Formação Econômica do Brasil. Michelle M. Miltons Aula 1
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1 Formação Econômica do Brasil Michelle M. Miltons Aula 1
2 Aula
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4 Era do Liberalismo Aula de hoje: Caio Prado Jr fala do anacronismo presente na situação das coroas espanhola e portuguesa: Na fase brilhante de sua história, sécs. XV e XVI, incorporaram imensos domínios coloniais. Desde o séc. XVII essas monarquias, já em decadência, conservavam quase todos estes domínios, mas esta situação não corresponde mais à sua nova posição no equilíbrio mundial de forças. O apogeu luso-espanhol era passado. Mas o tamanho dos impérios coloniais que possuíam ainda era imenso. Corpos imensos de cabeças pequenas.
5 Grandes potências do séc. XVIII Países Baixos, Inglaterra e França (em rivalidades) Eventos importantes do século XVIII Independência dos EUA, 1776 Revolução industrial na Inglaterra ( ) Revolução Francesa ( ) A rivalidade entre Inglaterra e França protege os impérios ibéricos. Espanha se ampara na França e Portugal, na Inglaterra.
6 Na metade do século XVIII, a situação inverte. O antigo sistema colonial, baseado no PACTO COLONIAL que representa o EXCLUSIVISMO DO COMÉRCIO das colônias para as metrópoles entra em declínio.
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8 Sistema Colonial Montado conforme a lógica do capitalismo comercial, em função dos interesses do Estado Absolutista ENTRA EM CRISE Quando? Quando os mecanismos restritivos de comércio e produção ficaram inoperantes. Por que isso aconteceu? * Expansão dos mercados * Desenvolvimento do capital industrial * Crise do Estado absolutista
9 Grupos interessados na produção em larga escala e ampliação das relações comerciais Monopólios e privilégios do sistema colonial são vistos como obstáculos. Ampliam-se as críticas ao sistema colonial tradicional.
10 Adam Smith, 1776 (Inglaterra): Critica a política mercantil Condenava os monopólios, os tratados de comércio e o trabalho servil (bases do sistema colonial tradicional). Preconizava a adoção de um regime de livre concorrência. Afirma a superioridade do trabalho livre sobre o escravo.
11 Jean Babptiste Say Tratado de economia (1803): caráter espoliativo do sistema colonial tradicional colônias, em vez de ganhos, trazem gastos para as metrópoles >> CARAS. Despesas das colônias: Exército Burocracia Edifícios públicos e militares. Por causa do Pacto Colonial, a metrópole tinha que comprar produtos inferiores e mais caros vindos da colônia, em vez de recorrer a outros produtores.
12 Capitalismo industrial em substituição ao capitalismo comercial. Séc. XVII domínio do capital comercial. Indústria artesanal. Presença de algumas formas de capitalismo (comercial). Ex: indústria têxtil nos Países Baixos. Em linhas gerais, como funciona o capitalismo comercial? Matérias-primas são fornecidas ao artesão. O artesão vende produtos acabados. Entre ele e o consumidor há um intermediário, o comerciante (capital comercial)
13 O capital industrial é autônomo e dedica-se exclusivamente à produção manufatureira. O artesão e o pequeno produtor independente vão cedendo espaço às manufaturas. O que são manufaturas? Grandes unidades produtoras Muitos trabalhadores assalariados Patrão, diretor>> detentor do capital
14 A indústria capitalista cresce muito, ofuscando o capitalismo comercial e assumindo o domínio da economia europeia. Resultado: declínio do antigo sistema colonial representado pelo pacto colonial que é a perfeita expressão do capitalismo comercial.
15 Por que o comércio é tão importante para o pacto colonial? Porque se deseja reservar aos comerciantes da metrópole o privilégio das transações comerciais em prejuízo dos concorrentes estrangeiros. Por que o pacto é ruim para o capitalismo industrial? Porque seu objetivo é colocar seus produtos no mercado. O monopólio comercial restringe o comércio livre. Impede o crescimento do intercâmbio entre sua produção os mercados mundiais. O progresso do capitalismo industrial na segunda metade do século XVIII se voltará contra todos os monopólios.
16 Problemas dos impérios coloniais ibéricos: Não conseguem se adaptar Sua indústria não se desenvolveu Suas atividades giravam em torno do comércio colonial Não podiam abrir mão! Resultados: choques (conflitos) do século XVIII desagregam estes impérios. independência das colônias americanas e nova ordem mundial.
17 Mudança de colônia para nação (período prévio à independência) Metrópole: Empobrecida Recursos mínimos Marinha mercante arruinada Portugal impedia que Brasil produzisse aquilo que tinha que comprar fora: manufaturas, sal, gêneros vitais Regime Colonial obstáculo intolerável ao desenvolvimento do Brasil Crises/conflitos e mudanças estruturais internacionais fazem o sistema colonial cair.
18 Caminho da desagregação Cai: Monopólio do comércio externo Privilégios econômicos Privilégios políticos e sociais Quadros administrativos Mais tarde, estrutura tradicional de classes e regime serviu. CRISE - da estrutura econômica básica de um país colonial que produz para exportar e que se organizava para servir a interesses estranhos (p. 126, Caio Prado)
19 É na base das contradições geradas por este sistema que resultará a paulatina transformação do regime, em todos seus aspectos, de colônia em nação. Pg. 126
20 1807 Invasão francesa em Portugal Para forçar a adesão de Portugal ao bloqueio continental decretado contra a Inglaterra, exércitos de Napoleão invadem e ocupam o Reino. Portugal tem aliança antiga com Inglaterra Napoleão invade Portugal. Regente Dom João (que governava em nome de sua mãe demente, Rainha Dona Maria) foge para colônia. Vem para colônia coma corte, muitos funcionários e comitivas de 10 mil pessoas para RJ. RJ torna-se SEDE DA MONARQUIA PORTUGUESA.
21 ABERTURA DOS PORTOS O regente, assim que desembarca na BA, assina o decreto que abre os portos da colônia à todas as nações para comércio livre. Destruía-se assim, de um golpe, a base essencial em que assentava o domínio colonial português. p. 127 Por que o regente fez isso? Porque o comércio portugues estava interrompido pela ocupação francesa. Ou se isolava o Brasil de tudo ou abria-o ao comércio e a navegação de outros países. A medida foi provisória. Não foi uma medida de consideração. Foi uma IMPOSIÇÃO das circunstâncias.
22 Comércio internacional português antes da vinda da família real (Viotti) O comércio português se realizava principalmente com o Brasil. Portugal era o consumidor e o entreposto de distribuição de todo o comércio exterior da colônia. Apesar do crescente contrabando, Portugal detinha até aquela data situação privilegiada por causa do sistema de monopólios vigente. Os navios portugueses ganhavam com fretes marítimos Alfândegas ganhavam com a importação dos produtos coloniais e exportação de manufaturas estrangeiras para a colônia
23 Os comissários portugueses ganhavam com o armazenamento e a revenda de produtos. As rendas das alfândegas eram as principais receitas. A renda dos capitais lusitanos investidos no comércio colonial oferecia ampla base de tributação. TODO ESTE ESQUEMA DE LUCRO CAI COM A ABERTURA DOS PORTOS E OS TRATADOS DE COMÉRCIO.
24 Já não era possível voltar atrás na decisão (de abertura dos portos). PAPEL DA INGLATERRA O aliado português foi o que sobrou diante do domínio de Napoleão. Era estratégico porque: Brecha ao bloqueio napoleônico Base que portos portugueses ofereciam para esquadra britânica era importante. Mas ingleses não conseguem proteger Portugal da invasão de Napoleão. Procuram compensar suas perdas na Europa com conquistas na América. Ingleses oferecem ao regente que vá, sob proteção britânica, para o Brasil. conservava com isso sua coroa e títulos, mas terá cedido ao aliado inglês sua independência e liberdade de ação. pg. 128
25 Soberano fica no RJ sob guarda de uma divisão naval inglesa. A ABERTURA DOS PORTOS: Era irreversível Rompeu a fase colonial do Brasil Rompeu o sistema do pacto / o exclusivo metropolitano Na Europa, ingleses dirigem luta contra ocupação francesa. General inglês Beresford - comanda o exército português e torna-se o efetivo governador do Reino Liberto em A Inglaterra zela para preservar a liberdade de comércio com o Brasil.
26 CELSO FURTADO Quando Portugal é ocupado pela França, o entreposto que Lisboa representava desaparece para o comércio da colônia. O contato direto com mercados acessíveis torna-se indispensável. A abertura dos portos é resultado de uma imposição dos acontecimentos. A abertura dos portos que beneficia quase que exclusivamente à Inglaterra é decretada SEM CONSULTA à Inglaterra. O futuro Visconde de Cairu (José da Silva Lisboa) teria argumentado a favor e o regente teria relutado muito.
27 Tratado de Comércio, firmado com Inglaterra (1810), (Prado Jr) No decreto de abertura dos portos, fixou-se um direito geral de importação para todos de 24% ad valorem. Pouco depois, mercadorias portuguesas teriam taxa de 16%. Mercadorias inglesas, a partir do tratado de 1810, 15% (melhor que Portugal) válido até 1816, quando as tarifas portuguesas a ela se igualaram. Mas Portugal não consegue lutar em pé de igualdade, pois Inglaterra é muito mais forte (indústria e marinha mercante). O comércio e a navegação portugueses serão praticamente excluídos do Brasil.
28 Tratados desiguais (Celso Furtado) Os tratados de 1810: Transformam Inglaterra em potência privilegiada; Tem direitos de extraterritorialidade Tarifas preferenciais muito baixas Os tratados representam, durante a primeira metade do século XIX, séria limitação à autonomia do governo no setor econômico.
29 Tratados desiguais (Celso Furtado) Eram criadores de privilégios Ingleses não se preocupavam em abrir mercados para produtos brasileiros (que competiam com suas dependências nas Antilhas) A ideologia liberal inglesa era aplicada de forma UNILATERAL. Cria muitas dificuldades para a economia brasileira Isso acontece quando a classe dos grande agricultores começa a governar o país. É nesse ambiente que Inglaterra pretende impor a eliminação da importação de escravos africanos, ao que os agricultores resistem.
30 Tratados desiguais (Celso Furtado) Criam sérias dificuldades financeiras para o governo brasileiro Em geral, são os impostos de importação a principal fonte de receita de economias primário-exportadoras Alternativa seria taxar as exportações. Isso era equivalente a cortar os lucros dos grandes agricultores. O que fazer?
31 Medidas tomadas por D. João para tentar garantir privilégios portugueses e contrabalançar os efeitos da abertura dos portos Príncipe tenta em vão limitar vantagens concedidas aos ingleses: Favorece os produtos transportados por barcos portugueses, oferecendo vantagens para a importação de vinhos, azeites e outros artigos fabricados em Portugal ou nas colônias portuguesas. Outras medidas (ver Viotti)
Potências marítimas: Novas (burguesia) Antigas (nobreza) Portugal Espanha Holanda Inglaterra França
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