Equipe de Língua Portuguesa. Língua Portuguesa SÍNTESE DA GRAMÁTICA
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- Alessandra Barreiro Caires
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1 Aluno (a): Série: 3ª TUTORIAL 5R Ensino Médio Data: Turma: Equipe de Língua Portuguesa Língua Portuguesa SÍNTESE DA GRAMÁTICA PERÍODO COMPOSTO = enunciado formado por duas ou mais orações que estabelecem entre si relações de coordenação ou de subordinação. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO = constituído por duas orações sintaticamente independentes (completas), que se apresentam organizadas em uma sequência, mas não seguem uma ordem determinada, podendo trocar de posição uma com a outra. A exceção é quando, por restrições lógicas e/ou de sentido, as orações coordenadas têm que seguir um critério cronológico das ações. Também é possível coordenar orações pertencentes a períodos diferentes. Exemplos: (A) Cheguei à casa, encontrei a porta arrombada e chamei a polícia. 1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO 3ª ORAÇÃO COORDENADA COORDENADA COORDENADA conectivo conectivo (pontuação) (conjunção) Caso quiséssemos alterar a sequência das orações acima, teríamos que usar recursos de marcação temporal e outros conectivos para deixar clara a cronologia dos acontecimentos, o que tornará o período eventualmente mais longo, menos objetivo, mas, ainda assim, gramaticalmente correto. O estilo pessoal e o objetivo de quem escreve/fala é que vão determinar essa organização. Outras possibilidades seriam: (B) Encontrei a porta arrombada quando cheguei à casa, então chamei a polícia. (C) Chamei a polícia, porque cheguei à casa e encontrei a porta arrombada. O importante é: 1) Notar que cada uma das três orações coordenadas no mesmo período composto poderia perfeitamente ser isolada num período simples sem prejuízo de seu sentido, o que comprova sua independência sintática em relação às demais. Ou seja, cada uma é completa e não precisa da outra para comunicar sua mensagem, embora haja uma clara relação de sentido entre elas. Não importa se estão no mesmo período ou em períodos diferentes, se há ou não conjunções entre elas, o leitor será capaz de perceber essa ligação. (D) Cheguei à casa. Encontrei a porta arrombada. Chamei a polícia. Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
2 2) Notar que, em (B) e (C), a relação de sentido entre as três orações foi sutilmente alterada por sua reordenação no período e pelos novos conectivos empregados para expressar a cronologia: quando, então e porque, além de ordenarem os fatos, estabelecem, respectivamente, relações de tempo, conclusão/consequência e explicação que não existiam na primeira organização (A). Já em (D), as relações de sentido entre as orações ficam subentendidas, precisam ser inferidas pelo leitor, já que apenas a pontuação foi usada como conectivo. Porém a cronologia foi preservada pela simples apresentação dos fatos na ordem em que aconteceram. 3) Notar que, em (B), a segunda oração cheguei à casa passa a ocupar uma função DENTRO da primeira oração encontrei a porta arrombada graças ao conectivo quando. Uma função de indicação de tempo, ou seja, função de adjunto adverbial de tempo, um termo acessório dentro da oração. Por esse motivo, dizemos que, nessa ordenação, a segunda oração é sintaticamente dependente da primeira, é subordinada a ela, e não mais independente ou coordenada. As orações subordinadas serão tema do próximo Tutorial (5). Mais um exemplo: A noiva desistiu. Não haverá casamento. 1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO COORDENADA COORDENADA OU A noiva desistiu, portanto não haverá casamento. OU Não haverá casamento, pois a noiva desistiu. Como no primeiro exemplo, as diferentes ordenações e os diferentes conectivos servem para coordenar as orações independentes de várias formas, em períodos diferentes ou no mesmo período composto, estabelecendo diferentes relações de sentido, ou deixando-as implícitas para dedução do leitor. SÍNDETO: conjunção, palavras ou expressões que atuam como elementos de ligação entre as orações. Nem sempre está presente, já que a pontuação (vírgula, ponto final, ponto e vírgula etc.) também é usada para esse fim. ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: orações independentes que se encadeiam sem a presença de um síndeto (conjunção). Aparecem justapostas, separadas por vírgulas ou pontos. ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: orações coordenadas que se vinculam umas às outras por meio de conjunções coordenativas, as quais, por sua vez, estabelecem de forma explícita diferentes relações de sentido entre essas orações. RELAÇÕES DE SENTIDO NA COORDENAÇÃO: As orações coordenadas sindéticas são classificadas conforme as relações de sentido estabelecidas pelas conjunções que as introduzem. Veja: Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
3 I) SINDÉTICA ADITIVA: disposta de modo a dar ideia de uma sequência ou adição de fatos ou acontecimentos, sem nenhuma outra relação de sentido entre ela e a outra oração. Principais conjunções: e (para as afirmativas), nem (para as negativas), não só... mas também, não apenas...como, também, além de. Não comi muito, nem deixei de fazer exercícios. II) SINDÉTICA ADVERSATIVA: ocorre quando o conteúdo da segunda oração coordenada do período opõe-se àquilo que se declara na primeira, estabelecendo-se uma ideia de contraste, compensação, quebra de expectativa. Principais conjunções: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante. Gostaria de descansar, mas preciso estudar um pouco. III) SINDÉTICA ALTERNATIVA: quando o conteúdo de uma das orações exclui o conteúdo da outra, obrigando a uma escolha ou dedução única, ou indicando a alternância entre os fatos na sequência temporal. Principais conjunções: ou, ou...ou, ora...ora, seja...seja..., quer...quer. Usarei o computador ou assistirei à TV. Ora cantava baixinho, ora chorava. IV) SINDÉTICA CONCLUSIVA: quando a segunda oração expressa uma conclusão ou consequência lógica em relação ao conteúdo da primeira. Principais conjunções: logo, portanto, pois (posposto ao verbo), então, assim, desse modo, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Treinou muito, por isso ficou exausto. Decepcionou-se com a viajem, não vai, pois, voltar àquele lugar. V) SINDÉTICA EXPLICATIVA: quando uma oração coordenada oferece uma explicação para aquilo que se afirma na outra oração, normalmente a anterior. Principais conjunções: porque, que, pois (antes do verbo), já que, como. Márcia se esforçou muito, pois desejava vencer o concurso. Já que se distraiu, não viu o amigo passar. IMPORTANTE: Quando invertemos a ordem de duas orações coordenadas no mesmo período, entre as quais haja relação de conclusão, e alterando também o conectivo, é possível religá-las criando uma relação de explicação, e vice-versa. Veja: Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
4 Exemplo 1: João viajou, portanto não compareceu à reunião. ASSINDÉTICA SINDÉTICA CONCLUSIVA João não compareceu à reunião, porque viajou. ASSINDÉTICA SINDÉTICA EXPLICATIVA Exemplo 2: A Groenlândia é um território pouco conhecido, pois não investe no turismo. ASSINDÉTICA SINDÉTICA EXPLICATIVA A Groenlândia não investe no turismo, logo é um território pouco conhecido. ASSINDÉTICA SINDÉTICA CONCLUSIVA EXERCÍCIOS TEXTO 1 Mulheres e a ambição Luiz Caversan "O homem sábio não tem ambições. Portanto, não tem fracassos. Aquele que nunca falha é bem sucedido. E aquele que é bem sucedido é todo-poderoso." Eis uma frase datada, ideológica ou teologicamente datada. Trata-se de um axioma tipicamente fora do nosso entendimento, nosso quero dizer ocidental contemporâneo, supostamente pragmático, supostamente eficiente. A frase é tudo de bom. Revela, pelo sentido inverso, nossa incapacidade de sermos os todo-poderosos que desejamos. Para mostrar os todo-poderosos que de fato somos. Imagine, pregar a não-ambição, o não-alcançar, o não-realizar como forma de "chegar lá"? Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
5 Mas esta é a questão: chegar aonde? A frase é de Gore Vida, ou de Mestre Li, personagem do grande clássico "Criação", que deve ser reverenciado como "um livro do nosso tempo", de acordo com o Carlos Heitor Cony, ou um livro, assim como outros de Vidal, que deve estar na "prateleira nobre da biblioteca básica do homem moderno". Das mulheres também, claro. Mulheres, aliás, a propósito das quais este artigo começou, sobretudo as mulheres maduras. Este texto deveria se chamar Mulheres Maduras porque iria tratar justamente delas, de sua presença cada vez mais marcante na sociedade, sua beleza renovada, sua liderança, sua persistência e a capacidade para o exercício do poder, habilidade que estão desenvolvendo cada vez mais, quem sabe até na contramão de muitos homens, que estão fazendo isso bem cada vez menos. (...) É possível ver-se tantas e tão eficientes mulheres, em cenas diversas, que há espanto. Elas são de todos os matizes, claro, mas as maduras estão mandando ver, no comando, líderes. Num mundo em que sempre prevalece o modus operandi masculino, a mulher aprendeu a atuar nos vácuos possíveis, com sua natural sutileza e tino específico. Mas o que já se pode observar, no entanto, é que, talvez mesmo pela pressão da sociedade em cima de quem está determinado a "dar certo", que elas têm incorrido em muitos dos erros masculinos, seja no radicalismo de certas ações, seja no autoritarismo seja... na ambição desmedida, exatamente do que trata o início dessa pensata. Aí o círculo muda apenas de gênero, passando a mulher a sucumbir ao fracasso que ela mesma se impõe pela falta dessa sabedoria à oriental. E o pior, no caso das mulheres, é que ainda haverá, como condimentos adicionais, a progesterona em excesso, a TPM, a menopausa, os filhos, os maridos... (Disponível em em 24/03/2007 ) 1) O texto 1 constrói-se a partir da capacidade que o ser humano tem para a ambição. Embora demore para cumprir a promessa do título, que ideia central o autor defende sobre os dois elementos nele relacionados? a) A mulher exerce o poder de melhor forma que o homem. b) A mulher erra ao imitar a ambição exagerada do homem. c) A ambição da mulher é sintoma de falta de sabedoria. d) Ser ambicioso é pior para a mulher do que para o homem. e) A mulher bem-sucedida é aquela que não tem ambição. 2) Qual dos argumentos abaixo não foi utilizado pelo autor para defender seu ponto de vista? a) A sutileza e o tino da mulher deveriam assegurar uma melhor atuação delas na sociedade se comparadas aos homens. b) A sabedoria oriental a respeito da ambição e do sucesso vale para todos, homens e mulheres. c) A referência específica às mulheres maduras sugere que o comportamento ambicioso é algo restrito. d) As posições de poder cada vez mais ocupadas pelas mulheres maduras indica uma competição com os homens. e) As conquistas da mulher nos círculos de poder não são necessariamente admiráveis, já que prevalece a lógica masculina. 3) Em O homem sábio não tem ambições. Portanto, não tem fracassos., a coordenação das duas orações estabelece entre elas uma relação conclusiva que se traduz num ensinamento. Outra forma de transmiti-lo, reordenando essas orações num único período composto, também por coordenação, seria: Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
6 a) O homem sábio não tem ambições, porque não tem fracassos. b) O homem não tem ambições porque é sábio, e não fracassado. c) O homem que não tem fracassos é sábio, pois não tem ambição. d) Porque não tem ambições, o homem sábio não tem fracassos. e) Não ter fracassos significa não ter ambições. 4) Releia: A frase é de Gore Vida, ou de Mestre Li, personagem do grande clássico "Criação", que deve ser reverenciado como "um livro do nosso tempo", de acordo com o Carlos Heitor Cony, ou um livro, assim como outros de Vidal, que deve estar na "prateleira nobre da biblioteca básica do homem moderno". No trecho em questão, o conectivo destacado tem valor semântico de: a) exclusão b) equivalência c) alternância d) adição e) oposição TEXTO 2 Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e formosa. (...) Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Na sala, cercada de adoradores, no meio das esplêndidas reverberações de sua beleza, Aurélia bem longe de inebriar-se da adoração produzida por sua formosura, e do culto que lhe rendiam; ao contrário parecia unicamente possuída de indignação por essa turba vil e abjeta. (...) Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão. Assim costumava ela indicar o merecimento de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial. Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas. Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
7 Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial. (ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: Ática, P. 13-5) 5) Aurélia, personagem principal do romance Senhora, de José de Alencar, traz em suas descrições críticas à sociedade do século XIX. Uma das críticas sociais presentes no trecho acima é: a) à valorização do dinheiro em detrimento da beleza. b) ao assédio dos homens às mulheres de boa família. c) às festas da aristocracia. d) à educação das mulheres. e) ao casamento como negócio. 6) Sobre a personagem principal, pode-se afirmar que: a) comporta-se de modo semelhante às mulheres de sua época. b) apresenta caráter duvidoso, típico das mulheres que frequentavam a corte. c) questiona com deboche as convenções sociais, embora se renda a algumas. d) utiliza-se da riqueza para conseguir um lugar na sociedade. e) tal como os homens, encara o matrimônio como um negócio, sem sentimentos. 7) Assinale a alternativa em que as orações coordenadas relacionam-se com o mesmo sentido que liga as orações a seguir, retiradas do texto 2: Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e formosa. a) Este texto deveria se chamar Mulheres Maduras porque iria tratar justamente delas, de sua presença cada vez mais marcante na sociedade b) É possível ver-se tantas e tão eficientes mulheres, em cenas diversas, que há espanto. c) Mas o que já se pode observar, no entanto, é que (...) elas têm incorrido em muitos dos erros masculinos d) elas têm incorrido em muitos dos erros masculinos, seja no radicalismo de certas ações, seja no autoritarismo e) a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. 8) Em Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, a conjunção destacada estabelece entre as orações, conforme a interpretação que se dê, diferentes relações de sentido, excetuando-se a de: a) conclusão b) oposição c) adição d) explicação e) sequência Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
8 9) Releia o penúltimo parágrafo do texto 2: Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas. As conjunções destacadas acima têm, respectivamente, valor de: a) adição e oposição. b) sequência e conclusão. c) conclusão e exclusão. d) explicação e conclusão. e) adição e explicação. 10) Que conjunção substituiria aquela destacada abaixo sem alteração do sentido original? Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça.... a) e b) mas c) ou d) portanto e) uma vez que GABARITO 1-B 2-C 3-D 4-B 5-E 6-C 7-A 8-C 9-A 10-C Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem NANDA/MAIO/
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