RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DA DELEGAÇÃO DO CENTRO DA A25A - ANO DE 2011

Transcrição

1 Delegação do Centro Apartado COIMBRA RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DA DELEGAÇÃO DO CENTRO DA A25A - ANO DE Preâmbulo. A actividade desenvolvida pela Delegação do Centro da A25A no ano de 2011 teve como suporte o aprofundamento de parcerias com outras associações e colectividades, cívicas e culturais, traduzido na realização de acções conjuntas no âmbito dos seus fins. O Centro de Documentação 25 de Abril continuou a disponibilizar a utilização da sala de leitura para as reuniões dos Órgãos Dirigentes da Delegação, facilidade que, uma vez mais, se regista com agrado e reconhecimento. Prosseguiu o esforço no sentido da inscrição de novos sócios, bem como de actualização da base de dados e da lista electrónica de endereços. O Presidente da Direcção participou em reuniões da Direcção da A25A. 2. Actividades específicas. a. No âmbito da evocação dos cinquenta anos do início da luta armada nas excolónias portuguesas africanas. No ano em que se completaram cinquenta anos sobre o início da luta armada nas ex-colónias portuguesas africanas, em desenvolvimento das linhas de acção aprovadas para o ano de 2011, a direcção da Delegação privilegiou a organização de um programa de acções para assinalar a efeméride, com a colaboração de associações de estudantes e outras organizações dos PALOP existentes em Coimbra. As primeiras iniciativas tiveram lugar nos dias 4 de Fevereiro e 15 de Março, para assinalar o início da luta de libertação nacional em Angola. Pelo lado dos combatentes angolanos estiveram presentes Manuel Santos Lima, que foi o primeiro Chefe de Departamento de Guerra do MPLA e, após a independência, reitor da Universidade Lusíada de Angola; e, em representação da UPA/FLNA, Pedro Miguel Kimuabi, filho de um ex-combatente deste movimento de libertação. Pelo lado dos

2 2 combatentes portugueses participaram o major-general Augusto Monteiro Valente, presidente da direcção da Delegação, e o coronel Carlos Matos Gomes, ambos com comissões de serviço na guerra colonial e investigadores sobre o tema, o último com várias obras publicadas. Interveio ainda nas duas sessões, Julião Soares dos Santos, o primeiro africano dos PALOP (Guiné-Bissau) doutorado em História pela Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20/UC) sobre os movimentos de libertação e a construção das independências em África, cuja colaboração e participação foi constante em todo o programa de iniciativas. A terceira sessão, subordinada ao tema A guerra colonial e o 25 de Abril, teve lugar no dia 27 de Abril, integrada no programa das comemorações do 37 º aniversário da revolução dos cravos. Participaram no debate, Fernando Pimenta, igualmente doutorado em História e investigador do CEIS20 sobre os movimentos nacionalistas brancos em Angola; o jornalista Joaquim Furtado, autor da série de reportagens passadas na RTP 1 sobre a guerra colonial; e o Presidente da Direcção da A25A, Vasco Lourenço. A quarta e última sessão da primeira parte do programa aconteceu no mês de Junho, com a participação de dois Professores Catedráticos da Universidade de Coimbra, Doutores José Ribeiro Ferreira e Luís Reis Torgal, os quais transmitiram à assistência os testemunhos pessoais sobre as suas vivências e perspectivas como combatentes milicianos na guerra colonial em Angola e na Guiné, respectivamente, bem como o enquadramento da guerra na ideologia do Estado Novo. As quatro sessões suscitaram amplo debate e trouxeram a público novos contributos para a compreensão da luta armada dos povos das ex-colónias africanas em África, designadamente sobre: história da formação e dos primeiros tempos dos movimentos de libertação; perspectivas das populações brancas em Angola sobre o Estado Novo e atitudes e projectos destas perante os movimentos de libertação; posições políticas e militares de Salazar e Marcelo Caetano quanto à guerra colonial e à luta de libertação nacional; contributo da luta armada nas ex-colónias africanas para a emergência do Movimento das Forças Armadas, para o êxito da Revolução de 25 de Abril de 1974 e para o fim do Estado Novo. Todas as intervenções foram gravadas pelo Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, para consulta posterior por investigadores interessados no tema. A segunda fase do ciclo de eventos sobre os cinquenta anos da guerra colonial/luta de libertação nacional, teve como linha orientadora a evocação das

3 3 independências dos PALOP, programa que se iniciou com a celebração da independência da República de Cabo Verde, prosseguindo com as da Guiné-Bissau e Moçambique e culminando com a evocação da independência de Angola. Nesta fase, o protagonismo das iniciativas coube às associações/organizações de estudantes destes novos países africanos sedeadas em Coimbra e às casas de Moçambique e Angola em Coimbra, com o patrocínio das respectivas embaixadas e o apoio da Delegação. Colaboraram nos debates oficiais portugueses, sócios da A25A, participantes directos nos processos de transição para as independências como representantes do MFA, nomeadamente, o comandante Miguel Judas, por Cabo Verde, e o coronel Manuel Clemente pela Guiné-Bissau. Pelo lado dos novos países africanos, estiveram presentes, José Luís Hopffer, jurista e escritor Cabo-verdiano, e Tcherno Djaló, ex-ministro da Educação da República da Guiné Bissau. Cooperaram ainda nas sessões jovens investigadores portugueses e africanos, como Aurora Almada, doutoranda da Universidade Nova de Lisboa, Daniel Gomes, mestre em História, Incanha Intumbo, doutorando da Universidade de Coimbra e Leopondo Soares, estudante universitário em Coimbra. A Casa de Moçambique aproveitou a efeméride para promover um interessante evento de inclusão e cidadania, com a finalidade de juntar comunidades de diferentes origens do mundo lusófono, valorizar as respectivas experiências em programas sociais e integrar políticas de desenvolvimento. Por seu turno, a Casa de Angola levou a efeito um vasto e diversificado programa de pintura, artesanato e gastronomia angolana, colóquio, seminário e fórum de associações angolanas, destacando-se o seminário na Universidade de Coimbra sobre o tema A Independência de Angola e o regime do Apartheid na África do Sul e o Fórum de Associações Angolanas em Portugal. A Delegação esteve, em ambas os casos, representada pelo seu presidente da direcção, o qual apresentou uma comunicação naquele seminário sobre o tema A Descolonização de Angola e a África do Sul. Neste último evento estiveram presentes representações de cidadãos desta República da África do Sul, de estudantes estrangeiros da Universidade de Coimbra no âmbito do projecto Erasmus e elementos da comunidade angolana nesta cidade. b. No âmbito da celebração do 37 º aniversário do 25 de Abril A celebração do 37 º aniversário do 25 de Abril esteve também nas prioridades da direcção da Delegação. Para além das habituais formas comemorativas, destaca-se, entre outras, a sessão realizada no dia 27 de Abril em Coimbra, com a presença do

4 4 Presidente da Direcção da A25A, e a organização, em parceria com o Centro de Documentação 25 de Abril, de duas exposições: Murais artísticos da revolução, de Maria da Conceição Neuparth; e O 25 de Abril visto pela imprensa italiana, de Marco Gomes, ambas patenteadas em diversos espaços públicos. A última mostra foi resultado do trabalho de investigação do seu autor, doutorando da Universidade de Coimbra a preparar a sua tese em Itália, e é composta por 20 painéis reproduzindo as primeiras páginas dos principais jornais italianos publicados no dia 25 de Abril de Realçase, ainda, o programa de multiactividades juvenis (pintura, jogos, música infantil) levado a efeito na Figueira da Foz. Ainda no âmbito da comemoração do 37 º aniversário do 25 de Abril, um grupo de sócios da zona centro da A25A organizou uma romagem à campa de Salgueiro Maia, em Castelo Vide, onde lhe prestou uma sentida homenagem, iniciativa a que se associou a direcção da Delegação do Centro e a Câmara Municipal de Castelo de Vide. c. No âmbito das Comemorações do Centenário da República A Delegação do Centro, como uma das associações fundadoras da Comissão Cívica de Coimbra para as Comemorações do Centenário da República e no entendimento de que o 25 de Abril foi a refundação da República, integrou a comissão organizadora de diversas iniciativas culturais, na cidade de Coimbra e no respectivo distrito, designadamente, conferências, debates e tertúlias. d. No âmbito do protocolo celebrado entre o Ministério da Educação e a A25A A Delegação do Centro participou em diversas acções de sensibilização sobre o 25 de Abril, designadamente em Castro de Aire (Agrupamento de Escolas de Castro de Aire), Coimbra (Centro Educativo dos Olivais e Agrupamento de Escolas da Pedrulha), Condeixa (Agrupamento de Escolas de Condeixa), Famalicão Anadia (Colégio Nossa Sra. da Assunção), Figueira da Foz (Agrupamento de Escolas Cristina Torres), Miranda do Corvo (Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo), Montemor-o-Velho (Escola Secundária de Montemor-o-Velho), Peniche (Escola Secundária de Peniche) e Tondela (Agrupamento de Escolas de Tondela). Foram abrangidos por estas acções 662 alunos. e. No âmbito da apresentação de novas obras sobre o tema geral do 25 de Abril A Delegação do Centro promoveu a apresentação em Coimbra da quarta obra do associado coronel Diamantino Gertrudes da Silva, Tempos Sem Remição.

5 5 Apresentada na Casa da Escrita de Coimbra, pelo Professor Catedrático Jubilado e igualmente associado da A25A, Carlos Sá Furtado, contou com uma vasta e variada assistência, consócios e amigos do autor. f. Conclusão A direcção da Delegação considera que as actividades desenvolvidas em 2011, designadamente, as evocações dos cinquenta anos do início da guerra colonial/luta de libertação nacional, as comemorações das independências das ex-colónias portuguesas africanas e a celebração do 37 º aniversário do 25 de Abril, possibilitaram a realização de um amplo e variado conjunto de eventos. E julga que a intensa e prestigiante colaboração desenvolvida através da Delegação do Centro muito contribuí para o cumprimento dos objectivos estatutários da Associação 25 de Abril, nomeadamente pela consagração no domínio cultural do espírito do movimento libertador de 25 de Abril de 1974 e pela divulgação, pedagogia e defesa dos valores democráticos, reforçando simultaneamente a projecção da Associação em Coimbra e na zona centro. 3. Contas A gestão financeira da Delegação foi centralizada em 2008 na Direcção da A25A, que atribui às Delegações, quando necessário, um fundo de maneio para os encargos de funcionamento. O movimento global durante o ano de 2011 foi o seguinte: Saldo que transitou do ano de ,59 Recebido da Direcção da A25A 1 598,18 Receitas diversas recebidas pela Delegação 52,80 Despesas diversas da Delegação 1 447,93 Saldo que transita para ,44 (Aprovado em 03 de Março de 2012 pela Assembleia da Delegação) A Direcção da Delegação do Centro da A25A

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