A EXPRESSÃO TEMPORAL DE FUTURO EM DADOS DE CRIANÇAS DE DOIS A SEIS ANOS NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA SANTA. CATARINA: forma e função

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1 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM LÍNGUA PORTUGUESA: FENÔMENO SOCIOPOLÍTICO SANDRA DOS SANTOS VEFAGO A EXPRESSÃO TEMPORAL DE FUTURO EM DADOS DE CRIANÇAS DE DOIS A SEIS ANOS NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA SANTA CATARINA: forma e função Criciúma, agosto de 2005

2 1 SANDRA DOS SANTOS VEFAGO A EXPRESSÃO TEMPORAL DE FUTURO EM DADOS DE CRIANÇAS DE DOIS A SEIS ANOS NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA SANTA CATARINA: forma e função Monografia apresentada à Diretoria de Pós-Graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC, para obtenção do título de especialista em Língua Portuguesa. Orientadora: Prof. Dr a. Márluce Coan (UFC). Criciúma, agosto de 2005

3 2 Dedico à minha família, pelo carinho, apoio e compreensão.

4 3 AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Professora Dra. Márluce Coan, por todo seu incentivo, pela orientação nesta pesquisa, auxílio e dedicação sempre demonstrados. À Professora Mestra Ângela Cristina Di Palma Back, pelo carinho, empenho e ajuda na codificação dos dados. À Professora Mestra Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias, por fornecer as coletas dos dados das crianças de 2 4 anos, seus filhos, e pela ajuda na codificação dos dados. Às colegas de curso, pelo apoio, incentivo e troca de informações, sempre que precisei. Em especial ao meu marido, Sérgio, e aos meus filhos Tamy e William, pelo amor demonstrado, carinho dispensado, incentivo nas horas difíceis em que queria fraquejar. Agradeço a Deus por me iluminar, estar sempre comigo, por me proporcionar uma vida cheia de alegrias e oportunidades, e peço que continue me dando forças para que eu possa, sempre, alcançar os meus sonhos.

5 4 RESUMO Esta pesquisa trata da expressão de futuro no português falado por crianças de 2-6 anos no município de Criciúma/SC, codificada pelas formas futuro do presente, presente do indicativo e forma perifrástica (IR + INFINITIVO), a partir de dados de fala (do Banco Entrevistas Sociolingüísticas/UNESC e de coleta longitudinal de duas crianças Amostra de Dias, 2004). Para explicar a variação na codificação do futuro, valemo-nos da teoria Funcionalista e da Sociolingüística Variacionista, com o intuito de mostrar que a variação é condicionada por fatores discursivos e sociais. Como nossa variável é de natureza temporal, consideramos, na análise, as categorias tempo, aspecto e modalidade: concebemos tempo como categoria lingüística relacionando o tempo futuro com o aspecto e a modalidade, explicitando que o futuro expressa um valor modal e que a entrada do verbo IR como auxiliar de futuro pode representar a necessidade de marcar o aspecto. Acrescentamos à pesquisa, ainda, um breve estudo da teoria de Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem por lidarmos com dados de crianças. A análise dos dados atesta o uso freqüente da perífrase na codificação do futuro, sob a influência da modalidade. Palavras-chave: tempo verbal futuro, tempo futuro, forma perifrástica, modalidade, variação.

6 5 LISTA DE QUADRO E TABELAS Quadro 01 Número de informantes por sexo e idade...39 Tabela 01 - Número de dados da forma perifrástica, do presente do indicativo e do futuro do presente na expressão de futuro por crianças criciumenses de 2 6 anos...39 Tabela 02 Modalidade e uso da perífrase em dados de crianças de 2-6 anos na cidade de Criciúma SC...40 Tabela 03 Seqüencialidade e uso da perífrase em dados de crianças de 2-6 anos no município de Criciúma SC...41 Tabela 04 Sexo e uso da perífrase em dados de crianças de 2-6 anos no município de Criciúma SC...42 Tabela 05 - Idade e uso da perífrase em dados de crianças de 2-6 anos no município de Criciúma SC...42 Tabela 06 - Comparação entre as variáveis de futuro em Criciúma x Florianópolis...44

7 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...07 CAPÍTULO I FUNCIONALISMO LINGÜÍSTICO Princípios Funcionalistas...11 CAPÍTULO II VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGÜÍSTICA...14 CAPÍTULO III TEMPO, ASPECTO E MODALIDADE: categorias do verbo Noção de Tempo Aspecto Modalidade...29 CAPÍTULO IV AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Aquisição da Linguagem Desenvolvimento do Sistema Temporal...35 CAPÍTULO V PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...37 CAPÍTULO VI - ANÁLISE DOS DADOS...39 CONSIDERAÇÕES FINAIS...46 REFERÊNCIAS...47 BIBLIOGRAFIAS COMPLEMENTARES...52

8 7 INTRODUÇÃO A categoria lingüística tempo relacionada com o Tempo 1 cronológico é assunto instigante para o estudo da linguagem, pois possui relações estreitas com outras categorias lingüísticas tais como o aspecto e a modalidade. Nesta monografia, tomamos como tema central o tempo futuro, em busca das expressões que codificam essa referência futura e dos motivos pelos quais se alternam. Entre as expressões, tratamos das formas futuro do presente, presente do indicativo e forma perifrástica (IR + INFINITIVO), em dados de crianças de 2-6 anos no município de Criciúma/SC. Diante do fenômeno de variação de formas na expressão de uma função: Tempo futuro, buscamos embasamento teórico na teoria Variacionista de Labov e no Funcionalismo Lingüístico de base givoniana. Esta análise, então, assume uma direção que vai da função para a forma, e a variável em questão fica situada no nível morfossintático-discursivo. Nossa perspectiva de trabalho pauta-se em estudos sobre Tempo/tempoverbal desenvolvidos por outros autores, dentre os quais citamos Gibbon (2000), Coan (1997 e 2003) e Silva (2003). O objeto de estudo desta pesquisa recai, portanto, sobre três das formas verbais variantes na expressão do futuro: a forma perifrástica, o presente do indicativo e o futuro do presente, reconhecendo que a terceira forma, o futuro do presente, está em desuso. Com o objetivo de atestar o fenômeno até aqui apresentado, utilizamos (08) oito entrevistas do Banco Entrevistas Sociolingüísticas/UNESC, da faixa etária de Doravante, utilizaremos tempo para tempo gramatical e Tempo para tempo cronológico.

9 8 anos, e a coleta de dados da professora e pesquisadora Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias (UNESC/SC) que gravou falas, durante um ano e meio, de seus filhos, aqui denominados M. e H., de 2 e 4 anos respectivamente. A monografia apresenta-se organizada em (6) seis capítulos assim distribuídos: no primeiro capítulo, apresentamos a teoria Funcionalista de base givoniana com objetivo de correlacionar forma/função visando à análise de fatores de ordem cognitivo-discursiva (princípio da iconicidade e princípio da marcação). No segundo capítulo, enquadramos o fenômeno em estudo dentro da teoria da Variação Lingüística de base laboviana, focalizando os empregos lingüísticos concretos de caráter heterogêneo, mostrando a inclusão do verbo IR, na língua, como auxiliar de futuro que compõe a perífrase (IR + INFINITIVO). O terceiro capítulo trata das noções de tempo verbal, aspecto e modalidade, propondo uma representação do tempo conforme Reichenbach (1947). O capítulo quatro traz um breve estudo da aquisição e desenvolvimento da Linguagem, com base vygotskyniana, e do desenvolvimento do sistema temporal, a partir da proposta de Weist (1986). No quinto capítulo, resumimos os procedimentos metodológicos utilizados para o estudo da variação na expressão de futuro. E no sexto capítulo, apresentamos os condicionamentos lingüísticos semântico-discursivos e sociais do fenômeno em análise. E, finalmente, nas considerações finais, tecemos comentários sobre os resultados mais relevantes da análise qualitativa e quantitativa, retomando as concepções teórico-metodológicas que norteiam esta pesquisa.

10 9 CAPÍTULO I FUNCIONALISMO LINGÜÍSTICO Incluímos, em nosso referencial teórico, algumas considerações sobre o Funcionalismo Lingüístico, visto que, nesta monografia, correlacionamos forma (presente, perífrase) função (expressão de futuro) e visamos à analise de fatores de ordem congnitivo-discursiva (princípio da iconicidade e princípio da marcação) como condicionadores de uso de uma ou outra forma a expressão do futuro, em dados do português do Brasil. Para Neves (1997, p. 15), o Funcionalismo Lingüístico trata-se de uma teoria que assenta que as relações entre as unidade e as funções das unidades têm prioridades sobre seus limites e sua posição, e que entende a gramática como acessível às pressões de uso. Na verdade, a gramática funcional tem sempre em consideração o uso das expressões lingüísticas na interação verbal, o que pressupõe uma certa pragmatização do componente sintático-semântico do modelo lingüístico. Segundo Hoffman (1987, p. 114 apud Neves, 1997), uma gramática funcionalmente orientada analisa a relação sistemática entre as formas e as funções em uma língua. Enquanto que para os formalistas a aquisição da linguagem pela criança é uma capacidade humana inata, para os funcionalistas a aquisição da linguagem pela criança é o desenvolvimento das necessidades e habilidades comunicativas. (Neves, 1997, p. 49), é claro que uma base inata não é negada, mas ela emerge a partir da interação, ou seja, é a interação que ativa e condiciona nossas escolhas lingüísticas. A teoria funcionalista de base Givoniana apresenta-se ideal para a análise do objeto de estudo desta pesquisa, pois abarca o processo de gramaticalização - o

11 10 caminho pelo qual as formas gramaticais são construídas. Trata-se, pois, de um fenômeno da língua, que mostra, também, como as formas tornaram-se ainda mais gramaticais através do tempo - e variabilidade de funções e formas no percurso de mudança. O que pode estar acontecendo com o verbo IR, do estatudo de verbo pleno de movimento para auxiliar, indicando futuridade. No entanto, isso é só uma hipótese levantada até aqui, principalmente porque a gramaticalização do verbo IR como auxiliar de futuro, e posterior morfema de futuro, está em fase inicial, sobre a qual poucas coisas podem realmente ser afirmadas. (Gibbon, 2000, p. 56) 2 Muitas gramáticas de base normativa não reconhecem a forma perifrástica (IR + infinitivo) como expressão temporal de futuro, só que, na prática, essa é a expressão mais freqüente na fala tanto de adultos como de crianças. Considerem-se: (1) Eu ajudo o Hamiltinho. Eu vô ajudá 3... (M, 3;10) 4 (2)...vou guardar para amanhã. (SC CRI 55 FC) 5 Um estudo da fala de adultos, na cidade de Florianópolis SC, sobre a expressão de futuro, foi desenvolvido por Gibbon (2000) e será comparado com a 2 Dissertação de Mestrado de Adriana de Oliveira Gibbon sobre A Expressão do Tempo Futuro na Língua Falada de Florianópolis: gramaticalização e variação, defendida em Usamos a forma (ajudá) como foi falada pela criança. 4 O código M, 3;10 foi utilizado pela pesquisadora professora Mestra Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias para identificar a menina (sua filha) de 3 anos e dez meses, da comunidade local, durante, aproximadamente, 1 ano e meio. 5 O código SC CRI 55 FC foi utilizado pelo Projeto Entrevistas Sociolingüísticas da UNESC para identificação das entrevistas: SC significa o Estado de Santa Catarina, CRI a cidade de Criciúma, 55 o número da entrevista e FC criança abaixo de 6 anos do sexo feminino.

12 11 pesquisa aqui apresentada, para análise do percurso desse fenômeno, já que, diferentemente da autora, nossa análise centra-se em dados de crianças, o que permite verificar se estamos diante de fenômeno de mudança em tempo aparente (uma discussão mais elaborada será feita no Capítulo II Variação e Mudança Lingüística a seguir). A mudança em tempo aparente, conforme Labov (1994), refere-se à analise de dados via faixas etárias. Se os mais jovens utilizam uma categoria mais do que os mais velhos, pode ser o caso de ocorrer uma mudança na língua, mas a mudança em tempo aparente é uma suposição, um prognóstico do pesquisador. 1. Princípios Funcionalistas De acordo com Givón (1991, p. 106, apud Coan, 2003): A gramática é construída a partir de um pequeno conjunto de princípios icônicos congnitivamente transparentes. O autor admite, no entanto, não haver uma relação categórica de um-para-um entre função e forma, uma vez que as línguas, a par de apresentarem situações de polissemia e homonímia, estão sujeitas a pressões diacrônicas que provocam tanto desgastes fonéticos nas formas, ocasionando neutralizações, como expansões de sentido, originando alterações de mensagem. Assim, o autor assume que as estratégias lingüísticas comunicativamente motivadas, em sua origem, podem tornar-se comunicativamente opacas, fossilizadas, devido ao efeito cumulativo de mudança histórica, ou a empréstimo de outras estratégias usadas em domínio funcionalmente relacionados. Mas afirma que a condição natural da língua é preservar uma forma para um significado, e um significado para uma forma (Givón, 1991, p. 106) Cunha (2003, p. 29) afirma que a estrutura gramatical depende do uso que se faz da língua, ou seja, a estrutura é motivada pela situação comunicativa, e os princípios gerais que orientam a teoria givoniana são os da iconicidade e da marcação. A iconicidade é definida como a correlação natural entre forma e função, entre o código lingüístico (expressão) e seu designatum (conteúdo). Givón (1995, p. 58) invoca

13 12 como tácita e como questão de fé para os funcionalistas a hipótese de um princípio de meta-iconicidade tal como: As categorias que são estruturalmente mais marcadas são, também, substantivamente mais marcadas. Ou seja, o item marcado é mais complexo em termos estruturais e cognitivos e menos freqüente do que seus pares (estruturas não-marcadas). Estabelecendo uma analogia com a ciência biológica, Givón (1984) define os princípios de iconicidade como os princípios que governam as correlações naturais entre forma e função (p. 30). O princípio da iconicidade divide-se em três subprincípios: a) subprincípio da quantidade: quanto maior a quantidade de informação, maior a quantidade de forma; b) subprincípio da integração: conteúdos que estão mais próximos cognitivamente também estarão mais integrados no nível da codificação e c) subprincípio da ordenação linear: a informação mais importante tende a ocupar o primeiro lugar da cadeia sintática. O princípio da iconicidade permite uma investigação detalhada das condições que governam o uso dos recursos de codificação morfossintática da língua: o princípio da marcação. Este princípio estabelece três critérios principais para a distinção entre categorias marcadas e categorias não-marcadas, em um contraste gramatical binário: a) complexidade estrutural: a estrutura marcada tente a ser mais complexa (ou maior) do que a não-marcada;

14 13 b) distribuição de freqüência: a estrutura marcada tente a ser menos freqüente do que a não-marcada e c) complexidade cognitiva: a estrutura marcada tente a ser cognitivamente mais complexa, em termos de demandar mais esforço mental, atenção e tempo de processamento do que a estrutura nãomarcada. Conforme Coan (2003), esses vários aspectos da marcação devem ser examinados independentemente e depois correlacionados, a partir de resultados empíricos, para se evitar circularidade. Uma correlação função-forma somente é válida se for testada em dados reais, e mostrada através de quantificação estatística (Givón, 1995, p. 59). Para Givón, a marcação pode não ser determinada em termos absolutos, deve ser vista como contextualmente dependente, pois uma estrutura que é marcada em um contexto pode não ser marcada em outro. Portanto, a língua não é um mapeamento arbitrário de idéias. As estruturas sintáticas não devem ser muito diferentes, na forma e na organização, das estruturas semântico-cognitivas subentendidas. A seguir, apresentaremos a proposta da Teoria da Variação e Mudança que, como a Teoria Funcionalista, parte da situação comunicativa e focaliza a correlação forma-função.

15 14 CAPÍTULO II VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGÜÍSTICA A Sociolingüística é uma das subáreas da Lingüística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona aspectos lingüísticos e sociais. Esta ciência se faz presente num espaço interdisciplinar, na fronteira entre língua e sociedade, focalizando precipuamente os empregos lingüísticos concretos, em especial os de caráter heterogêneo. (Mollica & Braga, 2003, p. 9) Como temos por objetivo o estudo da expressão de futuro por meio da manifestação das variantes IR + INFINITIVO (vou fazer), forma verbal no futuro do presente (farei) e forma verbal no presente do indicativo (faço), convém que a Sociolingüística seja considerada como suporte teórico. A variação lingüística sempre foi uma constante. De acordo com Labov (1994), as várias maneiras de dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade, fazem com que a língua não seja estática, mas sim, mutável e heterogênea por natureza. A entrada do verbo IR como auxiliar para expressar o futuro vem encontrando resposta positiva entre os falantes. Por outro lado, as formas no futuro do presente estão em crescente desuso na língua falada, o que pode evidenciar a ocorrência da mudança lingüística. A forma perifrástica IR + INFINITIVO como expressão de futuro é prevista em algumas gramáticas tradicionais 6. Almeida (1985, p. 314) apenas considera o verbo IR 6 Foram pesquisadas as seguintes gramáticas: Almeida (1985), Cegalla (1996), Cunha (1975), Cunha & Cintra (1985) e Said Ali (1964).

16 15 como verbo perifrástico, constituindo uma locução junto ao gerúndio de qualquer verbo para exprimir começo ou desenvolvimento gradual da ação: O trem vai saindo, eu vou indo. Para Cunha (1975, p. 268), o verbo IR também pode funcionar como auxiliar junto ao infinitivo do verbo principal para exprimir o firme propósito de executar a ação, ou certeza de que ela será realizada em um futuro próximo: Vou procurar um médico. O navio vai partir. Para Cegalla (1996, p.182), existem os tempos verbais: futuro do presente e o futuro do pretérito, além dos tempos do futuro composto, que são formados pelos verbos auxiliares ter e haver e/ou ser e estar, não reconhecendo o verbo IR como auxiliar de futuro e, sim, apenas como verbo de movimento. Encontrase, também, alguma referência à perífrase em outras gramáticas quando se analisa o aspecto ou a auxiliaridade do verbo IR. Said Ali (1964), por exemplo, reconhece a combinação do verbo IR + infinitivo para designar locomoção, desejo de realizar algo ou um fato que não tardará a realizar-se. E tanto Said Ali (1964) quanto Cunha & Cintra (1985) afirmam que a forma perifrástica de IR + infinitivo é usada como substituta do futuro do presente e indica uma ação futura imediata. futuro: Cunha & Cintra (1985, p. 448) reconhecem a forma perifrástica como forma de Na língua falada, o futuro simples é de uso relativamente raro. Preferimos, na conversação, substituí-lo por locuções constituídas de: presente do indicativo do verbo ir + infinitivo do verbo principal, para indicar ação futura imediata: Vai casar com o meu melhor amigo. É interessante pensar que, para o uso do presente do verbo IR + infinitivo, como expressão de futuro, os autores reservam a expressão futuro próximo, que não tardará a realizar-se. Há, na extensão do significado de próximo e/ou imediato, alguma sutil diferença que nos possibilite diferenciar, enquanto falantes, o contexto de uso de uma

17 16 ou outra forma? Ou estamos diante de um mesmo contexto semântico no qual duas formas podem variar? Ao ser observada no ato de comunicação, a língua apresenta uma dimensão diferente, criativa e dinâmica. Para uma mesma referência, pode-se encontrar diferentes representações sintáticas, morfológicas e fonológicas. A língua assume, portanto, formas de representação diversas, sendo heterogênea por natureza. A Sociolingüística Variacionista focaliza essa diversidade e a usa como objeto de estudo, captando aspectos do sistema lingüístico e do sistema social, porque entende que essa variação é um princípio geral e universal em todas as línguas e pode ser descrita e analisada. A intenção é estudar a regularidade da variação, mostrar que esta é sistemática e governada por um conjunto de regras. Os mecanismos de contextualização da variação organizam-se sob uma estrutura complexa que possui origem e níveis diversos. Eles são em grande número, agem concomitantemente e estão dentro e fora dos sistemas lingüísticos. Há, portanto, variáveis internas e externas à língua. As variáveis internas estão organizadas em fatores fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e lexicais. As variáveis externas correspondem aos fatores individuais (sexo, idade, etnia), os sócio-geográficos (região, escolarização, nível de renda, profissão, classe social) e os contextuais (grau de formalidade e tensão discursiva). Essa é uma visão didática, pois esses fatores atuam de forma simultânea e dinâmica dentro da língua. A variação pode conduzir a uma mudança no sistema, no entanto, nem toda variabilidade na estrutura lingüística implica mudança, mas toda mudança envolve, obrigatoriamente, variabilidade (conforme Weinreich, Labov e Herzog, 1968).

18 17 Para a compreensão das causas da mudança, somos conduzidos a uma busca pelo saber onde a mudança foi originada na estrutura social, como ela se espalha para outros grupos sociais e quais os grupos que fazem resistência a ela. (Labov, 1994, p.3 apud Gibbon, 2000) Labov (1975) introduz o conceito de regra variável. A regra variável deve apresentar freqüência expressiva de uso e modelar-se à interferência dos fatores lingüísticos e extralingüísticos. Para investigar a regra variável de uma determinada comunidade de fala, o pesquisador precisa de um aparato que lhe permita fazer uma análise quantitativa, já que deve utilizar um grande número de dados e estudar diferentes fatores. Sua pesquisa deve ser multivariada, pois a variação entre as formas existentes pode ocorrer por influência de vários fatores ao mesmo tempo. É preciso acrescentar um componente importante em termos de estudo da variação que é dimensão diacrônica das formas que estão em variação. Ainda que o estudo sincrônico seja privilegiado, pois é sobre ele que se organizam os grupos de fatores e muitas das hipóteses, o estudo diacrônico permite que se responda a perguntas como: por que o sistema lingüístico em estudo encontra-se, nesse determinado momento sincrônico, com essas características de variação? Levando-se em conta o estudo diacrônico na análise da variação, pode-se trabalhar com duas dimensões: a mudança em tempo aparente e a mudança em tempo real 7. A primeira habilita o pesquisador a perceber a situação em progresso de um recorte na amostra sincrônica em torno da faixa etária dos informantes. Se a variante 7 Este estudo não será feito neste momento da pesquisa, uma vez que nossos dados encontram-se em um momento sincrônico, porém faremos uma breve elucidação sobre o assunto conforme Gibbon (2000).

19 18 inovadora estiver freqüente entre os jovens e decrescer nos grupos de mais idade, então é possível apontar para uma mudança em progresso. A segunda, mudança em tempo real, se dá, basicamente, de duas formas: através da consulta direta a fontes históricas encontrar documentos que possibilitem a análise lingüística não é tarefa fácil e, além disso, ainda que esses documentos apresentem uma linguagem espontânea, sempre há a formalidade do texto escrito. O outro enfoque é bem mais difícil e elaborado. Consiste em retornar à comunidade de fala depois de um período e repetir o estudo feito. Se um pesquisador estiver disposto a devotar a mesma quantidade de tempo e esforço que o primeiro investigador, ele será capaz de dizer decisivamente se a mudança continua avançando em tempo real ou se é a mudança aparente que está se repetindo. (Labov, 1994 apud Gibbon, 2000, p ) Considerando-se, então, as pesquisas realizadas até o momento e baseados na teoria da variação laboviana e na teoria funcionalista givoniana, pretendemos comprovar, por meio de dados de crianças da cidade de Criciúma- SC, que a forma perifrástica para indicação de futuro vem adquirindo cada vez mais freqüência e prestígio, o que pode indicar uma tendência à mudança. Para verificarmos se há, realmente, uma tendência à mudança e quais fatores de ordem cognitivo-discursiva estão influenciando na forma da expressão de futuro, faremos algumas considerações sobre as categorias do verbo: tempo, aspecto e modalidade a seguir.

20 19 CAPÍTULO III TEMPO, ASPECTO E MODALIDADE: categorias do verbo Neste capítulo, objetivamos apresentar, por meio de revisão teórica, as categorias tempo, aspecto e modalidade. No final de cada seção, trazemos à discussão algumas observações referentes à proposta desta monografia: a expressão de futuro na linguagem de crianças de 2 6 anos, evidenciando-se o uso de três formas variantes para indicar o tempo futuro: presente do indicativo, futuro do presente e a perífrase IR mais infinitivo. Além disso, verificamos que, para cada forma pode existir mais de uma função a depender do discurso. 1. Noção de Tempo Para Costa (1990), tempo é uma categoria que marca na língua, através de lexemas, de morfemas, de perífrases, a posição que os fatos referidos ocupam no Tempo, tomando como ponto de partida o ponto-dêitico da enunciação. A autora utiliza a linha do Tempo ou a reta cronológica em que se marca o momento da enunciação e o fato enunciado como anterior, posterior ou simultâneo ao agora. Tal reta foi proposta por Reichenbach (1947, apud Gibbon, 2000), que relaciona, cronologicamente, três momentos relevantes para a compreensão de tempo: o momento do evento (ME), o momento da fala (MF) e o momento de referência (MR), dos quais ME representa o momento em que a ação se realiza, MF é o próprio momento da fala, e MR é o momento tomado como ponto de referência suprido pelo contexto. Esses três momentos podem ser representados pelo diagrama a seguir:

21 20 MF/ MR ME 1 (tem) ME 2 (vai fazer) ME 3 (vai fazer) (1) Bebezinho, ele tem dois aninhos, vai fazer, é ele vai fazer três aninhos no dia dois. (SC CRI 51 MC) Em (1), o ME 1 coincide com o MF e MR e indica presente. Já ME 2 e 3 são posteriores ao MF, coincidem-se e indicam futuridade. Costa ( op. cit.), também, distingue as categorias tempo e aspecto através da característica dêitica/não-dêitica. Segundo ela, o gerúndio e o particípio indicam o aspecto, não o tempo. Obviamente, ambas expressam o Tempo físico de alguma maneira, mas não são dêiticas, não nos informam se a ação ocorre antes, simultaneamente ou depois do momento da fala. No entanto, podem ser vistas como anafóricas, neste caso, a interpretação de anterioridade, simultaneidade ou posterioridade decorrerá da interpretação de outra forma verbal finita presente no enunciado. Considere-se o exemplo a seguir: (2)... Nesse ano eu já estou aprendendo a virar de ponta cabeça e a soltar as duas mãos. (SC CRI 57 FC) aprendendo. Em (2), virar e soltar indicam presente, ou seja, simultaneidade a estou

22 21 Um outro ponto que se faz necessário ressaltar para o estudo da expressão de futuro é o que se refere aos verbos modais. Modalizar é uma espécie de forma de tratamento, de polidez, é uma atitude do falante em relação ao seu enunciado. A modalização é antiqüíssima na língua portuguesa. Querer e poder, por exemplo, sempre foram usados como auxiliares, ou seja, ao combinarem-se com o infinitivo do verbo principal, determinam, com mais rigor, o modo como se realiza ou se deixa de realizar a ação verbal (Bechara, 1987, p. 112), e não mostram tendência de desuso. Segundo Givón (1993, p. 148), a categoria de tempo está codificada entre dois pontos no Tempo: o Tempo de fala (MF) e o Tempo do evento (ME). O Tempo de fala serve como ponto de referência universal para o Tempo do evento, representado diagramaticamente como segue: passado presente futuro (MF) Na língua portuguesa, há diversos tempos verbais para expressarmos o Tempo cronológico, que estão divididos em três grandes grupos: passado, presente e futuro nos quais: _ passado: (ME) precede o (MF); _ presente: (ME) está junto ao (MF) e _ futuro: (ME) é conseqüente ao (MF). É o futuro, dos três tempos acima, o mais polêmico em termos de possibilitar o enquadramento da sua identidade enquanto categoria de tempo.

23 22 O futuro, no Português do Brasil (doravante PB), é representado por três formas gramaticais aceitas pela maioria dos gramáticos 8 : o futuro do presente, o futuro do pretérito e o futuro composto, no entanto, na prática, existem outras formas para representar o Tempo futuro como: o tempo verbal presente (do indicativo), o presente progressivo, futuro perifrástico (principalmente a perífrase IR + INFINITIVO) entre outros, como segue: (2) Amanhã, tu traiz 9 pra mim. (SC CRI 55 FC) (3)...depois, a gente vai fazendo, a gente tem que sair correndo... (SC CRI 57 FC) (4) O meu dente vai cair. (SC CRI 56 FC) Assim como no inglês, há, no PB, diferenças, nas funções de cada forma, decorrentes de aspectos discursivos e/ou cognitivos e/ou sociais (que explicitaremos mais adiante). A forma futuro do presente, por exemplo, é usada em situação de mais formalidade, ou quando temos mais certeza conforme o exemplo a seguir: (6) Ela partirá à meia-noite Foram pesquisados os seguintes gramáticos: Cegalla (1996), Cunha & Cintra (1985), Cunha (1975), Said Ali (1964) e Perini (1996). 9 Usamos a forma (traiz) como foi falada pela criança. 10 Exemplo traduzido de Givón (1993).

24 23 É provável que não encontremos o tempo verbal futuro do presente em dados de crianças, coincidindo com o resultado da pesquisa de Gibbon (2000, p. 75, 76) em que, dos 743 dados, apenas 1% dos falantes analisados usou o tempo verbal futuro do presente, 38% usaram o presente do indicativo e 61% a perífrase para indicação de Tempo futuro. Acreditamos que comportamento similar se encontre em dados de crianças a serem analisados por nós nesta pesquisa. Para Perini (2001, p. 253), deve-se fazer uma distinção entre tempo verbal e Tempo semântico, o primeiro como categoria morfológica (formal), e o segundo como categoria de significado. O autor também afirma que a nomenclatura tradicional (por exemplo: a de perfeito e imperfeito), para distinguir aspecto associado ao tempo, não distingue o lado formal do lado semântico do fenômeno e a discrepância entre forma e significado é muito grande. Pois o tempo verbal dado como presente do indicativo pode não indicar algo que está acontecendo no momento da fala, assim, por exemplo, em amanhã eu faço isso para você, a forma faço apresenta o tempo verbal presente (do indicativo), mas veicula o Tempo semântico futuro isto é, um fato a se realizar. E faço também pode exprimir outros aspectos semânticos mais complexos como em faço tapeçarias que apresenta um aspecto habitual. O tempo é considerado como uma categoria dêitica, ou seja, a referência do tempo de uma frase depende da situação em que a frase é enunciada, conforme: (7) Ah, eu vou fazer uma coisa, fazer um carro. (SC CRI 51 MC)

25 24 em que o momento do evento (ME) se refere a um Tempo posterior ao momento da fala (MF). E temos que considerar também a referência não-temporal 11, exemplificada na frase: (8) Minha mãe faz café com leite. (SC CRI 56 FC) Além do caráter dêitico, o tempo de um verbo em português pode ser definido em relação ao tempo de outro verbo da mesma oração, ou de outra oração do discurso. Assim podemos ter: (9) Quando eu crescer, vou decidir. (SC CRI 51 MC) (10) A gente vai escrever, um, eu, a gente vai pegar uma folha e a tia vai dobrar e a gente vai escrever um desenho. (SC CRI 57 FC) Em (9), o ME é posterior ao MF e coincide com o MR dado pela oração temporal. Já em (10), há três eventos a serem realizados, ME 1 (vai pegar) é anterior ao ME 2 (vai dobrar) que é anterior ao ME 3 (vai escrever) e são posteriores ao MF, pois encontramse a sua direita, e estão ordenados entre si. Em sua Dissertação de Mestrado, Gibbon (2000) faz algumas considerações sobre a noção de Tempo a partir de Coroa (1985) e de Fleischman (1982) importantes para essa discussão. Para Coroa (1985), o Tempo encontra-se definido sob três 11 A referência não-temporal do morfema de tempo verbal aqui explicita é considerada como algo habitual, algo que se faz com freqüência, ou seja, o verbo acarreta mais aspecto do que tempo.

26 25 formas: Tempo cronológico, Tempo psicológico e tempo gramatical. Tal definição é uma divisão apenas com utilidade metodológica, pois é possível pensar o Tempo como dimensão e representá-lo como uma linha, a linha do Tempo. Essa linha do Tempo refere-se ao Tempo cronológico (Tempo físico), podendo, entretanto, servir como base para representação tanto do Tempo psicológico quanto do tempo gramatical. Tempo cronológico é aquele que se resume a um ponto em deslocamento para a direita da linha do Tempo, cuja duração mantém-se constante, uniforme e irreversível; Tempo psicológico diferencia-se do cronológico por não se mostrar constante e uniforme já que sua existência está postulada no interior do indivíduo; e o tempo gramatical é a representação lingüística caracterizada por um radical e morfemas. O Tempo, então, é definido com respeito a um observador: a simultaneidade ou a sucessividade dos eventos e o rígido caráter unidirecional do Tempo caminhando sempre para frente dependem da posição do observador, e a irreversibilidade depende do referencial que se tome. (Coroa, 1985, p. 30 apud Gibbon, 2000, p. 38) De acordo com Fleischman (1982, p. 07), é importante separar Tempo do discurso do Tempo da declaração. O primeiro é uma situação temporal que fica estabelecida pela proposição da declaração, e o segundo é o Tempo no qual o falante realmente produz a declaração. Os dois, entretanto, podem coincidir. O Tempo da declaração, ou momento de fala, pode ser visto como o centro do presente do falante. É o aqui e agora do falante, uma sensação psicológica que é intuída como uma unidade temporal advinda da experiência, ou seja, quando o falante produz seu enunciado, por meio da experiência de mundo, o momento em que fala (MF) é um momento de referência para a escolha dos tempos verbais, advérbios de tempo etc. da declaração, ou para a escolha de qualquer expressão temporal que localize a declaração no tempo.

27 26 Fleischman (op. cit., 08) argumenta que o tempo (categoria gramatical) difere de outras categorias verbais como modalidade e aspecto, é um conceito sofisticado, encontrado apenas em culturas relativamente avançadas. Segundo a autora, sociedades primitivas fazem pouco uso do tempo objetivo ou de localizações temporais precisas dos eventos. O que se chama de categoria tempo, em muitas dessas sociedades, não pode ser realmente chamado de tempo, pois o tempo não é marcado nas flexões verbais e sim nas oposições temporais de cedo/tarde ou agora/não-agora. Outro argumento usado é de que existe uma prioridade conceitual de certas categorias sobre outras, supostamente manifestada na ordem pela qual essas categorias são adquiridas tanto pela criança quanto na evolução das gramáticas. O tempo é adquirido posteriormente ao aspecto e à modalidade pela criança. De acordo com Weist (1986 apud Coan, 2003), a utilização de tempo pela criança não se trata de um simples alongamento da operação de tempo, mas, nos termos de Vygotsky (apud Weist op. cit.), é o desenvolvimento do sistema temporal 12. E a possibilidade de combinar elementos do passado e presente leva à reconstrução básica de uma outra função fundamental: a memória. 2. Aspecto Gibbon (2000, p. 44) discute aspecto a partir das posições de Fleischnman (1982), Travaglia (1994) e Comrie (1995), para os quais aspecto e tempo são bastante 12 Assunto que discutiremos no capítulo sobre Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem.

28 27 distintos. A diferença mais evidente é que o tempo tem um caráter dêitico, como já visto acima, e o aspecto não. Costa (1990) afirma que Aspecto e Tempo são categorias temporais no sentido de que têm por base referencial o Tempo físico, mas que semanticamente falando, a categoria tempo faz referência ao tempo externo, presente, passado e futuro (e suas subdivisões) enquanto o aspecto refere-se ao Tempo interno, com noção de duração, instantaneidade, começo, desenvolvimento e fim. Segundo Givón (1993), tanto no inglês como em outras línguas, o aspecto abrange várias categorias, semânticas e pragmáticas. Alguns verbos envolvem propriedades temporais do evento, tal como delimitação, seqüencialidade ou espaço temporal, como no exemplo (11) abaixo. Outros envolvem puramente noções pragmáticas, tal como a relevância, como no exemplo (12) abaixo. E outros envolvem, ainda, mais um aspecto sutil característico do falante, como nos exemplos abaixo (13) e (14). Mesmo estando intrinsicamente ligados, tempo e aspecto devem ser tratados separadamente, por conveniência metodológica. (11)... vai chover e depois vai parar de chover. (SC CRI 51 MC) (12) Olha, eu fico lá na casa dela quando o pai vai trabalhar de manhã... (SC CRI 51 MC) (13) A gente vamos levar embora né. (SC CRI 55 FC) (14) A gente vamos dar um monte pros amiguinhos, vamos

29 28 repartir. (SC CRI 55 FC) Veremos alguns aspectos que aparecem mais freqüentemente em dados de crianças: o aspecto progressivo e o aspecto imediato. O aspecto progressivo representa um estado semântico imperfectivo em fatos não acabados e apresenta mais duratividade, como segue: (15) Eu estou aprendendo a ler. (SC CRI 57 FC) O aspecto imediato é, provavelmente, muito mais freqüente na narrativa oral. Gramaticalmente, marcas que identificam um referente vis-a-vis tendem a ser aproximadas com o aqui e agora, como o contraste entre este versus aquele, no qual este aproxima o fato para o agora (cf. Givón, 1993, p. 167). (17) O que que eu vou fazer agora? (SC CRI 51 MC) Apesar de o futuro ter restrições com respeito ao aspecto, é possível encontrar alguns exemplos em que esta categoria se acha atualizada pela atuação de certos recursos de expressões, tais como perífrases e advérbios. Como coloca Travaglia (1994, p. 157 apud Gibbon, 2000): Os tempos do futuro não indicam aspecto por dois motivos diferente: a) em primeiro lugar eles marcam o tempo futuro que atribui à situação uma realização virtual, até certo ponto abstrata, que enfraquece as noções aspectuais que estão sendo atualizadas, dificultando a percepção das mesmas, ou as anula; b) em segundo lugar estes tempos têm um valor modal, proveniente de seu valor de futuro, que restringe a expressão do aspecto.

30 29 Isso, conforme Gibbon (2000, p. 136), parece se confirmar no momento em que o autor trata das marcas de aspecto do presente do indicativo. Conforme ele coloca, quando o presente do indicativo é usado com valor de futuro, ele não atualiza nenhum aspecto. Por hipótese, podemos dizer que o verbo IR, como auxiliar na forma perifrástica, pode ter entrado na língua para marcar aspecto. 3. Modalidade A modalidade, segundo Givón (1993, p. 169), codifica a atitude do falante pela sua posição. Entenda-se por atitude, primeiramente, dois tipos de julgamento feitos pelo falante com referência à informação proposicional transmitida na cláusula: epistêmico e avaliativo. a) epistêmico: julgamento de verdade, probabilidade, certeza, crença ou evidência, e b) avaliativo: julgamento de conveniência, preferência, intenção (propósito), capacidade, obrigação ou manipulação. Tanto a modalidade epistêmica quanto a avaliativa são categorias obscuras e gradativas dentro das estruturas e de difícil percepção. Segundo Givón (op. cit.), há quatro modalidades epistêmicas específicas que influenciam fortemente nas construções gramaticais da linguagem humana: a) a pressuposição: a proposição assume valor de verdade, por definição, por um acordo anterior, por uma ação culturalmente convencionada; b) asserções realis: a proposição é fortemente declarada como verdade;

31 30 c) asserções irrealis: a proposição é fracamente declarada como possível ou provável e d) asserção negativa: a proposição é fortemente declarada como falsa. A pressuposição é a modalidade menos marcada gramaticalmente. O contraste entre realis versus Irrealis depende da distribuição da modalidade em várias categorias gramaticais e os aspectos avaliativos do irrealis dependem dos modais auxiliares empregados nas proposições. A negação não será analisada nesta pesquisa, pois: Os não-acontecimentos não se localizam em momentos específicos, mas perduram em todos os instantes ao longo de uma dimensão. A solução para este problema possivelmente esteja em nossa concepção de tempo. Note-se que, quando falamos que uma situação é um estado, enfatizamos que tal situação é verdade se ocorreu em todos os instantes entre t 1 e t 2. Então, quando dizemos que uma situação não aconteceu, estamos evidenciando que, em todos os instantes de tempo entre t 1 e t 2, é verdade que essa situação não aconteceu. (Coan, 1997, p. 112) Gibbon (2000) faz um levantamento de vários teóricos que afirmam a relação estreita que o Tempo futuro tem com a modalidade. Vamos comentar alguns deles a seguir. Lyons (1977, p. 677), ao tratar da categoria tempo e das referências temporais, afirma que o futuro não é igual ao passado do ponto de vista de nossa experiência e conceito de Tempo. A futuridade não é um conceito temporal puro, ela necessariamente inclui um elemento de predição ou relaciona uma noção modal. Para Mateus et al. (1989), o futuro como categoria lingüística reserva sempre um valor modal. O falante sempre marca, nos enunciados que produz, utilizando-se do futuro, a avaliação que faz da necessidade, impossibilidade, probabilidade, possibilidade da ocorrência dessas ações.

32 31 De acordo com Câmara Jr. (1985, p. 128), a concepção de futuro não é própria da língua. Ela resulta de uma elaboração secundária e depende de condições especiais de comunicação, está pautada mais por um raciocínio objetivo do que por um impulso comunicativo espontâneo. A noção de futuro está mais associada ao desejo, à dúvida, à imposição da vontade e funciona a rigor na categoria modo. Também Coroa (1985, p. 55 e 56) atesta que qualquer expressão sobre o tempo futuro não pode ignorar a importância das oposições modais. Coan (2003) faz uma distinção entre modo e modalidade sendo que a autora afirma que modo é uma categoria morfológica do verbo com função modal, que, geralmente, envolve um grupo distinto de paradigmas verbais (indicativo, subjuntivo, imperativo). Já a modalidade é uma categoria semântica, pode ser expressa em uma variedade de formas: morfológica, lexical, sintática, via entonação, envolvendo, assim, a atitude do falante, concordando com Givón (1993) já citado. Longo (1998, apud Silva, 2004) 13, em pesquisa sobre as perífrases do português falado com um corpus composto por entrevistas do projeto NURC, observou a predominância do futuro com o verbo IR perfazendo 70% das ocorrências. No que se refere ao futuro, a autora surpreendeu-se com o alto índice de perífrases verbais nas elocuções formais. Fleischman (1982 apud Gibbon, 2000, p. 45) diferencia modo de modalidade, sendo que o primeiro é uma categoria verbal que envolve itens morfológicos e também paradigmas verbais como subjuntivo, indicativo e imperativo, e o segundo, modalidade, relaciona-se com certos elementos de significação expressos pela língua. Ela recobre 13 Artigo publicado por Rita do Carmo Polli da Silva Mestranda em Estudos Lingüísticos na UFPR: A expressão do tempo futuro forma sintética x perífrase.

33 32 nuanças semânticas tais como justificativa, intenção, necessidade, desejo, possibilidade, etc. A modalidade tem relação com a atitude do falante sobre o conteúdo proposicional da sua declaração. Segundo Gibbon (2000), a modalidade é relevante para o futuro, não só na sua expressão, mas, também, na sua formação. O uso da forma perifrástica pode ser explicado através desse componente no Tempo futuro. Acreditamos que ela entrou na língua para expressar a modalidade (intenção, certeza), e que após um primeiro momento, assumiu também a codificação de tempo futuro, ocupando o espaço do futuro do presente. Pelo exposto acima é possível observar que a forma perifrástica está se tornando, praticamente, obrigatória tanto na língua falada como na escrita para indicar tempo futuro. Assim, podemos associar a forma perifrástica ao limite entre modalidade realis e irrealis, já que a perífrase parece ser um fato que ocorrerá num período de Tempo mais próximo do presente do falante. Para melhor analisarmos as perífrases usadas pelas crianças na expressão de futuro, discutiremos, a seguir, alguns pontos sobre aquisição e o desenvolvimento da linguagem.

34 33 CAPÍTULO IV - AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 1 - Aquisição da Linguagem Antes de serem capazes de somar 2+2, as crianças ligam frases, fazem perguntas, selecionam os pronomes adequados, negam frases, usando regras sintáticas, fonológicas, morfológicas e semânticas. No entanto, ao contrário da aritmética, a língua não se ensina às crianças. (Fromkin, 1993). A língua é adquirida por fases sucessivas e cada vez mais se aproxima da gramática do adulto. Conforme Fromkin (1993), essas fases são muito semelhantes em todo o mundo. A primeira fase é do balbucio, nessa fase, são adquiridos os sons da fala que começam, geralmente, por volta do sexto mês. Passando para a fase holofrástica (mais ou menos com um ano), as crianças começam a usar repetidamente o mesmo som para significar a mesma coisa e produzem as suas primeiras palavras, isso mostra como uma criança pode alargar o significado de uma palavra para abranger uma classe mais ampla, além de expressar uma variedade de idéias, emoções e conhecimento social. A fase de duas palavras, também chamada de telegráfica, começa por volta do segundo aniversário, formando verdadeiras frases. Nessa fase, não há marcas sintáticas ou morfológicas, isto é, não há flexão de número, nem de pessoa, nem de tempo etc. Depois dessa fase (2;3 a 3;5 mais ou menos), à medida que adquirem cada vez mais linguagem, cada vez mais se aproximam da gramática do adulto, ampliando a capacidade lingüística.

35 34 Segundo Piaget (apud Mussalim & Bentes, 2001, p. 210), a aquisição da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência na criança, chamada de cognitivismo construtivista ou epigenético 14, segundo o qual o aparecimento da linguagem se dá na superação do estágio sensório-motor, por volta dos 18 meses. Neste estágio, dá-se o desenvolvimento da função simbólica (significado/significante) e o desenvolvimento da representação (memória). Essas duas funções estão estreitamente ligadas ao que Piaget chama de egocentrismo radical, ou seja, a indiferenciação cognitiva entre o sujeito e o mundo ou pessoas que o cercam. A essas duas funções estão relacionados três processos: i o da descentralização das ações (sujeito e objeto; eu e o outro; eu e o mundo); ii o da coordenação gradual das ações (passam a se coordenar para constituir uma conexão entre meios e fins, ou seja, passam a interagir com o outro ou com o objeto); iii o da permanência do objeto (o objeto está no espaço perceptual da criança). Por meio desses três processos é possível exercer o princípio de arbitrariedade do signo, ou por assim dizer, fazer uso efetivo do símbolo. Com a linguagem, o jogo simbólico, a imagem mental, as sucessivas coordenações entre as ações e entre estas e o sujeito, surge a possibilidade de internalizar e conceptualizar as ações. (Mussulim & Bentes, 2001) Aliado à teoria de Piaget, Vygotsky (apud M. & B., 2001) propõe que, com a ajuda da fala, a criança começa a controlar o ambiente e o próprio comportamento, e entende que o processo de internalização é como uma reconstrução interna de uma 14 Estas duas denominações evocam a proposta de explicação da origem e do desenvolvimento das estruturas do conhecimento (cognitivas) pela interação entre ambiente e organismo.

36 35 operação externa, mas que deve ser mediada pelo outro, já que o sucesso da internalização vai depender da reação de outras pessoas. As primeiras funções, quer lingüísticas, quer comunicativas, têm um papel na determinação das funções gramaticais de agente/ação/paciente, responsáveis, segundo modelos funcionalistas de gramática, pelos sistemas de transitividade nas línguas. Já noções de ação completa ou realizada vs ação não-completada, que serão responsáveis pela marcação de tempo e de aspecto nas línguas, seriam instauradas em esquemas interativos Desenvolvimento do Sistema Temporal Weist (1986) propõe que crianças desenvolvem uma capacidade cada vez mais complexa de configuração do tempo, passando por quatro etapas de aquisição temporal baseada nos momentos: da situação, da referência e da fala propostos por Reichenbach (1947). A primeira etapa é chamada de sistema do tempo de fala (MF) o aqui e agora; a segunda, sistema do momento do evento (MS), caracterizada pela capacidade que tem a criança de relatar eventos anteriores, simultâneos ou posteriores ao momento da fala. A transição para o sistema de tempo de referência (MR), terceira etapa, dá-se, primeiramente, de modo mais restrito ao contexto; e, finalmente, MF, MS e MR podem representar três diferentes pontos no tempo e podem ser relacionados livremente. 15 Uma crítica pertinente a esta visão, como a outros tipos de interacionismo, pode ser encontrada em Lemos (1992), que frisa a falta de explicação sobre a origem do que é lingüístico propriamente.

37 36 Weist (1986) afirma que quando crianças usam verbos com sentido de futuro é porque se apropriaram do valor do tempo, e quando formas de futuro aparecem, estas estão divididas entre futuro simples perfectivo e o futuro complexo nas formas imperfectivas. Por volta dos três anos, a criança já é capaz de fazer distinção lingüística para expressar um ponto de referência entre situação (MS) e fala. Conforme Coan (2003), essa capacidade lingüística é evidência do desenvolvimento conceptual e indica que a criança adquiriu a propriedade de deslocamento temporal, o que mostra a capacidade de descentralização em relação ao momento de fala. Considere-se o exemplo: (1) Vô pegá a sacolinha. Dexa o pente aqui, eu vô jogá uma bola di mininu, ô Tinho. (M. 2;4.29) MF, MR 1 MS 1 /MR 2 MS 2 vô pegá vô jogá Em (1), a primeira ação está deslocada à direita do MF e tem sua referência junto ao MF, já a segunda ação MS 2 tem seu ponto de referência no MS1, ou seja, na primeira ação e é posterior a primeira ação MS 1. Para entendermos melhor como as crianças usam a expressão de futuro na fala, faremos a análise dos dados coletados até o momento, para evidenciarmos a variação lingüística que está ocorrendo na língua e quais são os fatores influenciadores do uso de uma ou de outra forma.

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