REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA MULHERES GRÁVIDAS. Palavras-chave: Violência de gênero. Saúde da mulher. Gestante.

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1 REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA MULHERES GRÁVIDAS Inez Sampaio Nery 1 Ariane Gomes dos Santos 2 Tatianne Bandeira de Vasconcelos 3 Resumo A violência de gênero atinge mulheres independentemente da classe social, idade, cor, etnia, religião e orientação sexual, provocando sérias sequelas na saúde das vítimas. Devido à magnitude dessas consequências físicas e psicológicas, a violência contra a mulher representa um grave problema de saúde pública. O presente estudo teve como objetivos: descrever as formas de violência de gênero e analisar as repercussões desta violência na saúde da gestante. Diante deste cenário, realizou-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, na qual se utilizou livros, artigos e manuais oficiais. Os resultados deste estudo revelaram que qualquer forma de violência acarreta em inúmeros danos para a saúde das vítimas, como prejuízo físico e/ou moral, insegurança, medo, perda da autoestima e depressão, principalmente para as gestantes. Percebeu-se que os altos índices de violência podem ser explicados pela baixa escolaridade nessa categoria. Além disso, essas mulheres geralmente são subordinadas financeiramente aos cônjuges, fato que os induz a pensar que possuem poder sobre a mulher. Concluiu-se que é de fundamental importância que os profissionais da Estratégia da Saúde da Família realizem discussões, a fim de arraigar o debate na sociedade sobre a violência contra a mulher, em especial, da gestante, e propiciar maior sensibilização dos profissionais diante desta problemática. Com isso, busca-se que a própria sociedade apóie a mulher agredida, já que, sozinha, não possui ferramentas capazes de acabar com essa realidade para vencer o medo e denunciar situações de violência. Palavras-chave: Violência de gênero. Saúde da mulher. Gestante. 1 INTRODUÇÃO A violência representa um fenômeno complexo existente no mundo inteiro. Em razão da especificidade de gênero, homens e mulheres são atingidos pela violência de maneira diferenciada. Enquanto os homens tendem a serem vítimas de violência ocorrida nos espaços públicos, geralmente sendo praticadas por outro homem, as mulheres são vítimas no âmbito privado, dentro de seus próprios lares, sendo o agressor, na maioria das vezes, seus maridos 1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Livre Docente, Professora associado II do Departamento de Enfermagem e do Programa de Mestrado em Enfermagem e Mestrado e Doutorado de Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Especialista em Metodologia do Ensino e Assistência de Enfermagem, Administração Hospitalar, Terapias Naturais, Produtos Naturais e Acupuntura Sistêmica. ineznery.ufpi@ gmail.com. 2 Enfermeira. Especialista em Urgência e Emergência. Mestranda em Ciências e Saúde na Universidade Federal do Piauí. arianeg.santos@hotmail.com 3 Delegada de Polícia Civil do Piauí. Mestranda em Políticas Públicas na Universidade Federal do Piauí-UFPI. Piauí/Brasil. tatiannebandeira@hotmail.com

2 ou companheiros. Essa violência contra a mulher resulta da desigualdade de gênero existente nas relações sociais, culturais, políticas e econômicas (QUEIROZ, 2008). A violência de gênero atinge mulheres independentemente da classe social, idade, cor, etnia, religião e orientação sexual, e ocasiona sérias sequelas para as vítimas. Devido a essa amplitude e complexidade que envolve o tema, a violência de gênero deixou de ser um problema resolvido no âmbito das relações interpessoais e passou a ser tratada como uma questão social, exigindo do Estado políticas públicas no sentido de prevenir e combater este tipo de violência. Dentre as ações públicas, destaca-se a constituição de uma rede de serviços de apoio à mulher vítima de violência, para dar conta do caráter multidimensional do fenômeno, relacionadas a diversas áreas, como: saúde, educação, segurança pública, assistência social, justiça e cultura (BRASIL, 2011). Ao debaterem-se as questões de saúde da mulher, no que se refere à saúde sexual e reprodutiva, identifica-se a violência como fator de profunda relevância, pois atualmente, um grande número mulheres vive em condição de violência, devido às desigualdades nas relações de gênero, que representa uma grave violação dos direitos humanos das mulheres. Essa situação torna-se ainda mais agravante quanto envolve gestantes. A violência intrafamiliar pode desencadear agravos psicológicos, muitas vezes, irreparáveis a essas gestantes que possuem um relacionamento conturbado, sem apoio do companheiro no que diz respeito à gestação e à sua própria vida (SANTOS et al., 2010). Nos casos em que a família as rejeitam, os parceiros as abandonam, os serviços de saúde especializados são insuficientes, tais gestantes acabam por ter seu desenvolvimento gravídico, social e psicológico comprometido devido a essas constantes tensões. Portanto, neste estudo a violência de gênero é analisada no âmbito da saúde da gestante, em virtude das repercussões significativas sobre a saúde e a qualidade de vida das vítimas. Estudos evidenciam que o acúmulo de sofrimentos e a dificuldade em exteriorizar seus problemas decorrentes da violência implicam não apenas na saúde física da mulher, como também na psicológica e emocional (ROTANIA et al., 2003). Diante da magnitude de sequelas orgânicas e emocionais, a violência contra a mulher tornou-se um problema de saúde pública em vários países (MINAYO, 2006), o que justifica a relevância de reflexões acerca do assunto. Assim, realizou-se uma revisão bibliográfica, tendo como ponto de partida a seguinte questão: quais as repercussões da violência de gênero na saúde da gestante? Portanto, este questionamento foi o problema que impulsionou a realização deste estudo que teve como

3 objetivos: descrever as formas de violência de gênero e, analisar as repercussões desta violência na saúde da gestante. Nesta perspectiva, o presente estudo está organizado de modo a abordar inicialmente a violência de gênero como fruto de relações hierárquicas entre homens e mulheres decorrentes do sistema patriarcal de família. Em seguida, apresentam-se as políticas públicas de enfrentamento da violência de gênero e, por fim, ressaltar-se as formas de violência e as repercussões desta violência na saúde da gestante. 2 ASPECTOS CONCEITUAIS DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO Na definição da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, conhecida por Convenção de Belém do Pará, a violência contra a mulher consiste em qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada (OEA, 1994). Desta forma, para analisar a violência contra a mulher, é indispensável o entendimento do conceito de gênero. Este termo refere-se a um sistema de relações entre mulher e homem, determinado por contextos políticos, econômicos, culturais e sociais e não por uma determinação biológica ou natural. Relações de gênero são construídas através de um processo no qual os indivíduos nascem biologicamente fêmea ou macho e são transformados dentro da sociedade, passando a categorias sociais do ser mulher e do ser homem. Segundo Chauí (1985, p. 35), a violência pode ser considerada não apenas como violação ou transgressão de normas, regras e leis, mas sob dois ângulos: Em primeiro lugar, como conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade, com fins de dominação, de exploração e opressão. Em segundo lugar, como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio de modo que, quando a atividade e a falta de outrem são impedidas ou anuladas, há violência. É justamente essa relação hierárquica de desigualdade que está diretamente vinculada ao termo gênero, pois este é utilizado para demonstrar e sistematizar as desigualdades socioculturais existentes entre mulheres e homens, impondo a eles papéis sociais diferenciados que foram construídos ao longo dos anos, criando pólos de dominação e submissão (TELES; MELO, 2003).

4 No decorrer da história, as relações entre homens e mulheres foram marcadas por condições de dominação masculina e submissão feminina. Os papéis destinados tanto para homens como para mulheres foram cultural e socialmente construídos e naturalizados, cabendo à mulher a função de cuidadora da casa e dos filhos, devendo obediência na infância ao pai e, mais tarde, ao companheiro, caracterizando uma ordem patriarcal de organização familiar (AMARAL, 2005; SOUTO et al., 2011). Saffioti (1999) destaca o patriarcado como um sistema masculino de opressão às mulheres que se expressa na forma de poder enraizado fundamentalmente nas relações sociais de gênero. Neste sentido, Bourdieu (2002) entende que as diferenças de sexo e gênero são produto de um longo trabalho coletivo de socialização do biológico, o que vem confirmar com o pensamento de Saffioti (1987, p ), ao dizer que: A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através de distintos papéis que a sociedade espera ver cumpridos pelas diferentes categorias de sexo. A sociedade delimita com bastante precisão os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma que escolhe os terrenos em que pode atuar o homem [...] Rigorosamente, os seres humanos nascem machos e fêmeas. É através da educação que se tornam homens e mulheres. Desta forma, gênero não diz respeito às diferenças sexuais que atribui status diferente ao homem e mulher, mas representa um conceito cultural, referindo-se à forma social da sexualidade humana. Segundo Scott (1995. p. 86.), gênero é entendido como elemento constitutivo de relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos e uma forma primária de dar significado as relações de poder. Destarte, a violência de gênero está diretamente relacionada às relações de poder estabelecidas entre homens e mulheres, pois a ideologia dominante tem função de difundir e reafirmar a supremacia masculina, em detrimento à inferioridade feminina. Assim, quando a mulher não aceita como natural o lugar a ela imposto pela sociedade, os homens recorrem a artifícios como a violência simbólica (psicológica e/ou moral) para fazer valer suas vontades e a violência física se manifesta nos espaços lacunares, em que a ideologia da violência simbólica não se faz garantir (SILVA, 1992). 3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO A proteção social, assumida pelo Estado como função legal e legítima, institucionaliza-se e toma formas concretas através de políticas de caráter social (DI

5 GIOVANNI, 1998). Assim, a proteção exercida pelo Estado modela-se institucionalmente através de políticas públicas. Políticas públicas representam as ações, metas e planos que o governo estipula para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. Neste sentido, o Estado deve implementar políticas públicas voltadas para equipar as oportunidades entre os indivíduos, buscando corrigir as desigualdades sociais, econômicas e culturais. No Brasil, a criação de políticas públicas de enfrentamento à violência possui trajetória recente. Apenas na década de 80 as políticas públicas foram implementadas no ponto de vista do gênero, devido ao movimento feminista e as conferências internacionais sobre as mulheres (NEGRÃO, 2004). O tema da violência doméstica contra mulheres tornou-se uma das principais bandeiras de luta do movimento feminista no país. No final dos anos 70 esses movimentos se organizaram para denunciar casos nos quais mulheres estavam sendo mortas por seus companheiros que permaneciam impunes, amparados por argumentos como a legítima defesa da honra. Essas denúncias estavam voltadas no sentido de retirar a discussão sobre violência do âmbito privado, colocando a problemática para a sociedade e exigindo do Estado ações capazes de combater a violência contra a mulher. O feminismo parte do reconhecimento da hierarquia social entre homens e mulheres, para reivindicar a igualdade de gênero e buscar a consolidação da cidadania feminina. A discussão sobre a violência contra a mulher no Brasil pelo movimento feminista também foi intensificada com o processo de abertura política, em 1985, ocasionada pelo enfraquecimento do regime militar e a redemocratização do Estado brasileiro (SUÁREZ; BANDEIRA, 2002). Com isso, ocorreu a criação de novas instituições e leis que pudessem corresponder a um Estado de direito democrático e ao reconhecimento dos direitos de cidadania plena para todo(s) os(as) brasileiros(as) (PASINATO; SANTOS, 2008, p. 9). Para Oliveira e Cavalcanti (2007), consolidar políticas públicas na área de gênero envolve desafios relacionados a vencer resistências internalizadas. São necessárias ações que minimizem essas resistências e que funcionem como correções nas distorções existentes, igualando os direitos entre homens e mulheres. Assim, as políticas públicas voltadas para as mulheres são as que tendem a universalizar os seus direitos legalmente instituídos, mas vivenciados por uma minoria privilegiada. As autoras referem-se a essas políticas como políticas ou ações afirmativas, pois representam instrumentos que o Estado possui, voltadas para superar ou ao menos amenizar as desigualdades e para defender os direitos humanos, na sua integralidade, atentando para as especificidades do sexo feminino.

6 Em virtude da magnitude do fenômeno da violência contra a mulher, há necessidade de uma política interministerial, com envolvimento de diversas esferas do poder público em parceria com entidades da sociedade civil. Além disso, é preciso uma política social voltada para a eliminação da violência contra a mulher, buscando superar o caráter focalista e descontínuo que tem caracterizado as políticas públicas no Brasil (SUÁREZ; BANDEIRA, 2002). Neste sentido, as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher clamam por um enfoque mais integral, com o objetivo de resgate das mulheres vitimadas. Mendes (2007) destaca que a violência contra a mulher é objeto de análise, proposição e intervenção social de natureza complexa. Há que se promover, dessa forma, um trabalho de caráter inter setorial contínuo, buscando consolidar uma política antidiscriminatória capaz de construir a igualdade entre mulheres e homens. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, vinculada a Presidência da República, criou o I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, em 2004, e o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, em 2008, nos quais consta um capítulo específico sobre o enfrentamento à violência contra as mulheres que estabeleceu conceitos, princípios, diretrizes, ações de prevenção e combate à violência de gênero, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência. Nesses Planos foi enfatizada a necessidade de desenvolvimento de uma rede de atendimento às mulheres em situação de violência, articulando os serviços dos diferentes setores de governo, a sociedade civil e os movimentos sociais de mulheres (BRASIL, 2008) Dentre as ações públicas, destaca-se a constituição de uma rede de serviços de apoio à mulher vítima de violência, para dar conta do caráter multidimensional do fenômeno, relacionadas a diversas áreas, como: saúde, educação, segurança pública, assistência social, justiça e cultura (BRASIL, 2011). No entanto, a mulher vitimada evita denunciar e se isola dos sistemas de apoio, o que a torna ainda mais dependente do seu agressor. Essa conduta aumenta a dependência feminina e limita as possibilidades de ser ajudada. Com a internalização da culpa, a mulher se sente responsável e merecedora de atos de agressão e os justifica referindo-se a falhas em seu comportamento. Isso contribui para o rebaixamento da autoestima produzido pela convivência da mulher com a violência. Esta, por sua vez, é uma escalada perigosa que tende a crescer e, no geral, inicia-se com agressões verbais, passando para as físicas e/ou sexuais, atingindo seu ponto máximo no homicídio (DREZETT, 2007).

7 4 FORMAS DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO De acordo com a Lei nº , de 7 de agosto de 2006, conhecida por Lei Maria da Penha, estabelece cinco formas de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. A denominação desta lei foi em homenagem a uma das vítimas de violência masculina contra a mulher no Brasil, a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que se encontra paraplégica devido à tentativa de homicídio por seu ex-marido. Ressalta-se que a referida norma representa um marco muito importante no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo uma série de dispositivos protetivos e de assistência. A violência física consiste em provocar lesões corporais possivelmente diagnosticáveis, como cutâneas, neurológicas, ósseas, provocadas pelas mais variadas maneiras, como espancamentos, tapas, queimaduras, mordidas e uso de armas de fogo ou armas brancas ou qualquer outra conduta que coloque em risco a integridade física da mulher. Para Minayo (2006, p. 82) a violência física significa o uso da força para produzir injúrias, feridas, dor ou incapacidade em outrem. A violência psicológica diz respeito a todo ato que provoca prejuízo à saúde emocional e psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal da mulher. Esse tipo de violência ocorre quando o agressor tenta controlar as ações e decisões da mulher, à medida que a ameaça, intimida, isola, manipula, humilha ou rejeita (BRASIL, 2005, p ). Dentre as principais formas de manifestação da violência psicológica, destaca-se o isolamento, no qual o homem afasta a mulher do convívio social, proibindo-a de manter contato com familiares, com amigos, a estudar e a trabalhar, fazendo com que a mulher não tenha uma rede de apoio. Ao isolar do convívio social, o homem passa a ter o controle absoluto da mulher, o que a torna mais dependente e mais submissa ao agressor. Já a violência moral representa qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, ou seja, quando o homem atinge a honra da mulher, como proferir palavras que ofendem a sua imagem ou xingamentos (BRASIL, 2006). A violência moral está diretamente ligada à violência psicológica, pois quando o agressor insulta a mulher, as palavras abalam o seu emocional, acarretando também em violência psicológica. A violência patrimonial é entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer

8 suas necessidades (BRASIL, 2006). É utilizada em muitos casos como forma de limitação da liberdade da mulher, inclusive do seu direito de ir e vir, na medida em que lhe são retirados meios para a própria subsistência. Outra forma de violência praticada contra a mulher é a sexual, sendo qualquer ato sexual sem seu consentimento, com o uso de força, ameaça ou outro meio que anule ou restrinja a vontade sexual (ALMEIDA; DINIZ, 2004). A violência sexual ocorre quando o homem obriga a mulher a ter relações sexuais com ele ou com outros, ou a força a práticas sexuais que não a agradam. Ressalta-se que a violência sexual geralmente é silenciada, pois a mulher considera aceitável ceder ao seu homem. Diniz e Pondaag (2006) afirmam que uma das faces mais perversas da violência contra a mulher é o silêncio, que se configura como uma válvula de escape e coloca a vítima numa teia de culpa e angústia capazes de provocar sequelas físicas e psicológicas. Portanto, o medo é uma das razões do silêncio da mulher em situação de violência e, segundo as autoras, perfaz um caminho de negação da própria situação vivenciada. O medo representa o suporte para o silêncio. A mulher em situação de violência muitas vezes também não procura ajuda por sentir-se envergonhada ou humilhada e até culpada por aquela situação. Além disso, a mulher não denuncia o agressor por temer pela sua segurança e dos seus filhos, ou por depender economicamente ou afetivamente do mesmo, ou por achar que ele venha a mudar seu comportamento violento. Outro aspecto a ser destacado no estudo da violência de gênero é a dificuldade de reconhecimento da violência pelas próprias mulheres. Algumas mulheres acham que só configura a violência quando há agressão física, quando deixam marcas visíveis no corpo. Ressalta-se que geralmente a violência física é precedida da violência psicológica e moral e, por ser menos perceptível, acaba não sendo identificada pelas próprias mulheres. 5 REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA SAÚDE DAS GESTANTES Durante a gestação a mulher enfrenta mudanças físicas e psicológicas que a tornam mais sensíveis ou fragilizadas, o que merece uma maior atenção por parte do companheiro e da família. No entanto, a violência é uma realidade da vida de muitas dessas mulheres, desencadeando prejuízos, muitas vezes, irreparáveis ao binômio mãe-filho. A gestação pode ser considerada uma fase particularmente vulnerável, que agrava, ainda mais, as repercussões do ciclo da violência. A violência é citada como uma complicação

9 na gravidez mais frequente que o diabetes, a hipertensão e outras complicações sérias. Nesse contexto, além dos danos resultantes da violência em si, nos diversos ciclos da vida, outros podem resultar da violência nessa fase, tais como: retardo em iniciar o pré-natal, abortamento e natimortalidade, baixo peso ao nascer, trabalho de parto prematuro, perdas fetais, infecções vaginais, uterinas, hemorragias, traumas abdominais, ruptura prematura de membranas e morte materna (BONFIM; LOPES; PERETTO, 2010). Do ponto de vista diagnóstico, a violência contra a mulher está inclusa nas causas externas de morbimortalidade (BONFIM; LOPES; PERETTO, 2010). A violência física pode causar desde pequenas lesões corporais até deficiências físicas e óbito da mulher. Como consequências físicas da violência, apresentam-se as inflamações, contusões, fraturas edemas, hematomas, queimaduras, lacerações, escoriações, danos oculares, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável (CASIQUE; FUREGATO, 2006). Um aspecto importante relacionado às marcas corporais resultantes da violência física é que a mulher geralmente esconde essas marcas, pois na sua concepção elas são motivo de vergonha e como tal não podem ser notadas pela sociedade. Com vergonha, estas marcas impedem as mulheres até mesmo de procurar qualquer tipo de ajuda. Estudo desenvolvido por Audi et al. (2008) mostrou que gestantes que presenciaram ou sofreram violência quando jovens são mais suscetíveis a sofrer violência durante a gestação. Entretanto, não há consenso sobre a gravidez ser fator de risco para esse tipo de violência. Este estudo mostrou, também, que a média de idade das gestantes agredidas foi de 23,8 anos. Resultado semelhante foi encontrado na pesquisa de Santos et al. (2010), pois mostra que a idade prevalente das gestantes violentadas foi de 22 a 26 anos, o que representa 31,0% dos casos. A maior parte das grávidas agredidas exercia atividades domésticas, sendo as agressões sofridas, em sua grande maioria, pelas profissionais do lar, correspondendo a 42,3% do total de mulheres. Os altos índices de violência podem ser explicado pela baixa escolaridade nessa categoria. Além disso, essas mulheres geralmente são subordinadas financeiramente aos cônjuges, fato que os induz a pensar que possuem poder sobre a mulher (SANTOS et al., 2010). As agressões contra gestantes, também, podem desencadear agravos psicológicos, muitas vezes, irreparáveis a essas gestantes que são alvos de constantes tensões psicológicas que geram sofrimento, frustração, medo e angústia por terem que conviver com seu próprio agressor. Além disso, o desconhecimento da gestação, associado ao uso incorreto de anticoncepcionais e não realização do pré-natal, bem como agressões físicas e estresse, são

10 considerados pelas mulheres fatores determinantes do processo de abortamento (NERY et al., 2006). A violência psicológica e moral, embora não deixem no corpo da mulher marcas visíveis, provocam outros tipos de sequelas que, muitas vezes, são bem mais sérias e de difícil reparação (DAY, 2003). A violência psíquica caracterizada pelo comportamento de ameaçar, culpar, intimidar, humilhar, provocar confusão mental ou culpar, coagir, isolar, provoca como consequências o estresse, destruição da autoestima, apatia, depressão, irritabilidade, distúrbios sexuais, distúrbios do sono, pânico, abuso na ingestão de substâncias, ansiedade generalizada, fobia, comportamento antisocial, dentre outras (SOARES, 1999). As consequências da violência patrimonial na saúde da mulher estão vinculadas aos mesmos danos causados pela violência psicológica, pois na medida em que o agressor restringe objetos, instrumentos de trabalho, documentos, bens e valores da mulher, esta se sente limitada em suas ações, o que acarreta em problemas psicológicos. A violência sexual, na qual a mulher é forçada a manter relações sexuais ou submetida a práticas sexuais indesejadas, também deixa marcas físicas e/ou psicológicas nas vítimas. Como consequências sexuais e reprodutivas, aparecem distúrbios ginecológicos, infertilidade, doenças inflamatórias pélvicas crônicas, complicações na gravidez, abortos espontâneos, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, além de morte fetal e materna (CASIQUE; FUREGATO, 2006). A situação de violência pode levar a um sofrimento crônico que parece debilitar as possibilidades da mulher de cuidar de si mesma e dos seus filhos. A negligência de cuidados é reconhecida nos estudos, através da medida de comportamentos e uso de serviços, mostrando que estas mulheres são mais propensas a abuso de álcool, tabaco e drogas, possibilidade de sexo inseguro e entrada tardia no pré-natal (SCHRAIBER et al., 2002). Portanto, mulheres vítimas de violência nas relações afetivas, além de carregar traumas físicos e psicológicos no decorrer de suas vidas, são mais suscetíveis a outras formas de violências como prostituição, aborto, álcool, drogas, doenças sexualmente transmissíveis, doenças ginecológicas e crise de depressão (ALMEIDA; DINIZ, 2004). Além disso, o sofrimento psíquico nas mulheres expõe o risco de suicídios dessa parcela do segmento feminino (PORTO; LUZ, 2004). Devido à gravidade das consequências provocadas pela violência contra a gestante, enfatiza-se a necessidade da mulher procurar profissionais da área da saúde, para amenizar os danos causados. O papel dos profissionais da saúde é de grande relevância diante das situações de violência sofrida por mulheres, sendo muitas vezes, os primeiros a entrarem em

11 contato com a vítima, percebendo os sintomas físicos, mentais, emocionais e até sociais que caracterizam os casos de violência. Para minimizar seus consequentes agravos, é preciso um olhar criterioso e profundo direcionado para a atenção à saúde com uma abordagem integralizada, individual e contextualizada promovendo, desta forma, ações preventivas em relação à violência doméstica contra a gestante. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A violência representa um grave problema que atinge mulheres, sobretudo no período gravídico, no mundo inteiro, sendo enraizada na tradição cultural, na organização social, nas estruturas econômicas e nas relações de poder. Esse tipo de violência diz respeito ao gênero, praticada contra pessoa do sexo feminino, apenas e simplesmente pela sua condição de mulher, a qual revela as desigualdades socioculturais existentes entre homens e mulheres construídos ao longo da história, criando uma relação pautada na desigualdade, na discriminação, na subordinação e no abuso de poder. Qualquer forma de violência: física, sexual, psicológica, moral e patrimonial acarreta em inúmeras consequências para as vítimas, como dano físico e/ou moral, insegurança, medo, perda da autoestima e depressão. Verifica-se ainda que a violência psicológica, moral e patrimonial, embora não deixem marcas visíveis no corpo da mulher como a violência física e sexual, geralmente ocasionam sequelas de difícil reparação. Seria importante que os profissionais da Estratégia da Saúde da Família realizassem discussões, a fim de arraigar o debate na sociedade sobre a violência contra a mulher, em especial, da gestante, e propiciar maior sensibilização dos profissionais diante desta problemática. Com isso, busca-se que a própria sociedade apóie a mulher agredida, já que, sozinha, não possui ferramentas capazes de acabar com essa realidade para vencer o medo e denunciar situações de violência. Portanto, quando se trata das implicações da violência na saúde das gestantes requer um olhar mais atento dos profissionais e serviços da área de saúde para a promoção de uma assistência humanizada. Desta forma, vislumbra-se a relevância e necessidade de equipe profissional qualificada, a qual tenha dos serviços de saúde subsídios para enfrentamento desta problemática. Assim, é imprescindível a assistência às vítimas de violência por profissionais capacitados desta área, para que a mulher tenha sua integridade física e mental

12 recuperada e consequentemente para que seja respeitada na sociedade, consolidando sua dignidade e cidadania. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L. C. G.; DINIZ, N. M. F. Violência sexual: desvelando a realidade que acomete as mulheres. Revista Enfermagem UERJ. v. 12, p , AMARAL, C. C. G. Debates de gênero: a transversalidade do conceito. Fortaleza-CE: Editora UFC, AUDI, C.A.F, et al. Violência doméstica na gravidez: prevalência e fatores associados. Rev Saúde Pública. v. 42, n.5, p , BONFIM, E.G; LOPES, M.J.M; PERETTO, M. Os registros profissionais do atendimento pré-natal e a (in)visibilidade da violência doméstica contra a mulher. Esc Anna Nery Rev Enferm. v. 14, n. 1, p , BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, BRASIL. Ministério da Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília, Lei nº , de 7 de agosto de Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Rede de enfrentamento à violência contra as mulheres. Brasília, CASIQUE, L. C.; FUREGATO, A. R. F. Violência contra mulheres: reflexões teóricas. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 14, n. 6, p , CHAUÍ, Marilena. Participando do debate sobre a mulher e violência. Perspectivas antropológicas da mulher. Rio Janeiro: Zahar, DAY, V. et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. v. 25, n. 1, p. 9-21, DI GIOVANNI, G. D. Sistemas de proteção social: uma introdução conceitual. In: OLIVEIRA, M.A (Org.). Reforma do Estado e políticas de emprego no Brasil. Campinas: UNICAMP, DINIZ, G. R. S.; PONDAAG, M. C. M. A face oculta da violência contra a mulher: o silêncio como estratégia de sobrevivência. In: ALMEIDA, A. M. O. et al (Org.). Violência, exclusão

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