01. Multifacetas da depressão. 02. Conceito. 03. Reconhecendo os sintomas

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1 Akira Nakao

2 Depressão Olá, como você está? Longe do autossabotador? Ótimo. Hoje vou falar sobre depressão. Para quê? Para que sirva como um conhecimento preventivo, a fim de evitar uma possível queda depressiva, ou como uma luz no final do túnel, ajudando a removê-lo(a) de onde se encontra neste momento. 2

3 01. Multifacetas da depressão As pessoas vivenciam a depressão de diferentes maneiras: a) Quando estou deprimida, não quero me preocupar em fazer nada. Quero apenas ficar na cama, longe de tudo e de todos. b) Para mim, é como carregar um grande peso nos ombros. É como se eu estivesse lutando para atravessar uma névoa espessa e me perdesse. Às vezes, sinto-me incapaz de continuar lutando. c) Quando estou deprimido, sinto-me como se não fosse ninguém não quero que ninguém me veja chorando. Se ao menos eu tivesse tido sarampo ou quebrado uma perna eu poderia aceitar isso melhor. d) Às vezes, sinto-me tão só. Ouço o tique-taque do relógio e vejo o tempo passar tão devagar, e simplesmente desejo que o dia acelere e acabe. Um paciente meu disse: e) Tinha medo de me deitar e dormir com o medo de que o amanhã chegasse. Seria mais um dia para lutar contra minha vontade de suicídio Conceito A depressão é diferente da tristeza. A tristeza remete a um evento ou condição traumática real de angústia, sofrimento ou decepção que atingiu a pessoa, sendo um estado temporário. Depressão: em depressão, o indivíduo sofre de um distúrbio, ou seja, de um emprego mórbido, utilizando de uma constante visão pessimista acerca do seu futuro ou das relações sociais. Como consequência, ele quer que o meio esteja constantemente à disposição dele, provendo suas necessidades e carências. 03. Reconhecendo os sintomas A depressão abrange uma ampla série de sintomas cuja natureza e gravidade diferem de um indivíduo a outro. As mudanças perceptíveis em algumas das seguintes áreas podem indicar a presença deste distúrbio: a) Disposição de ânimo: sentir tristeza, mau humor, melancolia ou desânimo; sentir irritação e incapacidade de lidar com as exigências do dia a dia; sentir culpa e censurar-se; b) Modo de pensar: enxergar-se sob uma luz muito menos favorável; senso de autocrítica exagerada; acreditar que a depressão é uma punição por erros passados; expectativas negativas e dúvidas quanto ao futuro; pensar em suicídio e outras atividades destrutivas e, até mesmo, planejar como colocar em prática esses impulsos; 3

4 c) Comportamento: falta de energia e motivação; isolamento social e dependência das pessoas; aumento de uso de drogas ou álcool; d) Saúde física: perda de apetite e consequente perda de peso; dormir ou comer demais; alterações nos padrões de sono: acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir; irregularidades menstruais. 04. Tipos de depressão a) Exógenas ou reativas: são depressões provocadas por acontecimentos perceptíveis no meio ambiente. b) Endógenas: são aquelas que não têm causa externa evidente e parecem surgir de forma espontânea, mostrando-se conforme a repetição. c) Crônicas: geralmente as pessoas vivenciam um tipo de estado depressivo mais prolongado quando enfrentam contínuas dificuldades em lidar com o estresse, com a baixa autoestima ou atitudes prejudiciais desenvolvidas durante a infância. Existem vários sintomas associados a esse tipo de depressão, mas os principais são a sensação de desamparo e o pessimismo. 05. Transtorno afetivo bipolar (maníaco-depressivo) A doença maníaco-depressiva consiste em ciclos que alternam manias de depressão. Quando a mania é moderada, o paciente, no geral, apresenta-se exuberante, entusiasmado e cheio de ideias e de um bom humor contagiante. No estágio seguinte, aumenta sua atividade tanto física quanto intelectual: aparentemente ele consegue sentir mais alegria e, com frequência, manifesta um otimismo excessivo a respeito de futuros sucessos. Começam a aparecer mais tarde traços mais negativos e exagerados: aumento de inquietude motora, excessiva valorização, euforia, irritabilidade, uma tendência imediata à raiva, insensibilidade e mandachuvismo. Na mania aguda, pode apresentar alucinações transitórias e delírios de realização de desejo. 06. Fibromialgia É uma síndrome dolorosa, caracterizada por dores musculares, fadiga, sono, problemas de concentração e memória, irritabilidade emocional etc. Essas alterações podem ser o resultado de estresse prolongado grave: depressão maior e transtornos de ansiedade. 07. Como evitar ou superar a depressão A sua capacidade de luta é influenciada por aspectos psicológicos, como o fato de gostar ou não de si mesmo, o tipo de relacionamento que mantém com terceiros, o enfrentamento da vida de 4

5 modo realista, a forma de encarar as mudanças que ocorrem com o seu corpo, a capacidade de admitir que tem problemas e seu tipo de personalidade. Releia todos os materiais divulgados em nossas aulas: Como sair da depressão? a) Acredite que você é capaz de superar a adversidade, apesar de todas as suas condições físicas, emocionais e cognitivas atuais. Você tem um poderoso recurso: a vontade. Acredite em você e dê um passo à frente todos os dias. b) Pare de contar com os outros, principalmente com a sua família, que talvez julgue o seu comportamento como preguicite e frescura. É muito difícil para os outros compreenderem como você se sente porque nunca passaram por isso. Por mais que você tente explicar e pedir ajuda, mais se afastará. Observe que você tem tendência a se sentir coitadinho(a) e cobra dos outros que o(a) tratem assim. Não é verdade? A luta é sua. Você se encontra no ringue. Dê um nocaute no adversário! c) Se você perceber alguns dos sintomas mencionados nos itens anteriores, procure os profissionais da saúde o mais breve possível e não deixe que se agravem. A depressão é uma inimiga muito perigosa, capaz de aprisioná-lo(a) para sempre em um estado cada vez mais difícil de recuperação. 09. Experiência própria Já passei por esta experiência há alguns anos, quando senti uma autocensura severa durante cerca de um mês, no qual convivi com os sentimentos de autopunição, culpa, vergonha, enquanto meu pensamento criava as imagens de fracasso pessoal e profissional. Culpavame pela incapacidade de controlar a bebida, pela mudança do comportamento devido ao excesso alcoólico, e pelos prejuízos causados nos relacionamentos diversos. Como no livro O Pequeno Príncipe, o príncipe perguntou a um homem no bar: Por que o senhor bebe?. Aí, ele responde: Para esquecer que eu estou bebendo!. O príncipe sente-se surpreso pela resposta: O pensamento do habitante desse planeta é bem diferente do nosso.... Só depois de muito tempo consegui sair desse hábito. Você não precisa seguir Nietzsche, filósofo que submetia a si mesmo ao sofrimento para elaborar a filosofia existencial! Fico à disposição no caso de quaisquer orientações necessárias. Akira Nakao Psicólogo (psiakiranakao@gmail.com) 5

6 Referências bibliográficas Livros: HETEM, Alberto B.; GRAEFF, Frederico G. Transtornos de Ansiedade. Ed. Atheneu. THASE, Michael E.; LANG, Susan S. Sair da Depressão. Ed. Imago. Artigos e revistas: Ansiedade (Geração Saúde) Ed. Minuano Ano II Nº II Fibromialgia Wikipédia 6