CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL LC Nº 80 DPE/SC. Por Franklyn Roger. pág. 1
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1 CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL LC Nº 80 DPE/SC Por Franklyn Roger pág. 1
2 Estude para o concurso da Defensoria Pública DE SANTA CATARINA CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL O Novo Código de Processo Civil e a perspectiva da Defensoria Pública (2017) Autor: Franklyn Roger Alves Silva Páginas: 603 Edição: 3ª Ano: 2017 ISBN: Dimensões: 16x23cm Princípios Institucionais da Defensoria Pública Autor: Franklyn Roger Alves Silva e Diogo Esteves Páginas: Edição: 2ª Ano: 2017 ISBN: Dimensões: 16x23cm Princípios Institucionais da Defensoria Pública: O Novo Código de Processo Civil e a perspectiva da Defensoria Pública (2017): pág. 2
3 PROFESSOR: FRANKLYN ROGER PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS E LEGISLAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA Prezados alunos, Este material é um simples auxílio na preparação para a prova objetiva da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina. Sem um estudo responsável da matéria com a leitura atenta da legislação, as chances de êxito na disciplina serão reduzidas. Sobre a bibliografia, recomendo as duas obras cujos links estão abaixo indicados, uma de Princípios Institucionais e outra de Direito Processual Civil com temática institucional: Uma metodologia adequada de estudo deve primeiro prestigiar a leitura da lei nacional e, em seguida, a leitura da lei local. Santa Catarina é um Estado peculiar, pois foi um dos últimos a implementar sua Defensoria Pública. Veremos que a legislação deste Estado possui algumas incongruências que podem ser trabalhadas durante a prova. Trago um contraponto entre a lei nacional e a lei estadual seguido de breve comentário. Em alguns casos, veremos que o debate terá relação com o novo Código de Processo Civil e não propriamente com a LC n. 80/94. Boa sorte no dia da prova! pág. 3
4 LC N. 80/1994 LCE 575/2012 COMENTÁRIO Sem dispositivo correspondente Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: Art. 2º Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, de acordo com os critérios a serem fixados pelo Conselho Superior da Defensoria Pública. Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, a serem exercidas exclusivamente em benefício de seus assistidos, nos termos do art. 2º desta Lei Complementar, dentre outras: Apesar de a LC n. 80/94 ser omissa a respeito da definição do que é necessitado, a Lei Estadual avançou reproduzindo parte do conteúdo da parcialmente revogada Lei n /50. Observem que esta definição de necessitado não encontra eco na doutrina (ampliação do conceito) e no próprio Código de Processo Civil (Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.). Notem que a lei estadual restringe o exercício das funções institucionais exclusivamente aos seus assistidos, uma redação que soa muito limitadora. Existem funções institucionais que não são voltadas diretamente a um assistido específico, razão pela qual a redação da lei nacional é mais acertada. Tenham atenção com essa distinção. pág. 4
5 Sem dispositivo correspondente Art. 7º A Defensoria Pública elaborará sua proposta orçamentária atendendo aos seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo. (...) 4º Para a elaboração de sua proposta orçamentária, a Defensoria Pública terá como parâmetro para a fixação de suas despesas, a serem financiadas com recursos ordinários do Tesouro Estadual, cota orçamentária necessária à cobertura das despesas de pessoal e encargos sociais e outras despesas relacionadas às atividades de manutenção e ações finalísticas, ficando vedada a fixação de percentuais de despesas em relação à Receita Orçamentária. 5º O Poder Executivo informará à Defensoria Pública a cota orçamentária para a elaboração de sua proposta orçamentária. Os 4º e 5º não possuem nenhuma reprodução na LC n. 80/94 e na Constituição da República. O 5º possui uma redação limitadora, como se o orçamento da Defensoria Pública estivesse limitado a proposta a ser indicada pelo Executivo. Já vimos em diversas oportunidades o STF afirmar que o Poder Legislativo é quem detém autorização constitucional para aprovar o orçamento. Não pode o Executivo querer ditar a proposta orçamentária da Defensoria Pública. Tenham cuidado sobre o modo como o enunciado trabalhará esse tema. pág. 5
6 Art. 98. A Defensoria Pública dos Estados compreende: I - órgãos de administração superior: a) a Defensoria Pública-Geral do Estado; b) a Subdefensoria Pública-Geral do Estado; c) o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado; d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado; II - órgãos de atuação: a) as Defensorias Públicas do Estado; b) os Núcleos da Defensoria Pública do Estado; III - órgãos de execução: a) os Defensores Públicos do Estado. IV órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado. Art. 8º A Defensoria Pública compreende: I - órgãos de administração superior: a) a Defensoria Pública Geral; b) a Subdefensoria Pública Geral; c) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública; e d) o Conselho Superior da Defensoria Pública; II órgãos de atuação: a) os Núcleos Especializados da Defensoria Pública; e b) os Núcleos Regionais da Defensoria Pública; III órgãos de execução: os Defensores Públicos e os Defensores Públicos Substitutos; e (Redação dada pela LC 690, de 2017). IV - órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública. Importante conhecer o modelo de divisão de órgãos da DPESC, que adota fórmula semelhante a do art. 98 da LC n. 80/94. É muito comum em provas de múltipla escolha, questões que indaguem a constituição orgânica da Defensoria Pública. Notem para a recente lei desse ano que inseriu os Defensores Públicos Substitutos como órgãos de execução. pág. 6
7 1º O Defensor Público-Geral será substituído em suas faltas, licenças, férias e impedimentos pelo Subdefensor Público-Geral, por ele nomeado dentre integrantes estáveis da Carreira, na forma da legislação estadual. Art A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Geral e o Ouvidor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de seus membros, em número e forma a serem fixados em lei estadual. Art. 11. O Subdefensor Público-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral dentre integrantes estáveis da carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos e o substituirá em suas faltas, licenças, férias e impedimentos. Art. 15. O Conselho Superior da Defensoria Pública tem a seguinte composição: I - membros natos: a) Defensor Público Geral; b) Subdefensor Público Geral; c) Corregedor-Geral; e d) Ouvidor-Geral; e II - membros eleitos: 5 (cinco) Defensores Públicos. Dentro do lastro concedido pela LC n. 80/94 a lei catarinense também exige que o subdefensor seja maior de 35 anos. A meu ver, trata-se de previsão coerente com o sistema. Se o subdefensor é o substituto legal do chefe institucional, natural que os seus requisitos de investidura sejam os mesmos. Atencão para a composição classista do Conselho Superior: 5 membros para a formação de maioria no órgão de composição coletiva. Lembrem também que apesar de ser membro nato do Conselho Superior, o Ouvidor-Geral só tem assento e voz, mas não vota nas deliberações do órgão colegiado. pág. 7
8 Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em lista tríplice formada pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução. Art. 17. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública, de acompanhamento da fiscalização da atividade funcional dos seus membros e servidores e de promoção da qualidade dos serviços prestados pela Instituição e será dirigida pelo Ouvidor Geral. (...) 2º É pré-requisito para a nomeação ao cargo de Ouvidor-Geral a conclusão de curso de graduação, preferencialmente nas áreas de Direito, Administração, Ciências Contábeis ou Economia, ou a conclusão de curso de pós- -graduação voltado à administração pública. (NR) (Redação alterada pela LC 630/14). A lei catarinense avançou nos requisitos para o cargo de Ouvidor-Geral, exigindo que o cidadão detenha curso de graduação, preferencialmente nas áreas de Direito, Administração, Ciências Contábeis ou Economia, ou a conclusão de curso de pós-graduação voltado à administração pública. Apesar de ter uma opinião própria a respeito da Ouvidoria, particularmente, entendo que se trata de uma restrição indevida, considerando o papel da Ouvidoria no seio da Defensoria Pública. A Ouvidoria-Geral foi desenhada pela LC n. 80/94 como uma forma de participação popular no seio da Defensoria Pública. Se para o exercício de mandato eletivo (forma de representação popular), não se exige formação em nível superior, me parece que a exigência vai de encontro ao espírito do instituto e ao próprio modelo da LC n. 80/94. No entanto, tenham atenção no enunciado da prova, especialmente sob a perspectiva indagada pela banca. pág. 8
9 Sem correspondente Sem correspondente Art. 22. Aos membros da Defensoria Pública incumbem, sem prejuízo de outras atribuições estabelecidas pelas Constituições Federal, Estadual e por demais diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos seus assistidos, no âmbito judicial, extrajudicial e administrativo. (...) 2º O Defensor Público atuará junto a todos os Juízos de 1º grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de jurisdição, instâncias administrativas e Tribunais Superiores. Art. 25. A carreira de Defensor Público é composta das seguintes categorias: I Defensor Público Substituto; (Redação dada pela LC 690, de 2017) II Defensor Público da Terceira Categoria; (Redação dada pela LC 690, de 2017) III Defensor Público da Segunda Categoria; e (Redação dada pela LC 690, de 2017) IV Defensor Público da Primeira Categoria. (Incluído pela LC 690, de 2017) O art. 22 da Lei Estadual confere atribuição à DPESC para atuar nos tribunais superiores. Sabemos que o STF e STJ já admitem a atuação das Defensorias Públicas Estaduais nos processos que lá tramitam, contanto que haja previsão específica na lei estadual e órgão devidamente instalado, não se tratando de uma atribuição exclusiva da DPU. Tenham atenção com a divisão da carreira da DPESC em quatro classes, pois ela foi reorganizada por recente lei. pág. 9
10 Sem correspondente Sem correspondente Art. 30. São requisitos para a posse: (...) IV - inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 1º Os candidatos que estiverem proibidos de se inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil durante o concurso comprovarão o registro até a posse no cargo de Defensor Público. Art. 36. Os Defensores Públicos são inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma desta Lei Complementar. 1º A inamovibilidade dos Defensores Públicos Substitutos, ainda que estáveis, está circunscrita à região administrativa em que ocorrer a lotação. Trata-se de semelhante problema encontrado para o ingresso na DPU. Apesar de a LC n. 80/94 não exigir inscrição na OAB para a investidura no cargo de Defensor Público Estadual, algumas Leis Estaduais assim o fazem, como é o caso de Santa Catarina. Temos defendido que com o advento da LC n. 132/09 e a introdução do art. 4º, 6º, a exigência de inscrição foi tacitamente revogada. No entanto, considerando o seu regramento na lei estadual catarinense, deve o candidato ter atenção sobre o questionamento da banca. A lei catarinense é uma das poucas a tratar da garantia inamovibilidade, definindo o seu efeito territorial, como verificamos do art. 36. Já expusemos em nossa obra que a inamovibilidade compreende a preservação das atribuições territoriais e funcionais do órgão da Defensoria Pública e sua consequência é o impedimento de o Defensor Público ser deslocado de sua titularidade. Com o advento da EC n. 80/14, a inamovibilidade se tornou uma garantia de natureza relativa, como exposto em estudo que indico ao final. pág. 10
11 Sem correspondente Art. 65. Compete à Defensoria Pública arcar com o pagamento dos honorários periciais em benefício dos abrangidos pela justiça gratuita, nos termos da Lei federal no 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, enquanto não regulamentada pelo Poder Judiciário de Santa Catarina a aplicação da Resolução no 127, de 15 de março de 2011, do Conselho Nacional de Justiça. O dispositivo do art. 65 não é consentâneo com as regras do novo CPC. A Defensoria Pública não pode ser compelida a arcar com as despesas periciais de seus assistidos, cabendo ao Estado custear a prova. (Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser: I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado; II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça. 5º Para fins de aplicação do 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública). pág. 11
12 LCE 575/12 LC 80/94 Leitura sobre a Emenda Constitucional n. 80/14 CONSTITUCIONAL_N._80_14 pág. 12
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