Marcelo FAGUNDES 1 Lidiane Aparecida da SILVA 2 Isadora Maria dos Santos CORDEIRO 3 Arkley Marques BANDEIRA 4

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Marcelo FAGUNDES 1 Lidiane Aparecida da SILVA 2 Isadora Maria dos Santos CORDEIRO 3 Arkley Marques BANDEIRA 4"

Transcrição

1 CONJUNTOS LÍTICOS DE HORTICULTORES CERAMISTAS ASSOCIADOS À TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ: ESTUDO DE CASO DOS SÍTIOS MATO SECO E CANOAS, MÉDIO VALE DO SÃO FRANCISCO, MINAS GERAIS. Marcelo FAGUNDES 1 Lidiane Aparecida da SILVA 2 Isadora Maria dos Santos CORDEIRO 3 Arkley Marques BANDEIRA 4 1 Docente da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades (UFVJM), Coordenador do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM), Contato: marcelofagundes.arqueologia@gmail.com 2 Pesquisadora do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM), Contato: lidiane.las@gmail.com 3 Pesquisadora do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM), Contato: isadorasantos2008@yahoo.com.br 4 Pesquisador do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM), Contato: arkley@brandeira.com.br 7

2 CONJUNTOS LÍTICOS DE HORTICULTORES CERAMISTAS ASSOCIADOS À TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ: ESTUDO DE CASO DOS SÍTIOS MATO SECO E CANOAS, MÉDIO VALE DO SÃO FRANCISCO, MINAS GERAIS. RESUMO A pesquisa centrada no estudo da cultura material é de grande importância uma vez que evidencia e preserva conhecimentos pretéritos dos grupos indígenas antes da chegada dos colonizadores, permitindo a compreensão das relações entre Homens e seus ambientes, natural e cultural. Este artigo buscou apresentar não apenas a descrição dos objetos, mas sim, por meio do estudo da tecnologia lítica de grupos horticultores pré-coloniais, estabelecer seus usos e funções dentro da sociedade. Logo, a pesquisa teve como objetivo principal o entendimento dos modos de vida e cultura de grupos indígenas por meio de inferências acerca do contexto sistêmico das ferramentas líticas, assim inferindo-se sobre uma posição mais assertiva dos empregos sociais; das concepções e do domínio das técnicas de produção material, uma vez que se entendem os conjuntos líticos (ferramentas produzidas pelo lascamento de rochas e minerais aptos à produção artefatual), como parte integrante da cultura expressa materialmente de um dado grupo. PALAVRAS-CHAVE: Cultura Material, Tecnologia Lítica, Cadeias Operatórias, Horticultores Ceramistas, Tradição Aratu-Sapucaí, Minas Gerais. RESUMEN La investigación se centró en la cultura material qué es de gran importancia, ya que revela el conocimiento de los tiempos pasados y preserva las técnicas y las ideas de los grupos precoloniais, lo que permite la comprensión de las relaciones entre el hombre y su medio ambiente, naturales y culturales. En este artículo se centró en la presentación no sólo de las descripciones de objetos, mas también, a través del estudio de la tecnología lítica de los grupos indígenas, establecer sus usos y funciones dentro de los estudios de la sociedad, para la comprensión de los estilos de vida y la cultura de las poblaciones indígenas, analizando el contexto sistémico de herramientas líticas, por tanto, buscase inferir acerca de sus funciones sociales; los conceptos y el campo técnico de la producción material, ya que se entiende las herramientas líticas como parte de la expresión material de una cultura de un dado grupo.. PALABRAS CLAVE: Cultura Material, Tecnología Lítica, Cadenas Operatorias, horticultores ceramistas, Tradición Aratu-Sapucaí, Minas Gerais. 8

3 Este artigo apresenta os resultados obtidos da análise de conjuntos líticos resgatados no âmbito do licenciamento ambiental (SIGMA, 2012), em vários sítios implantados na micro-bacia do rio Abaeté, bacia do São Francisco, região centro-norte do estado de Minas Gerais, sendo que todos estão associados à tradição cerâmica Aratu-Sapucaí (IZUMI, 2012; ROSA, 2012; TAMEIRÃO, 2014). Atualmente estes vestígios fazem parte da reserva técnica do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Neste trabalho buscou-se por meio: (a) da coligação e sistematização dos dados estatístico-comparativos dos conjuntos líticos em foco, (b) da análise bibliográfica regional sobre a Tradição Aratu-Sapucaí e conjuntos artefatuais associados, (c) da análise contextual dos demais remanescentes evidenciados nos solos de ocupações dos sítios em estudo: (...) a compreensão das escolhas/estratégias envolvidas na concepção, manufatura, uso e descarte dos conjuntos artefatuais, de modo a indicar se havia ou não similaridades na organização tecnológica em termos sincrônicos e diacrônicos no tempo e no espaço (FAGUNDES, 2010, p.4). Além disso, procurou-se compreender os sítios arqueológicos em estudo, e seus conteúdos, por meio da visão conceitual de tempo x espaço x cultura, tendo em vista a reconstrução, mesmo que dedutivamente, dos modos de vida e cultura de grupos pretéritos, inclusive permitindo inferências acerca de possíveis mudanças nos processos culturais, buscando a compreensão do por que ocorrem e, por fim, a compreensão dos próprios processos formativos, que inclui os sítios e seus conteúdos: artefatos, restos de alimentos, assinaturas físico-químicas no solo, entre outros remanescentes que, cabe lembrar, fazem parte do nosso mundo contemporâneo. Ao estudar os conjuntos líticos houve sempre uma preocupação primordial em entender como se relacionam com demais vestígios que compõem o repertório cultural, além da paisagem regional e suas relações com a economia, subsistência, universo simbólico, enfim, como se deu o modo de vida dos grupos que os produziram, mesmo que, para tanto, se fizesse necessário o uso da dedução (FAGUNDES, 2014). Metodologicamente, houve o cuidado de estabelecer as relações entre os conjuntos líticos em estudo (partindo da hipótese da contemporaneidade dos conjuntos em foco), buscando-se compreender os processos produtivos, envolvendo: (a) questões de similaridades e mudanças nos processos técnicos, (b) apropriação da matéria-prima e consequente técnica (ou conjunção de técnicas) para redução da matriz e obtenção de suportes para a produção das ferramentas, (c) as sequências operacionais e suas relações com os demais vestígios e 9

4 estruturas preservadas na matriz arqueológica, (d) tipo, densidade, diversidade e flexibilidade dos vestígios líticos, etc. (FAGUNDES, 2007, 2010). Este artigo tem como objetivo a análise dos conjuntos artefatuais com vistas à reconstrução, mesmo que dedutiva, das etapas operatórias envolvidas para produção das ferramentas líticas de grupos horticultores ceramistas associados à Tradição Aratu-Sapucaí que se estabeleceram na micro-bacia do rio Abaeté, Bacia do São Francisco, aproximadamente entre os séculos XI e XV da nossa Era. A intenção a obtenção de dados assertivos de itens importantes na análise lítica, a saber: (a) Tipo e densidade dos vestígios; (b) Procura, acesso e uso de matérias-primas e relação com os conjuntos artefatuais; (c) Diversidade e flexibilidade dos conjuntos artefatuais; (d) Tecnologias empregadas. Portanto, buscou-se compreender o sistema tecnológico por meio da reconstrução das sequências operacionais envolvidas a partir: (a) da concepção do artefato, (b) da procura, obtenção e transporte da matéria-prima; (c) manufatura e técnicas utilizadas para a redução e obtenção dos suportes, (d) uso social (e) perda e/ou descarte. METODOLOGIA APLICADA O estudo dos conjuntos artefatuais líticos, sob o viés tecnológico, visa compreender e indicar traços importantes à compreensão do modo de vida, cultura e, sobretudo, comportamento e dinâmica cultural na história antes do contato. Assim, as análises dos atributos tecnológicos cooperam para a compreensão das etapas da cadeia operatória, bem como elucida as principais características de um conjunto artefatual lítico. Segundo Lemonnier (1992) tecnologia é uma expressão material das atividades culturais de uma sociedade, o meio que permite que os grupos sociais ajam sobre a matéria, com vistas a suprir suas necessidades estas de qualquer ordem. Além disso, destaca a necessidade de análise aprimorada das representações sociais a fim de se compreender integralmente o sistema técnico de um dado grupo, na medida em que o processo produtivo é carregado de significados e não pode ser estudado isolado (como algo independente) de suas matrizes sociais. Assim, nesta busca por uma compreensão mais efetiva da tecnologia, Lemonnier (1992) apresenta uma visão contrária a tradicional, observando-a como uma construção social, vista como um signo e, portanto, apresentando uma razão simbólica que a sustenta dentro das teias de significados culturais de uma sociedade. 10

5 O universo tecnológico de um grupo cultural deve ser compreendido e interpretado por meio de uma noção sistêmica, alicerçada em três premissas: (a) das técnicas em si; (b) do conjunto de técnicas; (c) do sistema técnico em comparação com os demais sistemas culturais; conjugadas em cinco elementos: matéria, energia, objetos, gestos e conhecimento (LEMONNIER, 1986). Portanto, a tecnologia também é considerada uma construção social que, mesmo sendo responsável pela supressão de necessidades imediatas, regula com a dinâmica e comportamento cultural na qual está inserida (FAGUNDES, 2010). Dobres & Hoffman (1994), ao discutirem o objetivo da pesquisa da tecnologia, afirmam que o arqueólogo não deve ficar restrito em descrições das atividades em microescala, mas deve focar o processo social, na medida em que o sistema técnico não está à parte dos demais sistemas. Todo o processo envolvido na modificação da matéria-prima em um produto cultural, ou seja, nas cadeias operatórias dos artefatos evidenciados nos diversos sítios arqueológicos, está estruturado em um contexto social e dinâmico. Isto é, a tecnologia é considerada como um fenômeno cultural dinâmico vinculado à ação social, às representações de um grupo, além de estar fundamentada pela reprodução social (DOBRES & HOFFMAN, 1994). Em resumo, a tecnologia não pode ser desprendida de suas matrizes sociais e, portanto, seu estudo deve estar integrado à compreensão destes contextos, inclusive enquanto instrumento simbólico e de poder. Logo, a pretensão ao utilizar o conceito de cadeias operatórias fundamenta-se na possibilidade de compreender parte do sistema tecnológico das populações pretéritas, buscando inferir sobre os projetos executados pelos artesãos desde a busca, aquisição e transporte das matérias-primas até os processos de perda e/ou descarte, inclusive levando em conta os processos formativos (FAGUNDES, 2007). A aplicação desta metodologia revela o processo de um sistema técnico específico, bem como o papel que esse sistema ocupa dentro dos demais sistemas técnicos e dentro da própria tecnologia, sendo essa sua peculiaridade principal, a análise dos conceitos e conhecimentos envolvidos na manufatura de uma dada cultura material. Além disso, fornece a mais completa visão das diferenças e similaridades entre os diversos grupos humanos, ao invés de concentrar em exemplos isolados, provindos de análises tipológicas que privilegiam artefatos acabados ou mais bem finamente manufaturados (FAGUNDES, 2004, p.62; VIANA, 2005; FAGUNDES & TAMEIRÃO, 2013). Os estudos sobre os conjuntos artefatuais líticos dos sítios provenientes de ocupações horticultoras do médio vale do São Francisco mineiro tiveram como fulcro a compreensão das cadeias operatórias a partir da concepção do que se produzir até o descarte e/ou perda da ferramenta. A escolha por essa metodologia se deu no intuito de se poder construir um 11

6 panorama mais assertivo sobre estes conjuntos (vistos como contemporâneos), além de possibilitar a discussão acerca: (a) Das tecnologias empregadas; (b) Das áreas de atividades; (c) Dos usos e relações socioculturais. Por meio dos estudos de cadeia operatória, parte-se do princípio que se obtenha interpretações mais coerentes sobre o sistema tecnológico de grupos pré-coloniais, como por exemplo: recursos disponíveis, uso social e transporte da matéria-prima. Buscou-se, assim, a possibilidade: (a) De compreender os conjuntos artefatuais líticos evidenciados nos sítios em estudo e suas relações com os demais componentes do repertório cultural, bem como outras características do registro arqueológico; (b) De buscar subsídios na literatura especializada para integrá-los aos demais sítios com vestígios líticos associados à Tradição Aratu-Sapucaí. A intenção é esboçar, dar início, a uma futura análise intersítios que busca o entendimento das recorrências e mudanças nestes conjuntos artefatuais. Para tanto, os vestígios evidenciados foram submetidos à minuciosa observação de seus atributos tecnológicos e formais de modo que se pudesse compará-los com a finalidade de obter o maior número possível de dados para a possível reconstrução das cadeias operatórias. O material é passado por uma série de triagens, de forma que todos os itens possam ser analisados em seus atributos individuais da mesma forma em que comparados entre si, compreendendo as relações que apresentaram entre eles, ao mesmo tempo em que os resultados entre os diversos conjuntos líticos também possam ser relacionados. Sendo assim, os trabalhos laboratoriais tiveram como intenção analisar todos os produtos e subprodutos de lascamento principalmente em sua dimensão tecnológica (detalhes expostos em FAGUNDES, 2004). OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CANOAS E MATO SECO Os sítios arqueológicos Canoas 01 ao 12 e Mato Seco I e II (totalizando 14 sítios arqueológicos) estão localizados na região fisiográfica do Médio São Francisco, mais precisamente na micro-bacia do rio Abaeté, no município de São Gonçalo do Abaeté, mesorregião noroeste de Minas Gerais. São assentamentos que apresentam características muito semelhantes de implantação, o mesmo ocorrendo com seus repertórios culturais e cronologias, fatos que permitiram a hipótese de que são sítios contemporâneos em um mesmo ambiente fisiográfico. Todos abarcam as mesmas características, isto é, eles são assentamentos a céu-aberto, ambos implantados na média vertente em locais com declividade suave, sempre às margens do rio Abaeté e em meio ao cerrado stricto sensu, em áreas com presença de 12

7 neossolo litólico, portanto com baixa sedimentação. É válido ressaltar que na mesma região há ainda 33 sítios identificados, todos a céu aberto com vestígios cerâmicos e líticos em superfície, com atributos muito semelhantes aos que são apresentados neste artigo. Figura 1 Vista geral do sítio Mato Seco I. Fonte: Sigma/2002. QUADRO 01 Cronologia dos Sítios Regionais SÍTIO Amostra n Tipo Método Idade (Anos AP) CANOAS 08 Cerâmica 3248 Cerâmica TL 550 ±75 MATO SECO I UGAMS#10585 Carvão 14 C 940 ± 25 MATO SECO II 3255 Cerâmica TL 550 ± 50 TAPEIRÃO 3245 Cerâmica TL 300 ± 45 TAPEIRÃO 3246 Cerâmica TL 590 ± 45 ZÉ CAÇAMBA 3247 Cerâmica TL 400 ± 55 NOGUEIRA 3249 Cerâmica TL 360 ± 45 RIBEIRÃO CANOAS II 3250 Cerâmica TL 490 ± 65 ESPIGÃO 3251 Cerâmica TL 480 ± 50 RIBEIRÃO CANOAS III (presença de cerâmica Tupiguarani 3252 Cerâmica TL 380 ± 50 associada) UICURI 3254 Cerâmica TL 575 ± 80 Em todos eles foi identificada uma quantidade significativa de vestígios culturais em superfície, inclusive cinco urnas foram evidenciadas nos sítios Mato Seco, todas parcialmente enterradas, com suas bordas bem visíveis em superfície (cinco no total). Deve-se destacar que os pacotes sedimentares destes sítios não são profundos, não ultrapassando 50 cm de profundidade. Atualmente os sítios arqueológicos localizam-se em áreas de antigas pastagens altamente impactadas pela falta de vegetação e pela ação de fatores naturais (lixiviações e erosões), características que atingem diretamente o registro arqueológico. 13

8 Figura 2 - Escavação da urna, sítio Mato Seco I. Datação 940±25 anos A.P. Fonte: Sigma/2012. No caso dos sítios arqueológicos Mato Seco, ambos foram escavados para retirada das cinco urnas evidenciadas e, por meio da análise de carvão interno a uma delas (Figura 2), obteve-se a datação que indicou uma cronologia de 940 ± 25 anos A.P. e outra data, obtida por TL, obteve um resultado de 550 ± 50 anos A.P. Já nos sítios Canoas, apenas o Canoas 08 foi escavado fato que possibilitou a datação de fragmento cerâmico pelo método de TL, resultando na data de 550 ± 50 anos A.P. Figura 3 - Mapa Geral da região onde estão inseridos os sítios. Fonte: IBGE, elaboração LAEP/

9 Neste sentido, partiu-se da hipótese de que se está tratando com conjuntos contemporâneos, com ocupações entre os séculos XI e XV da nossa Era. Contudo, há ciência de todos os problemas desta especulação, sobretudo no que tange os processos formativos. De qualquer forma, os processos tecnológicos observados nas cadeias operatórias (lítica e cerâmica) também puderam cooperar com esta hipótese. A PAISAGEM E O PROCESSO DE INSERÇÃO DOS SÍTIOS NA REGIÃO A distribuição espacial dos sítios arqueológicos Mato Seco e Canoas estão diretamente associada à paisagem regional, dentro dos aportes estabelecidos por Fagundes (2010, 2011, 2014), havendo inter-relações entre o meio versus cultura que podem ser mapeadas via registro arqueológico. Todos os sítios apresentam semelhanças na implantação e uso do espaço, fatores que permitem a afirmação que ocorreram escolhas que puderam ser mapeadas e descritas arqueologicamente. Logo, com base em Fagundes (2014) e nos dados empíricos de campo e laboratório, especulou-se que os locais no vale do São Francisco, em meio ao cerrado, não foram ocupados aleatoriamente por pelo menos cinco séculos. Segundo Fagundes (2014), a paisagem em que estão inseridos os sítios arqueológicos é vista como um ambiente que excede os preceitos de uma entidade física intacta, mas que há uma relação intrínseca com a dinâmica cultural, em que toda paisagem é, assim, arquitetada material e imaterialmente. Deste modo, ela é entendida como uma construção cultural, onde espaços são apropriados e representados por além de demandas de ordem econômica, uma vez que envolve questões simbólicas, religiosas, ideológicas, políticas, etc. Em meio a um emaranhado de significações conceituais, a paisagem pode ser considerada (ou vista como por alguns paradigmas), sob um caráter de fenômeno social, em que contextos históricos e culturais específicos definem características simbólicas ímpares. Sob esse viés, a paisagem nada mais é do que um produto humano, da construção humana, podendo ser definida como um espaço social humanizado: no tempo e no espaço. Essa paisagem passa a ser lida e interpretada como símbolo e adquirindo seu papel cultural dentro das representações sociais de um dado grupo enquanto bem cultural, logo, pode ser compreendida como um dos focos da Arqueologia, uma vez que seu estudo sistemático possibilita o entendimento de pontos-chave da pesquisa, entre eles: os processos formativos, ocupações em longa duração (no tempo, espaço e cultura), mobilidade, obtenção de recursos, simbolismo, sistema de assentamento, etc. 15

10 No que tange as características fisiográficas onde os sítios arqueológicos estão implantados, a região estudada se encontra na Formação Abaeté do Grupo Areado, apresentando uma sedimentação de seixos transportados que se depositaram nos leitos dos rios. Cabe ressaltar que, segundo Baggio (2008): A Formação Abaeté Cretáceo Inferior representa a unidade litoestratigráfica basal da Bacia Sanfranciscana e, inicia-se com os conglomerados fluviais contendo ventifactos, cascalhos e um grande volume de sedimentos rudíticos, depositados em regime torrencial sob clima árido e semiárido (SGARBI, 2001 apud BAGGIO, 2008, p.21). Esses processos de deposição deram-se fluxos aquosos esporádicos e pelo escoamento de leques aluviais, formando assim o substrato da bacia. Para os grupos précoloniais a constituição geológica regional permitiu a formação de várias cascalheiras ao longo dos rios, principalmente de seixos em quartzito e arenito silicificado (juntos equivalem a 63,60% dos 885 vestígios estudados), portanto fontes preciosas para a constituição da indústria lítica regional, característica que permitiu a inferência que são estas cascalheiras os locais de captação de matéria-prima. A geomorfologia regional é caracterizada por formas mistas de aplainamento e de dissecação fluvial. Esse processo de dissecação fluvial e de acumulação promove a degradação da superfície de aplainamento original, possibilitando o arrasamento desta superfície, formada em ambientes semiáridos. De acordo com Fragoso (2011), o relevo regional é, portanto, suave, a variação altimétrica ocorre pela associação ao aumento de espessura dos depósitos fanerozóicos e pela ocorrência de ruditos da formação Abaeté. Regionalmente, o solo característico é o neossolo litólico que, por ser recente, quase não apresenta profundidade. Esta característica é fundamental para a compreensão do registro arqueológico, uma vez que a maioria dos sítios apresentou vestígios culturais em superfície ou, quando em profundidade, geralmente não ultrapassam 50 cm. Além disso, são solos erosivos pelo seu declive acentuado ou pela dificuldade de infiltração de água no perfil. O principal abastecimento aquífero da região na qual os sítios estão localizados é o rio Abaeté que tem sua nascente no município de São Gotardo, Minas Gerais, tendo 306,6 km de extensão e desaguando no rio São Francisco. O rio Abaeté é um dos principais afluentes da margem esquerda do referido rio. A vegetação regional é representada pelo Cerrado Stricto Sensu caracterizado por árvores de pequeno e médio porte. 16

11 Os cerrados outrora designados campos cerrados, por oposição visual dos que provinham de altas e densas florestas costeiras, são formados por vegetação com árvores baixas e troncos retorcidos, de imediato reconhecimento: plantas de tronco lenhoso com galhos retortos e bizarros, que perdem as folhas durante a estação mais seca do ano (AB SÁBER, 2006, p.132). Ainda segundo Ab Sáber (2006), no cerrado ocorrem precipitações três a quatro vezes maiores que a média anual se comparando ao domínio da caatinga, e que a característica de savana dos cerrados típicos é distinta pela luminosidade e calor que atingem o solo por entre as pequenas árvores. AS OCUPAÇÕES HUMANAS: A TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ EM MINAS GERAIS A Tradição Aratu-Sapucaí é associada aos grupos horticultores ceramistas (provavelmente falantes do tronco linguístico Macro-Jê), que ocuparam uma grande faixa do Planalto Central Brasileiro (PROUS, 1992; HENRIQUES Jr., 2006; FIGUEIREDO, 2008; RODRIGUES, 2011). De acordo com Rodrigues (2011, pp ): Através do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA), criado com a colaboração da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, CNPq e a Smithsonian Institution (...), durante o decênio de 60, foi estabelecida a Tradição Aratu Sapucaí. A proposta do referido programa foi obter amostras de vários sítios para compreender a localização e a história das diversas culturas que habitaram o vasto território brasileiro (...) O objetivo deste programa girou em torno da descrição e classificação de materiais coletados em levantamentos arqueológicos, localizados nos vales dos grandes rios das bacias regionais. Inspirada na proposta históricocultural de Willey e Phillips, junto à utilização do método Ford, a finalidade destes procedimentos foi formular um panorama de difusão da cerâmica do Brasil, centrando se basicamente, mas não exclusivamente, em sítios Tupiguarani. A Tradição foi estabelecida a partir da união entre a Aratu, descrita por Calderón para sítios e seus repertórios identificados no estado da Bahia, em 1969/1970; e da Sapucaí, anteriormente identificado por Ondemar Dias Jr. para sítios e seus repertórios culturais implantados na bacia mineira do Paraná, nos vales do rio Grande e Verde, em 1971 (PROUS, 1992, p. 345; RODRIGUES, 2011, pp ). Foi com o PRONAPA que pesquisadores que trabalhavam na Bahia (Calderón) e Minas Gerais (O. Dias) começaram a definir as características da cultura das urnas simples, que não apresenta relações com as antigas ocupações ceramistas de grutas e abrigos tipo Una. Trabalhando separadamente, criaram tradições separadas para fenômenos parecidos, enquanto os arqueólogos goianos e o Pe. Schmitz faziam 17

12 o mesmo em Goiás. A reunião realizada em Goiânia, em 1980, fez com que se chegasse a um consenso sobre a necessidade de uma unificação, depois de se conhecer melhor esta nova realidade (PROUS, 1992, p. 345). No que diz respeito às características das aldeias filiadas à Tradição, estas foram implantadas em grandes superfícies, com diâmetro superior até 500 m, a céu aberto, em terrenos de ondulações suaves, geralmente em médias vertentes, e sempre próximas aos pequenos cursos d água (PROUS, 1992; FERNANDES, 2001; FAGUNDES, 2004, 2011b, 2015; HENRIQUES Jr., 2006; FIGUEIREDO, 2008; ALVES, 2009, 2013; RODRIGUES, 2011). Assim, o mais comum é a localização dos sítios em terrenos ondulados, a céu aberto, na maioria dos casos são aldeias circulares, com vestígios de sepultamento, fogueiras, artefatos líticos e cerâmicos. Dentre os líticos, com grande frequência encontrou se: lâminas polidas de machado; blocos com depressões centrais entendidos como quebra cocos ou bigorna para lascamento bipolar; material lascado, com grande recorrência do quartzo. Em menor grau aparecem polidores fixos, núcleos, mão de pilão, seixos (seja como alisadores ou como percutores) e grandes blocos. Cabe destacar que os artefatos líticos nem sempre são apresentados em estudos ligados à mencionada Tradição (ROGRIGUES, 2011, p.62). Henriques Jr. (2006, p.11), ao descrever a Tradição, caracteriza seu repertório cultural pela presença de vasilhames piriformes e globulares com dimensões diversificadas (gerando diferentes cacos no que tange a espessura), com destaque para os grandes vasilhames que, segundo o autor, teriam como função o armazenamento de líquidos e grãos, bem como seu uso em ritos funerários. Vasilhames pequenos, alguns geminados, rodelas de fuso (que atestam a fiação de algodão), cachimbos, além de pratos e tigelas também fazem parte do repertório cultural. O material lítico estaria representado por vestígios lascados e polidos, sendo que estes últimos, sobretudo mãos-de-pilão, atestariam o cultivo do milho e batata-doce. Um dos sítios estudado por Henriques Jr. (2006) foi o sítio Mané do Juquinha, localizado na Província Cárstica do Alto São Francisco, tendo sido ocupado sucessivamente entre os séculos XIV e XV. Diferente dos sítios associados à Tradição Aratu-Sapucaí, está implantado em duas cavernas cársticas que, após várias intervenções de campo resultou na coleta muitos vestígios cerâmicos tanto superfície, como em subsuperfície (HENRIQUES Jr., 2006, pp.25-39). Estes fragmentos apresentaram espessura variando entre 03 e 25 mm, sendo que a maioria entre 06 e 10 mm (52,61% dos vestígios analisados), com diferentes tipos de antiplástico (HENRIQUES Jr, 2006, p.56). Sobre as técnicas de manufatura, foi observada a acordelada e a modelada, com fragmentos apresentando, na maioria, a queima redutora, 68% do material que, de acordo com o autor, é uma característica dos vestígios associados à Tradição (HENRIQUES 18

13 Jr., 2006, p.54-55). Acerca do tratamento de superfície, foi observada a presença do alisamento bom (uma marca da Tradição), sendo que alguns fragmentos foram polidos e outros poucos receberam algum tipo de resina ou tratamento de branidura. O banho, vermelho e preto, foi observado apenas em peças pequenas. Conclui seu trabalho afirmando que a diversidade de formas e volumes dos vasilhames cerâmicos observados regionalmente tem caráter funcional e não tecno-estilístico, e que muito do que fora classificado como Una teria sido produzido por grupos Aratu-Sapucaí (HENRIQUES Jr., 2006, p.72). Discutindo as intervenções no sítio Fazenda São Geraldo, no município de Ibiá, Prous (1992, p. 351), apresenta como resultado das escavações a evidenciação de 15 fundos de cabanas ovalados, formando círculos aproximados de 200 m de diâmetro, que ocuparam a face superior da encosta de um morro, cuja base é drenada por um córrego e pelo rio Santa Teresa. Ainda de acordo com Prous (1992, pp ): A cerâmica inclui grandes urnas globulares de superfície áspera (pelo tempero feito de quartzo local moído em fragmentos bastante grossos) e cuja boca é circundada por uma incisão profunda. Este antiplástico não aparece nos vasilhames menores, de acabamento melhor entre os quais se destacam pequenos recipientes em forma de cuias, ostentando até os apêndices destas plantas, formando, por vezes, recipientes germinados, semelhantes ao da fase Mossâmedes. Apresentam cor cinza escuro e são particularmente encontrados associados aos sepultamentos. Urnas de dimensões intermediárias e forma cônica parecem ter sido reservadas às crianças. Alves (2009, pp ) ao descrever os sítios identificados e estudos no âmbito do Projeto Quebra-Anzol, no vale do Paranaíba mineiro, os caracteriza como assentamentos a céu aberto, do tipo colinares, sempre implantados em locais de média vertente. Nos cinco sítios escavados sempre houve a detecção de manchas escuras (...) resultantes da decomposição de antigas cabanas, que representam espaços habitacionais de ocupações ceramistas do nível litocerâmico, correspondentes às ocas indígenas (ALVES, 2009, p. 71). Fagundes (2015), acerca das oito aldeias ceramistas sítios identificadas no município de Ituiutaba, indica que todas estão implantadas em regiões de declive suave, próximos a fontes d água, tanto no rio Tijuco, afluente da margem esquerda do Paranaíba, quanto pequenos rios e córregos. Para estes sítios, em especial, não há uma distinção muito clara sobre a escolha do local da aldeia ser próxima aos grandes cursos d água ou não, além disso, é bem provável que às margens do Tijuco várias aldeias ceramistas possam ser evidenciadas, além dos vários sítios associados aos grupos de caçadores coletores já identificados (FAGUNDES, 2015). O maior destes assentamentos identificados (e com maior variabilidade artefatual), o São Lourenço, está implantando próximo a uma vereda, na margem direita do rio São Loureço, 19

14 afluente do Tijuco, sendo cortado por pequenos córregos nas proximidades (FAGUNDES, 2015; WINTER et al, 2010). Apesar de não ter sido escavado (houve apenas a execução de uma sondagem exploratória que detectou a presença de vestígios cerâmicos até aproximadamente 70 cm de profundidade), a dispersão superficial do repertório cultural indica uma área do sítio superior a m 2, portanto uma grande aldeia, com presença de cacos cerâmicos diversificados e vestígios líticos, lascados e polidos. Já em Cachoeira Dourada (FAGUNDES, 2011b, 2015; GOMES, 2012) foram identificadas 10 grandes aldeias ceramistas, todas com dimensões acima de 2500 m 2 (tendo como base a dispersão dos vestígios), implantadas tantos às margens do Paranaíba, quanto em cursos menores, sempre em vertentes de chapadão com declives moderados. No sítio São João Batista, distante 40 m do lago da UHE Cachoeira Dourada, foi possível identificar uma grande mancha escura, circular, graças à ação do arado, muito semelhante ao que é apresentado para demais sítios do Vale do Paranaíba por Alves (2009). Os sítios Córgão 5 (I, II, III e IV), com datações entre 410 ± 60 anos AP (Córgão I) e 500 ± 85 anos A.P (Córgão III), estão implantados em áreas de vertente de chapadão em locais bem irrigados por pequenos córregos. Apresentaram uma grande diversidade de cultura material, representada principalmente por cacos bem espessos, apenas alisados e com antiplástico mineral bem evidente. Os vestígios líticos também são diversificados, representados por lascados e polidos (lascas de arenito de silicificado de diferentes dimensões e tipologias, furados em quartzo, núcleos, batedores, lâminas, etc.). Delforge (2013), em seu projeto de doutoramento, apresenta o sítio Cerâmica Preta, um assentamento lito-cerâmico inserido na Serra de Camanducaia, na divisa dos municípios de Itapeva e Camanducaia, sul de Minas Gerais. O assentamento está implantado em uma colina, esta cortada pelo rio Camanducaia. Em suas palavras: Seu comprimento é de cerca de 500m. O lado esquerdo visto a partir do rio forma um promontório suave e o direito liga-se a um morro maior com alguns afloramentos rochosos e matas. A colina separa dois vales, um por onde corre o Rio Camanducaia e outro por onde corre um riacho que desce da vertente da Serra de Camanducaia. O morro, por sua vez, se liga ao desenvolvimento geral da serra. O rio atravessa a serra formando um vale por onde passa atualmente a rodovia Fernão Dias. Morfologicamente, o local se constitui em um ponto de passagem pelas serras. O Rio Camanducaia é afluente do Rio Jaguari que, conforme o registro arqueológico, banha territórios habitados principalmente por populações Aratu-Sapucaí. Historicamente é relatada a presença de tribos ligadas ao tronco linguístico Macro Gê em especial aqueles conhecidos como Puri e Coroado. Os rios pertencem à bacia maior do Rio Tietê (DELFORGE, 2013). 5 O sítio Córgão III passará por escavações sistemáticas em junho de O conjunto artefatual já resgatado está sendo estudado por estagiários do LAEP/UFVJM. 20

15 De forma geral, no que se refere às características gerais da tecnologia cerâmica, a literatura a descreve como havendo baixo investimento decorativo, com presença de cacos bem alisados que às vezes é confundido com polimento e, em alguns casos, de peças com engobo vermelho. Os fragmentos são geralmente bem espessos (sempre produzidos pela técnica de acordelamento, com alguns poucos modelados), oriundos de vasilhames grandes (urnas globulares e piriformes), além da presença de vasos duplos (geminados), cuscuzeiros, rodelas de fuso e cachimbos tubulares (ALVES, 2009, 2013; FAGUNDES, 2011b, 2015). Segundo Prous (1992, p. 350), também são evidenciados vasos pequenos, de paredes geralmente finas, alguns com bases perfuradas, vestígios prováveis de cuscuzeiros. A maioria dos vestígios representados por cacos de cerâmica está espalhada aos milhares. Os Sapucaí utilizavam grandes vasilhas globulares (igaçabas) para guardar líquidos e sepultar os mortos; em certas regiões (perto de Ibiá), cobriam-nas com chapisco de quartzo moído, enquanto no resto do estado alisavam as paredes de barro. Nota-se também uma diferença da parte ocidental do estado (subtração Sapucaí), quase esféricas, e as do centro-sul (subtração Aratu), oblongas. Nas urnas funerárias Sapucaí aparecem pequenos vasos simples ou duplos em firma de cascas de vegetais cobertos por uma camada preta de fuligem fixada por polimento na parece quente (brunhidura): quatro desses recipientes duplos encontram-se numa única urna de São Gotardo. Os recipientes culinares são de tamanho médio, parecendo-se com tigelas ou apresentando forma cônica. São por vezes cobertos por tinta vermelha (engobo); quase nunca receberam decoração, a não ser eventuais impressões de pontos ou de unhas formando uma linha ao redor da boca. Também de cerâmica são as rodelas perfuradas cônicas ou bicônicas (destinadas a assegurar o movimento dos fusos com os quais se faziam os fios de fibras vegetais) e os cachimbos, tubulares ou com fornilha angular (...); em raros sítios apareceram também adornos (...), suporte de panelas cônicas e colheres de barro queimado (PROUS, 2000, pp ). De acordo com Alves (2013), a cerâmica evidenciada e resgatada dos sítios escavados no Vale do Paranaíba é majoritariamente lisa, com ausência de pintura, banho, brunidura e de decoração plástica. Mais recentemente, foi identificado no sítio Inhazinha um perfil com três fornos de barranco, sendo que em um deles foi evidenciado um vasilhame de cerâmica fraturado, com inúmeras incisões na superfície externa, depositado na parte superior do forno. Na face inferior foi identificada uma fogueira também com cerâmica repleta de incisões. Ainda segundo a autora, O engobo só ocorreu em dois sítios: (a) no Prado, nas cores branca e vermelha. (b) no sítio Silva Serrote, na branca. Sobre as técnicas relacionadas à manufatura, Alves (2013, p.106), destaca emprego da técnica acordelada na montagem do artefato cerâmico; tratamento de superfície representado pela técnica do alisamento; ausência de polimento da pasta; ausência de brunidura; ausência de pintura e banho; possível ocorrência de engobo vermelho e branco somente para a cerâmica do 21

16 sítio Prado e de engobo branco para a do sítio Silva Serrote, mas sem comprovação científica; queima redutora da cerâmica em fogueira rasa. A cerâmica arqueológica pré-colonial do vale do Paranaíba, estado de Minas Gerais, é utilitária, de uso e funções do cotidiano; seus vasilhames foram utilizadas para diversas atividades como cozinhar os alimentos, depositar grãos e sementes, conter líquidos: água, óleo, etc. Porém, os grandes vasilhames cerâmicos, as igaçabas, representadas pelas urnas periformes, com tampas, foram utilizadas de maneira dupla, ou seja, como artefatos utilitários: (a) Urnas silo, para depositar grãos e sementes; (b) Urnas funerárias, artefatos do universo simbólico ritualístico, para enterrar em posição fetal, alguns membros do grupo (...). Um vasilhame globular com pescoço ligeiramente acentuado, base convexa, dimensão mediana, foi coletado próximo ao sepultamento primário de indivíduo adulto depositado em urna periforme, no sítio Silva Serrote, e classificado como tigela funerária por indicar possível oferenda de alimentos e/ou de algum bem social (vulnerável à decomposição do solo tropical do Brasil) ao morto (ALVES, 2013, p. 105). Entre as várias formas e tipologias cerâmicas no vale do Paranaíba, Alves (2013, pp ) apresenta urnas globulares e periformes, vasilhames semiesféricos, carenados, cônicos, tigelas em meia-calota e elipsoides, fusos, vasos geminados, cuscuzeiros e cachimbos. Fagundes (2015), ao apresentar a cerâmica evidenciada em vários sítios no Triângulo Mineiro (no Vale do Tijuco e médio curso do Paranaíba), afirmou que o conjunto artefatual apresentou cacos de grande espessura, havendo alguns poucos finos, geralmente decorrentes da produção de vasilhames pequenos. As bordas são na maioria retas e algumas poucas introvertidas ou extrovertidas, ambas com lábios arredondados. Uma quantidade significativa destas bordas apresentou decoração plástica junto aos lábios, representadas por incisões, principalmente latitudinais, em toda a circunferência do vasilhame. Em uma quantidade mínima de peças (03 bordas) foram evidenciadas incisões do tipo ungulada, também nas bordas, junto aos lábios. Tal realidade destoa completamente do conjunto artefatual cerâmico do sítio Rezende, em Centralina - MG, também por ele estudado no âmbito do Projeto Quebra-Anzol (coordenado por Márcia Angelina Alves. FAGUNDES, 2004), em que apenas uma pequena borda com incisão foi identificada. Em São Gonçalo do Abaeté (IZUMI, 2012; TAMEIRÃO, 2014), mesmo que muito raros, os vestígios com presença de engobo vermelho e preto, além de algumas bordas com decoração incisa e ungulada, também ocorreram nos conjuntos artefatuais. As bases evidenciadas são todas côncavas e uma quantidade significativa de arestas de vasos geminados foi identificada. Rodelas de fuso, cachimbos e cuscuzeiros não foram observados nestes conjuntos artefatuais cerâmicos. Entre todos os sítios associados à Tradição Aratu-Sapucaí no Triângulo Mineiro, o sítio São Lourenço 01, em Ituiutaba, foi o que apresentou maior variabilidade na tecnologia cerâmica. Os fragmentos analisados eram bem resistentes, espessos, com alisamento entre bom e 22

17 excelente. Exceção diz respeito a grande quantidade de fragmentos com decoração plástica, geralmente representada por incisões latitudinais junto aos lábios. Algumas bordas com perfurações foram também identificadas (WINTER et al, 2010). Em Cachoeira Dourada, o sítio Lago 01 foi o que apresentou maior variabilidade nas bordas, apresentando algumas com incisões latitudinais junto ao lábio e outra tantas reforçadas internamente. Neste sítio, os lábios arredondados são mais comuns, mas há fragmentos com lábios ponteados. Foram identificadas arestas de vasos duplos, ou geminados, em todos os dez sítios lito-cerâmicos identificados no município (FAGUNDES, 2011b, 2015). Com base nestes dados, apesar de todas as controvérsias (RODRIGUES, 2011, p. 62), percebe-se que as diferenças na tecnologia cerâmica são pontuais, onde as similaridades são majoritárias. Pode-se, assim, indicar que entre os conjuntos cerâmicos associados à tradição Aratu-Sapucaí, o alisamento de qualidade, algumas vezes lembrando o polimento, é uma característica comum, somado ao próprio polimento e o engobo, geralmente em vermelho. Do mesmo modo, a técnica de acordelamento e a queima redutora estão presentes na maioria dos conjuntos alisados. Contudo, a decoração plástica nas bordas de alguns vasilhames parece ser uma característica com grande expressão (e ainda pouco explorada), ocorrendo em poucos fragmentos, principalmente nos pequenos e de espessura fina a média, sendo realizada nas bordas, abrangendo toda a circunferência dos vasilhames, muito próxima ao lábio. A decoração ungulada (também nas bordas), apesar de rara, ocorre em vários sítios do Triângulo Mineiro e Vale do São Francisco. ALGUNS EXEXMPLOS DAS INDÚSTRIAS LÍTICAS DA TRADIÇÃO ARATU- SAPUCAÍ De acordo com Rodrigues (2011, p. 62), os artefatos líticos nem sempre são apresentados em estudos relacionados à Tradição Aratu-Sapucaí. Sob a perspectiva aqui adaptada trata-se de um equívoco. O entendimento de similaridades e diferenças ou recorrências e mudanças nas maneiras de conceber, produzir e utilizar as ferramentas líticas coopera sensivelmente para a compreensão dos conjuntos cerâmicos (e vice-versa), ampliando o conhecimento acerca das ocupações pré-coloniais, sobretudo no Brasil Central, como, por exemplo, tem ocorrido com os estudos sobre tecnologia lítica de horticultores realizados por Isnardis e equipe para o Planalto Diamantinense (ISNARDIS, 2013). 23

18 Os conjuntos artefatuais líticos associados à Tradição Aratu-Sapucaí estão representados por vestígios sobre lasca, geralmente mais simples, que receberam poucas ações transformativas pós-debitagem e, quando ocorrem, são comuns os retoques curtos e em escamas para ativação de pelo menos um gume (FAGUNDES, 2004). Prous (2000, pp ) afirma que não eram bons lascadores, limitando-se ao lascamento de cristais e nódulos de quartzo. Esse tipo de vestígios foi identificado por Rodrigues (2011) no sítio Veredas III, no centro mineiro, onde o uso do quartzo hialino é majoritário, sendo debitado tanto pela técnica unipolar quanto bipolar. Por outro lado, os sítios do Centro-Norte e Triângulo Mineiro há uma maior diversidade de matéria-prima e da complexidade de sua apropriação para produção e emprego social do conjuntos artefatuais, com exploração majoritária do arenito silicificado (e quartzitos), geralmente havendo fatiamento de seixos para obtenção de suportes posteriormente retocados, ou mesmo a produção de ferramentas (uni ou bifaciais) sobre seixos (FAGUNDES, 2004, 2006, 2011b, 2015; GOMES; 2012; CORDEIRO, 2012; SILVA, 2012; ALVES, 2013). No sítio Rezende (FAGUNDES, 2006, p.118), localizado no médio vale do Paranaíba mineiro, a indústria lítica associada aos horticultores (datada entre os séculos XII e XV de nossa Era para a Zona 01 e séculos XI e XIV para a Zona 2 [ALVES, 2009]) está representada pela exploração de seixos de arenito silicificado (71,78% do conjunto artefatual dos horticultores), alguns fatiados por percussão unipolar direta, para a obtenção de suportes que, posteriormente, eram modificados por meio de retoques, geralmente curtos e em escama, para a evidenciação de um bordo ativo. Havia uma seleção prévia deste arenito silicificado, provavelmente nos locais de captação (cascalheiras dos rios Piedade e Paranaíba), sendo que devem ter sido levados para as aldeias previamente lascados. Além disso, alguns seixos foram talhados, uni e bifacialmente, onde receberam golpes para criação de um bordo ativo, sendo que grande parte da ferramenta foi mantida com sua superfície cortical como área de preensão. De modo geral, o conjunto pode ser caracterizado como uma indústria sobre seixo de arenito silicificado (matéria-prima endógena e de muito fácil acesso), para a produção de lascas com baixo investimento técnico, sobretudo em ações transformativas pós-debitagem, e artefatos sobre seixos. Reafirma-se que a classificação de baixo investimento nos processos após a obtenção de suportes não diminui a complexidade da indústria, principalmente relacionada à escolha da matéria-prima processos produtivos emprego social, relações, aliás, que precisam ser mais bem investigadas (FAGUNDES, 2006). No sítio Rezende, o quartzo também ocupou um lugar de destaque, sendo que dos dez núcleos evidenciados no conjunto artefatual, todos estavam esgotados, sendo apropriado, 24

19 principalmente, para a produção de furadores, mas há também lascas retocadas (FAGUNDES, 2006, p.122). Ainda de acordo com Fagundes (2015), o conjunto artefatual lítico de outros sítios associados aos horticultores ceramistas do Triângulo Mineiro (em Ituiutaba e Cachoeira Dourada), também está constituído por artefatos simples, com maior diversidade no uso da matéria-prima e da próxima produção artefatual, com presença de raspadores de diferentes tipologias e lascas retocadas, sobretudo em arenito silicificado. O quartzo também é amplamente utilizado, sendo os suportes obtidos tanto pelo lascamento unipolar como o bipolar. E, como no Rezende, os furadores sobre quartzo são uma ferramenta constante nos conjuntos artefatuais (FAGUNDES, 2004, 2015; GOMES, 2012). Gomes (2012) estudando o conjunto artefatual lítico do sítio Lago 01, o descreve como proveniente de grupos ceramistas associados à tradição Aratu-Sapucaí localizado às margens do lago formado pela UHE Cachoeira Dourada, em uma área de APP, sendo o conjunto representado por núcleos (13,95% do conjunto), lascas de debitagem (37,20%), refugos de lascamento (20,93%), estilhas (18,60%), percutores (2,32%) e furadores de quartzo (6,97%). A matéria-prima dominante são os arenitos (34,387% do conjunto), seguidos pelo basalto (18,60%), calcedônia (13,95%), quartzo (13,90%), silexito (11,62%) e sílex (6,97%). A técnica unipolar está presente em os produtos de debitagem, apesar de o autor descrever o talhe de seixos para a produção de ferramentas maiores e mais pesadas. Entre os produtos de debitagem as lascas com marcas de utilização são a maioria (25,58% do conjunto), já os artefatos perfazem 10,98% do conjunto. Uma característica importante (e que necessita ser mais bem explorada em futuro próximo) é a relação entre matéria-prima e conjuntos artefatuais dos horticultores ceramistas, fato já esboçado na análise da relação entre o arenito silicificado e os conjuntos líticos do sítio Rezende (FAGUNDES, 2006). O que se pode observar no estudo dos sítios Lago 01 (associado aos horticultores ceramistas) e Lago 02 (associado aos grupos de caçadores coletores) é que, mesmo tendo o sílex e o silexito disponíveis, o uso de seixos de arenito silicificado teve um papel preponderante na produção artefatual. Logo, o que se está definindo como conjuntos artefatuais pouco complexos podem ser processos vinculados à funcionalidade das ferramentas e a tradição tecnológica (FAGUNDES, 2006, p. 131). Medeiros (2007) estudando conjuntos artefatuais em dois sítios lito-cerâmicos associados à tradição Aratu-Sapucaí, ambos integrantes do Projeto Quebra-Anzol (ALVES, 2009), indica os seguintes resultados: (a) Sítio Inhazinha foi possível observar a presença de vestígios lascados (191 peças) e polidos (39 peças), sendo que a maioria destes produzidos em 25

20 quartzo (59,74%), basalto (27,39%), arenito silicificado (9,53%) e quartzito (3,46%). Neste conjunto, segundo o autor, apenas o lascamento unipolar foi identificado, onde foi possível constatar que pelo menos parte do processo foi realizado na aldeia (MEDEIROS, 2007, p. 218). (b) Sítio Rodrigues Furtado com a presença de 466 vestígios líticos, deste total 428 são lascados (produzidos tanto pela técnica unipolar quanto bipolar) e 38 polidos. A matéria-prima predominante foi o quartzo (76,81%), arenito silicificado (18,88%), basalto (2,36%) e quartzito (1,71%) (MEDEIROS, 2007, p. 219). Nery e Faccio (2010) apresentaram uma síntese sobre vários sítios associados à tradição Aratu na micro-bacia do rio Turvo, no norte do estado de São Paulo, bacia do Rio Grande. Segundos os autores (NERY & FACCIO, 2010, p. 80), o arenito silicificado perfaz 41% dos conjuntos artefatuais estudados, seguido pela calcedônia (28%), quartzo (18%) e sílex (13%). Na letra dos autores: Analisando os líticos lascados das áreas dos Sítios Turvos, percebesse uma maior ocorrência de peças confeccionadas em arenito silicificado, calcedônia e quartzo, respectivamente. Os núcleos e lascas apresentaram a matéria-prima arenito silicificado. Os resíduos apresentam a matéria-prima calcedônia. De modo geral, verifica-se que essas duas matérias-primas têm um nível maior de utilização. O arenito silicificado apresenta-se como matéria-prima de maior ocorrência. Na área do Sítio Turvo I, verificou-se a ocorrência dos dois núcleos em arenito. Pode-se perceber que o trabalho de lascamento foi efetuado na área do sítio (NERY & FACCIO, 2010, p. 80). Concluem que os conjuntos líticos estão caracterizados por peças não muito grandes, tendo o arenito silicificado como matéria-prima predominante, a exemplo dos sítios estudados no Triângulo Mineiro (FAGUNDES, 2004, 2015; GOMES, 2012), contudo, ainda segundo os autores, tal realidade não impediu a utilização de outras rochas e minerais. A indústria, assim, está constituída de instrumentos simples, com poucas modificações, mas, segundo Nery e Faccio (2010, p. 87), estes supriam as necessidades cotidianas do grupo (ou grupos) que as produziram. Ao se tratar da tecnologia lítica nos sítios associados à Tradição Aratu-Sapucaí, Fernandes (2001) aborda que normalmente o material lítico associado à Tradição Aratu-Sapucaí está intimamente relacionado ao tamanho das aldeias, geralmente descritas como extensas e estáveis. Diante disto, a autora diz que: Portanto, para que um sítio fosse filiado à tradição, além de sua localidade, eram confirmadas algumas das questões que caracterizaram a Tradição Aratu-Sapucaí, como as urnas periformes e a documentação cerâmica bem característica, com fusos perfurados, vasos geminados (duplos), vasilhames de bordas onduladas e fragmentos cerâmicos lisos. Quanto à indústria lítica, os grandes representantes 26

Mapa hipsométrico. Fonte: Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento (LTIG/PUCRS). Adaptado de Weber, Hasenack & Ferreira (2004).

Mapa hipsométrico. Fonte: Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento (LTIG/PUCRS). Adaptado de Weber, Hasenack & Ferreira (2004). ANEXO 1 125 126 Figura A1 - Localização dos sítios no Vale do Rio dos Sinos, RS. Mapa hipsométrico. Fonte: Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento (LTIG/PUCRS). Adaptado de Weber, Hasenack

Leia mais

Anexo 1-Caderno de Pranchas Extras

Anexo 1-Caderno de Pranchas Extras Anexo 1-Caderno de Pranchas Extras Planície e Pantanal do Alto e Médio Guaporé Sítio Lixão Imagem de satélite do Google Earth mostrando a inserção do Sítio Lixão ao norte da BR-174 em uma Planície Ampla

Leia mais

MATERIAIS LÍTICOS LASCADOS DA TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ NO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. O CASO DOS SÍTIOS TURVO V-A E TURVO V-B

MATERIAIS LÍTICOS LASCADOS DA TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ NO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. O CASO DOS SÍTIOS TURVO V-A E TURVO V-B 21 MATERIAIS LÍTICOS LASCADOS DA TRADIÇÃO ARATU-SAPUCAÍ NO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. O CASO DOS SÍTIOS TURVO V-A E TURVO V-B Brendo Luiz Camargo Rosa, Neide Barrocá Faccio Universidade Estadual Paulista

Leia mais

ANÁLISE DO MATERIAL CERÂMICO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS BALOTARI I, II E III NO DISTRITO DE FLORESTA DO SUL / MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP

ANÁLISE DO MATERIAL CERÂMICO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS BALOTARI I, II E III NO DISTRITO DE FLORESTA DO SUL / MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP ANÁLISE DO MATERIAL CERÂMICO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS BALOTARI I, II E III NO DISTRITO DE FLORESTA DO SUL / MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP Jean Ítalo de Araújo Cabrera Universidade Estadual Paulista

Leia mais

CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS PRUDENTÓPOLIS-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO

CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS PRUDENTÓPOLIS-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS PRUDENTÓPOLIS-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO Simone Aparecida de Almeida Antonio Liccardo Gilson Burigo Guimarães OBJETIVOS Este catálogo refere-se

Leia mais

ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA UHE QUEBRA-QUEIXO, SC

ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA UHE QUEBRA-QUEIXO, SC Anais do XI Congresso da SAB - Trabalho: Estudo do Material Cerâmico Resgatado n...page 1 of 13 ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA UHE QUEBRA-QUEIXO, SC Ana Lucia Herberts[1]

Leia mais

Moita do Ourives: O Neolítico médio na Bacia do Tejo

Moita do Ourives: O Neolítico médio na Bacia do Tejo O Neolítico médio na Bacia do Tejo Filipa Rodrigues Sítio identificado no âmbito da construção da A 13 (Auto estrada Almeirim/ Marateca) Intervenção de emergência Delimitação e limpeza a colherim de um

Leia mais

NOTAS SOBRE A OCORRÊNCIA DE CERÂMICA ARQUEOLÓGICA NO SÍTIO FAZENDA COLORADO IV, REGIÃO DE TABOCO, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL BRASIL

NOTAS SOBRE A OCORRÊNCIA DE CERÂMICA ARQUEOLÓGICA NO SÍTIO FAZENDA COLORADO IV, REGIÃO DE TABOCO, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL BRASIL NOTAS SOBRE A OCORRÊNCIA DE CERÂMICA ARQUEOLÓGICA NO SÍTIO FAZENDA COLORADO IV, REGIÃO DE TABOCO, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL BRASIL Rodrigo Simas Aguiar 1 ; Diego Souto Maior Colino 2 ; Beatriz dos Santos

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA EDUARDO KAZUO TAMANAHA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA EDUARDO KAZUO TAMANAHA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA EDUARDO KAZUO TAMANAHA OCUPAÇÃO POLÍCROMA NO BAIXO E MÉDIO RIO SOLIMÕES, ESTADO DO AMAZONAS. VOLUME 2

Leia mais

Arqueologia e História Indígena em Museu de Território

Arqueologia e História Indígena em Museu de Território Arqueologia e História Indígena em Museu de Território 154 vaso de cerâmica reconstituído pelo MAC / (200 a 500 anos antes do presente) Sede do MAC em Pains, MG Na cidade de Pains, MG, encontra-se o Museu

Leia mais

INDÍGENAS NO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA: SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PATRIMÔNIO.

INDÍGENAS NO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA: SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PATRIMÔNIO. 35 INDÍGENAS NO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA: SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PATRIMÔNIO. Doutor em História pela PUC/SP. Professor Associado da Universidade Federal de Uberlândia, Campus do Pontal. aurelino.ufu@gmail.com.br

Leia mais

Kit educativo da Amazônia Central

Kit educativo da Amazônia Central Universidade de São Paulo Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI Museu de Arqueologia e Etnologia - MAE Livros e Capítulos de Livros - MAE 2014 Kit educativo da Amazônia Central http://www.producao.usp.br/handle/bdpi/47564

Leia mais

Aula 3 de 4 Versão Professor

Aula 3 de 4 Versão Professor Aula 3 de 4 Versão Professor As Comunidades Indígenas Agora vamos conhecer um pouco das características naturais que atraíram essas diferentes ocupações humanas ao longo dos séculos para a Região da Bacia

Leia mais

Aula 1 de 4 Versão Aluno

Aula 1 de 4 Versão Aluno Aula 1 de 4 Versão Aluno O QUE É ARQUEOLOGIA? Arqueologia é a ciência que busca entender as culturas humanas a partir do estudo do registro arqueológico, que é o conjunto de todos os traços materiais da

Leia mais

A PRÉ-HISTÓRIA DE SANTA LUZIA

A PRÉ-HISTÓRIA DE SANTA LUZIA A PRÉ-HISTÓRIA DE SANTA LUZIA Marcos Paulo de Souza Miranda Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Cadeira nº 93. Patrono: Orville Derby De acordo com a historiografia tradicional,

Leia mais

Casas subterrâneas: a arqueologia nas regiões Sul e Sudeste do Brasil

Casas subterrâneas: a arqueologia nas regiões Sul e Sudeste do Brasil Universidade de São Paulo Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI Museu de Arqueologia e Etnologia - MAE Livros e Capítulos de Livros - MAE 2014 Casas subterrâneas: a arqueologia nas regiões

Leia mais

PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS EM SÃO MARCOS, RS

PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS EM SÃO MARCOS, RS Anais do V encontro do Núcleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira SAB/Sul. De 20 a 23 de novembro de 2006, na cidade de Rio Grande, RS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS EM SÃO MARCOS, RS Jairo Henrique

Leia mais

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL ARGUMENTO 2017 2º ANO E.M. MÓDULO 46 DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL Os DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS representam a combinação de um conjunto de elementos do quadro natural

Leia mais

Orogênese (formação de montanhas): o choque entre placas tectônicas forma as cordilheiras.

Orogênese (formação de montanhas): o choque entre placas tectônicas forma as cordilheiras. O RELEVO TERRESTRE A superfície terrestre não é uniforme, mas sim composta por irregularidades, apresentando formas altas ou baixas, planas ou onduladas. O relevo pode ser definido como o conjunto das

Leia mais

Caracterização da Ecorregião do Planalto Central

Caracterização da Ecorregião do Planalto Central do Planalto Central A Ecorregião do Planalto Central abrange uma área de 157.160,8 km² (7,84% do bioma Cerrado). É uma região de grande complexidade morfológica com superfícies aplainadas e diferentes

Leia mais

SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROBERTO EKMAN SIMÕES ARCHAEOLOGICAL SITE ROBERTO EKMAN SIMÕES

SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROBERTO EKMAN SIMÕES ARCHAEOLOGICAL SITE ROBERTO EKMAN SIMÕES 239 SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROBERTO EKMAN SIMÕES Neide BARROCÁ FACCIO Juliana Aparecida ROCHA LUZ Hiuri Marcel DI BACO Resumo: Apresentamos neste artigo o Sítio Arqueológico Roberto Ekman Simões e a análise

Leia mais

Atividades. As respostas devem estar relacionadas com o material da aula ou da disciplina e apresentar palavras

Atividades. As respostas devem estar relacionadas com o material da aula ou da disciplina e apresentar palavras Atividades As respostas devem estar relacionadas com o material da aula ou da disciplina e apresentar palavras chaves importantes. Aula 11 4.1. Solos da Amazônia A região da Amazônia, em sua maior parte,

Leia mais

2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO

2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO 2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO O presente trabalho foi efectuado em três áreas, que se situam na região do Minho, no NW de Portugal (Fig. 2.1.). Fig. 2.1. Localização geográfica das áreas

Leia mais

Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n.36, v.2, p.27-48, ago./dez

Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n.36, v.2, p.27-48, ago./dez OCUPAÇÕES GUARANI NO NOROESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO GUARANI OCCUPATIONS IN NORTHWEST OF SÃO PAULO STATE OCUPACIONES GUARANI EN EL NOROESTE DEL ESTADO DE SÃO PAULO Neide Barrocá Faccio Prof.ª Livre Docente

Leia mais

Indústrias líticas em sítios cerâmicos na Amazônia: um estudo do sítio Domingos, Canaã dos Carajás, Pará.

Indústrias líticas em sítios cerâmicos na Amazônia: um estudo do sítio Domingos, Canaã dos Carajás, Pará. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 17: 99-126, 2007. Indústrias líticas em sítios cerâmicos na Amazônia: um estudo do sítio Domingos, Canaã dos Carajás, Pará. Lucas Bueno* Edithe Pereira**

Leia mais

CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS IVAÍ-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO

CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS IVAÍ-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO CATÁLOGO DE AMOSTRAS ARQUEOLÓGICAS IVAÍ-PR ACERVO: PROJETO DE EXTENSÃO GEODIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO Simone Aparecida de Almeida Antonio Liccardo Gilson Burigo Guimarães OBJETIVOS Este catálogo refere-se

Leia mais

A UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS LITOLÓGICAS NA REGIÃO DO BAIXO PARANAPANEMA PARA A PRODUÇÃO DE ARTEFATOS.

A UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS LITOLÓGICAS NA REGIÃO DO BAIXO PARANAPANEMA PARA A PRODUÇÃO DE ARTEFATOS. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Geografia Presidente Prudente Edição Especial XVI Semana da Geografia A UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: FAZENDA SEROPÉDICA - SEDE Outras designações ou siglas: Município:

Leia mais

ANÁLISE COMPARATIVA DAS INDÚSTRIAS LÍTICAS DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA MATA ATLÂNTICA CATARINENSE

ANÁLISE COMPARATIVA DAS INDÚSTRIAS LÍTICAS DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA MATA ATLÂNTICA CATARINENSE Anais do V encontro do Núcleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira SAB/Sul. De 20 a 23 de novembro de 2006, na cidade de Rio Grande, RS ANÁLISE COMPARATIVA DAS INDÚSTRIAS LÍTICAS DOS SÍTIOS

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÃO SEBASTIÃO II Outras designações ou siglas: Município: SEROPÉDICA

Leia mais

ARQUEOLOGIA DO PLANALTO SUL-RIO-GRANDENSE: O ESTUDO DA OCUPAÇÃO DE DUAS CASAS SUBTERRÂNEAS

ARQUEOLOGIA DO PLANALTO SUL-RIO-GRANDENSE: O ESTUDO DA OCUPAÇÃO DE DUAS CASAS SUBTERRÂNEAS ARQUEOLOGIA DO PLANALTO SUL-RIO-GRANDENSE: O ESTUDO DA OCUPAÇÃO DE DUAS CASAS SUBTERRÂNEAS CÁTIA ANDRÉIA GRESPAN 1, PEDRO IGNÁCIO SCHMITZ 2 RESUMO O presente artigo tem por objetivo apresentar a metodologia

Leia mais

Critérios para atuação do IPHAN no licenciamento de loteamentos Lúcia Juliani

Critérios para atuação do IPHAN no licenciamento de loteamentos Lúcia Juliani Critérios para atuação do IPHAN no licenciamento de loteamentos Lúcia Juliani Arqueóloga Diretora da A Lasca Arqueologia O que são sítios arqueológicos? Sítios arqueológicos representam os remanescentes

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: MORRO DA OLARIA Outras designações ou siglas: Município: SEROPÉDICA

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: ALDEIA DE ITAGUAÇU II Outras designações ou siglas: Município:

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÃO SEBASTIÃO III Outras designações ou siglas: Município: SEROPÉDICA

Leia mais

ANÁLISE GEO-ARQUEOLÓGICA SOBRE A TERRITORIALIDADE NO SÍTIO ARQUEOLÓGICO FRUXU 1

ANÁLISE GEO-ARQUEOLÓGICA SOBRE A TERRITORIALIDADE NO SÍTIO ARQUEOLÓGICO FRUXU 1 ANÁLISE GEO-ARQUEOLÓGICA SOBRE A TERRITORIALIDADE NO SÍTIO ARQUEOLÓGICO FRUXU 1 Ailson Barbosa de Oliveira alibarol@yahoo.com.br Bacharel em geografia pela UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: K1- A Outras designações ou siglas: Município: DUQUE DE CAXIAS

Leia mais

O ESTUDO DA VARIABILIDADE CERÂMICA DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO III

O ESTUDO DA VARIABILIDADE CERÂMICA DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO III O ESTUDO DA VARIABILIDADE CERÂMICA DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO III Laís Jacqueline Silva 1 Neide Barrocá Faccio 2 RESUMO: Este artigo tem por objetivo a discussão da variabilidade do material cerâmico

Leia mais

ECO GEOGRAFIA. Prof. Felipe Tahan BIOMAS

ECO GEOGRAFIA. Prof. Felipe Tahan BIOMAS ECO GEOGRAFIA Prof. Felipe Tahan BIOMAS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Os domínios morfoclimáticos representam a combinação de um conjunto de elementos da natureza relevo, clima, vegetação que se inter-relacionam

Leia mais

O ESTUDO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ALVIN E SUA INTERAÇÃO CON A GEOGRAFIA

O ESTUDO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ALVIN E SUA INTERAÇÃO CON A GEOGRAFIA O ESTUDO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ALVIN E SUA INTERAÇÃO CON A GEOGRAFIA NEIDE BARROCÁ FACCIO * HISTÓRICO DAS PESQUISAS O Sítio Arqueológico alvim, localiza-se na margem direita do Rio Paranapanema, no Município

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÍTIO CARLOS SAMPAIO Outras designações ou siglas: Município: NOVA

Leia mais

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Cerâmica de Produção Local Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada de Imitação Local (Açoriana)

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Cerâmica de Produção Local Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada de Imitação Local (Açoriana) Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Cerâmica de Produção Local Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada de Imitação Local (Açoriana) Figura N.º de Registo/Acrónimo Designação/Descrição Imagem

Leia mais

Grupo Tecnológico: Cerâmica Fina Não Vidrada Subgrupo/origem: Importação Nacional

Grupo Tecnológico: Cerâmica Fina Não Vidrada Subgrupo/origem: Importação Nacional Grupo Tecnológico: Cerâmica Fina Não Vidrada Subgrupo/origem: Importação Nacional Figura N.º de Registo/Acrónimo Designação/Descrição Imagem 514 Leg.n.º23 COPO Copo ou ventosa de forma globular, de bordo

Leia mais

Pesquisas etnoarqueológicas e suas possibilidades analíticas no estudo da produção tecnológica de populações indígenas (Jê Meridionais).

Pesquisas etnoarqueológicas e suas possibilidades analíticas no estudo da produção tecnológica de populações indígenas (Jê Meridionais). Pesquisas etnoarqueológicas e suas possibilidades analíticas no estudo da produção tecnológica de populações indígenas (Jê Meridionais). Relações: Documento Arqueológico / Histórico / Antropológico Temas:

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: JOSÉ GRANDE Outras designações ou siglas: ZÉ GRANDE Município:

Leia mais

Diante desse quadro, podemos inferir que existiriam várias arqueologias. Contudo, todas têm em comum:

Diante desse quadro, podemos inferir que existiriam várias arqueologias. Contudo, todas têm em comum: Questão 1: O quadro abaixo apresenta algumas modalidades e especialidades da Arqueologia, além de duas disciplinas de apoio. ARQUEOLOGIA ZOOARQUEOLOGIA ANTROPOLOGIA ARQUEOBOTÂNICA GEOLOGIA CLÁSSICA HISTÓRICA

Leia mais

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação de Aveiro

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação de Aveiro Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação de Aveiro Figura N.º de Registo/Acrónimo Designação/Descrição Imagem TIGELA 554 JFM/06-22-3107 JFM/06-22-3001 Dois fragmentos de bordos e paredes

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: ABRIGO DA CONQUISTA Outras designações ou siglas: Município: SEROPÉDICA

Leia mais

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação do Continente Português Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada (Séries Empedradas)

Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação do Continente Português Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada (Séries Empedradas) Grupo Tecnológico: Cerâmica Comum Subgrupo/origem: Importação do Continente Português Especificação: Cerâmica Fina Não Vidrada (Séries Empedradas) Figura N.º de Registo/Acrónimo Designação/Descrição Imagem

Leia mais

Definição. Unidade Territorial com características naturais bem. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado

Definição. Unidade Territorial com características naturais bem. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado Definição Compreende-se como sendo uma Unidade Territorial com características naturais bem marcantes e que o individualizam. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado como sinônimo para identificar

Leia mais

ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS PLUVIAIS EM ARGISSOLOS ATRAVÉS DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP.

ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS PLUVIAIS EM ARGISSOLOS ATRAVÉS DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP. ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS PLUVIAIS EM ARGISSOLOS ATRAVÉS DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP. Isabela Saldella Hatum, FCT/UNESP, isa_bsh@hotmail.com João Osvaldo

Leia mais

A CULTURA MATERIAL DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO V-B, PONTES GESTAL (SP)

A CULTURA MATERIAL DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO V-B, PONTES GESTAL (SP) A CULTURA MATERIAL DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO TURVO V-B, PONTES GESTAL (SP) Juçara Pereira da Silva Reis 1 Neide Barrocá Faccio 2 Resumo O Sítio Arqueológico Turvo V-B encontra-se localizado no Município de

Leia mais

Estudo dos materiais líticos lascados do sítio arqueológico aguinha, município de Iepê/SP.

Estudo dos materiais líticos lascados do sítio arqueológico aguinha, município de Iepê/SP. Estudo dos materiais líticos lascados do sítio arqueológico aguinha, município de Iepê/SP. Study of lithic materials chipped from the archaeological site Aguinha, municipality of Iepê / SP. Estudio de

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: FAZENDA SEROPÉDICA I Outras designações ou siglas: CNSA: (campo

Leia mais

RESUMO INTRODUÇÃO. Palavras chave: Arqueologia; estudo geográfico e território. metodologias referente ao tema Geografia Ambiental.

RESUMO INTRODUÇÃO. Palavras chave: Arqueologia; estudo geográfico e território. metodologias referente ao tema Geografia Ambiental. ANÁLISE GEO-ARQUEOLÓGICA SOBRE A TERRITORIALIDADE NO SÍTIO ARQUEOLÓGICO FRUXU 1 Ailson Barbosa de Oliveira alibarol@yahoo.com.br Bacharel em Geografia Ruth KÜNZLI ruth@fct.unesp.br Prof.ª do curso de Geografia

Leia mais

RECÔNCAVO ANÁLISE DOS REMANESCENTES ARQUEOLÓGICOS PROVENIENTES DO PROJETO DE MONITORAMENTO DA PCH INDAIÁ GRANDE, MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA, MS.

RECÔNCAVO ANÁLISE DOS REMANESCENTES ARQUEOLÓGICOS PROVENIENTES DO PROJETO DE MONITORAMENTO DA PCH INDAIÁ GRANDE, MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA, MS. 87 ANÁLISE DOS REMANESCENTES ARQUEOLÓGICOS PROVENIENTES DO PROJETO DE MONITORAMENTO DA PCH INDAIÁ GRANDE, MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA, MS. Rodrigo Luiz Simas de Aguiar 1, Débora Korine Regonato 2 e Alessandra

Leia mais

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 07 ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 07 ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 07 ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA Como pode cair no enem? A partir dos dados apresentados, assinale a alternativa correta. a) A maior quantidade de minerais concentra-se em áreas

Leia mais

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB Sara Alves de Carvalho Araújo Guimarães 1 ; Raniele Adame Gomes 2 ; Renata Luana Gonçalves Lourenço 3 ; Rosinete Batista dos Santos Ribeiro

Leia mais

9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ

9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ USO DE GEOTECNOLOGIAS E ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA COMO RECURSO PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL: O ESTUDO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO GUARIBAS, UBERLÂNDIA MG. Oliveira, P.C.A. (UFU) RESUMO Este trabalho

Leia mais

AS ESTRUTURAS ARQUEOLÓGICAS DO ALTO PARANAÍBA E TRIÂNGULO MINEIRO MINAS GERAIS

AS ESTRUTURAS ARQUEOLÓGICAS DO ALTO PARANAÍBA E TRIÂNGULO MINEIRO MINAS GERAIS Rev. do AS ESTRUTURAS ARQUEOLÓGICAS DO ALTO PARANAÍBA E TRIÂNGULO MINEIRO MINAS GERAIS Mareia Angelina Alves* ALVES, M. A. As estruturas arqueológicas do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro Minas Gerais.

Leia mais

VARIABILIDADE LÍTICA DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS TURVOS NO CONTEXTO DA TRADIÇÃO ARATU

VARIABILIDADE LÍTICA DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS TURVOS NO CONTEXTO DA TRADIÇÃO ARATU 60 VARIABILIDADE LÍTICA DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS TURVOS NO CONTEXTO DA TRADIÇÃO ARATU Saulo Ivan NERY Neide BARROCÁ FACCIO Resumo: Este artigo apresenta o estudo dos vestígios líticos lascados coletados

Leia mais

PROPOSTA DE REVISÃO ESTRATIGRÁFICA E ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DO GRUPO URUCUIA NA BACIA SANFRANCISCANA.

PROPOSTA DE REVISÃO ESTRATIGRÁFICA E ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DO GRUPO URUCUIA NA BACIA SANFRANCISCANA. PROPOSTA DE REVISÃO ESTRATIGRÁFICA E ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DO GRUPO URUCUIA NA BACIA SANFRANCISCANA. Paulo Henrique Prates Maia & Zoltan Romero Cavalcante Rodrigues 1- Introdução Ø Durante a evolução

Leia mais

ANÁLISE DO MATERIAL LÍTICO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO LAJEADINHO 1

ANÁLISE DO MATERIAL LÍTICO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO LAJEADINHO 1 ANÁLISE DO MATERIAL LÍTICO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO LAJEADINHO 1 Danilo Alexandre Galhardo 2 Neide Barrocá Faccio 3 Resumo: O presente trabalho tem como recorte territorial o Sítio Arqueológico Lajeadinho,

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÍTIO SÃO SEBASTIÃO I Outras designações ou siglas: Município:

Leia mais

ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA UHE BARRA GRANDE, SC.

ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA UHE BARRA GRANDE, SC. ESTUDO DO MATERIAL CERÂMICO RESGATADO NA UHE BARRA GRANDE, SC. HERBERTS, Ana Lucia; HOFFMANN, Livim Monteiro Scientia Ambiental analh@terra.com.br Introdução Este trabalho apresenta os resultados obtidos

Leia mais

Relevo da Bacia do Rio das Antas (GO): Revisão Bibliográfica

Relevo da Bacia do Rio das Antas (GO): Revisão Bibliográfica Relevo da Bacia do Rio das Antas (GO): Revisão Bibliográfica Lorena Tereza Morais de Oliveira¹; Homero Lacerda² ¹ Bolsista PBIC/UEG, Licenciatura em Geografia, UnUCSEH, lorena_tmo@hotmail.com ² Orientador,

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÍTIO ALDEIA DA AMUNDABA Outras designações ou siglas: SITIO AMUNDABA

Leia mais

O CLIMA E A VEGETAÇÃO DO BRASIL

O CLIMA E A VEGETAÇÃO DO BRASIL O CLIMA E A VEGETAÇÃO DO BRASIL [...] Não tinha inverno e verão em Brasília, tinha o tempo da seca e tempo das chuvas. Uma vez choveu onze dias sem parar, e as pessoas andavam quase cegas debaixo do aguaceiro,

Leia mais

Geografia. Os Biomas Brasileiros. Professor Thomás Teixeira.

Geografia. Os Biomas Brasileiros. Professor Thomás Teixeira. Geografia Os Biomas Brasileiros Professor Thomás Teixeira www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia PRINCIPAIS BIOMAS DO BRASIL Amazônia Extensão aproximada: 4.196.943 quilômetros quadrados. A Amazônia

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA Cultura material lítica e cerâmica das populações pré-coloniais dos sítios Inhazinha e Rodrigues Furtado,

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA Cultura material lítica e cerâmica das populações pré-coloniais dos sítios Inhazinha e Rodrigues Furtado,

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Museu de Arqueologia e Etnologia PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Museu de Arqueologia e Etnologia PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Museu de Arqueologia e Etnologia PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA ARQUEOLOGIA DOS ABRIGOS CERA, AQUIDAUANA, MS: Cultura material e inserção na paisagem Maria Bernadete

Leia mais

GEOGRAFIA DO BRASIL Relevo e Solo

GEOGRAFIA DO BRASIL Relevo e Solo GEOGRAFIA DO BRASIL Relevo e Solo bruno7martins@gmail.com 1 Estrutura Geológica Bacias Sedimentares Acúmulo de sedimentos sobre os escudos Associadas a Combustíveis fósseis Rochas mais porosas, infiltração

Leia mais

Biomas / Ecossistemas brasileiros

Biomas / Ecossistemas brasileiros GEOGRAFIA Biomas / Ecossistemas brasileiros PROF. ROGÉRIO LUIZ 3ºEM O que são biomas? Um bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes áreas contínuas, em escala regional, com flora e fauna

Leia mais

Grupo Tecnológico: Vária/Faiança Subgrupo/origem: Importação valenciana Série funcional: Cerâmica de Mesa Gótico-mudéjar

Grupo Tecnológico: Vária/Faiança Subgrupo/origem: Importação valenciana Série funcional: Cerâmica de Mesa Gótico-mudéjar Grupo Tecnológico: Vária/Faiança Subgrupo/origem: Importação valenciana Série funcional: Cerâmica de Mesa Gótico-mudéjar Figura N.º de Registo/Acrónimo Designação/Descrição Imagem 577 JFM/06-22-3042 TIGELA

Leia mais

Análise da Susceptibilidade a Processos Erosivos, de Inundação e Assoreamento em Itajobi-SP a Partir do Mapeamento Geológico- Geotécnico

Análise da Susceptibilidade a Processos Erosivos, de Inundação e Assoreamento em Itajobi-SP a Partir do Mapeamento Geológico- Geotécnico Análise da a Processos Erosivos, de Inundação e em Itajobi-SP a Partir do Mapeamento Geológico- Geotécnico Lucas Duarte Beggiato Departamento de Geotecnia, Universidade de São Paulo, São Carlos, São Paulo

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: reservado) ÁGUAS LINDAS II Outras designações ou siglas: Município:

Leia mais

Análise de cerâmica arqueológica do Sítio Ribeirão Sangradouro Grande 1. Archaeological ceramic analysis in the Site of Ribeirão Sangradouro Grande 1

Análise de cerâmica arqueológica do Sítio Ribeirão Sangradouro Grande 1. Archaeological ceramic analysis in the Site of Ribeirão Sangradouro Grande 1 Análise de cerâmica arqueológica do Sítio Ribeirão Sangradouro Grande 1 Archaeological ceramic analysis in the Site of Ribeirão Sangradouro Grande 1 MARGARIDA AUGUSTA DE ALMEIDA BISPO 1 EMÍLIA MARIKO KASHIMOTO

Leia mais

Rio Paran ARQUEOLOGIA DO PLANALTO MERIDIONAL BRASILEIRO

Rio Paran ARQUEOLOGIA DO PLANALTO MERIDIONAL BRASILEIRO Rio Paran Ri op ara n á apanema Rio I guaçu Rio U Oc ean oa tlâ nti c o ruguai ARQUEOLOGIA DO PLANALTO MERIDIONAL BRASILEIRO INTRODUÇÃO O planalto meridional brasileiro abrange os três estados: Rio Grande

Leia mais

CAPÍTULO 2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS. 2.1 Clima

CAPÍTULO 2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS. 2.1 Clima CAPÍTULO 2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 2.1 Clima A região do Médio Vale do Rio Jequitinhonha situa-se na faixa de clima Bsw (Köppen, 1948 in Oliveira et al., 2002), caracterizado como continental-seco e quente,

Leia mais

NOTA DE AULA CURVAS DE NÍVEL e REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

NOTA DE AULA CURVAS DE NÍVEL e REPRESENTAÇÃO DO RELEVO NOTA DE AULA CURVAS DE NÍVEL e REPRESENTAÇÃO DO RELEVO Adaptado do Manual de Cartografia do IBGE Escala e Curva de Nível Objetivos da Aula: - Apresentar as principais características a ser analisadas no

Leia mais

Por onde andaram os troncos fósseis de Vila Velha de Ródão???

Por onde andaram os troncos fósseis de Vila Velha de Ródão??? Por onde andaram os troncos fósseis de Vila Velha de Ródão??? Por onde andaram os troncos fósseis de Vila Velha de Ródão dão? As árvores petrificadas da Charneca (Vila Velha de Ródão) são os poucos exemplos

Leia mais

CAPÍTULO 09 ARQUEOLOGIA - VESTÍGIOS HUMANOS DE OUTROS TEMPOS. Simone Aparecida de Almeida Jéssica Aparecida Prandel Pollyne Teixeira de Lara

CAPÍTULO 09 ARQUEOLOGIA - VESTÍGIOS HUMANOS DE OUTROS TEMPOS. Simone Aparecida de Almeida Jéssica Aparecida Prandel Pollyne Teixeira de Lara CAPÍTULO 09 ARQUEOLOGIA - VESTÍGIOS HUMANOS DE OUTROS TEMPOS Simone Aparecida de Almeida Jéssica Aparecida Prandel Pollyne Teixeira de Lara A Arqueologia é a ciência que realiza o estudo da cultura e os

Leia mais

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO 3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO A caracterização da área em estudo, apresentada neste capítulo, inicia-se com uma descrição de sua localização, clima, vegetação, relevo, bem como aspectos referentes

Leia mais

Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO

Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO 4.1. Introdução A redução da resistência mecânica é um aspecto de grande preocupação na aplicação de rochas em engenharia civil e, por isso, constitui tema de vários relatos

Leia mais

OTONIEL LINHARES ATUALIDADES

OTONIEL LINHARES ATUALIDADES OTONIEL LINHARES ATUALIDADES 18 - Há 20 anos tratando da construção injusta do espaço urbano em Brasília, referimos o uso extensivo da terra, que disseminou núcleos urbanos no território do Distrito Federal

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÍTIO ALDEIA DAS IGAÇABAS Outras designações ou siglas: SÍTIO DAS

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: SÍTIO MATO DOS ÍNDIOS IV Outras designações ou siglas: Município:

Leia mais

FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS TECNOGÊNICOS: AÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SOCIEDADE NAS PLANÍCIES FLUVIAIS DA CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE

FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS TECNOGÊNICOS: AÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SOCIEDADE NAS PLANÍCIES FLUVIAIS DA CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS TECNOGÊNICOS: AÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA SOCIEDADE NAS PLANÍCIES FLUVIAIS DA CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE Érika Cristina Nesta Silva (erikacnsdreamer@yahoo.com.br), João Osvaldo Rodrigues

Leia mais

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROSÁRIO, GUAÍRA SÃO PAULO

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROSÁRIO, GUAÍRA SÃO PAULO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO ROSÁRIO, GUAÍRA SÃO PAULO Fernando Henrique Ferreira de Oliveira; Neide Barrocá Faccio, Juliana Aparecida Rocha Luz Universidade Estadual

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA BÁSICA E ESTRUTURAL - GB 128 TEMA 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA BÁSICA E ESTRUTURAL - GB 128 TEMA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA BÁSICA E ESTRUTURAL - GB 128 TEMA 1 Professor: Fabiano A. Oliveira 2017 Afinal, o que é Geomorfologia?

Leia mais

Situado em meio a um maciço calcário,

Situado em meio a um maciço calcário, R. Museu Arq. Etn., 27: 103-110, 2016 Fora das grandes aldeias: o sítio Vereda III e suas informações complementares sobre sistemas de ocupação de grupos portadores de cerâmica associada à tradição Aratu-Sapucaí

Leia mais

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVAS A água é importante para os diversos processos biológicos e geológicos e foi fundamental inclusive para própria geração da vida, a qual não poderia

Leia mais

ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA

ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA Definição de DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS: Pode ser compreendido como uma região que apresenta elementos naturais específicos que interagem resultando em uma determinada

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: K 1 Outras designações ou siglas: CNSA : (campo reservado) Município:

Leia mais

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO -Sist. Nac. de Informações Culturais SNIC FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO Depto.de Identificação e Documentação-DID Nome do Sítio: reservado) CNSA : (campo ÁGUAS LINDAS Outras designações ou siglas:

Leia mais

O RELEVO DA TERRA Capítulo 2

O RELEVO DA TERRA Capítulo 2 O RELEVO DA TERRA Capítulo 2 Ciclo da erosão RETIRADA TRANSPORTE SEDIMENTAÇÃO OU DEPOSIÇÃO A EROSÃO É UM PROCESSO NATURAL De uma forma simplificada, existe uma tendência em considerar a erosão como algo

Leia mais

Capítulo 3 Morfologia de uma bacia de drenagem. Introdução a Hidrologia de Florestas

Capítulo 3 Morfologia de uma bacia de drenagem. Introdução a Hidrologia de Florestas INPE eprint: sid.inpe.br/eprint@80/006/08.04..54 v 006-08-05 Introdução a Hidrologia de Florestas Setembro 004 João Vianei Soares Capítulo 3 Morfologia de uma bacia de drenagem Introdução a Hidrologia

Leia mais

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO LOCAL - GEOMORFOLOGIA

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO LOCAL - GEOMORFOLOGIA 3.3.1 Aspectos Geomorfológicos No que diz respeito à geomorfologia, podem ser diferenciados dois sistemas de relevos principais. O primeiro deles, são colinas de elevações suaves, com cristas arredondadas,

Leia mais

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba Geologia do Brasil O território brasileiro é formado, basicamente, por dois tipos de estrutura geológica: os escudos cristalinos (blocos cratônicos) e as bacias sedimentares. As formações serranas originaram-se

Leia mais