DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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- Amanda Morais da Costa
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1 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Curso de EXECUÇÃO TRABALHISTA (27/10/2016) Prof. Antero Arantes Martins
2 PARTE GERAL
3 DISCIPLINA LEGAL Capítulo V do Título X da CLT. (artigos 876 a 892). Art. 889 da CLT. Omissão: A primeira fonte subsidiária da execução trabalhista é Lei 6.830/80. Somente na omissão desta é que se pode invocar, supletivamente, o Código de Processo Civil. CLT LEF CPC
4 Conceito. Liebman: a atividade desenvolvida pelos órgãos judiciários para dar atuação à sanção recebe o nome de execução; em especial, execução civil é aquela que tem por finalidade conseguir, por meio do processo, e sem o concurso da vontade do obrigado, o resultado prático que tendia a regra jurídica que não foi obedecida. A execução, portanto, é atividade jurisdicional que tem por finalidade o cumprimento de uma obrigação que, em princípio, não admite discussões.
5 Natureza Jurídica da Execução A execução é uma ação autônoma ou é uma fase processual? Se o título executivo for judicial, é apenas uma fase processual. Se o título executivo for extrajudicial é uma ação autônoma.
6 TÍTULO EXECUTIVO
7 TÍTULOS EXECUTIVOS. JUDICIAL Sentença condenatória, transitada em julgado ou não; Acordo homologado em dissídio individual Sentença arbitral EXTRAJUDICIAL Termo de Ajuste de Conduta (TAC) Termo de conciliação na CCP Extensão dos demais títulos (art. 784, CPC/2015)?
8 TÍTULOS EXECUTIVOS. IN 39/2015: Art. 13. Por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15 do CPC), o cheque e a nota promissória emitidos em reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos extrajudiciais para efeito de execução perante a Justiça do Trabalho, na forma do art. 876 e segs. da CLT. Antero: Acrescentaria ainda os incisos III e XII: III: o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
9 CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO. CERTEZA: característica do título executivo que atribui a uma das partes o direito de forma inquestionável e induvidoso e, de igual sorte, atribui à parte contrária obrigação de mesma qualidade e equivalente. LIQUIDEZ: característica do título executivo que delimita a extensão do direito atribuído à parte e, por conseqüência, da obrigação atribuída à parte contrária. EXIBIBILIDADE: O cumprimento da obrigação não está sujeito a condição ou termo ou, estando, tal já ocorreu.
10 LEGITIMIDADE ATIVA
11 LEGITIMIDADE ATIVA Art. 878, CLT. (Qualquer interessado) Credor e seus sucessores causa mortis. Sucessão inter vivos Art. 51 da Consolidação dos Provimentos da CGJT. (revogado. Discutir) Devedor e seus sucessores. Juízo ex officio (apenas títulos judiciais). O credor do credor (?).
12 LEGITIMIDADE ATIVA Art. 878 da CLT: A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. Destaque para atuação ex officio. Porque?
13 LEGITIMIDADE ATIVA Sucessão causa mortis. Regramento próprio. Sendo o empregado, a habilitação deve ser feita nos moldes da Lei 6.858/80, através dos dependentes perante a seguridade social, com rateio em partes iguais. Na ausência de dependentes habilitados junto ao INSS a sucessão de faz nos moldes da Lei Civil, sendo o espólio representado pelo inventariante (art. 75, VII do CPC/2015). Na ausência de inventariante é que se procede a habilitação incidental.
14 LEGITIMIDADE ATIVA É possível sucessão por ato inter vivos? Art. 51 (consolidação dos provimentos da CGJT) A cessão de crédito prevista em lei (Código Civil de 2002, artigo 286) não pode ser operacionalizada no âmbito da Justiça do Trabalho, visto que se trata de um negócio jurídico entre empregado e terceiro que não se coloca em quaisquer dos pólos da relação processual trabalhista. Com a revogação é possível agora?
15 LEGITIMIDADE ATIVA Como a Lei utiliza a expressão A execução poderá ser promovida por qualquer interessado é possível que seja promovida pelo credor do credor? Ex: Pensão Alimentícia.
16 LEGITIMIDADE PASSIVA
17 LEGITIMIDADE PASSIVA Devedor. Assim definido no título executivo. Tomador de serviços (Súmula 331, IV, TST) Desde que conste do título executivo. Momento para iniciar a execução. Sucessores e Grupo econômico Prof. Rogério (01/11)
18 LEGITIMIDADE PASSIVA. Outros exemplos. a) O tomador de serviços, solidariamente, no caso de falência da fornecedora de mão-deobra, no contrato de trabalho temporário (art. 16, Lei 6.019/74); b) A empresa estrangeira, solidariamente, à empresa sediada no país para contratação de mão-de-obra; c) Os componentes do consórcio de trabalhadores rurais, solidariamente; d) O empreiteiro principal, subsidiariamente ao subempreiteiro (art. 455, CLT).
19 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Curso de EXECUÇÃO TRABALHISTA (03/11/2016) Prof. Antero Arantes Martins
20 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
21 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. Disregard of Legal Entity. Histórico. Previsão normativa Outros dispositivos legais Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Limites
22 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CLT: Art. 889 Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. Lei 6.830/80: Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:... V o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias, ou não, de pessoa físicas ou pessoas jurídicas de direito privado (continua)
23 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CTN: Art. 135 São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:... III- Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. CONCLUSÃO Todo crédito trabalhista decorre de violação da lei, de sorte que a eles são aplicáveis o disposto no art. 135, III do CTN.
24 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. Lei 8.078/90 (CDC): Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. Código Civil: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
25 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Art O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do 2o. 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
26 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Art Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
27 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. IN 39/TST: Art. 6 Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878). 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, 1º da CLT; II na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III cabe agravo interno se proferida pelo Relator, em incidente instaurado originariamente no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI). 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC.
28 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Iniciativa: Da parte ou do MPT quando couber a este interveir no processo (Art. 133, CPC); Do Juiz, ex officio, na execução (Art. 878, CLT e art. 6º da IN 39). Pressupostos previstos em Lei: Art. 50 do CC x Art. 28 do CDC x Art. 135 do CTN. Admite desconsideração invertida Da pessoa física para pessoa jurídica. Cabe em qualquer fase (Conhecimento, liquidação, cumprimento de sentença e ação de execução por título extrajudicial).
29 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO. Se requerida na petição inicial não haverá incidente. Instaurado o incidente comunica-se de imediato o distribuidor (questão da fraude à execução. Veremos adiante). Suspende o processo. Também na JT? Sim, mas admite tutela de urgência. (Efetividade da medida). Ver recomendação GCGJT (Gabinete da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho) 01/2016 que trata da revogação pelos Tribunais Regionais de previsões internas para regrar a desconsideração.
30 LIMITES DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. Qualitativo: Solidariedade ou subsidiariedade; Condição: Diretor, majoritário e minoritário. Temporal: retirante e prescrição.
31 LIMITES DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. Art A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação.
32 Primeiros Passos. Com o trânsito em julgado da decisão e antes mesmo de dar início à fase de liquidação de sentença, compete ao Juiz liberar o depósito recursal imediatamente à parte vencedora nos termos do art. 899, 1º da CLT e, ainda, o art. 66, I da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho: Art. 66. Cabe ao juiz na fase de execução: I - ordenar a pronta liberação do depósito recursal, em favor do reclamante, de ofício ou a requerimento do interessado, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que o valor do crédito trabalhista seja inequivocamente superior ao do depósito recursal, prosseguindo a execução depois pela diferença;
33 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
34 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. Introdução. Fase processual, de natureza cognitiva e declaratória, que tem por finalidade aperfeiçoar a sentença, transformando-a em título executivo. Não pertence à execução. A precede como forma de integrar à sentença a liquidez (um dos requisitos do título executivo) e sem título não há execução. O Juiz procede atividade jurisdicional cognitiva de interpretação do comando decisório e aplicação de acessórios. Encerra-se por decisão interlocutória, sem recorribilidade imediata.
35 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. Formas. Formas de liquidação são fixadas no art. 879 da CLT e, assim, não se aplicam os arts. 509 a 512 do CPC/2015. Art Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. Cálulos: Todos os elementos estão nos autos. Bastam operações aritméticas. Artigos de liquidação: Os elementos não estão nos autos, mas, podem ser encontratos foram dos autos. Necessária prova de fato novo. O fato, entretanto, não se relaciona com a existência do direito, mas, sim, com o valor do direito. Arbitramento: Os elementos não estão nos autos e nem fora dos autos. Não é possível a verificação. É preciso fazer estimativa.
36 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Curso de EXECUÇÃO TRABALHISTA (10/11/2016) Prof. Antero Arantes Martins
37 PARTE ESPECIAL Execução contra devedor solvente por quantia certa.
38 EXECUÇÃO. FASE INICIAL
39 INÍCIO DA EXECUÇÃO. CITAÇÃO O Art. 880 da CLT trata da ciência do executado como sendo citação. Entretanto, a execução trabalhista não é uma ação autônoma. Logo, o termo adequado seria intimação.
40 INÍCIO DA EXECUÇÃO. CITAÇÃO Para que em 48 horas o devedor possa: A) Pagar; B) Nomear bens à penhora: Observar o art. 835 do CPC, conforme art. 882 da CLT. Observar efeito da remissão à norma substituída é diferente de remissão à norma revogada; C) Penhora livre
41 PENHORA Penhora; Bens impenhoraveis; Bem de família; Outras modalidades de penhora; Avaliação; Depósito; Ausência de bens passíveis de penhora
42 Penhora. Conceito. É a afetação de um bem do devedor para pagamento do crédito da execução. Efeitos. Indisponibilidade sobre o bem. Individualizar o bem penhorado da massa de bens do devedor
43 Bens Impenhoráveis. Art. 833 do Código de Processo Civil. IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o 2o; 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, 8o, e no art. 529, 3o. (50% dos ganhos)
44 Bens Impenhoráveis. Duas novidades importantes: Para prestações alimentícias, independentemente da sua origem o que pode abranger a dívida trabalhista; BEM COMO: O valor que exceder a 50 salários mínimos mensais, para dívida de qualquer natureza. observar: 50% dos ganhos líquidos (art. 529, 3º)
45 Bens Impenhoráveis. Art. 833 do Código de Processo Civil. V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
46 Bens Impenhoráveis. Impenhorabilidade é para pessoa física. Profissão. A exclusão do parágrafo terceiro refere-se à impenhorabilidade ali incluída ou a toda impenhorabilidade do inciso V?
47 Bem de Família. São dois tipos de bem de família: Voluntário; Legal; Voluntário a) É regido pelos artigos e seguintes do Código Civil. b) Exige uma manifestação expressa de vontade do instituidor e exige registro no Cartório de Registro de Imóveis. c) Causa impenhorabilidade e inalienabilidade. d) Não deve ultrapassar 1/3 do patrimônio existente à época de sua constituição. e) Não alcança dívidas já existentes quando da sua constituição
48 Bem de Família. Legal. a)foi instituído pela Lei 8.009/90. b)tem por escopo proteger a moradia como forma de agregar a família. c)não exige qualquer ato do beneficiário. d)não produz inalienabilidade. e)alcança qualquer dívida, ainda que pretérita, com as exceções da própria lei. f) Vejamos o dispositivo legal:
49 Bem de Família. Lei 8.009/90: Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. Conclusão: O que se objetiva é a moradia. Somente se houver mais de uma moradia é que são utilizados os critérios de desempate.
50 NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA A ordem de nomeação de bens à penhora está no art. 882 da CLT: Art O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código Processual Civil. Trata-se de norma remissiva. É como se a ordem do art. 655 do CPC estivesse escrita na CLT. Alteração para o 835 do CPC de 2015 mantém a aplicabilidade ou joga a remissão para o vazio? Antero: Mantém a aplicabilidade. Remissão à norma renumerada não é igual à remissão para norma revogada.
51 NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA Observar o art. 774 do CPC: Art Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.. Daí se conclui que o devedor não tem direito de esconder seu patrimônio da execução. Se o fizer, sujeita-se à pena do parágrafo único (20%)
52 PENHORA DE ESTABELECIMENTO. Art Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz nomeará administrador-depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de administração. 1o Ouvidas as partes, o juiz decidirá. 2o É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher o depositário, hipótese em que o juiz homologará por despacho a indicação. 3o Em relação aos edifícios em construção sob regime de incorporação imobiliária, a penhora somente poderá recair sobre as unidades imobiliárias ainda não comercializadas pelo incorporador. 4o Sendo necessário afastar o incorporador da administração da incorporação, será ela exercida pela comissão de representantes dos adquirentes ou, se se tratar de construção financiada, por empresa ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos para a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a comissão de representantes dos adquirentes. Art A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, e o juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus diretores. 1o Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens, o administrador-depositário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento, observando-se, quanto ao mais, o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel. 2o Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução em seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o ente público que houver outorgado a concessão. Art A penhora de navio ou de aeronave não obsta que continuem navegando ou operando até a alienação, mas o juiz, ao conceder a autorização para tanto, não permitirá que saiam do porto ou do aeroporto antes que o executado faça o seguro usual contra riscos. Art A penhora de que trata esta Subseção somente será determinada se não houver outro meio eficaz para a efetivação do crédito.
53 PENHORA DE ESTABELECIMENTO. Este tipo de penhora deve ser utilizado na ausência de outro meio eficaz de execução; Deve ser nomeado administrador que apresentará plano de pagamento; Não é possível nova penhora por outro juízo, que deverá requerer ao juízo da primeira penhora que determine ao administrador a inclusão do segundo crédito no plano de pagamento.
54 PENHORA DE FATURAMENTO. Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa Art Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de empresa. 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial. 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida. 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
55 Depósito Depósito é o ato pelo qual os bens penhorados são confiados à guarda de alguém. Encargo: Manter o bem disponível e conservado no curso da execução Regra geral do art. 840, 2º do CPC: o depositário não é a pessoa do devedor. Logo, a penhora deveria ser sucedida do ato de remoção dos bens penhorados. O depositário, pode exigir o pagamento de remuneração (art. 160) e das despesas daí decorrentes (Art. 161, CPC/2015). Onera a execução. Praxe: Nomear o próprio devedor.
56 Depósito Não é mais possível a prisão civil do depositário fiel, consoante Súmula vínculante 25 do STF: É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO
57 Avaliação. Lei 5.645/70. Oficial de Justiça Avaliador. Não mais aplicável o art. 886, 2º da CLT que tratava da avaliação do bem e o 1º do art. 887 que trata da designação de avaliador. Impugnação à avaliação feita. LEF (Lei 6830/80), art. 13, 1º, quando então o Juiz nomeará livremente o avaliador.
58 FRAUDE À EXECUÇÃO
59 Fraude à Execução. Considera-se fraude à execução a alienação ou oneração de bens do devedor (Art. 792, CPC): a) Quando for averbada a pendência de ação de execução nos termos do art. 828 do CPC; b) Quando estiver averbada no registro do bem a hipoteca judiciária ou qualquer outra constrição judicial (penhora, arresto, etc). c) Quando, ao tempo da alienação ou oneração, tramitava contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência Letras a e b para bens sujeitos à registro. Letra c para os demais bens (não sujeitos a registro). Para letra c, deverá o adquirente provar que foi diligente, com a juntada de certidões pertinentes do domicílio do vendedor e do local onde se encontra o bem.
60 Fraude à Execução. Como evitar? O credor deve promover a hipoteca judiciária; Art A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. 1o A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
61 Fraude à Execução. Hipoteca judiciária. Sentença condenatória de prestação em dinheiro ou conversão em dinheiro de obrigação de fazer, não fazer ou de dar: Ainda que genérica; Ainda que executada provisoriamente; Ainda que pendente efeito suspensivo; Apresentar cópia da sentença no cartório de registro imobilicário: Independente de ordem judicial; Independente de declaração judicial expressa; Independente de urgência; Deve informar o Juízo em 15 dias para que a parte contrária seja cientificada do ato. Gera direito de preverência em relação aos outros credores (... Observada a prioridade no registro); A modificação da sentença (reforma ou invalidação) implica em responsabilidade pelos danos que a hipoteca vier a causar à outra parte, independentemente de culpa, o que será liquidado e executado nos próprios autos.
62 Fraude à Execução. Como evitar? O credor deve promover o registro da pendência da execução; Art O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. Observar porém: Deve comunicar o Juízo em 10 (dez) dias das averbações que fizer; Sobrevindo penhora ou arresto suficientes para a garantia da dívida deve cancelar as averbações; Se fizer averbações indevidas ou não as cancelar depois de garantida a execução indeniza pelos danos que causar;
63 ALIENAÇÃO DE BENS
64 ALIENAÇÃO DE BENS. Remição prefere à adjudicação que prefere à arrematação. A remição deve ser total (à execução), não podendo ser limitada ao valor do bem. Hasta Pública: Art. 888 da CLT. Praceamento (na pp. JT). Na ausência de interessados o Juiz pode determinar Leilão. Praceamento = Maior lance. Depositar 20% no ato e o restante em 24 horas. O exeqüente poderá requer a adjudicação pelo valor lançado.
65 ALIENAÇÃO DE BENS. TRT 2ª Região. Hasta pública mista. Presença do Juiz e do Leiloeiro. Participação obrigatória em Leilão. Devedor e credor concorrem na hasta pública, ou seja: O devedor somente pode requerer a remição antes da hasta; O credor lança na hasta pública, mantido o seu direito de preferência.
66 ALIENAÇÃO DE BENS. Procedida a alienação o auto respectivo será lavrado de imediato. O devedor poderá impugnar o ato em 10 dias alegando preço vil ou outro vício. Pagamento, prescrição, novação, transação poderão ser considerados como ocorria com embargos à arrematação? Discutir. Não havendo impugnação neste prazo será lavrada a carta de arrematação. Depois de lavrada a carta, a arrematação está perfeita e acabada, mesmo que seja julgada procedente a ação destinada à sua impugnação.
67 EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE
68 EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE A Justiça do Trabalho não faz execução contra devedor insolvente, mas, apenas, contra devedor solvente. Na execução contra devedor solvente não há crédito preferencial e nem rateio. A execução obedece a ordem da penhora. A decretação da insolvência (civil ou comercial) produz vis atrativa para o Juízo Universal Cível. A decretação da recuperação judicial produz suspensão da execução trabalhista: Por 180 dias (Lei); Até o cumprimento do Plano aprovado pelos credoras (STJ).
69 EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE Recuperação judicial. Precedente STF: RE /RJ, Relator Ministro Ricardo Lewandowski. Repercussão Geral. Acórdão divulgado no DJE de 27/08/2009 e publicado em 28/8/2009. Ementa: "CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE CRÉDITOS TRABALHISTAS EM PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL COMUM, COM EXCLUSÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. INTERPRETAÇÃO DO DISPOSTO NA LEI /05, EM FACE DO ART. 114 DA CF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - A questão central debatida no presente recurso consiste em saber qual o juízo competente para processar e julgar a execução dos créditos trabalhistas no caso de empresa em fase de recuperação judicial. II - Na vigência do Decreto-lei 7.661/1945 consolidou-se o entendimento de que a competência para executar os créditos ora discutidos é da Justiça Estadual Comum, sendo essa também a regra adotada pela Lei /05.
70 EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE Precedente STF (continua...): III - O inc. IX do art. 114 da Constituição Federal apenas outorgou ao legislador ordinário a faculdade de submeter à competência da Justiça Laboral outras controvérsias, além daquelas taxativamente estabelecidas nos incisos anteriores, desde que decorrentes da relação de trabalho. IV - O texto constitucional não o obrigou a fazê-lo, deixando ao seu alvedrio a avaliação das hipóteses em que se afigure conveniente o julgamento pela Justiça do Trabalho, à luz das peculiaridades das situações que pretende regrar. V - A opção do legislador infraconstitucional foi manter o regime anterior de execução dos créditos trabalhistas pelo juízo universal da falência, sem prejuízo da competência da Justiça Laboral quanto ao julgamento do processo de conhecimento. VI - Recurso extraordinário conhecido e improvido".
71 EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE Ainda sobre a recuperação judicial: Art. 72 da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho: Art. 72. Os juízes do trabalho manterão em seus arquivos os autos das execuções trabalhistas que tenham sido suspensas em decorrência do deferimento da recuperação judicial, de modo que, com o seu encerramento ou com o encerramento da quebra em que ela tenha sido convolada (artigo 156 e seguintes da Lei nº /2005), seja retomado o seu prosseguimento, para cobrança dos créditos que não tenham sido totalmente satisfeitos.
72 EXECUÇÃO PROVISÓRIA
73 EXECUÇÃO PROVISÓRIA. Art. 899, CLT. Recursos com efeito meramente devolutivo. Permitida a execução provisória até a penhora. A parte que não foi objeto do recurso executa-se definitivamente. Até a penhora, leia-se, perfeita e acabada. Vedados estão os atos que importem em alienação de domínio sem caução prévia (art. 520, IV, CPC/2015) Exceção: Verba de natureza alimentar ou estado de necessidade conforme art. 521, I e II do CPC/2015. (Art. 475-O, 2º,CPC do anterior Antigo art. 588, 2º). Eliminou o limite de 40 salários mínimos. Também na pendência de agravo para destrancar recurso especial ou extraordinário. (Também o de revista?)
74
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