Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional - CEDEPLAR Universidade Federal de Minas Gerais UFMG

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1 Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional - CEDEPLAR Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Produto 3 Edital 001/2012 LOTE 01 PLANO REGIONAL ESTRATÉGICO EM TORNO DE GRANDES PROJETOS MINERÁRIOS NO NORTE DE MINAS por Alisson Flávio Barbieri (Coordenador) Professor do Departamento de Demografia e pesquisador do CEDEPLAR UFMG Belo Horizonte 2013

2 Coordenação Equipe Técnica Alisson Flávio Barbieri, Bacharel em Ciências Econômicas, UFMG, Mestre em Demografia, UFMG, e PhD em Planejamento Regional e Urbano pela University of North Carolina, EUA). Professor do Departamento de Demografia e Pesquisador do CEDEPLAR/ UFMG; Associate Faculty do Departamento de Saúde Internacional da Johns Hopkins University, EUA; e Professor do Programa de Pós-graduação em Práticas de Desenvolvimento Sustentável (PPDS) da UFRRJ. Co-coordenação -Técnico de Perfil 1 Edson Paulo Domingues,(Doutor em Economia, USP), Professor do Departamento de Economia e Pesquisador do CEDEPLAR/ UFMG. Técnico Perfil 2 (Arquiteto e urbanista, especialista em planejamento regional) Roberto Luís de Melo Monte-Mór (PhD, Planejamento Urbano, University of Califórnia Los Angeles, EUA), Professor do Departamento de Economia, da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, e Pesquisador do CEDEPLAR/ UFMG Técnico Perfil 3 (Planejamento Tecnológico) Fabiana Borges Teixeira dos Santos (PhD em Economia, University of Cambridge, Inglaterra), Pesquisadora do CEDEPLAR/ UFMG. Técnico Perfil 4 (Demógrafo) José Irineu Rangel Rigotti (Doutor, Demografia, UFMG). Professor do Departamento de Demografia e Pesquisador do CEDEPLAR/ UFMG. Técnico Perfil 5 (Especialista em Análise Ambiental) Brenner H. Maia Rodrigues (Bacharel em Geografia, UFMG, e Mestre em Geografia, UFMG). Consultor independente. Técnico Perfil 6 (Especialista em Análise Urbana e Regional) João Tonucci (Bacharel em Economia, UFMG, e Mestre em Arquitetura e Urbanismo, USP). Consultor independente. Técnico Perfil 7 (Especialista em Transportes) Osias Baptista Neto (Mestre em Engenharia de Transportes, UFMG). Consultor independente. Técnico Perfil 8 ( Especialista em Geoprocessamento) Francisco Cortezzi (Bacharel em Geografia, PUCMINAS, e Mestre em Tratamento da Informação Espacial, PUCMINAS). Pesquisadores Associados Guilherme Malta (Professor, Departamento de Turismo- UFMG) Luiza Becker (Especialista em Turismo) Cleuber Vieira (Professor de Economia, UNIMONTES) Ana Flávia Machado (Dept. Economia UFMG) Assistentes de Pesquisa Glaucia Possas da Motta (Doutoranda em Economia UFMG) Mariana Aguiar (Mestranda em Economia UFMG) Mara Nogueira Alexandre Marcos Mendes Rabelo

3 Financiador: Secretaria de Desenvolvimento Regional e Urbano de Minas Gerais (SEDRU) Instituição Gestora: Fundação para o Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP)

4 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Estrutura Etária da Região de Referência Norte de Minas Gráfico 2 Estrutura Etária da Região de Referência Norte de Minas Gráfico 3 Investimentos previstos no setor mineral brasileiro: Gráfico 4 Evolução do PIB para os Municípios da Região de Estudo Gráfico 5 Taxa de crescimento media anual do PIB para os municípios da região de estudo (% ao ano) Gráfico 6 População residente na região do Norte de Minas, por municípios, 2000 e Gráfico 7 Taxa de urbanização na região do Norte de Minas, por municípios, 2000 e Gráfico 8 Proporção de internação por doenças no aparelho respiratório para os municípios do Norte de Minas, Gráfico 9 Proporção de domicílios com acesso a programas de transferência de renda no Norte de Minas, Gráfico 10 Número de estabelecimentos por atividade e ano Gráfico 11 Estabelecimentos por município e atividade (2002) Gráfico 12 Estabelecimentos por município e atividade (2006) Gráfico 13 Estabelecimentos por município e atividade (2011) Gráfico 14 Principal Motivo da Viagem (%) Gráfico 15 Se a motivação foi a lazer, qual o principal atrativo (%) Gráfico 16 Forma de organização da Viagem (%) Gráfico 17 Local de pernoite (%) Gráfico 18 Quantidade de empregados por setor e ano Gráfico 19 Salário médio mensal por ano e setor ( ) Gráfico 20 Proporção de mulheres na força de trabalho ( )

5 LISTA DE MAPAS Mapa 1 Região de Referência e Região de Estudo no Norte de Minas Mapa 2 Rede de Transportes Regional Existente e Projetada do Norte de Minas Mapa 3 Região Norte do Estado de Minas Gerais Mapa 4 Região Norte de Minas: projetos minerários Mapa 5 Planos Diretores de Recursos Hídricos: Norte de Minas Mapa 6 Rede de Cidades Norte de Minas Hierarquia dos Centros Urbanos Mapa 7 - Rede de Cidades Norte de Minas Vinculação entre os Centros Urbanos Mapa 9 Fluxos de compras da microrregião de Grão Mogol ( ),em participação do volume total de compras Mapa 10. Fluxos de vendas da microrregião de Grão Mogol ( ),em participação do volume total de compras Mapa 11. Fluxos de compras da microrregião de Janaúba ( ),em participação do volume total de compras Mapa 12. Fluxos de vendas da microrregião de Janaúba ( ),em participação do volume total de vendas Mapa 13. Fluxos de compras da microrregião de Salinas ( ),em participação do volume total de compras Mapa 14. Fluxos de vendas da microrregião de Salinas ( ),em participação do volume total de vendas

6 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Nomenclatura dos produtos constantes no Relatório de Pesquisa e correspondência ao Edital 001/2012, Anexo I Quadro 2 Novos Projetos Minerários em Minas Gerais Quadro 3 Atrativos turísticos dos municípios do Norte de Minas Quadro 4 Atividades Caracterizadoras do Turismo segundo a CNAE Quadro 5 Atividades Caracterizadoras do Turismo segundo a CNAE Quadro 6 Definição dos grupos de comparação com as atividades caracterizadoras do turismo Quadro 7 Unidades de Conservação Quadro 8 Limitações ao Desenvolvimento Turístico Regional Quadro 9 Situação dos planos diretores municipais Quadro 10 Relação de Agentes Entrevistados para a Elaboração do Plano de Desenvolvimento do Norte de Minas

7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Projeção tendencial da população da Região de Referência Norte de Minas, segundo municípios: 2010 a Tabela 2 Taxa geométrica de crescimento médio anual da Região de Referência Norte de Minas e de seus municípios, por períodos quinquenais, entre 2010 e Tabela 3 Projeção da composição do PIB microrregional ( ) Tabela 4 Projeção da estrutura setorial da produção microrregional ( ) Tabela 5 Projeção da utilização da produção doméstica em Grão Mogol ( ) Tabela 6 Projeção da utilização da produção doméstica em Salinas ( ) Tabela 7 Projeção da utilização da produção doméstica em Janaúba ( ) Tabela 8 Projeção da Estrutura das Compras das Microrregiões - % das compras por origem ( ) Tabela 9 Projeção da Estrutura das Vendas das Microrregiões - % das vendas por destino ( ) Tabela 10 Variáveis De Capacidade Fiscal (Média de 2000 a 2010) Tabela 11 Expansão da capacidade produtiva de empresas selecionadas Tabela 12 Investimentos Previstos Norte de Minas Tabela 13 Quocientes Locacionais por Sub-Setor de Atividade para os municípios da região de estudo, anos 2000 e Tabela 14 Produção Mineral: Minas Gerais (em bilhões de reais) Tabela 15 Emprego total e participação por Setor de Atividade, Minas Gerais, Tabela 16 Renda Gerada e participação por Setor de Atividade, Minas Gerais, Tabela 17 Exportações dos principais produtos minerais de Minas Gerais, 2012 (US$, %) Tabela 18 Exportações dos 10 maiores municípios mineradores exportadores de Minas Gerais e Participação relativa de suas exportações minerais no total das exportações do estado (US$, %) Tabela 19 Exportações das 5 maiores empresas mineradoras exportadoras em 2012 (US$, %) Tabela 20 Quinze Maiores Municípios Mineiros Arrecadadores da CFEM, Tabela 21 Evolução do PIB per capita e da Renda per capita entre 2000 e 2010 para os 15 municípios com maior arrecadação da CFEM (%) Tabela 22 Evolução do PIB per capita e da Renda per capita entre 2000 e 2010 para os municípios do Norte de Minas (%) Tabela 23 Total de internações no ano de 2012, por municípios do Norte de Minas.. 67

8 Tabela 24 Taxa de analfabetismo por municípios, 2000 e Tabela 25 Proporção de indivíduos com 18 anos ou mais com ensino médio Tabela 26 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nas escolas da rede estadual, nos municípios do Norte de Minas, Belo Horizonte, e Minas Gerais (2005, 2007, 2009 e 2011) Tabela 27 Taxa de ocupação formal nos municípios do Norte de Minas, 2000 e Tabela 28 Rendimento médio do trabalho principal em 2010, Municípios Norte de Minas Tabela 29 Proporção de domicílios com acesso ao abastecimento geral de água no Norte de Minas Tabela 30 Proporção de domicílios com acesso a esgotamento sanitário, Norte de Minas Tabela 31 IMRS para municípios do Norte de Minas, Tabela 32 Mão de obra empregada, Minas Gerais e Brasil, 2007 a Tabela 33 Número de Estabelecimentos, Minas Gerais e Brasil, 2007 a Tabela 34 Estrutura do Mercado de Trabalho, Microregião de Grão Mogol, Norte de Minas, 2007 a Tabela 35 Número de Estabelecimentos, Microregião de Salinas, Norte de Minas, 2007 a Tabela 36 Número de Estabelecimentos, Microregião de Janaúba, Norte de Minas, 2007 a Tabela 37 Indicadores de Centralidade da REGIC 2007 Região de Estudo Norte de Minas Tabela 38 Oferta de modalidades de ensino, segundo Microrregiões, Fevereiro de Tabela 39 Oferta de serviços de saúde selecionados, Dezembro de 2012, por Tabela 40 Oferta de equipamentos de saúde selecionados, Dezembro de 2012, Tabela 41 Oferta de profissionais de saúde selecionados, Dezembro de 2012, Tabela 42 Percentual da População com abastecimento de água, coleta de lixo e Tabela 43 Existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário, Tabela 44 Tipo de Domicílio Particulares Permanentes (%), Microrregiões, Tabela 45 Tipo de Domicílio Particulares Permanentes por Condição de Ocupação146

9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ALMG Assembleia Legislativa de Minas Gerais BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CAGEDE Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CBMM Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração CEDEPLAR/UFMG Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais CFEM Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CODEMA Conselho Deliberativo de Meio Ambiente CODEMIG Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais DER/MG Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral EIA Estudos de Impacto Ambiental EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPAMIG Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais FCASA - Ferrovia Centro Atlântico SA FENICS Feira Nacional da Indústria FIPE Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas IBRAM Instituto Brasileiro de Mineração IMRS Índice Mineiro de Responsabilidade Social UDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDH Índice de Desenvolvimento Humano IDTE Desempenho Tributário e Econômico IMAGEM-MG Integrated Multi-regional Applied General Equilibrium Model Minas Gerais INDI Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais FENICS Feira Nacional da Indústria FERARP Feira Regional do Alto Rio Pardo FJP Fundação João Pinheiro FIP Fundação Israel Pinheiro IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEPHA Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais IGS Instituto Grande Sertão

10 LPOUS Leis de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo MIBA Mineração Minas Bahia MPEs Micro e Pequenas Empresas MTE Ministério do Trabalho e Emprego PCHs Pequenas Centrais Hidrelétricas PDM Plano Diretor Municipal PDMs Planos Diretores Municipais PDITS Planos de Desenvolvimento Integrado para o Turismo Sustentável PIB Produto Interno Bruto PN Plano Nacional da Mineração PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo PROACESSO Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo RAIS Relação Anual de Informações Sociais SAM Sul Americana de Metais SEDVAN Secretaria de Estado Extraordinária SEBRAE Serviço Brasileiro às Micro e Pequenas Empresas SEDRU Secretaria de Desenvolvimento Regional e Urbano de Minas Gerais SETUR Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais UINE Unidade de Inteligência Empresarial UNIMONTES Universidade Estadual de Montes Claros

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO DO PLANO E BREVE DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Definição da Região de Estudo DIAGNÓSTICO, CRIAÇÃO DE CENÁRIOS E LEITURA ESTRUTURAL Dinâmica Demográfica Regional, : Projeções Populacionais Tendenciais para o Período na Região de Referência Norte de Minas Resultados das Projeções Demográficas Tendenciais: 2010 a Vulnerabilidade Socioeconômica e Ambiental Dinâmica Econômica Regional Indicadores estruturais da dinâmica econômica no Norte de Minas Capacidade Fiscal dos Municípios Cenário de Investimentos e Estrutura Urbano-Regional Análise do Setor Mínero-Metalúrgico e Possibilidades de Diversificação Econômica Investimentos e Empregos Previstos no Setor Mineral: Brasil Investimentos Previstos no setor Mineral: Minas Gerais Outros investimentos previstos para a Região de Estudo: Norte de Minas Estrutura Produtiva e Investimentos Previstos Análise do potencial de desenvolvimento do setor minero-metalúrgico na região de referência, investimentos previstos, cronograma e expansão da produção Produção Mineral e Emprego em Minas Gerais Comércio Exterior CFEM Economia Mineral, Investimentos e Potencialidades de Diversificação A Dimensão social e a diversificação produtiva A Estrutura da Economia Regional: mercado de trabalho no Norte de Minas Transportes na Estrutura Urbano-Regional Rodovias Ferrovias Turismo e Patrimônio Histórico e Natural: Caracterização da Dinâmica Turística na Região do Norte de Minas e Proposições para seu Fortalecimento Segmento turístico predominante... 95

12 Produtos turísticos e atrativos Oferta Turística Evolução do número de estabelecimentos na região Demanda turística Demanda potencial Economia do turismo Limitações ao desenvolvimento turístico Planos, programas e ações desenvolvidas para o fortalecimento do turismo regional Propostas preliminares Impactos no Meio Ambiente Regional A Rede de Cidades Regional Aspectos teórico-conceituais Aspectos metodológicos: a REGIC Caracterização da rede urbana regional Desenvolvimento Urbano no Médio Espinhaço Indicadores de Infraestrutura e Serviços Urbanos Análise dos Planos Diretores Municipais Pesquisa Qualitativa para a Construção do Plano de Desenvolvimento Cartografia e Bases de Dados REFERÊNCIAS ANEXO A Projeções Populacionais Tendenciais por Grupo Etário Norte de Minas ANEXO B Relações de comércio regional no Norte de Minas

13 13 INTRODUÇÃO Este relatório apresenta as atividades e produtos executados durante o período de 01 de dezembro a 31 de maio. O Relatório segue as orientações de conteúdo mencionados no Edital 001/2012. Optou-se neste Produto 3 por redefinir a nomenclatura estabelecida no Edital, porém mantendo o conteúdo solicitado, conforme o Quadro 1. Essa redefinição de nomenclatura foi realizada a partir de quatro argumentos: a) estabelecer uma linguagem mais acessível ao público de forma geral; b) estabelecer um encadeamento lógico e estrutura que permita melhor conexão com os produtos 4 e 5, a serem entregues nos próximos meses; c) facilitar a normalização pela ABNT; e d) facilitar a construção do Sumário Executivo, objeto do Produto 5, e eventualmente a publicação dos resultados finais da pesquisa na forma e estrutura de livro. Todos os produtos serão analisados de forma integrada quando da elaboração do Produto 5 e Sumário Executivo.

14 14 Quadro 1 Nomenclatura dos produtos constantes no Relatório de Pesquisa e correspondência ao Edital 001/2012 Denominação no Edital 001/2012 Denominação Correspondente no Produto 1 Revisão e Ampliação do Produto 1, C. Definição da Região de Estudo 4.2. Diagnóstico, Criação de Cenários e Leitura Estrutural 1.2. Definição da Região em Estudo 2. Introdução: Diagnóstico, Cenários e Leitura Estrutural A. Análise da Dinâmica Demográfica 2.1. Dinâmica Demográfica Regional, Resultados das Projeções Demográficas Tendenciais: 2010 a Vulnerabilidade socioeconômica e ambiental B. Análise da Dinâmica Econômica 2.2. Dinâmica Econômica Regional Indicadores estruturais da dinâmica econômica no Norte de Minas Capacidade Fiscal dos Municípios C. Estrutura Urbano-Regional 2.3. Cenário de Investimentos e Estrutura Urbano-Regional Análise do Setor Mínero-Metalúrgico e Possibilidades de Diversificação Econômica A Estrutura da Economia Regional: mercado de trabalho no Norte de Minas Transportes na Estrutura Urbano- Regional Turismo e Patrimônio Histórico e Natural Impactos no Meio Ambiente Regional A Rede de Cidades Regional Desenvolvimento Urbano no Médio Espinhaço G. Entrevistas e Participação 2.4. Pesquisa Qualitativa para a Construção do Plano de Desenvolvimento F. Tratamento de Informações e Análise Espacial 2.5. Cartografia e Banco de Dados

15 15 1 APRESENTAÇÃO DO PLANO E BREVE DESCRIÇÃO METODOLÓGICA 1.2 Definição da Região de Estudo O Mapa 1 traz a redefinição das áreas de estudo e referência para o Norte de Minas, utilizada neste Produto 3.

16 16 Mapa 1 Região de Referência e Região de Estudo no Norte de Minas Fonte: BARBIERI (Coord), 2012.

17 17 2 DIAGNÓSTICO, CRIAÇÃO DE CENÁRIOS E LEITURA ESTRUTURAL 2.1 Dinâmica Demográfica Regional, : Projeções Populacionais Tendenciais para o Período na Região de Referência Norte de Minas As projeções populacionais para o período foram realizadas no nível de municípios da região de referência. Estas ajudarão a entender melhor as tendências demográficas, isto é, o contingente populacional da Região de Referência nos períodos quinquenais compreendidos entre 2010 e 2030, bem como sua distribuição segundo grupos de idade, por município. A metodologia está detalhada no Produto 2, mas vale lembrar que o cenário tendencial não incorpora os possíveis impactos da consolidação dos empreendimento previstos, o que será feito no Produto 4. Entretanto, as projeções tendenciais são importantes para revelar os efeitos do comportamento previsto para as componentes fecundidade, mortalidade e migrações Resultados das Projeções Demográficas Tendenciais: 2010 a 2030 Em 2010, a Região de Referência Norte de Minas tinha uma população de aproximadamente 501 mil pessoas, com um ritmo de crescimento demográfico, entre 2000 e 2010, mais baixo do que a média do Brasil (1,2% ao ano) e de Minas Gerais (0,9% ao ano). Isso indica um saldo migratório negativo, uma vez que a fecundidade da região é mais alta do que a brasileira e mineira. De fato, a Região de Referência Norte de Minas tem se caracterizado, historicamente, por perdas populacionais. A tabela 1 mostra os resultados das projeções demográficas para os períodos quinquenais compreendidos entre 2015 e 2030, além dos resultados do Censo Demográfico O que se observa é um crescimento absoluto em todos os períodos, atingindo 519 mil pessoas em Portanto, a tendência demográfica é de crescimento baixo, fruto da diminuição do crescimento natural, mas também das perdas líquidas populacionais, em um cenário de envelhecimento portanto, de diminuição da população em idades mais propensas à emigração. Internamente, os municípios apresentam comportamentos diferenciados, com aumento da população na maioria dos municípios da Região de Referência. No horizonte de projeção, os aumentos mais expressivos tendem a ocorrer em algumas

18 18 localidades de maior porte populacional, com destaque para Jaíba, Janaúba e Taiobeiras, nesta ordem. Apesar do provável aumento populacional, as projeções apontam para uma tendência de diminuição em 12 deles, sendo a mais expressiva em Monte Azul. Diminuição em termos absolutos normalmente indica saldos migratórios negativos bastante expressivos, muito além do crescimento natural. Um fenômeno bastante comum em termos de mobilidade espacial da população é a tendência de parte dos fluxos migratórios se direcionarem para localidades mais próximas. Nesse sentido, municípios com ritmo mais elevado de crescimento populacional tendem a refletir, parcialmente, o ganho populacional a partir dessas origens.

19 19 Tabela 1 Projeção tendencial da população da Região de Referência Norte de Minas, segundo municípios: 2010 a 2030 População Região de Referência e municípios Norte de Minas Águas Vermelhas Berizal Botumirim Catuti Cristália Curral de Dentro Divisa Alegre Espinosa Fruta de Leite Gameleiras Grão Mogol Indaiabira Itacambira Jaíba Janaúba Josenópolis Mamonas Mato Verde Monte Azul Montezuma Ninheira Nova Porteirinha Novorizonte Padre Carvalho Pai Pedro Porteirinha Riacho dos Machados Rio Pardo de Minas Rubelita Salinas Santa Cruz de Salinas Santo Antônio do Retiro São João do Paraíso Serranópolis de Minas Taiobeiras Vargem Grande do Rio Pardo Fonte: Elaboração própria. Projeções elaboradas pelo CEDEPLAR/UFMG. O aumento da população da Região de Referência ocorre a um ritmo decrescente, de 0,45% ao ano, entre 2010 e 2015, para 0,22% ao ano, entre 2025 a 2030, como pode ser observado na Tabela 2. Jaíba, e em menor medida Taiobeiras, são os municípios cuja tendência demográfica aponta para o maior ritmo de crescimento demográfico. O primeiro tende a ter um crescimento de 1,54% ao ano, no período , cujo ritmo decai para 1,24% ao ano, no último quinquênio projetado. A importância regional de Jaíba fica ainda mais evidente ao considerar que este é um dos municípios de maior porte populacional, devendo atingir mais de

20 20 44 mil habitantes, por volta de Para Taiobeiras, entre o primeiro e o último período de projeção, a taxa de crescimento varia de 1,15% até 0,81% ao ano. Apesar de apresentar um ritmo mais lento de crescimento, Janaúba merece menção, pois tende a apresentar a maior população até o final de período, ultrapassando 74 mil habitantes em 2030, e certamente exercendo papel de importante polo regional. Tabela 2 Taxa geométrica de crescimento médio anual da Região de Referência Norte de Minas e de seus municípios, por períodos quinquenais, entre 2010 e 2030 Taxa de Crescimento do Período Região de Referência e municípios 2010 a a a a 2030 Norte de Minas 0,45 0,41 0,33 0,22 Águas Vermelhas 0,44 0,42 0,35 0,24 Berizal 0,90 0,90 0,81 0,69 Botumirim -0,37-0,34-0,37-0,47 Catuti 0,13 0,04-0,07-0,19 Cristália -0,32-0,24-0,27-0,37 Curral de Dentro 1,10 1,13 1,03 0,90 Divisa Alegre 1,29 1,27 1,17 1,02 Espinosa 0,10 0,07-0,01-0,13 Fruta de Leite -1,09-1,06-1,03-1,09 Gameleiras 0,22 0,19 0,09-0,04 Grão Mogol 0,23 0,23 0,17 0,06 Indaiabira -0,09-0,09-0,14-0,21 Itacambira 0,91 0,91 0,84 0,71 Jaíba 1,54 1,47 1,38 1,24 Janaúba 0,69 0,61 0,48 0,33 Josenópolis 0,20 0,34 0,42 0,36 Mamonas 0,50 0,39 0,26 0,14 Mato Verde -0,10-0,20-0,35-0,48 Monte Azul -0,15-0,26-0,40-0,55 Montezuma 0,90 0,90 0,83 0,71 Ninheira 0,34 0,34 0,25 0,17 Nova Porteirinha -0,19-0,21-0,34-0,47 Novorizonte 0,49 0,50 0,49 0,42 Padre Carvalho 0,40 0,50 0,49 0,34 Pai Pedro 0,15 0,16 0,08-0,02 Porteirinha 0,05-0,03-0,15-0,29 Riacho dos Machados -0,34-0,34-0,38-0,50 Rio Pardo de Minas 0,37 0,35 0,27 0,14 Rubelita -0,60-0,61-0,66-0,75 Salinas 0,69 0,59 0,46 0,34 Santa Cruz de Salinas -0,69-0,70-0,73-0,82 Santo Antônio do Retiro 0,15 0,20 0,17 0,08 São João do Paraíso 0,58 0,52 0,40 0,26 Serranópolis de Minas 0,65 0,64 0,57 0,45 Taiobeiras 1,15 1,06 0,95 0,81 Vargem Grande do Rio Pardo 0,41 0,37 0,28 0,17 Fonte: Elaboração própria. Projeções elaboradas pelo CEDEPLAR/UFMG.

21 % 21 A evolução das componentes demográficas não impacta apenas o ritmo de crescimento, mas também a estrutura etária, algo fundamental para a elaboração de políticas públicas. Os Gráficos 1 e 2 fornecem uma ideia do reflexo do envelhecimento sobre a estrutura etária da Região de Referência. Nota-se que, em 2010, a maior participação relativa situava-se no grupo etário de 15 a 19 anos, portanto, já demonstrando a redução passada da fecundidade, uma vez que as idades anteriores apresentavam menor participação relativa. Também fica evidente a grande proporção da população em idade ativa compreendida entre 15 e 64 anos, um período conhecido como janela de oportunidades ou de bônus demográfico, devido a diminuição da participação de pessoas em idades economicamente inativas, neste caso, de crianças. Fonte: 12,00 Gráfico 1 Estrutura Etária da Região de Referência Norte de Minas ,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0 a 4 5 a 9 10 a a a a a a a a a a a a a a grupo etário Projeções elaboradas pelo CEDEPLAR/UFMG.

22 % 22 Gráfico 2 Estrutura Etária da Região de Referência Norte de Minas ,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0 a 4 5 a 9 10 a a a a a a a a a a a a a a grupo etário Projeções elaboradas pelo CEDEPLAR/UFMG. Entretanto, os efeitos do envelhecimento ficam bastante evidentes ao se observar, no Gráfico 2, que a maior proporção de pessoas tende a se concentrar nos grupos etários de 30 a 39 anos, no ano de 2030, uma alteração substancial. Em todas as idades anteriores, a participação relativa irá diminuir, ocorrendo o contrário nas idades subsequentes. Isso mostra claramente a tendência de maior peso das coortes acima das idades economicamente ativas. A dinâmica demográfica da Região de Referência aponta para um comportamento relativamente diversificado, uma vez que há tendência de aumento absoluto de população, mas são esperadas perdas líquidas populacionais para outras regiões, juntamente com envelhecimento generalizado. No entanto, alguns municípios podem exercer a função de atração populacional, pois indicam ritmo de crescimento acima da média do País e de Minas Gerais. Esta dinâmica heterogênea poderá afetar de maneira diferenciada o processo de envelhecimento, como pode ser conferido nos resultados das projeções municipais por idade, nas tabelas do Anexo A Vulnerabilidade Socioeconômica e Ambiental Os resultados da análise de vulnerabilidade socioambiental dos municípios no Médio Espinhaço serão discutidos no Produto 4.

23 Dinâmica Econômica Regional Os indicadores apresentados e analisados nesta sessão são retirados da base de dados e das projeções de cenário do modelo Integrated Multi-regional Applied General Equilibrium Model Minas Gerais (IMAGEM-MG). Assim, dá-se continuidade a analise e apresentação do modelo, iniciada no produto anterior. Pretende-se ainda com estes números ilustrar características não evidenciadas em dados secundários obre a estrutura das regiões de estudo. Vale ressaltar que os indicadores apresentados nesta sessão são fruto de procedimentos matemáticos e estatísticos utilizados na construção da base de dados do modelo. Assim, não representam informações tomadas diretamente de dados secundários, mas obtidas por modelos e métodos a partir de um grande conjunto de dados secundários utilizados na construção da base de dados do modelos. Portanto, devem ser interpretados qualitativamente como forma de entendimento da estrutura produtiva das regiões analisadas, representando uma informação adicional aos demais indicadores apresentados neste relatório Indicadores estruturais da dinâmica econômica no Norte de Minas A Tabela 3 mostra a composição do PIB em cada região pela ótica da absorção: consumo das famílias, investimento, governo e outras demandas, exportações e importações. Estes dois últimos contabilizam tanto o fluxo para o exterior como para as demais regiões do Brasil. Estes dados representam essa composição entre 2005 e 2030, no âmbito do cenário de referência traçado no Produto 2. Um fato típico das economias de regiões pequenas é a dependência das importações e o elevado déficit comercial. Nas três microrregiões, o total das importações é superior ao PIB, com destaque para Grão Mogol, a menor região das três, na qual o volume é quase quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) da região, que também possui um elevado nível de exportações superior ao PIB. O consumo das famílias e do Governo é da mesma magnitude do PIB em Grão Mogol, indicando a preponderância deste componente em relação ao investimento (em média, o investimento responde por 15% do PIB de Minas Gerais). Um fato característico das regiões é a baixa proporção do investimento, em torno de 10% do PIB.

24 24 Tabela 3 - Projeção da composição do PIB microrregional ( ) Componentes do PIB Participação no PIB da Microrregião Grão Mogol Salinas Janaúba Famílias 102% 88% 78% Investimento 10% 12% 11% Governo e outras dem. 91% 74% 59% Exportações (1) 267% 100% 85% Importações (1) -371% -173% -133% TOTAL 100% 100% 100% Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG. Nota: Contabiliza-se os fluxos para o mercado externo e para o restante do mercado interno (demais regiões de Minas Gerais e restante do Brasil). A composição produtiva das regiões de estudo pode ser observada na Tabela 4, de acordo com os 15 setores do modelo. Como esperado, excluindo-se os setores de serviços, predominam os setores da Agricultura e Pecuária, especialmente em Janaúba. Os produtos derivados da cana-de-açúcar implicam na elevada participação do setor de Químicos, álcool e açúcar em Grão Mogol e Salinas. Em Janaúba há ainda certo destaque para setores industriais de Alimentos, Têxteis e Madeira. A pequena participação de setores industriais nessas regiões corrobora os dados da Tabela 3, indicando que a demanda por estes produtos deve ser atendida por importações, como bens de consumo duráveis (eletrodomésticos e linha branca, automóveis, etc.) e bens intermediários (combustíveis, cimento, produtos de metalurgia, material elétrico). Esta estrutura produtiva aponta para a concentração na produção primária, ausência de setores industriais relevantes e elevada participação de serviços, provavelmente de baixa complexidade utilizados no atendimento do consumo das famílias.

25 25 Tabela 4 Projeção da estrutura setorial da produção microrregional ( ) Setores Econômicos Grão Mongol Salinas Janaúba 1. Agricultura 15,4% 14,9% 23,7% 2. Pecuária 5,2% 3,2% 7,0% 3. Extrativa Mineral 1,4% 2,2% 0,3% 4. Minério de Ferro 2,3% 3,6% 0,4% 5. Combustíveis 0,0% 0,0% 0,0% 6. Alimentos, Bebidas e Fumo 0,0% 1,8% 3,7% 7. Têxteis, Vestuário e Calçados 0,0% 0,5% 1,6% 8. Celulose, Papel e Madeira 8,9% 1,0% 2,1% 9. Químicos, Álcool e Açúcar 12,1% 13,4% 0,4% 10. Minerais não Metálicos 0,3% 1,5% 1,3% 11. Siderurgia 0,0% 0,5% 0,7% 12. Bens de Capital e duráveis 0,0% 0,0% 0,1% 13. Equipamento de Transporte 0,0% 0,0% 0,0% 14. Outras Indústrias 0,0% 1,3% 0,4% 15. Serviços 54% 56% 58% Total 100% 100% 100% Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG. A projeção da composição da demanda ajuda a configurar a estrutura produtiva das regiões, uma vez que indica o destino (utilização) da produção doméstica. No caso de Grão Mogol (TABELA 5), apresentam-se apenas os setores de produção significativa na região (TABELA 3). O uso local se destaca para o setor de produtos de madeira e serviços. Na Agricultura, pecuária e Minério de Ferro o destino da produção são vendas para outras regiões e exportações (90% da produção em média). Tabela 5 Projeção da utilização da produção doméstica em Grão Mogol ( ) Uso Local Famílias Setores Outros Total Outras Regiões Exportações 1. Agricultura 0,5% 1,1% 0,0% 1,6% 78,8% 19,6% 2. Pecuária 4,1% 3,6% 0,0% 7,7% 90,2% 2,1% 3. Extrativa Mineral 0,2% 8,6% 0,0% 8,8% 61,7% 29,5% 4. Minério de Ferro 0,0% 6,9% 0,0% 6,9% 84,0% 9,1% 8. Celulose, Papel e Madeira 7,0% 22,6% 0,0% 29,6% 44,2% 26,2% 9. Químicos, Álcool e Açúcar 1,4% 5,0% 0,0% 6,4% 65,0% 28,6% 15. Serviços 15,4% 8,7% 27,6% 51,7% 48,1% 0,2% Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG. Na região de Salinas (TABELA 6) a maior parte da produção da Agricultura, Pecuária e Extrativa é vendida para fora da região, seja para as demais regiões do Brasil seja para exportações. O consumo local se destaca na utilização da produção de Químicos, álcool e açúcar; Minerais não Metálicos; Outras Indústria e Serviços.

26 26 Assim, percebe-se que a produção primária da região espacialmente destinada para vendas a outras regiões; cujos recursos gerados financiam a compra de bens de consumo duráveis e outros produtos não produzidos localmente. Tabela 6 Projeção da utilização da produção doméstica em Salinas ( ) Uso Local Famílias Setores Outros Total Outras Regiões Exportações 1. Agricultura 4,2% 8,9% 0,0% 13,1% 66,0% 20,9% 2. Pecuária 7,6% 11,7% 0,0% 19,3% 80,2% 0,6% 3. Extrativa Mineral 0,3% 24,1% 0,0% 24,4% 58,2% 17,4% 4. Minério de Ferro 0,0% 8,9% 0,0% 8,9% 89,2% 1,9% 6. Alimentos, Bebidas e Fumo 7,4% 2,4% 0,0% 9,8% 85,4% 4,7% 9. Químicos, álcool e açúcar 6,5% 27,8% 0,0% 34,3% 34,3% 31,4% 10. Minerais não Metálicos 1,1% 21,6% 0,0% 22,7% 46,4% 30,9% 11. Siderurgia 0,2% 7,7% 0,0% 7,9% 89,8% 2,3% 14. Outras Indústrias 43,0% 20,1% 0,0% 63,1% 22,1% 14,7% 15. Serviços 23,5% 16,5% 30,5% 70,5% 29,3% 0,2% Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG. Para Janaúba, Tabela 7, apresentamos novamente o uso da produção apenas para os setores mais significativos na região (TABELA 4). O uso local se destaca para o setor de produtos de madeira, serviços e Têxteis, Vestuário e Calçados. Na Agricultura, Pecuária e Alimentos o principal destino da produção são vendas para outras regiões do Brasil e restante de Minas Gerais (75 a 85% da produção em média). A existência de um setor de Têxteis, Vestuário e Calçados, com vendas regionais expressivas, sugere que a região funciona como um polo de produção local, inclusive no fornecimento de produtos para Salinas e Grão Mogol. Vale lembrar que a região de Janaúba é 40% maior que Salinas e cerca de 9 vezes o tamanho de Grão Mogol, em termos de PIB. Tabela 7 Projeção da utilização da produção doméstica em Janaúba ( ) Uso Local Famílias Setores Outros Total Outras Regiõe s Exportaçõe s 1. Agricultura 2,7% 10,3% 0,0% 13,0% 75,5% 11,4% 2. Pecuária 4,0% 11,1% 0,0% 15,1% 84,2% 0,6% 6. Alimentos, Bebidas e Fumo 9,6% 5,0% 0,0% 14,6% 76,9% 8,4% 7. Têxteis, Vestuário e Calçados 27,6% 9,8% 0,0% 37,4% 53,7% 8,9% 8. Celulose, Papel e Madeira 21,4% 47,6% 0,0% 69,0% 27,2% 3,7% 10. Minerais não Metálicos 1,4% 28,2% 0,0% 29,6% 40,0% 30,4% 15. Serviços 26,1% 18,0% 32,5% 76,6% 23,0% 0,4% Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG.

27 27 O quadro configurado acima pelos indicadores do PIB, produção e demanda indicam que o comércio inter-regional é um fator importante na dinâmica das regiões analisadas. A base de dados do modelo permite observar os principais fluxos de compras e vendas destas e regiões, a assim um mapeamento destas forças econômicas. A Tabela 8 retrata as regiões de maiores fluxos de origem (compras) para as regiões analisadas. Um fato relevante é o Restante do Brasil figurar entre as duas principais origens das compras dessas regiões, com percentuais de 24% (Janaúba) a 37% (Grão Mogol). As compras da própria região também são elevadas, em torno de 30% em Salinas e Janaúba, mas de apenas 13% em Grão Mogol. Neste caso, mais um reflexo da pequena produção doméstica e dependência das compras de demais regiões. Comparativamente, na maior região do estado, Belo Horizonte, as compras da própria região representam 85% do total, as do restante do Brasil de apenas 4,5%, e do restante do estado 10,5%. A tabela reflete também a baixa integração comercial entre as 3 regiões, uma vez que a compra entre estas situa-se de 1 a 3 % do volume total. Por outro lado, algumas regiões do Norte de Minas se destacam como fornecedoras, como Montes Claros e Pirapora, além da ligação com o Triangulo (Uberlândia e Uberaba) e Belo Horizonte.

28 28 Tabela 8 Projeção da Estrutura das Compras das Microrregiões - % das compras por origem ( ) GRÃO MOGOL SALINAS JANAÚBA 36,98% Restante do Brasil 32,47% Salinas 36,27% Janaúba 13,03% Grão Mogol 29,86% Restante Do Brasil 24,20% Restante Do Brasil 8,19% Montes Claros 5,32% Uberlândia 7,03% Uberlândia 7,20% Uberlândia 4,97% Pirapora 6,84% Montes Claros 5,46% Pirapora 4,96% Belo Horizonte 6,56% Pirapora 5,00% Belo Horizonte 3,84% Montes Claros 5,29% Belo Horizonte 3,98% Uberaba 1,99% Uberaba 1,94% Uberaba 1,78% Salinas 1,49% Araçuaí 0,88% Salinas 1,29% Janaúba 1,32% Janaúba 0,79% Januária 1,14% Januária 1,32% Capelinha 0,64% Sete Lagoas 0,99% Paracatu 1,03% Pedra Azul 0,42% Paracatu 0,94% Poços De Caldas 0,63% Almenara 0,42% Ipatinga 0,67% Sete Lagoas 0,62% Januária 0,37% Três Marias 0,58% Varginha 0,59% Sete Lagoas 0,34% Bocaiuva 0,58% Capelinha 0,55% Teófilo Otoni 0,34% Varginha 0,57% Araxá 0,52% Ipatinga 0,33% Poços de Caldas 0,52% Unaí 0,40% Grão Mogol 0,29% Itabira 0,50% Patos De Minas 0,39% Paracatu 0,28% Juiz De Fora 0,49% Alfenas 0,36% Poços De Caldas 0,28% Frutal 0,42% Patrocínio 0,34% Varginha 0,26% Araxá Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG. A Tabela 9 ilustra as 20 maiores regiões de fluxos de destino (vendas) para as regiões analisadas (vide mapas no ANEXO B). Um fato relevante é o Restante do Brasil figurar entre os dois principais destinos das vendas dessas regiões, com percentuais de 12% (Salinas) a 19% (Janaúba). As vendas da própria região também são elevadas, em torno de 50% em Salinas e Janaúba, mas de apenas 38% em Grão Mogol. Assim, mais um indicador da pequena produção doméstica e dependência das vendas para as demais regiões no caso de Grão Mogol. Comparativamente, na maior região do estado, Belo Horizonte, as vendas da própria região representam 76% do total, para o restante do Brasil 7%, e do restante do estado 17%. Os dados também refletem, novamente, a baixa integração comercial entre as 3 regiões, uma vez que os fluxos de vendas entre estas situa-se de 7% a 1,75 % do volume total. Vale notar que algumas regiões do Norte de Minas se destacam como destinos da produção regional, como Montes Claros, Pirapora, além da ligação com Uberlândia e Belo Horizonte.

29 29 Tabela 9 Projeção da Estrutura das Vendas das Microrregiões - % das vendas por destino ( ) GRÃO MOGOL SALINAS JANAÚBA 38,45% Grão Mogol 54,86% Salinas 52,72% Janaúba 14,33% Restante Do Brasil 12,02% Restante Do Brasil 18,95% Restante Do Brasil 5,96% Montes Claros 3,33% Araçuaí 5,61% Uberlândia 4,75% Uberlândia 2,90% Uberlândia 4,59% Montes Claros 4,45% Salinas 2,71% Capelinha 2,35% Belo Horizonte 3,06% Belo Horizonte 2,35% Pedra Azul 1,66% Salinas 2,71% Pirapora 2,09% Montes Claros 1,08% Januária 2,68% Janaúba 1,71% Janaúba 0,72% Bocaiuva 1,92% Januária 1,60% Belo Horizonte 0,67% Ipatinga 1,40% Ipatinga 1,54% Pirapora 0,65% Pirapora 1,28% Capelinha 1,39% Itabira 0,55% Uberaba 1,21% Araçuaí 1,14% Almenara 0,54% Araçuaí 0,98% Bocaiuva 1,04% Ipatinga 0,52% Capelinha 0,98% Pedra Azul 0,99% Ouro Preto 0,50% Três Marias 0,96% Três Marias 0,80% Grão Mogol 0,45% Pedra Azul 0,93% Itabira 0,79% Januária 0,43% Grão Mogol 0,84% Paracatu 0,61% Teófilo Otoni 0,40% Almenara 0,84% Almenara 0,50% Três Marias 0,39% Paracatu 0,81% Ouro Preto 0,44% Uberaba 0,34% Itabira 0,74% Uberaba 0,43% Bocaiúva 0,31% Sete Lagoas Fonte: Base de dados do modelo IMAGEM-MG Capacidade Fiscal dos Municípios A presente seção tem por objetivo fazer uma análise descritiva das variáveis utilizadas para avaliar a capacidade fiscal dos municípios da região de estudo, a qual é formada pelas seguintes microrregiões: Salinas, Grão Mogol e Janaúba. Em uma etapa posterior deste trabalho, empregaremos um modelo econométrico para projetar estas variáveis, obtendo um panorama da capacidade de fiscal da região. A Tabela 10 apresenta a média, entre os anos de 2000 e 2010, de algumas variáveis que ilustram a capacidade fiscal dos municípios analisados: Desempenho Tributário e Econômico (IDTE), Relação entre Receita Tributária e Receita Total e Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). A seguir tais variáveis serão brevemente descritas. O IDTE, Indicador de Desempenho Tributário e Econômico 1, busca medir a capacidade de autofinanciamento da administração local, além de avaliar algumas 1 O IDTE foi apresentado e discutido com detalhes no Produto 2 desse projeto.

30 30 condições da economia em questão, bem como seu nível de desenvolvimento. A maior vantagem do IDTE 2 em relação ao indicador de receita tributária é que aquele inclui receitas advindas de transferências associadas à atividade econômica local, dando melhor medida da capacidade fiscal do município. Os valores utilizados são provenientes da Fundação João Pinheiro 3. De acordo com a Tabela 10 é possível ver que dentre as 3 microrregiões a que possui um maior valor para o IDTE é Grão Mongol (20,92), seguido por Salinas (18,11) e Janaúba (17,85). Importante ressaltar que as 3 regiões se encontram abaixo da média do estado, a qual é 27,60, o que pode ser justificado pelo Norte de Minas ser uma região historicamente menos desenvolvida que o restante do estado. Avaliando separadamente cada microrregião, em Salinas, os maiores valores para o IDTE são referentes aos seguintes municípios: Divisa Alegre, São João do Paraíso, Taiobeiras e Salinas. Já em Grão Mogol destaca-se o município de Grão Mogol com um valor significamente superior aos demais: 37,46. Por fim, em Janaúba, os principais valores são para Janaúba, Jaíba e Nova Porteirinha. 2 Para mais detalhes, ver Oliveira e Biondini, Disponível em: Para mais detalhes, consultar o website da Fundação João Pinheiro, em Indicador Mineiro de Responsabilidade Social.

31 31 Tabela 10 Variáveis De Capacidade Fiscal (Média de 2000 a 2010) IDTE Razão - Receita Tributária/Total (%) CFEM (R$) Microrregião de Salinas 18,11 3, ,93 Águas Vermelhas 17,20 3, ,48 Berizal 13,03 2,62 - Curral de Dentro 16,73 2, ,93 Divisa Alegre 25,07 2,30 - Fruta de Leite 15,49 3,26 - Indaiabira 16,82 2,77 - Montezuma 17,28 2,98 - Ninheira 14,29 2, ,86 Novorizonte 14,62 2,74 - Rio Pardo de Minas 21,92 4,66 - Rubelita 17,20 2,94 - Salinas 23,80 6, ,23 Santa Cruz de Salinas 13,71 2,04 525,00 Santo Antônio do Retiro 16,29 2,56 - São João do Paraíso 25,79 5,30 845,62 Taiobeiras 24,99 5, ,99 Vargem Grande do Rio Pardo 13,27 2,44 Microrregião de Grão Mongol 20,92 5,00 - Botumirim 18,32 2,55 - Cristália 21,07 3,70 - Grão Mogol 37,46 14,16 - Itacambira 20,59 3,53 - Josenópolis 13,40 2,71 - Padre Carvalho 14,71 3,12 - Microrregião de Janaúba 17,85 3, ,75 Catuti 13,54 2,53 - Espinosa 13,37 3,52 - Gameleiras 15,79 2,56 - Jaíba 28,21 7,39 - Janaúba 32,42 6, ,41 Mamonas 12,05 2,18 - Mato Verde 16,96 4,45 - Monte Azul 13,37 3,81 - Nova Porteirinha 25,78 1,54 68,36 Pai Pedro 15,21 1,97 - Porteirinha 15,85 2,91 186,04 Riacho dos Machados 18,69 2,72 - Serranópolis de Minas 12,10 1,90 - Minas Gerais 27,60 5, ,51 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de BRASIL, [entre 2008 e 2012]. Nota: A receita tributária está como proporção da receita total. CFEM está em R$ constantes do ano de 2010.

32 32 A segunda variável consiste na razão da Receita Tributária sobre a Receita Total dos municípios, usando como fonte o FINBRA 4 (Finanças do Brasil Dados Contábeis dos Municípios). Tal variável objetiva avaliar em que medida a receita do município é dependente da arrecadação tributária. É possível ver que, novamente, as 3 microrregiões encontram-se abaixo da média estadual. No entanto Grão Mogol apresentou um valor muito próximo (5,00) à média estadual (5,37). Em Salinas os principais municípios foram Salinas (6,71), Taioberas (5,79) e São João do Paraíso (5,30). Em Grão Mogol destaca-se novamente o município de Grão Mongol com um valor muito superior aos outros da mesma região (14,16), o que impulsionou a média da microrregião para cima. Em Janaúba os principais municípios foram Jaíba (7,39) e Janaúba (6,77). De forma semelhante, a variável Receita Corrente busca avaliar a capacidade de autofinanciamento dos municípios. Novamente, a fonte dos dados é o FINBRA. As três microrregiões apresentaram valores semelhantes: Salinas (103,57), Grão Mongol (104,25) e Janaúba (102,47), sendo a média estadual 104,11. Tais valores acima de 100 indicam que a Receita Corrente possui um valor superior do que a Receita total. Finalizando a exposição sobre as variáveis de capacidade fiscal, temos a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). A CFEM, estabelecida pela Constituição de 1988, em seu Art. 20, 1o, é devida aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos órgãos da administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios. A compensação é administrada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e é devida por quem exerce atividade de mineração em decorrência da exploração ou extração de recursos minerais. A CFEM é calculada sobre o valor do faturamento líquido, obtido por ocasião da venda do produto mineral. Entende-se por faturamento líquido o valor da venda do produto mineral, deduzindo-se os tributos (ICMS, PIS, COFINS), que incidem na comercialização, como também as despesas com transporte e seguro. De acordo com a tabela 10 é possível ver que apenas alguns municípios arrecadam CFEM. Na microrregião de Salinas o município de Salinas é o que mais se destaca na arrecadação, com um montante de R$ ,23 em média, no período compreendido entre 2000 e Em Grão Mogol nenhum município 4 Disponível em:

33 33 apresentou arrecadação de CFEM no período de análise. Na microrregião de Janaúba, o destaque é o próprio município de Janaúba (R$ ,41). Conforme esperado, as 3 regiões encontram-se abaixo da média do estado uma vez que a maior parte da arrecadação é concentrada na região Central, no Quadrilátero Ferrífero. Como um todo, as informações acima parecem indicar para uma precária situação de capacidade fiscal dessas microrregiões pertencentes a região norte. Avaliando o IDTE, é possível ver que em apenas três municípios, parece haver uma situação mais sólida, como é o caso de Grão Mogol (37,46) na microrregião de Grão Mogol, e Jaíba (28,21) e Janaúba (32,42), na microrregião de Janaúba. Tais municípios apresentaram uma média do IDTE superior à estadual, a qual foi de 27, Cenário de Investimentos e Estrutura Urbano-Regional Em consonância com a abordagem conceitual e metodológica geral adotada neste Plano Regional Estratégico, a avaliação da estrutura urbano-regional aqui realizada parte de uma análise integrada e multiescalar dos fatores que transformam a dinâmica territorial. A integração entre as diversas análises temáticas e setoriais (ambiental, econômica, demográfica, social, urbanística etc.) permite que se trace um quadro mais compreensivo dos fatores envolvidos na transformação do território, assim como é imprescindível para a formulação de políticas de desenvolvimento regional apoiadas sobre articulações intersetoriais e supramunicipais. A abordagem multiescalar é fundamental para a identificação das unidades de análise relevantes tanto em uma escala espacial (localidades rurais e urbanas, município, região, micro ou mesorregião e o contexto macro) quanto na escala temporal, ou seja, qual o impacto da velocidade e ritmo das transformações socioeconômicas, demográficas e ambientais no tempo. A definição de um novo ordenamento territorial regional deverá partir da caracterização da estrutura urbano-regional, constituída pelas centralidades, relações de polarizações, homogeneidades e diferenciações intra e interregionais, condicionantes físico-ambientais e históricos da região, configuração dos sistemas de mobilidade e comunicações, e pela distribuição da população e das atividades econômicas no território. A proposta de uma nova estrutura urbano-regional deverá

34 34 incorporar as estratégias de ação para o desenvolvimento regional sustentável, a partir da definição de uma nova rede de centralidades, de projetos estratégicos de mobilidade intra e interregional, da identificação de áreas para expansão urbana e para usos econômicos especiais, e de áreas para restrição ao uso e à ocupação Análise do Setor Mínero-Metalúrgico e Possibilidades de Diversificação Econômica Investimentos e Empregos Previstos no Setor Mineral: Brasil O Ministério das Minas e Energia elaborou, em 2011, o Plano Nacional da Mineração 2030 (PNM 2030). O PNM 2030 pretende ser norteador das ações o desenvolvimento do setor mineral nos próximos 20 anos, ao definir três diretrizes estratégicas: governança pública eficaz, agregação e adensamento de conhecimento em todas as etapas do setor mineral; e sustentabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva mineral. Adicionalmente, o PNM 2030 estabelece a criação da Agencia Nacional de Mineração, do Conselho Nacional de Política Mineral, a consolidação do marco regulatório da mineração, alem de mudança na outorga dos títulos minerais e uma nova política para os royalties da mineração. De acordo com o PNM 2030, o Brasil deverá receber investimentos em pesquisa, mineração e transformação mineral de U$350 bilhões sendo que 30% desse valor é destinado a infraestrutura. No subperíodo está previsto o maior volume de investimentos no período, principalmente na transformação mineral. Estas estimativas consideram o melhor cenário apresentado no Plano, denominado Na Trilha da Sustentabilidade. Neste cenário, estima-se que o Brasil crescerá 5,1% ao ano entre e o mundo, 3,8% a.a.. O PIB brasileiro alcançará US$5,5 trilhões e o PIB per capita US$ em A composição dos investimentos previstos é a seguinte: a) conhecimento geológico: US$2,1 bilhões; b) pesquisa mineral: US$ 10,5 bilhões, sendo que em minério de ferro US$1,4 bilhões; c) Investimentos na produção: US$90 bilhões; d) Investimentos totais na transformação mineral: US$ 170 bilhões; e) Investimentos na cadeia do minério de ferro:

35 35 produção: US$33 bilhões em minério de ferro. Estes investimentos deverão elevar a produção nacional de minério de ferro de 372 Mt em 2010 para Mt, sendo que as exportações passariam de 311 Mt para 797 Mt; Pelotização: US$4,3 bilhões, elevando a produção de 62 Mt em 2010 para 119 Mt, das quais 95 Mt serão exportadas; Siderurgia: US$82 bilhões, expandindo a produção de 33 Mt em 2010 para 116 Mt em No entanto, a indefinição sobre o novo marco regulatório da mineração, que se arrasta desde 2010, vem contribuindo para aprofundar a crise no setor mineral brasileiro (já mostrando reflexos do declínio dos preços e da demanda internacional), com declínio dos investimentos e na produção. Ademais, a suspensão das outorgas minerais pelo governo desde novembro de 2011 tem levado à estagnação do setor. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), entre estavam previstos US$75 bilhões em investimentos (GRÁFICO 3). No entanto, a insegurança jurídica somada à suspensão das outorgas teria levado ao adiamento de investimentos no valor de US$20 bilhões, do total dos US$75 bilhões. Nas palavras do consultor jurídico da Vale SA, o recente ciclo virtuoso da mineração está acabado. A indústria mineral está em um momento de queda nos preços (dos minérios). As cinco maiores mineradoras do mundo tiveram seus presidentes demitidos em razão dos resultados, que não são mais os mesmos dos últimos anos. Hoje a indústria de mineração brasileira está absolutamente estagnada (INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO, 2013).

36 36 Gráfico 3 Investimentos previstos no setor mineral brasileiro: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO, 2012, p. 12. Conforme o IBRAM, as principais empresas envolvidas nesses investimentos e sua produção estimada até 2016 estão relacionadas na Tabela 11. Tabela 11 Expansão da capacidade produtiva de empresas selecionadas Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO, 2012, p., 34. Como se pode notar pela tabela, não são relacionados qualquer um dos investimentos previstos para o Norte de Minas (Sul Americana de Metais (SAM), Mineração Minas Bahia (MIBA) e Carpathian). Apenas a Bahia Mineração, parte do mesmo grupo da MIBA, é destacada. Mas estes investimentos vêm sendo realizados na Bahia (Caetité). Contudo, uma análise dos dados da CFEM para 2012 demonstra que os investimentos realizados no Norte de Minas (SAM, MIBA e Carpathian) ainda não

37 37 geraram receitas com royalties para os municípios dessa região. Nas informações da CFEM 2012 por município, divulgadas pelo Departamento Nacional Produção Mineral (DNPM), nenhum dos municípios onde estão sendo implantados os grandes projetos minerários geraram arrecadação da CFEM, reforçando análises anteriores sobre os atrasos na implantação do projeto da MIBA e da fase pré-operacional dos projetos da SAM e da Carpathian. De fato, o projeto da Carpathian em Riacho dos Machados vem enfrentando dificuldades no processo de licenciamento ambiental e crescente resistência das comunidades, receosas da contaminação das águas pela extração de ouro. No caso da SAM, o processo de licenciamento está em andamento e ainda há condicionantes a cumprir. Da mesma forma, o projeto vem encontrando resistências das comunidades vizinhas. Em geral, todos os projetos de mineração de ferro encontram resistência tanto pelo uso que farão da água para transporte de minérios até os portos, através de minerodutos, quanto pela forma como têm atuado no uso do solo. Uma outra importante discussão que vem emergindo em foros minerários é o atual desaquecimento da demanda mundial e dos preços do minério de ferro no mercado mundial. Isso tem levado empresas como a Vale a afirmar que buscará no futuro ampliar a sua parcela de mercado no país. Segundo projeções da empresa, com a expansão da produção de minério de ferro de outras empresas e a necessidade de colocar os excedentes de produção no mercado interno, sua parcela de mercado cairá de 50% para 29% em Esse fato indica um acirramento da concorrência no mercado nacional com a entrada em operação de grandes projetos bem como a reversão de parte da produção exportada para o mercado interno. Sem dúvida, isso pressionará os preços internos e a viabilidade econômico-financeira de alguns dos grandes projetos, principalmente daqueles localizados no Norte de Minas. Como discutido anteriormente, estes projetos baseiam-se na extração de minérios de baixo teor de ferro e dependem essencialmente da logística baseada no mineroduto. Caso os preços internacionais caiam abaixo de US$130/ton, a viabilidade econômico-financeira dos projetos pode ser afetada, levando ao adiamento ou mesmo suspensão dos investimentos. A seguir, é realizada uma análise mais detalhada dos investimentos minerarios em Minas Gerais de forma a aprofundar o entendimento sobre as principais tendências, na medida em que o estado é o maior produtor mineral (com

38 38 quase 50% da produção nacional) e responsável por 67% da produção nacional de minério de ferro Investimentos Previstos no setor Mineral: Minas Gerais Minas Gerais é o estado que mais tem atraído investimentos na indústria extrativa mineral nos anos recentes. Segundo o IBRAM, deverão ser investidos no país, entre , US$ 75 bilhões. Destes, aproximadamente 35% deverão ser alocados em Minas Gerais, ou seja, US$ 26,2 bilhões. Do total que Minas Gerais deverá receber, 80% será destinado à produção de minério de ferro. De acordo com relatório do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais - INDI (2008), as empresas mineradoras e seus principais projetos de investimentos em minério de ferro seriam (QUADRO 2):

39 39 Quadro 2 Novos Projetos Minerários em Minas Gerais Empresa Minério Projeto Tipo Localização Complexo Itabiritos Expansão Itabirito/Nova Lima Mina Apolo Novo Caeté Mina Serpentina Novo Conceição do Mato Dentro Cauê, Conçeição, Dois Corregos, Onça, Esmeril, Chacrinha, Periquito Expansão Itabira Vale Minério de Ferro Alegria, Timbopeba, Fábrica Nova, Fazendão, Morro da Mina Expansão Mariana Minas Centrais (Agua Limpa, Brucutu, Corrego do Meio e Gongo Soco Expansão São Gonçalo do Rio Abaixo Minas do Oeste (Corrego do Feijão e Fábrica) Expansão Brumadinho MMX MBR Expansão Nova Lima Fosfato Nova Nova Patrocínio Minério de Ferro Unidade Serra Azul (Tico-Tico e Ipê) Expansão Itatiaiauçu (R$ 4,8 milhões) Mina do Pau de Vinho Expansão Bom Sucesso Acelor Mittal Minério de Ferro Serra Azul Mina Andrade Expansão Expansão Itatiaiauçu (US$ 75 milhões) Monlevade (US$ 50 milhões) CSN Jaguar Mining Ferrous Itaminas SAM MIBA (ERCN) Carpathian Gold Anglo American Minério de Ferro Ouro Minério de Ferro Minério de Ferro Minério de Ferro Minério de Ferro Mina Casa de Pedra Expansão Congonhas Namisa Expansão Congonhas Mina Turmalina Expansão Turmalina Complexo Paciência Modernização Paciência Complexo Caeté (Roça Grande e Pilar) Expansão Caeté Expansão Brumadinho Mina Viga Expansão Congonhas Viga Norte Expansão Itabirito Serrinha Expansão Brumadinho Esperança Remediação Brumadinho Santanense Expansão Itatiaiauçu Sarzedo Expansão (Novos investidores chineses) Sarzedo Projeto Rio Pardo Novo Rio Pardo de Minas Projeto Jibóia e Peixe Bravo Novo Grão Mongol Ouro Riacho dos Machados Novo Riacho dos Machados Conceição do Mato Dentro Minério de Ferro Projeto Rio-Minas Novo Manabi Minério de Ferro Projeto Morro do Pilar e Morro Escuro Novo Morro do Pilar Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de INDI (2008): Perfil do Setor de Minério de Ferro de Minas Gerais

40 40 No Norte de Minas há expectativa de que a Vale e a BHP Billiton também iniciem atividades de pesquisa mineral para futura produção na região. A Vale deverá investir em Serranópolis de Minas. É inquestionável a importância da economia mineral para o estado de Minas Gerais, tanto em termos da atração de investimentos nacionais e internacionais, como para as exportações e receitas fiscais e parafiscais. A realização dos investimentos previstos dependerá fundamentalmente do desempenho econômico da China (absorve 46% das exportações de minério de ferro brasileiro) e do Brasil nos próximos anos. Caso não se sustente o crescimento da demanda chinesa e da demanda nacional nos próximos anos, é provável que alguns projetos sejam adiados ou mesmo abandonados, não só por seus custos (que impacta no preço final) e pela qualidade do minério a ser extraído (que influencia a demanda e os preços internacionais), mas também pela própria competição entre as empresas produtoras. Nesse caso, os projetos minerários do Norte de Minas poderão vir a ser impactados negativamente, dada as características da produção, logística e da qualidade do minério. Adicionalmente, segundo informações do IBRAM, além dos desafios apontados pela insegurança jurídica recente, os projetos minerários do país deverão sofrer concorrência de outros projetos que vêm se desenvolvendo em outros países, significando que no médio prazo a indústria mineral brasileira estará diante de desafios técnicos e logísticos associados com o declínio na qualidade dos minérios brasileiros vis-à-vis a qualidade dos novos produtores, como no caso dos projetos do Norte de Minas. Haverá ainda uma tendência, como comentado anteriormente, de reversão de parte da produção destinada ao mercado internacional para o mercado domestico, o que pressionará ainda mais os preços do minério de ferro. Deve-se lembrar que a Vale é uma grande compradora no mercado nacional e ainda detém praticamente o monopólio do transporte ferroviário de minérios no estado. Isso a coloca em uma posição competitiva privilegiada, capaz de influenciar a viabilidade de vários projetos (particularmente aqueles das empresas juniores). Se assumirmos que até 2015 as tendências da economia mineral deverão se manter, conforme relatórios técnicos internacionais, e, que, consequentemente, grande parte dos projetos descritos no Quadro 2 venham a se realizar, as expectativas de novos investimentos e a abertura de novas fronteiras de exploração no estado colocam vários desafios para o governo e para a sociedade.

41 41 Inicialmente, o acentuado aumento da produção mineral do estado resultará em consideráveis impactos ambientais e sociais, notadamente associados ao uso dos recursos hídricos, o uso do solo, a degradação da biodiversidade e do patrimônio natural e imaterial e a movimentação (migrações e deslocamentos) de populações no território. Particularmente preocupante é a falta de planejamento para o fechamento de minas, notadamente no que tange aos recursos financeiros para isso. Nenhuma empresa é obrigada a manter fundos para o fechamento e, as mudanças na conjuntura econômica, podem levar à simples paralisação ou mesmo abandono de minas, notadamente aquelas com elevados passivos ambientais. Nesse caso, o inventário que vem sendo realizado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) sobre as minas abandonadas é oportuno. Deve ser complementado ainda por um estudo das minas paralisadas ou em manutenção, de forma a identificar onde se localizam os mais prováveis fechamentos futuros. Em segundo lugar, serão significativos os impactos sobre a infraestrutura de transporte, de geração de energia e de serviços essenciais dos municípios hospedeiros, em geral despreparados para receber o significativo fluxo/estoque de pessoas e cargas. No caso da geração de energia, é provável que, se não houver estímulo para a utilização de fontes alternativas de energia (tais como eólica, solar, biomassa ou outra), haja um crescimento acelerado em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com impactos nas bacias hidrográficas 5. Em terceiro lugar, deve-se considerar o desafio associado à gestão dos recursos minerais em benefício da sociedade, notadamente no caso das regiões pobres do Norte de Minas, que provavelmente virão a depender excessivamente da mineração para seu crescimento futuro. Nesse caso, a natureza de enclave exportador e a excessiva dependência dos municípios mineradores da renda e exportações da indústria mineral colocam importantes desafios para as comunidades e para o estado, quais sejam: a) governança determinada a partir de fora (matriz localizada em outra região do estado/país ou do mundo sem comprometimento e envolvimento com a comunidade local); 5 Deve-se considerar que o uso de energias alternativas, notadamente aquelas baseadas na biomassa ou em biocombustíveis, poderia ser uma forma de endogeneizar a geração de renda no local, pela compra da produção dos agricultores da região.

42 42 b) os encadeamentos à jusante e à montante limitados, o que resulta em pequeno efeito de arraste sobre a economia local e regional; c) o vazamento de renda e emprego para o exterior, na medida em que a transformação industrial, etapa da cadeia produtiva de maior agregação de valor, e portanto, de maior geração de emprego e renda é realizada no exterior; d) a drenagem de recursos humanos e naturais (não só minerais, mas também hídricos, energéticos, etc.) por grandes empreendimentos minerários (em geral, os mercados de trabalho e de recursos locais são dominados por uma grande empresa) acaba por comprometer o desenvolvimento de outras atividades no território, notadamente naqueles locais mais pobres e vulneráveis, e dificultar processos de diversificação produtiva; e) a sobreutilização da infraestrutura local (vias, energia elétrica, comunicações) e dos serviços públicos (saneamento, segurança, saúde e educação) impõe elevados gastos às prefeituras para a recuperação e/ou manutenção dessa infraestrutura e desses serviços, comprometendo principalmente a execução fiscal dos municípios e às vezes absorvendo parcelas significativas da CFEM que deveria ser também direcionada para a criação de alternativas produtivas futuras para estas localidades; f) a atividade mineraria caracteriza-se por significativos impactos ambientais ao nível local/regional, associados à sua baixa eficiência de conversão; a alta intensidade energética e de uso de recursos hídricos, às emissões de resíduos e poluição do ar, os impactos negativos sobre a biodiversidade e sobre a saúde e segurança dos trabalhadores, haja vista o elevado número de acidentes de trabalho e de morbidade associada a esta atividade. g) a natureza essencialmente exportadora de alguns desses projetos significa que o efeito multiplicador dos investimentos planejados sobre a geração de empregos será realizado no exterior. De acordo com informações do DNPM, o efeito multiplicador do emprego na cadeia produtiva mineral é de 1:13. Isso significa que a cada emprego gerado na extração mineral, são gerados outros 11 empregos nas indústrias que realizam a primeira transformação (por exemplo, indústria siderúrgica,

43 43 metalúrgica e/ou produtos de metal) e ainda são gerados outros 2 empregos a montante, nas indústrias fornecedoras. Portanto, no caso dos projetos exportadores como os do Norte de Minas, os efeitos multiplicadores de emprego se resumirão aos impactos sobre as indústrias fornecedoras. Mesmo neste caso, deve-se considerar que boa parte dos fornecedores dessas grandes empresas mineradoras localiza-se fora da região, o que limita ainda mais os efeitos sobre o emprego e a economia local/regional Outros investimentos previstos para a Região de Estudo: Norte de Minas Esta seção se baseia em carteira de investimentos montada pela Unidade de Inteligência Empresarial do Serviço Brasileiro às Micro e Pequenas Empresas (UINE/SEBRAE), publicada trimestralmente no Boletim Inteligência Integrada de Investimentos e em informações sobre os desembolsos realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos anos de 2011 e Enquanto a primeira fonte informa municípios, setores e volume, a segunda (BNDES) informa município, tipo de tomador de crédito (pessoa física, micro e pequena, media, grande empresa) e numero de operações. No BOLETIM TRIMESTRAL DE INVESTIMENTO (2012), são apresentadas informações sobre investimentos previstos para Minas Gerais, Regiões de Planejamento do SEBRAE (que diferem das regiões de planejamento do Estado) e 10 principais municípios para os próximos 8 trimestres ( ). Essa carteira de investimentos contribui para avaliar o potencial de diversificação produtiva da região do Norte de Minas a partir da identificação da existência ou não de investimentos que não se relacionem diretamente com a indústria mineral. De acordo com informações do BOLETIM TRIMESTRAL DE INVESTIMENTO (2012), entre o 4 o trimestre de 2012 e o 3 o. trimestre de 2014, estão previstos investimentos superiores a R$57 bilhões, liderados pela mineração e siderurgia. Estes setores deverão absorver R$27 bilhões (sendo a mineração sozinha responsável por R$21,5 bilhões). Cimento e metalurgia também fazem parte da lista dos principais setores a receberem investimentos, absorvendo, respectivamente, R$1,84 bilhão e R$1,48 bilhão. Os demais setores que deverão receber importantes investimentos são: automotivo, fertilizantes, química, sucroalcooleiro e energia.

44 44 Entre os 10 municípios que deverão receber o maior aporte de investimentos, nenhum está localizado no Norte de Minas. De acordo com o Boletim, a Região Norte é a que possui o maior número de municípios sem investimentos (26% dos 89 municípios localizados nessa região de planejamento do SEBRAE). No entanto, é a região que apresentou a maior elevação relativa nos aportes previstos entre as duas edições (3 a. e 4 a.) do Boletim. Segundo a análise da UINE/SEBRAE isso seria devido, em parte, ao esforço do governo em descentralizar os investimentos por todo o estado, por meio de estímulos governamentais. Alem disso, os investimentos minerários se destacam nesse cenário. De fato, os investimentos minerários na região têm sido responsáveis pelo deslocamento de Montes Claros da primeira posição regional na atração de investimentos nos próximos 2 anos 6 (TABELA 12). Tabela 12 Investimentos Previstos Norte de Minas Município Grupo principal Valor (R$ milhões) Rio Pardo de Minas Indústria (Mineração) 879,40 Grão Mogol Indústria (mineração) 878,40 Montes Claros Diversas 813,40 Santa Fé de Minas Energia (PCH) 685,10 Padre Carvalho Indústria (mineração) 637,40 Riacho dos Machados Indústria (mineração) 280,50 Taiobeiras n.a. 98,10 Salinas Indústria (mineração) 94,10 Porteirinha Indústria (mineração) 94,10 Serranópolis de Minas n.a. 70,00 TOTAL 4.530,50 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de BOLETIM TRIMESTRAL DE INVESTIMENTOS, Como se pode observar, a carteira de investimentos para o Norte de Minas indica uma concentração de investimentos na mineração, com exceção de Montes Claros e Taiobeiras, que vem recebendo importantes investimentos em maquinas e equipamentos, shopping centers, energia e açúcar e álcool. Ou seja, nessa região vem ocorrendo uma diversificação de investimentos que podem alterar estruturalmente a economia da região, à exemplo dos investimentos minerários. Uma das externalidades que se pode esperar dos grandes investimentos minerários na região é o estímulo aos investimentos em energia e telecomunicações. Finalmente, recentemente, o governo federal anunciou investimentos em Projetos de 6 O principal investimento em Montes Claros está associado à implantação da planta da New Case Holland.

45 45 Irrigação no Norte de Minas, dentre os quais destacam-se o Projeto Jequitaí, Gorotuba e Jaíba, que absorverão R$394 milhões. As informações sobre desembolsos do BNDES para a região de estudo do Norte de Minas apontam que foram realizados investimentos que totalizaram R$49,7 milhões em 2011 e praticamente o mesmo valor em 2012 (R$47,5 milhões). Janaúba, Taiobeiras e Salinas foram os municípios que receberam maiores desembolsos do BNDES em 2011 (70% do total para a região de estudo) e 2012 (82%). A distribuição dos investimentos por porte de empresa indica que a maior parte dos investimentos tem sido direcionada para micro e pequenas empresas (MPEs): em 2011 foram R$31,2 milhões direcionados para 999 MPEs e, em 2012, foram R$37,2 milhões destinados a MPEs). Em Janaúba, foram 259 MPEs atendidas em 2011, numero que saltou para 452 em 2012; Taiobeiras vem em segundo lugar com, respectivamente, 330 e 334 MPEs atendidas nos mesmos anos; e Salinas, com respectivamente, 255 e 290 MPEs atendidas naqueles anos. Em 2011, pode ser destacado investimentos no valor de R$8,3 milhões direcionados para duas grandes empresas em Grão Mogol (muito provavelmente associado com projeto de mineração). Em 2012, em contraste, foram atendidas 4 grandes empresas, todas elas localizadas em Janaúba, com desembolsos de R$0,8 milhões. Outro aspecto que merece ser ressaltado é que Janaúba concentra para os dois anos analisados mais de 80% dos desembolsos para medias empresas. As informações anteriores indicam que os municípios de Janauba, Taiobeiras e Salinas possuem uma dinâmica de crescimento independente da mineração e que deve ser preservado e estimulado notadamente no que se refere ao uso dos recursos hídricos e da biodiversidade local Estrutura Produtiva e Investimentos Previstos Uma avaliação preliminar dos impactos da carteira de investimentos na Região do Norte de Minas deve levar em consideração a estrutura produtiva hoje existente. Inicialmente é importante notar que o PIB da região de estudo vem crescendo nos últimos anos, mas mais acentuadamente nos municípios de Montes Claros e Janaúba. Salinas experimentou um crescimento contínuo, mas moderado, ao longo da última década. Grão Mogol, por sua vez, a partir de 2007 viu seu PIB crescer aceleradamente entre , para declinar daí em diante. De certa

46 46 forma, os dados de PIB indicam uma forte segmentação na rede de cidades com dois municípios (Montes Claros e Janaúba) destacando-se dos demais em termos de escala e dinamismo. Em contraste os investimentos minerários nos demais municípios ainda não exerceram influência nos PIB municipais, como no caso de Riacho dos Machados e Rio Pardo de Minas (Gráfico 4). Como mostra o Gráfico 5, à exceção de Porteirinha e Riacho dos Machados, nos demais municípios o PIB cresceu acima da média do estado, indicando que os demais municípios da região de estudo aumentaram sua participação relativa no PIB do estado. Mesmo considerando que tem havido uma maior atração de investimentos para esta região, eles têm sido insuficientes para superar a situação de atraso e subdesenvolvimento que muitos desses municípios experimentam. Ademais, como será visto adiante, as condições sociais desses municípios não foram influenciadas por estes novos investimentos, observando-se uma grande vulnerabilidade social e sérias deficiências na saúde, educação e mercado de trabalho. A este respeito, é importante que se destaque que o baixo nível de escolaridade dos recursos humanos e o elevado analfabetismo são importantes desafios ao desenvolvimento da região. Igualmente importante, o mercado de trabalho é dominado pela informalidade e pela precariedade das relações de trabalho com o rendimento médio situando-se na base da pirâmide salarial.

47 47 Gráfico 4 Evolução do PIB para os Municípios da Região de Estudo Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2012 Gráfico 5 Taxa de crescimento media anual do PIB para os municípios da região de estudo (% ao ano) Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2012 Informações sobre composição setorial do valor adicionado e do emprego e sua evolução entre 2000 e 2010 nos indicam os setores que têm sido a base da economia local e como os investimentos minerários podem alterar esta estrutura. Considerando as informações sobre emprego formal e Quociente Locacional para os

48 48 municípios da região de estudo (TABELA 13), pode-se observar que a agricultura continua sendo um dos setores de maior relevância para a região como um todo. Se, de um lado, isso significa que nesses municípios a transição para atividades de maior valor agregado ainda não foi realizada; de outro, indica que um dos caminhos da diversificação produtiva dessa região, em associação com os investimentos minerários, seja reforçar a atividade agrícola, modernizando-a e direcionando seus produtos para o atendimento dos centros urbanos emergentes da região, que absorverão novos contingentes de população, ou para a exportação. Nesse caso, o novo projeto do governo federal voltado para três projetos de irrigação na região Norte de Minas (Jequitaí, Gorotuba e Jaíba) deverão vir a fortalecer esta atividade. Adicionalmente, parcerias da Empres de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) podem contribuir para a transformação dessa atividade no nível regional, de forma a fortalecê-la como base da estrutura produtiva regional e evitar que o crescimento da mineração na região drene recursos humanos dessa atividade, como já vem acontecendo em Riacho dos Machados.

49 Tabela 13 Quocientes Locacionais por Sub-Setor de Atividade para os municípios da região de estudo, anos 2000 e 2010 Sub-setor IBGE Grão Mogol Janaúba Porteirinha Riacho dos Machados Rio Pardo Salinas Serranópolis de Minas Taiobeiras 49 Montes Claros Extrativa Mineral 1,29 0,98 0,24 0, , ,08 0, ,26 0,31 0,36 Prod. Mineral Não Metálicos - 0,56 3,81 4,32 0,54 1, ,53 0,56 12,32 8, ,65 4,27 1,11 0,84 Indústria Metalúrgica - 0,02 0,06 0,32-0, ,09 0,05 0,10 0, ,04 0,27 0,28 0,34 Indústria Mecânica - - 0,04 0, ,03 0,42 0,37 Elétrico e Comunicação ,08 0,84 0,06 Material de Transporte , ,32 0,11 Madeira e Mobiliário - 2,90 1,04 1,08 0, ,05 0,62 2, ,39 0,59 0,29 0,51 Papel e Gráfico - - 0,35 0,22 0,09 0, ,18 0,15 0,05 0, ,15 0,12 1,10 0,91 Borracha, Fumo, Couros , ,18-1,39 1,38 Indústria Química 2,60 0,21 0,19 0,05-0,04-0, , ,91 0,61 1,51 1,35 Indústria Têxtil - - 0,10 0,15 0,66 0, ,06 0,74 0, ,11 0,74 3,37 1,91 Indústria Calçados ,08 0,00 Alimentos e Bebidas - 0,06 0,42 1,06 0,60 0, ,62 0,17 0,61 0, ,61 0,84 1,08 0,73 Serviço Utilidade Pública 0,31-0,93 0,08 0,62-0,67-0,65-1, ,41-0,56 0,13 Construção Civil - 0,17 0,63 0,48 0,04 0,28-0,43-0,19 0,45 0,96-0,36 0,07 0,40 1,46 1,05 Comércio Varejista 0,32 0,31 1,50 1,68 0,70 1,30 0,23 0,19 0,55 0,87 1,31 1,55-0,20 0,89 1,35 1,52 1,54 Comércio Atacadista 0,21-1,55 1,10 0,25 0, ,05 0,02 0,89 0, ,07 0,44 1,09 1,47 Instituição Financeira 0,49 0,32 1,33 1,40 1,20 1,52-0,31 0,77 0,40 1,27 0, ,79 0,63 0,88 0,96 Adm Técnica Profissional 1,32 2,95 0,33 0,62 0,04 0,85 1,41 0,03 1,79 1,03 0,21 0, ,49 0,99 0,40 0,66 Transporte e Comunicações 0,10 0,51 0,43 0,42 0,09 0,57 3,77 4,74 1,55 0,62 0,83 0,43-0,10 0,30 0,25 1,03 0,93 Aloj Comunic 0,14 0,15 0,45 0,49 0,26 0,43 0,14 0,04 0,10 0,27 0,52 0,79-0,06 0,14 0,29 0,68 1,32 Médicos Odontológicos Vet 1,78 1,06 0,85 1,39 1,44 1,00-0,08 1,25 0,81 1,11 0, ,83 1,11 1,42 1,76 Ensino - 0,06 0,94 1,04-0,80 2, ,27 0,32 0, ,33 0,57 0,85 1,91 Administração Pública 3,48 1,82 1,23 0,74 3,10 1,86-2,41 2,12 2,61 1,76 1,35-4,44 1,71 1,16 0,93 0,62 Agricultura 1,30 3,45 3,34 3,48 3,47 1,95 6,84 3,94 1,27 2,65 1,13 1,24 13,62 1,68 2,53 3,80 0,73 0,51 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2000; 2010, MTE/RAIS.

50 50 Adicionalmente, a Tabela 13 mostra a importância de Montes Claros como um centro regional diversificado e capaz de atrair investimentos em diferentes setores econômicos, tais como comércio, maquinas e equipamentos, calçados, etc. A região tem sido beneficiada também por investimentos nos setores de energia (tanto hidrelétrica quanto sucroalcooleira) e na de alimentos e bebidas. Um aspecto que tem chamado atenção é o fato de que o crescimento da renda per capita regional tem atraído investimentos destinados a este mercado consumidor emergente. Nesse sentido, há ainda um potencial para atração de novos investimentos em segmentos voltados para o consumo popular, como Cosméticos, alimentos e bebidas, etc. Neste quesito, é importante notar que a estrutura econômica dos municípios da região pouco se alterou entre 2007 e 2011 e que apesar do significativo crescimento em número de estabelecimentos formais (6,5% ao ano, enquanto MG cresceu 4,5%, em média), não houveram mudanças significativas. Serro, Ferros e Conceição do Mato Dentro, em 2007, eram os principais municípios da microrregião em estabelecimentos em agricultura e pecuária, comércio varejista, alimentação e atenção à saúde humana, com Conceição do Mato Dentro superando Ferros em importância relativa a partir de 2010 em quase todas as atividades produtivas analisadas e os três municípios continuando a ser os principais em A evolução do município de Conceição do Mato Dentro fica mais facilmente descrita, quando comparamos seu comércio varejista com o principal município da microrregião (em termos de números de estabelecimentos). Em 2007, Serro possuía mais de 30% dos estabelecimentos do comércio varejista da microrregião, enquanto Conceição do Mato Dentro possuía 17%. Já no ano de 2011, enquanto Serro reduz sua participação para 26%, Conceição do Mato Dentro sobe para mais de 20%. Ainda em termos comparativos, dado que Serro continua a ser o principal município da microrregião em número de estabelecimentos formais, em atividades de atenção à saúde humana Conceição do Mato Dentro salta de pouco mais de 23% do número de estabelecimentos para mais de 38%, neste mesmo período, enquanto Serro se mantém com aproximadamente 30% dos estabelecimentos.

51 Análise do potencial de desenvolvimento do setor minero-metalúrgico na região de referência, investimentos previstos, cronograma e expansão da produção Para se realizar a análise do potencial de desenvolvimento do setor minerometalúrgico na região de referencia é necessário a contextualização desta análise na evolução da economia mineral de Minas Gerais. Como apontado anteriormente, os investimentos previstos para Minas Gerais nesse setor, bem como as condições econômicas e regulatórias podem vir a impor desafios para a realização desses investimentos Produção Mineral e Emprego em Minas Gerais Minas Gerais é o maior estado minerador do país, com significativas e diversificadas reservas minerais. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), o estado é responsável por aproximadamente 53% da produção brasileira de minerais metálicos e 29% dos minérios em geral. Informações recentes do IBRAM (2012) indicam que Minas Gerais é responsável por 67% da produção de minério de ferro do país (que totalizou em 2011, 390 milhões de toneladas). Mais de 300 minas estão em operação, distribuídas por 250 municípios mineiros. Das 100 maiores minas do Brasil, 40 estão localizadas no estado, sendo que 67% das minas classe A (produção superior a 3 milhões de toneladas/ano) estão localizadas no estado. A Tabela 14 traz a evolução da produção mineral entre os anos de 2000 e 2011, último ano com dados disponíveis pelo DNPM. Tabela 14 Produção Mineral: Minas Gerais (em bilhões de reais) Produção Ano Mineral Minas Gerais Fonte: ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO ,

52 52 Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de minério de ferro (mais de 70% da produção nacional que soma mais de 160 milhões de toneladas/ ano), ouro (cerca de 50% do total nacional), zinco (quase 100% da produção nacional), nióbio (75% do nióbio do mundo), chumbo, fosfato, grafita, silício, lítio, calcário e gemas. De acordo com informações da Fundação João Pinheiro, que calcula o PIB do estado, Minas Gerais foi responsável por 22,2% do valor adicionado da indústria extrativa mineral nacional em 2010, último ano em que há informações consolidadas para o PIB. A indústria extrativa mineral de Minas Gerais empregou, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais/Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE) sobre empregos diretos formais, pessoas em 2011, último ano de dados disponíveis. As Tabelas 15 e 16 apresentam os valores para emprego e renda, respectivamente. Tabela 15 Emprego total e participação por Setor de Atividade, Minas Gerais, 2011 Setor de atividade Absoluto % Extrativa mineral ,10% Indústria de transformação ,20% SIUP ,80% Construção Civil ,70% Comércio ,00% Serviços ,30% Administração Pública ,50% Agropecuária ,00% Total % Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2011, MTE/RAIS. Tabela 16 Renda Gerada e participação por Setor de Atividade, Minas Gerais, 2011 Setor de atividade Absoluto (R$) % Extrativa mineral ,0% Indústria de transformação ,7% SIUP ,7% Construção Civil ,0% Comércio ,2% Serviços ,5% Administração Pública ,6% Agropecuária ,2% Total ,0% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2011, MTE/RAIS.

53 53 Considerando as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que apresenta uma síntese do comportamento do mercado de trabalho formal, o emprego em Minas Gerais cresceu 3,61% no ano de 2012, significando um aumento de postos de trabalho em A indústria extrativa mineral contribuiu apenas moderadamente para este crescimento do emprego: criou apenas novos postos de trabalho (menos da metade do número de postos de trabalho criados em novos postos de trabalho). Estima-se, com base nas informações da CAGED, que a indústria extrativa mineral em dezembro de 2012 empregava formalmente pessoas. A atividade que mais gerou empregos na indústria extrativa mineral foi a extração de minério de ferro, conforme informações da CAGED. A limitada geração de emprego pela indústria extrativa mineral reflete a sua característica de ser altamente intensiva em capital e baseada na exploração de recursos naturais, o que gera limitados efeitos multiplicadores de emprego, particularmente se esta atividade é voltada para a exportação. Isto é um fator preocupante considerando que os municípios da região, à exceção de Montes Claros, apresentaram elevadas taxas de analfabetismo, segundo dados do Censo 2010, muito superiores à media do estado 7. Se considerarmos as características dos empreendimentos minerários intensidade de capital, baixa geração de postos de trabalho, qualificação da mão de obra - estes contribuirão apenas modestamente para a redução dessa taxa, na medida em que os empregos diretos e indiretos gerados na fase de operação são bem inferiores do que aqueles na fase de implantação e têm uma exigência de qualificação diferenciada. Adicionalmente, como indicam os dados de formalização das relações de trabalho, não obstante sua expansão entre 2000 e 2010, a região ainda apresenta níveis bastantes baixos relativamente à media do estado. Alguns municípios ficaram à margem desse processo, com uma elevação na formalização muito inferior àquela observada para os demais municípios da região e mesmo para a media do estado. Particularmente relevante são os casos de Grão Mogol, Rio Pardo de Minas, Porteirinha, Riacho dos Machados e Serranópolis de Minas, municípios que vêem recebendo ou receberão importantes investimentos minerários. Este é um outro desafio que a indústria extrativa mineral pouco poderá contribuir, a não ser que haja, de fato, um esforço por parte dos empresas mineradoras em promover o adensamento da cadeia produtiva local em atividades de 7 A análise dos dados socioeconômicos é realizada na seção

54 54 transformação industrial e não apenas em serviços pessoais e de apoio à produção, e, dessa forma, estimular a geração de novos postos de trabalho. Esta situação do mercado de trabalho regional exigirá ainda medidas efetivas dos governos estadual e municipais para a diversificação produtiva, notadamente em direção à atração de investimentos em atividades intensivas em mão de obra. Simultaneamente, deve-se estimular iniciativas que retenham a população na área rural. Nesse caso, é necessário o apoio das instituições estaduais e federais à agropecuária no sentido de promover a sua modernização tecnológica e criar novas alternativas de renda no campo Comércio Exterior A importância do comércio exterior para a indústria mineral é evidenciada pelo fato de que dos 390 milhões de toneladas produzidas em 2011 no Brasil, 330,8 milhões foram exportadas. Deste total, 45% foi para a China. Os dados do comércio exterior mostram que o ano de 2012 foi ruim para a economia mineral, que não só experimentou volatilidade nos preços, mas também queda na demanda (BRASIL, [2012b]). A Tabela 17 apresenta as exportações de produtos selecionados da indústria extrativa mineral em 2012 dentre os 100 produtos mais exportados por Minas Gerais. As exportações minerais representaram mais de 58% das exportações totais do estado em 2012, indicando a elevada (e crescente) dependência do Estado da indústria mineral. Os principais produtos minerais exportados foram minério de ferro não aglomerado e aglomerado US$ 14,424 bilhões (representando 43,15% das exportações totais do estado); ferronióbio US$1,643 bilhão (4,91%); Ouro/bulhão dourado US$1,552 bilhão (5,15%); Silício/Ferro silício/ferrosilício Manganês US$619,5 milhões (1,85%); Mates de Níquel US$184,73 milhões (0,55%).

55 55 Tabela 17 Exportações dos principais produtos minerais de Minas Gerais, 2012 (US$, %) TOTAL Minas Gerais % Total dos principais produtos minerais exportados ,2 Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,1 Ferronióbio ,91 Ouro em barras,fios,perfis de sec.macica,bulh ,64 Outros silícios ,22 Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados ,04 Mates de níquel ,55 Bulhão dourado,para uso não monetário ,51 Obras de galio,hafnio,indio,niobio,renio e ta ,50 Ferrossilicio contendo peso>55% de silicio ,46 Oxidos,hidroxidos e peroxidos de outros metai ,38 Bauxita calcinada (minerio de aluminio) ,32 Granito cortado em blocos ou placas ,26 Zinco n/lig.cont.zinco>=99.99%,eletrolitico,e ,22 Ferrossilicio-manganes ,17 Magnesia calcinada a fundo e outros oxidos de ,16 Ardosia natural trabalhada e obras de ardosia ,15 Minérios de niobio,tantalo ou vanadio,seus co ,13 Outras pedras preciosas/semi,trabalhadas de o ,13 Carboneto de silicio ,11 Zinco n/lig.cont.zinco<99.99%,em lingotes ,1 Grafita natural em po ou em escamas ,1 Pedras preciosas/semi,em bruto,serradas ou de ,06 Fonte: Elaboração própria com dados de BRASIL, [2012b] Os dez municípios mineradores que mais exportaram em 2012 foram: Nova Lima, Ouro Preto, Itabira, Araxá, São Gonçalo do Rio Abaixo Brumadinho, Itabirito, Mariana e Paracatu. A Tabela 18 mostra as exportações minerais de cada um desses municípios e a participação relativa das exportações minerais desses municípios no total das exportações de Minas Gerais. Note que há uma forte dependência desses municípios em relação às exportações minerais, expressando a sua limitada diversificação produtiva.

56 56 Tabela 18 Exportações dos 10 maiores municípios mineradores exportadores de Minas Gerais e Participação relativa de suas exportações minerais no total das exportações do estado (US$, %) US$FOB % Total das exportações Araxá Ferroniobio ,2 Obras de galio, hafnio, indio, niobio, renio e talio ,86 Oxidos,hidroxidos e peroxidos de outros metais,etc ,68 Total das exportações Barão de Cocais Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,9 Total das exportações Brumadinho Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados Total das exportações Itabira Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,2 Rubis,safiras e esmeraldas,trabalhadas de outro modo ,54 Pedras preciosas/semi,em bruto,serradas ou desbastadas ,19 Ferrito de bario ,02 Outros ferritos e ferratos ,01 Outros imas permanentes e artefs.magnetizav.p/imas ,01 Oxido ferrico com teor de fe2o3>=85%,em peso Total das exportações Itabirito Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,8 Ouro em barras,fios,perfis de sec.macica,bulhao dourado ,36 Ferro fundido bruto não ligado,c/peso<=0.5% de fósforo ,82 Total das exportações de Mariana Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,8 Outras pedras de cantaria,talhad/serrad.superf.plana/lisa ,09 Outras pedras de cantaria,etc.trabalhad.out.modo e obra ,08 Outros granitos trabalhados de outro modo e suas obras ,01 Total das exportações Nova Lima minerios de ferro nao aglomerados e seus concentrados ,4 2 ouro em barras,fios,perfis de sec.macica,bulhao dourado ,4 3 minerios de ferro aglomerados e seus concentrados ,67 Total das exportações de Ouro Preto Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados ,6 Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados ,07 Ferrossilicio-manganes ,31 Outras pedras de cantaria,talhad/serrad.superf.plana/lisa ,01 Outras obras de pedras ou de outras materias minerais ,01 Pedras preciosas/semi,em bruto,serradas ou desbastadas ,01 Total das exportações Paracatu Ouro em barras,fios,perfis de sec.macica,bulhao dourado ,6 Bulhão dourado,para uso não monetário ,5 Minérios de chumbo e seus concentrados ,85 Total das exportações são Gonçalo do rio abaixo minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados Total das exportações minerais dos 10 municípios selecionados ,45 Total das exportações de Minas Gerais Fonte: Elaboração própria com dados de BRASIL, 2012a

57 57 Se considerarmos que os empreendimentos mineradores a serem implantados na região deverão estar entre os maiores do estado pela escala de produção estimada em seus planos de negócio, pode-se inferir que se eles chegarem à operar na capacidade produtiva estimada poderão gerar exportações que se assemelham àquelas geradas pelo município de São Gonçalo do Rio Abaixo (US$1,9 bilhão). No entanto, tal como neste município, há uma grande possibilidade de que a totalidade das exportações será gerada pela mineração, significando que a economia regional dependerá, em grande medida, dos ciclos econômicos da economia mundial e, particularmente da China. De fato, a SAM é de propriedade chinesa e é o principal investimento na região. Esse aspecto adiciona um fator de risco ao crescimento sustentado da região com base exclusivamente em um enclave monoexportador baseado em recurso natural. Esse fato deve ser destacado, considerando as dificuldades de diversificação produtiva e de atração de novos investimentos que estes municípios vêm experimentando. Tendo em vista o desempenho exportador das principais empresas mineradoras em operação no estado, a Tabela 19 apresenta as informações para Como se pode observar, as exportações das 5 maiores empresas mineradoras exportadoras de Minas Gerais (Vale, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Nacional de Minérios, Kinross e AnglogoldAshanti) representaram 51% das exportações totais do estado em Somente a Vale exportou US$12,2 bilhões, representando 36,57% das exportações totais do Estado. Como se sabe, a Vale não só produz mas também é a principal compradora de minério de ferro no pais. Em muitos casos, as dificuldades de logística na comercialização do minério de ferro devido ao monopólio dessa empresa no transporte ferroviário de minérios leva muitas empresas a venderem a sua produção para esta empresa. Isso reforça a dependência do desempenho da indústria mineral em relação à Vale. A Kinross e a Anglo GoldAshanti são competidoras diretas da Carpathian que realiza investimentos em Riacho dos Machados para extração de ouro. No entanto, esta empresa é uma empresa júnior que vem enfrentando dificuldades para cumprimento dos cronogramas definidos com investidores, em razão de problemas no licenciamento ambiental de seu projeto. Isso vem afetando a viabilidade econômico-financeira do empreendimento.

58 58 Tabela 19 Exportações das 5 maiores empresas mineradoras exportadoras em 2012 (US$, %) (US$) % VALE S.A ,57 Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração ,69 Nacional Minérios S/A ,36 Kinross Brasil Mineração S/A ,25 Anglogold Ashanti Corrego Do Sitio Mineração S ,83 Total das 5 Principais Empresas Exportadoras ,7 Total Da Área Fonte: Elaboração própria com dados de BRASIL, 2012b CFEM Em 2012, a arrecadação da CFEM em Minas Gerais atingiu R$ 974,5 milhões, representando 53,2% da arrecadação nacional da CFEM (de aproximadamente R$1,8 bilhão). Entre os 10 principais municípios arrecadadores da CFEM, 8 estão localizados em Minas Gerais e todos eles têm sua produção associada ao minério de ferro. Os cinco municípios de maior arrecadação no estado em 2012, responsáveis por 64,7% do total, foram: Nova Lima, Itabira, Mariana, São Gonçalo do Rio Abaixo e Itabirito (TABELA 20). A análise dos dados da CFEM por município não apontaram geração de royalties para os municípios receptores dos grandes investimentos minerarios do Norte de Minas em Ou seja, nenhum dos municípios onde estão sendo implantados projetos minerarios geraram arrecadação da CFEM, reforçando análises anteriores sobre os atrasos na implantação do projeto de Riacho dos Machados e Grão Mogol e da fase préoperacional do projeto de Rio Pardo de Minas. Nos demais municípios onde foi identificada arrecadação da CFEM, esta parece estar associada à extração de minerais não metálicos, como em Janaúba, Porteirinha, Salinas e Taiobeiras. Vale uma ressalva nesse ponto: 65% da arrecadação da CFEM é direcionada ao município onde a extração se localiza, como uma forma de indenização pelos impactos gerados. Contudo, como as visitas aos municípios da região de referencia têm demonstrado, os impactos negativos da implantação dos projetos minerários se estendem para além do município hospedeiro do empreendimento. Nesse sentido, deve-se pensar formas de uma distribuição da CFEM entre os municípios da região. Há a experiência do Alto Paraopeba com a formação de um consórcio municipal e ainda a criação de fundos de desenvolvimento regionais que atuariam na escala regional para a mitigação dos impactos da mineração e ainda a criação de alternativas produtivas.

59 59 Tabela 20 Quinze Maiores Municípios Mineiros Arrecadadores da CFEM, 2012 Município VAR 2012/06 R$ % R$ % Nova Lima ,84 0, ,42 0,19 360% Itabira ,77 0, ,28 0,14 111% Mariana ,41 0, ,87 0,12 142% São Gonçalo do Rio Abaixo ,95 0, ,02 0, % Itabirito ,59 0, ,09 0,08 251% Brumadinho ,55 0, ,41 0,06 309% Congonhas ,36 0, ,48 0,06 466% Ouro Preto ,53 0, ,13 0,04 175% Itatiaiuçu ,84 0, ,05 0,02 354% Barão de Cocais ,34 0, ,95 0,02 83% Paracatu ,75 0, ,02 0,02 248% Santa Bárbara ,36 0, ,96 0,01 101% Sabará ,35 0, ,76 0,01 117% Araxá ,82 0, ,81 0,01 154% Catas Altas ,76 0, ,89 0,01 678% Total 15 municípios mineradores ,60 0, ,14 0,92 209% Total Minas Gerais ,70 1, ,65 1,00 203% Fonte: Ministério das Minas e Energia DNPM, Relatórios, CFEM, Maiores Arrecadadores, Minas Gerais, Municípios, Economia Mineral, Investimentos e Potencialidades de Diversificação Como se sabe, mudanças estruturais significativas na estrutura produtiva de uma região ou município só ocorrem mediante uma quebra estrutural, tal como a realização de um grande investimento que irá alterar a estrutura produtiva do local significativamente em termos de geração de valor adicionado e de empregos. Nesse caso, a carteira de investimentos é um importante norteador das possibilidades de ocorrência de quebra estrutural e mudança nas especializações dos municípios, como discutido anteriormente. Um primeiro aspecto a ser ressaltado é que os investimentos minerários na região irão alterar a sua especialização produtiva nos próximos 5 anos à medida em que estes empreendimentos entrarem em operação. Como argumentado anteriormente, esta especialização na mineração poderá levar a efeitos de substituição e efeitos de trancamento na atividade minerária. Vale dizer, em alguns municípios onde a atividade mineradora se torna a âncora do crescimento econômico, outras atividades tradicionais são substituídas, seja pela realocação dos recursos humanos para a atividade mineral seja pela realocação recursos humanos para atividades assessorias à mineração. Nesse

60 60 caso, atividades de maior valor agregado e de maior intensidade em trabalho tendem a sofrer os maiores impactos. Isso porque, na fase de implantação, as atividades da construção civil e da mineração tendem a drenar recursos humanos de atividades intensivas em trabalho (notadamente agricultura, e setores tradicionais como têxteis, calçados, madeira e móveis, papel e gráfica, por exemplo); e, na fase de operação, as atividades minerarias tendem a atrair os mais qualificados. De outro lado, as deseconomias de aglomeração geradas pelo empreendimento mineral (como poluição do ar, insegurança, degradação ambiental e do patrimônio natural e cultural, etc) acabam por levar ao êxodo de atividades de maior valor agregado, o que a principio não será um problema para os municípios considerados, a não ser no caso daqueles que tenham importantes atrativos turísticos. É esperado que estes efeitos sejam sentidos com maior intensidade na agropecuária. Nas experiências de clusters mineradores, como no Alto Paraopeba por exemplo, a atividade agrícola foi bastante impactada pela forte migração campo-cidade, estimulada pelas novas oportunidades de emprego, notadamente na fase de implantação dos projetos minerários, quando os níveis de qualificação requeridos são inferiores. Da mesma forma, os programas de qualificação de mão de obra fomentados pelas empresas tornam-se atrativos para esta população, que busca novas oportunidades de emprego e renda. Particularmente no caso do Norte de Minas, a vulnerabilidade das populações a extensos períodos de seca pode reforçar esta tendência de busca de novas alternativas de geração de emprego e renda fora da atividade agrícola. No entanto, o reforço nos investimentos em projetos de irrigação da região podem contrapor esta tendência. Um aspecto que emerge da análise dos grandes municípios mineradores de Minas Gerais é a sua crescente especialização na indústria extrativa mineral. Alem dos aspectos associados à natureza de enclave desses empreendimentos (o que explicaria a sua incapacidade de gerar encadeamentos locais), há ainda que se considerar o uso que tem sido feito da CFEM pelos municípios. Os dados parecem sugerir que os recursos da CFEM não têm sido utilizados para criar alternativas produtivas futuras para os municípios mineradores. Nesse sentido, a CFEM pode estar sendo consumida com a recuperação das áreas degradadas, ou mesmo com a compensação pela sobreutilização dos serviços públicos, sem transformar a estrutura socioeconômica do município e sem torná-lo apto a se transformar no futuro a partir da atração de investimentos fora da cadeia mineral. Um outro indicador dessa incapacidade de gerar um crescimento endógeno e

61 61 socialmente inclusivo nos municípios com maior dependência da atividade minerária é a comparação entre as taxas de crescimento da renda e do PIB per capita. Quando se comparam as taxas de crescimento do PIB per capita e da renda per capita no período 2000 a 2010, como apresentado na Tabela 22, nota-se que nos municípios mais dependentes da mineração e menos diversificados produtivamente a relação entre as taxas de crescimento do PIB e da renda per capita foram superiores a 1, indicando que o PIB per capita cresceu à frente da renda per capita, com menor apropriação local da renda.

62 62 Tabela 21 Evolução do PIB per capita e da Renda per capita entre 2000 e 2010 para os 15 municípios com maior arrecadação da CFEM (%) Município Taxa Média Anual de Crescimento Renda per Capita 2000 a 2010 (%) Taxa Média Anual de Crescimento PIB per capita 2000 a 2010 (%) (2)/(1) Araxá 3,19 4,45 1,40 Brumadinho 6,33 8,41 1,33 Itabira 3,63 9,58 2,64 Mariana 4,92 8,41 1,71 Nova Lima 7,66 5,51 0,72 Barão de Cocais 5,77 5,21 0,90 Catas Altas 6,20 25,91 4,18 Congonhas 4,89 9,83 2,01 Itabirito 4,21 5,09 1,21 Itatiaiuçu 4,87 15,08 3,10 Ouro Preto 4,05 13,05 3,22 Paracatu 4,53 3,83 0,85 Sabará 4,06 3,81 0,94 Santa Bárbara 4,33-0,36-0,08 São Gonçalo do Rio Abaixo 6,89 37,20 5,40 Belo Horizonte 3,21 3,37 1,05 Média MG 4,16 3,62 0,87 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos Fundação João Pinheiro, indicadores Demográficos, Renda per capita dos municípios de Minas Gerais (censo Demográfico 2010) Tabela síntese RPC Municípios ; Indicadores Econômicos PIB Produto Interno Bruto de Minas Gerais, Resultados Municipais Anexo Estatístico PIB dos municípios de Minas Gerais Em contraste, a Tabela 22, que apresenta os mesmos dados para os municípios do Norte de Minas, mostra que nestes municípios, onde a atividade mineradora ainda não entrou em operação, a renda per capita cresceu a taxas superiores à do PIB per capita, indicando que houve uma maior apropriação da renda localmente. De fato, a renda per capita dos municípios da região apresentou uma melhora considerável entre 2000 e 2010, praticamente atingindo o valor da renda per capita do Estado. Mas, em Grão Mogol e Rio Pardo de Minas, a inversão nesta relação já começou a ocorrer, sugerindo não só que o PIB per capita vem crescendo à frente da renda, mas que os vazamentos de renda já se iniciaram, muito provavelmente para os polos regionais e estadual e também para o exterior. Chama atenção o fato de que tanto o PIB quanto a renda per capita dos municípios da região cresceram acima da média do Estado, indicando uma melhoria generalizada nas condições de renda da população.

63 63 Tabela 22 Evolução do PIB per capita e da Renda per capita entre 2000 e 2010 para os municípios do Norte de Minas (%) Referência Estudo Taxa Média Anual de Crescimento Renda Per Capita 2000 a 2010 (%) (1) Taxa Média Anual de Crescimento PIB per Capita 2000 a 2010 (%) (2) (2)/(1) Águas Vermelhas - 6,23 5,19 0,83 Berizal - 7,44 4,62 0,62 Curral de Dentro - 6,89 2,65 0,38 Divisa Alegre - 5,40 3,02 0,56 Fruta de Leite - 10,78 7,29 0,68 Indaiabira - 8,52 5,58 0,66 Montezuma - 7,13 4,50 0,63 Ninheira - 5,77 5,58 0,97 Novorizonte - 6,60 4,47 0,68 Rubelita - 6,35 6,12 0,96 Santa Cruz de Salinas - 9,18 6,07 0,66 Santo Antônio do Retiro - 7,97 5,84 0,73 São João do Paraíso - 8,27 4,42 0,53 Vargem Grande do Rio Pardo - 6,91 5,75 0,83 Botumirim - 7,55 4,04 0,54 Cristália - 8,36 5,79 0,69 Itacambira - 9,30 3,64 0,39 Josenópolis - 8,58 2,78 0,32 Padre Carvalho - 11,20 1,38 0,12 Catuti - 8,48 4,13 0,49 Espinosa - 5,28 4,00 0,76 Gameleiras - 8,82 4,14 0,47 Jaíba - 5,73 4,85 0,85 Mamonas - 5,56 1,71 0,31 Mato Verde - 5,50 3,16 0,57 Monte Azul - 7,63 3,84 0,50 Nova Porteirinha - 4,03 3,61 0,90 Pai Pedro - 6,03 5,05 0,84 Grão Mogol Grão Mogol 6,63 11,05 1,67 Janaúba Janaúba 5,24 3,91 0,75 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 6,82 7,25 1,06 Salinas Salinas 6,47 3,90 0,60 Taiobeiras Taiobeiras 5,72 4,94 0,86 Porteirinha Porteirinha 5,59 3,24 0,58 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 8,33 1,96 0,24 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 7,77 4,07 0,52 Montes Claros Montes Claros 3,49 1,86 0,53 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 8,47 5,39 0,64 Janaúba Micro de Janaúba 6,27 3,74 0,60 Salinas Micro de Conceição 7,05 4,98 0,71 Média MG Média MG 4,16 3,62 0,87 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos Fundação João Pinheiro, indicadores Demográficos, Renda per capita dos municípios de Minas Gerais (censo Demográfico 2010) Tabela síntese RPC Municípios

64 ; Indicadores Econômicos PIB Produto Interno Bruto de Minas Gerais, Resultados Municipais Anexo Estatístico PIB dos municípios de Minas Gerais A análise das duas tabelas anteriores parece sugerir que nos municípios com sobre-especialização na atividade mineraria os vazamentos de renda tendem a ser consideráveis, sendo parte importante da riqueza gerada (PIB) apropriada externamente ao local/região. Nesse sentido, a diversificação produtiva e o adensamento da cadeia mineral são medidas importantes para minimizar os vazamentos de renda. De outro lado, o crescimento da renda per capita na região indica o sucesso das políticas de transferência de renda, bem como os impactos positivos do crescimento econômico dos últimos anos associados com algumas atividades tradicionais da região e sua capacidade de atrair investimentos baseada em benefícios fiscais e estímulos governamentais. Para que esta região continue a superar as desvantagens do atraso é importante que ela não se torne dependente de enclaves produtivos monoprodutores, como a mineração A Dimensão social e a diversificação produtiva Para complementar a análise econômica anterior é necessário ainda avaliar a evolução dos principais indicadores sociais dos municípios da região. Essa avaliação é necessária pois ela apresenta os principais gargalos que devem ser superados com a utilização da renda minerária para que ao longo da vida útil das minas estes municípios sejam capazes de estruturar alternativas produtivas à mineração que os tornem menos dependentes e expostos aos riscos e ciclos desta atividade e, mais importante, que seu crescimento torne-se inclusivo socialmente. Como se verá, há importantes desafios a serem enfrentados, particularmente na educação e na qualificação da mão de obra, na infraestrutura urbana e no mercado de trabalho. Esta seção tem por objetivo apresentar análise de indicadores sociais da Região do Norte de Minas. Tais indicadores contemplam informações municipais sobre população, saúde, educação, mercado de trabalho, acesso dos domicílios à infraestrutura urbana e a políticas de transferência de renda, além do Índice Municipal de Responsabilidade Social (IMRS), elaborado pela FJP (Fundação João Pinheiro). População. Os municípios do Norte de Minas podem ser considerados, no geral, de pequeno porte segundo o critério de número de habitantes. Com exceção de Janaúba, Salinas e Porteirinha, todos apresentam população inferior a habitantes nos dois

65 65 anos censitários em análise (GRÁFICO 6). O perfil se enquadra na média do estado, que é também baixa (7.500 em 2000 e em 2010). Apenas Serranopólis de Minas tem número de moradores inferior ao tamanho médio dos municípios de Minas Gerais. Ademais, nesta região observou-se crescimento populacional na primeira década do século XXI, especialmente em Janaúba, onde a variação foi de 8%. Apesar de moderado, o crescimento populacional contribui para formação de economias de aglomeração. Todavia, geram externalidades negativas como a pressão de demanda por transporte público e habitação, construção e ampliação de serviços como de abastecimento de água, esgotamento sanitário, entre outros, que exigem maiores investimentos em serviços públicos. Muitas das vezes, os municípios vulneráveis do Norte de Minas não possuem recursos fiscais suficientes para fazer face à crescente demanda por esses serviços. Tal fato deverá ser agravado pela implantação dos projetos minerários, que como se sabe, nessa etapa, atrai um contingente significativo de trabalhadores terceirizados que pressionam os serviços públicos regionais. Gráfico 6 População residente na região do Norte de Minas, por municípios, 2000 e 2010 Fonte:Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2003; IBGE, 2011 Simultaneamente, nos municípios da região nota-se processo de urbanização no período intercensitário, especialmente em Riacho dos Machados, conforme mostra o

66 66 Gráfico 7. Entretanto, a distribuição dos municípios segunda taxa de urbanização é heterogênea. Enquanto Janaúba, Taiobeiras e Montes Claros contam com mais de 80% da população residindo na área urbana, Grão Mogol, Rio Pardo e Serranópolis apresentam taxa de urbanização de cerca de 40% em Por um lado, os dados de urbanização indicam uma forte fragmentação da rede de cidades da região, onde um limitado número de municípios apresentam economias de urbanização e aglomeração e se constituem em pólos locais/regionais de serviços. Por outro lado, demonstra que alguns municípios ainda não fizeram a transição para indústrias e serviços modernos, mantendo-se dependentes do setor primário para seu crescimento. Gráfico 7 Taxa de urbanização na região do Norte de Minas, por municípios, 2000 e 2010 Fonte:Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2003; IBGE, 2011 Saúde. Recorrendo aos dados do Datasus sobre número de internações, tem-se uma medida indireta da saúde da população destes municípios. No Norte de Minas, a incidência de internações, em 2012, foi elevada para o porte dos municípios, especialmente em Espinosa, São João do Paraíso, Rio Pardo de Minas e Porteirinha (TABELA 23). Assim como no Médio Espinhaço, a investigação de causas de morbidade sugere desdobramentos de doenças ocupacionais, posto que predomina doenças do aparelho respiratório (GRÁFICO 8).

67 67 Tabela 23 Total de internações no ano de 2012, por municípios do Norte de Minas Estudo Referência Total de Internações em 2012 Águas Vermelhas Berizal Curral de Dentro Divisa Alegre Fruta de Leite Indaiabira Montezuma Ninheira Novorizonte Rubelita Santa Cruz de Salinas Santo Antônio do Retiro São João do Paraíso Vargem Grande do Rio Pardo Botumirim Cristália Itacambira Josenópolis Padre Carvalho Catuti Espinosa Gameleiras Jaíba Mamonas Mato Verde Monte Azul Nova Porteirinha Pai Pedro Grão Mogol Grão Mogol 945 Janaúba Janaúba 3507 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 2142 Salinas Salinas 3054 Taiobeiras Taiobeiras 2296 Porteirinha Porteirinha 2562 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 414 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 242 Montes Claros Montes Claros Grão Mogol Micro de Grão Mogol 2588 Janaúba Micro de Janaúba Salinas Micro de Salinas Belo Horizonte Belo Horizonte Média MG Média MG 1367 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

68 68 Gráfico 8 Proporção de internação por doenças no aparelho respiratório para os municípios do Norte de Minas, 2012 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Educação. A dimensão educacional é aqui analisada por intermédio da taxa de analfabetismo, da proporção de pessoas com ensino médio e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O primeiro indicador é tratado como indicador social da educação e, por isso, integra o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O segundo indicador reflete fluxo e universalização da educação e o IDEB é um índice para medir a qualidade do sistema. A taxa de analfabetismo descreve a proporção da população com mais de 15 anos que é analfabeta entre os residentes de um município. Para tal, considera-se analfabeto aquele indivíduo que é incapaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples na sua língua de origem. Trata-se de uma medida de estoque, englobando, portanto, as várias fases da história de escolarização do país. Há, por isso, um efeito de composição etária, porque há maior incidência de população analfabeta entre os mais idosos relativamente aos mais jovens, principalmente em países em processo de universalização da educação, como é o caso do Brasil. Como pode ser observado pela leitura da Tabela 24, cai a taxa de analfabetos em todos os municípios do Norte de Minas no período de 2000 a 2010, algo que é fruto das políticas públicas de âmbito nacional. No entanto, muitos municípios apresentam elevadas

69 69 taxas de analfabetismo relativamente à média estadual, excetuando-se o caso de Montes Claros, com taxa inferior à do estado. Tabela 24 Taxa de analfabetismo por municípios, 2000 e 2010 Referência Estudo Águas Vermelhas - 35,07 27,57 Berizal - 32,11 24,84 Curral de Dentro - 32,26 24,36 Divisa Alegre - 30,95 22,22 Fruta de Leite - 44,79 33,97 Indaiabira - 39,9 32,13 Montezuma - 32,83 22,57 Ninheira - 45,63 34,28 Novorizonte - 27,97 21,86 Rubelita - 28,96 24,43 Santa Cruz de Salinas - 31,04 26,74 Santo Antônio do Retiro - 36,65 31,36 São João do Paraíso - 38,66 27,6 Vargem Grande do Rio Pardo - 34,46 25,27 Botumirim - 22,89 16,93 Cristália - 29,89 19,55 Itacambira - 22,23 16,05 Josenópolis - 40,62 28,86 Padre Carvalho ,37 Catuti - 37,46 27,99 Espinosa - 29,8 23,34 Gameleiras - 35,26 25,44 Jaíba - 26,36 18,29 Mamonas - 35,77 28,53 Mato Verde - 27,06 21,34 Monte Azul - 27,98 22,59 Nova Porteirinha - 22,32 18,49 Pai Pedro - 39,88 31,18 Grão Mogol Grão Mogol 29,03 18,83 Janaúba Janaúba 19,76 14,23 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 34,39 23,43 Salinas Salinas 23,85 17,28 Taiobeiras Taiobeiras 27,53 21,22 Porteirinha Porteirinha 26,84 17,68 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 30,67 22,06 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 28,32 23,19 Montes Claros Montes Claros 9,93 6,25 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 29,46 19,19 Janaúba Micro de Janaúba 28,32 22,59 Salinas Micro de Salinas 32,83 24,84 Belo Horizonte Belo Horizonte 4,63 2,87 Média MG Média MG 18 11,95

70 70 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2003; IBGE, 2011 Na esteira de resultados tão preocupantes quanto às evidências relativas ao analfabetismo, está a proporção de pessoas, com mais de 18 anos de idade, que declaram ter completado Ensino Médio. Mais uma vez, a proporção é menor do que a média de Minas Gerais e apenas Montes Claros está acima desta, conforme Tabela 25. Tabela 25 Proporção de indivíduos com 18 anos ou mais com ensino médio Referência Estudo 2010 Águas Vermelhas - 10,64 Berizal - 15,50 Curral de Dentro - 8,93 Divisa Alegre - 15,08 Fruta de Leite - 6,73 Indaiabira - 10,24 Montezuma - 9,81 Ninheira - 7,19 Novorizonte - 10,52 Rubelita - 9,37 Santa Cruz de Salinas - 9,73 Santo Antônio do Retiro - 11,86 São João do Paraíso - 13,57 Vargem Grande do Rio Pardo - 14,36 Botumirim - 10,96 Cristália - 11,49 Itacambira - 17,44 Josenópolis - 7,83 Padre Carvalho - 9,85 Catuti - 14,40 Espinosa - 16,37 Gameleiras - 17,09 Jaíba - 12,35 Mamonas - 12,91 Mato Verde - 18,98 Monte Azul - 16,58 Nova Porteirinha - 17,05 Pai Pedro - 12,46 Grão Mogol Grão Mogol 11,17 Janaúba Janaúba 22,38 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 13,31 Salinas Salinas 15,83 Taiobeiras Taiobeiras 17,59 Porteirinha Porteirinha 18,43 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 13,55 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 12,42 Montes Claros Montes Claros 32,54 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 11,46 Janaúba Micro de Janaúba 17,59 Salinas Micro de Salinas 13,28 Belo Horizonte Belo Horizonte 37,37 Média MG Média MG 25,00 Fonte: elaboração própria com dados extraídos de: IBGE, 2011

71 71 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é um indicador de monitoramento da qualidade do sistema educacional. O indicador tem por pressuposto que acesso à escola não é mais um problema, pelo menos no nível fundamental, mas identifica a repetência, a evasão e o baixo desempenho cognitivo como resultados de uma baixa qualidade do sistema. Para ser um instrumento de avaliação, a métrica combina indicador de fluxo escolar e indicador de desempenho escolar. Assim, um produtório destes dois indicadores é utilizado, considerando a pontuação média dos estudantes em exames padronizados ao final de determinada etapa da educação básica (4ª e 9ª séries do ensino fundamental) e a taxa média de aprovação dos estudantes da correspondente etapa de ensino. Em outras palavras, o indicador identifica escolas ou redes com alunos de baixo desempenho ou fluxo ruim e avaliar este comportamento ao longo do tempo. A Tabela 26 informa o IDEB para escolas públicas estaduais nos municípios em questão, Belo Horizonte e média estadual para anos iniciais e finais do nível fundamental, nos anos ímpares de 2005 a Nos anos iniciais, o desempenho das escolas municipais de todos os municípios selecionados melhora entre 2005 e 2011, pois se registra aumento do IDEB na série histórica. No entanto, deve-se observar que nos anos 2009 e 2011 este desempenho não se altera ou mesmo piora para os municípios da região de estudo. Esse é um indicador preocupante para a capacidade da região em se apropriar dos benefícios dos novos investimentos e ainda de criar alternativas de geração de emprego e renda. No caso dos anos finais, houve uma melhora no indicador entre 2005 e No entanto, este indicador possui valores inferiores aos dos anos iniciais, evidenciando, indiretamente o efeito da evasão e da repetência, assim como a baixa proficiência cognitiva dos alunos. Com algumas exceções, os municípios dessa região apresentaram valores do indicador inferiores à media estadual para os anos estudados. Em 2011, alguns municípios como Indaiabira, Montezuma, Novorizonte, São João do Paraíso, Grão Mogol e Taiobeiras apresentaram desempenho no IDEB melhor do que a média do estado, todos os demais detêm resultados inferiores. Assim, os indicadores educacionais aqui analisados demonstram que há um enorme desafio em termos de políticas públicas para universalizar e melhorar a qualidade da educação nesta região do estado. 8 A divulgação ocorre em anos ímpares, porque são nestes anos que se aplica a Prova Brasil, teste padronizado, realizado pelo INEP-MEC, para captar a proficiência dos alunos.

72 72 Tabela 26 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nas escolas da rede estadual, nos municípios do Norte de Minas, Belo Horizonte, e Minas Gerais (2005, 2007, 2009 e 2011) Referência Estudo IDEB Anos Iniciais IDEB Anos Finais Águas Vermelhas - 3,7 3,3 4,8 4,7 3,0 3,0 3,8 4,1 Berizal ,7 3,6 3,6 3,7 Curral de Dentro - 3,4 4,0 5,1 5,4 2,8 3,2 3,4 4,0 Divisa Alegre ,5 3,1 4,3 4,6 Fruta de Leite - 3,7 4,5 5,4 5,3 2,7 2,5 2,4 3,1 Indaiabira - 3,6 3,8 6,4 6,2 3,2 3,1 3,3 4,0 Montezuma - 3,8 4,5 4,9 6,1 2,9 3,0 3,6 3,4 Ninheira - 3,4 3,5 5,6 5,5 2,4 2,4 3,4 3,7 Novorizonte - - 5,7 6,1 6,7 2,7 3,1 4,5 4,8 Rubelita - - 4,1 4,6 5,3 2,3 3,3 3,4 3,7 Santa Cruz de Salinas - 3,8 4,4 6,0 6,5 3,0 3,1 3,4 3,9 Santo Antônio do Retiro - 3,5 2,9 4,6-2,8 3,4 3,1 3,4 São João do Paraíso - 4,3 4,2 6,4 6,1 3,0 3,4 3,8 4,8 Vargem Grande do Rio Pardo ,1 3,5 3,3 4,5 Botumirim - 3,5 4,6 6,7 6,0 3,0 3,3 3,9 4,3 Cristália ,7 3,0 3,2 4,2 Itacambira ,6 4,0 3,9 5,4 Josenópolis ,8 2,0 2,6 3,9 Padre Carvalho - - 3, ,5 2,5 2,5 3,8 Catuti - 3,5 4,5 5,3 5,0 3,3 3,3 3,3 3,4 Espinosa - 4,3 4,3 4,8 5,1 2,9 3,2 3,7 3,3 Gameleiras - 2,9 4,4-4,9 3,3 3,3 3,7 3,3 Jaíba - 3,8 4,7 4,9 5,3 3,0 3,1 3,9 3,6 Mamonas ,5 3,1 3,2 3,5 Mato Verde - 4,5 4,8 5,3 6,1 3,4 3,5 4,0 4,8 Monte Azul - 4,2 4,7 5,8 5,8 3,7 3,6 3,6 4,5 Nova Porteirinha - 3, ,0 3,1 3,1 3,3 Pai Pedro ,1 3,3 3,4 3,5 Grão Mogol Grão Mogol 3,9 5,4 6,2 6,1 2,8 2,8 4,0 4,6 Janaúba Janaúba 4,2 5,0 5,3 5,6 3,5 3,4 3,9 4,0 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 4,0 4,4 5,8 5,4 3,3 3,6 4,2 4,2 Salinas Salinas 4,3 5,1 5,9 5,9 3,2 3,2 3,8 4,3 Taiobeiras Taiobeiras 5,1 5,5 6,5 6,3 3,5 3,5 4,7 4,4 Porteirinha Porteirinha 4,5 5,0 5,5 5,6 3,4 3,8 4,1 3,8 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 4,3 5,5 6,0 5,1 3,5 3,0 4,1 3,9 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 4,2 4,4 5,1 5,5 3,4 3,7 3,1 3,4 Montes Claros Montes Claros 4,8 4,8 6,0 6,0 3,3 3,6 4,2 4,5 Belo Horizonte Belo Horizonte 4,6 5,1 5,9 5,9 3,5 3,8 3,9 3,9 Média MG Média MG 4,9 4,9 5,8 6,0 3,6 3,7 4,1 4,4 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de INEP/MEC.

73 73 Trabalho. No que tange aos indicadores de mercado de trabalho, trataremos de dois deles: taxa de ocupação formal (pessoas empregadas no setor formal sobre ocupados e desempregados) e rendimento médio do trabalho. No período intercensitário, houve aumento significativo da formalização das relações de trabalho em todos os municípios da região. Certamente, esta expansão é fruto do crescimento econômico que ampliou a demanda por trabalho, de incentivos criados por políticas trabalhistas específicas e de alguns investimentos realizados na região atraídos pelos incentivos fiscais (TABELA 27). Deve-se destacar, entretanto, que alguns municípios ficaram à margem desse processo, com uma elevação na formalização muito inferior àquela observada para os demais municípios da região e mesmo para a media do estado. Particularmente relevante são os casos de Grão Mogol, Rio Pardo de Minas, Porteirinha, Riacho dos Machados e Serranópolis de Minas, municípios que vêem recebendo ou receberão importantes investimentos minerários. Ademais, deve-se destacar que apesar desta expansão de contratação de trabalhadores em postos formalizados, a participação deste segmento no mercado de trabalho municipal é inferior ao da média estadual.

74 74 Tabela 27 Taxa de ocupação formal nos municípios do Norte de Minas, 2000 e 2010 Referência Estudo Águas Vermelhas - 6,57 20,49 Berizal - 16,36 27,33 Curral de Dentro - 13,46 26,12 Divisa Alegre - 9,12 32,95 Fruta de Leite - 12,31 27,40 Indaiabira - 8,93 19,88 Montezuma - 8,76 27,10 Ninheira - 7,59 21,08 Novorizonte - 16,23 28,23 Rubelita - 10,69 27,14 Santa Cruz de Salinas - 8,63 16,58 Santo Antônio do Retiro - 7,38 8,66 São João do Paraíso - 9,32 29,09 Vargem Grande do Rio Pardo - 8,36 20,02 Botumirim - 13,66 27,97 Cristália - 20,00 25,10 Itacambira - 8,71 32,64 Josenópolis - 6,43 25,32 Padre Carvalho - 12,23 46,22 Catuti - 0,92 25,89 Espinosa - 13,74 25,51 Gameleiras - 1,75 14,43 Jaíba - 16,15 30,98 Mamonas - 1,53 13,56 Mato Verde - 5,81 18,33 Monte Azul - 4,55 17,02 Nova Porteirinha - 16,73 27,68 Pai Pedro - 9,78 23,83 Grão Mogol Grão Mogol 21,92 24,91 Janaúba Janaúba 20,69 37,97 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 15,99 25,08 Salinas Salinas 13,82 34,12 Taiobeiras Taiobeiras 14,65 28,31 Porteirinha Porteirinha 14,06 20,96 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 17,05 27,62 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 15,91 23,01 Montes Claros Montes Claros 30,12 47,37 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 15,92 29,26 Janaúba Micro de Janaúba 13,80 27,33 Salinas Micro de Salinas 12,00 26,77 Belo Horizonte Belo Horizonte 42,14 60,56 Média MG Média MG 32,14 49,05 Fonte:Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2003; IBGE, 2011 O rendimento médio do trabalho em 2010 (TABELA 28) é, na maioria dos municípios desta região, inferior a 1,5 salário mínimo (a preços do salário mínimo de setembro de 2010, i.e., R$ 510,00). No Norte de Minas, as médias são superiores a este limiar nos municípios de Janaúba, Salinas e Montes Claros. Somente neste último

75 75 município o rendimento médio se aproxima da media do estado. De fato, chama atenção que a maior parte dos municípios tenha um rendimento médio inferior à metade do rendimento médio para a média do Estado. A análise destes indicadores de mercado de trabalho evidencia que os postos de trabalho gerados no mercado formal foram de baixa qualidade, considerando o aspecto da remuneração. Tabela 28 - Rendimento médio do trabalho principal em 2010, Municípios Norte de Minas Referência Estudo 2010 Águas Vermelhas - 614,45 Berizal - 483,85 Curral de Dentro - 651,17 Divisa Alegre - 645,45 Fruta de Leite - 545,26 Indaiabira - 500,04 Montezuma - 462,55 Ninheira - 445,08 Novorizonte - 506,06 Rubelita - 500,47 Santa Cruz de Salinas - 449,67 Santo Antônio do Retiro - 479,48 São João do Paraíso - 489,31 Vargem Grande do Rio Pardo - 514,21 Botumirim - 477,45 Cristália - 538,84 Itacambira - 619,12 Josenópolis - 510,26 Padre Carvalho - 486,09 Catuti - 491,42 Espinosa - 490,87 Gameleiras - 467,96 Jaíba - 684,13 Mamonas - 462,43 Mato Verde - 468,26 Monte Azul - 573,95 Nova Porteirinha - 486,14 Pai Pedro - 429,30 Grão Mogol Grão Mogol 555,66 Janaúba Janaúba 836,58 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 529,82 Salinas Salinas 781,66 Taiobeiras Taiobeiras 719,37 Porteirinha Porteirinha 565,97 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 516,52 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 573,50 Montes Claros Montes Claros 1.054,59 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 533,78 Janaúba Micro de Janaúba 638,54 Salinas Micro de Salinas 612,38 Belo Horizonte Belo Horizonte 1.930,74 Média MG Média MG 1.139,49 Fonte: elaboração própria com dados extraídos de: IBGE, 2011

76 76 Infraestrutura e acesso a políticas de transferência de renda. O acesso dos residentes aos serviços públicos tradicionais é traduzido pela proporção de domicílios que são contemplados pelo abastecimento geral de água e pelo esgotamento sanitário. Como se pode apreender pela leitura da Tabela 29, não há distinção entre os municípios no que tange ao abastecimento de água. Além disso, os dois serviços estão universalizados em sua distribuição, porque quase a integralidade dos domicílios tem cobertura na região.

77 77 Tabela 29 Proporção de domicílios com acesso ao abastecimento geral de água no Norte de Minas Referência Estudo 2010 Águas Vermelhas - 98,96 Berizal - 97,84 Curral de Dentro - 94,69 Divisa Alegre - 98,88 Fruta de Leite - 99,01 Indaiabira - 99,62 Montezuma - 99,64 Ninheira - 100,00 Novorizonte - 99,37 Rubelita - 98,69 Santa Cruz de Salinas - 99,15 Santo Antônio do Retiro - 100,00 São João do Paraíso - 99,32 Vargem Grande do Rio Pardo - 100,00 Botumirim - 99,05 Cristália - 97,86 Itacambira - 98,92 Josenópolis - 98,19 Padre Carvalho - 99,32 Catuti - 98,99 Espinosa - 97,02 Gameleiras - 100,00 Jaíba - 97,33 Mamonas - 99,68 Mato Verde - 98,34 Monte Azul - 98,46 Nova Porteirinha - 98,92 Pai Pedro - 98,85 Grão Mogol Grão Mogol 96,13 Janaúba Janaúba 98,15 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 99,04 Salinas Salinas 99,00 Taiobeiras Taiobeiras 97,03 Porteirinha Porteirinha 96,95 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 99,55 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 97,58 Montes Claros Montes Claros 98,53 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 97,90 Janaúba Micro de Janaúba 97,94 Salinas Micro de Salinas 98,46 Belo Horizonte Belo Horizonte 99,05 Média MG Média MG 98,37 Fonte: elaboração própria com dados extraídos de: IBGE, 2011 A proporção de domicílios com acesso à rede de esgoto é bastante limitada no Norte de Minas. Alguns municípios não acessam esgotamento sanitário, como no caso de Serranópolis de Minas na região de estudo (TABELA 30). Chama atenção os casos de

78 78 Taiobeiras e Salinas, que apesar de apresentarem alguns indicadores de desenvolvimento socioeconômico relativamente melhores do que os demais municípios da região, apenas 7% e 12%, respectivamente, de seus domicílios acessam esgotamento sanitário. Tabela 30 Proporção de domicílios com acesso a esgotamento sanitário, Norte de Minas Referência Estudo 2010 Águas Vermelhas - 42,71 Berizal - 24,14 Curral de Dentro - 47,25 Divisa Alegre - 0,19 Fruta de Leite - - Indaiabira - 37,97 Montezuma - 60,85 Ninheira - 22,88 Novorizonte - - Rubelita - 53,59 Santa Cruz de Salinas - 97,44 Santo Antônio do Retiro - 91,61 São João do Paraíso - 31,63 Vargem Grande do Rio Pardo - 1,44 Botumirim - 30,91 Cristália - 37,72 Itacambira - 13,98 Josenópolis - 50,68 Padre Carvalho - - Catuti - 2,03 Espinosa - 0,60 Gameleiras - - Jaíba - 24,67 Mamonas - 10,90 Mato Verde - 1,82 Monte Azul - 12,82 Nova Porteirinha - 41,73 Pai Pedro - - Grão Mogol Grão Mogol 55,48 Janaúba Janaúba 12,99 Rio Pardo de Minas Rio Pardo 12,18 Salinas Salinas 77,05 Taiobeiras Taiobeiras 7,56 Porteirinha Porteirinha 31,47 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 40,00 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas - Montes Claros Montes Claros 94,75 Grão Mogol Micro de Grão Mogol 35,86 Janaúba Micro de Janaúba 15,21 Salinas Micro de Salinas 37,79 Belo Horizonte Belo Horizonte 95,18 Média MG Média MG 85,44 Fonte: elaboração própria com dados extraídos de: IBGE, 2011

79 79 A proporção de domicílios beneficiários de políticas de transferência de renda é uma medida indireta do nível de pobreza dos municípios analisados. Observa-se, pela leitura do Gráfico 9, que todos apresentam proporção superior a de Minas Gerais, com exceção de Salinas no Norte de Minas. Riacho dos Machados e Grão Mogol dentre os municípios da região de estudo apresentam a maior dependência dos programas de transferência de renda do governo. Gráfico 9 Proporção de domicílios com acesso a programas de transferência de renda no Norte de Minas, 2010 Fonte: elaboração própria com dados extraídos de: IBGE, 2011 Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) Fundação João Pinheiro. O IMRS é uma base de dados organizada pela Fundação João Pinheiro que traz informações para todos os municípios mineiros sobre as dimensões: saúde, educação, renda, segurança pública, meio ambiente e saneamento, cultura, esporte e lazer e finanças municipais. Na Tabela 31 são apresentadas as informações para Em geral, os municípios da região estão próximos da media estadual ou abaixo dela. Apenas Salinas e Grão Mogol apresentam valores superiores à média do estado. O resultado para Grão Mogol é paradoxal, na medida em que para todas as dimensões analisadas 9 Ano de última divulgação.

80 80 anteriormente, este município esteve sempre em uma posição desvantajosa. Destaquese, entretanto, que todos os municípios distam em muito do valor observado para Belo Horizonte.

81 81 Tabela 31 IMRS para municípios do Norte de Minas, 2008 Micro Referência Estudo IMRS 2008 Grão Mogol Botumirim 0,567 Cristália 0,598 Grão Mogol Grão Mogol 0,615 Itacambira 0,576 Josenópolis 0,531 Padre Carvalho 0,539 Janaúba Catuti 0,559 Espinosa 0,544 Gameleiras 0,569 Jaíba 0,576 Janaúba Janaúba 0,584 Mamonas 0,542 Mato Verde 0,539 Monte Azul 0,553 Nova Porteirinha 0,541 Pai Pedro 0,547 Porteirinha Porteirinha 0,563 Riacho dos Machados Riacho dos Machados 0,549 Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas 0,588 Salinas Águas Vermelhas 0,539 Berizal 0,549 Curral de Dentro 0,558 Divisa Alegre 0,58 Fruta de Leite 0,534 Indaiabira 0,557 Montezuma 0,536 Ninheira 0,521 Novorizonte 0,579 Rio Pardo Rio Pardo 0,555 Rubelita 0,533 Salinas Salinas 0,615 Santa Cruz de Salinas 0,548 Santo Antônio do Retiro 0,542 São João do Paraíso 0,557 Taiobeiras Taiobeiras 0,599 Vargem Grande do Rio Pardo 0,552 Micro de Janaúba Micro de Janaúba 0,558 Micro de Grão Mogol Micro de Grão Mogol 0,571 Montes Claros Montes Claros 0,62 Belo Horizonte Belo Horizonte 0,720 Média MG Média MG 0,597 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Fundação João Pinheiro, Indicadores Sociais, Índice Mineiro de Responsabilidade Social - IMRS. A análise dos indicadores socioeconômicos para o Norte de Minas evidencia precariedade no desenvolvimento desta região. Entre os indicadores analisados, os referentes à educação são bem preocupantes. Sabe-se que a qualificação da população tem efeitos positivos sobre a inserção social e econômica. Tal privação contribui para

82 82 impactar negativamente outras, como o tipo de ocupação e o nível de rendimento do trabalho. Mesmo que atividades formalizadas estejam expandindo nos municípios da região, elas parecem estar acompanhadas de um caráter precário nas relações de trabalho. Neste contexto, é difícil para estes municípios superarem a dependência de políticas de transferência de renda. Em termos de políticas públicas, é premente desenvolver ações voltadas para universalizar a educação básica e a redução do analfabetismo, em ritmo mais intenso do que vem sendo feito, sob pena de não se direcionar o desenvolvimento da região para atividades econômicas que internalizem a renda aí gerada A Estrutura da Economia Regional: mercado de trabalho no Norte de Minas A análise da estrutura econômica regional será feita a partir da identificação do mercado de trabalho formal dos municípios da Região Ampla de Estudo, conforme definida. A RAIS (Ministério do Trabalho) é um registro administrativo, criado com o objetivo de suprir as necessidades de controle, de estatísticas e de informações às entidades governamentais da área social, de fundamental importância para o acompanhamento e a caracterização do mercado de trabalho formal 10. De acordo com De Negri et al. (2001, p. 8): A RAIS representa, praticamente, um censo anual do mercado formal brasileiro, na medida em que todas as organizações legais (privadas e públicas) são obrigadas a declará-la. O tratamento aplicado aos dados dos estabelecimentos e aos vínculos empregatícios permite sua desagregação no âmbito do município, de subatividades econômicas e de ocupações. Tais informações são disponibilizadas segundo o estoque (número de empregos) e a movimentação de mão-de-obra empregada (admissões e desligamentos), por gênero, faixa etária, grau de instrução, rendimento médio e faixas de rendimentos em salários mínimos, sendo possível, também, construir dados sobre a massa salarial. De Negri et al. (2001) destaca, ainda, a confiabilidade dos dados levantados pelo Ministério do Trabalho, presentes na RAIS, e defende amplamente seu uso em pesquisas aplicadas para o mercado formal. Além dos apontamentos relativos à evolução do mercado formal de trabalho entre os anos de 2007 a 2011, faremos algumas análises de concentrações relativas de atividades produtivas (associadas ao conceito de Quociente Locacional), em comparação com médias do Estado e da região de estudo. 10 Informação de acordo com:

83 83 Estas análises serão feitas em termos de mão de obra empregada e de número de estabelecimentos formais. Em termos de mão de obra empregada, o Estado de Minas Gerais responde por aproximadamente 10,5% dos empregos formais do País e esta participação não varia significativamente, apesar de uma ligeira diminuição ao longo dos cinco anos de análise, conforme Tabela 32.

84 84 Tabela 32 Mão de obra empregada, Minas Gerais e Brasil, 2007 a Minas Gerais Brasil Participação 10,73% 10,61% 10,56% 10,54% 10,47% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos da RAIS-MTE. Em termos de número de estabelecimentos formais, Minas Gerais responde por cerca de 13,4% e, também, apesar da ligeira diminuição desta participação ao longo dos anos de análise, não existe nenhuma alteração mais substancial (TABELA 33). Tabela 33 Número de Estabelecimentos, Minas Gerais e Brasil, 2007 a Minas Gerais Brasil Participação 13,62% 13,53% 13,39% 13,34% 13,27% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos da RAIS-MTE. É importante destacar que os setores em que Minas Gerais se destaca (comparado com o Brasil) em termos de concentração relativa de estabelecimentos e de mão de obra empregada são: agricultura, pecuária e serviços relacionados (aproximadamente 78% mais intensivo em número de estabelecimentos e 65% mais intensivo em uso de mão de obra), produção florestal (45% em estabelecimentos e 160% em mão de obra) e extração de minerais metálicos (155% em estabelecimentos e 360% em mão de obra). Em atividades como comércio varejista, administração pública, atenção à saúde e educação, Minas Gerais possui praticamente a mesma intensidade do emprego de mão de obra e do número de estabelecimentos que a média nacional (educação, em MG apresenta concentração ligeiramente inferior ao restante do País em número de estabelecimentos -5%, mas apresenta a mesma concentração nacional em termos de empregos formais). Trazendo a análise para a Região Ampla de Estudo, podemos identificar que em termos de mão de obra ocupada, a participação média da região na Administração Pública reduz de mais de 40% em 2007 para aproximadamente 32% em Importante notar que quanto menor o município, maior é a concentração de trabalhadores formais nesta atividade. Em 2011, a exceção de Nova Porteirinha, todos os municípios da Região Ampla de Estudo possuíam menor emprego de mão de obra em Educação do que a média do

85 85 Estado. Apesar disso, alguns municípios se destacam como significativa concentração deste emprego, em relação aos demais municípios da região (Nova Porteirinha, Porteirinha, Janaúba, Taiobeiras e Mato Verde). Comparado com a distribuição da mão de obra em Minas Gerais, a região de análise pode ser considerada intensiva em algumas atividades: Agricultura e Pecuária Janaúba, Jaíba e Nova Porteirinha eram 186%, 538% e 893%, respectivamente, mais intensivos em uso de mão de obra do que o restante do Estado em Em 2011 esta intensidade se eleva ainda mais, indo para 281%, 875% e 980%, respectivamente. Produção Florestal Salinas, Jaíba, Taiobeiras, Rio Pardo, Grão Mogol, Riacho dos Machados, Itacambira e Padre Carvalho são bem mais intensivos no uso de mão de obra se comparados à média do Estado. Vale notar que Minas Gerais já é muito mais intensivo em mão de obra nesta atividade do que a média nacional. Ao se comparar a Região Ampla de Estudo (três microrregiões), que emprega em média 1,16% da mão de obra formal do Estado, a região respondeu por mais de 14% do emprego de mão de obra em Produção Florestal no Estado, em Fabricação de Bebidas Salinas é 764% mais empregadora de mão de obra do que a média do Estado, em 2007, passando a 922% em Este percentual cai quando a comparação é feita com a média da Região Ampla de Estudo. Isso indica que outros municípios da Região colaboram para a elevação desta intensidade. Analisando especificamente a microrregião de Grão Mogol (TABELA 27), em termos de emprego de mão de obra, destacamos evolução do mercado de trabalho formal do município polo da microrregião (Grão Mogol), que cresceu a uma média de mais de 10,48%, e do município de Padre Carvalho (crescimento médio de 13,96%) em relação aos demais municípios da região. Vale destacar Cristália e Botumirim tiveram crescimento médio superior ao de Grão Mogol, mas estes são municípios relativamente pequenos, em termos de mercado formal de trabalho, na região. O emprego de mão de obra formal, da microrregião, cresceu a uma média de 6,72% ao longo do período, superior aos 4,7% da média do Estado (TABELA 34).

86 86 Tabela 34 Estrutura do Mercado de Trabalho, Microregião de Grão Mogol, Norte de Minas, 2007 a 2011 Ano Total - MG Total Microrregião MG-GRAO MOGOL MG-ITACAMBIRA MG-PADRE CARVALHO MG-BOTUMIRIM MG-CRISTALIA MG-JOSENOPOLIS Ano Total - MG Total Microrregião MG-GRAO MOGOL MG-ITACAMBIRA 2007 MG-PADRE CARVALHO MG-BOTUMIRIM MG-CRISTALIA MG-JOSENOPOLIS ,67% 16,68% 35,32% 16,13% -7,50% -27,74% 54,09% -10,61% ,98% -4,66% 6,91% -18,12% -19,89% -10,21% -9,80% 13,14% ,80% 7,81% -7,03% -11,34% 65,29% 127,45% -3,17% 1,87% ,39% 7,06% 6,70% 9,81% 17,94% -8,79% 5,84% 8,46% média 4,71% 6,72% 10,48% -0,88% 13,96% 20,18% 11,74% 3,21% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos da RAIS-MTE. O município de Grão Mogol aumenta sua participação no mercado formal da microrregião, entre 2007 e 2011, representando em ,8% e chegando a 41,3% de todos os postos de trabalho formais da região. Destaca-se as atividades de comércio varejista, agricultura, pecuária e serviços relacionados, atividades de atenção à saúde humana e educação, em todos os anos observados, o que pode caracterizar o município como real polo da microrregião. Na microrregião de Salinas, destacamos que o emprego de mão de obra formal, cresceu a uma média de 7,3% ao longo do período. O município polo da microrregião cresceu menos que a média da microrregião e menos que a média do Estado. Os municípios que mais se destacaram em termos de crescimento foram Rubelita e Fruta de Leite, mas pelo tamanho do seu mercado de trabalho, o município de Taiobeiras, foi o que mais colaborou para a elevação do volume de empregos formais na microrregião (TABELA 35).

87 87 Tabela 35 Número de Estabelecimentos, Microregião de Salinas, Norte de Minas, 2007 a 2011 Ano Total - MG Total Microrregião MG-SALINAS MG-TAIOBEIRAS MG-SAO JOAO DO PARAISO MG-RIO PARDO DE MINAS MG-BERIZAL MG-AGUAS VERMELHAS MG-DIVISA ALEGRE MG-INDAIABIRA MG-MONTEZUMA MG-RUBELITA MG-CURRAL DE DENTRO MG-NOVORIZONTE MG-SANTA CRUZ DE SALINAS MG-FRUTA DE LEITE Ano Total - MG Total Microrregião MG-SALINAS MG-TAIOBEIRAS 2007 MG-SAO JOAO DO PARAISO MG-RIO PARDO DE MINAS MG-BERIZAL MG-AGUAS VERMELHAS MG-NINHEIRA MG-SANTO ANTONIO DO RETIRO MG-RUBELITA ,67% 2,44% -8,57% 10,74% 12,78% 1,65% 84,01% 4,41% 10,89% ,98% 11,84% 17,12% 12,60% -9,75% 14,01% 27,31% 0,00% 15,47% ,80% 4,57% 6,49% 8,61% 10,29% 9,48% 26,98% -1,69% -39,77% ,39% 10,34% 3,64% 2,49% 21,30% 11,32% 21,84% 1,96% 86,36% média 4,71% 7,30% 4,67% 8,61% 8,65% 9,12% 40,04% 1,17% 18,24% 2007 MG-DIVISA ALEGRE MG-CURRAL DE DENTRO MG-INDAIABIRA MG-MONTEZUMA MG-NINHEIRA MG-NOVORIZONTE MG-SANTA CRUZ DE SALINAS MG-FRUTA DE LEITE MG-SANTO ANTONIO DO RETIRO ,12% -30,24% -12,88% 17,57% 15,14% -29,58% -15,29% 35,78% -49,76% ,77% 30,34% 4,57% 2,76% -4,15% 20,80% 4,14% 148,99% 1,42% ,60% 3,56% 24,12% 4,25% 36,46% 21,52% -1,81% -54,55% 9,30% ,20% 36,70% -2,51% 20,60% 1,59% 0,82% 16,54% -14,03% 2,98% média 6,74% 10,09% 3,32% 11,29% 12,26% 3,39% 0,90% 29,05% -9,02% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos da RAIS-MTE. Salinas e Taiobeiras, em 2007, eram responsáveis por mais de 45% dos empregos formais da microrregião. Em 2011, esta participação era de 43,7%. Ainda analisando a microrregião, entre 2007 e 2011, os dois municípios empregavam quase 70% da mão de obra do comércio varejista, mais de 85%, em média, em educação e passaram de 45%, em 2007, para mais de 70%, em 2011, da mão de obra em atividades de atenção à saúde humana. A microrregião de Janaúba (TABELA 36) apresentou um crescimento do mercado de trabalho formal ligeiramente superior ao crescimento apresentado no Estado (5,26% diante dos 4,71% do Estado). O município de Jaíba, com crescimento médio de 14,11% ao ano, foi o que mais colaborou para seu crescimento na microrregião, superior ao do Estado no período analisado. Neste período, é importante destacar que o município do Jaíba, que em 2007 era responsável por 34% dos empregos na região em agricultura, pecuária e serviços relacionados, em 2011 elevou sua participação em mais de 48%.

88 88 Tabela 36 Número de Estabelecimentos, Microregião de Janaúba, Norte de Minas, 2007 a 2011 Ano Total - MG Total Microrregião MG-JANAUBA MG-JAIBA MG-ESPINOSA MG-PORTEIRINHA MG-MONTE AZUL MG-NOVA PORTEIRINHA MG-RIACHO DOS MACHADOS MG-MATO VERDE MG-PAI PEDRO MG-CATUTI MG-SERRANOPOLIS DE MINAS MG-GAMELEIRAS MG-MAMONAS Ano Total - MG Total Microrregião MG-JANAUBA MG-JAIBA MG-ESPINOSA MG-PORTEIRINHA MG-MONTE AZUL 2007 MG-NOVA PORTEIRINHA ,67% -6,21% 5,71% 15,83% 15,08% 0,21% 4,67% 23,90% ,98% 17,95% -1,57% 18,84% 1,79% -3,16% 0,23% 10,93% ,80% 2,37% -4,66% 14,18% 17,57% 3,70% 9,13% 9,08% ,39% 6,91% 5,41% 7,58% -17,04% 4,86% 6,50% 30,47% media 4,71% 5,26% 1,22% 14,11% 4,35% 1,40% 5,13% 18,60% 2007 MG-RIACHO DOS MACHADOS MG-MATO VERDE MG-PAI PEDRO MG-CATUTI MG-SERRANOPOLIS DE MINAS MG-GAMELEIRAS MG-MAMONAS ,80% 15,33% 14,39% 26,91% 10,47% -9,20% -18,25% ,11% 27,53% -19,79% -19,20% -26,32% 12,03% 69,30% ,86% -23,57% 6,43% -2,84% 0,48% 5,08% -48,35% ,43% 39,12% 15,46% 2,19% 14,69% 12,37% -1,60% media 5,49% 14,60% 4,12% 1,77% -0,17% 5,07% 0,28% Fonte: Elaboração própria com dados extraídos da RAIS-MTE. Janaúba, no período analisado, se apresenta como o principal empregador de mão de obra no comércio varejista. Apesar de perder importância relativa dentro da microrregião, caindo de aproximadamente 58% dos empregos formais neste setor, em 2007, para aproximadamente 52% em 2011, o município manteve sua grande importância regional no que diz respeito a esta atividade. Em atividades de atenção à saúde humana, Janaúba também se destaca regionalmente, aumentando sua intensidade de mão de obra, relativa à região, passando de mais de 55% (2007) dos empregos do setor na região, para mais de 76% em Em educação, da mesma forma, Janaúba de 2007 a 2011 sempre empregou em torno de 60% da mão de obra formal da região neste setor. Como já destacado anteriormente, a microrregião de Janaúba, como um todo, é muito intensiva no emprego de mão de obra em atividades de agricultura, pecuária e serviços relacionados e em produção florestal. Em termos de número de estabelecimentos, podemos dizer que o mercado formal destes municípios, assim como o comportamento do mercado de trabalho, apresentou

89 89 crescimento, também, superior ao do Estado. Neste caso, o crescimento médio das três microrregiões, além de superior a média do Estado, foi superior ao crescimento da mão de obra (A Microrregião de Grão Mogol cresceu, em média, 10,48% ao ano, a de Salinas cresceu 8,98% e a de Janaúba cresceu 6,16%, enquanto o crescimento do Estado foi de 4,47%). Neste quesito, é importante notar que a estrutura econômica dos municípios da região pouco se alterou entre 2007 e 2011 e que apesar do significativo crescimento em número de estabelecimentos formais não houve mudanças estruturais significativas Transportes na Estrutura Urbano-Regional Rodovias A mesorregião do Norte de Minas é servida por três níveis de rodovias, as federais, as estaduais e as municipais. No nível federal, é atendida pelas seguintes rodovias: BR-251, que liga Cuiabá, no Mato Grosso, a Ilhéus, na Bahia, mas que está implantada praticamente apenas entre Boqueirão, perto de Unaí, em Minas Gerais, e o Distrito Federal, e entre Montes Claros e Pedra Azul. Esse trecho no Norte de Minas faz a ligação transversal entre as rodovias BR 135 e BR 116, que são as principais vias de acesso à região a partir de Belo Horizonte. Rodovia em pista simples, com uma faixa por sentido, tem um tráfego médio de veículos por dia, segundo dados do DER/MG 11. BR-122, que liga Montes Claro, em Minas Gerais, a Chorozinho, no Ceará, e que tem implantado o trecho entre Montes Claros e Caitité, na Bahia, passando por Jabaúba e Porteirinha. Rodovia de pista simples,com uma faixa de tráfego por sentido, com um tráfego médio diário de veículos 1. Não existe nenhum programa do Governo Federal para o desenvolvimento rodoviário dessa área, nem previsão de duplicação dessas rodovias, nem sua inclusão no Programa de Investimentos em Logística. As rodovias estaduais existentes na região não se caracterizam por ligações estruturantes, fazendo mais o papel de ligação das sede municipais ao sistema rodoviário de gestão federal. 11 Disponível em

90 90 O Governo do Estado tem dois programas rodoviários com ação sobre a região de estudo, o Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios (PROACESSO) e o Caminhos de Minas. O Programa PROACESSO - de pavimentação de ligações e acessos rodoviários aos municípios tem como objetivo geral contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de cidades com baixo IDH e precária conexão com a rede viária principal, através da melhoria e pavimentação da infraestrutura rodoviária de acesso. Fisicamente, o Programa pavimentou ligações existentes em leito natural, com o aproveitamento básico do traçado, com o mínimo de movimento de terra possível, e com pavimentação condizente com o tráfego esperado na ligação dos municípios à rodovia existente asfaltada mais próxima. A seção transversal média implantada foi de 8,60 metros. O Programa Estruturador Caminhos de Minas tem como objetivo encurtar distâncias, diminuir o tempo das viagens e aumentar a capacidade de rodovias que exercem o papel integrador entre os municípios mineiros. No total, o Caminho de Minas prevê a pavimentação de mais de Km de rodovias, beneficiando 302 municípios de cidadãos por todo o Estado. O padrão de projeto implantado considerou a importância estruturadora das rodovias, com uma pavimentação adequada a volumes de tráfego mais altos e seção transversal média de 12,0 metros, investindo maiores recursos na movimentação de terra, permitindo raios de curva e rampas mais favoráveis. Algumas mineradoras em ação na região firmaram, ou estão negociando, convênios com o DER/MG para a implantação de trechos da malha rodoviária, tanto estadual quanto municipal, de seu interesse, em especial para o aproveitamento da faixa de domínio das rodovias para passagem de minerodutos. Complementarmente a essas melhorias, o DER/MG pavimenta algumas rodovias municipais que passam a ter importância estratégica nessa nova configuração. Assim, segundo informações do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), é a seguinte a situação dos projetos e obras rodoviárias em andamento: Rodovia MG/626: Trecho: Curral de Dentro Entr Berizal; Extensão: 20,0 km;

91 91 Situação: Projeto em andamento; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia MG/114: Trecho: Entr Coronel Murta- - Entr Virgem da Lapa; Extensão: 36,0 km; Situação: Projeto a licitar; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia MG/626: Trecho: Fruta de Leite Taiobeiras; Extensão: 54,0 km; Situação: Autorizada a licitação do Projeto de Engenharia; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia Municipal: Trecho: Indaiabira Vargem Grade do Rio Pardo; Extensão: 23,10 km; Situação: Projeto a licitar; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia Municipal: Trecho: Itacambira BR/367; Extensão: 63,50 km; Situação: Projeto a licitar; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia MG/401: Trecho: Jaíba (contorno) Ponte Rio Jaíba; Extensão: 5,7 km; Situação: Projeto Concluído; Obra: Contratada, integrante do Programa Caminhos de Minas, com previsão de inicio em março/2013; Rodovia Municipal: Trecho: Novorizonte Serranópolis de Minas; Extensão: 96,0 km;

92 92 Situação: Projeto a licitar; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia MG/120: Trecho: Riacho dos Machados Porteirinha; Extensão: 29,0 km; Situação: Projeto concluído. Obra: Obra contratada, integrante do Programa Caminhos de Minas, com previsão de inicio em março/2013; Rodovia municipal: Trecho: Rio Pardo de Minas Mato Verde; Extensão: 34,0 km; Situação: Projeto de Engenharia em andamento; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; Rodovia municipal: Trecho: Rio Pardo de Minas Vargem Grande do Rio Pardo; Extensão: 40,8 km; Situação: Autorizada a licitação do Projeto de Engenharia; Obra: Trecho integrante do Programa Caminhos de Minas, sem programação para execução das obras; O Mapa 2 abaixo mostra a estrutura viária existente, em implantação e em projeto pelos programas governamentais na mesorregião do Norte de Minas Ferrovias O Governo Federal tem, em seu Programa de Investimentos em Logística, a programação de lançamento de uma parceria público privada para o corredor Belo Horizonte Salvador. Este corredor é uma revitalização da linha existente operada pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCASA), e não se divulgou como seria o modelo de concessão, uma vez que a linha está concessionada àquela operadora, devendo, portanto, ser retomada pelo poder concedente.

93 93 Mapa 2 Rede de Transportes Regional Existente e Projetada do Norte de Minas Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE/GeoMinas/CEDEPLAR-UFMG

94 Turismo e Patrimônio Histórico e Natural: Caracterização da Dinâmica Turística na Região do Norte de Minas e Proposições para seu Fortalecimento Apresenta-se a seguir as atividades e produtos executados durante o período de fevereiro a abril de 2013, prazo de execução do Produto 3, referente ao diagnóstico da atividade turística na região do Norte de Minas e algumas proposições preliminares. Os municípios contemplados no presente relatório e que fazem parte da região de estudo, são: Grão Mogol, Janaúba, Porteirinha, Riacho dos Machados, Rio Pardo de Minas, Salinas, Serranópolis de Minas e Taiobeiras. Além desses devido ao impacto esperado das atividades minerárias foram incluídos Fruta de Leite e Padre Carvalho e devido ao potencial turístico, Januária. O município de Montes Claros embora não inserido na área de estudo, será mencionado devido a constituirse no maior centro urbano regional com potencial para dar suporte as atividades de turismo da região. O Mapa 3, a seguir, apresenta um recorte da região em análise.

95 95 Mapa 3 Região Norte do Estado de Minas Gerais Fonte: BARBIERI (Coord.), Várias foram as fontes consultadas para a elaboração do presente texto, além de entrevistas e reuniões com atores locais e de instituições de interesse. Vale destacar os estudos constantes dos Planos de Desenvolvimento Integrado para o Turismo Sustentável (PDITS), elaborados para as regiões do Norte de Minas, denominado PDITS Caminhos de Minas e para a região mineira do Vale do Rio São Francisco, denominado PDITS do São Francisco. Ambos foram realizados para a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (SETUR/MG), no ano de Segmento turístico predominante Principais recursos turísticos. O desenvolvimento turístico na região denominada Norte de Minas se assenta nas festas, nas comemorações religiosas, folclóricas ou cívicas, no artesanato e nas cachaças, principalmente as produzidas em Salinas, que são comercializadas em todo o país. Destaca-se ainda a paisagem natural, onde estão localizados vários atrativos de interesse turístico, dispersos por toda a região. Merece destaque os inúmeros bens espeleológicos, arqueológicos, paleontológicos e ecossistemas extremamente frágeis, que oferecem um segmento voltado para a observação e geração de conhecimentos científicos. O Parque Nacional do Peruaçu, em Januária, ainda sem condições de visitação pública regular, se destaca no segmento de turismo de cavernas, com seu patrimônio espeleológico.

96 96 A região se destaca por um rico e variado acervo de bens culturais e naturais, tendo como principal elemento aglutinador sua identidade geográfica. Constitui-se, em síntese, de caminhos que cortam o sertão mineiro e que oferecem ao visitante, além de paisagens naturais e históricas, várias opções de lazer e divertimento, com grande potencial para o desenvolvimento de diferentes segmentos turísticos, até mesmo para o turismo de eventos e de negócios, dada a importância econômica da cidade polo regional, Montes Claros, e da crescente importância de Salinas, onde se realiza há mais de dez anos o Festival Mundial da Cachaça. Nesse elenco variado de bens de interesse turístico, aparece com maior relevância o conjunto dos recursos naturais, compreendido principalmente por praias fluviais, serras, vales de rios, cachoeiras, grutas e águas termais. É bastante amplo o leque de manifestações culturais típicas da região, destacando-se, sobretudo, as festas religiosas, o artesanato, as feiras e a gastronomia. A seguir apresentam-se em detalhes os recursos turísticos, com os municípios que mais se destacam em cada um deles. Histórico-culturais. Existe um expressivo acervo de edificações remanescentes do período colonial, embora distribuído de forma heterogênea e apenas em alguns municípios da região, destacando-se o conjunto arquitetônico de Grão-Mogol, sendo a maioria dos edifícios tombados a nível municipal, com destaque para a igreja Matriz de Santo Antônio, construída em pedra, e as capelas do Rosário e Divino Espírito Santo. De modo geral, o estado de conservação dos imóveis é bom. No que diz respeito à gestão municipal do patrimônio, o município de Grão-Mogol encontrase bastante avançado, sendo que desde 1999 a prefeitura vem trabalhando na realização de inventários e tombamentos, e na restauração de alguns imóveis. Não há nos municípios da região edificações históricas protegidas por tombamento federal ou estadual, à exceção da Capela Nossa Senhora do Rosário em Januária, que é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (1989) 12, o que não significa o seu desinteresse para a história de Minas Gerais e do Brasil, mas uma relevância menor se comparadas com outros acervos mineiros, como é o caso das "cidades históricas", símbolos do apogeu minerador do século XVIII e principais destinos turísticos de Minas Gerais. De acordo com o PDITS Caminhos do Norte, esse é um aspecto que reforça a 12 Decreto/ Data n o de 21/04/1989.

97 97 necessidade de uma abordagem criativa do patrimônio histórico-cultural do norte de Minas Gerais, com o objetivo principal de ampliar o seu interesse turístico e de darlhe melhores condições de competitividade em relação a outros destinos mineiros. Nessa direção, o primeiro aspecto a ser explorado seria a singularidade do processo de ocupação da região ou, em outros termos, a particularidade de sua inserção no quadro da economia colonial. Em virtude de seu grande potencial turístico, não apenas cultural, em face das suas belezas naturais, sobretudo a singularidade de sua flora, de grande interesse científico e capaz de atrair visitantes nacionais e internacionais, Grão-Mogol foi considerado pelo PDITS Caminhos de Minas o município que deverá ser mais impactado pelo desenvolvimento do turismo na região. Acrescentaremos outro município, Salinas, devido ao crescente comercio em torno da cachaça, por possuir um aeroporto regional, estar inserida nas ações da Secretaria Estadual de Cultura como polo cultural e por sua localização privilegiada, confirmada pelo desenvolvimento recente da oferta turística (item que será abordado posteriormente). Ainda pouco divulgadas, as peculiaridades históricas e culturais do norte de Minas, principalmente seus hábitos e costumes, constituem elemento estratégico para o desenvolvimento turístico da região. Este fato é reforçado pela opinião de representantes dos municípios do Norte de Minas em reunião sobre o Plano Estratégico no Salão do Turismo, onde privilegiaram como aspecto a ser ressaltado na construção da estratégia turística, o modo de vida dos habitantes locais: sua gente e saberes locais. Do ponto de vista cultural-antropológico, o PDITS do São Francisco ressalta os municípios de Januária e Itacarambi, que possuem uma significativa importância a nível mundial, tendo em vista os sítios arqueológicos ali cadastrados e as pinturas rupestres, classificadas como das mais importantes da história remota da humanidade. A maior parte desse acervo situa-se no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no interior do qual se encontram, nas proximidades do rio São Francisco, atrativos naturais de impressionante beleza. Trata-se do complexo de cavernas formadas pelo rio Peruaçu, destacando-se por seus magníficos salões e suas grandes extensões lineares, os condutos. Suas galerias possuem dimensões de 70m de largura por 140 de altura e em uma das cavernas se encontra a maior

98 98 estalactite do planeta, com 27 metros (SALGADO, 2009). Com o objetivo principal de proteger o rio Peruaçu e suas áreas de influência, contribuindo, assim, para a conservação das cavernas formadas por esse curso d'água, foram criadas Unidades de Conservação, como a Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu (federal) e o Parque Estadual Veredas do Peruaçu. Essas Unidades existem antes mesmo da criação do parque nacional citado. Entretanto, apesar de finalizado o Plano de Manejo dessas áreas, nenhuma delas ainda oferece estrutura de visitação (SALGADO, 2009,p.133). Socioambientais. Os municípios contemplados neste Plano se inserem numa região com grande diversidade de características naturais e culturais que, se adequadamente formatadas em produtos turísticos e comercializadas em canais de ampla divulgação nacional podem potencializar o desenvolvimento do turismo. A região é atravessada de norte a sul pelo maciço da serra do Espinhaço, rico em paisagens naturais e com grande diversidade florística. Apesar dos impactos das atividades antrópicas no decorrer dos quase três séculos desde o período colonial, em particular os da pecuária, a área ainda é relativamente preservada. Alguns municípios possuem elevado percentual de propriedades rurais ocupadas por matas e florestas naturais como ocorre com Grão Mogol e Taiobeiras, como apontado pelo PDITS Caminhos do Norte. Montes Claros, centro urbano e polo regional é servido com uma relativa infraestrutura receptiva para o turismo. Isso pode vir a ser um fator a potencializar o desenvolvimento do turismo em particular nos municípios situados a menos de 100km, destacando-se Grão Mogol, Janaúba, Riacho dos Machados e Januária. Mais a leste teríamos outro polo, Salinas, que poderá organizar o turismo considerando Taiobeiras, Rio Pardo, Fruta do Leite e Padre Carvalho. De acordo com o PDITS Caminhos do Norte, os atrativos naturais da região do Norte de Minas são desconhecidos de modo geral, não dispõem de infraestrutura para recebimento de visitantes e não possuem uma real avaliação de seu potencial para o desenvolvimento do turismo. Os levantamentos realizados pelo Plano de Turismo apontam alguns dos atrativos naturais como merecedores de maior atenção para o desenvolvimento turístico e que necessitam de medidas específicas de proteção socioambiental. Entre

99 99 esses estão os atrativos da serra do Espinhaço situados entre Bocaiúva e Grão Mogol com um conjunto de cursos d'água com cachoeiras em áreas de grande beleza cênica, e o conjunto cárstico com inúmeras grutas situadas em Montes Claros e Coração de Jesus. Vale ressaltar que se localiza em Januária, mais precisamente no distrito de Pandeiros, uma área alagada, de beleza singular, que já está sendo chamada de Pantanal de Minas Gerais. Na época das cheias, o pântano chega a alcançar mais de 3.000ha, dando refúgio a uma fauna de fundamental importância para a região. Pesquisadores indicam esse nicho como um "berçário" dos peixes que migram para o rio São Francisco. Toda essa área está incluída na Área de Proteção Ambiental Estadual do Rio Pandeiros. De acordo com o PDITS Vale do São Francisco, estudase uma forma de transformá-la em Unidade de Conservação de uso mais restrito, tentando, assim, melhor proteger esse patrimônio natural Produtos turísticos e atrativos Grão-Mogol guarda significativo conjunto arquitetônico representativo do período colonial, destacando-se principalmente por possuir potencial para o desenvolvimento do turismo ecológico e de aventura, com atrativos naturais de grande valor turístico. A cidade também conta com potencial para expansão do turismo religioso, devido a inauguração do maior presépio natural ao ar livre do mundo na cidade, em dezembro de Junto com tradicionais festas religiosas, a Prefeitura organiza eventos que atraem grande quantidade de visitantes à cidade, como é o caso da Festa do Vau que acontece na Praia e Capela do Vau no mês de setembro (GRÃO MOGOL, [2009?]). Janaúba, por sua vez, destaca-se pela diversidade de festas religiosas e folclóricas, além do rio Gorutuba, com praias e balneários de águas transparentes e propícias à prática de esportes. Destaque para o Balneário Bico de Pedras, que é o principal atrativo da cidade, onde há um clube, praias e pontos onde se vislumbram belas paisagens. Salinas, município onde são produzidas as melhores cachaças do Brasil abriga, há mais de dez anos, o Festival Mundial da Cachaça (em 2013 ocorre a 12ª edição). Em dezembro de 2012 foi inaugurado neste município o Museu da Cachaça, em uma área de 13 mil metros quadrados. Além de poder conhecer os

100 100 mais diferentes tipos de cachaça, os visitantes podem usufruir de cursos e ações educativas sobre todas as etapas da produção, desde o plantio da cana até a distribuição e o consumo responsável. A cidade de Januária, banhada pelo rio São Francisco, possui forte apelo turístico, voltado para esportes aquáticos e praias, de um lado e pela existência de grutas na região, como a caverna do Caboclo, localizada dentro do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, além do Pantanal do rio Pandeiros, conhecido como Pantanal Mineiro. Atualmente, a cidade é um importante polo turístico regional, rico em manifestações e instrumentos de caráter cultural, como a Casa da Memória do Vale do São Francisco, os grupos de congados, de folias de reis, dos reis dos cacetes, dos reis dos bois, de cavalhadas e o Grupo Teatral Chalitos, a Exposição de Arte e Cultura, a Feira do Bode e a Feira da Amizade. No calendário de eventos da cidade, destacam-se as festas, algumas religiosas e outras cívicas. Taiobeiras, assim como Grão Mogol e outros municípios da região, agrega a festas religiosas outras comemorações, como é o caso da Festa de Maio que une a Festa de Nossa Senhora de Fátima e outras comemorações não religiosas há mais de 50 anos (em 2013 acontece a 57ª edição). Também, com o objetivo de agregar à Festa de Maio o lado econômico, em 2005 foi criada a Feira Regional do Alto Rio Pardo (FERARP) onde há a exposição de produtos regionais e atração de outras empresas e público do Norte de Minas durante a Festa (TAIOBEIRAS, 2013). A cidade ainda realiza a Festa do Pequi, tradicional fruto da região, tendo a sua 20ª edição em 2013 (TAIOBEIRAS, [2013?]). A maioria dos atrativos dos municípios da região está inserida na categoria "Manifestações Culturais", demonstrando a riqueza e a diversidade da cultura regional, seja no artesanato, nas festas e comemorações tradicionais e folclóricas, populares e/ou cívicas, na música e dança ou na gastronomia típica. Vale destacar aqui a gastronomia da região. De acordo com Melo (2010), muitos dos ingredientes utilizados na atual culinária mineira são decorrentes da disposição dos solos, clima, tipo de vegetação e demais condições favoráveis à sua existência e apropriação. O norte de Minas, mais marcado pelo cerrado, utiliza os frutos nativos desse tipo de vegetação na composição dos pratos da região, como o araticum, jatobá, umbu e pequi, além dos peixes do São Francisco e do gado criado

101 101 nas fazendas da região. A autora sugere uma viagem para vivenciar os hábitos alimentares do povo e apresentar suas narrativas. Porém, deve-se ressaltar que a maioria das manifestações culturais ainda não possui cunho turístico, não sendo capazes de atrair, por si só, fluxos expressivos de turistas. Faz-se necessário, portanto, inseri-las em roteiros turísticos já comercializados ou em vias de serem criados, para que se possa valorizar e divulgar esta cultura. No meio natural, destacam-se o Complexo de Grutas da Fazenda Lapa Grande (Montes Claros), o Parque Estadual de Grão-Mogol, as grutas de Coração de Jesus, o rio Gorutuba (Janaúba) e o rio Itacambiruçu (Grão-Mogol), onde estão localizados vários atrativos naturais de interesse turístico, com potencial para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao ecoturismo, ao turismo de contemplação e à prática de esportes de aventura, como treking, rapel e escalada, atraindo um outro nicho de mercado e diversificando a atividade turística na região. Em relação aos acontecimentos programados e às realizações técnicas e científicas contemporâneas, a região possui um número ainda incipiente destes tipos de atrativos, merecendo destaque a Exposição Agropecuária de Montes Claros, a Exposição Agropecuária de Janaúba e a Feira Nacional da Indústria (FENICS), em Montes Claros, que atraem um grande fluxo de turistas para estas cidades.. Vale mencionar, que de acordo com o PDITS Caminhos do Norte nenhum atrativo se enquadrou na hierarquia I, ou seja, atrativo turístico de excepcional valor e grande significado para o mercado turístico internacional, capaz, por si só, de motivar importantes correntes de visitantes, atuais ou potenciais, tanto internacionais como nacionais. Os atrativos de hierarquia II, de maior valor turístico, indicam o turismo ecológico associado a manifestações culturais como a marca do turismo da região. Entretanto, o PDITS do São Francisco apontou o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu como o único atrativo que se enquadrou na hierarquia /. Desta forma, reforça a inclusão de Januária como município participante de um plano para o desenvolvimento turístico da região Norte de Minas, considerando dois grandes eixos de desenvolvimento: Montes Claros irradiando para Janaúba, Januária, Grão Mogol e adjacências e o outro conformado por Salinas, Taiobeiras e vizinhança. Os atrativos turísticos acima estão listados no Quadro 3.

102 102 Quadro 3 - Atrativos turísticos dos municípios do Norte de Minas Grão Mogol* MUNICÍPIO Presépio Mãos de Deus Praia do Vau ATRATIVO Parque Estadual de Grão Mogol Cachoeiras Véu das Noivas, da Fumaça, Maria das Neves, Mirante Trilhas da Tropa e do Barão Centro Histórico de Grão Mogol e outros edifícios históricos Sítios Arqueológicos Igrejas Matriz de Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário Presépio Mãos de Deus (maior presépio ao ar livre do mundo) Festas do Divino Espírito Santo, do Padroeiro Santo Antônio e Nossa Senhora Santana Feira Livre Cachoeira Véu das Noivas Janaúba* Cachoeira do Barreiro da Raiz Barragem/ balneário Bico da Pedra Praia do Copo Sujo Festa do São João Gorutubano Exposição Agropecuária de Janaúba Mercado Municipal Parque Nacional Veredas do Peruaçu / Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu Januária Parque Nacional Veredas do Peruaçu Gruta do Janelão e dos Caboclos Capela de Nossa Senhora do Rosário Praias no Rio São Francisco Casa Memória do Vale São Francisco Praia de Januária, nas margens do Rio São Francisco

103 103 Padre Carvalho* Porteirinha Festa Nacional da Mandioca (final de junho/ início de julho) Córrego Macuco e Rio Vacarias Mercado municipal Serra do Caíque Cachoeira do Serrado Parque Estadual Serra Nova Igreja de São José de Gorutuba (construída no século XVIII, em estilo colonial, por escravos) Feira Livre Riacho dos Machados Rio Pardo de Minas Salinas Parque Estadual Serra Nova Parque Estadual Serra Nova Cachoeira Sete Quedas Museu da Cachaça Festival Mundial da Cachaça (julho - 15mil visitantes) Mercado Municipal Museu da Cachaça Salinas Serra do Talhado Serranópolis de Minas Serranópolis de Minas* Festa de Santa Cruz (maio) Festa de Nossa Senhora da Conceição Parque Estadual Serra Nova

104 104 Serra do Talhado Festa do Pequi (março) Taiobeiras Festa de Maio e Feira Regional do Alto Rio Pardo (em 2013 houve as 57ª e 9ª edições, respectivamente) Mercado Municipal Fonte: Inventários de oferta turística, quando existente, site das prefeituras, < e < acesso em 06/05/2013. (*) Municípios com inventário de oferta turística Oferta Turística A atividade turística é formada por uma série de setores econômicos que apoiam o turista desde a compra da passagem ou pacote turístico (agências de viagem), seu deslocamento (o transporte) e o período da visita (hotéis, restaurantes, atrativos). Por exemplo, para atrair um fluxo razoável de turistas em Grão Mogol não basta a simples existência de uma bela cachoeira. É necessário que haja meios de hospedagem, restaurantes, agências de viagem, transporte (aluguel de carros, ônibus turísticos, taxi), atrativos complementares, entre outros que possibilitarão a visita e o desfrute da viagem. O conjunto dos serviços existentes conformam a oferta turística. A seguir será apresentado o levantamento dos estabelecimentos disponibilizados ao turista na região, por tipo de estabelecimento, por município, para o período de 2002 a A análise do comportamento da oferta turística neste período permitirá conhecer a evolução dos setores que apoiam o turismo nos últimos dez anos e tecer comentários pertinentes para a compreensão do desenvolvimento regional desta atividade. A fonte de dados escolhida refere-se a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que divulga informações relativas aos estabelecimentos e empregos legalmente constituídos no país(emprego formal). Para caracterizar a oferta turística partiu-se da analise da quantidade de estabelecimentos cujas atividades podem ser voltadas ao turismo, por município contemplado na região Norte de Minas, conforme apresentado na introdução. Uma das vantagens do uso da RAIS é que ela indica o código da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) dos estabelecimentos, o que permite a separação das atividades que podem ser relacionadas ao turismo das outras. Assim, com base nas informações contidas na publicação do IBGE (2008) sobre economia do turismo, considerando a estrutura de classificação das atividades

105 105 e o nível de agregação disponível 13, foram selecionadas as classes de atividades caracterizadoras do turismo segundo os códigos CNAE 95 e , como resumido nos Quadros 4 e As atividades econômicas, na classificação CNAE 2.0, são dividas em 21 classes, 87 divisões, 285 grupos e 673 classes e 1301 subclasses. Sendo que as subclasses não foram disponibilizadas. 14 As atividades passaram a ser classificadas pela CNAE 2.0 a partir de De 2002 a 2005 optouse por utilizar a classificação da CNAE 95.

106 106 Quadro 4 Atividades Caracterizadoras do Turismo segundo a CNAE 95 Atividades Caracterizadoras do Turismo Código das Classes CNAE 95 Nome das classes CNAE 95 Agências e Operadores Atividades de agências de viagens e organizadoras de viagens Alimentação Restaurantes e outros estabelecimentos de bebidas com serviço + Lanchonetes e similares + Outros serviços de alimentação Aluguel de automóveis Aluguel de automóveis Atividades culturais Projeção de filmes e vídeos + Atividades de teatro, música e outras atividades artísticas e literatura + Gestão de salas de espetáculo + Outras atividades de espetáculo, não especificadas anteriormente + Atividades de biblioteca e arquivos + Atividades de museus e conservação do patrimônio histórico Atividades Esportivas e Recreativas Atividades desportivas + outras relacionadas ao lazer + Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais Hospedagem Transporte rodoviário Estabelecimentos hoteleiros + outros tipos de alojamento Transporte rodoviário de passageiros, regular, não urbano + Transporte rodoviário de passageiros, não urbano + Atividades auxiliares dos transportes terrestres Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2008.

107 107 Quadro 5 Atividades Caracterizadoras do Turismo segundo a CNAE 2.0 Atividades Caracterizadoras do Turismo Agências e Operadores Alimentação Código das classes CNAE Nome das Clases CNAE 2.0 Agências de viagens + operadores turísticos + serviços de reservas e outros serviços de turismo não especificados anteriormente. Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas + Serviços ambulantes de alimentação Aluguel de automóveis Locução de automóveis sem condutor Atividades culturais Artes cênicas, espetáculos a atividades complementares + criação artística + gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas + atividades de biblioteca e arquivos + atividades de museus e de exploração, restauração artística e conservação de lugares e prédios históricos e atrações similares Atividades Esportivas e Recreativas Hospedagem Transporte rodoviário Gestão de instalação de esportes + clubes sociais, esportivos e similares + atividades de condicionamento físico + atividades esportivas não especificadas anteriormente + parques de diversão e parques temáticos + atividades de recreação e lazer não especificadas anteriormente + atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental Hotéis e Similares+Outros tipos de alojamento não especificados anteriormente Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal e em região metropolitana + Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, interestadual e internacional + transporte rodoviário de táxi + Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento e outros transportes rodoviários não especificados anteriormente+concessionárias de rodovias, pontes, túneis e serviços relacionados + terminais rodoviários e ferroviários + estacionamento de veículos + atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificados anteriormente. Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de IBGE, 2008.

108 Evolução do número de estabelecimentos na região Na região do Norte de Minas nota-se, nos primeiros anos, uma tendência de aumento da quantidade de estabelecimentos das atividades caracterizadoras do turismo (GRÁFICO 10). Mas, nos últimos anos da amostra essa taxa foi menor. O setor que cresceu mais foi o de alimentação, que contém a maior quantidade de estabelecimentos dentre todas as atividades consideradas. Atividades culturais também merece destaque, pois apresenta um incremento nos anos mais recentes. No caso dos estabelecimentos de alimentação vale ressaltar que sua existência não está relacionada exclusivamente com a atividade turística, mas também atende a população local e outras atividades econômicas, não necessariamente ligadas ao turismo. Esta é uma das dificuldades da medição da atividade turística. Ainda assim, a existência desse tipo de estabelecimentos permite que a atividade turística se fortaleça. Gráfico 10 Número de estabelecimentos por atividade e ano Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS , RAIS/MTE. Evolução por município. Ao analisar a quantidade de estabelecimentos por município, selecionaram-se os anos de 2002, 2006 e 2011 para comparação (GRÁFICOS 11, 12 e 13). Verificou-se que os municípios de Janaúba, Januária, Salinas e Taiobeiras são os que apresentam maior quantidade de estabelecimentos durante todo o período analisado. Salinas é o município que mais se destaca e,

109 109 como observado para toda a região, os setores com maior crescimento foram os de alimentação, seguido pelo transporte rodoviário. No caso do setor hoteleiro, entre os municípios contemplados no estudo, notou-se que no período de 2006 a 2011 a quantidade de municípios na região com pelo menos um estabelecimento hoteleiro aumentou. Merece destaque novamente o município de Salinas que, no período analisado, dobra o número de estabelecimentos hoteleiros. Um fator preocupante para o turismo na região é que em Grão Mogol, uma cidade com razoável quantidade de atrativos turísticos e acervo histórico considerável, apresenta apenas um estabelecimento hoteleiro cadastrado em 2011, o que parece indicar pouco aproveitamento do potencial da cidade. Vale ressaltar ainda que agências e operadores de viagem aparecem em 2006 nos municípios de Janaúba, Januária e Salinas, e em 2011 também em Porteirinha. Um bom indicador da demanda por atividades turísticas locais e a necessidade de apoio para o ecoturismo. Gráfico 11 Estabelecimentos por município e atividade (2002) Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2002, MTE/RAIS. Gráfico 12 Estabelecimentos por município e atividade (2006)

110 110 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2006, 1985-RAIS/MTE. Gráfico 13 - Estabelecimentos por município e atividade (2011) Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de ANUÁRIO RAIS 2006, 1985-RAIS/MTE.

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