dos retiros e casas farinha visando à melhoria da qualida da farinha. Referências ALVES, R. N. B.; MODESTO JÚNIOR, M. S.; ANDRADE, A. C. da S. O trio da produtivida na cultura da mandioca: estudo caso adoção tecnologias na região no Baixo Tocantins, Estado do Pará. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA TECNOLÓGICA, 2008, Campina Gran. Os sníveis regionais e a inovação no Brasil: os safios para as instituições pesquisa tecnológica. Brasília, DF: ABIPTI, CD-ROM. ALVES, R. N. B.; HOMMA, A. K. O. O método parcagem como alternativa agroecológica para a integração agricultura/pecuária da produção familiar do Suste Paraense. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, (Embrapa Amazônia Oriental. Documento, 220). IBGE. Produção Agrícola Municipal: culturas temporárias e permanentes. Rio Janeiro: IBGE, Disponível em: Acesso em: 15 Abr PINTO, A.;AMARAL, P.; SOUZA JÚNIOR, C.; VERISSIMO, A.; SALOMÃO, R.; GOMES, G.; BALIEIRO, C. Diagnóstico Socioeconômico e Florestal do Município Paragominas. Relatório Técnico. Belém, Pará: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia Imazon. 65 p.