PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL INFORMATIVO Nº 108. Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.
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- Ana Sofia Sales Covalski
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1 PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO DE 23 DE FEVEREIRO A 9 DE MARÇO DE 2015 INFORMATIVO Nº 108 1
2 Neste período foi realizada mais uma rodada de reuniões dos GTA (Grupo de Trabalho do Algodão); uma delas ocorreu na sede da AMPASUL em Chapadão do Sul, no dia três de março e a outra na Fazenda Guará, propriedade do senhor Odilon Cadore, na Região da Baús, em Costa Rica, no dia cinco de março. Na ocasiões os representantes técnicos das localidades puderam debater e expor situações relacionadas ao andamento das lavouras regionais, bem como alertar a Cadeia Produtiva sobre os focos de bicudos já detectados em suas unidades de produção. O Programa Fitossanitário mantém a iniciativa de sustentar a realização periódica do GTA nos núcleos regionais, por entender que este tipo de ação compartilhada é de fundamental importância e avalia para que os técnicos, produtores e consultores envolvidos estejam sempre analisando a Cotonicultura como um todo. É fundamental unir forças e cooperação para manter a sustentabilidade do algodão no Estado de Mato Grosso do Sul. Foto 1 e 2.Participantes das reuniões do GTA em Chapadão do Sul (acima) e Costa Rica - Baús (abaixo). 2
3 Núcleo 1 Chapadão do Sul Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes Em Chapadão do Sul, a quinzena que finda continuou chuvosa com precipitações em quase todos os dias na maioria das microrregiões do Município, tal como a quinzena anterior, porém o algodão se desenvolve bem até o presente momento, tanto o tipo safra como a safrinha (segunda época). Na maioria destes dias as precipitações ocorreram no período da tarde, propiciando assim períodos de luminosidade que propiciaram às plantas condições para seu desenvolvimento de forma regular. Também, houve períodos com intervalos ao longo do dia que permitiram a realização de pulverizações necessárias, principalmente as aéreas para o controle de pragas e doenças no algodoeiro. Foto 3. Aspecto de lavoura de algodão em Chapadão do Sul. A presença do bicudo do algodoeiro foi detectada nas bordaduras de algumas propriedades, que identificaram postura e danos de alimentação da praga, onde já estão sendo realizadas as aplicações localizadas para controle desta praga. As ações obedecem intervalos entre as pulverizações de cinco dias, necessárias para minimizar o avanço populacional do inseto. A continuidade do monitoramento da praga e aplicações em bordaduras são fundamentais para o controle do bicudo em todas as propriedades produtoras. No final deste Informativo estão descritas as medidas de combate do bicudo durante a safra e entressafra do algodoeiro. Foto 4. Características de um algodoal de safra, no município de Chapadão do Sul, já apresentando flores no terço superior das plantas. 3
4 Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Eng. Agr. Robson Carlos dos Santos Neste Núcleo Regional, as principais pragas encontradas foram pulgão e mosca branca, as quais estavam presentes na maioria dos talhões de cultivo. Em algumas lavouras com altas infestações de afídeos foi possível identificar encarquilhamento das folhas. Fica o alerta para a praga não extrapolar os níveis de controle, inclusive para minimizar o aparecimento da virose mosaico-das-nervuras em sua forma atípica nas variedades tolerantes. Na Região, a maioria das propriedades já identificou a presença de bicudo nas bordaduras das lavouras; há casos de propriedades que já encontraram o inseto no interior das áreas - nesse caso, a indicação do GTA é fazer aplicações de cinco em cinco dias em toda a área (bateria), até que a população seja reduzida, em geral são necessárias três aplicações. É importante que os cotonicultores sigam à risca as aplicações de inseticidas das bordaduras dos talhões para o controle localizado do bicudo, principalmente naqueles locais que ainda não foram identificados sinais da praga. Com boa parte da soja já colhida ou em processo de colheita, vive-se agora a fase crítica do fluxo de bicudos vindos de áreas onde a praga estava abrigada, como as soqueiras, rebrotas e plantas guaxas que estavam no meio destas lavouras da soja, o que não deveria ocorrer. Fotos 5 e 6. Bicudos encontrados no botão floral de bordadura de talhões de área comercial. Também, com a evolução da colheita das lavouras de soja, outra praga que está começando a ser encontrada nas lavouras de algodão é o percevejo-marrom (Euschistus heros). Esses percevejos causam danos nas maçãs e botões florais, ao se alimentar na maçã ele ocasiona uma lesão que serve de porta de entrada para fungos, bactérias e umidade, favorecendo o desenvolvimento de doenças que ocasiona a queda e/ou apodrecimento do fruto ainda verde. 4
5 Estudos recentes (Soria 2012) demonstraram que sob ataques de percevejo-marrom a produção de algodão em caroço e pluma foi reduzida linearmente em até 25%, em plantas de algodoeiro na fase de florescimento pleno infestadas. O Nível de Dano Econômico identificado para E. heros foi de 0,1 percevejos/planta, na fase enchimento de maçãs (70-80% de maçãs com diâmetro a 25 mm). Seus adultos e ninfas causaram redução significativa do peso do algodão em caroço, e maçãs pequenas foram as mais abscindidas das plantas após o ataque do percevejomarrom. Foto 7. Presença de Euschistus heros na face inferior da folha de algodão. Em relação ao complexo de lagartas, algumas propriedades já acumulam até oito aplicações de inseticidas para o controle de lepidópteros em algodão não Bt, com aproximadamente 85 DAE (dias após emergência). Por outro lado, áreas de algodão-bt com apenas proteínas do tipo Cry1 (WideStrike ou Bollgard 1 ) têm em média duas aplicações, já a tecnologia que expressa Cry1Ab + Cry2Ae (Twinlink ) apresenta até o momento controle do complexo de lagartas ocorrentes. É FUNDAMENTAL QUE OS REFÚGIOS PARA PRESERVAÇÃO DAS TECNOLOGIAS BT SEJAM ADOTADOS E RIGOROSAMENTE OBEDECIDOS EM ALGODÃO, SOJA E MILHO, POIS EXISTEM PRAGAS E PROTEÍNAS COMUNS NAS TRÊS CULTURAS. DETENTORES DE TECNOLOGIAS, FORNECEDORES DE SEMENTES, PRODUTORES, TÉCNICOS, ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS - ASSOCIATIVAS OU NÃO - DEVEM SE UNIR PELA BOA PRÁTICA AGRÍCOLA E DAR VIDA LONGA ÀS TECNOLOGIAS BTs NO BRASIL. Foto 8 e 9. Presença de Heliothinae atacando flor (esquerda) e botão floral (direita). 5
6 Já é possível ver os resultados obtidos do trabalho realizado pela Equipe da AMPASUL no controle de plantas de algodão infestantes e que sujavam as margens das rodovias no Núcleo: após vinte e cinco dias da operação segura, os resultados foram muito satisfatórios. O controle de plantas as margens das rodovias além de contribuir na limpeza do espaço coletivo, elimina a possibilidade das mesmas hospedarem pragas e doenças prejudiciais aos agricultores e às regiões, diminuindo a necessidade de uso de agroquímicos. Foto 10 e 11. Plantas de algodão infestantes na ocasião da pulverização (à esquerda) e situação após 25 dias da limpeza efetuada (à direita). Núcleo 3 Centro e Sul (São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Aral Moreira). Eng. Agr. Danilo S. Moraes e Robson C. dos Santos Na Região de Sidrolândia as lavouras de algodão estão entrando na fase final de seu ciclo, os primeiros talhões semeados já apresentam a abertura das maçãs do terço inferior das plantas conhecida como baixeiro. Nesta fase de abertura de maçãs vale salientar a importância de manter as áreas livres de pragas como pulgões e mosca branca, pois as mesmas liberam uma substância açucarada que pode prejudicar a pluma do algodoeiro. Outra praga presente é o acaro rajado, geralmente ocorre inicialmente em reboleiras, em ataques mais severos chegam a ocasionar a queda da folha do algodão. No período foi identificada a presença de bicudo no interior da área comercial de algodão; é nesta fase final do ciclo que se tem a maior incidência da praga, nesse caso adotam-se três aplicações localizadas para o controle do inseto com o intervalo de no máximo cinco dias entre uma e outra aplicação. Foto 12, Presença de bicudo na flor do algodoeiro na região de Sidrolândia. 6
7 Também, foi finalizada a semeadura do algodão safrinha; as primeiras áreas semeadas já emergiram e apresentam bom desenvolvimento até o momento. Na Região, esta lavoura é uma tentativa do produtor conhecer melhor o potencial desta modalidade da cultura, visto que é a primeira vez nos últimos anos em que a cultura é semeada nesta época. Os maiores riscos potenciais são condições de frio e seca, além da presença de plantas de algodão no período de vazio sanitário por causa do cultivo tardio. Foto 13, Algodão safrinha no município de Sidrolândia. Em Aral Moreira, no extremo Sul de Mato Grosso do Sul, o algodão está na fase final de seu ciclo, representada pela fase da abertura das maçãs originando os capulhos de algodão. O algodão apresenta boa abertura de frutos até o momento, porém as constantes precipitações tem favorecido o apodrecimento de algumas maçãs do baixeiro. Estima-se que na próxima semana seja realizada aplicação de desfolhantes no algodão que apresenta uma abertura de maçãs mais avançada. Em relação às pragas, mosca branca e pulgão estão sob índices são baixos, porém deve-se ficar atento já que em eventuais grandes quantidades estas podem causar prejuízos à fibra. Devido à colheita da soja já estar na fase final na Região, observou-se um aumento significativo de percevejos nas lavouras de algodão, esses percevejos também podem causar danos nas maçãs, pois ao se alimentar eles ocasionam lesões que servem de porta de entrada para fungos, bactérias e umidade favorecendo o desenvolvimento de doenças que ocasiona apodrecimento das maçãs. Foto 14. Foto do capulho de algodão na região de Aral Moreira. 7
8 Na região de São Gabriel do Oeste, o algodão mais velho está com aproximadamente 50 DAE (dias após emergência), as frequentes precipitações seguidas de dias nublados não permitiu um bom desenvolvimento inicial da cultura, sendo necessárias aplicações de fungicidas para o controle da mela, doença causada pelo fungo Rhizoctonia solani. Para auxiliar e melhorar o desenvolvimento algodão estão sendo realizadas as aplicações de adubações nitrogenadas no algodão. Em relação às pragas ocorre presença de mosca branca e pulgão na maioria dos talhões, já em relação ao complexo de lagartas, a maior incidência da praga é no algodão convencional (não Bt), onde foi necessário realizar a intervenção química para o controle. Foto 15. Presença de mosca branca na face inferior da folha de algodão. Visite nossa página no facebook ( e nosso site ( Redação: Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes (Coordenador Técnico da AMPASUL) e Eng. Agr. Robson Santos (Monitor Técnico da AMPASUL) ANEXO 8
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