FASE DE PRÉ-PROJECTO E PROJECTO DE EXECUÇÃO
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- Helena Pinhal Weber
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1 ONS - APIRAC CT SC1 FASE DE PRÉ-PROJECTO E PROJECTO DE EXECUÇÃO
2 FASE DE PRÉ-PROJECTO, FPP A FPP é uma parte de preparação do PC que compreende as fases de programa base, estudo prévio e anteprojecto e onde são desenvolvidos e definidos os RDO(antecede a FPE). 2
3 ACTIVIDADES DA FPP É essencial para o êxito do Empreendimento o conhecimento em detalhe dos RDO, isto é, os requisitos básicos com os quais os projectos, a construção, a aceitação, e as decisões são elaboradas. No que aos sistemas AVAC diz respeito, os RDO devem incluir: a) Orçamento de projecto incluindo calendarização; b) Âmbito e orçamento do PC; c) Requisitos dos documentos de projecto; d) Orientações do DO; e) Restrições e limitações; 3
4 ACTIVIDADES DA FPP f) Requisitos do utilizador g)requisitos e horários de ocupação de espaços; h)requisitos de formação do pessoal do DO; i) Requisitos de garantia; j) Requisitos de optimização de valores de referência; k) Ferramentas de estatística e da qualidade; l) Critério de condução e manutenção; m) Expectativa para a manutenção de equipamentos e sistemas; n) Requisitos para a qualidade dos materiais e construção; o) Tolerância admissível na condução dos sistemas; p) Eficiência energética q) Objectivos de sustentabilidade ambiental 4
5 ACTIVIDADES DA FPP r) Adaptabilidade; s) Requisitos de integração dos sistemas; t) Regulamentos e normas aplicáveis; u) Saúde, higiene e ambiente interior; v) Acústica; w) Vibrações; x) Sísmico; y) Acessibilidade; z) Segurança; aa) Funcionalidade; bb) Estética; cc) Facilidade de construção; dd) Comunicações; ee) Controlo 5
6 FPE - Objectivos do Processo de Comissionamento 1- itens gerais: a) Verificar conformidade da MD com os RDO; b) Actualização do PL C para incluir as actividades do PC relativas à construção, ao funcionamento e á ocupação; c) Requisitos do PC para incluir nos Do C; d) Listas de Controlo da Construção, LCC; e) Manual de Sistemas, MS; f) Formação do pessoal para condução dos sistemas e instalações; g) Revisão do projecto na óptica do comissionamento; h) Aceitação das actividades do PC relativas à FPE. 6
7 FPE - Objectivos do Processo de Comissionamento Ítens específicos de cada sistema de AVAC: a) Confirmação de cumprimento dos RDO pela EP; b) Confirmação de facil manutenção e acessibilidade; c) Confirmação da eficiencia energética; d) Cumprimento pelo GTC dos RDO e MD; e) Confirmação da clara definição dos requisitos do GTC; f) Condução e sequencia de controlo bem definidos e documentados; 7
8 FPE - Objectivos do Processo de Comissionamento Ítens específicos de cada sistema de AVAC: g) Requisitos de QAI e conforto analisados e documentados; h) Confirmação dos requisitos e integração dos sistemas e instalações auxiliares de AVAC; i) Confirmação de que a EP identificou os valores mais adequados de desempenho e aferição para o AVAC; j) Confirmação de que a acústica, vibrações e sismica estão bem tratadas pela EP 8
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10 no princípio era um traço 2 A Feixes Hertzianos, SA foi bem aconselhada, ou, para o caso de o não ter sido, o seu presidente era pessoa de vistas largas, como convém a uma empresa de feixes hertzianos. A prova é que desde o início encarou a construção da nova sede como um empreendimento. A diferença, relativamente ao que é usual entre nós, reside no facto do conceito de empreendimento englobar todas as fases necessárias à realização de uma grande obra, desde a sua viabilidade e concepção, passando pelo projecto, um mal necessário para a maior parte dos promotores, até à construção propriamente dita e posteriores instalação de serviços e exploração do novo edifício e das suas instalações. 10
11 no princípio era um traço Usualmente, o dono da obra, isto é o promotor que resolve investir o seu capital na concretização de um edifício, vai tomando decisões passo a passo, pior do que isso, vai pensando nos problemas um a um, o que por si só não sendo um mal se torna por vezes catastrófico quando se esquecem os problemas e passos seguintes, e sobretudo por se não ter presente o objectivo final. O programa preliminar relativo à construção da nova sede da companhia, não sendo um verdadeiro modelo de referência, foi contudo bastante longe, nos seus principais objectivos. 11
12 no princípio era um traço Elaborar um programa deste tipo, parecendo fácil, não o é de facto. Longe disso. São poucos, ou quase nenhuns, os arquitectos suficientemente cultos e generalistas, com experiência prática dos objectivos, conhecedores dos meios, sabedores das múltiplas condicionantes, capazes de o elaborar. Requer-se, primeiro que tudo, a capacidade para estimar, na volumetria possível, com a área de implantação disponível, a ocupação previsível e a expansão expectável no que respeita à população do edifício. De igual modo se requer que o aspecto estético da futura construção traduza a imagem de marca que a companhia pretenda conquistar ou reforçar. 12
13 no princípio era um traço A imagem da sede está para os olhos do público anónimo tal como a telefonista está para quem busca uma informação pelo telefone. Se ambas forem desagradáveis, ao olhar ou ao ouvido, não será de todo feliz o cartão de apresentação. Mas o edifício deve ser sobretudo racional e funcional. É pois indispensável que o responsável pela elaboração daquele programa preliminar apreenda toda a orgânica funcional da empresa, de uma forma dinâmica, e a consiga traduzir por técnicas compreensíveis e inteligíveis. O arquitecto, o que irá conceber o edifício jamais será capaz de o compartimentar 13
14 no princípio era um traço e de conseguir estabelecer as comunicações verticais e horizontais mais aconselháveis, se não lhe for fornecida a informação completa relativa à constituição sectorial da empresa, à forma como os diferentes departamentos se devem organizar, e como estes se relacionam. O programa preliminar deverá ainda ser capaz de estabelecer regras orientadoras tendentes a definir o grau de qualidade requerido em diversos aspectos, como o conforto luminotécnico, térmico, ou acústico; o grau de autonomia dos principais fluidos ou fontes energéticas, desde a água, ao gás, aos diferentes outros combustíveis; 14
15 no princípio era um traço o grau de segurança e de fiabilidade requerido em sectores especiais, que só ele está em condições de o indicar por se tratarem de pontos críticos variáveis em função da natureza da actividade desenvolvida; o grau de flexibilidade desejada; a capacidade e a experiência acumulada pela empresa em matéria de conservação e de exploração das instalações. Finalmente, e como síntese de tudo o resto, o programa preliminar deve indicar de forma clara qual o custo máximo que o empreendimento deverá custar. 15
16 EDIFICIO MARCONI 1992 Fonte inspiradora do livro No princípio era um traço editado em CT 185 SC1 Aquecimento e Ar Condicionado
17 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Rodrigo da Maia, desde o início, estava preocupado com a possível falta de informação entre os diferentes projectistas, condição bastante para a descoordenação do projecto no seu todo. É natural tal acontecer, até mesmo quando se trabalha em gabinetes separados por uma simples parede. Porque é uma questão de mentalidade; nunca um problema de natureza física. Os riscos de projectos parcelares, elaborados de costas viradas, e portanto descoordenados, tornar-se-iam maiores à medida que o tempo escasseasse e o nervoso começasse a aumentar. 17
18 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Foi pensando nisto que o velho engenheiro tomou as medidas que lhe pareceram apropriadas por forma a engendrar um meio bem simples para reduzir tal risco. Sobre um mesa enorme, daria à vontade para o jantar de fim de ano da empresa, e fixa a uma das suas extremidades, ordenou que se colocasse uma colecção completa dos desenhos de arquitectura. Todas as alterações, ou acertos, por pequenos que fossem, deveriam ser registados nesta colecção. 18
19 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) A seu lado, numa volumosa pasta a que deu o pomposo título de cadastro do projecto, ordenou que se arquivassem as mais importantes condições de cálculo, o programa revisto e acordado com o dono da obra, as principais recomendações para todos os projectos, as normas e regulamentos a obedecer, os assuntos a investigar e aprofundar, os temas pendentes da Feixes Hertzianos e as datas em que teriam forçosamente que estar resolvidos. 19
20 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Qualquer sugestão, alteração, ou alerta, teriam que ficar registados naquele cadastro. A sua actualização seria pois permanente e duraria até que o projecto e posteriormente a obra vivessem. Semanalmente, Pedro Soares, na sua qualidade de chefe de projecto, deveria reunir com todos os projectistas e analisar em conjunto com eles a última palavra contida no cardápio e qualquer alteração assinalada a vermelho nos desenhos do cadastro. Só assim, e com disciplina, seria possível que todos trabalhassem no mesmo sentido. Só assim o projecto poderia constituir uma verdadeira antecipação da obra, embora na forma simbólica e gráfica, e não um conjunto de intenções incompleto e descoordenado. 20
21 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Os meios de que a empresa de Rodrigo da Maia dispõe para o controlo da qualidade dos seus projectos são felizmente muitos. Ao longo de muitos anos, sempre com um trabalho sistemático de recolha das boas experiências e sobretudo das menos boas, Rodrigo fora produzindo e aperfeiçoando sucessivos guias de projecto para quase todos os tipos de instalações, pelo menos as que normalmente eram frequentes em quase todos os grandes edifícios. 21
22 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Durou dois meses a verificação final dos projectos das instalações técnicas. Pedro Soares, como chefe de projecto, munido de diversas pastas com os temas a verificar, em redor de uma enorme mesa e sempre com Mascarenhas, Campelo, Gouveia e Faísca, foi vasculhando os desenhos um a um, ao mesmo tempo que ia verificando a correcta concordância entre o que fora desenhado e o que estava escrito. Era por vezes difícil entender a recomendação do guia, ou porque parecia excessiva, ou porque lhes era ininteligível. 22
23 Ainda de No Princípio era um traço (FPE) Rodrigo da Maia acorria então de pronto. Recordava as circunstâncias em que tal recomendação lhe ocorrera. Conscientemente, ponderando as vantagens e os inconvenientes, tomava-se então a decisão que lhes parecia mais adequada: ou se corrigia; ou não se corrigia; mas qualquer das decisões ficaria registada bem como as razões que a motivaram. O cadastro do projecto atestaria no futuro, se tal viesse a ser necessário, as opções tomadas; e as que, de forma consciente, tinham sido rejeitadas. 23
24 Guia de controlo de projecto e obra 24 CT 185 SC1 Aquecimento e Ar Condicionado
25 Guia de controlo de projecto e obra 25 CT 185 SC1 Aquecimento e Ar Condicionado
26 Guia de controlo de projecto e obra 26 CT 185 SC1 Aquecimento e Ar Condicionado
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