Unidade I PROJETOS SOCIAIS. Prof. Vanderlei da Silva
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- Vitória Fernandes Quintão
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1 Unidade I PROJETOS SOCIAIS NO 3º SETOR Prof. Vanderlei da Silva
2 Principais conceitos do Terceiro Setor Junto com o Estado (Primeiro Setor) e com o mercado (Segundo Setor), existe o chamado Terceiro Setor. Mobilizador de um grande volume de recursos humanos e materiais para impulsionar iniciativas voltadas para o desenvolvimento social. O Terceiro Setor se fortaleceu em função das mudanças ocasionadas pelo fenômeno da globalização, quando os Estados concluíram que não possuem condições de atender a todas as necessidades de sua população.
3 Terceiro Setor e a finalidade social No Terceiro Setor, se inserem as fundações privadas e as associações de interesse social que não têm finalidade lucrativa no sentido de distribuição do lucro para seus instituidores, pois sua principal finalidade é o bem comum da coletividade. O Terceiro Setor independe do Primeiro e do Segundo Setor, ainda que possa se relacionar economicamente com esses setores.
4 A força do Terceiro Setor A grande força do Terceiro Setor está na sua capacidade de mobilizar recursos e na sua sinergia nas iniciativas. Além disso, as organizações que compõem esse setor são capazes de formar parcerias mais efetivas do que o Estado. O Terceiro Setor não deve ser visto apenas como um setor complementar ou suplementar do Estado, mas como um interlocutor da sociedade.
5 Setor da caridade e setor independente Setor da caridade Enfatiza o suporte das organizações que se dá por meio das doações privadas. Porém, na grande maioria das organizações, essa não é a principal fonte de receitas. Setor independente Destaca o setor como uma terceira força, fora do Estado e do mercado. Existe um intercâmbio entres todos os setores.
6 Setor voluntário e setor não tributável Setor voluntário Leva em conta a participação de um grande número de voluntários dentro das organizações. Porém, grande parte das atividades das organizações são desenvolvidas por pessoas contratadas. Setor não tributável Realça as isenções de impostos concedidas ao setor. Não leva em conta a questão das diferenças existentes nos sistemas tributários.
7 Organizações não governamentais ONGs: Trata-se de um termo utilizado em muitos países. O termo destaca as atividades de organizações voltadas para o desenvolvimento econômico e social. Refere-se mais ao trabalho comunitário de base. Em alguns países, utiliza-se o termo economia social. Porém, trata-se de um termo que pode ser associado a um grande número de organizações.
8 Organizações da sociedade civil e setor não lucrativo Organizações da sociedade civil: Essa definição pode abranger as organizações sem fins lucrativos, mas também as que pertencem à esfera do mercado. Setor não lucrativo: É sujeito a limitações, pois as organizações do Terceiro Setor precisam alcançar a sua sustentabilidade. O que não pode ocorrer é a distribuição dos lucros entre dirigentes e associados. Todo o superávit deve ser aplicado nas finalidades da instituição.
9 Terceiro Setor Termo que está se tornando hegemônico nos meios oficiais e acadêmicos. Faz emergir a ideia da existência de outros setores. O Terceiro Setor está relacionado com as atividades não governamentais e não lucrativas. Abre um alternativa lógica e possível entre os interesses público e privados. Pode englobar as iniciativas formais e não formais que compõem o setor.
10 Primeiro e Segundo Setores Primeiro Setor: Estado promoção da justiça social; uso dos bens públicos para fins públicos; redistribuição da produção da sociedade a todos os seus membros; diminuição das desigualdades produzidas pelo mercado. Segundo Setor: mercado responsável pela produção de riquezas; iniciativa privada com finalidades lucrativas; coordenado pelas leis do mercado.
11 Organizações sociais Terceiro Setor: organizações sociais organizações privadas sem fins lucrativos; motivado pelas atitudes do altruísmo e da filantropia; desempenha as ações que visam a uma terceira forma para a redistribuição das riquezas produzidas; elo de ligação entre o governo e o mercado, atuando de forma diferenciada.
12 Características formais do Terceiro Setor: mobilizador de um grande volume de recursos humanos e materiais; impulsiona as iniciativas voltadas para o desenvolvimento social; composto formalmente por associações e fundações; sem fins lucrativos e de interesse social; não é público e nem privado, porém guarda uma relação simbiótica com ambos; conta com um grande número de voluntários.
13 As pessoas jurídicas do Terceiro Setor formal Código Civil, artigo 44: pessoas jurídicas de direito privado: I. as associações; II. as sociedades; III. as fundações; IV.as organizações religiosas; V. os partidos políticos; VI.as empresas individuais de responsabilidade limitada. Associações e fundações: união de pessoas ou de um patrimônio em torno de uma ideia desprovida de finalidade lucrativa.
14 Interatividade Diante do destaque que o Terceiro Setor tem alcançado, existe um grande número de conceituações para definir as organizações que o compõem. Pergunta: Quais são as pessoas jurídicas que fazem parte do Terceiro Setor formal, de acordo com o Código Civil Brasileiro? a) ONG e OSCIP. b) Sociedade e fundação. c) Associação e fundação. d) OSCIP e instituto. e) Instituto e fundação.
15 As origens do hoje chamado Terceiro Setor A filantropia dos primórdios da Igreja Católica Caridade como dever do católico bondoso e cumpridor de suas obrigações. Os movimentos protestantes e iluministas trouxeram um novo conceito de caridade. Iniciativa individual aliada à capacidade de associação para a consecução de objetivos comuns e de autoajuda. Noção de responsabilidade para com os assuntos da comunidade.
16 As origens do Terceiro Setor no Brasil A trajetória do Terceiro Setor no Brasil também tem uma forte presença da Igreja Católica, que desde o período colonial tinha sua atuação assistencial com as Santas Casas e orfanatos. As ações da filantropia brasileira sempre foram marcadas por um assistencialismo paternalista. Somente nas décadas de 1960 e 1970, iniciou-se a introdução de projetos que visavam organizar e articular a sociedade.
17 Evolução do Terceiro Setor no Brasil Esse novo conceito de organização da sociedade civil, introduzido no Brasil pelos setores cristãos progressistas, trouxe ao país uma visão política diferenciada. Organizar a sociedade pela base, independentemente dos partidos políticos existentes. Surgem as organizações privadas de interesse público, substituindo a antiga forma assistencialista de ajuda, que não foi capaz de empoderar os excluídos.
18 Do conceito de caridade para ações substantivas Organizações substantivas são formadas por indivíduos norteados por uma racionalidade substantiva. Ampliação das possibilidades de cidadania por meio de ações coletivas e contatos com múltiplos atores sociais. Aproxima-se do projeto ético-político do Serviço Social. Ação na coletividade compromissada com os que estão em situação de exclusão.
19 Características das organizações substantivas Primazia da ação coletiva: respeito às diferenças, busca de equilíbrio entre as pessoas e a organização. Estruturas hierárquicas flexíveis ou inexistentes. Reflexão coletiva constante e intensa sobre o cotidiano da organização. Livre circulação de informações, o que facilita o processo decisório. Busca de respaldo para suas ações.
20 Filantropia empresarial Segmento ainda incipiente e pouco articulado no Brasil. Possui forte tradição nos países desenvolvidos. Segmento em que empresas ou organizações por elas financiadas auxiliam na execução de projetos sociais. São ações das empresas, porém não visam à lucratividade financeira. Por esse motivo, algumas vezes é confundido com caridade.
21 Organizações de interesse público e de ajuda mútua Organizações de interesse público: são aquelas voltadas para a defesa de interesses mais amplos da sociedade ou para o desenvolvimento de uma atividade que trará benefícios para a sociedade como um todo. Organizações de ajuda mútua: são aquelas também conhecidas como de autoajuda, que se formam para atender um grupo restrito de pessoas.
22 O Terceiro Setor e a participação dos voluntários Voluntariado: atividade individual desenvolvida sem uma contrapartida financeira; o esforço voluntário visa melhorar a sociedade e o bem-estar estar geral; possibilita o desenvolvimento profissional e a sociabilidade; associações voluntárias são grupos estruturados com propósitos definidos.
23 Regulamentação do trabalho voluntário - Lei nº 9.608/98 Atividade não remunerada exercida por pessoa física em entidades públicas ou instituições privadas sem fins lucrativos. Não gera vínculo empregatício nem obrigações de natureza trabalhista, previdenciária ou afim. Não é considerado estágio. É necessário firmar o termo de adesão, em que constam a identificação, o tipo de serviço e as condições para o exercício. É permitido o reembolso de algumas despesas.
24 Trabalho remunerado e trabalho voluntário O trabalho remunerado é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e convenções coletivas, que dispõem sobre as regras de proteção ao trabalhador com vínculo de emprego, estipulando as obrigações do empregador e os direitos dos empregados. Por isso, não é possível a coexistência entre o mesmo indivíduo e a mesma entidade de regimes de trabalho voluntário e com vínculo de emprego.
25 O uso indevido do Terceiro Setor A utilização de organizações criadas para fins eleitoreiros ou para desvio de recursos públicos ainda é uma prática utilizada por algumas pessoas. Mas a maioria das organizações que atuam no Terceiro Setor realizam suas atividades complementando os recursos públicos com iniciativas próprias e prestam contas de todas as verbas recebidas. Por isso, é necessário regularizar as normas que regem o Terceiro Setor para que seja possível separar corretamente as organizações.
26 Interatividade Nas origens das atividades que podemos denominar como Terceiro Setor no Brasil, as primeiras iniciativas foram de ordem: a) Governamental. b) Religiosa. c) Privada. d) Política. e) Individual.
27 Atuação da sociedade civil organizada no período colonial, de 1500 a 1822: colônia de exploração, onde vigorou um regime econômico baseado nos grandes latifúndios e no trabalho escravo; relações personalizadas verticais, em que predominava o clientelismo; troca de proteção por favores, lealdade e serviços; destacado papel da Igreja Católica na formação e no desenvolvimento da sociedade; atuação tímida das organizações, misturando o público e o privado, o confessional e o civil.
28 Atuação da sociedade civil organizada no período de 1822 a 1930: separação institucional entre a Igreja Católica e o Estado; fim do trabalho escravo e vinda dos imigrantes europeus; processo de industrialização e crescimento das cidades; atuação direta e precária do Estado nos serviços assistenciais; ainda prevaleciam as obras sociais de origem religiosa; surgem novas ideias sobre filantropia e de alianças entre o público e o privado.
29 Atuação da sociedade civil organizada no período de 1930 a 1964 Era nacional-desenvolvimentista e centralizadora. Autoritarismo e ampla intervenção do Estado na economia e na sociedade. As políticas sociais tinham como características: corporativismo; fragmentação; seletividade; ineficiência. Apesar da forte presença do Estado, o Terceiro Setor se expandiu.
30 Motivos do aumento da participação da sociedade civil organizada entre 1930 e 1964: política previdencialista concedendo benefícios apenas aos que estavam ligados à produção; maioria da população convivendo com estruturas assistencialistas do passado; pacto do Estado com as igrejas e organizações da sociedade civil; Declaração de Utilidade Pública (1935); criação da LBA (Legião Brasileira de Assistência, (1942 a 1995); parcerias da LBA com entidades sem fins lucrativos.
31 Presença do Terceiro Setor no período de 1964 a 1989: redefinição das relações do Estado com a sociedade; reorganização da sociedade civil e multiplicação das entidades; período de autonomia e oposição com relação ao Estado; avanço do Regime Militar sobre a sociedade civil, minimizando seu caráter corporativo; unificação e organização de sistemas públicos de serviços sociais básicos; processo de privatização que alavancou o setor privado e não o Terceiro Setor.
32 O Terceiro Setor no período de 1989 aos dias atuais: agravamento dos problemas econômicos; aumento da desigualdade social; aumento das demandas sociais; hegemonia do discurso neoliberal; diminuição do Estado; discursos da autorregulação do sistema capitalista; a sociedade civil estabelece parcerias com o Estado (1º Setor) e com as empresas (2º Setor); o Terceiro Setor busca atender às novas demandas sociais e suprir a defasagem deixada pela gestão pública.
33 Mudanças na forma de atuação do Terceiro Setor Nos primórdios, uma forma de atuação marcada por um assistencialismo próprio de uma sociedade representada pelo paternalismo. Evolução no sentido de um projeto de sociedade organizada, no qual os direitos sociais passaram a ser reconhecidos como inerentes ao conceito de cidadania. Na Ditadura Militar: movimentos que discutiram e pleitearam a afirmação da sociedade civil e a valorização da democracia.
34 Organização do Terceiro Setor em rede O significado original de rede ganhou outras conotações, principalmente após o advento da internet. Representa uma ligação de vários sistemas de informações que se interligam de várias formas. Hoje, o conceito de rede pode ser aplicado no Terceiro Setor como uma forma de realizar um trabalho em prol da democracia e da transformação social, pela união dos esforços e da livre circulação das informações.
35 Metodologia de atuação do Terceiro Setor Ainda não existe uma metodologia de atuação própria para essas organizações. Por isso, é necessário que o aprendizado adquirido por uma organização seja compartilhado com as outras, pois muitas vezes, o que é utilizado pelo setor lucrativo não pode ser simplesmente aplicado numa organização social. Da mesma forma, existe a necessidade da formação de uma rede integrada de atendimento do Terceiro Setor.
36 Interatividade A partir dos anos de 1990, surge o discurso que prega a diminuição do Estado e autorregulação do sistema capitalista. Como se chama esse discurso? a) Neoliberal. b) Socialista. c) Comunista. d) Marxista. e) Estatizante.
37 Organizações que atuam na assistência social Parte das organizações que atuam no Terceiro Setor presta serviços que estão definidos no artigo 3º da LOAS. São aquelas que prestam, sem fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos pela LOAS, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos. Estão ligadas ao MDS, ao CNAS e aos Conselhos Municipais de Assistência Social.
38 As organizações de assistência social podem ser, isolada ou cumulativamente: De atendimento: prestam serviços, executam projetos e concedem benefícios de proteção social básica ou especial. De assessoramento: prestam serviços e executam projetos voltados para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários. De defesa e garantia de direitos: prestam serviços ou projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais.
39 Título de OS - Organização Social Lei nº 9.637/1998 Qualificação conferida a determinadas pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. Devem atuar nas áreas de: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção do meio ambiente, cultura e saúde. As organizações qualificadas podem firmar um contrato de gestão com o Poder Público. É preciso que exista conveniência e oportunidade para sua qualificação.
40 Título de OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Lei nº 9.790/1999 Permite o relacionamento com o Poder Público por meio do Termo de Parceria. Os objetivos sociais e as normas estatutárias devem atender aos requisitos previstos na lei. É necessário cumprir os princípios referentes à administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência.
41 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social - CEBAS Lei /2009 Pode ser concedido para organizações que atuem nas áreas da: saúde, educação e assistência social. Permite a isenção da Cota Patronal do INSS. Essa imunidade está prevista no artigo 195, parágrafo 7º da CF. Os requerimentos devem ser protocolados junto ao ministério da área de atuação preponderante: saúde, educação e assistência social.
42 Resolução nº 109/2009 CNAS Aprova a tipificação nacional de serviços socioassistenciais, organizados por níveis de complexidade do SUAS: Proteção Social Básica; Proteção Social Especial de Média Complexidade; Proteção Social Especial de Alta Complexidade.
43 Resolução nº 16/2010 CNAS Define os parâmetros nacionais para a inscrição das entidades e organizações de assistência social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais nos Conselhos de Assistência Social dos Municípios e do Distrito Federal.
44 Economia social O termo pode ser utilizado para designar as organizações de atendimento social, ou seja, as organizações que formam o Terceiro Setor e aquelas que estão incluídas no âmbito das cooperativas, que possuem um objetivo econômico, social e redistributivo dentro de suas atividades. Visa possibilitar às parcelas sociais excluídas do bem-estar social oferecido pelo Estado o acesso a benefícios básicos, como educação, saúde, trabalho e renda.
45 Economia solidária Trata-se de uma nova forma de produção, que tem por objetivo criar formas de produção, de consumo, de comércio e de crédito de forma justa e ecologicamente correta. Dessa forma, é a junção de pessoas que pensam em um novo método de produção baseado no princípio da autossustentabilidade e na formação de uma rede de consumidores. Para a economia solidária, o indivíduo é o objeto central, que enquanto ser social deve ser responsável pela produção e pela continuidade do planeta.
46 Negócio social Empresas que, através da sua atividade principal, oferecem soluções para problemas sociais, utilizando mecanismos de mercado. O que caracteriza um negócio social é a venda de um produto ou serviço que contribui para melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda. Possibilitam acesso a produtos e serviços que melhoram a produtividade ou reduzem os custos de transação da população de baixa renda.
47 Interatividade A partir da publicação da Lei nº /09, os Ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social passaram a conceder um certificado para as organizações de interesse público. Qual é o nome desse certificado? a) OSCIP. b) OS. c) CEBAS. d) CNPJ. e) UPF.
48 ATÉ A PRÓXIMA!
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