Novembro Classificação de Imóvel de Interesse Municipal Estação dos Caminhos-de-ferro de Fronteira. Município de Fronteira
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- Ana Vitória Gonçalves Sequeira
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1 Novembro 2013 Classificação de Imóvel de Interesse Municipal Município de Fronteira
2 Memória Descritiva e Justificativa 1. Abertura do Procedimento: 1.1. A Câmara Municipal de Fronteira pretende iniciar os procedimentos de classificação do bem imóvel, designado de Estação dos Caminhos-de-ferro de Fronteira, como de Interesse Municipal e considerando o previsto na lei no âmbito das respetivas competências (Competência prevista na alínea m) do nº2 do artigo 64º da Lei nº169/99, de 18 de setembro e revista na redação da Lei nº5 -A/2002, de 11 de Janeiro). Salienta-se que a Classificação de Imóvel de Interesse Municipal está contemplada no artigo 57º e seguintes do Decreto Lei nº309/2009, de 23 de Outubro. E ainda no artigo 15º da Lei nº107/2001, de 8 de Setembro, que ação, no todo ou em parte, representam um valor cultural de significado predominant e para um determinado município.
3 2. Caraterização Geral: 2.1. O complexo da estação foi construído em 1933, junto à localidade, com um acesso rodoviário à estrada municipal para a vila de Fronteira, era composto, originalmente, um edifício de passageiros, habitações para os funcionários, e várias instalações de serviço, como um reservatório de água, ou um cinzeiro para a limpeza das locomotivas. Contava com 5 vias, incluindo uma de manobras e outra de mercadorias.
4 2.2. Edifício da estação: O edifício era constituído por dois corpos interligados, um em imitação do estilo de casa portuguesa dos Séculos XVII e XVIII, que servia de estação, e outro com dois pisos que servia de habitação ao pessoal graduado; ambos foram decorados com painéis de azulejos nas paredes exteriores da rua e da gare (Autoria de Leopoldo Battistini), representando cenas agrícolas do Alentejo.
5 No interior da estação, encontrava-se um vestíbulo e uma sala de espera, ambas com paredes caiadas e adornadas com lambris de azulejos em emulação dos Séculos XVII e XVIII, em conformidade com a arquitectura do edifício; vindo do lado da rua, a bilheteira estava do lado esquerdo do vestíbulo, junto ao balcão para despachar as bagagens, com um acesso rápido à gare por uma porta própria. À direita do vestíbulo, encontrava-se a sala de espera, com um teto em madeira em imitação de castanho, completando a simulação das salas portuguesas daquelas épocas. Ainda dentro do edifício da estação, encontrava -se um espaço para guardar bagagens, um gabinete para o chefe da estação e outro para as comunicações telefónicas, e a bilheteira com um guichet para o vestíbulo.
6 O gabinete do chefe de estação tinha uma porta direta para o corpo onde se encontravam as habitações, para mais depressa se apresentar em caso d e necessidade; este edifício era composto por 4 compartimentos, uma cozinha e uma retrete, com um quarto no rés-do-chão para o chefe de estação e outro para albergar funcionários graduados dos caminhos de ferro que prestassem serviço eventual na estação. O piso superior era destinado aos dois fatores da estação e às suas famílias. Anexas a este edifício, estavam as instalações sanitárias para os passageiros, sendo fornecidas por água a pressão pelo reservatório para as locomotivas, construído em cimento armado. A gare em frente do edifício da estação estava coberta por um alpendre, suportado por colunas em granito.
7 2.3. Instalações de mercadorias e acessórias: Ligado à gare de passageiros, foi construído um cais descoberto para mercadorias com um armazém, tendo sido planeado de forma a permitir o acesso de vagões por um lado, e de veículos automóveis pelo outro; o pátio de mercadorias foi construído de forma a facilitar as manobras dos camiões para se alinharem ao cais. Devido à previsão de um grande movimento de gados pela estação, foram instalados um curral e uma curraleta, para facilitarem as operações de embarque e desembarque dos animais. A estação contava, igualmente, com um conjunto de 6 moradias para outros trabalhadores, paralelas à estrada de acesso; estes edifícios foram construídos no estilo típico alentejano, com paredes brancas, janelas pintadas de azul e beirados tradicionais. Junto às casas, foram reservados talhões de terreno, para os funcionários fazerem as suas plantações.
8 3. A importância da classificação: 3.1. Além dos motivos evidenciados, salienta-se que a Estação dos Caminhos-de-ferro de Fronteira representa uma referência cultural, social e patrimonial para Fronteira. O atual estado em que o edifício e a envolvente se encontram, consequência do vandalismo e degradação ocorrida desde o seu encerramento, constituem, sem dúvida, para o reforço da intenção de classificação em Imóvel de Interesse Municipal pretendida pela Câmara Municipal. Neste sentido, deve ser realçada a determinação da autarquia preocupada em devolver a dignidade merecida à. Recentemente a Câmara Municipal, preocupada com o desenvolvimento deste local e consciente que a reabilitação é uma matéria fundamental, bem como, necessária nos dias de hoje, desenvolveu um projeto turístico sustentável com o objetivo da reabilitação física do espaço e dinamismo económico local e regional. Embora os requisitos para classificação estejam focalizados, conforme a cultural de presente documento, a situação não pode ser descartada da favorável projeção económica e turística do atual projeto. Neste âmbito, o reconhecimento da expetante classificação certamente que poderá contribuir para inverter a realidade atual. A classificação da como Imóvel de Interesse Municipal revela-se necessária e importante para a sustentabilidade futura do espaço e dignidade do património do concelho de Fronteira.
9 4. Registo histórico: 4.1. In Subsídios para uma monografia de Fronteira. ( Fernando Correia Pina, Pág.170) Dos imóveis construídos durante o século passado destacam-se o Palácio da Justiça, obra do ministério da tutela, executada com mão de obra prisional e inaugurado em Abril de 1967 em cuja sala de audiência se encontra aquela que Mestre Martins Barata considerava a sua obra-prima, a pintura mural intitulada Atoleiros e o edifício da Estação dos Caminhos de Ferro, cujos trabalhos de construção tiveram inicia em 22 de Abril de 1929, com a presença das autoridades locais que se fizeram acompanhar ao local pelas duas filarmónicas de Fronteira. Merecem especial relevo, pela sua alta qualidade, os painéis de azulejos aí existentes, da autoria de Leopoldo Battistini, fabricados em Constância. De temática agrícola e pastoril, onde predominam o azul, sépia e amarelo, os painéis são envolvidos por uma cercadura rococó de folhagens e bagas, pela parte de baixo e, pela superior, por folhas e flores. A porta de acesso ao edifício está ladeada pelas figuras de uma ceifeira e de um tocador de acordeão, na tradição das figuras de convite do séc. XVIII.
10 4.2. In Gazeta dos Caminhos de Ferro. (Nº 1083, de 1 de Fevereiro de 1933)
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13 5. Registos Fotográficos Exterior:
14 6. Registos Fotográficos Interior:
15 7. Conclusão: 7.1. Proposta de abertura do procedimento de classificação do bem imóvel, designado de, como de Interesse Municipal, no âmbito das respetivas competências (alínea m) do nº2 do artigo 64º da Lei nº169/99, de 18 de setembro e revista na redação da Lei nº5-a/2002, de 11 de Janeiro), contemplada no artigo 57º e seguintes do Decreto Lei nº309/2009, de 23 de Outubro e ainda no âmbito dos artigos 15º, 25º e nº 1 do artigo 94º da Lei nº107/2001, de 8 de Setembro; 7.2. Subsequente à aprovação do procedimento deve ser consultada a Direção Regional da Cultura do Alentejo, cujo parecer apesar de não vinculativo, determina a audição do IGESPAR, no âmbito do despacho nº 48/2002 PRES, de 26 de Agosto e no cumprimento do artigo 61º, do Decreto Lei nº309/2009, de 23 de Outubro; 7.3. Não existe obrigatoriedade de constituição de ZEP ao edifício (Zona Especial de Proteção), cuja classificação é de Interesse municipal; 7.4. Esta abertura de procedimento, sob proposta da Câmara municipal e posterior deliberação da Assembleia municipal, não dispensa a respetiva publicitação do ato de classificação, nos termos do artigo 28º do Decreto Lei nº309/2009, de 23 de Outubro, dando seguimento a forma normalmente usada para dar conhecimento público às deliberações dos órgãos municipais. Fronteira, 26 de Novembro de 2013 João Calvino, Arqt. Divisão Técnica do Município de Fronteira
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