VII ENCONTRO ENSINO EM ENGENHARIA
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- Yan Valgueiro Cruz
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1 VII ENCONTRO ENSINO EM ENGENHARIA PROGRAMA COOPERATIVO UMA REFLEXÃO SOBRE O PERFIL DO ENGENHEIRO INDUSTRIAL DO CEFET-RJ. José dos Santos Bastos Lilian Martins da Motta Dias Leydervan de Souza Xavier Jorge Carlos Ferreira Jorge depes@correio.cefet-rj.br CEFET-RJ, Depto de Educação Superior, Av. Maracanã 229, Maracanã, , Rio de Janeiro, RJ RESUMO: O CEFET-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) é uma Instituição Federal de Educação Superior que ministra cursos de Engenharia Industrial Mecânica, Industrial Elétrica (ênfase em Eletrotécnica, Eletrônica e Telecomunicações) e Produção, havendo uma grande preocupação com a adequação dos currículos destes cursos com a possibilidade de inserção imediata dos discentes no mundo do trabalho. Dentro deste quadro, o relacionamento entre os egressos, com a instituição merece destaque, como elo de ligação para a ágil revitalização dos conteúdos que suportam o perfil do engenheiro, com especial destaque para o diferencial entre o engenheiro formado no CEFET-RJ e aqueles oriundos de Universidades. O CEFET-RJ entende que para a melhor adequação do engenheiro ao mercado, é necessário que os egressos participem ativamente do processo de formação dos discentes regularmente matriculados. O presente trabalho, faz parte de um amplo programa de pesquisa institucional, cujo objetivo é a avaliação dos cursos de graduação do CEFET-RJ, visando a proposição de alterações contínuas dos currículos dos cursos de engenharia, para atendimento imediato de necessidades da sociedade globalizada. Particularmente, serão comentados e analisados os resultados de uma pesquisa realizada com os egressos, os quais enfocam o perfil do ex-aluno, a interação e adequação das disciplinas ministradas e a avaliação do curso como um todo. Palavras-Chaves: Avaliação Institucional, Qualidade de Ensino, pelos Egressos
2 1. INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta o resultado obtido a partir de uma pesquisa realizada com os egressos do curso de Engenharia Industrial do CEFET-RJ. O relato descrito e analítico desta experiência forneceu condições para proceder o levantamento do posicionamento dos engenheiros formados no Centro, no mundo do trabalho, bem como, fornecer dados para o redimensionamento da grade curricular dos cursos de graduação Seminário, Franco La Presti (Junho/1975) ao prefaciar o livro Desenvolvimento Interpessoal de Moscovici, Fela [1] diz: Aprender a aprender é o verdadeiro cerne de qualquer processo educativo. Aprender a relacionar-se e a comunicar-se é o fundamento mais importante para alcançar um ajustamento real e um rendimento efetivo da própria ação. Quando existe na instituição instrumento de verificação que identifique o grau de empregabilidade pelo mundo do Trabalho dos oriundos dos cursos de graduação do CEFET-RJ, quanto à formação acadêmica e do cidadão estas concorrerão para o seu principal objetivo: a aprendizagem em seu amplo aspecto. Esta conclusão motivou o Departamento de Educação Superior do CEFET-RJ na decisão de conhecer a real dimensão das atividades acadêmicas sob o enfoque dos egressos. 2. CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DA PESQUISA O Projeto de Avaliação do curso de graduação, através da aplicação de instrumento de pesquisa de coleta de dados, foi proposto e aprovado pelo CEFET-RJ em Este estudo foi idealizado considerando a figura 1, após a definição da necessidade de se encontrar um instrumento que avalie o perfil dos profissionais de educação superior, bem como a grade curricular existente e se os mesmos estavam adequados com a necessidade imposta pelo mundo do trabalho. O conteúdo apresentado neste trabalho se refere a Avaliação Discentes/Egressos. Quanto a avaliação dos discentes, já implantada desde 1999, vem sendo realizada a cada semestre letivo, com participação neste último período 2001/1 de 90% dos alunos regularmente matriculados. O trabalho com os seus resultados foi apresentado no XXIX Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia [2]. A figura 1 abaixo exibe a matriz de avaliação proposta no CEFET-RJ. MATRIZ DE AVALIAÇÃO C I D A D Ã O 1 MUNDO ACADÊMICO ALUNO CEFET/RJ PLANO DIRETOR 7 6 PROFESSOR MUNDO 8 9 DO TRABALHO C I D A D Ã O 1 Vestibular 6 - CEFET/Docente 2 - Discente/Docente (1 o fase) 7 - Docente/CEFET- (2 a fase) 3 - Aluno/CEFET 8 Discente/Egresso (3 a fase) 4 - CEFET/Discente 9 Provão (MEC) 5 - Docente/Discente (Provas/Testes/Trabalhos)
3 3. OBJETIVO GERAL DA PESQUISA Nos intercâmbios se cimenta todas as ações educativas.[3]. A educação superior do CEFET-RJ é fortalecida no seu dia a dia, seja no convívio entre professores, alunos e o corpo administrativo, a formação de uma extensa rede de relações. Na educação superior não se deve levar em consideração somente a relação de autoridade, submissão de ensino e aprendizagem de quem teoricamente ensina e de quem teoricamente aprende. Considerando esses aspectos, o presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver uma pesquisa de opinião que forneça O que apenas o mundo do trabalho conhece e o CEFET-RJ não, de modo que o estabelecimento educacional possa acompanhar as necessidades demandadas através do direcionamento da grade curricular dos cursos ofertados. 4. METODOLOGIA O trabalho foi desencadeado através de instrumentos de avaliação submetidos aos egressos. Eles foram desenvolvidos através da aplicação de instrumentos do tipo misto, incluindo questões fechadas e abertas em que os ex-alunos selecionaram suas respostas dentro das opções apresentadas nas fechadas e descreveram suas opiniões nas abertas. O formulário foi estruturado contendo cinco partes, sendo que a primeira contém os dados das empresas nas quais encontram-se trabalhando; a segunda diz respeito ao caminho percorrido após a sua formatura; a terceira à comparação do profissional formado pelo CEFET-RJ com os de outras Instituições; a quarta quanto à formação acadêmica anterior ao ingresso no CEFET- RJ e a última à identificação. Visando operacionalizar o envio dos formulários, bem como seu recebimento, foram realizadas as seguintes ações: Levantamento quantitativo dos formandos, através do cadastro do CREA; encaminhamento dos questionários, via correio; recebimento dos questionários via fax, correio e ; tabulação dos questionários e resultados da Pesquisa. 5. AMOSTRA A amostra foi retirada da população dos egressos do curso de Engenharia Industrial, do período compreendido entre 1990 a O período escolhido considerou o tempo mínimo de cinco anos de graduação, tempo esse atribuído como satisfatório para uma análise racional com relação ao que foi aprendido nas Universidades e a real necessidade do mundo do trabalho. Da relação de egressos foram sorteados aleatoriamente 260 pessoas que representou 30% do universo de egressos. Na tabela I é demonstrado o universo pesquisado. Tabela I - QUADRO RESUMO DO ESTUDO (EX-ALUNOS) DISCENTE ANO FORMADO UNIVERSO DA B/A (A) PESQUISA (B) % T O T A L
4 Na amostra coletada foi encontrada a seguinte relação: 80% de homens e 20% de mulheres formados entre 1990 à 1997, conforme demonstrado no Gráfico I. Gráfico I CONSOLIDAÇÃO DAS RESPOSTAS 1. EGRESSOS (1990 A 1997) 20% HOMENS MULHERES 80% 6. DO RAMO DE ATIVIDADE Segundo a pesquisa, são os seguintes, os ramos de atividades que mais empregam os exalunos do CEFET/RJ: 1. Montadora de automóvel... 7,4 % 2. Indústria de Transformação... 7,4 % 3. Teleinformática... 12,9 % 4. Bens de Capital... 18,8 % 5. Concessionárias de Serviços Públicos... 25,9 % 6. Professor... 5,5 % 7. Estudante... 12,9 % 8. Outros... 9,2 % Como pode ser observado o principal ramo de atividade, captadora de mão-de-obra do CEFET/RJ, com 25,9% de grupo pesquisado são as concessionárias de Serviço Público (Água, Luz, Gás e Telefone), seguido pela de bens de capital com 18,8%. Na amostra coletada foi obtido um total de 8,5% de engenheiros desempregados e caso seja considerado o percentual de egressos que continuam a estudar (Especialização, Mestrado e/ou Doutorado) os quais se encontram fora do mercado de trabalho, atingiremos a 20,3% de ex-alunos. 7. DA QUALIFICAÇÃO Na pesquisa de campo, ao solicitar através da pergunta Após se formar : Fez algum curso de qualificação? Tivemos como objetivo mostrar se a grade curricular do curso de Engenharia Industrial esta compatível com as necessidades do mundo do trabalho, ou se houve necessidade de complementação de aprendizagem e do total pesquisado, 64% responderam que cursaram ou estão cursando a pós-graduação lato e/ou stricto sensu.
5 O Gráfico II demonstra os dados consolidados da qualificação. Gráfico II - Demonstrativo dos Dados Consolidados 36% Pós-Graduação 64% Graduação O Gráfico III demonstra o tipo de aperfeiçoamento dos ex-alunos pesquisados, complementando o gráfico II, mediante análise dos egressos, os quais deram continuidade aos estudos após a graduação no CEFET-RJ. Gráfico III Demonstrativo dos Pós -Graduados 27% 5% Fizeram ou estão fazendo especialização Fizeram ou estão fazendo Mestrado Fizeram ou estão fazendo Doutorado 68% 8. DO INGRESSO NO MUNDO DO TRABALHO Ao observar as respostas dos egressos, constata-se uma igualdade nas respostas do universo pesquisado, visto que 53% responderam que não tiveram dificuldade no acesso ao mundo do trabalho e 47% tiveram alguma dificuldade de trabalhar como engenheiro. O Gráfico IV demonstra as respostas dos egressos no mundo do trabalho. Gráfico IV Demonstrativo de Empregabilidade 47% 53% Não tiveram dificuldades de ingresso no mercado de Tiveram dificuldades de ingresso no mercado de
6 9. DA RECEPTIVIDADE DO ENGENHEIRO DO CEFET PELO MUNDO DO TRABALHO Do somatório das opiniões dos entrevistados, 81% afirmaram que as empresas são receptivas com os graduados pelo CEFET, 14% afirmaram o contrário e 5% não emitiram opiniões. Pode-se afirmar, que quase a totalidade dos entrevistados, pensa que o mundo do trabalho reconhece que os engenheiros formados pelo Centro são respeitados profissionalmente conforme gráfico V abaixo demonstrativo: Gráfico V Consolidador das Respostas dos Egressos 14% 5% Receptividade boa Receptividade Ruim Não opinaram 81% 10. DA DIFERENÇA DO ENGENHEIRO DO CEFET COM O DAS OUTRAS UNIVERSIDADES Buscou-se nesta pergunta saber, pela ótica do egresso do CEFET, como se vê em relação aos outros engenheiros. Na tabulação, 64% informaram que se acham mais práticos, 8% mais teóricos; 3% mais empreendedores; 2% mais humanistas e 23% não responderam, conforme gráfico VI abaixo demonstrativo: Gráfico VI Resumo 23% 2% 3% 8% 64% Prático Teórico Empreendedor Humanista Não responderam
7 11. DA POSIÇÃO HIERÁRQUICA DO ENGENHEIRO NA EMPRESA Na busca de conhecer qual seria o nível hierárquico dos egressos, nas empresas, foi formulada a seguinte indagação. Na sua concepção qual dos cargos se coaduna melhor com a sua formação acadêmica? Do total, 25% acham que o cargo de supervisor se coaduna melhor aos profissionais formados no CEFET, 5% como Chefe de Divisão, 8% como Chefe de Departamento, 27% como Gerente e 35% não opinaram. No gráfico VII é demonstrada a opinião dos egressos. Gráfico VII Quantitativo Consolidado 35% 25% Supervisor Chefe de Divisão Ch. Dept. Gerente Não Opinaram 27% 5% 8% 12. DO CURRICULUM Feita a proposição aos egressos, se o curriculum ministrado no curso de Engenharia Industrial vem atendendo suas necessidades profissionais, 39% dos entrevistados informaram que atende, 3% não atende e 58% atende em parte. trabalho. No gráfico VIII é verificada a relação entre o que é cursado e a necessidade do mundo do Gráfico VIII Resposta dos Egressos 58% 39% Curriculum atende Curriculum não atende Curriculum atende em parte 3%
8 13. DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE Neste tópico procurou-se saber qual o tipo de formação do egresso quando ele iniciou o curso de graduação do Centro. Do universo pesquisado 56% responderam que fizeram o seu curso médio em escolas técnicas e 44% em escolas de ensino médio. No gráfico IX é especificada a origem do egresso. Gráfico IX Resumo Curso Médio Técnico Cuso Médio Tradicional 44% 56% 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando a atual velocidade das transformações tecnológicas e a crescente capacidade dos equipamentos/sistemas de informações e a competitividade do mercado, há necessidade que dirigentes, corpo docente e alunos estejam em contínuo processo de atualização. Neste sentido, além da modernização dos processos de informação e formação, o CEFET -RJ tem avaliado seus ex-alunos, principalmente, através da sua aceitação no mundo do trabalho. A educação superior está vivenciando grandes mudanças em função da globalização que obrigam o país a aumentar o ensino de massa, a diversificação e flexibilização de cursos, o maior diálogo com o mercado, o financiamento da educação mediante a efetiva participação do setor privado entre outras. Atualmente não é mais discutido se deve existir sistema de avaliação, mas questiona-se como ele deve ser estruturado e como deve funcionar. De acordo com a matriz de avaliação do CEFET-RJ os discentes de seus cursos de Engenharia Industrial, devem ser capazes de: Planejar, projetar, implementar e gerenciar processos; Supervisionar, controlar e atuar em processos industriais; Elaborar parecer sobre sistemas e processos. O CEFET-RJ em consonância com este perfil, deve atuar em sete áreas: Incrementar e diversificar o programa de estágio supervisionado junto às empresas; Ampliar os Programas de estágios no exterior junto às Universidades Tecnológicas; Estabelecer convênios com Universidades Nacionais e Internacionais visando o intercâmbio de docentes; Agregar propostas pedagógicas que incentivem os alunos a participarem de Projetos Tecnológicos Institucionais; Reestruturar a disciplina Projeto Final para que não se apresente apenas como mais uma disciplina ofertada no último período do curso, mas sim proporcionando um direcionamento técnico-acadêmico do discente ao longo de sua vida universitária; Direcionar o curriculum com disciplinas que venham capacitar os egressos no desenvolvimento interpessoal. e Consolidar o sistema de avaliação, considerando os egressos, docentes e discentes.
9 Com referência a este último item, segundo Spagnolo, Fernando [4]... Em avaliação, como em todo empreendimento humano, não há questões definitivamente fechadas CONCLUSÃO O processo de auto avaliação de uma instituição de educação superior, não se completa, sem que haja instrumentos que gerem condições de conhecer os caminhos percorridos pelos egressos no mundo do trabalho. Conclui-se que a pesquisa realizada gerou condições de constatar que 81% dos egressos pesquisados tiveram boa aceitação no mundo do trabalho e que 53% não tiveram dificuldade em obter colocação dentro de sua especialização. Outro ponto a ser mencionado é a necessidade permanente de atualização curricular tanto por exclusão quanto por inclusão de disciplinas que façam frente ao constante avanço tecnológico. Os egressos são os difusores do conhecimento adquirido em função do curriculum ministrado e portanto o elo de ligação entre o mundo acadêmico e o mundo do trabalho. 15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Moscovici, Fela. Desenvolvimento Interpessoal: leituras e exercícios de treinamento em grupo. R.J., Livros Técnicos e Científicos: [2] Bastos, José dos Santos; Dias, Lilian Martins da Motta; Xavier Leydervan de Souza; Jorge, Carlos Ferreira Jorge. Uma Contribuição ao Estudo da Adequação dos Currículos na Formação do Engenheiro Industrial do CEFET-RJ, Cobenge Registro sob o nº 24, pag. 851, do Livro nº 42, 2001 [3] Dias Sobrinho, José. Avaliação da Educação Superior, R.J., Vozes, [4] Avaliação do Ensino Superior: Dez Lições da Inglaterra., Infocapes V.8 NI, pag. 7; Jan.2000.
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