O USO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ALFAZEMA, ALECRIM E LARANJA AMARGA NO ALÍVIO DA DEPRESSÃO

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1 1 O USO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ALFAZEMA, ALECRIM E LARANJA AMARGA NO ALÍVIO DA DEPRESSÃO Ketlyn Thays Smiguel 1, Mirian Fermino da Silva 2, Simone Borges de Lima 3, Ariane Batista de Souza 4 1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 3 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 4 Prof.ª. Adjunta do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Ketlyn Thays Smiguel, ketlynsmiguel@gmail.com RESUMO: A depressão é conhecida como o mau do século, ocorre devido a um defeito nos neurotransmissores em que leva a diferentes situações, como, baixa autoestima, desânimo, entre outros, já a aromaterapia ciência que utiliza óleos extraídos de ervas aromáticas, pode proporcionar ao indivíduo, através da inalação, massagens e banhos, o bem-estar da mente e do corpo, dependendo do óleo essencial utilizado pode tanto estimular como acalmar. Portanto, através de uma revisão bibliográfica, o objetivo deste trabalho é verificar a ação dos óleos essenciais de alfazema, alecrim e laranja amarga, para contribuir no alivio da depressão. Sendo assim, sugere-se uma equipe multidisciplinar para colaborar na ajuda do alivio da depressão, destacando o profissional Tecnólogo em Estética, com as técnicas de massagens junto com os óleos essenciais. Palavras-chave: aromaterapia, depressão, neurotransmissores, óleo essencial de alfazema, alecrim e laranja amarga.

2 2 INTRODUÇÃO O sistema nervoso juntamente com o sistema endócrino é o responsável pela maioria das funções de controle do organismo (NARDI, 1998). O cérebro possui bilhões de neurônios que interagem entre si por meios eletroquímicos, quando um neurônio é estimulado causa liberação de uma substancia química o neurotransmissor (KAPLAN, 1999), uma deficiência nessas substancias pode levar a desordens físicas e mentais (ZAPELINI, 2002). A depressão quimicamente é causada por defeito nos neurotransmissores quanto há problemas nestes, a pessoa passa a apresentar sintomas de desanimo, tristeza, autoflagelamento, baixa autoestima e entre outros, isso acontece devido a diminuição na quantidade de neurotransmissores (ANDRADE, 2003). A aromaterapia usa propriedades terapêuticas dos óleos essenciais para promover a saúde e o bem-estar do corpo e mente (GRACE, 1999). Os óleos essenciais possuem substâncias capazes de atuar em diversas maneiras no organismo, através do olfato as moléculas dos óleos essenciais são absorvidas pelos nervos olfativos os quais tem ligação direta com o SNC e levam o estimulo ao sistema límbico, sendo este responsável pelos sentimentos, emoções e memórias (SACCO et al 2015). O objetivo deste artigo é através da revisão de literatura, verificar a ação dos óleos essenciais de alfazema, alecrim e laranja amarga, que podem contribuir no alivio da depressão. Depressão É uma doença da mente e do corpo, muitas pessoas podem ter sintomas parecidos, porém a natureza exata da doença depende de uma pessoa para outra, sendo assim, o diagnóstico é feito com base na história do paciente: sintomas, personalidade e histórico familiar (MCKENZIE, 1999). Apresenta sintomas como: humor triste, perda de energia, distúrbio de sono, diminuição do apetite, sensação de culpa, irritabilidade, baixa autoestima, perda de interesse sexual, entre outros, afeta a qualquer faixa etária tendo prevalência no sexo feminino e quando não tratada pode tornar se crônica (GARINI, 2014). Ela é classificada em leve, moderada e grave. Na leve apresenta três dos sintomas citados, mas é capaz de desenvolver suas atividades cotidianas, em

3 3 relação a moderada apresenta alguns dos sintomas havendo dificuldade para desempenhar suas funções de rotina, já a grave apresenta praticamente a todos os sintomas, sendo um estágio preocupante, angustiante e perigoso para suicídio (MERCEDES, 2013). Segundo NARDI (1998), o sistema nervoso juntamente com o endócrino é o responsável pela maioria das funções de controle do organismo. O cérebro contem bilhões de neurônios que interagem entre si por meios eletroquímicos, quando um neurônio é estimulado o potencial de ação causa a liberação de uma substancia química chamada de neurotransmissores, o neurotransmissor é liberado num espaço entre dois neurônios chamado de fenda sináptica, o neurônio que leva o impulso à fenda sináptica é o pré-sináptico e o neurônio além da fenda é denominado pós-sináptico, o neurotransmissor liberado na fenda a partir do neurônio pré-sináptico interage com um receptor do neurônio pós-sináptico a interação pode produzir estimulação elétrica (aumentar o potencial de ação) ou inibição elétrica (diminuir o potencial de ação) do neurônio pós-sináptico, provocando mudanças bioquímicas e fisiológicas do neurônio pós-sináptico (KAPLAN, 1999). A depressão quimicamente é causada por defeito nos neurotransmissores, quando há problemas nestes a pessoa passa a apresentar sintomas como: desânimo, tristeza entre outros já citados, isso devido a uma diminuição na quantidade de neurotransmissores liberados na bomba de recaptação e a enzima continua trabalhando normalmente, sendo assim, um neurônio receptor captura menos neurotransmissor e o sistema nervoso funciona com menos neurotransmissores do que o normal preciso (ANDRADE, 2003). Acredita-se que o antidepressivo ocorre por meio de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, o aumento de neurotransmissores na fenda dá-se por meio de bloqueio da receptação da noradrenalina e da serotonina no neurônio présináptico (TOLEDO, 2006). Serotonina os corpos celulares estão localizados no núcleo da rafe e no núcleo superior e seus axônios projetam-se através do SNC para o córtex nasal, tálamo, hipotálamo, estruturas límbicas, formação reticular, cerebelo e medula espinhal (KAPLAN, 1999), sintetizada a partir do aminoácido triptofano presente no

4 4 trato gastrintestinal, nas plaquetas e no SNC, é envolvida no apetite, no sono, humor, deficiências no metabolismo. Ela é formada e estocada em vesículas de terminais nervosos pode ser liberada em virtude de um impulso nervoso, baixos índices de serotonina são manifestados pela depressão a (5 HT) é uma substância importante para a ansiedade (ZAPPELLINI, 2002). Segundo KAPLAN (1999), em pacientes deprimidos o tratamento bem sucedido com inibidores seletivos da recaptação da serotonina pode ser revertido pelo consumo de uma dieta acrescida de aminoácidos neutros que bloqueiam o transporte do triptofano que é o percursor da serotonina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor que atua como alvo terapêutico para alguns dos distúrbios importantes do SNC é sintetizado a partir da tirosina no citoplasma do neurônio e a seguir é transportado no interior das vesículas secretoras para armazenamento e liberação. Chamado de D1 e D2 são diferentes quanto a ligação de proteínas G. A D1 estimula a enzima adenilato ciclasse e aumenta o nível intracelular de AMP cíclico, em comparação a D2 inibe essa enzima e diminuem o AMP cíclico intracelular, porém, atualmente a biologia molecular reconhecem 5 receptores de dopamina D1 (D1 e D5) e D2 (D2, D3 e D4) sendo que D1 e D2 são expressos em vários sistemas neurais, D3 e D4 concentrados no sistema límbico e D5 distribuição limitada e incomum (SCHERES, 2008). A dopamina na fisiopatologia da depressão é sugerida pelo fato de que algumas drogas antidepressivas possuem efeito sobre os sistemas dopaminérgicos, uma evidencia da fisiopatologia se deve aos estudos do ácido homovalinico (HVA) que estão reduzidos em pacientes deprimidos, o HVA é o principal metabólico da dopamina em pacientes com transtorno de humor (KAPLAN, 1999). Segundo Andrade (2003), a noradrenalina é definida como hormônio precursor da adrenalina, com efeito estimulante na lipolase e em outros como neurotransmissor que eleva a pressão sanguínea através da vasoconstrição periférica generalizada, também nos faz ficar alertas e ter uma boa memória. A depressão resulta de uma deficiência funcional de noradrenalina em certas áreas do cérebro. As atenções têm convertido principalmente para o Locus Coeruleus, que constitui a fonte de maior parte da noradrenalina liberado no

5 5 cérebro a partir da atividade dos neurônios pode ser medida por eletrodos implantados (LEITE, 2002). Atualmente os tratamentos da depressão se baseiam em medicamentos antidepressivos e um outro método que complementa o tratamento com fármacos é a medicina alternativa que trabalha com acupuntura, reflexologia, massagem relaxante, shiatsu, fitoterapia e aromaterapia (MCKENZIE, 1999). Aromaterapia A aromaterapia é a arte e a ciência de usar as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais para promover a saúde e o bem-estar do corpo, da alma e das emoções. O termo foi criado pelo químico francês René Maurice Gattefossé, nos anos vinte para descrever a prática de usar óleos de essências de plantas, flores, raízes e sementes (GRACE, 1999). As ervas aromáticas têm sido utilizadas desde a antiguidade para purificar e curar tanto o corpo quanto a mente. A aromaterapia é a utilização controlada e consciente dos óleos essenciais das plantas, com o objetivo de prover saúde e bem-estar à totalidade do indivíduo, isto é, ao conjunto formado por corpo, mente e espírito. Pesquisas mostram que os egípcios aparecem na história como a civilização mais dedicada à ciência e à arte da aromaterapia, utilizando perfumes e óleos essenciais tanto na medicina como nos rituais religiosos (PRICE, 2002). Atualmente a aromaterapia é reconhecida e empregada em muitos países industrializados, como um método extremamente eficaz de terapêutica. Em se tratando do conhecimento e avanço na área, a Inglaterra e a França são os países que mais se destacam, com trabalhos sérios e de qualidade. Vale ressaltar que na Inglaterra existe um Conselho de Aromaterapia e na França existem faculdades que possuem a disciplina Aromaterapia nos seus cursos de medicina (GNATTA et al 2010). Os óleos essenciais possuem substancias capazes de atuar de diversas maneiras no organismo. Quando atuam através do olfato, as moléculas dos óleos são absorvidas pelos nervos olfativos, os quais tem ligação direta com o sistema nervoso central e levam o estimulo ao sistema límbico, sendo este responsável pelos sentimentos, memórias, impulsos e emoções. Pela via cutânea, as moléculas são absorvidas e vão para a corrente sanguínea, sendo transportados para os

6 6 tecidos e órgãos do corpo. Os óleos essenciais ingeridos são absorvidos pelos intestinos e levados aos diversos tecidos corporais (SACCO et al 2015). O Brasil se posiciona como o 3 maior exportador de óleos essenciais do mundo, com aproximadamente US$ 147 milhões, atrás apenas dos EUA e França, tendo ultrapassado o Reino Unido em No entanto, desse volume, 91% consiste em óleo essencial de cítricos, principalmente laranja (80%), subprodutos da indústria de sucos e de baixo preço (US$ 2,18/kg). O Brasil produz e exporta por ordem de importância: óleos de laranja, limão, eucalipto, pau rosa, lima e capim limão (BRITO, 2013). Na aromaterapia, a inalação, aplicação e o banho são os principais métodos usados com que o óleo seja absorvido pelo corpo. Os óleos essenciais são altamente voláteis, evaporando facilmente quando em contato com o ar, e quando inalados podem entrar no corpo através do sistema olfativo. Quando diluídos e aplicados externamente, os óleos essenciais podem penetrar na pele (PRICE, 1999). Segue no quadro alguns óleos essenciais utilizados para o alívio da depressão e suas características. Quadro 1 Óleo essencial de alfazema Alfazema Sinônimo Sinônimo popular Origem Países produtores Métodos de extração Rendimento Constituintes principais (óleo essencial) Indicação terapeutica Propriedades medicinais Ação psicológica Modo de usar Lavandula officinalis L., fam Labiadas; Lavandula angustifólia L., Lavandula vera DC, Lavandula officinalis Chaix; Alfazema verdadeira, alfazema inglesa, alfazema francesa, lavanda; (ERVA): Europa; (Óleo essencial): França, Bulgária, Rússia, Austrália; Destilação a vapor d água; 100 a 130 Kg de sumidades floridas para extrair 1 Kg de óleo essencial; 30 a 60% acetato de linalila.o restante se divide em: Terpinenol-4, ésteres butírico, propiônico e valeriânico do linalol. Contém ainda linalol livre, geraniol, nerol, pineno, assim como traços de cineol e borneol; Insônia, excitação nervosa, eczema, queimadura, insolação, medo do escuro, sensação de pânico, bronquite asmática, tosse, picada de insetos, inchaços, ronco. Antisséptico, antiespamódico, analgésico, cicatrizante, carminativo, antiasmático, diaforético, cologogo, anticonvulsivo, desodorante; Neurossedativo, antidrepressivo, antimelancólico, refrescante, calmante; Óleo essencial, travesseiro aromático, banho, escalda-pés, gel de massagem, sache, aromatização ambiental, infuso;

7 7 Sinergias Cuidados Fonte: SILVA et al Mistura bem com óleo essencial de gerânio, manjericão, bergamota, limão, toranja, erva cidreira. Já foi utilizado na Inglaterra em crianças, mulheres grávidas e até com paciente em estado crítico sem nenhum efeito colateral registrado. Não obstante, seu uso em doses elevadas (acima de 1g do óleo essencial puro), pode causar intoxicação. Além disso, o óleo essencial de alfazema é incompatível com iodo e sais de ferro. Quadro 2 Óleo essencial de alecrim Alecrim Sinônimo Sinônimo popular País de origem Países produtores (óleo essencial) Métodos de extração Rendimento Constituintes principais Indicação terapêutica Propriedades medicinais Ação psicológica Modo de uso Sinergias Cuidados Rosmarinus officinalis L. fam. Labiadas Rosmarinus latifólius mill Alecrim-de-jardim, alecrinzeiro (Erva) Europa Central Espanha, França, Tunísia Destilação à vapor 50 a 75 Kg de folha para extrair 1 Kg de óleo essencial. (Óleo essencial): 17 a 40% cineol, 8 a 15% borneol, 1 a 7% Acetato de bornila. A outra metade do conteúdo compreende compostos como: Alpha-pineno, cânfora, canfeno, limoneno, nopineno, cariofileno, linalol; Cansaço físico, fadiga mental, depressão, desânimo, resfriado, asma, bronquite, dispepsia, calvície, hipotensão, dores reumáticas e musculares; Antisséptico, cardiotônico, adstringente, estomáquico, carminativo, diurético, rubefaciente, fortificante do couro cabeludo; Estimulante do córtex adrenal, antidepressivo, revigorante, refrescante. Infuso, banho, escalda-pés, gel de massagem, travesseiro aromático; Mistura-se bem com óleo essencial de bergamota, hortelã-pimenta, eucalipto-comum, limão; O alecrim pode irritar peles sensíveis. Ingestão de chás à noite pode perturbar o sono. Super dosagem pode causar irritação gastrointestinal. Deve ser evitado durante a gravidez e lactação. Em virtude da cânfora, evite de usá-lo se estiver fazendo tratamento homeopático. Fonte: SILVA et al Quadro 3 Óleo essencial de laranja amarga Laranja amarga Sinônimos Sinônimos populares Origem (árvore) Países produtores (óleo essencial) Citrus aurantium L. subespécie amara L., fam. Rutáceas Citrus aurantium var. bigaradia Duhamel, Citrus vulgaris Risso. Laranja- azeda, laranja-da-terra. Eurásia Itália, Espanha, Porto Rico, Jamaica, Haiti;

8 8 Métodos de extração Rendimento Constituintes principais (óleo essencial) Indicação terapêutica Propriedades medicinais Ação psicológica Modo de uso Sinergias Cuidados Fonte: SILVA et al Prensagem do epicarpo (casca). 50 a 300 Kg de casca fresca da fruta madura 92% d-limoneno, 2,1% ésteres sob a forma de acetato de linalila, geranila, nerila, citronelila e pelargonato de decila. Há também em percentagem baixa, linalol e terpeniol; Gases, cólicas estomacais e intestinais, diarréia, circulação, depressão, medo, irritação, coadjuvante nos tratamentos cardíacos, inapetência durante a amamentação, fraqueza geral, convalescença por doença infecciosa. Antiespasmódico, anticelulítico, repelente de insetos, tônico, estomáquico; Sedativo e calmante; Massagem, banho, difusor, infuso, xarope; Mistura bem com bergamota, toranja, néroli, petitgrain, vetiver, jasmim; Evite exposição solar quando há aplicação do óleo essencial em massagem corporal. Pode ser usado por gestantes e crianças, se diluído. METODOLOGIA Trata se de uma pesquisa bibliográfica, com publicações de artigos e livros, entre os anos 1999 a 2015, por meio dos sites Scielo, banco de teses, google acadêmico, biblioteca digital. Os descritores utilizados foram depressão, aromaterapia, óleos essenciais, neurotransmissores. A abordagem da pesquisa é qualitativa, para contribuir na qualidade de vida e bem-estar de indivíduos que possuem depressão. DICUSSÃO A depressão quimicamente é causada por um defeito nos neurotransmissores (ANDRADE 2003). Neurotransmissor é uma substância química liberada num espaço entre dois neurônios chamado de fenda sináptica e são conhecidos como pré-sinápticos e pós-sinápticos, o pré-sináptico é o neurônio que leva o impulso até a fenda sináptica e o pós-sináptico é o neurônio além da fenda, o neurotransmissor liberado na fenda através do neurônio pré-sináptico interage com um receptor do pós-sináptico essa interação pode produzir estimulação elétrica ou inibição elétrica do neurônio pós-sináptico, provocando mudanças bioquímicas e fisiológicas do neurônio pós-sináptico (KAPLAN, 1999).

9 9 A serotonina, dopamina e noradrenalina são os neurotransmissores que mais apresentam defeitos, a serotonina que é envolvida no sono, humor e apetite apresenta baixos índices na depressão, a dopamina também é envolvida no humor, já a noradrenalina é definida com hormônio precursor da adrenalina que eleva a pressão sanguínea através da vasoconstrição, com a depressão resulta em uma deficiência funcional da noradrenalina no cérebro. Sendo assim para cada neurotransmissor há um óleo essencial para ser usado, a alfazema tem ação terapêutica para a insônia podendo ser utilizado para aumentar o nível de serotonina, o alecrim por ser estimulante pode contribuir para aumentar o apetite, melhorar o humor e o desanimo, em relação à laranja amarga como calmante e sedativo pode ajudar aos ansiosos. Os óleos essenciais possuem substancias capazes de atuar de diversas maneiras no organismo pelo olfato estimulando o sistema límbico responsável pelos sentimentos, impulsos e emoções, pela via cutânea as moléculas absorvidas vão para a circulação sanguínea, quando ingeridos são absorvidos pelo intestino e levado aos diversos tecidos corporais (SACCO et al 2015). A aromaterapia usa as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais para promover a saúde e o bem-estar do corpo, da alma e das emoções (GRACE,1999). Em um estudo sobre a eficácia da aromaterapia para ansiedade e estresse em alunos da área da saúde, o grupo que participou de sete sessões, duas vezes por semana, com dez minutos de inalação, contendo nesta cinco ml de soro fisiológico acrescido de duas gotas de sinergia de óleos essenciais composta de: 10% de laranja azeda, 50% lavanda, 20% ylang-ylang e 20% cedro, apresentou redução de 13 a 19% no nível de ansiedade e 24% no nível de estresse. O fácil acesso e o baixo custo das terapias complementares como aromaterapia abre oportunidades para pessoas não habilitadas praticar sem discriminação, algumas dessas terapias podem ser realmente eficazes, faltando apenas mais estudos e comprovação científica de seus mecanismos de ação. Além disso, ao mesmo tempo que podem trazer grandes benefícios sociais e pessoais, quando aplicadas de forma inadequada podem trazer problemas sem efeitos positivos consideráveis. Por isso são cada vez mais necessárias pesquisas científicas com terapias complementares (LYRA, 2009).

10 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a revisão de literatura e os estudos já publicados, verifica-se a eficácia do uso dos óleos essenciais na ansiedade e no estresse, podendo também influenciar no alívio da depressão estimulando os neurotransmissores, os óleos essenciais de alfazema, alecrim e laranja amarga, com suas propriedades medicinais, indicações terapêuticas e ações psicológicas podem ajudar em diferentes funções do organismo, porém, é importante trabalhar com uma equipe multidisciplinar destacando o profissional tecnólogo em estética e cosmética atuando com as manobras de massagem terapêutica para uma absorção via cutânea, também com inalações, banhos e escalda pés, contando com a ajuda de profissionais da área da psicologia e psiquiatria para constatar resultados. É importante ressaltar, que é fundamental o papel que o profissional Tecnólogo em Estética e Cosmética exerce com a função de proporcionar uma qualidade de vida melhor aos indivíduos, tanto na beleza (exterior) quanto no belo (interior). Caracterizar o belo como sentimento fica mais plausível para a maioria dos seres humanos. O belo seria algo que nos arrebata, gera admiração, desejo e atração. A beleza é produto da percepção humana através de seus vários sentidos (visual, olfativo, tátil, auditivo e gustativo). Pode ser percebida de maneira emocional ou racional. Visando, portanto, o belo e não somente a beleza, o tecnólogo em estética e cosmética com o seu vasto conhecimento é habilitado para proporcionar o equilíbrio entre o belo e a beleza.

11 11 REFERÊNCIAS BRITO, A. M. G.; RODRIGUES, S. A.; BRITO, R. G.; XAVIER-FILHO, L. Aromaterapia: da gênese a atualidade. Aracaju, GARINI, A. P. Contribuições do grupo terapêutico de abordagem gestáltica no tratamento do transtorno depressivo recorrente moderado a grave. Biblioteca digital da USP. São Paulo, GERSON, J. et al. Fundamentos de estética 3: ciências da pele, São Paulo, GNATTA, J. R.; DORNELLAS, E. V.; SILVA, M. J. P. O uso da aromaterapia no alivio da depressão. São Paulo, GRACE, K. Aromaterapia: O poder curativo dos aromas. Rio de Janeiro: Record, 2 a ed KAPLAN, H. Tratado de psiquiatria. Vol 1, Porto Alegre, LEITE, A. A. Depressão. Brasília, LYRA, C. S.; NAKAI, L. S.; MARQUES, A. P. Eficácia da aromaterapia na redução de níveis de estresse e ansiedade em alunos de graduação da área da saúde. São Paulo, MERCEDES, B. P. C. Adesão ao tratamento medicamentoso em pessoas com depressão unipolar. Biblioteca digital da USP. São Paulo, PRICE, S. Aromaterapia e as Emoções: como usar óleos essenciais para equilibrar o corpo e a mente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, PRICE, S. Aromaterapia para doenças comuns

12 12 SACCO, P. R.; FERREIRA, G. C. G. B.; SILVA, A. C. C. Aromaterapia no auxílio do combate ao estresse: bem-estar e qualidade de vida. São Paulo, SILVA, A. R. Tudo sobre aromaterapia: como usa-la para melhorar sua saúde física, emocional e financeira. São Paulo, 2 a ad. Editora Roca, SCHERES, E. Estudos dos neurotransmissores relacionados a depressão. São Paulo, TOLEDO, R. A. Estudo eletroquímico e desenvolvimento de novas metodologias alatroanaliticas para determinação de antidepressivos tricíclicos e neurotransmissores. São Paulo, ZAPPELLINI, E. M. S. Aspectos relevantes para formação do estudante de nutrição a diletoterapia na neurotransmissão. Curitiba, 2002.