Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário

Transcrição

1 Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário Agosto 2017

2 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 Confiança do micro e pequeno empresário marca 47,9 pontos em agosto Em agosto de 2017, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços registrou 47,4 pontos, ficando praticamente estável na comparação com o mês anterior, quando marcara 49,0 pontos. Abaixo do nível neutro, de 50 pontos, o resultado mostra que a maior parte desses empresários fazem uma avaliação negativa do presente e não demonstram muito entusiasmo com o futuro, tanto da economia quanto dos seus negócios. Desde março de 2017, o Indicador tem permanecido abaixo do nível neutro, embora não distante daquela marca. Esses resultados representam um avanço se comparados com os resultados de dois anos atrás. Mas ainda deixa parte do empresariado receoso para, por exemplo, investir na ampliação de seu negócio. Indicador de Confiança 44,7 43,0 43,1 42,0 42,2 42,9 36,6 36,4 37,1 36,7 37,6 38,7 40,0 38,3 37,9 50,2 46,0 50,6 51,0 52,5 51,3 50,2 49,7 49,8 48,9 49,0 46,9 47,4 Entre os apontamentos feitos pelos empresários sondados, destacam-se a queda das vendas, tida como principal razão para avaliar mal o desempenho do próprio negócio, e a incerteza políticas, que desponta como o principal fator a rebaixar as expectativas econômicas para os próximos meses. De parte dos otimistas, a maioria não sabe ao certo justificar porque nutrem boas perspectivas para o futuro, mas se nota, ainda sim, a percepção de que a retomada já começou; a noção de que a boa gestão do negócio pode ajudar na crise; e a esperança de que os impasses políticos se resolvam. Em síntese, o quadro da confiança em agosto de 2017 mostra pequenos e médios empresários em compasso de espera. De um lado, eles veem um cenário político que ainda inspira incertezas e, de outro, uma lenta recuperação dos indicadores econômicos, notadamente dos setores Varejo e Serviços. Como resultado, a confiança desses agentes econômicos não consegue avançar muito além dos 50 pontos, mas também não retrocede aos níveis de 2015, quando a série foi iniciada.

3 Passado e Futuro O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário é composto de dois outros indicadores: o de Expectativas que mede as expectativas dos empresários para os próximos seis meses, e o de Condições Gerais, que mede avaliação que os empresários fazem dos últimos seis meses. Considerando somente o componente das expectativas, em agosto, o Indicador marcou 56,5 pontos. Já quando se considera o componente da avaliação do passado, o Indicador marcou 35,3. Desde o início da série, o Indicador msotra que as expectativas estão descoladas da avaliação que se faz dos últimos seis meses. Enquanto esse primeiro componente supera a marca dos 50 pontos, o segundo permanece abaixo, embora tenha avançado nos últimos meses. Esse resultado mostra que, mesmo diante de um retrospecto ruim, há algum tempo, boa parte acalenta a perspectiva de ter dias melhores pela frente. É o caso de notar, porém, que as expectativas já apresentaram resultados mais vistosos no início do ano, chegou a superar a marca dos 65,0 pontos Economia e Negócio Expectativas sobre o próprio negócio são mais otimistas do que as expectativas sobre a economia Quando se analisa os dados do Indicador considerando as dimensões dos negócios e da economia, também se nota diferenças consideráveis. Em geral, os empresários adotam uma postura mais positiva ao analisar o próprio negócio. No caso da avaliação dos últimos seis meses, o desempenho da economia registrou 32,0 pontos em agosto, ao passo que o desempenho dos negócios pontuou 38,5, mais próximo dos 50 pontos. Já no caso das expectativas para os próximos meses, a dimensão da economia mostrou 52,9 pontos e a dos negócios, 60,0 pontos. Em síntese, na percepção média dos empresários, a performance dos negócios deteriorouse, mas não tanto quanto o desempenho da economia. Reflexo disso, as expectativas que os empresários nutrem com relação ao próprio negócio são mais otimistas do que as expectativas que têm sobre os rumos da economia, cujo controle está fora de seu alcance. ago/16 jul/17 ago/17 Indicador de Confiança 50,2 49,0 47,4 Indicador de Condições Gerais 31,6 37,3 35,3 Condições Gerais dos Negócios 35,9 40,8 38,5 Condições Gerais da Economia 27,3 33,9 32,0 Indicador de Expectativas 64,1 57,8 56,5 Expectativas para os Negócios 67,6 62,5 60,0 Expectativas para a Economia 60,6 53,0 52,9

4 Expressivos 61,1% dos empresários sondados notaram piora da economia nos últimos seis meses, enquanto 12,4% notaram melhora. Pensando no desempenho dos negócios, 47,9% consideram ter havido piora nos últimos seis meses e 16,0% notaram melhora. A respeito do futuro, 36,8% desses empresários mostraram-se confiantes com os próximos seis meses da economia e 24,9% mostraram-se pessimistas. No tocante aos negócios, 48,3% mostraram-se confiantes e 15,6% disseram estar pessimistas. O que os empresários pensam sobre a economia Maior parte dos que manifestam confiança no futuro da economia não sabem explicar a razão Respondendo sobre o porquê do otimismo com relação à economia, a maior parte dos empresários que manifestam confiança no futuro (45,6%) não sabe dizer por qual razão. Há também aqueles que falam em resolução da crise política (18,7%) e os que mencionam a melhora de alguns indicadores econômicos. 8,2% fiam-se no fato de o país ter um amplo mercado consumidor. As razões do otimismo com o futuro da economia Não sei, mas estou otimista, sinto que as coisas irão melhorar 45,6% A crise política será resolvida 18,7% Porque alguns indicadores econômicos já dão sinais de melhora e o país retomará o crescimento 16,7% O país tem um amplo mercado consumidor 8,2% Outros 10,9% Na outra ponta, entre os pessimistas com a economia, a questão política também mereceu destaque: 36,7% desses empresários dizem-se pessimistas com os rumos da economia por haver incertezas na esfera política. Além desses, 22,6% apontam que os problemas econômicos que o país enfrenta são graves e 12,1% dizem que as reformas de que o país precisa não serão feitas. Em seguida, aparecem a falta de perspectiva com o crescimento econômico e controle dos preços (11,1%) e a expectativa de que as vendas continuarão caindo (10,1%). As razões do pessimismo com o futuro da economia Porque ainda há incertezas políticas 36,7% Porque os problemas econômicos que o país atravessa são graves 22,6% Porque acredito que o país não passará pelas reformas de que precisa 12,1% A inflação não será controlada e o país não retomará o crescimento 11,1% Porque a as vendas continuam caindo 10,1% Outros 7,5% O que os empresários pensam sobre os negócios

5 Queda das vendas é o principal motivo para piora no desempenho de seus negócios Entre aqueles que notaram, nos últimos seis meses, piora no desempenho de seus negócios, a queda das vendas é o sintoma mais latente, mencionada por expressivos 66,8%. Outros 12,5% dizem que, independentemente da crise, atuam num ramo que está em baixa. O aumento dos custos e da inadimplência foi citado, respectivamente, por 8,9% e 6,0% desses empresários. As razões da má avaliação dos negócios Porque, com a crise, as vendas diminuíram 66,8% Porque, independentemente da crise, atuo em um ramo que está em baixa 12,5% Porque os preços dos insumos/matéria prima/produtos aumentaram 8,9% Porque a inadimplência cresceu 6,0% Outro 5,7% Como ocorre no caso do otimismo com a economia, a maior parte dos otimistas com o próprio negócio (28,8%) não sabe ao certo explicar as razões de seu otimismo. A boa gestão dos negócios deve ajudar no desempenho da empresa para 25,1%. Além desses, 17,6% dizem estar investindo no negócio para enfrentar a crise e 15,3% falam dos sinais de melhora da economia. As razões do otimismo com o futuro dos negócios Não sei por que, mas tenho o sentimento de que as coisas vão melhorar 28,8% Tenho feito uma boa gestão do negócio 25,1% Estou investindo no negócio para enfrentar a crise 17,6% Porque a economia está dando sinais de melhora 15,3% Meu negócio não está sendo afetado pela crise 3,9% Outros 9,3% O temor de que a crise econômica continue ainda é fonte importante de pessimismo com os negócios. Entre os empresários que não se mostram confiantes com o futuro de sua empresa, mais da metade (57,6%) aponta esse receio como a causa. Esses empresários também mencionam a queda acentuada das vendas (16,0%), a queda da demanda de produtos considerados supérfluos (8,0%). As razões do pessimismo com o futuro dos negócios

6 A crise econômica ainda pode continuar: inflação irá aumentar, diminuirão as vagas de emprego e as vendas 57,6% Minhas vendas foram afetadas demais, não tenho mais como recuperar 16,0% A procura pelo meu produto não irá crescer pois é considerado supérfluo 8,0 Não tenho recursos para investir mais no meu negócio para que ele se mantenha 4,8% Outros 13,6% Para metade dos entrevistados, faturamento permanecerá estável nos próximos seis meses Quando questionados sobre o que esperam para o faturamento de seu negócio nos próximos seis meses, a metade (50,5%) diz esperar a estabilidade nem queda nem crescimento. Nas duas pontas, 35,3% esperam aumento do faturamento e 9,0% esperam queda. Visto que os próximos seis meses englobam o período de final de ano, essa não é exatamente uma excelente notícia. Entre aqueles que, por outro lado, esperam ver o faturamento crescer, a maior parte (29,1%) não sabe, uma vez mais, explicar as razões de seu otimismo. Destaquese, porém, que 23,0% dizem estar buscando novas estratégias de vendas e 16,0% dizem ter melhorado a gestão. Além desses, 11,0% dizem estar diversificando o portfólio. Expectativas sobre o faturamento Não vai se alterar 50,5% Vai aumentar 35,3% Vai cair 9,0% Em suma, até aqui, 2017 não registra avanços da confiança dos micro e pequenos empresários, como ocorreu em Tampouco se viu grandes retrocessos. Mesmo entre aqueles que se dizem otimistas, a confiança nem sempre se sustenta em bases sólidas, haja visto que boa parte não sabe justificá-la. Em outras palavras, a confiança tem se mostrado estável, mas num nível que ainda não pode ser considerado satisfatório. Diante desse cenário, só a intensificação da agenda de reformas estruturais na economia e a continuidade do esforço de contenção dos gastos públicos podem trazer mais previsibilidade e, assim, contribuir para dar novo ânimo aos empresários.

7 Metodologia A pesquisa abrange todo o território nacional e considera somente as empresas de micro e pequeno porte que atuam no Varejo e no Setor de Serviços. Ao todo, são consultados 800 empresários, que avaliam a evolução da economia e dos negócios nos últimos seis meses e revelam suas expectativas para os próximos seis. As sondagens são realizadas nos 10 primeiros dias úteis de cada mês. O Indicador de Confiança (IC) é uma média ponderada de dois outros indicadores: o Indicador de Condições Gerais e o Indicador de Expectativas. Por meio do Indicador de Condições Gerais, busca-se medir como os empresários avaliam a evolução da economia e do seu negócio nos últimos seis meses. Por meio do Indicador de Expectativas, busca-se medir o que os empresários esperam para a economia nos próximos seis meses. Em ambos os casos, a escala dos indicadores varia de zero a 100, tendo como ponto neutro o valor de 50. Assim, para valores abaixo de 50, o Indicador de Condições Gerais da Economia mostra que, na percepção dos micro e pequenos empresários, as Condições Gerais da economia pioraram nos seis meses; para valores abaixo de 50, o Indicador de Expectativas para a Economia mostra que os empresários estão pessimistas com os rumos do país; valores acima de 50 indicam que os empresários estão confiantes. A mesma regra vale para os indicadores de negócios. Como média ponderada dos demais indicadores, o IC (Indicador de Confiança) também varia de zero a 100. O número irá refletir a avalição dos micro e pequenos empresários sobre o presente e o futuro da economia e de seus negócios. Abaixo de 50, indicará falta de confiança; acima de 50, indicará confiança.