USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIALIDADE PARA PRODUÇÃO DE CAFÉ DE QUALIDADE ATRAVÉS DAS CLASSES DE ALTIMETRIA*

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2 2 USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIALIDADE PARA PRODUÇÃO DE CAFÉ DE QUALIDADE ATRAVÉS DAS CLASSES DE ALTIMETRIA* Milton Satoshi Matsushita 1 Odílio Sepulcri 2 Cilésio Abel Demoner 3 Edson José Trento 4 Otávio Oliveira da Luz 5 RESUMO A região apta para exploração cafeeira no Estado do Paraná está localizada em altitudes variando de 177 a metros e, com apoio do Sistema de Informações Geográficas, realizou-se este estudo que permite identificar através de mapas e tabelas as potencialidades para produção de café de qualidade, através do conhecimento das classes de altimetria. Palavras-chave Café, Sistema de Informações Geográficas, classes de altimetria, qualidade do café. ABSTRACT USE OF GEOPROCESSING FOR THE IDENTIFICATION OF POTENCIAL FOR THE PRODUCTION OF QUALITY COFFEE THROUGH THE ALIMENTRY CLASSES The qualified region to explore coffee in the State Paraná is located at altitudes varying from 177 to meters, and this study was done with the support of Geographic Information System to identify through maps and charts the potential for the production of coffee quality through knowledge of the classes of altimetry. Keywords: Altimetry classes, Coffee, Geographic Information System, altitudes varying, quality coffee * Trabalho apresentado e publicado nos anais do 4º Congresso Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural - ConBATER, 13 a 15 de maio de 2008, Londrina PR, p Engenheiro agrônomo, Mestre, Instituto Emater e Facsul, Rua da Bandeira, 500, Curitiba, PR - Brasil, (41) , matsushita@emater.pr.gov.br. 2 Engenheiro agrônomo, Mestre, Instituto Emater, Rua da Bandeira, 500, Curitiba, PR - Brasil, (41) , odilio@emater.pr.gov.br. 3 Engenheiro agrônomo, Especialista, Instituto Emater, Av. Minas Gerais, 1.351, Cornélio Procópio, PR - Brasil, (43) , cilesio@emater.pr.gov.br. 4 Engenheiro agrônomo, Especialista, Instituto Emater, Rua da Bandeira, 500, Curitiba, PR - Brasil, (41) , trento@emater.pr.gov.br. 5 Engenheiro agrônomo, Especialista, Instituto Emater, Rua Saraiva Marques, 264, Curitiba, PR - Brasil, (43) , otaviodaluz@emater.pr.gov.br.

3 3 Introdução A qualidade do café está estritamente ligada às condições onde é cultivado. Fatores como a altitude, condições pluviométricas e de temperatura, fertilização, acidez do solo e a variedade cultivada são importantes na determinação da qualidade do café (Dal Molin, 2005). As condições térmicas e hídricas nos períodos críticos da cultura são fundamentais para a definição da aptidão climática de uma região. Os parâmetros macroclimáticos podem ser altamente influenciados por efeitos topoclimáticos que fazem aumentar a umidade ambiente prejudicando a qualidade da bebida, como também afetar a composição química da mucilagem do café, o que determina o tipo de atividade microbiana e a intensidade característica do processo fermentativo (Camargo et al. 1992). De acordo com Sanchez et al (1993) apud Dal Molin (2005) à medida que aumenta a altitude, as temperaturas tornam-se mais amenas, as precipitações maiores e melhores distribuídas e a umidade relativa mais próxima da saturação favorecendo a estrutura física e organização do grão. Em seus estudos observaram maiores tamanhos de grãos em cafezais de 625 m e melhor doçura acidez e corpo que em 570 e 420 m de altitude. A região cafeeira do Paraná está localizada em alta latitude, com altitude variando de 177 a metros, numa área de transição climática que apresenta grande diversidade de clima e solo. Objetivo Gerar mapas planialtimétricos das regiões cafeeiras do Estado do Paraná para identificar as potencialidades para produção de café de qualidade. Método O método consistiu no uso de Sistema de Informações Geográficas para identificar as potencialidades para produção de café de qualidade através do conhecimento das classes de altimetria em 10 regiões administrativas do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão, localizadas nas áreas consideradas aptas para o cultivo do café. Com a utilização do Software Spring do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram geradas as grades retangulares e posteriormente as isolinhas (curvas de níveis) com intervalos de 20 em 20 metros a partir da grade altimétrica de radar da missão SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), disponibilizada pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) em Em seguida foram elaborados os mapas de classes de altimetria por região, sendo subdivididas em uma classe inferior a 600 metros em relação ao nível do mar e na seqüência em intervalos de 100 em 100 metros, até a altitude máxima de metros. O ArcView 3.2 da Environmental Systems Research Institute (ESRI) permitiu o georreferenciamento do mapa de zoneamento da cultura do café elaborado pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), e a sua intersecção com o mapa de altimetria, resultando em mapas de com as áreas consideradas aptas para o cultivo de café em suas diversas classes de declividade. Resultados Os mapas foram elaborados nas áreas considerados aptas para o cultivo de café nas 10 regiões do Estado do Paraná: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Londrina, Maringá, Paranavaí, Santo Antonio da Platina, Toledo e Umuarama, com altitudes que variam entre 177 metros na região de Toledo a 993 metros na região de Santo Antonio da Platina.

4 4 As 10 regiões cafeeiras do Estado do Paraná possuem uma área de ha, sendo ha (89,1%) localizados em altitudes inferiores a 600 metros e ha (10,9%) localizados em altitude entre 600 e 993 metros. REGIAO 177 a 600 a a a 900 a 600 m m m 900 m 1000 m Total Apucarana Campo Mourão Cornélio Procópio Ivaiporã Londrina Maringá Paranavaí Santo Antonio da Plat Toledo Umuarama Total (%) 89,1 7,9 2,7 0,3 0,0 100 Tabela 1 Classes de altimetria por região. Paranavaí Londrina Umuarama Maringá Apucarana Cornélio Procópio Santo Antonio da Platina Regiões Classes de Altimetria 177 a 600m 600 a 700m 700 a 800m 800 a 900m 900 a 1000m Toledo Campo Mourão Ivaiporã Ponta Grossa Cascavel Guarapuava Irati Curitiba Paranaguá Francisco Beltrão Pato Branco União da Vitória Escala: 1: N Mapa 1 Mapa de Classes de altimetria por região. Conclusões Considerando-se apenas a variável altitude analisada neste estudo, podemos concluir que 89,1 % das áreas aptas localizadas nas regiões cafeeiras do Estado do Paraná estão em áreas em

5 5 altitude inferior a 600 metros, características que reduz a potencialidade para produção de café de qualidade. O estado do Paraná possui 10,9 % de suas regiões cafeeiras localizadas em altitudes superiores a 600 metros, representando áreas com potenciais para produção de café de qualidade, estando distribuídas nas regiões de Apucarana com ha (21,8 %), Santo Antonio da Platina com ha (20,7 %), Cornélio Procópio com ha (18,1 %), Londrina com ha (16,2 %), Campo Mourão com ha (10,7 %), Ivaiporã com ha (7,7 %) e Maringá com ha (4,8 %). Referências CARAMORI, Paulo Henrique et al. Zoneamento Agrícola do Estado do Paraná. Londrina: IAPAR, 2003, 76p. MOLIN, Roberto Natal Dal. Características de grãos e bebida do café produzido nas condições topoclimáticas de Jesuítas, Paraná. Dissertação (Mestrado em Agronomia), Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Marechal Cândido Rondon, 2005.