A pesca na região de Cananéia - SP, nos anos de 1995 e 1996

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1 Jocemar Tomasino Mendonça A pesca na região de Cananéia - SP, nos anos de 1995 e 1996 Dissertação apresentada ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências, área de Oceanografia Biológica. Orientador: Prof. Dr Mario Katsuragawa São Paulo 1998

2 2 Aos meus Pais, Jorge e Neusa, e minhas Irmãs Joice e Josiane, sem vocês não teria nada disso!

3 ÍNDICE 3 AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO DESCRIÇÃO DA REGIÃO METODOLOGIA Coleta do material Análise dos dados RESULTADOS Descrição da frota e artes de pesca empregadas Produção desembarcada no município nos últimos anos Descrição da pesca em 1995 e Relação da captura dos cercos-fixos com índice de pluviosidade Produção por áreas de pesca Estimativa da população e taxa de remoção dos principais capturas DISCUSSÃO Metodologia empregada Descrição da frota e artes de pesca empregadas Avaliação dos desembarques das principais espécies Produção geral do município CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA TABELAS E FIGURAS... 90

4 AGRADECIMENTOS 4 Em primeiro lugar, agradeço a todos aqueles que de alguma forma ou outra me ajudaram, seja das maneiras mais simples até aquelas mais complicadas, mesmo sem perceberem, fizeram com que eu enxergasse além do meu pequeno conhecimento. Mas, mesmo assim tenho agradecimentos especiais a fazer, não que isto não seja estendido a todos que me rodeiam, mas não teria espaço suficiente nestas poucas páginas, para citar a todos. Agradeço ao meu orientador Mario Katsuragawa, pela orientação, o apoio, muita compreensão e amizade que dedicou estes longos anos, que passaram voando, ou melhor nadando. Agradeço muito a June Ferraz Dias, pois sem teus conselhos, teu apoio, tua sabedoria e ponderação, dificilmente teria terminado esta dissertação. Tenho três agradecimentos, que se não fosse estas pessoas, dificilmente não teria chegado ao fim do começo de meus trabalhos, obrigado as pessoas que me acompanharam durante todas as fases do trabalho, agüentaram minha rabugice e minha intolerância com os fatos que não davam certo e nada podia eu fazer, obrigado Antônio Domingos Pires (AP), Gilson Costa Calasans (Misis) e Sérgio Cunha Xavier (Cebola). Espero que continuemos sempre assim, pois acho que temos futuro, juntos. A Kazuko Suzuki que sempre acreditou em meu trabalho e espero que não a tenha decepcionado. Aos meus primos Edson, Andréa e Luan Andrades, que muito me ajudaram quando cheguei aqui e estão ao meu lado sempre que necessito. Aos amigos Jorge e Letícia da secretaria de Pós-graduação do Instituto Oceanográfico. As Profas. Dras Lucy Soares e Ana Emília Vazzoler pelos conselhos e apoio dados durante todo o trabalho.

5 Aos guris e gurias da Ceci e da Lucy que estiveram comigo sempre e muito nos divertimos. Ao pessoal do laboratório de Ictioplâncton do Mario K. e Prof. Matsuura, por tudo que fizeram, ao Fred, Ricardo, Marco, entre outros. Ao Dr. Luiz Alberto Zavala-Camin, a quem eu tenho uma grande admiração, e seus conselhos e sugestões foram e são decisivos para minha formação. Ao Edison Barbieri pelo apoio, críticas e inúmeras ajudas dadas ao longo do trabalho. Ao Instituto de Pesca que me deu cartas brancas para eu realizar este trabalho. Ao Instituto Oceanográfico que ajudou em tudo que precisei. A CAPES que concedeu uma bolsa no primeiro ano de curso. Agradeço, ainda a toda gurizada que entraram no mestrado junto comigo ou não, a Adriana, Sílvia, Ribeiro, Anderson, Marcelo Carioca, Fernanda, Jean Marco, Bauer, Denis, Stanley, Clemente, Koiti, e tantos outros. A todo pessoal da base de pesquisa do Instituto de Pesca de Cananéia, que sempre me ajudaram, obrigado Sílvio, Zé Maria, Bete, Neli, Edu, Onésio, Aristides, João Lopes, Dito, Toninho, Ingrid e Marcos. Em fim a toda classe pesqueira de Cananéia, Iguape e Ilha Comprida, que estaremos por muito tempo ligados e trabalhando juntos para um fim comum, a melhoria da qualidade de vida de todos. 5

6 RESUMO 6 Este trabalho foi desenvolvido na região de Cananéia, litoral sul do Estado de São Paulo, com o intuito de caracterizar a atividade pesqueira local. Foram recolhidos e analisados os dados de produção, esforço e local de pesca das diferentes artes de pesca empregadas em 1995 e Foi também realizado um mapeamento da atividade pesqueira. O método tradicional de coleta de dados pesqueiros foi aprimorado, a fim de obter melhor qualidade das informações recolhidas junto à classe pesqueira e conhecer a atividade no município. Este aprimoramento consistiu em retornar os dados à classe, após analisados, facilitando a assimilação dos mesmos e fazendo com que o pescador saiba qual a finalidade do dado por ele fornecido. Este método resultou numa confiança mútua e aumentou a qualidade do dado recolhido. Os dados coletados nos pontos de escoamento foram satisfatórios, mas as características transientes do sistema de venda do pescado exigem uma constante revisão do método de coleta. A atividade foi dividida, de acordo com as características das embarcações e suas atuações, da seguinte maneira: pesca de mar-a-fora, com embarcações que saem para fora da barra e apresentam uma autonomia de mar acima de 15 dias; e pesca costeira e estuarino-lagunar, que compreende a atividade desenvolvida na costa e no estuário, em áreas mais rasas, com embarcações que possuem autonomia de mar em torno de 2 dias. O principal produto desembarcado foi o camarão-sete-barbas, e mais de 70% da frota sediada no município foi composta por camaroneiros. As capturas foram mais expressivas no início do ano e diminuíram, paulatinamente, ao longo do ano. As maiores capturas coincidem com os menores comprimentos dos camarões, indicando, neste caso, que a pesca vem sendo realizada durante o período de recrutamento da espécie. Este período de recrutamento corresponde aos meses de janeiro, fevereiro e março. Analisando os parâmetros das variáveis da equação da relação peso-comprimento desta espécie, sugere-se utilizar os

7 parâmetros mensais de comprimento para a estimativa do peso, devido às diferenças significativas entre os meses. Os barcos malheiros, na pesca de mar-a-fora, compuseram 30% da frota, com suas capturas direcionadas à pescada-foguete, no primeiro semestre, e à corvina e ao cação, no segundo semestre. As variações de captura no período do estudo, ocorreram, possivelmente pelas condições estruturais das embarcações. Dentro do estuário a pesca foi regida pelos períodos de safra, tendo a safra da tainha, durante o inverno, a pesca mais promissora do estuário. Neste período encontra-se instalado, em maior número, a principal arte de pesca no estuário: o cerco-fixo. Durante os meses de setembro a abril observa-se grande produção de parati e robalos, determinando a safra destas espécies. As variações das capturas parecem ser influenciadas pelas condições do estuário (variação de salinidade, principalmente) e pelo próprio ciclo de vida das espécies. 7

8 ABSTRACT 8 The aim of this study was to describe the fishery in Cananéia region, southern area of São Paulo state, Brazil, during 1995 and Data concerning fishery effort, place of the catch and different fishing gear employed were collected and analysed. The traditional method of data collection have been changed in order to get high quality information from the fishermen. On the other hand, we get back this data previously analysed to the fishermen in a comprehensive way. This procedure resulted in an integration of fishermen and researchers, and the precision of the data were getting higher, in comparison to data collected previously. Fishery activities were divided according to their characteristics: a) coastal fishery: boats can stay around 15 days in fishing activity; b) inlet and estuarine-lagoonal fishery: boats can stay around 2 days in activity. The shrimp Xyphopenaeus kroyeri was the main fishery resource in the region and 70 % of the boats were adapted to fish it. The captures were more expressive in the beginning of the two years. The higher catches collected the smallest shrimp, this suggesting that recruitment of this species is in this period of the year (January, February and March). The relationship weight-length showed parameters significantly differents from the shrimps collected monthly. The boats operating trammel nets were 30 % of the total fleet, capturing Macrodon ancylodon, during the first half of the year, or Micropogonias furnieri and "sharks" in the second half. The main oscillation in the values of these captures were possibly due to the boat adaptation or better trained personal evolved. Inside the estuary, fishery was ruled by the Mugil platanus (from May to August) or by the M. curema and Centropomus sp. (from September to April) catches. From May to August, the region was occupied by the bamboo screen pound (set nets). The catch variation could be influenced by hydrographical conditions of the estuary (mainly salinity) and by the life cycle of these species.

9 1. INTRODUÇÃO 9 Os ecossistemas costeiros constituem-se em áreas de criação e refúgio para jovens de diversas espécies, devido à sua riqueza em nutrientes, sendo também responsáveis por parte considerável da biomassa dos recursos marinhos. A degradação destes ecossistemas diminui a disponibilidade das populações de espécies exploráveis (Neiva, 1990), causando problemas econômicos e sociais para as comunidades locais. O litoral sul do Estado de São Paulo, incluindo-se o Sistema Estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape, representa um dos ecossistemas costeiros mais importantes, reconhecido por cientistas, ecologistas e organizações internacionais, tanto pela abundância dos recursos vivos exploráveis ali presentes, como também pela imensa área de reserva natural formada pela Mata Atlântica, as ilhas de Cananéia, Comprida e do Cardoso, e a área de manguezal, que necessitam ser preservadas (Diegues, 1987). A região foi alvo de vários trabalhos de âmbito social, como o de Mourão (1971), que descreveu e caracterizou as comunidades caiçaras, relatando suas atividades e trabalho tradicional, proporcionando um panorama do passado, delineando como o município tornou-se pesqueiro, abandonando, paulatinamente o meio produtor da época (o cultivo do arroz de sequeira) e passando para produção pesqueira comercial. Diegues (1988 a, b; 1992) em seus trabalhos sobre manejo dos recursos pesqueiros do ecossistema manguezal, também enfatizou as características das comunidades tradicionais da região do estuário, sugerindo um manejo sustentável de acordo com os costumes e atividades tradicionais da população caiçara, inserindo a população num contexto preservacionista. Criaram com estes trabalhos uma visão de como evoluiu o setor produtivo do município e como a comunidade acompanhou esta evolução, adaptando-se às novas idéias surgidas com o passar do tempo. No ponto de vista biológico, físico e químico, a região de Cananéia tem sido objeto de vários estudos, sendo que a maior parte dos trabalhos foram realizados dentro do Sistema Estuarino-lagunar.

10 Dentre os trabalhos de física, química e geomorfologia, podemos destacar os de Machado (1950, 1952), com estudos pioneiros sobre as propriedades físicas e químicas das águas de alguns canais de maré e suas influências no estuário; os de Besnard (1949, 1950 a, b) que descreveram o desenvolvimento geomorfológico da região, sugerindo uma teoria de formação do complexo de ilhas do Cardoso, de Cananéia e Comprida; e o de Miyao (1977) que continuou a descrição do local, analisando a dinâmica das marés, a pluviometria e a variação de salinidade. Kato (1966) discutiu aspectos biogeoquímicos e enfatizou a importância dos processos de produção orgânica sobre a distribuição de nutrientes; Suguio e Martin (1987) estudaram curvas de variação de nível marinho holocênico, relatando que o nível do mar a anos A. P. não foi superior a 4 m em relação ao atual. Miyao et al. (1986, 1989), analisou a circulação e a distribuição de salinidade e de nutrientes no sistema, estudando as correntes de maré. Um dos trabalhos de maior destaque é o de Mishima et al. (1985), que estudaram as variações de temperatura e salinidade relacionadas ao fechamento e abertura do Valo Grande (canal construído no século passado para facilitar o escoamento de produtos agrícolas ao porto da cidade de Iguape, que se localiza ao norte do estuário). Este trabalho contribuiu com a descrição de perfis de salinidade, relatando o comportamento do estuário mesmo depois do Valo Grande ser fechado e a grande influência que este canal exerce sobre o ecossistema, alterando as amplitudes de salinidade. Tais trabalhos caracterizaram, sob aspectos abióticos, a formação e dinâmica do complexo estuarino-lagunar, descrevendo e analisando as alterações que ocorreram no complexo desde sua formação até as influências antropogênicas, realizadas durante o século passado, que perduram até a atualidade. Com relação a estudos biológicos, diversos trabalhos foram desenvolvidos na região, caracterizando o complexo sob o enfoque de produção primária, com trabalhos que descrevem e analisam os dados referentes ao fitoplâncton (Kutner, 1980, Kutner & Aragão, 1986), principalmente com diatomáceas, dinoflagelados, silicoflagelados, cianofíceas e microflagelados. Trabalhos sobre manguezais (Adaime, 1985, 1987; Silva & Herz, 1987; Schimidt et 10

11 al., 1990), que fazem levantamentos e descrevem a dinâmica deste sistema, com análises de decomposição da flora e suas interligações com a parte abiótica e fauna. Outros trabalhos que podem ser destacados são os relativos ao zooplâncton (Almeida Prado, 1972, 1973; Braga et al., 1995), com estudos sobre distribuição de quetognatos e crustáceos. O bentos, também foi estudado no que se refere a composição e zonação dos organismos (Tommasi, 1970, 1971; Varoli, 1988), além do desenvolvimento de vários projetos visando o estudo da ostra do mangue, um importante recurso da região que representa, até os dias atuais, a principal atividade de grande parte da população local (Besnard, 1949; Wakamatsu, 1971; Akaboshi et al.., 1981; Pereira et al., 1991). Todos estes trabalhos dão uma certa noção da dinâmica da fauna e flora do complexo, mas existem vários outros tópicos que ainda precisam ser analisados e melhor estudados nestas áreas, restando muito a ser feito para poder entender melhor o complexo e suas interações. Estudos relacionados à ictiologia foram dirigidos principalmente à biologia e sistemática de diversas espécies, como os cações Carcharhinus leucas, Sphyrna rafinesque, Magalops atlanticus, Odontaspis taurus, Eugomphodus taurus (Sadowski, 1958, 1964, 1970, 1971, 1974, 1975, 1989) e composição da fauna de elasmobrânquios na região. As tainhas tiveram um enfoque importante nos trabalhos desenvolvidos na região, com estudos sobre sua biologia, sistemática, bioquímica, reprodução, migração e produção (Gomes, et al a, b; Sadowski & Almeida Dias, 1986; Vazzoler, 1990; Jordão et al., 1992; Godinho et al., 1993; Ranzani-Paiva, 1995a, b). Trabalhos de Mishima & Tangi (1981, 1989, 1983 a, b, 1985 e 1986) contribuíram para o conhecimento da população de bagres da região com estudos de distribuição geográfica, alimentação, abundância e reprodução das espécies, descrevendo o bagres marinhos do complexo estuarino-lagunar de Cananéia. Zani-Teixeira (1983) contribuiu com o conhecimento da ictiofauna da região, analisando a baía do Trapandé (porção sul da Ilha de Cananéia) descrevendo os índices de diversidade e abundância, assim verificando que o bagre (Arius spixii) é a espécie mais abundante. Saul (1994) analisou a 11

12 comunidade ictiofaunística da ilha costeira do Bom Abrigo, bem como as relações existentes destas comunidades com diferentes artes de pesca empregadas. Silva (1996) trabalhando com bagres da espécie Cathorops spixii na Ilha de Pai Matos dentro do estuário, estima a área de desova, bem como o ciclo reprodutivo desta espécie. Chagas-Soares (1995) estudou o ciclo de vida do camarão-branco (Penaeus shmitti) no complexo estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape, analisando aspectos oceanográficos e meteorológicos para entrada de larvas na região e saída das pós-larvas. Sinque (1980) desenvolveu o único trabalho sobre ictioplâncton na região, referindo-se à família Sciaenidae, apresentando o desenvolvimento larval de cinco espécies e inferindo sobre seu ciclo de vida. Schmiegelow (1990) desenvolveu um trabalho sobre cetáceos na região, caracterizando, pela primeira vez, quatro das espécies encontradas para o Estado. Neste trabalho, o autor atribuiu a maioria das mortes de botos à atividade pesqueira na costa. Como foi observado, a maioria dos trabalhos sobre a ictiologia da região enfocam a biologia, a sistemática, a composição da ictiofauna e a bioquímica. Estudos relacionados com a pesca propriamente dita, ou seja dando enfoque a temas como produção e dinâmica da atividade pesqueira são poucos, podemos citar Radasewsky (1976) e Ramos et al. (1980). Radasewsky (1976) que analisou a captura de peixes por um cerco-fixo, estimou a produção e a abundância, e analisou o comprimento e proporção sexual da captura, inferindo sobre as influências das condições hidrográficas (temperatura e salinidade) sobre a captura; Ramos et al. (1980), também trabalharam com cerco-fixo, mapeando estes cercos no período de dezembro de 1977 a janeiro de 1978 e descrevendo as condições de instalação e a composição da captura. Chagas-Soares (1979, 1985) trabalhou com a seletividade de redes dirigidas ao camarão-branco e rosa na região estuarino-lagunar de Cananéia, estimando a curva de seleção para as diferentes espécies; e Gallucci (1996) descreveu e analisou a pesca do camarãobranco (Penaeus shmitti) para a região de Cananéia, com o uso do gerival, cuja 12

13 arte é de grande uso pela população local, principalmente no período de safra deste camarão (janeiro a março), e estudou o comportamento da captura ao longo do ano, relacionando com os fatores oceanográficos e ciclo de vida da espécie. Não existe nenhum trabalho sobre estatística pesqueira e que analise a captura total e suas oscilações relacionadas às características oceanográficas e ciclo de vida das espécies capturadas, embora estes sejam de primordial importância para a administração pesqueira, principalmente para a região, que faz da pesca sua base econômica. Sabe-se que a estatística pesqueira no Brasil e, em particular no estado de São Paulo, está desorganizada e sem uma coleta de dados eficiente, que reflita, realmente o estado da pesca. Por sua vez, diversas decisões no âmbito administrativo e de ordenamento pesqueiro tornam-se errôneas e ineficientes quando visam a manutenção dos recursos e da pesca em si. Uma coleta de dados que descreva, fidedignamente o estado da pesca e permitam análises que possam sugerir decisões a serem tomadas para a melhoria da atividade é de grande importância para o ordenamento de todos os recursos exploráveis. O presente trabalho representa o começo de uma análise e acompanhamento da atividade pesqueira da região, fazendo parte de um projeto denominado de Pesca Sul Paulista, que visa, ao longo do tempo, atingir a meta dar subsídios ao ordenamento dos recursos pesqueiros da região. Para tanto, temos a seguinte filosofia: primeira etapa, caracterizar a pesca em cada município do litoral sul do estado, sendo a presente dissertação a primeira etapa no município de Cananéia. A segunda etapa é corrigir os erros que ocorreram nas coletas de dados e interpretações da primeira etapa e direcionar os trabalhos para amenizar os problemas na pesca, seja da região ou não. Esta segunda etapa já está em andamento, principalmente no município de Cananéia, tendo sido aperfeiçoada as coletas e todo o trabalho desenvolvido com o pescador. Como está descrito, esta dissertação é um projeto piloto, através do qual procuramos aprender e entender a atividade da região, assim podendo aperfeiçoar e ampliar para outras áreas que necessitam de uma estatística e análise da pesca, existindo, realmente um ordenamento que vá ao encontro das 13

14 necessidades das comunidades pesqueiras. Considerando que este é o ponto de partida para a sistematização de uma estratégia de coleta dos dados pesqueiros no município, organizando o recolhimento de dados de produção, esforço e relacionando estes com variáveis ambientais que sejam relevantes para o entendimento da atividade pesqueira, o objetivo principal deste trabalho é descrever a atividade no município de Cananéia nos anos de 1995 e 1996, tomando como base os seguintes análises: - Descrever a frota e artes pesqueiras do município de acordo com sua atividade. - Caracterizar as capturas das diferentes artes de pesca empregadas na região (principalmente, a pesca de arrasto, de malha e cerco-fixo), com base na ocorrência e abundância relativa das espécies. - Analisar a captura do camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri), caracterizando sua composição nos desembarques da frota pesqueira de Cananéia. - Relacionar os dados de produção coletados durante o desenvolvimento do projeto, com os fatores ambientais e ciclo de vida das espécies, na tentativa de explicar as oscilações que ocorrem nas capturas ao longo dos anos. 14

15 2. DESCRIÇÃO DA REGIÃO 15 O Sistema Estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape situa-se no extremo sul da costa paulista (25 o S - 48 o W) (figura 1), sendo limitado na porção norte pelo município de Iguape, ao leste pela Ilha Comprida, a oeste pela Serra do Mar e na parte sul pelas ilhas de Cananéia e do Cardoso. Apresenta duas ligações principais com o oceano: na parte norte, através de um único canal (Mar Pequeno - Barra de Icapara) e na parte sul dividindo-se em dois ramos (Mar de Cananéia e Mar de Cubatão - Baía de Trapandé) os quais circundam a Ilha de Cananéia. A região de Cananéia, compreende um canal principal (Mar de Cananéia) com formação de um rio de largura média, não superior a 1 km, e comprimento aproximado de 75 km, que segue paralelo à Ilha Comprida, com o local de maior profundidade situado próximo à barra de Cananéia, com cerca de 6 a 7 m (figura 2) (Besnard, 1950; Miyao, 1977, 1985). No extremo sul do município, localiza-se a Barra do Ararapira, sendo um canal estreito de largura não ultrapassando aos 800 m (figura 3). A região apresenta valores pluviométricos máximos de janeiro a março com média mensal de 266,9 mm e mínimos em julho e agosto, de média mensal 95,3 mm, sendo 2300 mm a precipitação média anual (Mishima et al., 1985, Silva, 1989) (figura 4). A circulação dentro do sistema é dirigida principalmente pela ação das ondas de maré, que entram pelas Barras de Cananéia e Icapara, e pela contribuição da água doce de diversos rios, sofrendo ainda, em algumas ocasiões, a influência do vento. De modo geral, a salinidade aumenta com a profundidade, apresentando, em determinadas fases da maré uma acentuada haloclina à meia profundidade, que desaparece subseqüentemente, tornando a coluna d água uniforme (Miyao, 1977; Miyao et al., 1989; Miranda, 1995). As águas da plataforma continental e oceânica, em frente a Cananéia, são influenciadas principalmente pela massa de Água Tropical (AT), trazida pela Corrente do Brasil, pela Água Costeira (AC) e pela Água Central do Atlântico Sul (ACAS) (Matsuura, 1986).

16 Conforme Pereira Filho (1980), as correntes que atingem diretamente a área em questão são originadas nas águas Costeira e de Plataforma. Na Água Costeira existe uma corrente superficial contrária à Corrente do Brasil, em direção norte-nordeste, sugerindo a existência de vórtices de circulação horária na plataforma. Na Água de Plataforma as correntes tendem a ser direcionadas sul-sudoeste, já acompanhando a Corrente do Brasil (Matsuura, op. cit.). Desde o século passado, este sistema vem sendo influenciado pela construção de um canal, denominado Valo Grande, no município de Iguape, na porção norte do sistema estuarino-lagunar. Este foi construído com o objetivo de facilitar a navegação na parte final do Rio Ribeira de Iguape e apresentava 4,40 m de largura, logo após a sua construção (Besnard, 1950). Atualmente, devido à erosão nas bordas, o canal tem mais de 300 m, fazendo com que a maior parte da vazão do rio Ribeira escoe por ele, acarretando grande efeito sobre o ecossistema como um todo, devido à diminuição da salinidade. Em 1978 o Governo do Estado de São Paulo decidiu fechar o Valo construindo uma barragem, fazendo com que, novamente, houvesse alterações no ecossistema (Mishima et al., 1985). Com o rompimento da barragem, que ocorreu recentemente, em 1995, espera-se outra série de alterações no sistema, sendo esta data coincidente com o início do desenvolvimento do trabalho. 16

17 3. METODOLOGIA 17 Os dados utilizados neste estudo provêm do sub-projeto Caracterização da Pesca Artesanal no Município de Cananéia (parte do projeto Pesca Sul Paulista ), desenvolvido pelo Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A coleta de dados de produção desembarcada e esforço de pesca deste projeto iniciaram-se em fevereiro de Um dos maiores problemas em coletar dados pesqueiros junto aos pescadores é a imprecisão e fidedignidade dos dados, devido, principalmente, a desconfiança do pescador. Desta forma fizemos uma adaptação ao método tradicional de coleta de dados, procurando-se obter uma integração maior entre o pesquisador e a classe pesqueira. Assim, com o objetivo de otimizar os dados recolhidos e, paralelamente, auxiliar a classe pesqueira, o tratamento dispensado aos pescadores foi diferenciado, retornando, a estes informações pertinentes sobre o estado da pesca na região. Visando organizar internamente os trabalhos, dividiu-se a atividade pesqueira na região em duas categorias: pesca de mar-a-fora (ou de mar-aberto) e pesca costeira e estuarino-lagunar. Como pesca de mar-a-fora considerou-se aquela exercida pelos barcos que saem barra-a-fora, ou seja pescam na plataforma a profundidades, geralmente superiores a 8 metros, com barcos que apresentam autonomia para passar de 10 a 20 dias no mar. A pesca costeira e estuarinolagunar engloba o restante do setor, ou seja, a pesca no estuário e na beira das praias, com barcos ou canoas de pouca autonomia de mar, que não ultrapassam dois dias de atividade contínua.

18 3.1. Coleta do material 18 - Pesca de mar-a-fora Foram realizadas entrevistas diárias com os pescadores durante o desembarque, obtendo-se dados da produção, esforço em dias efetivos de pesca, local e profundidade de captura. Durante o desembarque foram realizadas amostragens aleatórias do produto, tomando-se dados de comprimento das principais espécies desembarcadas de acordo com Haimovici (1981). Quando o produto desembarcado era peixe, os dados eram retirados no próprio local, obtendo-se a distribuição de comprimento das principais espécies. Os pesos corporais foram estimados através dos parâmetros calculados no trabalho de Haimovici e Mendonça (1996). No caso do desembarque de camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) foram recolhidas amostras de 500 g e processadas em laboratório, anotando-se o sexo e o comprimento das espécimes. Quanto à amostragem do camarão-sete-barbas, no primeiro ano foram tomadas diversas medidas de comprimento, tais como do cefalotórax (da ponta do rostro à borda posterior do cefalotórax e da margem da órbita ocular até a borda posterior do cefalotórax), do abdômen, e comprimento total (da ponta do rostro ao telso e da margem da órbita ocular ao telso). Esses dados, bem como os de peso total, foram tomados de indivíduos de ambos os sexos, a fim de se verificar possíveis diferenças ao longo do ano. Para a distribuição de comprimento de cada amostra foi medido o comprimento do cefalotórax (da margem da órbita ocular até a borda posterior do cefalotórax) e, quando possível, registrado o sexo. - Pesca costeira e estuarino-lagunar Numa primeira abordagem, tentou-se recolher dados de produção com o próprio pescador, fornecendo-lhes uma planilha para que preenchessem com informações de data de despesca, produção, e valor por quilograma do produto. Mas, devido ao desinteresse e a dificuldade de serem reencontrados, não

19 se obteve êxito com esta metodologia. Sendo assim, optou-se em recolher os dados pelos pontos de escoamento, via notas ou anotações da peixaria da Colônia de Pescadores Apolinário de Araújo (Z-9) e pela CEAGESP - Cananéia, locais que se caracterizam por envolver um grande número de pescadores e desembarques desta categoria. Os dados recolhidos na colônia foram: pescador e/ou barco, produção e valor do produto por quilograma. Na CEAGESP recolheu-se apenas os dados de produção mensal dos produtos desembarcados no órgão. A principal arte pesqueira empregada na pesca estuarino-lagunar do município é o cerco-fixo (Radasewsky, 1976; Ramos et al., 1980). Assim direcionamos maiores esforços a esta pescaria, registrando a distribuição de comprimento das capturas desta arte através da análise do produto capturado, tomando como base o cerco pertencente ao Instituto de Pesca/SAA, no qual foi possível qualificar e quantificar a captura. Neste cerco as despescas foram feitas semanalmente e o produto levado à base de pesquisa do Instituto de Pesca em Cananéia. Quando a captura era muito grande, realizava-se a amostragem de acordo com as recomendações de Haimovici (1981). A fim de traçar um perfil dessa arte de pesca, durante o ano de 1996, percorreu-se de barco a região, com periodicidade quinzenal ou mensal, anotando-se o posicionamento geográfico de cada cerco-fixo, verificando-se a dinâmica de instalação da arte de pesca na região de Cananéia (Ramos, op. cit.). Também foram tomadas algumas medidas dos cercos, com o objetivo de verificar possíveis diferenças em tamanho ou arquitetura. As medidas realizadas foram a da espia e da casa-de-peixe, calculando-se a média de comprimento da espia e perímetro de fora da casa-de-peixe (figura 5a). Para a identificação dos exemplares, sempre que possível ao nível de espécie, utilizaram-se os manuais de identificação taxonômica: Figueiredo (1977), Figueiredo & Menezes (1978 e 1980), Menezes & Figueiredo (1980 e 1985), Ferreira & Souza (1990) (tabela 1). 19

20 3.2. Análise dos dados 20 A abundância relativa foi obtida a partir da freqüência de ocorrência e peso total da captura por hora efetiva de pesca das espécies alvo, por diferentes artes de pesca empregadas e locais de captura. A captura média mensal por hora de arrasto e por dia foi calculada através da soma total da produção no mês e dividida pelo número total de dias ou horas efetivas de pesca. A CPUE (Captura Por Unidade de Esforço), para a pesca de mar-a-fora, foi calculada em quilograma por hora para a pesca de peixes e camarões (Haimovici et al., 1996). As análises foram realizadas considerando-se médias mensais e anuais, observando-se a tendência da captura em cada arte de pesca e de cada espécie, em termos de abundância. A proporção de sexos foi estimada através da freqüência de aparecimento de fêmeas e machos, e foi aplicado o teste do qui-quadrado para verificar se a diferença na proporção para o período estudado foi significativa (Vazzoler, op. cit.). Foi calculada a relação peso-comprimento, em cada mês, para o camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) através de regressão potencial e aplicado o teste t para verificar possíveis diferenças entre os resultados mensais. A fim de obter a área de melhor produção, as áreas de trabalho dos barcos que atuam na costa foram divididas em quatro zonas, sendo as seguintes: - Norte: acima da Barra de Icapara (47 26 W; S) - Centro: da Barra do Icapara (47 26 W; S) a Barra do Ararapira (48 05 W; S) - Sul: abaixo da Barra do Ararapira (48º 05 W; 25º 20 S) - Litoral: quando os barcos percorrem mais de uma área Calculou-se a produção média de cada área em kg por hora efetiva de pesca e aplicou-se o teste de diferença entre as médias com um nível de significância (α) de 0.05 para verificar se existiam diferenças de produção entre elas. A estimativa populacional das principais espécies capturadas na costa foi calculada utilizando o método de Leslie e Davis (1939) (apud Ricker,

21 1975), modificado por Ricker (1958a), a fim de se obter a taxa de retirada de produto e o índice de capturabilidade exercidos pela frota pesqueira de Cananéia. Dentro do estuário foi acompanhada a captura comercial de três cercos-fixos ao longo dos anos: um localizado na área da trincheira, outro na costa da Ilha do Cardoso e um terceiro ao lado da Ilha da Casca (figura 2). Utilizou-se análise de correlação para verificar se haviam relações entre os índices pluviométricos e a produção de cada cerco. Os índices pluviométricos foram calculados através da soma total da pluviosidade num período de sete dias (semanalmente), anotando-se, assim pluviosidade total da semana, dividindo os anos de 1995 e 1996 em semanas. Baseando-se em trabalhos já realizados na região (e.g. Mishima et al.., 1985; Mishima et al.., 1986; Miyao, 1986), foram obtidas informações hidrográficas, tais como, perfis horizontais e verticais da salinidade e temperatura no estuário e gradientes ao longo dos canais do Mar de Cananéia e Mar do Cubatão, que circundam a Ilha de Cananéia, relacionados com as chuvas ocorridas na região. As condições hidrográficas (salinidade) do estuário puderam ser inferidas e relacionadas com as flutuações de captura na região estuarinolagunar de Cananéia. Para caracterizar a região costeira adjacente foram consultados os trabalhos sobre oceanografia de Pereira Filho (1980), Matsuura (1986), Miranda & Katsuragawa (1991), Nogueira (1993), Miranda et al..(1995), relacionando as flutuações das capturas no litoral da região com as variáveis oceanográficas levantadas. 21

22 4. RESULTADOS Descrição da frota e artes de pesca empregadas A frota dirigida à pesca de mar-a-fora é procedente de Iguape, Santos e Paranaguá, e composta por barcos de madeira, de pequeno porte, cujos comprimentos variam de 9 a 16 m. Muitos deles não estão mais no município, desembarcando em outros portos, permanecendo em Cananéia apenas algumas embarcações. Dentre os que desembarcaram em Cananéia nos anos de 1995 e 1996, apenas dois tipos de arte de pesca foram observadas: 1) os malheiros - equipados com redes de emalhe para a captura de peixes e 2) os camaroneiros - equipados com tangones e redes de arrasto duplas para a captura de camarões, moluscos e peixes. Em 1995, 23% da frota compunha-se por malheiros (14 barcos) e 77% por camaroneiros (46 barcos). Em 1996, a proporção se alterou para 25% de malheiros (14 barcos) e 75% de camaroneiros (39 barcos). Neste último ano pôdese dividir e caracterizar melhor a frota por categoria de pesca, ou seja de acordo com o apetrecho utilizado e com o pescado visado para a pesca de mar-a-fora (tabela 2): * Pesca dirigida ao camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) - atua com barcos de 9 a 16 m de comprimento, com motores de 97 H.P. a 115 H.P., apresentando autonomia de pesca em torno de 15 dias de mar. Utilizam tangones, realizando arrasto duplo ( double net ), cujas redes apresentam dimensões variadas, com abertura horizontal entre 11 e 17 m e malhas do ensacador com 15 mm (medidas de nó a nó). Entende-se por abertura horizontal a medida da tralha inferior (arraçal). Pescam entre as profundidades de 5 e 18 m, percorrendo a costa do litoral centro-sul paulista e norte do estado do Paraná, desde Praia Grande (24º 25 S; 47º 25 W) a Paranaguá (25º 30 S; 48º 30 W). Além do camarão-sete-barbas, este apetrecho captura o camarão-branco (Penaeus shmitti) e peixes como a pescada-

23 foguete (Macrodon ancylodon), betara (Menticirrhus americanus) e marialuísa (Paralonchurus brasiliensis). * Pesca dirigida ao camarão-rosa (Penaeus paulensis e Penaeus brasiliensis) - atua com barcos de 12 a 16 m de comprimento, com motores de 105 H.P. a 360 H.P. e autonomia de mar de 20 dias, também utilizam tangones com arrasto duplo, de dimensões de 17 m de abertura horizontal e malha do ensacador com 22 mm. Pescam, geralmente, em profundidades superiores a 25 m, na região entre Juréia (24º30 S; 47º25 W) e Itajaí (26º55 S; 48º40 W). O produto desta atividade, além do camarão-rosa, compõe-se de diversas espécies de peixes, lulas, polvos e vieiras. * Pesca dirigida a lulas (Loligo sampaulensis e Loligo pley) - atua com as mesmas embarcações que capturam o camarão-rosa, não ocorrendo modificações nestas, sendo utilizado redes com dimensões semelhantes, com abertura horizontal de 17 m e ensacador de 25 a 30 mm de malha. Estes barcos operam em profundidades entre 35 e 50 m. Esta pesca ocorreu, principalmente, no período do defeso do camarão-rosa, percorrendo a área desde a Barra do Ararapira (25º20 S; 48º25 W) a Itajaí (26º55 S; 48º40 W). Como ocorre com a pesca do camarão-rosa, esta atividade captura, além de lulas, os polvos (principalmente Octopus vulgaris), vieiras e diversas espécies de peixes, geralmente a betara e o peixe-porco (Balistes capriscus). * Pesca dirigida ao camarão-sete-barbas e ao camarão-rosa - barcos que objetivam a pesca do rosa (acima de 25 m de profundidade), mas que, na falta deste, se aproximam da costa (de 10 a 15 m) à procura do camarãosete-barbas. As dimensões das redes varia de acordo com o camarão almejado (rosa ou sete-barbas). Esta atividade ocorre, geralmente, no período de baixa produção, quando os pescadores tentam todas as opções de captura. * Pesca de peixes - barcos de 12 a 14 m de comprimento, com motores de 115 H.P. a 135 H.P., utilizam redes de emalhe de fundo ou de superfície, pescando desde 8 m a 107 m (estas foram as profundidades registradas nos desembarques), com autonomia de mar de aproximadamente 15 dias. Os 23

24 comprimentos das redes variam entre 1000 a 5000 m. As medidas das malhas variam entre 70, 100, 120 e 150 mm de nó a nó, dependendo do produto visado, sendo, geralmente, 70 mm para a pescada-foguete; 100 mm a sororoca (Scomberomorus brasiliensis), corvina (Micropogonias furnieri) e salteira (Oligoplites saurus); 120 mm para a corvina, e 150 mm de malha para os cações. Os barcos costumam pescar com mais de um tipo de panagem em uma mesma pescaria, ou seja largam diferentes redes, com tamanhos de malhas diferentes, unidas em suas extremidades. 24 Na pesca costeira e estuarino-lagunar existe uma frota pouco motorizada, composta por barcos, em geral, com 8 m de comprimento chamados de bateras, por canoas (de 5 m a 10 m) com ou sem motores e pelas voadeiras (de 5,5 m a 8 m) com motor de popa. Visam a pesca de camarão-sete-barbas, camarão-branco e peixes. As artes de pesca empregadas são o arrasto duplo, o espinhel, o emalhe, o cerco-fixo e o gerival. Na pesca costeira, os barcos utilizados são as bateras ou as canoas de madeira, com motores de 11 H.P. a 18 H.P., sendo as seguintes artes pesqueiras utilizadas: - Tangones: pescam o camarão-sete-barbas e camarão-branco, arrastando redes com abertura horizontal de 5 a 7 m e a malha do ensacador de 15 mm. A profundidade de operação não ultrapassa a 12 m, na região que compreende Pedrinhas (24º 54 S e 47º 48 W) e Paranaguá (25º 30 S; 48º 30 W), com aproximadamente 8 horas de arrasto diário e autonomia de mar de no máximo dois a três dias. Esta pesca praticamente desembarca apenas o camarão-sete-barbas, embora se saiba (observação pessoal) que a presença da fauna acompanhante seja significativamente importante em certas épocas. Outro fato importante a ser colocado, é que estes barcos podem utilizar tanto o arrasto duplo como o arrasto simples de popa, dependendo da disponibilidade do apetrecho e da captura. - Malheiros: trabalham tanto na zona costeira como dentro do estuário, possuindo redes de 600 m a 1000 m de comprimento, 3 m de altura e tamanho de malhas que variam de acordo com a espécie alvejada, podendo ser redes de fundo ou de

25 superfície. O tempo de pesca fica em torno de 7 horas diárias. O produto da pesca consta de diversos peixes, como pescada-foguete, betara, corvina, salteira, tainha, parati, carapeba, entre outros. - Espinhel horizontal (figura 5b): utilizado na costa e estuário, possui aproximadamente 600 m de cabo principal, 300 anzóis (que distam, em geral 2 m um do outro), cujos tamanhos variam de acordo com o peixe visado, e com duas bóias e pesos ( poitas ) nas extremidades, dispostos em tal maneira que sejam regulados à profundidade desejada, geralmente no fundo. As iscas usadas são crustáceos (camarão-sete-barbas e caranguejos) e peixes (moréia, parati e virote). Entende-se por virote os juvenis de tainha (Mugil platanus), os quais apresentam um comprimento em torno de 35 cm. A pesca exclusivamente estuarino-lagunar, utiliza embarcações de diversos tamanhos (desde voadeiras até canoas), podendo ser motorizadas, com potência de 5 a 40 H.P., ou não. São as seguintes as artes pesqueiras empregadas: - Cerco-fixo (figura 5a): uma armadilha fixa, que na sistematização de Brand (1959), pertence a classe de fish traps, sub-classe fish edges (Radasewsky, 1976), é a principal arte de pesca empregada no estuário, sendo confeccionada com bambus ou taquara-mirim (Philostatis aurea) e arame (panagem), sustentada por moirões, formando um tipo de curral instalado à beira do mangue. Possui durabilidade média em torno de três meses, na dependência de sua resistência ao intemperismo. Quando os bambus começam a quebrar, confecciona-se nova panagem e faz-se a substituição. A distância entre os bambus da panagem varia de acordo com a espécie de peixe alvejada e, conseqüentemente, com a época do ano. Para a captura da tainha (Mugil platanus), no inverno, os bambus distam em torno de 5 cm um do outro e para a pesca do robalo (Centropomus sp.) e do parati (Mugil curema), nos meses quentes (setembro a abril), distam 3 cm entre si. É composta pelas seguintes partes: espia, sendo uma cerca de moirões e bambus, com comprimento variado, atados com arame, dispostos perpendicularmente ao mangue, servindo de barreira dos cardumes que percorrem a costa do mangue; ganchos formados entre a espia e a casa-de-peixe, serve para 25

26 dificultar o escape dos indivíduos quando chegam à casa-de-peixe; porta, consta da abertura da casa-de-peixe e por fim a casa-de-peixe, sendo local que concentra a captura. No município encontra-se a panagem da casa-de-peixe feita de bambu, taquara, tela ou rede de nylon. As demais partes são confeccionadas com bambu ou taquaras. - Espinhel horizontal: esta arte já foi descrita anteriormente, sendo igual àquela usada na pesca costeira. É utilizada em todo o estuário, capturando diversos grupos de peixes. - Espinhel vertical (figura 5c): popularmente chamado de catuana, é composto de um cabo principal de comprimento de acordo com a profundidade e número de anzóis que variam de acordo com o pescado alvejado, os quais distam em torno de 1 m entre si, com uma bóia na superfície e um peso ( poita ) no fundo. Esta arte, em sua dinâmica de pesca, apresenta uma particularidade, que a diferencia do espinhel horizontal, o apetrecho não fica fixo, sendo carregado com a corrente de maré. Não são muitos os pescadores que a utilizam, dependendo da época. As espécies alvo são muito variáveis, geralmente direcionado a pesca de pescadabranca, corvinas, garoupas, entre outras. - Redes de emalhe: são utilizadas dentro do estuário e possuem comprimentos que variam desde 400 m até 600 m, com altura em torno de 3 m, de tamanhos de malhas que variam de acordo com o produto alvejado. É comum utilizar mais de um pano ao mesmo tempo, com malhas de tamanhos diferentes, sendo ligadas pelas extremidades. Dependendo da época, os pescadores direcionam as pescarias a diferentes espécies, trocando o tamanho da malha. - Gerival (figura 5d): visa a captura de juvenis de camarão-branco (Penaeus shmitti) e rosa (P. paulensis e P. brasiliensis). Esta arte trabalha de acordo com a corrente de maré, utilizando embarcações pequenas como canoas com ou sem motor (5 a 15 H.P.) e voadeiras com motores de popa (15 a 25 H.P.). Além da pesca comercial, existe, ainda a amadora, desenvolvida por turistas, que utilizam voadeiras e lanchas para o transporte, com motores que variam desde 15 H.P. até 135 H.P.. Estima-se que existam 170 embarcações atuando no estuário com pesca de vara (molinetes e carretilhas), gerival e tarrafas. 26

27 Produção desembarcada no município nos últimos anos Desde 1967, o Instituto de Pesca - SAA, do Estado de São Paulo, recolhe dados de produção através da CEAGESP/SAA, sendo que a produção pesqueira total do município de Cananéia escoava pelo estabelecimento, seja pela infra-estrutura oferecida, seja pela obrigação imposta por lei, a qual determinava que todo produto pesqueiro deveria passar pela CEAGESP. Na tabela 3 e figura 6 é apresentada a produção total desembarcada no período de 1967 a Nela se observa a época áurea dos desembarques entre 1979 e 1987, que ultrapassou as 7000 t./ano em 1979, declinando no ano seguinte e estabilizando-se em torno de 3000 t. até Os picos observados (1979 e 1983) deram-se devido aos grandes desembarques de sardinha e do camarão-sete-barbas (figura 7). Após 1987, ocorreu uma queda abrupta da produção, ficando em torno de 700 t. a 800 t. ao ano, que diminuiu, ainda mais, nos anos de 1993 e 1994, desembarcando 457 t. e 388 t., respectivamente. A diminuição de 1987 para 1988 atingiu os 70 %, e ocorreu devido a diversos fatores, tais como a revogação da lei de obrigação de desembarques na CEAGESP, a pulverização dos pontos de desembarques no município, os quais não foram cobertos pelo controle de produção pesqueira do Instituto de Pesca e por fim a própria queda de produção, neste período de acordo com o IBAMA (1993). Outro fato agravante foi a perda de grande parte da frota de Cananéia para outros portos do país, devido às condições de desembarque terem piorado do ponto de vista de infra-estrutura, incluindo-se aí a falta de gelo, a queda do valor do pescado e as condições de assoreamento na entrada da barra que dá acesso ao porto, fatos que foram se agravando, principalmente no anos de 1993 e O camarão-sete-barbas foi o produto mais desembarcado ao longo dos anos, chegando a compor 80 % de toda captura desembarcada em Cananéia. O ano de 1983 foi o único em que se desembarcou mais peixes do que crustáceos,

28 fato causado pela entrada de grande quantidade de sardinha, que atingiu 2500 t. desembarcadas naquele ano (figura 7). A produção mensal acumulada do período de 1967 a 1996 das principais espécies desembarcadas no município é apresentada na figura 8, e mostra a sazonalidade destas espécies. No primeiro semestre os maiores desembarques foram de pescada-foguete, betara e camarão-branco, embora a betara tenha se mostrado típica de meses quentes ocorrendo de novembro a março. O segundo semestre teve desembarques maiores de corvina, cação e camarão-rosa, com os cações sendo desembarcados, praticamente nos meses de novembro e dezembro. A tainha foi típica de inverno, época da safra (pesca de cerco-fixo), quando sobe a costa sul do país para desovar. O oposto ocorreu com o parati e o robalo, que ocorreram nos meses quentes, associados, também à pesca com cerco-fixo. Espécies como a sardinha e salteira, tiveram desembarques irregulares, a salteira sendo capturada o ano todo e a sardinha apenas entre abril e novembro. Por fim, o camarão-sete-barbas, principal recurso pesqueiro de Cananéia, apresentou produção estável ao longo do ano, não ocorrendo grandes variações, apenas uma pequena tendência de aumento de desembarques de novembro a janeiro. Como pode ser observado, o controle de produção pesqueira cobria grande parte dos desembarques do município até Neste período de 20 anos a produção comportou-se ascendente, com o desembarque de diversos produtos, que hoje (1995 e 1996) não ocorrem mais, como a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis). Mas mesmo com desembarques significativos de outros pescados, o camarão-sete-barbas sempre foi o principal produto de Cananéia Descrição da pesca em 1995 e 1996 A tabela 4 apresenta a produção total desembarcada no município de Cananéia durante os anos de 1995 e 1996, sendo a soma da pesca de mar-afora e da pesca costeira e estuarino-lagunar. Para poder esclarecer melhor a

29 produção desembarcada dividiremos nestas duas categorias. A lista das espécies que ocorreram nos desembarques no município está na tabela Pesca de mar-a-fora A produção dos barcos em kg/hora e kg/dia encontra-se na tabela 5, sendo apresentada segundo a espécie-alvo ou grupo de espécies. Para melhor compreensão, os comentários estão divididos de acordo a Tabela. a) Pesca de camarão-sete-barbas Os barcos trabalharam em profundidades de 5 a 18 m, com um tempo de mar máximo de 20 dias. Foi o principal pescado capturado no município nos dois anos em análise, respondendo por 48% e 64% de toda a produção em 1995 e 1996, respectivamente, com uma produção total desembarcada de 340 t. em 1995 e 691 t. em 1996 (tabela 4). Em agosto de 1995 registrou-se o menor desembarque do município (11,4 t.) e em janeiro de 1996 ocorreu o maior desembarque atingindo 173 t. durante o período de análise (figura 9). Através da análise da CPUE, em quilograma por hora efetiva de pesca, observamos que sua produção oscilou bastante e apresentou uma marcada diminuição no transcorrer do ano, mormente no segundo semestre, provocando a falta do produto no mercado e, por conseguinte, uma diminuição do rendimento dos pescadores (figura 10). Em 1995, ocorreram as capturas máximas entre fevereiro e maio, atingindo 17 kg/hora e em 1996, as capturas máximas, também foram registradas no verão, com 28 kg/hora em janeiro. No transcorrer do ano há uma paulatina diminuição da captura, havendo uma captura mínima de apenas 2 kg/hora e 9 kg/hora em setembro de 1995 e 1996, respectivamente, observada com maior clareza nos dados relativos a A média anual de captura de camarão-setebarbas ficou em 10 kg/hora em 1995 e 18 kg/hora em 1996, havendo um aumento de aproximadamente 85% na captura desembarcada de um ano para outro. Nos meses de verão (janeiro a março) foram registrados os menores comprimentos totais médios dos indivíduos apresentando uma média em

30 torno de 7,4 cm. Os maiores comprimentos apareceram nos meses de primavera de 1995, quando a média dos exemplares na comercialização atingiu 9,5 cm (figura 11). Na média anual o comprimento total do camarão desembarcado em Cananéia foi 8,4 cm em 1995 e 8,1 cm em Para analisar a proporção sexual foram utilizados 2488 indivíduos, com comprimento total mínimo de 4,5 cm para machos e de 4,2 cm para fêmeas e comprimento máximo de 9,6 cm e 9,9 cm para machos e fêmeas, respectivamente, sendo que 48,8% foram machos e 51,2% fêmeas. Através do teste do quiquadrado verificou-se que não existem diferenças significativas entre sexos ao longo do ano, com grau de liberdade 1, sendo a proporção considerada 1:1 (tabela 6). O cálculo da relação de peso-comprimento feita por mês para o camarão-sete-barbas está apresentado na tabela 7. Utilizou-se o teste t para comparar os parâmetros da relação potencial entre os meses e encontrou-se diferenças entre os parâmetros ao nível de significância de 0,05 e 0,01, indicando que estes parâmetros devam ser utilizados mensalmente, ou seja não se deve utilizar médias anuais dos parâmetros para estimar o peso do camarão-setebarbas. Junto à pesca do camarão-sete-barbas, ocorre a captura do camarão-branco (Penaeus shmitti), com maior produção nos meses de março e abril (figura 9), justamente época em que, de acordo com Chagas-Soares (1995), ocorre o recrutamento dos indivíduos desta espécie, sendo subseqüente sua saída do estuário de Cananéia. Esta espécie é capturada em dois estágios diferentes, podendo estar associada à pesca do camarão-sete-barbas, ou ser capturada no estuário, quando juvenil. Os registros de produção do camarão-branco no estuário são de difícil obtenção, visto que grande parte da produção é direcionada ao comércio de isca-viva, na pesca esportiva. Este fato faz com que os pescadores vendam o produto nos próprios sítios, direto ao consumidor, não sendo possível, o registro desta produção. Parte da produção é vendida em peixarias para consumo do camarão como alimento, mas é pouco representativa, para os anos em análise. 30

31 b) Pesca de camarão-rosa As espécies capturadas foram Penaeus paulensis e P. brasiliensis, sendo a captura mais efetiva durante o inverno e primavera. Em 1995 foram desembarcadas no porto de Cananéia, 7,8 t. e em 1996 foram de 9,3 t. (tabela 4). A produção oscilou muito, atingindo uma captura média horária máxima de 3 kg na primavera de 1995 e no outono-inverno de 1996, embora devamos considerar a diferença das capturas entre os barcos, havendo embarcações mais eficientes que outras. A produção média anual de camarão-rosa foi 1 kg/hora e 2 kg/hora em 1995 e 1996, respectivamente. Ocorreu uma captura total média desembarcada de 4 Kg/hora no primeiro ano e 10 kg/hora no segundo, devido ao aumento da fauna acompanhante, cuja produção atingiu a média anual de 3 kg/hora e 8 kg/hora, em 1995 e 1996, respectivamente. Assim, ocorreram aumentos de 88% na captura desembarcada de camarão-rosa, 201 % na fauna acompanhante e 166 % na captura total desembarcada de 1995 para c) Pesca de peixes com redes de emalhar Os barcos que utilizam redes de emalhe desembarcaram 202 t. em 1995 e 169,5 t. em 1996, apresentando suas capturas mais estáveis, cujos valores variaram de 7 a 13 kg/hora em 1995 e de 6 a 14 kg/hora em 1996 (figura 12). Em 1995 ocorreu uma queda da produtividade em junho, mês em que se registrou a menor captura do ano, sendo que nos demais meses a produção manteve-se estável. Em 1996, os meses de outono e inverno apresentaram a melhor produção, que declinou a partir de agosto. Existiu uma alternância de capturas ao longo do ano, tanto em 1995 como 1996 (figura 9), no começo do ano a pesca é dirigida à pescada-foguete (Macrodon ancylodon), após julho, começa a pesca da corvina (Micropogonias furnieri) e ao final (novembro e dezembro) passam para a captura de cações, surgindo como alternativa à diminuição da produção dos cianídeos. Junto à pescada-foguete e à corvina, ocorreram capturas de betara (Menticirrhus americanus) com maiores produções em março e setembro de 1995 (6,1 t. e 5,4 t.) e maio e setembro de 1996 (8 t. e 3,2 t.). A salteira (Oligoplites saurus) é bastante

32 capturada durante todo o ano, à exceção do outono e parte do inverno, ainda que isto tenha variado bastante entre os anos. Durante o inverno ocorre uma tendência maior de os barcos trazerem a porção denominada de mistura, a qual é composta por diversos peixes, principalmente nos meses de maio e agosto. As espécies, ou grupos de espécies, predominantes foram pescadafoguete, salteira, cação, corvina, betara e sororoca (Scomberomorus brasiliensis), havendo alternância das melhores capturas de acordo com a época. As proporções de ocorrência das espécies na pesca de emalhar estão apresentadas na tabela 8 e figura 13 e o comprimento médio de cada espécie está na figura 11, de acordo com a época de ocorrência. A pescada-foguete foi a principal espécie capturada nos dois anos, correspondendo a 28% e 26% dos desembarques de malheiros em 1995 e 1996, respectivamente, com 50,7 t. em 1995 e 44 t. em A maior produção ocorreu nos meses de abril (51% da captura) e maio (55%) de 1995 e fevereiro e abril em 1996 (40,8% e 39,4% da captura, respectivamente). Para sua captura, geralmente utilizaram-se redes de emalhar, com malha de 70 mm (medida de nó a nó), e os indivíduos capturados apresentaram de 33 cm a 35,8 cm. A corvina é a segunda espécie em abundância (figura 13), com peso total desembarcado no primeiro ano de 44,6 t. e 26 t. no segundo ano, correspondendo a 24% em 1995 e 15% em 1996 dos desembarques totais de malheiros. A produção máxima mensal atingida nos desembarques em 1995 foi 15,8 t. e em 1996, 7,9 t.. Os maiores desembarques ocorreram no segundo semestre, no período de agosto a outubro de 1995 (50% da captura) e de agosto a setembro em 1996 (73,4% da captura). Os comprimentos médios encontrados nos períodos de maiores desembarques ficaram em torno de 44 cm (figura 11) em ambos os anos analisados, sendo que, geralmente, estas espécies foram capturadas com redes de emalhar com tamanho de malha entre 100 e 120 mm. Uma espécie que ocorreu praticamente todo ano foi a salteira (Oligoplites saurus), com uma produção muito variável, havendo uma pequena tendência de maior captura no período de dezembro a março e em agosto. No primeiro ano não houve amostragens no mês de janeiro, período de grande 32

33 ocorrência da espécie, prejudicando a soma da produção total deste ano. Ao longo do ano, a espécie respondeu por 2,5% e 2,9% dos desembarques totais em 1995 e 1996, respectivamente (tabela 4). Na pesca de mar-a-fora, utilizando rede de emalhar, foi desembarcado um total de 12 t. (6%) em 1995 e 25 t. (15%), em 1996, sendo esta espécie a quinta em ocorrência em 1995 e terceira em 1996 (tabela 8 e figura 13). Os indivíduos apresentaram um comprimento médio diferenciado de acordo com a época, tendendo a ocorrer os menores espécimes nos meses quentes, com 38 cm em média (de 36 a 43 cm), e maiores nos meses de primavera, 41 cm de comprimento médio (39 a 43 cm) (figura 11). Os cações ocorreram, em geral, ao final do ano (novembro e dezembro), chegando ao porto, eviscerados, sendo difícil sua identificação. Assim, eles foram tratados como um grupo e não especificamente. Neste grupo, geralmente ocorreram os gêneros Charcharhinus, Mustelus, Sphyrna e Rhyzoprionodon. Dentro da pesca utilizando rede de emalhar, corresponderam ao terceiro produto desembarcado no porto em 1995 com 30,7 t. (16% do desembarque total) e quarto em 1996 com 24 t. (14%) (tabela 8 e figura 13). Sua maior produção ocorreu em novembro (10,9 t.) e dezembro (8,8 t.) de No ano 1996 houve desembarques de cações no mês de maio (6,1 t.), fato não observado em A profundidade de sua captura nos meses de novembro e dezembro foi acima de 50 m e em maio as profundidades ficaram em torno de 30 m. Junto aos cações ocorreu a captura de outros peixes como peixe-vela (Istiophorus platypterus) e dourado (Coryphaena hippurus) nos meses de novembro e dezembro. 33 d) Pesca de camarão-sete-barbas e camarão-rosa (pesca mista ) Foi uma pesca alternativa, mostrando que os barcos procuram o produto que rende mais, não ocorrendo o mesmo com todos os barcos camaroneiros. Os barcos que saem para pescar o camarão-rosa e não são bem sucedidos, retornam para águas mais rasas e pescam o camarão-sete-barbas. Porém, comparando-se a pesca dirigida a apenas uma espécie com a pesca

34 mista, observa-se que esta última foi a que apresentou as menores capturas, restando pesquisar se há uma compensação financeira adequada. A produção total desembarcada nesta categoria foi 13,5 t. em 1995 e 22 t. em 1996, com a produção total variando de 2 a 10 kg/hora e de 6 a 12 kg/hora, no primeiro e segundo ano, respectivamente (tabela 5). A época preferencial para este tipo de pescaria foi a primavera, coincidindo com a diminuição da produção nas capturas direcionadas ao camarão-sete-barbas e quando a pesca do camarão-rosa mostra-se mais rendosa. A proporção de camarão-sete-barbas e camarão-rosa desembarcado foi extremamente variada. Em 1995, nos três meses em que ocorreu esta categoria de pesca, a proporção variou de 10 a 28 kg/hora de camarão-sete-barbas para cada 1 kg/hora de camarão-rosa e em 1996 variou de 3 a 30 kg/hora para cada 1 kg/hora. Para esta atividade os barcos, em geral utilizaram redes correspondentes ao camarão alvejado, sendo feita a troca durante a pescaria. 34 e) Pesca de lulas Esta atividade foi desenvolvida apenas em 1996, no período de janeiro a abril, coincidindo com o defeso do camarão-rosa, entre 15 de fevereiro e 15 de maio, embora já no mês de janeiro os barcos já tenham direcionado as pescarias para este produto. Na figura 14 vemos a mudança da pesca da lula para a pesca do camarão-rosa. A produção total desembarcada foi de 41,9 t., a qual atingiu 35 kg/hora de produto total desembarcado no mês de março, sendo 98% de lulas (Loligo pley e Loligo sampaulensis) (tabela 5). A menor captura ocorreu no mês de janeiro (11 kg/hora), em média, neste período foi capturado 23 kg/hora. A ictiofauna acompanhante da pesca de lula foi composta, principalmente, por betara, peixe-porco e camarão-rosa. A medida que se aproxima o término do defeso do camarão-rosa, que por sua vez, coincide com a queda de produção de lulas, aumenta o desembarque da ictiofauna acompanhante, sendo que no último mês de desembarques de lulas, estas já compreenderam, apenas 17 % do produto desembarcado em cada barco.

35 Pesca Costeira e Estuarino-lagunar 35 Os dados de produção da pesca costeira, ou seja, aquela realizada em profundidades inferiores a 10 m e na região estuarino-lagunar, foram recolhidos junto à Colônia de Pescadores Apolinário de Araújo (Z-9) e à CEAGESP. A produção total desembarcada, nesta categoria, foi 242,5 t. em 1995 e 106,9 t. em 1996, ocorrendo uma queda de 44% nos desembarques dos pontos amostrados, pois na colônia diminuiu 27% e na CEAGESP, 67%, de um ano para outro. A produção sofreu um declínio ao longo do ano e entre os anos (tabela 9 e figura 15), ocorrendo uma produção máxima de 30 t. no mês de março de 1995 e caindo, subseqüentemente. Em 1995 ocorreram dois picos distintos de produção desembarcada, um no outono (março e abril) com as capturas de pescada-olhuda (Cynoscion microlepidotus), parati (Mugil curema) e paru (Pomacanthus paru e Chaetodipterus faber), respondendo por 50% dos desembarques, e outro pico nos meses de primavera (setembro e outubro) sendo desembarcados, principalmente corvina, camarão-sete-barbas e parati, responsáveis por mais de 50% dos desembarques. No ano de 1996 um pico de produção bem definido ocorreu em abril e maio, com grande desembarque de parati, bagre e pescada-olhuda, com 45% da produção total. No ano de 1995 as espécies mais desembarcadas ao longo do ano foram: parati (15%), pescada-olhuda (13%), camarão-sete-barbas (13%), paru (12%), tainha (10%). Em 1996 a proporção foi semelhante, sendo: parati (19%), tainha (13%), camarão-sete-barbas (13%), pescada-olhuda (10%), pescada-branca (Cynoscion leiarchus) (7%) e paru (5%) (figura 16). Nos meses de junho e julho ocorre na região a safra da tainha (Mugil platanus), sendo um dos principais produtos do município. Este foi responsável por 38 % da captura em julho em 1995 e 45,4 % em junho de A captura desta espécie é realizada com cerco-fixo, capturando, também diversas outras espécies. Analisando a distribuição dos cercos no município, pôde-se notar a grande dinâmica existente, resultado da pouca durabilidade da arte (figura 17).

36 Um maior número de cercos foi instalado no outono-inverno (de maio a setembro) chegando ao número total de 93 cercos, que visam à captura da tainha. Nos meses de verão o número se reduz, girando em torno de 30 cercos. A Ilha do Cardoso, junto à baía do Trapandé, mostrou ser o local preferido para a instalação dos cercos, chegando a concentrar em 1996, 26% de permanência de todos os cercos da região, principalmente na safra da tainha. Na área do Marujá, ao sul do município, o número de cercos é menor, assim como sua dinâmica de instalação, sendo, geralmente, mantidos na mesma posição o ano inteiro, havendo, apenas a troca da panagem. Os cercos possuem estrutura e tamanho de acordo com o local instalado. Obteve-se a média de comprimento da espia e do perímetro da casa-depeixe nas diferentes áreas monitoradas (tabela 10), sendo as seguintes : 36 - Trincheira : o comprimento médio das espias é de 47 m, variando desde 21,3 m a 69 m, com um desvio padrão de 24,1 m. O perímetro médio da casa-de-peixe é de 40 m, com um desvio padrão de 1,8 m e havendo casas desde 11,9 m a 15,3 m. - Ilha do Cardoso : média de 77 m e um desvio padrão de 28,7 m, variando de 17 m a 105 m. Casa-de-peixe teve uma média de 19,5 m e um desvio padrão de 4,8 m, com casas variando de 15,5 m a 30 m. - Ponte : espia com média de 46 m e desvio padrão de 9,9 m, variando de 39 m a 53 m. A casa-de-peixe apresentou uma média de 14 m e desvio de 2,8, com uma amplitude de 12 m a 16 m. Neste local foram medidos dois cercos, tendo sido montados somente estes na época. - Acaraú : neste foi medido o único cerco disponível, que apresentou uma espia de 46 m e uma casa-de-peixe de 12 m. - Prainha : comprimento médio de espia de 84 m, com desvio padrão de 8,1 m e uma casa-de-peixe de perímetro médio 15 m e desvio de 2,4 m. A variação das

37 espias é de 75 m a 90 m e da casa-de-peixe de 12,5 m a 17 m. Esta área possui o único cerco do município com duas casas-de-peixe, com as seguintes medidas: espia de fora, 45 m; espia de dentro, 90 m; casa-de-peixe de fora, 7,2 m e casade-peixe de dentro, 11 m Marujá : possuem 39 m de comprimento médio de espia e desvio de 17 m, variando de 22 m a 70 m; e casa-de-peixe, em média, com 16 m, com desvio de 2,1 m, as quais variaram de 12 a 18 m de perímetro. - Boguaçu : apresentam comprimento médio da espia de 58 m, com desvio de 2,8 m e a casa-de-peixe de 14 m de perímetro médio, com desvio de 0,9 m. Com amplitudes pequenas, sendo de 56 a 60 m para a espia e 13,9 a 5,2 m a casa-depeixe. A pesca com cercos-fixos visou a captura da tainha, do parati e do robalo, sendo que suas produções tenderam a ser antagônicas (figura 9). A tainha aparece em maior quantidade no período de junho a agosto, quando ocorreu o maior número de cercos instalados no município, atingindo uma produção total de 24 t. em 1995 e 14 t. em 1996 (tabela 9). O parati é, geralmente capturado durante os meses quentes, chegando a compor 20% dos desembarques da pesca estuarino-lagunar. Porém, esta espécie tem uma captura significativa durante o inverno, chegando a superar a tainha em alguns anos, como ocorreu em julho de A produção total capturada foi de 34,5 t. em 1995 e 22, 5 t. em À captura de tainha e parati esteve associada outras espécies como o paru e robalo. Foram desembarcadas 3,3 t. de robalo em 1995 e 1,1 t. em 1996, ocorrendo, principalmente junto à pesca do parati nos meses quentes (figura 9). Essas capturas representaram 1,4% e 1,1% dos desembarques totais da produção artesanal, respectivamente. Para as espécies capturadas com cerco-fixo, foi estimado o comprimento médio para a tainha como sendo 46 cm durante a safra (inverno) e 36 cm fora da safra (primavera). Para o parati, o comprimento médio foi 28 cm

38 durante os meses quentes. Dentre os peixes que apareceram acompanhando as espécies-alvo, tanto a tainha como o parati, não foi possível obter um número mínimo de indivíduos confiável para a estimativa do comprimento médio, sendo seus comprimentos mínimos e máximos os seguintes: a) em 1995: a carapeba com exemplares de 21 a 26 cm de comprimento; a pescada-branca Nebris microps, de 24 a 29 cm; o paru Pomacanthus paru, de 12 a 23 cm; a corvina de 18 a 53 cm; o durão Caranx hippos de 15 a 26 cm; e a caratinga Diapterus lineatus, de 11 a 25 cm; b) em 1996: a corvina, de 42 a 52 cm; a salteira, de 38 a 52 cm; e a pescada-olhuda Cynoscion microlepidotus de 35 a 77 cm (tabela 11). A utilização de redes de emalhar e espinhel visam, principalmente, a captura de pescada-branca, pescada-olhuda, pescada-amarela (Cynoscion acoupa) e corvina. A pescada-olhuda capturada com rede e espinhel atingiu 31,6 t. em 1995, compondo 13% dos desembarques e em 1996 desembarcou 10,9 t. (10%) (figura 16). A pescada-branca foi desembarcada em pequena quantidade em 1995, com 3,7 t. (2% dos desembarques), mas em 1996 foram desembarcadas 7,7 t. (7%). Estas duas espécies ocorreram em maiores quantidades durante os meses quentes (primavera-verão) (tabela 9). O camarão-sete-barbas é a única espécie que se pode afirmar que foi capturada fora do estuário, tendo sido desembarcadas 30,6 t. (12,6 % da pesca costeira) em 1995 e 14,6 t. em 1996 (13,7 % dos desembarques) (tabela 9) Relação da captura dos cercos-fixos com índice de pluviosidade Foram tomados três cercos-fixos para realizar uma análise mais minuciosa de suas capturas. Os cercos localizavam-se em três locais distintos: Ilha da Casca, Ilha do Cardoso e Trincheira (figura 2). A análise de correlação simples foi aplicada em diferentes capturas para cercos de três áreas distintas, na tentativa de relacioná-las com os índices de pluviosidade (tabela 12). Os cercos localizados nas áreas da Trincheira e da Ilha do Cardoso apresentaram uma baixa correlação com os índices pluviométricos em qualquer composição da captura (figura 18). Tomando-se o cerco da Ilha da Casca, local que, no geral apresenta menores

39 salinidades (Mishima et al., 1983) ocorreu uma correlação um pouco mais alta quando a composição principal da captura foi virote (r=0,678), mas mesmo assim não significativa. O cerco da Ilha do Cardoso foi que apresentou a menor captura entre os três cercos analisados (8% do total), sendo sua captura total composta, principalmente de parati (57%), seguido do virote (26%). Na Ilha da Casca, o cerco apresentou uma captura principal de parati (48%), ficando em segundo a tainha (31%), embora tivesse havido uma correlação maior do virote com a pluviosidade, este produto foi o menos capturado, correspondendo a apenas 21 %. Por fim, o cerco da Trincheira, o qual se localiza próximo a boca da barra de Cananéia, apresentou uma captura caracterizada pela presença de virote (47%), seguido do parati compondo 33% da captura. Nos cercos mais dentro do estuário, a principal captura em peso foi de parati, enquanto que o cerco mais próximo da boca da barra de Cananéia a captura principal foi composta de virotes Produção por área de pesca A região de pesca foi dividida em quatro áreas de atuação, já mencionadas. Posteriormente, foram calculadas as médias de CPUE em kg por hora de cada área das duas categorias de pesca, camaroneiros e malheiros, para realizar análises das capturas. Pesca dos barcos camaroneiros Em todas as áreas consideradas, a produção apresentou uma queda na captura ao longo do ano. Em 1995 a região norte foi a mais produtiva (12,4 kg/hora em média) com picos de produção entre março e maio, sendo a região sul a de menores produções (5,9 kg/hora) (tabela 13 e figura 19). A produção média de 1995 foi 11 kg/hora, com barcos pescando, principalmente, entre Icapara e Ararapira (centro) (55%), seguido da região acima da barra do

40 Icapara (norte) (25%). No geral, a região sul foi procurada durante o inverno. No ano de 1996 a produção mais alta ocorreu nos meses quentes, principalmente em março (34,8 kg/hora em média), com uma produção semelhante entre as áreas. Novamente a área sul apresentou as menores capturas (11,7 kg/hora em média). Os barcos operaram 48% entre Icapara e Ararapira e 32% acima de Icapara. No mês de março os barcos que percorreram o litoral, capturaram 71,3 kg/hora, fazendo com que a média anual aumentasse, mas após este período a produção ficou entre 5,7 a 11,1 kg/hora (média de 8,7 kg/hora). Em geral, os barcos procuraram pescar na região central (55 % dos barcos em 1995 e 48 % em 1996), principalmente em volta da ilha do Bom Abrigo (47 54 W; S). A segunda área preferencial para a prática da pesca foi a norte com 25 % em 1995 e 32 % em 1996 (figura 20). Na análise de diferenças de médias de captura, observou-se que houve diferença de um ano para outro (1995 para 1996) apenas na região sul, com um aumento significativo na produção (nível de significância de 0,05), sendo que as demais regiões apresentaram médias semelhantes, cujas alterações não foram significativas. 40 Pesca dos barcos malheiros Durante 1995, a pesca com rede de emalhar foi mais produtiva na área norte (12,1 kg/hora em média) (tabela 13 e figura 19), sendo estável ao longo do ano, com a menor produção em junho (6,2 kg/hora). No verão, ocorreu boa produção entre as barras de Icapara e Ararapira, diminuindo a medida que se chegou ao final do ano. Nota-se que nos meses de novembro e dezembro a área sul teve uma produção elevada com 13,5 kg/hora e 14,5 kg/hora, respectivamente, sendo, que esta área é procurada, praticamente, apenas nesta época, com um direcionamento da pesca para o cação. Em 1996, novamente, a área norte teve melhor média de captura (14,2 kg/hora), com uma maior captura nos meses de inverno (maio-junho), atingindo 33,3 kg/hora. Notou-se que os barcos pouco procuraram percorrer mais de uma área.

41 A pesca dos barcos malheiros, no geral, obteve melhores capturas entre março e agosto. A região sul obteve boa captura nos meses de novembro e dezembro, quando os barcos se afastam da costa, buscando locais mais profundos que os 50 m, para direcionarem a pesca aos cações. Nas outras regiões, a pesca concentrou-se na salteira e corvina, em profundidades menores (20 a 30 m), durante o segundo semestre de cada ano. A procura da área norte foi maior no ano de 1995, com 40% da atividade ocorrida neste local. Em 1996, 54% dos barcos pescaram entre Icapara e Ararapira, seguido pela área norte (35%). De um ano para outro a produção média não foi significativamente alterada (0,05 de significância), sendo que em ambos os anos a região norte foi a de melhor produção, seguida da sul ao final do ano. No ano de 1995 a produção média, ao longo do ano foi em torno de 10 kg/hora, já em 1996 a média ficou em 11,3 kg/hora, com o inverno tendo as melhores capturas, principalmente na área norte. Em ambos os anos, no mês de dezembro obteve-se uma boa captura na região sul, devido a pesca dos cações Estimativa da população e taxa de remoção das principais capturas Com o intuito de estimar a população explorada pela frota pesqueira sediada em Cananéia, bem como quantificar a taxa de remoção realizada pela mesma, utilizou-se o método de Leslie e Davis (1939), modificado por Ricker (1958a) (apud Ricker, 1975), para as três principais espécies desembarcadas, o camarão-sete-barbas, a pescada-foguete e a corvina. Estas são responsáveis por mais de 80 % dos desembarques no município, sendo que apenas o camarãosete-barbas é responsável por aproximadamente 50 % dos desembarques.

42 - Camarão-sete-barbas 42 Esta espécie foi a mais abundante nos desembarques no município, tendo sido calculados dos parâmetros de captura (figura 21), estimando-se a população em 426 t. no ano de 1995 e em 975 t. no ano de De um ano para outro ocorreu um aumento de 128 % na população, fato confirmado pelo crescimento da CPUE, a qual aumentou em 181 % de 1995 para O coeficiente de capturabilidade calculado foi de 0,12 para 1995 e em 0,25 para Este aumento pode ter sido causado por uma influência favorável dos fatores ambientais no ano de 1996 ou uma melhora na atividade de captura, como, por exemplo, a presença de tripulações melhor habilitadas. A frota pesqueira sediada em Cananéia, em sua maioria percorreu uma área que abrange desde Itanhaém até Paranaguá, numa profundidade entre 5 m a 18 m, a qual desembarcou um total de 350 t. em 1995 e 691 t. em 1996 de camarão-sete-barbas no porto (tabela 4). A estimativa da taxa de remoção por dia efetivos de pesca de camarão-sete-barbas foi 11,2 % e 22,4 % para 1995 e 1996, respectivamente. De um ano para outro houve um aumento de 100 % na taxa, indicando, possivelmente uma melhoria da atividade pesqueira em si, ou seja melhores tripulações, realizando um manuseio da arte de pesca de modo mais eficiente. - Pescada-foguete A pescada-foguete foi uma espécies abundante no primeiro semestre de cada ano, através da regressão dos parâmetros de captura estimouse a população explorada pela frota pesqueira de Cananéia (figura 21), obtendose 90 t. em 1995 e 156 t. para O aumento ocorrido da população de pescada-foguete foi de aproximadamente de 73 % de um ano para outro, acompanhado pela diminuição do coeficiente de capturabilidade, sendo estimados em -2,7 e -3,2 em 1995 e 1996, respectivamente. Como ao barcos que realizam esta pescaria são os mesmos nos dois anos, o aumento da população de pescada-

43 foguete, talvez possa ter sido a melhora nas condições ambientais. Assim, pode ter havido uma recuperação da população explorada pela frota e, mesmo assim, uma diminuição do coeficiente de capturabilidade. A frota pesqueira de Cananéia atuou em um área delimitada de Praia Grande a Paranaguá numa profundidade de, aproximadamente, 15 m a 30 m, desembarcando um total de 65 t. em 1995 e 62 t. em 1996 (tabela 4), foi estimado uma taxa de remoção de 11,3 para o primeiro ano e 9,4 para o segundo ano, com uma diminuição de 17 % de uma ano para outro Corvina Ao contrário da pescada-foguete, esta espécie ocorreu no segundo semestre e foi estimado uma população de 53 t. e 32 t. em 1995 e 1996, respectivamente, sobre a qual a frota pesqueira de Cananéia atua (figura 21). A diminuição ocorrida na população de um ano a outro foi na ordem de 39,6 %, bem como o coeficiente de capturabilidade que passou de 1,0 em 1995 para 0,98 em Os barcos que atuam na pesca de corvina, no segundo semestre foram os mesmos que atuaram na pesca de pescada-foguete no semestre anterior. Assim sendo, a diminuição talvez tenha ocorrido devido as condições ambientais que diminuíram a população explorada, provocando a queda do coeficiente de capturabilidade. Os barcos atuaram em áreas semelhantes à pesca de pescada, numa profundidade entre 20 e 30 m, desembarcando um total de 55 t. em 1995 e 35 t. em 1996 (tabela 4), sendo estimado uma taxa de remoção de 6,12 e 2,78, para o primeiro ano e segundo ano, respectivamente, indicando uma pesca menor no ano de 1996, provavelmente pela diminuição da própria população.

44 5. DISCUSSÃO Metodologia empregada Desde 1967, o Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recolhe dados de produção dos desembarques realizados no município de Cananéia. A metodologia de coleta empregada é a mesma para todo o estado e semelhante a forma empregada em muitos locais do país. Resume-se em realizar amostragens nos trapiches e entrevistas com os pescadores durante o momento do desembarque, tomando-se dados da arte empregada, local de pesca, dados de saída e chegada ao porto, dias efetivos de pesca, profundidade e produção (Haimovici & Mendonça, 1996a). Através destes dados é possível analisar a captura em diferentes prismas, quantificando produção, esforço, CPUE, entre outros. Mas um dos grandes problemas do método tradicional é a imprecisão e fidedignidade do dado, pois não há segurança sobre a veracidade da informação, podendo o pescador informar dados que não são verídicos, sendo difícil, na maioria das vezes, perceber se as informações são corretas ou não. Isto acarreta em dados de pouca confiança e em risco de interpretações errôneas sobre o estado da atividade pesqueira. Diversos motivos levam o pescador a não responder corretamente a entrevista. Um deles é o medo da fiscalização sobre o barco e/ou produto capturado. O desinteresse por parte da classe pesqueira é fato agravante, pois, de acordo com seu julgamento, o órgão coletor não fará nada com o dado que possa ajudar a classe. Dados como a posição (local) da pescaria, são muitas vezes de difícil aquisição, pois o pescador desconfia que esta informação seja repassada a outros pescadores. No geral, existe uma incompatibilidade entre a classe produtiva e órgãos que coletam os dados, causada pelo distanciamento entre ambas as partes, não havendo união entre eles visando um fim comum, ou seja, uma pesca sustentável e com níveis aceitáveis.

45 Devido a isto podemos ter interpretações errôneas da atividade, o que acaba prejudicando o ordenamento dos recursos pesqueiros. Para que haja um bom ordenamento é necessário uma qualidade satisfatória do dado, ao ponto que tenhamos condições de diagnosticar o estado do recurso com precisão. Então, com o intuito de melhorar a qualidade do dado recolhido, trabalhamos junto ao pescador, envolvendo a equipe ao setor pesqueiro. Diegues (1983) corrobora dizendo que os projetos devem atender as necessidades da classe, sendo necessário abrir os projetos, relatórios e discussões à comunidade. Com base nesta filosofia e tendo em mente melhorar a qualidade do dado é que aprimoramos o sistema de coleta às necessidades locais e tentamos adquirir a confiança da classe. Utilizamos o método de recolher os dados da mesma maneira que é realizado em diversos locais de coleta do país, através de entrevistas, mas retornamos os dados à classe de forma analisada, a fim de fazer com que o pescador veja a utilidade do dado por ele fornecido. Com o desenvolvimento do projeto, os dados recolhidos foram adaptados a realidade do pescador. Por exemplo, não informamos a captura média dos barcos por hora e, sim o quanto pescam por dia, sendo esta unidade melhor assimilada pelo pescador e de entendimento mais fácil. Outra informação modificada foi relativa ao estado da captura. Estes dados, como o comprimento total médio do camarão-sete-barbas, são informado juntamente com o número médio de peças por quilograma desembarcado, unidade utilizada para a classificação da captura desembarcada na indústria. Esta foi uma das sugestões da própria classe pesqueira e que foi incorporada pelo projeto. As adaptações feitas ao projeto inicial, por menores que tenham sido, fizeram com que a confiança mútua no trabalho aumentasse e que se adquirisse dados mais precisos e confiáveis. Outro fato de extrema valia é a presença da equipe de pesquisa junto ao pescador, estando sempre no ponto de desembarque, envolvendo-se com a rotina pesqueira. este fato resultou numa maior sensibilidade para perceber as mudanças na atividade, desde o produto desembarcado até no comportamento do pescador. Esta aquisição de 45

46 sensibilidade é importante, pois este fato resulta no preparo da equipe para perceber se o dado informado é verídico ou não. Desta forma, têm-se, hoje dados em que se confia e consolidou-se uma relação harmônica entre o projeto e a classe pesqueira. Aliado a uma melhor cobertura dos pontos de desembarque a produção anual de Cananéia passou de 388 t. em 1994 (dados da Seção de Controle de Produção Pesqueira do Instituto de Pesca SAA) para 1200 t. em 1996 e no prosseguimento do projeto para os ano de 1997 temos totalizados 1670 t. no município de Cananéia (Relatórios internos de produção pesqueira do município do projeto Pesca Sul Paulista). Hoje as características dos projetos desenvolvidos no litoral, desde áreas de gerenciamento costeiro até pesca, cada vez mais envolvem as comunidades, visando atender as necessidades destas e desenvolver um trabalho mais próximo da realidade, assim assegurando dados que condigam com a situação real das comunidades trabalhadas (Secretaria do Meio Ambiente, 1986; Diegues, 1987) Descrição da frota e artes de pesca empregadas Diversas classificações são utilizadas para organizar as diferentes categorias de pesca. A mais usada é a denominação de pesca artesanal e pesca industrial, sendo essa a base para tomada de dados estatísticos. No caso da pesca artesanal, esta classificação acarreta problemas na estatística básica da pesca, pois existe a falta de discriminação da área e arte de pesca ou tipo de barco, bem como a inclusão de peixes capturados no estuário com zonas costeiras e mar-afora, por diferentes frotas e artes de pesca e, ainda não haver registros de esforço, tornando a estatística sem precisão e incompleta (Reis, 1993). Praticamente todas as classificações se baseiam no tamanho dos barcos, motor, tipo de arte, local de operação ou combinações destes (Reis, op. cit.). Este fato pode não retratar fielmente as condições da pesca artesanal, sendo necessário a adesão de outros fatores, tomando como base a produção, administração e critério de propriedade (Diegues, 1989).

47 Diegues (1995) divide as formas de produção pesqueira no Brasil em três categorias: 1. A pesca de subsistência, feita por grupos, a qual está praticamente desaparecida no litoral e está aliada a caça e pequena lavoura, ambas de subsistência, geralmente não havendo mediação de moeda e com o excedente reduzido. 2. Pesca de pequena produção mercantil, ocorrendo a produção para a venda, com características familiares, tendo uma tecnologia de baixo poder de predação e uma área restrita de trabalho. Esta categoria apresenta dois subtipos: os pescadoreslavradores, onde a pesca é um meio complementar à agricultura, aumentando a renda familiar, com o envolvimento apenas da família, restrita, geralmente a safras; e pescador-artesanal, que faz da pesca seu meio de sobrevivência, voltada ao comércio. 3. Pesca empresarial capitalista, quando os instrumentos de produção pertencem a uma empresa, havendo as funções assalariadas, onde os pescadores são empregados e possuem grandes vínculos a empresa em todos os sentidos. Reis (1993) classifica as pescarias do Rio Grande do Sul (Brasil) em duas categorias: - Pesca de subsistência, sendo a pesca estuarina, com artes de pesca simples, sem equipamentos sofisticados, com barcos de, máximo, 10 m de comprimento, sem cabina e sendo utilizados somente para viagens curtas entre suas casas, áreas de pesca e locais de desembarque do pescado. - Pesca comercial, a qual apresenta três subdivisões: Pesca artesanal ou de pequena escala, caracterizada pelas mesmas condições da anterior, mas quando a atividade é rentável. Pesca semi-industrial ou de média escala, que inclui barcos de maiores capacidades de pesca, com tamanhos entre 12 m e 15 m de comprimento, motores de 90 H.P. a 120 H.P. e quase todos com ecossondadores. Apresentam apetrechos de pesca tecnologicamente mais sofisticados, sendo mecanizados. Pesca industrial ou de grande porte, a qual é a pesca efetuada pela frota industrial, com embarcações muito equipadas, alto investimento e produtividade. 47

48 Outra classificação foi sugerida por Tiago et al (1995), para a frota pesqueira sediada no município de Ubatuba, litoral norte do estado de São Paulo (Brasil), que são definidas de acordo com diversos critérios como a potência do motor, arte de pesca empregada, incremento tecnológico, tamanho dos barcos e locais de pesca. Esta divide em três grandes categorias, de subsistência, comunitária e comercial, onde estas apresentam subdivisões como artesanal e mecanizada. Foram encontradas semelhanças entre a frota pesqueira sediada em Cananéia e a de outras regiões, mas com certas particularidades que fazem com que ela seja classificada ou descrita diferentemente. Ocorreram três divisões bem distintas na frota, de acordo com vários fatores, tais como as características das embarcações, relações sócio-econômicas e de produção, sendo as seguintes: 48 - Pesca estuarino-lagunar: está enquadrada a pesca exclusivamente dentro do estuário, como as pescarias de tainha, parati entre outros peixes e a pesca do camarão-branco e camarão-rosa. Suas características básicas são: a utilização de embarcações simples, somente para deslocamentos entre as comunidades e pontos de pesca ou de desembarque; ausência de incremento tecnológico, quando muito possuindo motores pequenos (de 4 H.P. a 25 H.P.); a dedicação integral ou parcial à pesca; individualismos dos pescadores, que não se agrupam em pequenas comunidades, podendo estar trabalhando com familiares e/ou em parcerias. A produção, na maioria das vezes é baixa, excetuando-se aquelas das safras, tais como a de tainha e de parati. Esta divisão enquadra-se na classificação de Reis (1993), como a pesca artesanal (pequena escala), por ser de proporções pequenas e economicamente rentável. Como praticamente todo o produto é direcionado para o comércio, também pode-se classificar este tipo de atividade como pescadores-artesanais Diegues (1989), sendo típicos de pescadores que atuam dentro do estuário (Mourão 1971; Diegues, 1995), possuindo, geralmente, mais de uma atividade, ou seja, apresentam atividades paralelas à pesca, podendo ser extrativistas (retiram

49 do mangue a ostra, o caranguejo, entre outros) ou ainda trabalham nas zonas urbanas. Sua atividade de maior intensidade varia com a época, podendo atuar mais no extrativismo num período ou na atividade de pesca noutro, ou, ainda atuar nas duas atividades ao mesmo tempo, por exemplo na pesca com cerco-fixo, que o pescador trabalha em duas atividades ao mesmo tempo, visto que, geralmente a do pesca com cerco é necessário apenas um dia por semana para realizar a despesca Pesca costeira: esta é composta por barcos chamados de bateras e de canoas motorizadas, com autonomia de mar de dois dias, os quais pescam ao longo da costa sul paulista, capturando camarão-sete-barbas, camarão-branco, camarãorosa (popularmente denominado de perereca) e diversos peixes. Sua produção, também é pequena, geralmente, não ultrapassando 200 kg/dia. Estas embarcações não possuem incremento tecnológico e a dedicação é integral à pesca. Na classificação de Tiago et al. (1995), seria enquadrada como pesca comercial de pequeno porte mecanizada, por possuírem barcos motorizados e apetrechos de pesca mecanizados, exceto na pesca com redes e espinhel, onde o manuseio do apetrecho é manual. Reis (1993) não enquadra estas embarcações em sua classificação. Assumpção et al. (1996) identificou este tipo de pesca, analisando a frota no município de São Sebastião (SP), apresentando características semelhantes as encontradas em Cananéia. As bateras, em Cananéia são típicas de capturas de pesca de camarão-sete-barbas e, quando não, a pesca é de peixes com a utilização de espinhel horizontal. As canoas motorizadas trabalham com redes de emalhar utilizando tamanho de malhas de acordo com a época. A mudança de malhas ou artes de pesca ocorre de acordo com certos fatores como: abundância do recurso, disponibilidade do apetrecho, valor do produto no mercado, sendo este de acordo com a quantidade do produto no mercado. - Pesca de mar-a-fora: típica de barcos de pesca comercial de médio porte, ou seja são embarcações motorizadas, com um certo incremento tecnológico, onde se encontra ecossondadores e navegadores (GPS - Global Position Sistem).

50 Geralmente, os barcos possuem somente um proprietário (uma empresa),e os pescadores e instrumentos de produção apresentam grandes vínculos com a mesma em todos os sentidos (Diegues, 1995). Incluem-se aí barcos que pescam o camarão-sete-barbas, camarão-branco, camarão-rosa, moluscos e peixes. De acordo com Reis (1993), esta pesca se enquadra na pesca semi-industrial (média escala), encontrada na costa do Rio Grande do Sul. Na classificação de Tiago et al. (1995) seria pesca comercial de médio porte mecanizada, com a ressalva de que a produção pode ultrapassar as 5 toneladas colocadas como limite para esta classificação. Barcellos et al. (1991) descrevem os camaroneiros para a costa do Rio Grande do Sul, onde encontrou barcos de 18 a 24 m de comprimento, fato que em Cananéia difere muito, pois no município, durante o período de 1995 e 1996, apenas registrou-se dois barcos com estas dimensões, sendo os demais com comprimentos que não ultrapassaram a 16 metros. Os barcos que direcionam suas pescarias a peixes, são, também classificados como pesca empresarial capitalista (Diegues, 1995). Estes barcos utilizaram redes de emalhar, com diferentes tamanhos de malha, podendo ser de superfície ou de fundo, fato que só é decidido após saírem do porto, ou seja quando saem para pescar carregam várias redes, caso não seja encontrado o produto alvo da época, trocam o apetrecho (redes) e direcionam a pescaria a outro tipo. Outro fato interessante é a utilização de mais de uma rede ao mesmo tempo de pesca, ou seja, quando o barco solta uma rede de determinada malha, une à extremidade outra rede de malha diferente. Por exemplo, quando se coloca uma rede de malha 70 mm para a pesca de pescada-foguete, solta-se unida na extremidade outra rede de malha 100 mm para a pesca de corvina ou salteira. Esta atitude aumenta a possibilidade de capturar diferentes recursos e aumenta a possibilidade de captura e por sua vez a produção. Um fato importante a ser discutido é a grande dinâmica existente na frota, ou seja tanto na pesca de mar-a-fora, quanto na costeira e estuarino-lagunar os barcos não permanecem na mesma atividade, podendo num ano trabalhar sobre o camarão-sete-barbas e noutro na rede emalhar, isto ocorrendo principalmente na 50

51 pesca costeira, onde dependendo do rendimento do recurso, o barco direciona seu esforço para diferentes atividades. Cabe concluir, então que uma descrição pontual da frota, ou seja de um ano, nem sempre é válida para outros anos, no ponto de vista de número de barcos em diferentes atividades Avaliação dos desembarques das principais espécies Historicamente a produção do município de Cananéia, principalmente estuarina, apresenta estreitas relações com os fatores ambientais. O sistema estuarino-lagunar tem caracter especial, sendo seu conhecimento uma chave indispensável ao entendimento do que se passa no conjunto da região (Besnard, 1950a). Desde que a coleta de dados estatísticos se iniciou no município, observa-se que as oscilações ocorridas nos desembarques acompanharam a produção desembarcada no estado de São Paulo, havendo maior produção no município no período após Este período foi marcado pelo grande incentivo financeiro e fiscal concedido à classe pesqueira para incrementar a produção como um todo, havendo maiores esforços sobre os principais recursos pesqueiros da costa brasileira, como a corvina, pescada-foguete, goete, sardinha, camarão-setebarbas, camarão-rosa, entre outros (IBAMA, 1993). Os principais produtos desembarcados no município de Cananéia são o camarão-sete-barbas, a pescada-foguete, a corvina, a tainha, o parati e o robalo. Estes produtos são importantes, tanto economicamente como socialmente, os quais tornaram-se a base sócio-econômica de Cananéia. Para podermos entender melhor a dinâmica da pesca do município, abordaremos diversos aspectos referentes as oscilações ocorridas destes produtos.

52 - Camarão-sete-barbas Desde o início das coletas de dados estatísticos, o camarão-setebarbas tem sido o recurso mais desembarcado no município, havendo um significativo aumento da produção durante o período entre 1975 a 1987, acompanhando a evolução da produção na região sudeste-sul do Brasil (Valentini et al ; IBAMA, 1993). A frota pesqueira de Cananéia, que atua sobre o camarão-setebarbas é pequena e pouco especializada, havendo o amplo predomínio de arrasteiros que trabalham sobre a população de camarão na costa sul do litoral do estado de São Paulo. O produto da captura é extremamente heterogêneo, devido a utilização de um aparelho de baixa seletividade (Graça Lopes, 1996). Esta atividade teve início antes da década de 70, utilizando embarcações pequenas, com aparelhos de arrasto com portas simples e barcos de dimensões inferiores a 19 metros de comprimento. A partir da década de 70 foi introduzido o arrasto duplo, havendo um grande aumento da produção (Valentini et al.., 1991). Não foi possível obter-se dados de esforço empregado sobre o recurso do camarão-sete-barbas, ao longo dos anos, mas a região sudeste-sul, no período supra citado, sofreu um incremento de esforço. A partir de 1984, este esforço começou a diminuir devido ao desvio da frota arrasteira para a pesca do camarão-rosa. Assim sendo, acreditamos que em Cananéia, tenha ocorrido um incremento deste esforço, também, acarretando no aumento da captura e desembarques. Fato não observado no município, foi o desvio da frota para a pesca de camarão-rosa durante o período de 1984, permanecendo na pesca de camarãosete-barbas até o momento. Isto ocorreu devido à frota sediada no município ser formada de barcos pequenos, com pequena autonomia de mar. A produção desembarcada de camarão-sete-barbas nos anos de 1995 e 1996 em Cananéia, mostrou-se declinante, havendo uma paulatina diminuição até agosto. Comparando-se estes com os dados de produção total desembarcada no estado, nestes anos, vemos que os desembarques em Cananéia acompanham os do estado, com maior produção no primeiro semestre (dados de 52

53 produção da Seção de Controle de Produção do Instituto de Pesca SAA). A produção de camarão-sete-barbas acumulada durante 20 anos de dados, mostra um padrão diferente do de produção dos anos de 1995 e 1996, havendo grandes desembarques durante o período de outubro a março (meses quentes), enquanto entre abril e setembro foram registrados diminuição dos desembarques. Isto revela uma modificação no padrão de desembarques, sendo que atualmente os maiores ocorrem no primeiro semestre (entre janeiro e abril), com o declínio após o mês de maio. Isto sugere que, no período de setembro a dezembro, houve diminuição da população ou esta não estava mais disponível para as capturas, visto que este período revela um pico de camarões maturos para desovarem (Severino-Rodrigues et al., 1992). Outro fato que modifica este panorama é que nesta época registra-se, no município os maiores desembarques de camarão-sete-barbas escolhido, ou seja, ocorre uma seleção a bordo do barco, visto que o produto torna-se maior (comprimento total) e apresenta um valor mais elevado. A presença de camarões jovens é registrada, visto que esta espécie apresenta um recrutamento contínuo (Severino-Rodrigues op. cit.), então possivelmente ocorra um grande descarte de camarões durante a pesca, principalmente na pesca costeira, que geralmente desembarcam, apenas camarão escolhido. Comparando-se a produção de 1995 com a de 1996 percebe-se um aumento na captura, devido a troca de embarcações da frota de Cananéia, sendo que saíram para outros portos alguns barcos e começaram a desembarcar no município outras embarcações mais capacitadas e com maior eficiência, implicando, assim uma CPUE mais elevada. Esta eficiência dos barcos, revelada através de vários fatores, tais como a experiência da tripulação e características físicas da embarcação, são preponderantes para a melhor captura (Graça-Lopes, 1996). Isto reflete uma CPUE média mais elevada em 1996, porque houve desembarques das capturas realizadas por embarcações mais eficientes, tanto melhores nas tripulações como em características estruturais dos barcos. A captura máxima sustentável para a população explorada pela frota sediada no estado de São Paulo é t., para um esforço máximo de horas (IBAMA, 1993), resultando um índice de abundância relativa de 21,4 Kg/hora. 53

54 Ao longo dos anos, este índice de abundância relativa sofreu um declínio até 1988, fato atribuído ao esforço de pesca que aumentou durante o período de 1972 a 1985 (Valentini et al.., 1991 e IBAMA, 1993). Matsuura (1987) coloca que através do modelo descritivo a produção máxima sustentável foi estimada em 14,4 mil toneladas ao ano, com um esforço de pesca de 567 mil horas de arrasto, para a região sudeste. O índice médio de abundância encontrado em Cananéia foi de 10 kg/hora em 1995 e 18 kg/hora em No primeiro ano o índice encontrado foi a metade do valor estimado para o estado de São Paulo (Valentini et al.. op. cit.; Graça Lopes, 1996), o qual foi calculado em torno de 20 kg/hora. Com a subida do índice em 1996, dobrou o coeficiente de capturabilidade, estando seu valor próximo ao índice máximo de abundância estimado pelos autores citados. Este aumento ocorreu devido a entrada de um ano para o outro de embarcações mais eficientes, desembarcando maior quantidade de produto, utilizando o mesmo número de horas de pesca (esforço). Como já mencionado, embarcações melhores com tripulação mais experiente acarreta em maiores capturas (Graça Lopes, 1996), que confirma este aumento do índice de capturabilidade de 1995 e A população de camarão-sete-barbas, sobre a qual a frota de Cananéia atua, foi estimada em 426 t. para o ano de 1995 e 975 t. para 1996, sendo esta apenas uma parte da população total estimada para o litoral do estado de São Paulo (Graça Lopes, op. cit.). Isto ocorreu devido a área em que a frota atua ser limitada apenas a porção sul do estado e norte do estado do Paraná, sendo estimada uma área de aproximadamente de 150 km 2. O índice de capturabilidade encontrado em ambos os anos é superior ao encontrado por Graça Lopes (op. cit.), sugerindo que a frota de Cananéia apresenta um esforço grande sobre a população do litoral sul do estado de São Paulo. Graça Lopes (op. cit.), observou picos de produção do camarãosete-barbas em maio e outubro, com ou sem defeso da espécie, tanto para barcos de grande porte como barcos pequenos. Estes picos de produção, também foram encontrados nos desembarques de Cananéia, coincidindo com os meses de maior produção. Podem representar o recrutamento ou um fenômeno que disponibilize, 54

55 para a pesca, uma maior parcela da população, como a migração, a concentração para acasalamento ou desova, a contração de áreas de dispersão em razão de fatores ambientais Graça Lopes (op. cit.). Este autor ainda sugere que a maior produção de março deve-se ao recrutamento e a de outubro a prováveis concentrações de parcelas da população para a cópula ou desova. Analisando-se os dados dos desembarques em Cananéia, vemos que o comprimento médio do camarão, ao longo dos anos de 1995 e 1996, sofreu pouca modificação, havendo, somente no período de fevereiro a março de 1995 e de janeiro a maio de 1996, comprimentos médios menores de 8 cm, sugerindo, desta forma que possivelmente o recrutamento ocorra no período de janeiro a abril, embora este possa ser um pouco mais estendido. Em 1995 o pico de produção de maio não coincidiu com o comprimento médio menor, indicativo de recrutamento, mas no ano seguinte este fato pode ser claramente observado, com capturas compostas por indivíduos menores. No mês de outubro, o pico de produção coincide com comprimentos médios maiores, havendo, de acordo com Severino-Rodrigues (1982), uma grande concentração de fêmeas maduras, desovando neste período, indicando possivelmente, que este fato seja o causador da maior concentração de camarões. Em síntese, as produções maiores de maio e outubro, não podem ser atribuídas às mesmas causas. A maior produção de maio, possivelmente foi causada pelo recrutamento e fatores ambientais, pois neste período ocorre máximo de temperatura ao fundo na região costeira de Cananéia (Pereira-Filho, 1980), havendo maior concentração de indivíduos que se beneficiam destas condições para poder crescer. As maiores concentrações de camarão no mês de outubro, podem ter sido ocasionadas pela desova ocorrida nesta época (Severino- Rodrigues, op. cit.), fato este observado nos desembarques, visto que o camarão capturado apresenta comprimentos maiores e observa-se fêmeas maduras e prontas para desovarem. Outro ponto analisado foi referente às características das capturas, verificadas no porto de Cananéia, durante o período de estudo. A proporção sexual encontrada de 1:1, já foi constatado por Severino-Rodrigues (1992), que encontrou 55

56 a mesma proporção na categoria de desembarque bruto, com o predomínio de fêmeas na categoria comercial e machos na categoria rejeitado. Cabe salientar que nossas amostragens sempre ocorreram sobre a categoria de desembarque bruto, onde não houve nenhum tipo de seleção prévia. Entende-se, no trabalho do autor citado anteriormente, como categoria comercial o desembarque de camarão previamente selecionado durante a pesca, quando são escolhidos os indivíduos maiores. Já a categoria de rejeitado seria a porção de camarão descartado, devido ao pequeno comprimento. Observou-se, no município que existe esta seleção a bordo das embarcações, principalmente no segundo semestre, mas tanto o camarão grande como o pequeno são desembarcados, não havendo rejeição do camarão pequeno, mas apenas uma separação dos camarões capturados, de acordo com o tamanho. Embora, não possamos confirmar que este camarão pequeno desembarcado seja todo o camarão selecionado, podemos acreditar que há o risco de ocorrer descarte a bordo. A justificativa dada pelo pescador a não rejeição do camarão é o fato de prejudicar a pescaria, ou seja estraga o pesqueiro, possivelmente provocado pelo aumento da matéria orgânica e por sua vez a diminuição do oxigênio nas camadas inferiores da coluna d água. Na análise da relação peso-comprimento foram estimados os valores das constantes a e b da expressão matemática, os quais sugere-se que sejam utilizadas para a estimativa de peso e não os valores anuais, devido a significância de suas diferenças. Estas talvez tenham ocorrido devido ao crescimento rápido que o camarão-sete-barbas apresenta (Dura, 1985), e por existirem camarões de diferentes tamanhos e idades nas populações. O parâmetro de maior grau de diferença são os da variável b, ou seja a declividade da curva, com valores maiores no primeiro semestre, período este em que foram encontrados maiores quantidades de indivíduos pequenos Pescada-foguete Macrodon ancylodon, espécie conhecida como pescadinha ou pescadinha-real (no Rio Grande do Sul), pescada-foguete, pescada-pan e pescadamembeca (na região sudeste-sul) apresenta quatro populações: uma no litoral do

57 estado do Espírito Santo; do norte de Cabo São Tomé ao Cabo Frio (Atafona); litoral de São Paulo, Paraná e norte de Santa Catarina; da costa do Rio Grande do Sul (Yamaguti, 1979; Moraes, 1980; Kotas, 1994). Os desembarques da pescada na região sudeste-sul estão em contínuo declínio, encontrando-se sobreexplotados (Valentini et al.., 1991b; IBAMA, 1993). Esta diminuição pode ter sido causada pelo intenso esforço empregado, principalmente nas formas mais jovens (Valentini et al.., 1991b; Kotas, 1994). Haimovici & Mendonça (1996b), estudando o impacto da pesca de camaroneiros sobre os cianídeos comerciais da costa do Rio Grande do Sul encontraram uma quantidade significativa de pequenas pescadas compondo a rejeição das capturas. Em Cananéia, os desembarques ao longo dos anos, também diminuíram, ocorrendo picos de produção no período de 1984 a 1991, declinando logo após. Este fato possivelmente foi causado pela diminuição da população, visto que ocorreu, na costa do estado de São Paulo, um incremento muito grande do esforço sobre o recurso, chegando a sobreexplotação. Suas capturas mais significativas ocorrem nas pescarias que utilizam redes de arrasto (parelhas, porta simples e arrasto de praia) e redes de emalhe. No Brasil a pesca da pescada-foguete é dividida em duas categorias: industrial, a qual é realizada por parelhas e arrasto com portas, e a pesca artesanal, realizada por embarcações pequenas, de arrasto com portas, emalhe, pesca de praia (arrasto e emalhe) (Moraes, 1980). Na região sul, esta espécie é uma das mais importantes nos desembarques, sendo capturada, principalmente por parelhas da frota industrial (Kotas, 1994). Na região de Cananéia a pescada é capturada por barcos que utilizam redes de emalhar com malha de 70 mm. Suas maiores capturas ocorreram no primeiro semestre de cada ano (de janeiro a maio), sofrendo, a partir deste período, um declínio. Estas maiores produções no primeiro semestre, também podem ser observado na produção acumulada do município no período de 1967 a 1996, onde nota-se claramente maiores desembarques no período de março a maio. Este fato não ocorreu nos desembarques do estado para os anos de 1995 e 1996, visto que a produção tendeu a apresentar muitas oscilações e apenas uma 57

58 pequena tendência a decréscimo ao longo do ano (dados de produção da Seção de Controle de Produção do Instituto de Pesca SAA). Isto se deu, provavelmente pela presença de parelhas na pesca da pescada, pois estas embarcações apresentam melhores condições de capturar a espécie devido as suas características estruturais, apresentando maior poder de deslocamento na costa e a autonomia de mar. A falta do produto no segundo semestre pode ter ocorrido devido à ausência de indivíduos adultos na área de pesca e/ou não suscetíveis à pesca. O segundo semestre também é a época de recrutamento da espécie (Moraes, 1980) e então devido a utilização da arte pesqueira da frota local pode não ter permitido capturar indivíduos menores que 30 cm. Moraes (op. cit.), ainda estimou o período de desova para a espécie, sendo parcelada nos meses de março e junho/julho, tendo a temperatura como seu fator determinante. De acordo com os desembarques do município, as maiores capturas coincidem com estes períodos, indicando que a frota atua sobre parte da população que está desovando. Diversos autores determinaram o comprimento médio de primeira maturação gonadal para a espécie: Vazzoler, 1963; Yamaguti, 1967; Moraes, 1980; Juras e Yamaguti, As diferenças encontradas entre os comprimentos calculados devem-se às diferentes populações estudadas e métodos empregados. O comprimento médio de primeira maturação gonadal para espécie fica em torno de 21,5 cm a 22 cm para machos e 25 cm a 27,4 cm para as fêmeas. Como a frota de Cananéia atua sobre o recurso que apresenta um comprimento médio de captura em torno de 34 cm, não há grande preocupação a respeito a exploração predatória, fato que ocorre com os arrasteiros, sejam parelhas, barcos com portas simples ou com tangones (Haimovici & Habiaga, 1982; Coelho et al.., 1986; Haimovici & Mendonça, 1996b). Na tentativa de verificar quanto a frota retira da população de pescada-foguete, foi estimado a população de pescadas, através da análise dos desembarques no município. Estimou-se uma população de 90 t. em 1995 e 156 t. em Embora a população tenha aumentado, houve uma diminuição do 58

59 coeficiente de capturabilidade e por sua vez a queda da taxa de remoção na ordem de 11,3 % para 9,4 %, de 1995 para O aumento da população no segundo ano pode ser confirmado pelos desembarques do estado, pois apresentaram um aumento de, aproximadamente 50 % de 1995 para 1996 (dados de produção da Seção de Controle de Produção do Instituto de Pesca SAA). Embora os desembarques da espécie no município tenha diminuído, a estimativa de população de 1995 para 1996 sofreu um aumento. Esta diminuição pode ser atribuída ao menor esforço empregado pelas parelhas da frota de Santa Catarina e São Paulo, que deslocaram suas atividades para outros recursos, acarretado pelo desinteresse na captura da pescada-foguete, verificado desde 1990 (IBAMA, 1993), ou algo intrínseco na atividade local, tais como as condições dos barcos de enfrentar os intempéries, que permaneciam mais dias no mar, mas com dias efetivos de pesca menores de um ano para outro, tendo com conseqüência um menor número de desembarques no porto Corvina A espécie foi o terceiro recurso mais desembarcado no município. Seus desembarques atingiram em torno de 15 t. em setembro de 1995 e 8 t. em setembro de Historicamente, no município os maiores desembarques ocorreram a partir de 1985, com declínio em 1988, ocorrendo as maiores capturas durante o segundo semestre, principalmente no período entre agosto e outubro, após a diminuição da captura da pescada-foguete. Para o litoral do estado de São Paulo, os desembarques de corvina tiveram uma grande oscilação, mas apresentaram tendência crescente, ao longo dos anos, sendo que o esforço que diminuiu a partir de 1976 pela redução da frota (Valentini et al., 1991b). No período de 1995 e 1996, os desembarques do estado se mostraram semelhantes, com pico de produção no segundo semestre e uma produção desembarcada média mensal em torno de 180 t (dados de produção da Seção de Controle de Produção do Instituto de Pesca SAA). Em Cananéia, o esforço permaneceu semelhante de um ano para o outro, pois a frota, praticamente não se alterou. Assim, a diminuição do produto

60 ocorreu devido a falta do pescado, havendo redução também da CPUE, entre um ano e outro. Esta diminuição, possivelmente tenha ocorrido pelo mesmo motivo da queda de produção de pescada-foguete, visto que os barcos são os mesmos, ou seja os barcos apresentaram problemas para capturar a corvina, possivelmente referentes a questões estruturais das embarcações. Este fato só pode ser confirmado no ano seguinte do período de estudo (1997), pois todos as embarcações de grande porte do município foram conduzidas ao estaleiro para fazer reparos em suas estruturas. A frota atua sobre indivíduos que apresentam um comprimento médio em torno de 44 cm, portanto a pescaria ocorre sobre parte da população que está totalmente adulta. A população de corvina do litoral de São Paulo apresenta comprimento médio de primeira maturação gonadal de 27,5 cm para as fêmeas e 25 cm os machos (Vazzoler, 1991), sendo que os exemplares que desembarcam em Cananéia, estão além do comprimento médio de primeira maturação da espécie. Isto ocorre devido a arte pesqueira empregada ser muito seletiva causando pouco impacto a indivíduos pequenos. Segundo Vazzoler (1971), o recrutamento da população do litoral paulista ocorre entre maio-junho e em menor intensidade em setembro-dezembro. Posteriormente, Issaac-Nahum & Vazzoler (1987), mostraram que a corvina se reproduz durante todo o ano, com recrutamento contínuo. Assim sendo, a captura de indivíduos pequenos ocorre ao longo do ano, se a arte empregada é pouco seletiva, fato verificado com a pesca de parelhas e arrasteiros em geral (Haimovici & Habiaga, 1982; Vooren, 1983; Haimovici & Mendonça, 1996). Por ter encontrado larvas e jovens durante todo o ano, Sinque (1980), sugere que a corvina desove no estuário, ou na costa. Vazzoler (1991), contraria este fato, visto que a área é ocupada, predominantemente por jovens (com comprimento entre 50 mm e 250 mm), não havendo indivíduos em maturação avançada, maturos e esvaziadas. A autora, também sugere que a corvina apresente um recrutamento ao longo de todo o ano, sendo a área de atuação da frota pesqueira de Cananéia de crescimento e não de reprodução. Isto não vai ao encontro as características dos desembarques da corvina em Cananéia, visto que 60

61 foi possível observar que os exemplares capturados estavam com as gônadas em fase de maturação, além de serem indivíduos adultos. A presença de larvas dentro do complexo estuarino-lagunar pode ser explicado pela dinâmica de corrente e marés, sendo o mesmo motivo da entrada de larvas do camarão-branco, o qual entra no estuário para crescer e completar o seu ciclo de vida de acordo com as correntes de maré e pluviosidade (Chagas- Soares et al., 1995). Assim é possível que as larvas oriundas da costa entrem no estuário, devido a grande dinâmica das correntes de maré existentes no complexo (Miranda et al., 1995). Ramos et al. (1980) verificaram que a penetração das corvinas adultas no estuário não é tão acentuada, visto que praticamente, estas só ocorreram nos cercos perto da barra de Cananéia Na pesca estuarina-lagunar No complexo estuarino-lagunar de Cananéia e Iguape, o cerco-fixo constitui a principal arte pesqueira empregada. Segundo Radasewsky (1976), nove espécies predominam em suas capturas: carapeba (Diapterus rombeus), caratiga (Diapterus brasiliensis), corcoroca (Haemolun plumieri), parati (Mugil curema), paru (Pomacanthus arcuatus), robalão (Centropomus undecimalis), robalo (Centropomus parallelus), sargo-de-dente (Archosargus aries) e tainha (Mugil platanus). Nas amostragens das capturas durante 1995 e 1996, ocorreu predomínio de tainha, virote (juvenil de tainha), parati e robalo, embora tenha sido encontrada a corvina e carapeba, com relativa abundância. Os componentes mais abundantes da captura variaram de acordo com a época do ano, havendo uma marcada alternância das capturas entre as principais espécies. No inverno encontra-se um predomínio de tainha, principalmente no período de maio a julho, que caracteriza a safra desta espécie, e no período de setembro a abril ocorre o predomínio do parati e robalo, caracterizando a safra chamada, popularmente, de safra de verão. Estes predomínios ocorrem devido a diferenças entre a estrutura de armação do cerco e a biologia das espécies. Durante o inverno a panagem dos cercos-fixos é constituída de taquaras (ou bambus) que eqüidistam 5 cm, visto que

62 os exemplares visados, na época são maiores; na safra de parati e robalo esta distância entre as taquaras passa para, aproximadamente 3 cm, visando peixes menores. O peixe alvo é determinado de acordo com a disponibilidade do recurso, ou seja nos meses mais quentes o parati torna-se um recurso mais abundante que a tainha. A produção de tainha é mais elevada durante o inverno. Seu elevado peso faz com que sua safra seja mais promissora. Assim observa-se, durante o outono/inverno (maio a agosto) maior número de cercos instalados na região (Radasewsky, 1976). Ainda, existem, muitas controvérsias e lacunas no conhecimento sobre o ciclo de vida da tainha, principalmente sobre a presença de diferentes populações e sobre a reprodução da espécie. Sadowski & Almeida Dias (1986) trabalharam com marcação de tainhas, inferindo que o início da migração é incentivado por fatores meteóro-hidrológicos, característicos da passagem de frentes frias. A migração seria intermitente e interrompida em condições desfavoráveis de tempo estável. Vieira & Scalabrim (1991) trabalhando com dados de produção e meteorológicos na costa do Rio Grande do Sul, corroboram esta hipótese, associando as quedas abruptas de temperatura e aumento de salinidade na Lagoa dos Patos (RS) como outros fatores disparadores das migrações. Os autores concluem que o percurso dos cardumes está na faixa de água com temperatura de 19 o C a 20 o C, sendo que as desovas ocorreriam numa área entre norte do Rio Grande do Sul e norte de Santa Catarina. A literatura menciona a época de desova da tainha como sendo entre maio e agosto, por serem encontrados indivíduos maturos neste período (Radasewsky, 1976; Godinho et al.., 1988). Outros autores relatam que a tainha apresenta um longo período de desova, entre fevereiro a novembro (Barcellos, 1962 apud Godinho op. cit.), ou que a desova ocorra de maio a julho (Vieira & Scalabrim, 1991). De acordo com produção comercializada no município de Cananéia, pouco se pode inferir sobre a época exata de desova da espécie, mas o período de maior produção, com a presença de fêmeas maduras, ocorreu de maio a agosto. As fêmeas maduras têm valores de comercialização diferentes das 62

63 imaturas, podendo assim distinguir facilmente os indivíduos maturos dos imaturos pelas anotações de produção, nos pontos de coleta. Observaram, também desembarques de tainhas maduras nos meses de setembro e primeira quinzena de outubro, havendo com isto um pequeno aumento da produção desembarcada no município. Vieira & Scalabrim (1985) relatam que pode haver duas épocas de desova, uma em maio a julho e outra de novembro a dezembro. Relatam, ainda que pode ocorrer um retardo no crescimento dos juvenis quando as condições ambientais marinhas forem adversas, fato corroborado por Sadowski & Almeida Dias (1986), que comentam sobre a intermitência da migração, que de acordo com as condições ambientais, provocaria um retardo para percorrer o percurso. Conjugadas, estas hipóteses sugerem a existência de duas populações, havendo assim duas épocas de desova, explicando o aumento da captura nos meses de setembro e outubro. De acordo com dados de comprimento médio da tainha capturada pelos cercos, não existe, praticamente diferenças entre a tainha capturada em junho e setembro, ambas em torno de 45 cm de comprimento médio, mas mesmo assim é um fato que poderia ser melhor estudado, sendo algo de extrema importância para a pesca da região. O parati é uma espécie que ocorre o ano todo, suas maiores capturas acontecem, principalmente de março a maio e de outubro a dezembro. Ao longo dos anos observa-se que a pesca do parati foi mais produtiva a partir de 1986, chegando a quase 60 t. em 1995, gerando uma elevada oferta de produto ao mercado do município. Por sua vez, o valor pago pelo quilograma do produto declinou, diminuindo o rendimento do pescador, embora este fato não tenha sido observado durante 1996, visto que a captura foi menor e assim o valor se manteve estável. Esta espécie é um importante integrante das capturas, embora isto dependa do local de instalação do cerco (Ramos et al., 1980). Atualmente, a espécie é encontrada em praticamente todos os cercos-fixos distribuídos na região, estando como o principal produto capturado nos meses quentes. Radasewsky (1976), na década de 60, encontrou o parati como a sexta espécie em abundância (em peso) na composição das capturas, embora não tenha ocorrido nem em 63

64 número expressivo de indivíduos. Atualmente o parati é um dos principais componentes das capturas dos cercos, tanto em número como em peso. As mudanças nas condições oceanográficas, principalmente da salinidade, causadas pela abertura ou fechamento do Valo Grande parecem não ter afetado as capturas, pois as condições da barragem até 1977 são semelhantes as de 1995 e 1996, com a barragem aberta. Pode-se atribuir outra causa para esta modificação: atualmente o parati apresenta um mercado para seu consumo, sendo que antes (1977) esta espécie não despertava o interesse do pescador pela falta de preço e mercado. Outro fato importante, pode ser a arquitetura do cerco: durante o trabalho de Radasewsky (op. cit.), a panagem do cerco apresentava as taquaras com distâncias semelhantes o ano todo, não havendo modificação das características desta panagem em determinadas épocas do ano, visando a captura de espécies de maior porte. Fazendo uma análise comparativa da composição de captura do cerco utilizado por Radasewsky, em 1976, com a composição encontrada nos atuais cercos-fixos, vemos grandes diferenças. Além dos motivos já citados para a diferença da pesca do parati, existem mais dois, que são determinantes. O primeiro é a estrutura de armação do cerco, onde Radasewsky utilizou além da taquara ou bambu, uma tela galvanizada, acarretando um menor escape de espécies pequenas, capturando indivíduos pequenos, como a carapeba. Em segundo, a posição do cerco no município tem grande influência (Ramos et al, 1980), gerando diferença na composição da captura de área para área. Hoje, poucos cercos-fixos apresentam telas galvanizadas (existem 5 cercos no município), visto que têm um custo maior, não havendo compensação econômica viável para a utilização. Junto as capturas de parati ocorreram capturas expressivas de robalos, que são importantes para o pescador, do ponto de vista econômico. No município cada cerco captura em média 5 kg por mês de robalo, havendo meses de maior captura, como os períodos de fevereiro a abril e novembro a dezembro (Ramos et al., op. cit.). As espécies capturadas são Centropomus undecimalis e C. parallelus, sendo a primeira espécie denominada popularmente de robalo ou 64

65 robalão e a segunda como robalo, robalete ou robalinho, de acordo com os tamanhos, fazendo assim que existam diferenças entre os valores pagos pelo produto. Estas espécies não seriam tão importantes caso fosse analisada apenas a questão de peso ou número capturado, mas sua importância refere-se ao valor de comércio atingido, chegando a superar em dez vezes o valor da espécies mais capturada na época (o parati), embora exista uma grande variação do valor de acordo como o tamanho do indivíduo, como já citado. As maiores produções de robalo ocorrem justamente nos períodos citados anteriormente ( verão ), sendo que a desova do Centropomus parallelus ocorra durante todo ano (Zavala-Camin, 1997), mas os indivíduos maturos são encontrados durante o verão, justamente no período de maior captura. Para C. undecimalis não existem trabalhos que relatem a época de desova ou biologia da espécie. O robalo é uma espécie carnívora e muito procurada pelo pescador amador na pesca esportiva. Este fator faz com que haja uma grande ligação de suas capturas com a pesca de juvenis de camarão-branco (Penaeus shmitti) na região, visto que este serve de isca-viva para o robalo. O camarão-branco é um recurso de grande abundância na região (Galluci, 1996), sendo importante sócio-economicamente para a população do município. Sua captura é realizada através de gerival, e o produto é utilizado como isca-viva, para a captura de robalos e pescadas (Galluci, op. cit.). Este fato dificulta em muito a estatística do camarão, visto que não existem desembarques deste, pois a venda do produto ocorre na área de captura ou nas moradias dos próprios pescadores, além da comercialização do produto ser realizada em número de peças e não em quilograma. Galluci (1996), enfatiza que não existem dados sobre o número de pescadores que atuam com essa modalidade ou sobre a produção, devido à grande extensão do sistema estuarino-lagunar e à variação sazonal com que é praticada. Sobre o fato do número de pescadores que atuam sobre a pesca de camarão-branco, estimamos que na safra (janeiro a março) nos períodos de maior 65

66 amplitude de maré (lua cheia ou nova) haja em torno de 50 pescadores por maré, ou seja, como a pesca depende da corrente de maré, ao longo do dia os pescadores pescam na corrida da maré de enchente e de vazante. Este número varia com a entrada de turistas aos finais de semana, chegando, muitas vezes a dobrar. A pesca do cerco-fixo varia de acordo com seu posicionamento ao longo do município (Ramos et al., 1980), sendo influenciado pelas condições hidrográficas locais, principalmente a temperatura e salinidade (Besnard, 1950b; Radasewsky, 1976). Analisando a composição da captura de três cercos, notamos que quanto mais próximo da boca da barra, maior a tendência de capturar mais virotes. Dos cercos analisados apenas o instalado na Ilha da Casca mostrou uma pequena correlação (r=0,68) com as quantidades de chuvas. Isto ocorreu devido ao aporte de água-doce que este local recebe, apresentando alta estratificação vertical de salinidade de águas parcialmente misturadas (Miranda & Castro, 1997). Cabe lembrar que o movimento das marés e a descarga de água-doce são os principais fatores que influenciam a circulação geral, a distribuição das propriedades físico-químicas e biológicas, bem como os processos de mistura e renovação das águas do estuário (Miyao, 1977). Dinis-Filho (1997) corrobora, afirmando que a salinidade é a variável ambiental que melhor explica a distribuição e abundância das espécies. Mishima et al. (1985) corroboram Miyao, op. cit., inferindo que o processo de renovação das águas do estuário é determinado essencialmente pela força e velocidade das marés, de modo que este fator influi nas populações biológicas, embora de maneira indireta. Zani-Teixeira (1983) em seu trabalho na baía do Trapandé, infere que os peixes apresentam um amplo espectro de relações com os habitats costeiros tropicais, podendo-se reconhecer que o habitat desenvolve um papel importante em condicionar a estrutura e funcionamento das comunidades. Assim podemos pensar que as capturas também são influenciadas por este fator, pois como o estuário é uma área de grande instabilidade, com grande aporte de água-doce, condicionado pela pluviosidade, forma diferentes habitats de acordo com estes fatores. 66

67 A falta de correlação entre as capturas destes três cercos com índices pluviométricos pode ter sido influenciada pela localização geográfica destes: eles eram montados próximos da boca da barra, local que não apresenta grandes gradientes de variação de salinidade e temperatura (Mishima et al., 1986, Diniz-Filho, op. cit.), pelo menos em intensidade tal que atinja significativamente as capturas, ao longo do ano Produção geral do município Como já foi enfatizado, na produção do município de Cananéia sempre predominam os desembarques de camarão-sete-barbas, seguidos, em ordem decrescente, para o ano de 1995, de pescada-foguete, parati, corvina, cação, mistura, betara e salteira. Para 1996 houve alterações nas ocorrências, sendo a seguinte: camarão-sete-barbas, pescada-foguete, mistura, lulas, betara, corvina, salteira, parati e cações. Neste último ano, apareceram desembarques de lulas (Loligo sampaulensis e L. pley) que ultrapassaram diversas outras espécies que antes predominavam, como a corvina, parati e cações. Pode-se notar que estas três últimas espécies ou grupos de espécies tiveram seus desembarques muito reduzidos em comparação com Excetuando o parati, temos que a corvina e os cações apresentaram capturas mais reduzidas no segundo ano, evidenciadas na comparação da captura por unidade de esforço do segundo semestre de cada ano, visto que estas espécies são responsáveis pelos maiores desembarques durante este período. Analisando-se os desembarques de corvina e de cações no estado de São Paulo em 1995 e 1996, vê-se que somente as produções de cações sofreram alterações, sendo que a corvina não mostrou diferenças significativas na produção desembarcada de um ano para o outro. O cação teve uma redução no estado de São Paulo, em torno de 40 % nos desembarques. Pode-se considerar que a diminuição da produção de corvina e cação, em Cananéia ocorreu devido a deficiência da frota pesqueira sediada no município, fato já mencionado anteriormente. Na captura do cação este fato agravou-se com a queda da captura

68 em todo o estado, aliado com as deficiências estruturais das embarcações, o que diminuiu muito os desembarques no município. Esta deficiência na estrutura das embarcações fez com que os barcos não se afastassem muito da costa, assim não atingindo profundidades elevadas, na procura de cações, como ocorreu em Quando se analisa a captura em termos da divisão da costa em quatro áreas de atuação da frota pesqueira, pode-se dizer que as capturas realizadas ao norte de Iguape foram mais promissoras, mas não significativas em relação as capturas das outras áreas. Este fato indica que o camarão-sete-barbas tem uma distribuição aproximadamente uniforme ao longo da costa, tendendo a maior abundância para o norte, em frente à Juréia. As características oceanográficas das regiões não apresentam grandes diferenças, visto que as áreas são muito próximas e em toda região há uma elevada turbidez, modificando a estrutura das comunidades em relação as demais regiões do estado (Paes, 1996). Na região costeira, próxima à Cananéia ocorrem três grandes deságües, pelas barras do Ribeira, do Icapara e de Cananéia. As barras do Icapara e do Ribeira apresentam maiores vazões de água, visto que desde a construção e sua manutenção do Valo Grande, existe um aporte muito grande de água-doce nas proximidades da desembocadura, principalmente nos períodos de altos índices pluviométricos (verão) (Shaeffer-Novelli, 1990). As maiores capturas tendem a ser sazonais, ocorrendo durante o verão. Neste período, o camarão-sete-barbas ocorre em menores tamanhos (Severino-Rodrigues et al., 1992) e em grande quantidade, visto que é um período que, possivelmente ocorra um pico do recrutamento, com a adesão de juvenis a população de adultos. A presença da ACAS (Água Central do Atlântico Sul) junto a costa no verão (Maciel, 1995), bem como o aporte de água-doce proveniente do Rio Ribeira de Iguape e Mar de Cananéia, criaram um ambiente propício para o desenvolvimento do camarão-sete-barbas. Aliada às condições hidrográficas, o favorecimento também se dá pela presença de substrato mole para que os camarões se enterrem, tanto as formas larvais mais sensíveis, como as pós-larvas e os adultos (Graça-Lopes, 1996). 68

69 Para a pesca de peixes, vemos que os barcos tenderam a procurar e ter melhores capturas ao norte, também, sendo que abaixo da barra do Ararapira (sul de Cananéia), no litoral paranaense, os barcos praticamente pescaram ao final do ano (novembro e dezembro), trabalhando sobre a captura de cações, que habitam água mais costeiras. A distribuição das capturas, tanto de camarões como da maioria dos peixes, parece ser uniforme ao longo da costa dos municípios de Ilha Comprida e Cananéia, diferindo apenas na pesca de elasmobrânquios, em que nitidamente a área sul, ou seja abaixo da barra do Ararapira, mostrou-se propícia a pesca de cações em 1995 e 1996,. Dentro do estuário a pesca comportou-se de acordo com as épocas de safras de determinadas espécies (Radasewsky, 1976), apresentando picos de captura intercalados pelo predomínio, ora da tainha, ora do parati. Estas safras estão relacionadas com fatores oceanográficos, meteorológicos e biológicos, sendo que a população pesqueira da região muito depende economicamente da safra da tainha. Esta é uma espécie migradora, dependente de condições propícias para sua realização (Ramos et al., 1980; Sadowski & Almeida Dias, 1986; Vieira & Scalabrim, 1991). Quando as condições adequadas não são encontradas, as safras apresentam uma redução nas capturas. As condições do estuário, também devem ser adequadas, ou seja os índices de pluviosidade influenciam no mecanismo de penetração da onda de maré nas barras e por sua vez o deslocamento dos pontos de concentração dos cardumes de mugilídeos (Besnard, 1950), que podem determinar a maior penetração das tainhas no estuário, influindo na captura dos cercos de acordo com sua localização na região. As demais artes de pesca empregadas, bem como as espécies capturadas, apresentam importância sazonal, sendo muito mais importante sócioeconômicamente do que produtivamente. A pesca com gerival é uma importante atividade na região, que visa, principalmente a captura do camarão-branco, sendo praticada, durante o período de fevereiro a abril (Galluci, 1996). Esta captura, também depende do ciclo de vida da espécie, e apresenta grandes oscilações, sendo necessário condições oceanográficas de salinidade e temperatura ideais, 69

70 bem como índices pluviométricos baixos para que as larvas penetrem no estuário e possam crescer (Chagas-Soares, 1995). 70

71 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 71 Para concluir podemos dizer que a pesca da região de Cananéia apresenta o seguinte comportamento: PESCA DE MAR-A-FORA - O principal recurso explorado no município é o camarão-sete-barbas, tornandose a base econômica de Cananéia. - Os barcos camaroneiros são os principais componentes da frota pesqueira do município, compondo mais de 75 % das embarcações. O produto visado depende do mercado e valor, podendo ser camarão-sete-barbas (escolhido ou não), camarão-rosa ou lulas. - O camarão-sete-barbas apresentou maiores capturas durante o primeiro semestre, sofrendo paulatina queda de produção ao longo do ano. No período de janeiro a março ocorrem os menores comprimentos médios, sugerindo este como sendo o período de recrutamento, assim, por sua vez a pesca atua sobre o recrutamento da espécie. Os parâmetros das variáveis da equação da relação peso-comprimento desta espécie foram significativamente diferentes entre os meses do ano. - As capturas dos malheiros ocorreram no primeiro semestre sobre a pescadafoguete e no segundo semestre sobre a corvina e os cações. A salteira e a betara foram importantes produtos da fauna acompanhante. - As variações de captura deram-se, principalmente, pelas condições estruturais dos barcos, sendo este um dos fatores limitantes para as capturas, tanto para os malheiros como para os camaroneiros da região, determinando, junto com a experiência da tripulação, a maior produtividade ou não. - Uma descrição pontual da frota, ou seja de um ano, nem sempre é válida para outros anos, no ponto de vista de número de barcos em diferentes atividades.

72 PESCA COSTEIRA E ESTUARINO-LAGUNAR 72 - O cerco-fixo é a principal arte pesqueira empregada no município. O número de cercos instalados depende da época das safra, sendo a safra da tainha (inverno) a que apresenta um maior número de cercos. - Existem duas safras de pesca bem definidas no estuário: a da tainha no inverno; e a do parati e robalo nos meses quentes (setembro a abril). - As variações das capturas no estuário depende das condições do estuário (variação da salinidade) e do ciclo de vida das espécies capturadas. SOBRE A ADAPTAÇÃO DA METODOLOGIA (virtudes e defeitos) - A adaptação do método, no que consiste em levar resultados à classe pesqueira, foi extremamente satisfatória, fazendo com que haja um entrosamento entre pesquisa e setor produtivo. Desta maneira, foram obtidos dados mais confiáveis e houve substancial retorno a sociedade. - A coleta de dados de produção junto aos pontos de escoamento, forneceu resultados satisfatórios, mas o trabalho de coleta deve ser permanentemente revisado, visto que existe uma grande dinâmica no que tange a venda do pescado. - De acordo com que foi colocado acima, para os próximos anos, os dados de produção devem ser recolhidos em mais pontos de escoamento (peixarias), buscando, sempre a totalização da produção do município.

73 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73 ADAIME, R. R Produção do bosque de mangue da Gamboa Nóbrega (Cananéia, 25 o S-Brasil). Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, Instituto Oceanográfico. São Paulo, 305 p. ADAIME, R. R Estrutura, produção e transporte em um manguezal. In: Simpósio Sobre Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira, Síntese de Conhecimentos. Academy of Sciences, State of São Paulo, 54(1): AGOSTINHO, A. A. & GOMES, L. C Reservatório de Segredo: bases ecológicas para o manejo. EDUEM, Maringá. 387 p. AKABOSHI, S. & PEREIRA, O. M Ostreicultura na região lagunar estuarina de Cananéia, São Paulo, Brasil. I. Captação de Larvas de ostras Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) em ambiente natural. Bolm Inst. Pesca, São Paulo, 8(único): ALMEIDA PRADO, M. S. de Mysidacea (Crustacea) da região lagunar de Cananéia. Dissertação de mestrado, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo. São Paulo, 86 p. ALMEIDA PRADO, M. S. de Distribution of Mysidacea (Crustacea) in the Cananéia region. Bolm Zool. Biol. Mar., São Paulo, 30: ASSUMPÇÃO R. & GIULIETTI, N Proposta de um programa integrado da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e prefeituras do litoral norte paulista para o desenvolvimento da pesca artesanal. Infções econôm., São Paulo, 22(12) : ASSUMPÇÃO, R.; CARDOSO, E. S. & GIULIETTI, N Situação da pesca artesanal marítima no município de São Sebastião. Informações Econômicas, 26(5): BARCELLOS, L. J. P.; PERES, M. B.; WAHRLICH, R. & BARISON, M. B Otimização bioeconômica dos recursos pesqueiros marinhos do Rio Grande do Sul, FURG, 58 p.

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75 CHAGAS-SOARES, F Seletividade de redes de emalhar utilizada na captura de camarão-branco, Penaeus shmitti (Burkenroad, 1936) na região lagunar-estuarina de Cananéia, São Paulo. B. Inst. Pesca, São Paulo 6(único): CHAGAS-SOARES, F Seletividade de redes de emalhar utilizada na captura de camarões rosa Penaeus brasiliensis Latreille, 1817 P paulensis Pères Farfante, 1967, na região lagunar-estuarina de Cananéia, São Paulo. Bolm Inst. Pesca, São Paulo, 12(2): COELHO, J. A. P.; PUZZI, A.; GRAÇA LOPES, R. SEVERINO-RODRIGUES, E. & PRIETO JR., O Análise da rejeição de peixes na pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) no litoral do estado de São Paulo. B. Inst. Pesca 13(2) : COELHO, J. A. P.; GRAÇA LOPES, R.; SEVERINO RODRIGUES, E. e PUZZI, A Aspectos biológicos e pesqueiros do Sciaenidae Stellifer brasiliensis (Schultz, 1945) presente na pesca artesanal dirigida ao camarão-setebarbas (S. Paulo - Brasil). Bolm. Inst. Pesca 14(único) : ; ; &, Aspectos biológicos e pesqueiros de Isopisthus parvipinnis (Cuvier, 1830), Teleostei, Perciformes, Sciaenidae, presente no rejeitado da pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas (São Paulo - Brasil). Bolm Inst. Pesca, São Paulo, 15(1) : ; ; ; & Farias, D. S Aspectos biológicos e pesqueiros do Sciaenidae Paralonchurus brasiliensis (Steindachner, 1875) presente no rejeitado da pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas (São Paulo - Brasil). Bolm Inst. Pesca, São Paulo, 20 (único) : COSTA, C. C. C. da Aspectos do ciclo de vida e bionomia de Ctenosciena gracilicirrhus (Metzelaar, 1919) da plataforma continental do Rio Grande do Sul, Brasil. Dissertação de mestrado em Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo. 63 p. 75

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83 MIYAO, S. Y.; NISHIHARA, L.; SARTI, C. C Características físicas e químicas do sistema estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo, v.34: MIYAO, S. Y. & NISHIHARA, L Variação espacial e temporal de parâmetros físicos-químicos no sistema estuarino-lagunar de Cananéia (lat.25ºs, log. 40ºW) In: Reunião Anual da SBPC, 37(7): 643. MIYAO, S. Y. & NISHIHARA, L Estudo preliminar da maré e das correntes de maré da região estuarina de Cananéia (25 o S-48 o W). Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo, v. 37(2): MOTTA, F. S.; NAMORA, R. C.; SILVA, J. M. Filho & GADIG, O. B. F Captura de tubarões pela pesca artesanal no litoral sul de São Paulo. VII COLACMAR. Resumo MOURÃO, F. A. A., Os pescadores do litoral sul do estado de São Paulo, um estudo de sociologia diferencial. Tese de Doutoramento em Ciências Humanas, USP, São Paulo. 276 p. NARAHARA, M. Y.; GODINHO, H. M.; FENERICH-VERANI, N. e ROMAGOSA, E., Relação peso-comprimento e fator de condição de Rhamdia hilarii Valenciennes, 1840 (Osteichthyes, Siluriformes, Pimelodidae). B. Inst. Pesca, São Paulo, 12(4) : NEIVA, G. de S Subsídios para a política pesqueira nacional. IBAMA, Doc. Técnico único NOGUEIRA, F. A. S Condições oceanográficas da plataforma continental e região oceânica adjacente entre Santos (SP) e Cabo de Santa Marta Grande (SC). Tese de Mestrado no Instituto Oceanográfico, USP. São Paulo-SP. 211 p. PAES, E. T As comunidades de peixes demersais do litoral norte do estado de São Paulo (Ubatuba, Brasil) e seus principais agentes estruturadores locais, regionais e históricos. Tese de Doutorado em Oceanografia Biológica. Instituto Oceanográfico. Universidade de São Paulo. 271 p. 83

84 PEREIRA FILHO, N Contribuição ao estudo das características térmicas da região oceânica compreendida entre a ilha de São Sebastião (SP) e Cananéia (SP). Tese de mestrado no Instituto Oceanográfico, USP. São Paulo-SP. 116 p. PEREIRA, O. M., GALVÃO, M. S. N. & TANJI, S Época e método de seleção de sementes de ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) no complexo estuarino-lagunar de Cananéia, estado de São Paulo (25 S;48 W). B. Inst. Pesca v. 18(Único): PERIA, C. G Estimativa da taxa de produção e da relação produção/biomassa média (P/B), de peixes demersais do ecossistema costeiro de Ubatuba, SP, Brasil. Dissertação de mestrado em Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo. 141 p. PUZZI, A. & ANDRADE e SILVA, M. R. G Seletividade em redes de emalhar e dimensionamento do tamanho da malha para captura da corvina Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823). B. Inst. Pesca, SP 8 (único): RADASEWSKY, A Considerações sobre a captura de peixes por um cercofixo em Cananéia, São Paulo, Brasil. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo V.25(1): RAMOS, E. B.; GALLO, J. E VERRONE, V. M. A Áreas da região lagunar Cananéia-Iguape suscetíveis de exploração pesqueira segundo diversos tipos de tecnologia I-Pesca com cerco-fixo. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo, V. 29(2): RANZANI-PAIVA, M. J. T. 1995a. Características hematológicas de tainha Mugil platanus (Günther, 1880)(Osteichthyes, Mugilidae) da região estuarino lagunar de Cananéia, SP (25 o 00 S - 47 o 55 W). B. Inst. Pesca V.22(1):

85 RANZANI-PAIVA, M. J. T. 1995b. Células do sangue periférico e contagem diferencial de leucócitos de tainha Mugil platanus (Günther, 1880)(Osteichthyes, Mugilidae) da região estuarino lagunar de Cananéia, SP (25 o 00 S - 47 o 55 W). B. Inst. Pesca V.22(1): REIS, E. G Classificação das atividades pesqueiras na costa do Rio Grande do Sul e qualidade das estatísticas de desembarque. Atlântica, Rio Grande, 15: RICKER, W. E Computation and interpretation of biological statistics of fish population. Bolletin 191. Departament of the Environment fisheries and Marine Service, Ottawa. SADOWSKY, V Ocorrência do camarupin - Megalops atlanticus Val., na região lagunar de Cananéia. Boletim do Instituto Oceanográfico, São Paulo, v.9 (1/2): , Elasmobrânquios do gênero Sphyrna (Vatinesque, 1910) na região de Cananéia. In: Reunião Anual da SBPC, Ciência e Cultura, 16(2): , On the dentition of the sand shark Odontaspis taurus, from the vicinity of Cananéia, Brazil. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo V. 18: , Notes on the bull shark, Carcharhinus leucas in the lagoon region of Cananéia, Brazil. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo V. 20(2): , Fauna dos peixes cartilaginosos (Elasmobranchii) da região laguanar de Cananéia (SP). In: Reunião Anual da SBPC, Ciência e Cultura, 26(7): 204., Primeiro registo de ocorrência de peixe-elefante (Holocephali) na região de Cananéia (SP).. In: Reunião Anual da SBPC, Ciência e Cultura, 27(7): 204. SADOWSKY, V.; ARFELLI, C. A.; AMORIM, A. F.; RODRIGUES, E. S. & OLIVEIRA, M. A. M Aspectos sobre a biologia pequeira do mangona, Eugomphodus taurus, capturado na região de Cananéia (SP). In: Reunião do Grupo de Trabalho sobre Pesca e Pesquisa de Tubarões e Raias no Brasil, 4. SUDENE/UFRPE/CEPENE. 20 p. 85

86 SADOWSKY, V. & ALMEIDA-DIAS, E. R Migração de tainha (Mugil cephalus Linnaeus, 1758 sensu lato) na costa sul do Brasil. Bolm Inst. Pesca. São Paulo, 13(1): SANTOS, E. P. dos, Dinâmica de populações aplicada à pesca e piscicultura. S. Paulo - USP. SAUL, A. de C Comunidade ictiofaunística da Ilha do Bom Abrigo, Cananéia, São Paulo, Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico, 118 p. SCHAEFFER-NOVELLI, Y; MESQUITA, H.S.L. & CINTRÓN-MOLERO, G., The Cananéia lagoon estuarine system, São Paulo, Brasil. Estuares, vol 13(2): SCHIMIEGELOW, J. M. M Estudo sobre cetáceos Odontocetes encontrados em praias da região entre Iguape (SP) e Baia de Paranaguá (PR) (24 o 42 S a 25 o 28 S) com especial referência a Sotalia fluviatilis (Gervais, 1853) (Dephinidae). Dissertação de mestrado. Inst. Oceanográfico-USP, São Paulo, Brasil. 149 p. SCHMIDT, G.; SCHAEFFER-NOVELLI e ADAIME, R. R Estimativa de carbono, fósforo e cinzas na serrapilheira do mangue de Cananéia (25 o S- 48 o W) e sua correlação com a salinidade e a estação do ano. In: Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira: Estrutura, Função e Manejo, 2. Águas de Lindóia, São Paulo, Academia de Ciências do Estado de São Paulo. SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO, Código de Pesca. Coordenadoria de Pesquisa de Recursos Naturais Divisão de Proteção de Recursos Naturais, São Paulo, Brasil p. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentado e Conservação de Regiões Estuarinolagunares : a região de Iguape-Paranaguá e experiências de países do 3º mundo. 86

87 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Macrozoneamento do complexo estuarino lagunar de Iguape Cananéia : Plano de gerenciamento costeiro, São Paulo. Coordenadoria de Planejamento do Litoral, Série Documentos São Paulo 41 p.. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Desenvolvimento Sustentado : síntese de conferências e painéis do I Seminário de Desenvolvimento Sustentado realizado em outubro Coordenadoria de Proteção de Recursos Naturais, São Paulo - Brasil. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Relatório do Programa Mata Atlântica - Desenvolvimento sustentado litoral sul de São Sebastião. Pesca Artesanal. 9 pp. SEVERINO RODRIGUES, E.; PITA, J. B.; GRAÇA LOPES, R.; COELHO, J. A. P. e PUZZI, A., Aspectos biológicos e pesqueiros do camarão setebarbas (Xiphopenaeus kroyeri) capturado pela pesca artesanal no litoral do estado de São Paulo. Bolm. Inst. Pesca 19(único) : SILVA, J. F. & HERZ, R Estudo de microclimas em ambientes de manguezais na região do complexo estuarino-lagunar de Cananéia. In: Simpósio sobre ecossistemas da costa sul e sudeste brasileira: síntese dos conhecimentos, Cananéia, São Paulo, Academia de Ciências do Estado de São Paulo, V.2: SILVA, I. F Dados climatológicos de Cananéia e Ubatuba (Estado de São Paulo). Série de Bolm climatol. Inst. oceanogr., São Paulo, (6): SILVA. J. F Aspectos da biologia reprodutiva de Cathorops spixii (Agassiz, 1829) da Ilha Pai Matos (25 o S-47 o W) - Região estuarino lagunar de Cananéia. Dissertação de mestrado. Inst. Oceanográfico-USP, São Paulo. 90 p. SINQUE, C. H Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificados na região estuarina-lagunar de Cananéia. Bolm Zool. Univ. de São Paulo. 5:

88 SOARES, L. S. H Aspectos da biologia e ecologia de Isopistuhus parvipinnis (Cuvier, 1830)(Perciformes : Sciaenidae) entre Cabo Frio e Torres, Brasil. Dissertação de mestrado em Ocenaografia Biológica. Instituto Oceanográfico. Universidade de São Paulo. 123 p. SPARRE, P. y VENEMA, S. C Introducción a la evalución de recursos pesqueros tropicales. Parte 1, manual. FAO Doc. Tec. Pesca, nº Rev. 2º Valparaíso, Escuela de Ciencias del Mar. SUDELPA. CEAGESP, Infra-estrutura Pesqueira em Cananéia - Secretaria de Economia e Planejamento. Secretaria da Agricultura. 61 pp. SUGUIO, K. & MARTIN, L Classificação de costas e evolução geológica das planícies litorâneas quaternárias do sudeste e sul do Brasil. Simpósio sobre Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira, síntese dos conhecimentos. Academy of Sciences. State of S. Paulo. ACIESP. 54-I: TIAGO, G. G.; TUTUI, S. L. S.; SECKENDORFF, R. W. von; GRASSI, R. T. B. & INÁCIO, M. L. S Análise da frota pesqueira sediada em Ubatuba, estado de São Paulo, Brasil. B. Inst. Pesca, 22(2): TOMMASI, L. R Observações sobre a fauna bêntica do compleso estuarino lagunar de Cananéia (SP). Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo, V.19: TOMMASI, L. R Equinodermes do Brasil. II. Equinodermes da baía de Trapandé, situada no complexo estuarino lagunar de Cananéia, SP. Bolm. Inst. oceanogr., São Paulo, V.20(1): VALENTINI, H.; CASTRO, P. M. G. de; SERVO, G. J. DE M. & CASTRO, L. A. B.de 1991a. Evolução da pesca das principais espécies demersais da costa sudeste do Brasil, pela frota de arrasteiros de parelha baseada em São Paulo, de 1968 a1987. Atlântica, Rio Grande, Brasil 13(1) : VALENTINI, H.; D INCAO, F.; RODRIGUES, L. F.; REBELO NETO, J. E. e RAHN, E. 1991b. Análise do camarão-rosa (Penaeus brasiliensis e P. paulensis) nas regiões sudeste e sul do Brasil. Atlântica, Rio Grande, Brasil 13(1) :

89 & DOMIT, L. G. 1991c. Análise da pesca do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) nas regiões sudeste e sul do Brasil. Atlântica, Rio Grande, Brasil 13(1) : VAN DOLAH, R. F.; WENDT P. H. AND LEVISEN, M. V A study of the effects of shirmp trawling on benthic communities in two South Carolina Sounds. Fisheries Research 12 : VAROLI, F. F Associações bentônicas da zona entremarés do sistema estuarino-lagunar de Iguape-Cananéia, São Paulo. In: Encontro de Docentes e Pesquisadores da USP sobre Meio Ambiente, 1. São Paulo, comissão de Estudos dos Problemas Ambientais da USP, p. VAZZOLER, G Distribuição da fauna de peixes demersais e ecologia dos Sciaenidae da plataforma continental brasileira, entre latitudes 29º21 S (Torres) e 33º41 (Chuí). Bolm. Inst. oceanogr., S. Paulo, 24: VAZZOLER, A. E. A. de M. 1963a. Deslocamentos sazonais da corvina relacionados com as massas d água. Contrções Inst. oceanogr. Sér. Ocean. biol. 5: 1-8., 1963 b. Sobre a fecundidade e desova da pescada-foguete. Bolm Inst. oceanogr. S. Paulo, 13(2): VAZZOLER, A. E. A. de M.; LIZAMA, M. A. P. e COHEN, M. R. G Caracterização bioquímica da tainha Mugil sp.da região estuarino-lagunar de Cananéia, São Paulo, Brasil. In: Seminário Projeto Tainha: Discussão e Perspectivas, São Paulo. Resumo. IP/SAA/CIRM. p.1. VAZZOLER, A. E. A. de M., Síntese de conhecimentos sobre a biologia da Corvina Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823), da costa do Brasil. Atlântica, Rio Grande, Brasil 13(1) : VAZZOLER, A. E. A. de M., Biologia da reprodução de teleósteos: teoria e prática. EDUEM, Maringá-SP, 169 p. VIEIRA, J. P Distribuição, abundância e alimentação dos jovens de Mugilidae no estuário da Lagoa dos Patos e momentos reprodutivos da "tainha" (Mugil platanus Günther 1880) no litoral sul do Brasil. Dissertação de Mestrado, FURG. 104 p. 89

90 VIEIRA, J. P. & SCALABRIN, C Migração reprodutiva da Tainha (Mugil platanus Günther, 1980) no sul do Brasil. Atlântica, 13 (1): VOOREM, C. M Seleção pela malha de pesca de arrasto da castanha Umbrina canosai, pescada Cynoscion striatus e pescadinha Macrodon ancylodon no Rio Grande do Sul. Doc. Téc. Oceanografia, FURG, Rio Grande, 4: WAKAMATSU, T Nota sobre as possibilidades de ostreicultura na baía de Cananéia (Estado de São Paulo, Brasil). Documentos Técnicos. Comision Asesora Regional de Pesca para el Atlântico Sudoccidental, Rio de Janeiro, n. 28: YAMAGUTI, N Desova da pescada-foguete, Macrodon ancylodon. Bolm Inst. oceanogr. São Paulo, 16(1): YAMAGUTI, N Diferenciação geográfica de Macrodon ancylodon (Block & Schneider, 1801) na costa brasileira, entre as latitudes 18º 36 S e 32º 10 S. Etapa I. Bolm Inst. oceanogr., 28(1): ZANI-TEIXEIRA, M. L., Contribuição ao conhecimento da ictiofauna da baía do Trapandé, complexo estuarino-lagunar de Cananéia, SP. Dissertação de mestrado. Inst. Oceanográfico-USP, São Paulo. 83 p. ZAVALA-CAMIN, L. A Centropomus mexicanus sinonímia de Centropomus parallelus. XII Encontro Brasileiro de Ictiologia. Instituto Oceanográfico, SBPC, São Paulo, resumo. p

91 TABELAS E FIGURAS 91

92 TABELA 1. Espécies que ocorreram nos desembarques em Cananéia nos anos de 1995 e 1996 PESCA DE MAR-A-FORA E COSTEIRA 92 Espécie TELEÓSTEOS Arius sp. Bagre bagre Balistes capriscus Brevoortia sp. Caranx hippos Coryphaena hippurus Cynoscion acoupa Cynoscion jamaicensis Cynoscion leiarchus Cynoscion microlepdotus Cynoscion virescens Dispterus rhombeus Epinephelus guaza Epinephelus niveatus Fistularia sp. Lobotes surinamensis Lutjanus sp. Macrodon ancylodon Menticirrhus americanus Menticirrhus littoralis Micropogonias furnieri Mictoperca sp. Mullus argentinae Nebris microps Oligoplites saurus Ophidion holbrooki Pagrus pagrus Paralichthys orbignyanus Paralichthys patagonicus Paralonchurus brasiliensis Peprilus paru Pomatomus saltator Priacanthus arenatus Prionotus punctatus Pseudupeneus maculatus Scomberomorus brasiliensis Sphyraena barracuda Trachinotus carolinus Trachinotus falcatus Trachinotus goodei Trachinotus marinatus Trichiurus lepturus Urophycis brasiliensis ELASMOBRÂNQUIOS Mustellus sp. Odontaspis taurus Raja sp. Rhinobatus horkelli Rhinobatus percellens Rhizoprionodon sp. Sphyrna sp. Squatina sp. ympterygia sp. Nome popular Bagre Bagre Peixe-porco Savelha Xaréu Dourado Pescada-amarela Goete Pescada-branca Pescada-olhuda Pescada-cambucu Carapeba Garoupa Cherne Agulhão ou peixe-cachimbo Prejereba Cioba Pescada-foguete Betara Betara Corvina Badejo Trilha Pescada-banana Salteira Congro-rosa Pargo Linguado Linguado Maria-luisa Gordinho Anchova Olho-de-cão Cabrinha Trilha Sororoca Barracuda Pampo Pampo Pampo Pampo Peixe-espada Abrótea Caçonete Mangona Raia Cação-viola Cação-viola Caçonete (chup-chup) Cambeva Cação-anjo Raia

93 93 PESCA DE MAR-A-FORA E COSTEIRA (continuação) Espécie CRUSTÁCEOS Penaeus brasiliensis Penaeus paulensis Penaeus shmitti Xiphopenaeus kroyeri MOLUSCOS Loligo pley Loligo sampaulensis Octopus vulgaris Nome popular Camarão-rosa Camarão-rosa Camarão-branco Camarão-sete-barbas Lula Lula Polvo TABELA 1 (continuação). Espécies que ocorreram nos desembarques em Cananéia nos anos de 1995 e 1996 PESCA ESTUARINO-LAGUNAR Espécie TELEÓSTEOS Anisotremus surinamensis Anisotremus virginicus Archosargus probatocephalus Arius sp. Bagre bagre Caranx hippos Centropomus parallelus Centropomus undecimalis Chaetodipterus faber Cynoscion acoupa Cynoscion leiarchus Cynoscion microlepdotus Diapterus lineatus Diapterus rhombeus Epinephelus guaza Epinephelus itajara Epinephelus niveatus Lobotes surinamensis Lutjanus analis Lutjanus griseus Macrodon ancylodon Menticirrhus americanus Micropogonias furnieri Mictoperca sp. Mugil curema Mugil platanus Nebris microps Oligoplites saurus Opisthonema aglinum Paralichthys orbignyanus Paralichthys patagonicus Paralonchurus brasiliensis Nome popular Sargo-de-beiço Salema Sargo-de-dente Bagre Bagre Xaréu Robalo Robalo Paru Pescada-amarela Pescada-branca Pescada-olhuda Caratinga Carapeba Garoupa Mero Cherne Prejereba Caraputanga Caranha Pescada-foguete Betara Corvina Badejo Parati Tainha (virote) Pescada-banana Salteira Sardinha-bandeira Linguado Linguado Maria-luisa

94 94 PESCA ESTUARINO-LAGUNAR (continuação) Espécie TELEÓSTEOS Peprilus paru Pomatomus saltator Scomberomorus brasiliensis Trichiurus lepturus ELASMOBRÂNQUIOS Gymnura micrura Raja sp. Rhinobatus horkelli Rhinobatus percellens Sympterygia sp. CRUSTÁCEOS Penaeus brasiliensis Penaeus paulensis Penaeus schmitti Xiphopenaeus kroyeri Nome popular Gordinho Anchova Sororoca Peixe-espada Raia Raia Cação-viola Cação-viola Raia Camarão-rosa Camarão-rosa Camarão-branco Camarão-sete-barbas

95 TABELA 2. Principais características da frota pesqueira no município de Cananéia na pesca de mar-a-fora Pescado visado Camarão-sete-barbas Camarão-rosa Lulas Camarão-sete-barbas e rosa Peixes Ct do barco 9 a 16 m 12 a 16 m 12 a 16 m 12 a 16 m 12 a 14 m Motor 97 a 115 H.P. 105 a 360 H. P. 105 a 360 H. P. 105 a 360 H. P. 115 a 135 H. P. Arte de pesca Arrasto (tangones) Arrasto (tangones) Arrasto (tangones) Arrasto (tangones) Malha (emalhe) Rede 11 a 17 m 17 m 18 m 11 a 17 m para camarão-setebarbas 1000 a 5000 m 17 m para camarão-rosa Malha 15 mm 22 mm 25 a 30 m 15 mm para camarão-setebarbas Autonomia de mar Profundidade de pesca Fauna acompanhante 70, mm 22 mm para camarão-rosa 15 dias acima de 20 dias acima de 20 dias acima de 20 dias 15 dias 5 a 18 m acima de 25 m 35 a 50 m 10 a 15 m para camarão-setebarbas camarão-branco e peixes peixes, lulas, polvos e vieiras peixes, lulas, polvos e vieiras acima de 25 m para camarãorosa peixes, lulas, polvos e vieiras 8 a 107 m

96 TABELA 3. Produção desembarcada no município de Cananéia nos anos de 1967 a 1996, em toneladas ANO PEIXES CRUSTÁCEOS MOLUSCOS TOTAL FONTE : Instituto de Pesca - Secr. Agricultura e Abastecimento Seção de Controle de Produção Pesqueira

97 TABELA 4. Produção total desembarcada no município de Cananéia em 1995 e Peso em quilogramas 1995 Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL TELEÓSTEOS Anchova Badejo Bagre Betara Bicudo Cabrinha Caranha Carapeba Cioba Congro rosa Corvina Dourado Espada Peixe galo 1 1 Garoupa Goête Linguado Mero Miraguaia Mistura * Pampo Parati Paru Pescada-amarela Pescada-branca Pescada-cambucu Pescada-foguete Pescada-olhuda Pescadinha Prejereba Robalete Robalo Salteira Sargo

98 98 Continuação... Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL TELEÓSTEOS Savelha Sororoca Trilha Tainha TOTAL ELASMOBRÂNQUIOS Cação-viola Cação-A87anjo Raia Cações TOTAL CRUSTÁCEOS Camarão-branco Camarão-rosa Camarão-sete-barbas Pitu Lagosta 4 4 TOTAL MOLUSCOS Lulas Vieiras Polvos TOTAL TOTAL ANUAL

99 1996 Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL TELEÓSTEOS Abrótea Anchova Badejo Bagre Barracuda Betara Bicudo Cabrinha Caranha Carapeba Caraputanga 1 1 Cioba Congro rosa Corvina Dourado Espada Galhado Garoupa Goête Linguado , Manjuba Maria mole Mero Miraguaia Mistura * Pampo Parati Paru Peixe-galo Peixe-porco Peixe-vela Pescada-amarela Pescada-banana Pescada-branca Pescada-cambucu Pescada-foguete Pescada-olhuda

100 100 Continuação... Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL TELEÓSTEOS Pescadinha Prejereba Robalete Robalo , Salteira , Sargo 3,7 2 6 Sororoca Tainha Traíra Trilha Xarel TOTAL ELASMOBRÂNQUIOS Cação Cação viola Cação-anjo Caçonete Raia TOTAL CRUSTÁCEOS Camarão-branco Camarão-rosa Camarão-sete-barbas TOTAL MOLUSCOS Lulas Polvos Vieira TOTAL TOTAL ANUAL

101 101 TABELA 5. Produção média desembarcada em kg/hora e kg/dia mensal de acordo com a espécie ou grupo de espécies MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Tipo de pescaria : pesca de camarão sete barbas 1995 TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAM. SETE BARBAS kg/h DESEMBARCADO kg/dias TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAM. SETE BARBAS kg/h DESEMBARCADO kg/dias Tipo de pescaria : pesca de camarão rosa 1995 TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAMARÃO ROSA kg/h DESEMBARCADO kg/dias TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAMARÃO ROSA kg/h DESEMBARCADO kg/dias

102 102 Continuação... MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Tipo de pescaria : pesca de peixes com rede de emalhe 1995 TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias Tipo de pescaria : pesca de camarão sete barbas e rosa 1995 TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAMARÃO ROSA kg/h DESEMBARCADO kg/dias CAM. SETE BARBAS kg/h DESEMBARCADO kg/dias TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAMARÃO ROSA kg/h DESEMBARCADO kg/dias CAM. SETE BARBAS kg/h DESEMBARCADO kg/dias

103 103 Continuação... MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Tipo de pescaria : pesca de lulas 1996 TOTAL DESEMB. kg/h kg/dias PEIXES DESEMB. kg/h kg/dias CAMARÃO ROSA kg/h DESEMBARCADO kg/dias LULA DESEMBARCADA kg/h kg/dias

104 TABELA 6. Proporção sexual do camarão-sete-barbas MACHOS FÊMEAS MACHOS FÊMEAS X 2 Nº Nº % % JANEIRO ,1 46,9 0,39 FEVEREIRO ,9 49,1 0,03 MARÇO ,7 51,3 0,06 ABRIL ,6 55,4 1,15 MAIO ,1 51,9 0,14 JUNHO ,8 52,2 0,19 JULHO ,1 54,9 0,98 AGOSTO ,7 58,3 2,74 SETEMBRO ,5 40,5 3,64 OUTUBRO ,1 51,9 0,14 NOVEMBRO ,8 59,2 3,37 DEZEMBRO ,4 44,6 1,18 TOTAL ,8 51,2 0,06 g.l.= 1 X 2 > 3,84 indicam diferenças significativas

105 TABELA 7. Parâmetros a e b da relação peso-comprimento do camarão-sete-barbas (parâmetros para ambos sexos) Equação: Wt = a. Lt ^ b MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ a = 5,4158 5,0940 5,0009 4,9268 5,4701 5,2044 5,6663 5,5163 5,4770 5,7540 5,7755 6,0006 b = 0,8827 0,8724 0,9174 0,9260 0,7529 0,8664 0,7636 0,7669 0,8645 0,7101 0,7890 0,6810 NÚMERO TOTAL MEDIDO Machos Fêmeas COMPRIMENTOS Machos Ct médio 8,5 7,7 7,8 7,6 8,4 8,2 8,8 8,6 8,8 8,3 9,6 9,4 Ct máximo 13,0 9,4 10,0 10,1 10,4 10,2 15,7 10,1 12,1 10,4 11,1 11,5 Ct mínimo 4,5 5,9 3,1 5,6 5,8 5,4 5,3 4,6 5,6 5,4 6,7 5,5 Fêmeas Ct médio 9,1 7,7 8,0 8,0 8,5 8,1 8,7 9,4 8,9 8,5 9,9 9,7 Ct máximo 12,5 10,4 12,2 11,1 11,3 11,8 12,1 12,1 11,7 12,4 14,2 12,9 Ct mínimo 4,5 4,3 4,5 4,8 5,1 5,0 4,2 5,7 5,0 6,1 6,7 6,7

106 106 TABELA 8. Percentagem de ocorrência das espécies na pesca com rede de emalhar Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL 1995 Anchova 0,0 0,7 0,1 Bagre 0,1 0,2 0,4 0,1 Betara 13,3 13,7 10,0 11,4 8,6 6,3 4,8 7,4 11,2 2,2 8,4 Bicudo 0,0 0,2 0,0 Cação 19,4 4,7 3,0 4,2 2,7 6,3 15,1 5,2 12,4 74,0 56,1 16,1 Cação-Anjo 1,4 0,8 1,8 0,4 Caçonete 1,2 0,7 0,4 0,3 0,6 0,2 Corvina 13,9 9,1 9,4 5,6 2,4 25,0 56,9 51,9 50,3 8,9 11,1 23,7 Dourado 3,6 0,3 Garoupa 0,0 0,0 Goête 0,6 0,6 6,3 0,5 Linguado 0,1 0,0 Mistura 17,6 13,8 9,8 14,3 8,0 16,3 3,6 5,0 3,5 3,4 3,9 8,5 Peixe-Espada 1,0 2,7 1,0 0,5 0,5 1,0 0,5 0,3 0,7 Pescada-Amarela 11,4 8,7 0,8 1,6 Pescada-Branca 1,2 1,7 0,9 0,3 1,1 0,4 0,5 Pescada-Cambucu 1,1 1,4 1,4 1,2 0,2 0,0 0,1 0,4 0,6 Pescada-Foguete 10,4 30,7 51,4 55,2 39,2 45,0 9,8 23,4 15,1 1,8 27,0 Pregereba 0,0 0,1 0,0 Salteira 10,6 13,0 2,3 1,9 3,0 1,3 6,8 4,8 3,0 11,6 14,7 6,5 Sororoca 0,4 1,4 0,8 5,2 35,4 0,0 0,1 1,4 5,0 5,0

107 107 Continuação... Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL 1996 Mistura 19,0 6,1 9,7 13,6 12,0 8,6 3,5 11,6 3,4 8,9 2,3 5,0 9,6 Pescada-Foguete 22,8 40,8 34,3 39,4 36,2 43,1 1,8 14,6 4,0 7,0 14,4 26,0 Pescada-Branca 1,6 1,2 2,7 0,4 0,2 0,2 0,6 Pescada-Cambucu 1,2 0,7 1,7 1,2 0,7 0,2 0,1 0,6 Pescada-Olhuda 1,8 0,2 Betara 9,1 21,9 13,9 17,0 12,1 16,6 0,5 4,0 2,1 5,9 5,2 2,1 10,1 Salteira 25,9 7,9 19,3 9,9 1,6 2,2 31,1 29,4 11,4 53,4 11,7 16,6 14,9 Corvina 2,7 8,4 12,5 8,6 13,6 17,4 5,3 20,7 73,4 5,9 17,4 9,3 15,5 Cação 18,3 9,1 4,8 1,4 19,9 9,0 1,0 2,3 3,2 10,4 45,4 36,8 13,2 Caçonete 1,5 1,7 1,5 0,5 0,2 0,1 0,4 0,6 0,3 3,8 0,9 Sororoca 0,8 0,2 0,9 0,2 0,5 55,8 12,0 1,1 8,9 4,1 1,5 5,3 Goête 0,0 0,0 Peixe-Espada 1,2 2,2 4,5 2,5 1,7 0,6 0,5 0,8 2,1 0,2 0,3 1,5 Pregereva 0,3 4,5 0,2 0,4 0,2 Cação-Anjo 1,0 0,6 0,1 Bicudo 0,1 0,0 Anchova 0,1 0,0 Bagre 0,5 0,0 Dourado 5,8 1,9 0,5 Peixe-Porco 6,9 0,6 Barracuda 0,1 0,0 Pescada-Banana 0,4 0,0 Peixe-Vela 0,2 0,5 0,1 Galhado 0,3 0,0

108 TABELA 9. Produção mensal da pesca costeira e estuarino-lagunar, em quilogramas ANO: 1995 Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Teleósteos Anchova Badejo Bagre Betara Bicudo Caranha Carapeba Caraputanga Cioba Congro-Rosa Corvina Dourado Peixe-Espada Galo 1 1 Garoupa Goête Linguado Lula Manjuba Mero Miraguaia Mistura Pampano Parati Paru Pescada Pescada-Amarela 2 2 Pescada-Banana 4 4 Pescada-Branca Pescada-Cambucu Pescada-Foguete Pescada-Olhuda Pescadinha Pregereva Robalo

109 109 Continuação... Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Teleósteos Salteira Sargo Savelha Sororoca Tainha Traíra Trilha Xarel Total Mensal Elasmobrânquios Arraia Cação Cação-Anjo Viola Total Mensal Crustáceos Camarão-Branco Camarão-Rosa Camarão-Sete-Barbas Pitu Lagosta 8 8 Total Mensal Moluscos Polvo Vieira Total Mensal Total anual

110 110 ANO: 1996 Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Teleósteos Anchova Badejo Bagre Betara Bicudo Caranha Carapeba Caraputanga 1 1 Cioba Congro-Rosa Corvina Dourado Peixe-Espada Galo Garoupa Goête Linguado Lula Manjuba Mero Miraguaia Mistura Pampano Parati Paru Pescada Pescada-Amarela Pescada-Banana Pescada-Branca Pescada-Cambucu Pescada-Foguete Pescada-Olhuda Pescadinha Pregereva Robalo Salteira

111 111 Continuação... Mês JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL Teleósteos Sargo Savelha Sororoca Tainha Traíra Trilha Xarel Total Mensal Elasmobrânquios Arraia Cação Cação-Anjo Viola Total Mensal Crustáceos Camarão-Branco 1 1 Camarão-Rosa Camarão-Sete-Barbas Pitu Lagosta Total Mensal Moluscos Polvo Vieira Total Mensal Total anual

112 TABELA 10. Características dos cercos-fixos de acordo com a área Área Espia Casa-de-peixe Ct médio (m) Desvio (m) Ct médio (m) Desvio (m) Trincheira 47 24,1 40 1,8 Ilha do Cardoso 77 28,7 19,5 4,8 Ponte 46 9,9 14 2,8 Acarau Prainha 84 8,1 15 2,4 Marujá ,1 Boguaçu 58 2,8 14 0,9 TABELA 11. Comprimentos mínimos e máximos da ictiofauna acompanhante da pesca do cerco-fixo (Ct. Comprimento total; para a salteira foi medido o furcal) 1995 Espécie Ct mínimo (cm) Ctmáximo (cm) Carapeba Pescada-branca Paru Durão Caratinga Espécie Ct mínimo (cm) Ctmáximo (cm) Corvina Salteira Pescada-olhuda 35 77

113 113 TABELA 12. Relação da captura de três cercos-fixos com pluviosidade ILHA DA CASCA TAINHA VIROTE PARATI TOTAL CHUVAS TAINHA 1,000 VIROTE -0,242 1,000 PARATI -0,261 0,220 1,000 TOTAL 0,349 0,923 0,747 1,000 CHUVAS 0,480 0,678 0,114-0,150 1,000 ILHA CARDOSO TAINHA VIROTE PARATI TOTAL CHUVAS TAINHA 1,000 VIROTE 0,212 1,000 PARATI -0,198-0,267 1,000 TOTAL 0,141 0,419 0,950 1,000 CHUVAS 0,132-0,018 0,307 0,391 1,000 TRINCHEIRA TAINHA VIROTE PARATI TOTAL CHUVAS TAINHA 1,000 VIROTE 0,029 1,000 PARATI -0,181-0,186 1,000 TOTAL 0,302 0,553 0,735 1,000 CHUVAS -0,252 0,145 0,325 0,251 1,000

114 114 TABELA 13. Captura por unidade de esforço média em kg/hora, por áreas em 1995 e 1996 CAMARONEIROS MÉDIA DES. PAD. Nº MÉDIA DES. PAD. Nº DIFERENÇA DIFERENÇA DESVIO MÉDIA NORTE 12,4 4,8 11,0 17,5 9,2 12,0 3,0-1,7 CENTRO 11,1 4,4 11,0 15,6 8,2 11,0 2,8-1,6 SUL 5,9 2,4 6,0 11,7 4,8 11,0 1,8-3,3 LITORAL 11,0 4,8 9,0 18,7 22,2 8,0 8,0-1,0 MALHEIROS MÉDIA DES. PAD. Nº MÉDIA DES. PAD. Nº DIFERENÇA DIFERENÇA DESVIO MÉDIA NORTE 12,1 2,7 11,0 14,2 9,1 11,0 2,9-0,7 CENTRO 9,6 3,8 8,0 9,9 3,1 11,0 1,6-0,2 SUL 10,0 4,7 4,0 11,6 5,7 7,0 3,2-0,5 LITORAL 8,1 3,2 6,0 6,3 0,9 2,0 1,4 1,2 Nível de significância de 0,05 => -1,96 < z > 1,96 Para camaroneiros apenas existe diferença de 1995 para 1996 na região sul Para malheiros as médias são iguais

115 115 Rio Ribeira de Iguape Litoral Sul do Estado de São Paulo Iguape Canal do Valo Grande Barra de Icapara Ilha Comprida Canané ia Barra de Cananéia Oceano Atlântico Ilha Do Cardoso Ilha do Bom Abrigo Barra do Ararapira FIGURA 1. Mapa da região estudada, litoral sul do Estado de São Paulo - Brasil

116 116 Localização dos cercos-fixos analisados 1. Ilha da Casca 2. Ilha do Cardoso 3. Trincheira FIGURA 2. Área de estudo Ilha de Cananéia

117 FIGURA 3. Extremo sul do município de Cananéia Vila do Marujá e Vila do Ariri 117

118 FIGURA 4. Pluviosidade total por mês durante o período de estudo 118

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