Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo. goyacensis nas porções media e superior da drenagem do rio. Tocantins

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo. goyacensis nas porções media e superior da drenagem do rio. Tocantins"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PORTO NACIONAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE ECÓTONOS Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo goyacensis nas porções media e superior da drenagem do rio Tocantins MARLON RODRIGUES MESQUITA DE FREITAS PORTO NACIONAL - TO 2011

2 MARLON RODRIGUES MESQUITA DE FREITAS Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo goyacensis nas porções media e superior da drenagem do rio Tocantins Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ecologia de Ecótonos da Universidade Federal do Tocantins, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ecologia de Ecótonos. Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Franco Lucinda. Co-Orientador: Prof. Dr. Alberto Akama. PORTO NACIONAL - TO 2011

3 Catalogação na fonte: Núbia Nogueira do Nascimento CRB-2 /1393 F862r Freitas, Marlon Rodrigues Mesquita de. Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo goyacensis nas porções média e superior da drenagem do rio Tocantins. / Marlon Rodrigues Mesquita de Freitas. Porto Nacional, TO: UFT, f.; il. Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Franco Lucinda, coorientador Prof. Dr.Alberto Akama. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ecótonos. 1. Biologia. 2. Characiformes. 3. Rio Tocantins. 4. Ecologia de Ecótonos. I. Título. II. Porto Nacional - TO. CDD

4 FOLHA DE APROVAÇÃO Marlon Rodrigues Mesquita de Freitas Revisão taxonômica das espécies de Astyanax subgrupo goyacensis nas porções media e superior da drenagem do rio Tocantins

5 AGRADECIMENTOS Ao nosso Deus, que esteve presente ao meu lado em todos os momentos desta caminhada. Multiplicou todas as alegrias e dividiu o fardo dos momentos difíceis, especialmente quando me encontrava sozinho, angustiado e prestes a desistir. À Aline, minha amada, pela paciência durante as ausências que as diversas horas de estudos trouxeram e pelo simples fato de tornar tudo mais fácil e agradável apenas com um olhar e um belo sorriso. À minha família, pelo apoio incondicional. Ao meu pai, pela cobrança que me fazia ir cada vez mais longe e por sempre acreditar que eu podia mais. À minha mãe, que apesar da distância, parecia adivinhar quando tinha problemas e sempre ligava com palavras de consolo e orientação. Ao meu grande amigo Leonardo, que se tornou mais que um irmão e participou de grande parte destes momentos. Além de compartilhar as alegrias e tristezas, financiou boa parte do mestrado emprestando dinheiro para passagem e almoço, além das incontáveis caronas até Porto Nacional, sem as quais não seria possível a conclusão deste trabalho. Ao meu orientador, Prof. Paulo H. F. Lucinda, pela confiança, incentivo e paciência ao me orientar. iii

6 Ao Prof. Alberto Akama, pela co-orientação e ajuda na coleta de novos exemplares de Astyanax novae. Aos demais amigos, pelos momentos felizes que vivenciamos durante todo esse tempo, os quais se tornarão boas memórias para toda a vida. Ao pessoal do MZUSP, pela hospitalidade e amizade, em especial Henrique Varella por ter me hospedado em sua casa durante minha visita ao Museu. Aos professores que aceitaram fazer parte desta banca e a todos os demais pela companhia e ensinamentos, que me proporcionaram um grande crescimento pessoal e profissional. Aos curadores e responsáveis pelas coleções do MCP, Carlos A. S. Lucena, e MZUSP, Osvaldo Oyakawa, pelo empréstimo do material. A Philip Willink (FMNH), pelo envio de informações e fotos dos exemplares-tipo de Astyanax novae e Karsten Hartel (MCZ) pelo envio de informações e fotos do holótipo de Astyanax goyacensis. iv

7 SUMÁRIO I. RESUMO...vi II. ABSTRACT...vii 1. INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS MATERIAL DADOS MERÍSTICOS, MORFOMÉTRICOS E MORFOLOGIA EXTERNA RESULTADOS Astyanax goyacensis Eigenmann, Astyanax novae Eigenmann, Astyanax unitaeniatus Garutti, Astyanax argyrimarginatus Garutti, DISCUSSÃO CONCLUSÃO Chave de Identificação para as espécies de Astyanax do subgrupo goyacensis das porções média e superior da bacia do rio Tocantins REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICE v

8 I. RESUMO O gênero Astyanax Baird & Girard, 1854 conta com 138 espécies e subespécies nominais. As espécies do grupo A. bimaculatus possuem os seguintes caracteres básicos de coloração: uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada, uma mancha negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. Neste grupo, existe um subgrupo de espécies que possui, além dos caracteres de coloração citados anteriormente, uma faixa lateral negra estendendo-se ao longo da porção mediana do corpo, chamado neste trabalho de subgrupo goyacensis. Quatro espécies pertencentes a este grupo foram reconhecidas como habitantes das porções média e superior da drenagem do rio Tocantins: Astyanax novae Eigenmann 1911, Astyanax unitaeniatus Garutti 1998, Astyanax argyrimarginatus Garutti 1999 e Astyanax goyacensis Eigenmann Estas espécies foram diagnosticadas e diferenciadas das demais do grupo e foi possível ampliar seu registro de distribuições geográficas conhecidas. Astyanax novae, foi redescrita com base em novos exemplares, pois é a única espécie do subgrupo goyacensis não descrita recentemente e sua descrição original é antiga e pobre em detalhes. Uma chave de identificação para as espécies de Astyanax do subgrupo goyacensis das porções média e superior da drenagem do rio Tocantins é apresentada. Palavras-chave: Sistemática Neotropical, Characiformes, Taxonomia. vi

9 II. ABSTRACT The genus Astyanax Baird & Girard, 1854 contains almost 138 nominal species and subspecies. The species of the A. bimaculatus group possess the following combination of basic pattern color features: a horizontally elongate oval black humeral spot, an elongated caudal peduncle black spot, extending to the extremity of the middle caudalfin rays, and two brown vertical bars in the humeral region. Within this group, a subgroup of species exhibit, besides the afore mentioned color characters, a black stripe extending along midlateral body sides. Herein, we referred to this species as goyacensis subgroup. Four valid nominal species belonging to this group were recognized as inhabiting the middle and upper portions of the rio Tocantins drainage: Astyanax novae Eigenmann 1911, Astyanax unitaeniatus Garutti 1998, Astyanax argyrimarginatus Garutti 1999, and Astyanax goyacensis Eigenmann These species were diagnosed and differentiated from the remaining species within this group and it was possible to extend the record of their known geographic distributions. Astyanax novae, was redescribed based on new samples, for this is the only species of the goyacensis subgroup not recently described and its original description is old and lacking in detail. An identification key for the species of the Astyanax goyacensis subgroup from middle and upper portions of the rio Tocantins drainage is provided. Keywords: Neotropical Systematics, Characiformes, Taxonomy. vii

10 1. INTRODUÇÃO O gênero Astyanax Baird & Girard, 1854 inclui peixes de pequeno porte popularmente conhecidos como lambaris ou piabas, sendo amplamente distribuídos desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina (Bertaco & Lucena, 2006). Astyanax é um dos principais representantes da família Characidae que habita as águas continentais da América do Sul e atualmente compreende aproximadamente 138 espécies nominais válidas (Eschmeyer e Fricke, 2011). Segundo Bertaco e Garutti (2007), as espécies nominais atualmente descritas para o gênero provavelmente não representam um grupo monofilético. Diversos autores (e.g. Garutti, 2003; Garutti & Britski 2000 e Bertaco & Garutti, 2007) descreveram espécies, semelhantes à Astyanax bimaculatus, que apresentam um padrão de coloração característico: uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada; uma mancha losangular negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. As espécies com esse padrão de coloração pertencem ao complexo de espécies, denominado Astyanax grupo bimaculatus, constituído por diversas espécies similares e provavelmente muito próximas filogeneticamente (Garutti & Langeani, 2009). Garutti (1999) dividiu as espécies do grupo Astyanax bimaculatus em dois subgrupos: O primeiro possui uma faixa lateral negra, que se estende do pedúnculo caudal até aproximadamente a mancha umeral, sendo mais conspícua em espécimes preservados em álcool. Por sua vez, o segundo subgrupo não possui esta faixa lateral negra. Doravante, por questões didáticas e de clareza, chamaremos de Astyanax subgrupo goyacensis o conjunto das espécies do primeiro subgrupo (espécies com faixa lateral negra) e chamaremos de Astyanax subgrupo vittatus o conjunto das espécies do segundo subgrupo (espécies sem faixa lateral negra). 8

11 De acordo com Bertaco & Garutti (2007), dez espécies nominais válidas compõem o subgrupo Astyanax goyacensis: A. argyrimarginatus Garutti, 1999, A. clavitaeniatus Garutti, 2003, A. goyacensis Eigenmann, 1908, A. incaicus Tortonese, 1942, A. novae Eigenmann, 1911, A. rupununi Fowler, 1914, A. saltor Travassos, 1960, A. siapae Garutti, 2003, A. unitaeniatus Garutti, 1998, e A. utiariti Bertaco & Garutti, Estas espécies habitam as bacias hidrográficas da Amazônia, Tocantins/Araguaia e São Francisco. As espécies pertencentes ao subgrupo Astyanax vittatus são (Garutti, 1998): A. bimaculatus Linnaeus, 1758; A. vittatus Castelnau, 1855; A. lacustris (Lütken, 1875), A. borealis Eigenmann, 1908, A. asuncionensis Géry, 1972, A. orthodus Eigenmann 1907, A. superbus Myers, 1942, A. validus Géry, Planquette & Le Bail, 1991, A. maculisquamis Garutti & Britski, 1997, A. abramis (Jenyns, 1842), A. altiparanae Garutti & Britski, 2000 e A. janeiroensis Eigenmann, Entre as espécies pertencentes ao subgrupo goyacensis, quatro espécies foram descritas a partir de exemplares procedentes da drenagem do rio Tocantins: A. argyrimarginatus; A. goyacensis; A. novae e A. unitaeniatus. Apesar de existir uma alta representatividade de exemplares em coleções científicas, um número relativamente elevado de espécies e algumas revisões taxonômicas realizadas (e.g. Garutti, 1995), a composição real, a validade taxonômica e o conhecimento da distribuição das espécies deste grupo de peixes ainda é precário. A principal razão desta lacuna no conhecimento consistem na dificuldade de reconhecer e diagnosticar as espécies nominais válidas, bem como aquelas ainda não descritas, haja vista que grande parte das descrições foi realizada há mais de meio século. Além disso, a grande semelhança entre as espécies deste grupo dificulta ainda mais este trabalho. Alguns autores, como por exemplo, Eigenmann (1921), sinonimizaram várias espécies de lambaris com Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758), já que todas elas eram 9

12 portadoras dos caracteres básicos de coloração exibidos por esta última espécie. Deste modo, não há um consenso entre os diversos autores quanto à validade e definição do status taxonômico de algumas espécies nominais do complexo Astyanax bimaculatus. Astyanax novae, por exemplo, inicialmente foi considerada como uma subespécie de A. bimaculatus (Garutti, 1998 e 1999), um sinônimo de A. bimaculatus (Buckup, 2003), ou, ainda, uma espécie válida (Bertaco & Garutti, 2007; Garutti & Venere, 2009; Garutti & Langeani, 2009). Contudo, estudos recentes revelaram a existência de diversos padrões morfológicos distintos o suficiente, para classificarem subespécies como espécies válidas, geralmente com distribuição geográfica restrita a uma ou outra bacia (Garutti & Britski, 2000). Os objetivos do presente trabalho foram: (1) reconhecer o status taxonômico das espécies pertencentes ao subgrupo Astyanax goyacensis que habitam as porções alta e média do rio Tocantins; (2) diagnosticar estas espécies; e (3) verificar sua distribuição geográfica ao longo desta drenagem. 10

13 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. MATERIAL A coleta de dados iniciou com o levantamento e posterior análise de material depositado em coleções científicas: (FMNH), Field Museum of Natural History, Chicago; (MCP) Museu de Ciências e Tecnologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre; (MCZ), Museum of Comparative Zoology at Harvard University, Cambridge; (MNRJ) Museu Nacional, Rio de Janeiro; (MZUSP) Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo e (UNT) Laboratório de Ictiologia Sistemática, Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional. No levantamento de informações relativas aos locais amostrados, além da edição de mapas de distribuição das espécies e a ampliação de dados com coletas adicionais para melhor identificar as espécies, foram feitas a caracterização do ambiente e fotografias dos espécimes ainda não fixados na busca de eventuais características cromáticas diagnósticas. Foram estudados exemplares provenientes das porções alta e média da bacia do rio Tocantins (Ribeiro et. al, 1995) e de outras bacias hidrográficas (Bacia do rio São Francisco). O exame do material comparativo permitiu a identificação e a diagnose das espécies que habitam o alto e médio Tocantins, bem como permitiu avaliar a amplitude da distribuição geográfica destas espécies, mesmo a distribuição geográfica de algumas ultrapassando os limites da área de estudo. Nas descrições das espécies, os números entre parênteses indicam o número de exemplares em cada lote. As informações do material examinado seguem a sequência: estado, acrônimo do museu, número de catálogo, número total de exemplares examinados, status tipo, amplitude de tamanho, cidade, localidade de coleta, bacia hidrográfica e coordenadas geográficas. 11

14 2.2. DADOS MERÍSTICOS, MORFOMÉTRICOS E MORFOLOGIA EXTERNA As contagens e medidas seguiram Fink & Weitzman (1974) e Bertaco & Garutti (2007) com a adição de algumas medidas (medidas 15, 16, 17 e 18 ). Algumas medidas foram excluídas (comprimento das nadadeiras dorsal, peitoral e pélvica), a fim de evitar que nadadeiras danificadas pudessem trazer erros aos dados. Todas as medidas e contagens foram feitas sempre que possível no lado esquerdo de cada exemplar. Foram tomados os seguintes dados morfométricos: (1) comprimento padrão (CP): distância entre a ponta do focinho e a borda posterior da região hipural, onde se iniciam os raios da nadadeira caudal; (2) distância pré-dorsal: distância entre a ponta do focinho e o início da nadadeira dorsal; (3) distância pré-ventral: distância entre a ponta do focinho e a base anterior da nadadeira pélvica; (4) distância pré-peitoral: distância entre a ponta do focinho e a base anterior da nadadeira peitoral; (5) distância pré-anal: distância entre a ponta do focinho e a base anterior da nadadeira anal; (6) altura do corpo: distância entre a origem anterior da nadadeira dorsal até a região mais inferior do corpo; (7) altura do pedúnculo: altura do pedúnculo caudal no local mais estreito dorsoventralmente; (8) comprimento do pedúnculo caudal: distância entre a base do último raio da nadadeira anal (raios adnatos) e a região hipural; (9) base da nadadeira anal: distância entre a base do primeiro raio (anterior) até o último raio (posterior); (10) comprimento da cabeça: distância entre a ponta do focinho e a margem posterior mais distante do osso opercular; (11) comprimento do focinho: distância entre a ponta do focinho e a margem anterior do olho; (12) comprimento do maxilar: distância entre a ponta do focinho e a borda posterior do maxilar; (13) diâmetro do olho: distância entre as margens anterior e posterior da órbita; (14) distância interorbital: menor distância entre as bordas dos ossos frontais; (15) Distância nadadeira dorsal até nadadeira peitoral: distância entre a base mais anterior da nadadeira dorsal até a base anterior da nadadeira peitoral; (16) Distância nadadeira dorsal até nadadeira anal: distância entre a 12

15 base mais anterior da nadadeira dorsal até a base anterior da nadadeira anal; (17) Distância nadadeira anal até nadadeira adiposa: distância entre a base mais anterior da nadadeira anal até a região anterior da nadadeira adiposa; (18) Distância nadadeira dorsal até nadadeira adiposa: distância entre a base mais anterior da nadadeira dorsal até o início da nadadeira adiposa. Foram tomados os seguintes dados merísticos: (1) raios não ramificados da nadadeira anal; (2) raios ramificados da nadadeira anal: sendo os dois últimos raios (adnatos) considerados como um só elemento; (3) raios da nadadeira dorsal: número de raios ramificados e não ramificados da nadadeira dorsal; (4) raios da nadadeira pélvica: número de raios ramificados e não ramificados da nadadeira pélvica; (5) raios da nadadeira peitoral: número de raios ramificados e não ramificados da nadadeira peitoral; (6) raios principais da caudal: número total de raios principais da nadadeira caudal; (7) número de escamas na linha lateral: número total de escamas perfuradas, compreendidas entre a borda posterior do opérculo e a porção basal da nadadeira caudal; (8) escamas da linha lateral dorsal: série de escamas compreendidas entre a base da nadadeira dorsal e a linha lateral; (9) escamas da linha lateral ventral: série de escamas compreendidas entre a linha lateral e a base da nadadeira pélvica; (10) dentes do pré-maxilar: número total de dentes do pré-maxilar, incluindo as duas fileiras; (11) dentes do dentário: número total de dentes do dentário inclusive os pequenos; (12) Dentes do maxilar: número de dentes presentes no maxilar. Durante a elaboração das tabelas de morfometria descritiva, com o objetivo de que as medidas fossem comparáveis àquelas da literatura, todas as medidas relacionadas ao Comprimento Padrão (CP), foram expressas como porcentagens do CP enquanto que aquelas que são subunidades da cabeça, foram expressas como porcentagens do Comprimento da Cabeça (CC). O programa DATAX (versão R.E Reis & N.F. Fontoura) foi utilizado para a elaboração de tabelas de morfometria descritiva. 13

16 Caracteres qualitativos da anatomia externa (e.g. padrão de colorido, forma e disposição dos dentes, forma do corpo e nadadeiras) também foram examinados na busca por caracteres diagnósticos úteis. 3. RESULTADOS A análise dos caracteres merísticos e biométricos de diversos exemplares pertencentes ao grupo A. bimaculatus permitiu reconhecer a presença de quatro espécies que habitam a bacia do rio Tocantins: Astyanax argyrimarginatus, A. unitaeniatus, A. goyacensis e A. novae. Quanto a Astyanax novae, por sua descrição original ser muito antiga e não haver nenhuma redescrição recente é apresentada nesse trabalho uma redescrição, com base na análise dos espécimes-tipo e novos exemplares recentemente coletados na localidade tipo e próximos a ela, que se encontram depositados nas coleções científicas MZUSP e UNT. 14

17 Astyanax goyacensis Eigenmann, 1908 Figs 1 e 2: Tabela 1 Astyanax goyacensis, Eigenmann, 1908: 96. Localidade-tipo: Goiaz. Material-tipo: Holótipo, MCZ 89558, 76,0 mm CP. Figura 1. Astyanax goyacensis. (a) Holótipo, MCZ 89558, 76,0mm CP, Goiás, município de Goiás, rio Vermelho, bacia do rio Araguaia; (b) Topótipo, MZUSP 4905, 57,6 mm CP, Goiás, município de Goiás, rio vermelho, bacia do rio Araguaia. Material examinado. Goiás. MCZ 89558, 76,0 mm CP, holótipo, município de Goiás, rio Vermelho, bacia do rio Araguaia, 15º55 S, 50º07 W. MCP 20298, 2, 51,1-52,28 mm CP, Minaçu, rio Maranhão, drenagem rio Tocantins, 13º44 31 S, 48º08 29 W. MCP 41376, 1, 59,6 mm CP, município de Piranhas, rio Piranhas, drenagem rio Araguaia, 16º33 06 S 51º49 52 W. MCP 42036, 2, 70,5-72,0 mm CP, Montes Claros de Goiás, córrego Salobrinha, sub-bacia do rio Claro, drenagem rio Araguaia, 15

18 15º58 35 S 51º24 09 W. MCP 42162, 1, 38,6 mm CP, Montes Claros de Goiás, rio Claro, drenagem rio Araguaia, 15º53 13 S 51º24 44 W. MCP 42188, 4, 56,0-64,9 mm CP, Montes Claros de Goiás, córrego Cachoeirinha, sub-bacia rio Claro, drenagem rio Araguaia 16º00 38 S 51º25 33 W. MCP 42334, 3, 40,5-51,7 mm CP, Montes Claros de Goiás, córrego Varginha, drenagem rio Araguaia, 15º57 52 S 51º18 40 W. MCP 43755, 4, 45,5-68,2, município de Piranhas, rio Piranhas, drenagem rio Araguaia, 16º33 06 S 51º49 52 W. MZUSP 48182, 6, 56,2-62,7 mm CP, município de Goiás, rio vermelho, drenagem rio Araguaia, 15º55 S 50º07 W. MZUSP 4905, 3, 59,7-79,20 mm CP, município de Goiás, rio vermelho, drenagem rio Araguaia, 15º55 S 50º07 W. MZUSP 89081, 2, 57,6-57,8 mm CP, município de Goiás, rio Bugre, afluente rio Vermelho, sob ponte na GO 164, drenagem rio Araguaia, 15º47 11 S 50º07 51 W. Mato Grosso. MCP 34166, 3, 40,9-48,35 mm CP, Município de Ribeirão Cascalheira, córrego Barreiro, drenagem rio Araguaia, 12º57 39 S 51º40 56 W. Tocantins. UNT 1678, 3, 64,8-76,9 mm CP, São Salvador, córrego Queda D água, drenagem rio Tocantins, 12º40 44 S 48º22 26 W. UNT 1691, 1, 49,7 mm CP, São Salvador, córrego Camarinha, drenagem rio Tocantins, 12º44 16 S 48º21 03 W. UNT 1711, 2, 51,9-54,5 mm CP, Paranã, córrego Cipó, drenagem rio Tocantins, 12º29 S 48º13 W. UNT 1790, 3, 64,2-80,2 mm CP, São Salvador, córrego Calango, drenagem rio Tocantins, 12º44 33 S 48º20 59 W. UNT 1805, 5, 37,0-56,2 mm CP, Paranã, rio das Lages, drenagem rio Tocantins, 12º35 09 S 48º02 28 W. UNT 1838, 1, 49,1 mm CP, Paranã, rio das Lages, drenagem rio Tocantins, 12º35 09 S 48º02 28 W. UNT 1856, 7, 42,9-77,0 mm CP, São Salvador, córrego Calango, drenagem rio Tocantins, 12º44 33 S 48º20 59 W. UNT 2650, 1, 41,0 mm CP, Porto Nacional, rio Tocantins, drenagem rio Tocantins, 10º43 15 S 48º25 14 W. UNT 2655, 2, 68,3-71,6 mm CP, Brejinho de Nazaré, rio Tocantins, drenagem rio Tocantins, 10º59 46 S 48º32 06 W. UNT 2664, 1, 48,2 mm CP, Brejinho de Nazaré, rio Crixás, drenagem rio Tocantins, 16

19 11º03 00 S 48º38 00 W. UNT 2669, 3, 60,1-65,5 mm CP, Paranã, córrego Cipó, drenagem rio Tocantins, 12º29 S 48º13 W. UNT 2674, 1, 40,8 mm CP, Porto Nacional, rio Tocantins, drenagem rio Tocantins, 10º43 15 S 48º25 14 W. UNT 3348, 3, 62,5-66,2 mm CP, Tocantinópolis, córrego Matrinchã, drenagem rio Tocantins, 06º19 S 47º26 W. UNT 3350, 2, 55,9-70,3 mm CP, Gurupi, rio Santo Antônio, drenagem rio Tocantins, 11º52 00 S 48º53 00 W. UNT 3354, 1, 69,0 mm CP, Palmeirante, córrego Chinelo, drenagem rio Tocantins, 07º51 S 47º56 W. UNT 3361, 2, 45,3-57,9 mm CP, Guaraí, córrego Barreiro, drenagem rio Tocantins, 08º50 S 48º31 W. UNT 4285, 3, 49,3-70,0 mm CP, Tocantinópolis, córrego Matrinchã, drenagem rio Tocantins, 06º19 S 47º26 W. UNT 6206, 1, 61,8 mm CP, Brejinho de Nazaré, córrego dos Vidros, drenagem rio Tocantins, 10º54 31 S 48º33 48 W. UNT 6233, 2, 51,2-60,8 mm CP, Porto Nacional, ribeirão Manduca, drenagem rio Tocantins, 10º43 S 48º24 W. UNT 6840, 1, 62,59 mm CP, Aguiarnópolis, córrego Curicaca, drenagem rio Tocantins, 11º39 21 S 50º54 01 W. UNT 7361, 3, 63,3-79,8 mm CP, São Salvador, córrego Camarinha, drenagem rio Tocantins, 12º44 16 S 48º21 03 W. UNT 8777, 1, 57,8 mm CP, Palmeirópolis, Lagoa artificial, açude, drenagem rio Tocantins, 11º39 21 S 50º54 01 W. UNT 1778, 1, 43,7 mm CP, Paranã, riacho Traçadal, fazenda Traçadal, drenagem rio Tocantins, 12º36 04 S 48º09 39 W. UNT 7193, 2, 75,6-81,3 mm CP, Paranã, riacho Traçadal, fazenda Traçadal, drenagem rio Tocantins, 12º36 04 S 48º09 39 W. UNT 9065, 1, 57,9 mm CP, Paranã, pequeno riacho afluente do rio Tocantins, drenagem rio Tocantins, 10º19 34 S 48º08 39 W. UNT 9149, 2, 50,0-51,4 mm CP, Conceição do Tocantins, rio Palmas, na ponte da TO-050, drenagem rio Tocantins, 12º25 06 S 47º11 51 W. UNT 10122, 3, 62,1-65,0 mm CP, Almas, córrego tributário do rio Manoel Alves, drenagem rio Tocantins, 11º42 07 S 47º07 58 W. 17

20 Diagnose: Astyanax goyacensis difere de suas congêneres, exceto àquelas pertencentes ao grupo A. bimaculatus, pela presença de uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada, uma mancha negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. Quanto às espécies do grupo A. bimaculatus, a presença de uma faixa lateral negra que se estende da mancha no pedúnculo caudal até a mancha umeral ou ligeiramente próximo a ela, diferencia Astyanax goyacensis das espécies do subgrupo vittatus. As características principais que diferem A. goyacensis das espécies do subgrupo goyacensis são apresentadas a seguir. Astyanax goyacensis difere de A. unitaeniatus, A. argyrimarginatus por apresentar menor número de escamas na linha lateral (36-40 vs , 42-46, respectivamente) e de A. novae, por apresentar maior número (36-40 vs , respectivamente). Astyanax goyacensis distingue-se de A. rupununi pela maior altura do pedúnculo caudal (10,3-13,8% CP vs 9,1-9,2% CP, respectivamente) e pela menor distância entre a nadadeira dorsal e adiposa (33,6-38,1% CP vs 38,9-39,2% CP, respectivamente). Astyanax goyacensis difere de A. siapae pela maior altura do pedúnculo caudal (10,3-13,8% CP vs 7,3-11,3% CP) e pela forma da faixa lateral negra (afunilando-se gradualmente vs. afunilando-se abruptamente, respectivamente). Astyanax goyacensis difere de A. saltor por apresentar menor comprimento da cabeça (24,1-29,8% CC vs. >30,2% CC, respectivamente). Astyanax goyacensis difere de A. incaicus e A. clavitaeniatus pela forma da faixa lateral negra (afunilando-se gradualmente vs. afunilando-se abruptamente, respectivamente). Astyanax goyacensis difere de A. utiariti pela presença de um dente no maxilar (vs. ausente) e pelo maior comprimento do focinho (22,1-29,8 % CC vs. 19,8-23,6% CC, respectivamente). 18

21 Distribuição: Conhecida para a sub-bacia do rio Vermelho, tributário do rio Araguaia, e bacia do rio Tocantins nos estados de Goiás e Tocantins (Fig 2). Figura 2. Mapa parcial da bacia do rio Tocantins, mostrando a distribuição geográfica conhecida de Astyanax goyacensis. Cada símbolo pode representar mais de um lote e/ou localidade. ( ) localidade tipo; ( ) demais lotes. 19

22 Astyanax novae Eigenmann, 1911 Figs 3, 4, 5 e 6 : Tabela 2 Astyanax bimaculatus novae Eigenmann, 1911:175, prancha VII, fig 2. Localidade-tipo: Rio Sapon, Prazeres, Bahia. Material-tipo: Holótipo: FMNH [ex CM 3278, espécime ilustrado em Eigenmann 1911, Plate VII, Fig 2]. Parátipos: FMNH (ex CM 3278), (10), FMNH (ex CM 3279), (10); FMNH 14926, (ex CM 3279), (1); FMNH (ex CM 3279), (1) e FMNH (ex CM 3279), (1). Figura 3. Astyanax novae. (a) FMNH 54641, parátipo, fêmea; 33,18 mm CP; Rio Sapão, Prazeres, Bahia; (b) MZUSP 68454, macho, 62,46 mm CP, Cachoeira da Velha, rio Novo, Ponte Alta do Tocantins, TO. 20

23 Material Examinado. Bahia: FMNH (ex CM 3278), holótipo e parátipos, 11, 24,4-45,4 mm CP, rio Sapão, Prazeres, drenagem rio São Francisco. MZUSP 80127, 1, 40,0 mm CP, Formosa do Rio Preto, córrego do Brejo, km 20 da estrada para São Marcelo, drenagem rio São Francisco, 10º03 04 S 45º25 05 W. MZUSP 83836, 8, 49,4-74,8 mm CP, Formosa do Rio Preto, rio Sapão, 1 km do povoado de São Marcelo, drenagem rio São Francisco, 11º01 00 S 45º31 48 W. MZUSP 84083, 4, 49,4-86,2 mm CP, Formosa do Rio preto, Brejão, rio Sapão, a oeste do povoado de São Marcelo, drenagem rio São Francisco, 10º55 37 S 45º41 52 W. MZUSP 84097, 1, 56,1 mm CP, Formosa do Rio Preto, rio preto no povoado de cacimbinhas, drenagem rio São Francisco, 11º08 26 S 46º03 59 W. MZUSP 89644, 4, 51,2-81,4 mm CP, Formosa do Rio Preto, córrego Sassafraz, coaceral, drenagem rio São Francisco, 10º38 04 S 45º50 17 W. MZUSP 89660, 2, 48,7-68,1 mm CP, Formosa do Rio Preto, ribeirão São José, localidade de São Marcelo, drenagem rio São Francisco, 10º58 38 S 45º32 35 W. MZUSP 89661, 1, 35,4 mm CP, Formosa do Rio Preto, localidade de São Marcelo, drenagem rio São Francisco, 10º59 24 S 45º31 46 W. UNT 10522, 3, 39,8-40,8 mm CP, Formosa do Rio Preto, rio Sapão, Prazeres, drenagem rio São Francisco, 10º47 40 S 46º03 00 W. UNT 9117, 2, 59,9-60,2 mm CP, São Desidério, rio Galheiro, Estiva, drenagem rio São Francisco, 10º29 29 S 45º12 06 W. UNT 9514, 1, 46,5 mm CP, São Desidério, Riacho afluente do rio do Meio, drenagem rio São Francisco, 12º58 30 S 44º39 10 W. Tocantins. FMNH (ex CM 3279), 10; FMNH 14926, (ex CM 3279), 1; FMNH (ex CM 3279), 1 e FMNH (ex CM 3279), 1, parátipo, rio Novo, acima da cachoeira da Velha. MZUSP 68442, 2, 48,2-49,3 mm CP, Ponte Alta do Tocantins, rio afluente do rio Sono, estrada para Mateiros, drenagem rio Tocantins, 10º27 21 S 46º10 36 W. MZUSP 68448, 6, 50,7-79,6 mm CP, Ponte Alta do Tocantins, cachoeira da Velha, rio Novo, drenagem rio Tocantins, 10º15 40 S 46º53 03 W. MZUSP 68452, 3, 57,2-62,9 mm CP, Mateiros, 21

24 Cabeceira do Rio do Sono, ca. 9 km na estrada para o Fervedouro, drenagem rio Tocantins, 10º29 14 S 46º26 35 W. MZUSP 68453, 2, 81,7-99,4 mm CP, Mateiros, rio Carrapato, próximo do Fervedouro, ca. 15 km de Mateiros, drenagem rio Tocantins, 10º22 22 S 46º31 26 W. MZUSP 68454, 4, 59,2-66,9 mm CP, Ponte Alta do Tocantins, cachoeira da Velha, rio Novo, drenagem rio Tocantins, 10º15 40 S 46º53 03 W. MZUSP 83499, 2, 51,9-53,6 mm CP, Novo Acordo, rio Novo, próximo a Novo Acordo, drenagem rio Tocantins, 10º11 00 S 46º55 58 W. MZUSP 87241, 3, 74,2-89,0 mm CP, Mateiros, riacho na estrada p/ Mateiros, drenagem rio Tocantins, 10º30 60 S 46º52 46 W. MZUSP 98504, 2, 42,4-61,7 mm CP, Mateiros, rio Preto, limite norte da E.E.S.G.T., próximo a região das dunas, drenagem rio Tocantins, 10º38 38 S 46º41 00 W. MZUSP 98516, 1, 50,5 mm CP, Mateiros, ribeirão Brejão, afluente rio preto, próximo à sede do P. E. Jalapão, drenagem rio Tocantins, 10º34 27 S 46º29 10 W. MZUSP 98533, 1, Mateiros, rio Galhão, afluente rio Preto, drenagem rio Tocantins, 10º38 21 S 46º14 34 W. MZUSP 98538, 1, 88,7 mm CP, Mateiros, rio Galhão, afluente rio Preto, drenagem rio Tocantins, 10º36 21 S 46º14 34 W. UNT 10520, 3, 39,8-55,9 mm CP, Mateiros, rio Novo, nas proximidades da ponte, drenagem rio Tocantins, 10º33 33 S 45º45 37 W. UNT 10521, 1, 37,2 mm CP, Mateiros, rio Novo, nas proximidades da ponte, drenagem rio Tocantins, 10º33 33 S 45º45 37 W. Diagnose: Astyanax novae difere de suas congêneres, exceto àquelas pertencentes ao grupo A. bimaculatus, pela presença de uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada, uma mancha negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. Quanto às espécies do grupo A. bimaculatus, a presença de uma faixa lateral negra que se estende da mancha no pedúnculo caudal até a mancha umeral ou ligeiramente próximo a ela, 22

25 diferencia Astyanax novae das espécies do subgrupo vittatus. As características principais que diferem A. novae das espécies do subgrupo goyacensis são apresentadas a seguir. Astyanax novae difere de A. unitaeniatus, A. argyrimarginatus, A. clavitaeniatus, A. goyacensis e A. utiariti por apresentar menor número de escamas na linha lateral (32-35 vs , 42-46, 36-41, e 36-38, respectivamente). Astyanax novae também distingue-se de A. siapae pelo menor número de escamas na linha lateral (32-35 vs , respectivamente) pela maior altura do pedúnculo caudal (11,2-14,1% CP vs. 7,3-11,3% CP, respectivamente) e pela forma da faixa lateral negra também difere de A. rupununi (faixa afunilando-se gradualmente do pedúnculo caudal até próximo a mancha umeral vs. afunilando-se abruptamente, respectivamente). Astyanax novae difere de A. saltor por apresentar menor comprimento da cabeça (23,9-29,9% CP vs. >30,2% CP) e menor número de escamas (32-35 vs 39-40, respectivamente). Astyanax novae difere de A. incaicus pela maior altura do pedúnculo caudal (11,2-14,1% CP vs. 10,5-11,3% CP) e pela forma da faixa lateral negra (afunilando-se gradualmente do pedúnculo caudal até próximo a mancha umeral vs. afunilando-se abruptamente, respectivamente). Descrição: Dados morfométricos e merísticos apresentados na tabela 4. Corpo comprimido, moderadamente alongado. Maior altura do corpo imediatamente à frente do início da dorsal; altura das partes dorsal e ventral do corpo desiguais, respectivamente acima e abaixo da linha horizontal imaginária que passa pela fenda bucal, parte dorsal mais estreita. Região pré-dorsal quilhada, e pré-ventral arredondada. Perfil dorsal entre o focinho e extremidade do processo occipital ligeiramente convexo. Perfil uniformemente convexo entre a extremidade do processo occipital e origem da nadadeira dorsal. Retilíneo na região de inserção dos raios da nadadeira dorsal e 23

26 ligeiramente convexo deste ponto até a extremidade posterior da base da nadadeira adiposa. Ligeiramente côncavo deste último ponto até a base da nadadeira caudal. Perfil ventral do corpo ligeiramente côncavo da porção mais baixa da nadadeira anal até a base posterior da nadadeira anal. Retilíneo a ligeiramente convexo ao longo da base da nadadeira anal. Perfil ventral convexo deste último ponto até o focinho. Nadadeira dorsal aproximadamente na metade do corpo; quando adpressa ao corpo atinge da quarta à quinta escama anterior à nadadeira adiposa. Lobos da nadadeira caudal simétricos. Cabeça pequena com formato arredondado ou levemente triangular, boca terminal, focinho não muito pontiagudo; maxilar igual ou ligeiramente maior que o diâmetro do olho. Pré-maxilar com duas séries de dentes. Série externa com quatro dentes tricuspidados. Série interna com cinco dentes tetra-pentacuspidados. Dentário com 4 dentes grandes, tetra-pentacuspidados, seguidos por 5 ou 6 dentes pequenos tricuspidados. Maxilar sem dentes (10). Nadadeira dorsal, ii,9; Nadadeira adiposa presente. Nadadeira caudal, i,17,i; Pélvica, i,7; nadadeira peitoral i,11 (26), i,12 (40) raios; anal com, ii,19 (1), ii,21 (2), iii,19 (1), iii,20 (1), iii,21 (5), iii,22 (21), iii,23 (14), iii,24 (8), iii,25 (4), iv,21 (1), iv,22 (1), iv,23 (2) e iv,24 (3). Escamas cicloides, linha lateral completa com 32(4), 33(18), 34(25) e 35(15) escamas perfuradas. Série horizontal de escamas entre a origem da nadadeira dorsal e a inserção da nadadeira pélvica com escamas, sendo 6-7 escamas acima e 5-6 escamas abaixo da linha lateral. 24

27 Coloração em vida: Corpo prateado e com tons avermelhados (Fig. 4). Cabeça cinza escuro dorsalmente e prata latero-inferiormente com tons avermelhados. Região dorsal do corpo, entre a cabeça e o pedúnculo caudal, mais escura e acinzentada; padrão de cromatóforos reticulado, mais concentrado na região posterior da escama, sendo mais conspícuo nas escamas acima da linha lateral. Região ventral, abaixo da linha lateral, de cor prateada e com tons avermelhados, esbranquiçada na região gular e origem das nadadeiras peitoral e pélvica. Mancha umeral negra conspícua e duas barras verticais mais escuras a primeira passando pela mancha umeral e a segunda passando duas a três escamas atrás. Pedúnculo caudal mais escuro dorsalmente. Faixa lateral esverdeada estendendo-se por todo o corpo, desde o pedúnculo caudal até a região mais posterior do opérculo, passando pela mancha umeral, com largura de 1 a 2 escamas. Nadadeira dorsal e caudal avermelhadas, caudal com a presença de cromatóforos negros nos raios medianos (8º a 10º) que se estendem da região do pedúnculo caudal até a extremidade dos raios. Nadadeira peitoral e pélvica ligeiramente avermelhada e mais esbranquiçadas que as demais nadadeiras. Anal avermelhada no primeiro terço e ligeiramente amarelado posteriormente com as extremidades dos raios enegrecidos. 25

28 Figura 4. Astyanax novae, espécime recém coletado, UNT 10521, fêmea, 37,20 mm CP, rio Novo, próximo à ponte, Mateiros- TO. Coloração em álcool: Cor de fundo em geral marrom com cromatóforos concentrados nas bordas das escamas, formando um padrão reticulado. Cromatóforos mais conspícuos nas escamas da região dorsal, acima da linha lateral. Cabeça e corpo marrom mais escuro dorsalmente, lateralmente castanho claro, podendo ter uma cor prateada na área opercular e cor creme na região ventral. Mancha umeral horizontalmente ovalada, formada pela concentração de melanóforos abaixo das escamas, estendendo-se horizontalmente da 2ª ou 3ª escama logo após o opérculo até a 6ª-7ª escama rodeada por uma área marrom claro ou prateada. Duas barras verticais marrons irregulares na região umeral, a primeira passando através da mancha umeral horizontalmente ovalada e a segunda começando duas a três escamas atrás desta; faixa lateral negra começando na base dos raios medianos da nadadeira caudal, estreitando-se gradualmente em direção à cabeça, sendo ligeiramente mais larga no pedúnculo caudal e menos na região umeral, às vezes permanece com igual largura do pedúnculo até a segunda barra vertical marrom ou a mancha umeral. Nadadeiras com melanóforos dispersos, podendo ser mais numerosos na nadadeira anal, especialmente nas extremidades das membranas inter-radiais. 26

29 Dimorfismo sexual: Machos adultos, sexualmente maduros, podem ser facilmente reconhecidos pela presença de espinhos ósseos na nadadeira anal e pélvica. Os espinhos podem ocorrer do último raio não ramificado (maior) até o 8º raio ramificado da nadadeira anal e nos seis primeiros raios ramificados da nadadeira pélvica. Nos machos sexualmente maduros, a nadadeira pélvica alcança a nadadeira anal quando adpressa ao corpo. O menor macho sexualmente maduro apresentou comprimento padrão de 42,40 mm. Distribuição: Conhecida para a drenagem do rio Sapão, estado da Bahia, bacia do rio São Francisco e drenagem do rio Novo estado do Tocantins, bacia do rio Tocantins (Fig 5). Figura 5. Mapa parcial da bacia do rio Tocantins, mostrando a distribuição geográfica conhecida de Astyanax novae. Cada símbolo pode representar mais de um lote e/ou localidade. ( ) localidade tipo; ( ) demais lotes. 27

30 Habitat: Exemplares de Astyanax novae provenientes do rio Novo, Tocantins, foram coletados em locais que apresentaram pequenas correntezas, substrato pedregoso e ambientes de águas com grande transparencia (Figura 6). Figura 6. Local de coleta de Astyanax novae no rio Novo, dentro do Parque Estadual do Jalapão, Mateiros, Tocantins, nas proximidades da ponte. 28

31 Astyanax unitaeniatus Garutti, 1998 Figs 7 e 8 : Tabela 3 Astyanax unitaeniatus Garutti 1998: 116. Fig. 1. Localidade-tipo: Brazil Goiás, Iaciara, Ribeirão Macambira, (14 08 S W), junto à ponte na rodovia GO-112. Materialtipo: Holótipo: MZUSP Parátipos: MZUSP (33), MZUSP (30). Figura 7. Astyanax unitaeniatus, MZUSP 40542, 55,93 mm CP, Holótipo, Goiás, Iaciara, ribeirão Macambira, junto a ponte da rodovia GO-112. Material examinado. BRASIL. Goiás. MZUSP 40542, holótipo, 55,9 mm CP, ribeirão Macambira, Iaciara, junto a ponte da rodovia GO-112, drenagem rio Tocantins, 14º08 S 46º37 W. MZUSP 40425, 5, parátipos, 41,6-60,0 mm CP, Flores de Goiás, Lagoa do Imbu, margem direita do rio Paranã, bairro rua velha, drenagem rio Tocantins, 14º25 58 S 47º02 58 W. MZUSP 48285, 4, parátipos, 46,8-62,5 mm CP, Iaciara, ribeirão Macambira, 14º08 S 46º37 W. MZUSP 10386, 4, 42,8-86,9 mm CP, Goiás, São Domingos, riacho na Gruta do Cascudo, P. E. Terra do Ronca, drenagem rio Tocantins, 13º30 44 S 46º22 07 W. MZUSP 40762, 3, 67,9-69,9 mm CP, Nova Roma, Córrego Morcego, Afluente do rio Paranã, drenagem rio Tocantins, 13º44 58 S 46º52 58 W. MZUSP 48286, 1, São Domingos, Goiás, Caverna da Angélica, 100 m dentro e 5 m acima do nível do Ribeirão Angélica, drenagem rio Tocantins, 14º23 58 S 46º18 58 W. MZUSP 99076, 3, 66,0-87,4 mm CP, São Domingos, rio São João, Parque Estadual da Terra do Ronca, drenagem rio Tocantins, 13º36 12 S 46º19 45 W. 29

32 UNT 10237, 1, 60,3 mm CP, Campos Belos, córrego afluente rio Mosquito, drenagem rio Tocantins, 12º59 15 S 46º18 09 W. UNT 9211, 1, 56,2 mm CP, Campos Belos, córrego afluente rio Mosquito, ponte GO-452, drenagem rio Tocantins, 13º00 12 S 46º25 11 W. Tocantins. UNT 4105, 2, 51,8-47,1 mm CP, Paranã, córrego Boa Ventura, drenagem rio Tocantins, 11º29 07 S 47º43 57 W. Diagnose: Astyanax unitaeniatus difere de suas congêneres, exceto àquelas pertencentes ao grupo A. bimaculatus, pela presença de uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada, uma mancha negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. Quanto às espécies do grupo A. bimaculatus, a presença de uma faixa lateral negra que se estende da mancha no pedúnculo caudal até a mancha umeral ou ligeiramente próximo a ela, diferencia Astyanax unitaeniatus das espécies do subgrupo vittatus. As características principais que diferem A. unitaeniatus das espécies do subgrupo goyacensis são apresentadas a seguir. Um número acima de 41 escamas na linha lateral separa Astyanax unitaeniatus de A. novae (vs ), A. goyacensis (vs ), A. rupununi (vs ), A. clavitaeniatus (vs ) e A. utiariti (vs ). A. unitaeniatus difere A. siapae pela maior altura do pedúnculo caudal (11,2-13,7% CP vs. 7,3-11,3, respectivamente), pela menor distância entre a nadadeira dorsal e a nadadeira adiposa (29,7-38,1% CP vs. 37,4-43,5% CP, respectivamente) e pela forma da faixa lateral negra (afunilando-se gradualmente vs. afunilando-se abruptamente). A. unitaeniatus difere de A. saltor pelo maior número de escamas na linha lateral (41-45 vs 39-41, respectivamente) e menor comprimento da cabeça (24,1-28,8% CC vs. > 30,2% CC, respectivamente). Astyanax unitaeniatus distingue-se de A. argyrimarginatus pelo menor comprimento da base da nadadeira anal (22,1-27,2% CP vs. 27,3-30,7% CP, respectivamente) e menor 30

33 quantidade de raios totais na nadadeira anal (20-25 vs , respectivamente). Astyanax unitaeniatus difere de A. incaicus pela maior altura do pedúnculo caudal (11,2-13,7% CP vs. 10,5-11,3% CP). Distribuição: Conhecida para a drenagem do rio Paranã, tributário do rio Tocantins, no estado de Goiás e rio Bagagem, drenagem do rio Manoel Alves, estado do Tocantins (Fig 8). Figura 8. Mapa parcial da bacia do rio Tocantins, mostrando a distribuição geográfica conhecida de Astyanax unitaeniatus. Cada símbolo pode representar mais de um lote e/ou localidade. ( ) localidade tipo; ( ) demais lotes. 31

34 Astyanax argyrimarginatus Garutti, 1999 Figs 9 e 10, Tabela 4 Astyanax argyrimarginatus Garutti, 1999: 586, Fig. 1. Localidade-tipo: Aragarças, córrego Jaraguá, bacia do rio Araguaia, GO (aproximadamente S W). Material-tipo: Holótipo: MZUSP Parátipos: MZUSP 4813 (10), (4), (4, 2, 2). FIGURA 9. Astyanax argyrimarginatus, MZUSP 48269, 66,07 mm CP, Parátipo, Aragarças, Córrego Jaraguá, Bacia do rio Araguaia, GO. Material examinado. Goiás. MZUSP 48268, holótipo, 65,20 mm CP, Aragarças, Córrego Jaraguá, drenagem rio Araguaia. 15º55 S 52º12 W. MZUSP 4813, 6, parátipos, 45,3-58,4 mm CP, Aruanã, drenagem rio Araguaia. 14º54 58 S 51º04 58 W. MZUSP 48269, 4, parátipos, 62,9-91,4 mm CP, Aragarças, Córrego Jaraguá, drenagem rio Araguaia. 15º55 S 52º12 W. MZUSP 89141, 1, 49,3 mm CP, Aruanã, lagoa marginal à estrada de terra entre Aruanã e Cocalinho, drenagem rio Araguaia. 11º39 21 S 50º54 01 W. Mato Grosso. MZUSP 48270, 2, parátipos, 63,9-69,2 mm CP, Barra do Garças, córrego Fundo, drenagem rio Araguaia. 15º52 58 S 52º46 58 W. MZUSP 48271, 2, parátipos, 87,3-92,8 mm CP, Barra do Garças, córrego Fundo, drenagem rio Araguaia. 15º52 58 S 52º46 58 W. MZUSP 48272, 1, 72,3 mm 32

35 CP, Barra do Garças, córrego Fundo, drenagem rio Araguaia. 15º52 58 S 52º46 58 W. MZUSP 48274, 1, 58,9 mm CP, Barra do Garças, córrego Fundo, drenagem rio Araguaia. 15º52 58 S 52º46 58 W. MZUSP 88140, 1, 130,1 mm CP, General Carneiro, córrego dos Índios, cachoeira Cristal, drenagem rio Araguaia. 15º40 38 S 52º43 34 W. Diagnose: Astyanax argyrimarginatus difere de suas congêneres, exceto àquelas pertencentes ao grupo A. bimaculatus, pela presença de uma mancha umeral negra horizontalmente ovalada, uma mancha negra no pedúnculo caudal, estendida à extremidade dos raios caudais medianos e duas barras verticais marrons na região umeral. Quanto às espécies do grupo A. bimaculatus, a presença de uma faixa lateral negra que se estende da mancha no pedúnculo caudal até a mancha umeral ou ligeiramente próximo a ela, diferencia Astyanax argyrimarginatus das espécies do subgrupo vittatus. As características principais que diferem A. argyrimarginatus das espécies do subgrupo goyacensis são apresentadas a seguir. Um número acima de 42 escamas na linha lateral separa Astyanax argyrimarginatus de A. goyacensis (vs ), A. novae (vs ), A. rupununi (vs ), A. saltor (vs ), A. clavitaeniatus (vs ) e A. utiariti (vs ). Astyanax argyrimarginatus também difere de A. utiariti pela presença de um dente no maxilar (vs. ausente). Astyanax argyrimarginatus difere de A. unitaeniatus pelo maior comprimento da base da nadadeira anal (27,3-30,7% CP vs. 22,1-27,2% CP, respectivamente) e maior quantidade de raios totais na nadadeira anal (26-31 vs , respectivamente). A. argyrimarginatus difere de A. siapae pela menor distância prédorsal (47,5-51,0% CP vs. 51,2-57,4% CP, respectivamente) e pela forma da faixa lateral negra (afunilando-se gradualmente vs. afunilando abruptamente, 33

36 respectivamente) e também difere de A. incaicus pela forma da faixa (afunilando-se gradualmente vs. afunilando abruptamente, respectivamente). Distribuição: Conhecida para o córrego Jaraguá e córrego Fundo, afluentes do rio Araguaia, alto Tocantins nas cidades de Aruanã-GO, Barra do Garças-MT e General Carneiro-MT (Fig 10). Figura 10. Mapa parcial da bacia do rio Tocantins, mostrando a distribuição geográfica conhecida de Astyanax argyrimarginatus. Cada símbolo pode representar mais de um lote e/ou localidade. ( ) localidade tipo; ( ) demais lotes. 34

37 4. DISCUSSÃO Os recentes estudos das espécies do gênero Astyanax grupo bimaculatus tem contribuído para aumentar consideravelmente o entendimento da taxonomia alfa deste grupo, trazendo um consenso entre os autores quanto às espécies deste gênero (Garutti e Langeani, 2009). Até pouco tempo, o conhecimento sobre as espécies ainda era muito incipiente e dificultado pela grande similaridade entre as espécies. Uma grande contribuição para o conhecimento do grupo bimaculatus veio de Garutti (1998), que reconheceu que sob a denominação de A. bimaculatus existiam formas suficientemente distintas para serem consideradas como táxons diferentes. Garutti (1998) dividiu o grupo bimaculatus em dois subgrupos: um com uma faixa lateral negra (aqui chamado subgrupo goyacensis) e um sem a faixa (aqui chamado subgrupo vittatus). Garutti (1998) incluiu no subgrupo goyacensis apenas as espécies/subespécies A. unitaeniatus, A. goyacensis e A. bimaculatus novae. Posteriomente outras espécies do subgrupo goyacensis foram descritas: (A. argyrimarginatus Garutti, 1999, A. clavitaeniatus Garutti, 2003, A. siapae Garutti, 2003, A. utiariti,bertaco & Garutti, 2007). Entretanto, o status taxonômico e a validade de algumas espécies nominais ainda permaneciam incertos. Isto porque estes táxons apresentam descrições originais antigas, breves e pouco informativas. Entretanto, recentemente, o incremento das coleções com novos exemplares, bem como o exame de material-tipo, vem elucidando o status nomenclatural e taxonômico destas espécies nominais e permitindo a diagnose e a redescrição destes táxons (e.g. Astyanax goyacensis Eigenmann, 1908, redescrita por Garutti & Langeani, 2009). Astyanax novae Eigenmann, 1911, espécie redescrita neste trabalho, ficou conhecida por muito tempo apenas com a descrição original pouco informativa, o que dificultou por anos comparações com espécies recém descritas. Astyanax novae foi 35

38 descrita por Eigenmann, 1911 a partir de exemplares de duas localidades diferentes, cada uma delas pertencentes a regiões hidrográficas distintas (rio Novo, na bacia rio Tocantins e rio Sapão, na bacia rio São Francisco). A presença da espécie em duas regiões hidrográficas trouxe suspeita se as populações das bacias do Tocantins e São Francisco representavam espécies distintas. A comparação entre amostras destas populações revelou que não existem diferenças significativas entre elas que justificassem o reconhecimento de duas espécies distintas. Essa distribuição de Astyanax novae pode ser explicada pelas características do local onde Eigenmann coletou os exemplares-tipo. Esta região é próxima ao Parque Estadual do Jalapão e Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e situa-se no divisor de águas entre as bacias do rio São Francisco (rio Sapão) e rio Tocantins (drenagens dos rios Novo, Balsas e Manuel Alves). Nesta região, durante o fluxo de cheias, estes rios se conectam formando uma cabeceira comum ou "água emendada" do rio Sapão e rio Galhão, este um afluente do rio Novo, tornando-se uma possível área de intercâmbio ictiofaunístico entre a bacia do rio São Francisco e a bacia do rio Tocantins (Lima & Caires, 2011). Ainda segundo Lima & Caires (2011), a ocorrência de Astyanax novae (assim como Cichlasoma sanctifranciscense), no rio Sapão e afluentes do rio Novo, são considerados os únicos exemplos inequívocos de transposição natural de espécies de peixes entre as bacias do rio São Francisco e Tocantins efetuado pelas águas emendadas dos rios Sapão e Galhão. 5. CONCLUSÃO Neste trabalho, quatro espécies válidas de Astyanax pertencentes ao subgrupo goyacensis foram reconhecidas para as porções alta e média da drenagem do rio Tocantins. São elas: Astyanax unitaeniatus, Astyanax argyrimarginatus, Astyanax novae e Astyanax goyacensis. 36

39 Estas espécies foram diagnosticas de suas congêneres e uma chave de identificação foi elaborada. Além disso, com base na análise de novos exemplares, foi possível ampliar o registro das distribuições geográficas conhecidas para estas espécies ao longo das porções média e superior da drenagem do rio Tocantins (em especial de Astyanax goyacensis, amplamente distribuída ao longo nesta drenagem, e até então conhecida apenas para a drenagem do rio Vermelho, tributário do rio Araguaia, Goiás). Este trabalho também permitiu verificar que as quatro espécies apresentam área de distribuição com pouca sobreposição (Figura 11). Figura 11. Mapa parcial da bacia do rio Tocantins, mostrando a distribuição geográfica de Astyanax goyacensis (círculo laranja), Astyanax novae (círculo vermelho), Astyanax unitaeniatus (círculo verde) e Astyanax argyrimarginatus (círculo roxo). Os quadrados representam a localidade-tipo de cada espécie. Cada símbolo pode representar mais de um lote e/ou localidade. 37

DESCRIÇÃO DE Astyanax argyrimarginatus SP. N. (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) PROCEDENTE DA BACIA DO RIO ARAGUAIA, BRASIL

DESCRIÇÃO DE Astyanax argyrimarginatus SP. N. (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) PROCEDENTE DA BACIA DO RIO ARAGUAIA, BRASIL DESCRIÇÃO DE ASTYANAX ARGYRIMARGINATUS SP. N. 585 DESCRIÇÃO DE Astyanax argyrimarginatus SP. N. (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) PROCEDENTE DA BACIA DO RIO ARAGUAIA, BRASIL GARUTTI, V. Universidade Estadual

Leia mais

04) Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000

04) Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 Ordem Characiformes - A. altiparanae 75 04) Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 Nomes comuns: Lambari, lambari-do-rabo-amarelo e tambiú. Distribuição geográfica: Bacia do alto rio Paraná (Garutti;

Leia mais

23) Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829

23) Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 164 Ovos e larvas de peixes de água doce... 23) Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 Foto: Dr. Hebert R. Axelrod - Fonte: Axelrod, 1991, p. 221. Nomes comuns: Boga, taguara, boga-lisa, araçu, aracu,

Leia mais

48) Pseudoplatystoma corruscans (Agassiz, 1829)

48) Pseudoplatystoma corruscans (Agassiz, 1829) 282 Ovos e larvas de peixes de água doce... 48) Pseudoplatystoma corruscans (Agassiz, 1829) Nomes comuns: Pintado, surubim, piracajara, pirá-pára, piracajiara e surubi. Distribuição geográfica: Bacias

Leia mais

16) Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887)

16) Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887) 130 Ovos e larvas de peixes de água doce... 16) Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887) Nomes comuns : Pacu e pacu-caranha. Distribuição geográfica: Bacia do rio da Prata (Romagosa; Paiva; Godinho; Storfer,

Leia mais

55) Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)

55) Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) Ordem Siluriformes - H. littorale 313 55) Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) Nomes comuns: Caborja, tamboatá, camboatá e cascudinho. Distribuição geográfica: América do Sul a leste dos Andes e norte

Leia mais

Cyprinodontiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Cyprinodontiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Cyprinodontiformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et

Leia mais

19) Leporinus friderici (Bloch, 1794)

19) Leporinus friderici (Bloch, 1794) 144 Ovos e larvas de peixes de água doce... 19) Leporinus friderici (Bloch, 1794) Nomes comuns: Aracu-comum, aracu-cabeça-gorda, aracu, aracu-branco, piava e piau. Distribuição geográfica: Bacias do Prata,

Leia mais

56) Rhinelepis strigosa Valenciennes, 1840

56) Rhinelepis strigosa Valenciennes, 1840 318 Ovos e larvas de peixes de água doce... 56) Rhinelepis strigosa Valenciennes, 1840 Nome comum: Cascudo-preto. Distribuição geográfica: Bacia do Paraguai (Britski; Silimon; Lopes, 1999) e rio Paraná

Leia mais

30) Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836)

30) Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) 198 Ovos e larvas de peixes de água doce... 30) Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) Nomes comuns: Curimba, corimba, curimbatá e corimbatá. Distribuição geográfica: Bacia do Prata e do rio Paraíba

Leia mais

Metodologia. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Metodologia. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Metodologia Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al. Peixes

Leia mais

60) Astronotus ocellatus (Cuvier, 1829)

60) Astronotus ocellatus (Cuvier, 1829) 336 Ovos e larvas de peixes de água doce... 60) Astronotus ocellatus (Cuvier, 1829) Nomes comuns : Acará-açu, apaiari e oscar. Ordem Perciformes - A. ocellatus 337 Distribuição geográfica: Originária da

Leia mais

38) Auchenipterus osteomystax (Ribeiro, 1918)

38) Auchenipterus osteomystax (Ribeiro, 1918) Ordem Siluriformes - A. osteomystax 237 38) Auchenipterus osteomystax (Ribeiro, 1918) Nomes comuns: Surumanha, olho-de-gato, mandi-peruano, carataí, pernade-moça e palmitinho. Distribuição geográfica:

Leia mais

Cypriniformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Cypriniformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Cypriniformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al.

Leia mais

Gymnotiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Gymnotiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Gymnotiformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BILÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LORENA SANCHES VIEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BILÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LORENA SANCHES VIEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BILÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LORENA SANCHES VIEIRA REVISÃO TAXONÔMICA DE PYRRHULINA BREVIS (CHARACIFORMES: LEBIASINIDAE) COM

Leia mais

ALESSANDRO GASPARETTO BIFI

ALESSANDRO GASPARETTO BIFI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE AMBIENTES AQUÁTICOS CONTINENTAIS ALESSANDRO GASPARETTO BIFI REVISÃO DAS

Leia mais

TÍTULO: NOVA ESPÉCIE DE MOENKHAUSIA EIGENMANN, 1903 (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA BACIA DO RIO AMAZONAS.

TÍTULO: NOVA ESPÉCIE DE MOENKHAUSIA EIGENMANN, 1903 (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA BACIA DO RIO AMAZONAS. TÍTULO: NOVA ESPÉCIE DE MOENKHAUSIA EIGENMANN, 1903 (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DA BACIA DO RIO AMAZONAS. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUIÇÃO:

Leia mais

GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE

GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE Rev. bras. Ent. 22í2): 99-104 11.1X.1978 OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XV. GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE Helia E.M. Soares Guatubesia clarae, n. gen., n. sp. (Opiliones, Gonyleptidae, Gonyleptinae),

Leia mais

Ovos e larvas de peixes de água doce... 32) Hoplias sp.

Ovos e larvas de peixes de água doce... 32) Hoplias sp. 208 Ovos e larvas de peixes de água doce... 32) Hoplias sp. Nome comum: Trairão. Distribuição geográfica: Bacia do alto rio Paraná (Oyakawa, 1990). Auto-ecologia: A primeira maturação sexual ocorre com

Leia mais

Variação morfológica em populações de Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1817 (Characiformes, Characidae) das bacias dos rios Madeira e Paraguai

Variação morfológica em populações de Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1817 (Characiformes, Characidae) das bacias dos rios Madeira e Paraguai Variação morfológica em populações de Tetragonopterus Argenteus cuvier, 1817 (characiformes, characidae) das bacias... Variação morfológica em populações de Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1817 (Characiformes,

Leia mais

Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero

Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero Volume 49(37):497 501, 2009 Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero Eleandro Moysés 1,2 Maria Helena M. Galileo 1,3 Abstract

Leia mais

Perciformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Perciformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Perciformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al. Peixes

Leia mais

Zilda Margarete S. de Lucena 1 & Cecile de S. Gama 2

Zilda Margarete S. de Lucena 1 & Cecile de S. Gama 2 Phenacogaster apletostigma, nova espécie de peixe e do Estado do Amapá, Brasil (Characif acifor ormes, Characidae) acidae) Zilda Margarete S. de Lucena 1 & Cecile de S. Gama 2 1 Laboratório de Ictiologia,

Leia mais

Papéis Avulsos de Zoologia Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Papéis Avulsos de Zoologia Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo Papéis Avulsos de Zoologia Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo Volume 43(1):1-9, 2003 www.scielo.br/paz.htm ISSN 0031-1049 REVALIDAÇÃO DE ASTYANAX RUPUNUNI FOWLER, 1914 (TELEOSTEI, CHARACIDAE)

Leia mais

REVISTA BRASILEIRA DE ZOOLOGIA

REVISTA BRASILEIRA DE ZOOLOGIA REVISTA BRASILEIRA DE ZOOLOGIA Rma bral. Zoo\... 7(4) : 637-641 15/XII/91 DESCRIÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE DE PEIXE ANUAL 00 ESTADO DA BAHIA, BRASIL (CYPRINOOONTIFORMES, RIVULIDAE) Carlos Alberto G. da Cruz

Leia mais

New Astyanax from the upper rio Tapajós drainage, Central Brazil (Characiformes: Characidae)

New Astyanax from the upper rio Tapajós drainage, Central Brazil (Characiformes: Characidae) Neotropical Ichthyology, 5(1):25-30, 2007 Copyright 2007 Sociedade Brasileira de Ictiologia New Astyanax from the upper rio Tapajós drainage, Central Brazil (Characiformes: Characidae) Vinicius A. Bertaco*

Leia mais

Descrição de nove espécies novas de Phenacogaster (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) e comentários sobre as demais espécies do gênero

Descrição de nove espécies novas de Phenacogaster (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) e comentários sobre as demais espécies do gênero doi: 10.1590/S1984-46702010000200014 Descrição de nove espécies novas de Phenacogaster (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) e comentários sobre as demais espécies do gênero Zilda Margarete Seixas

Leia mais

Parotocinclus EIGENMANN & EIGENMANN, 1889 (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARAGUAÇU, BAHIA, BRASIL. Bruno Rocha Pitanga

Parotocinclus EIGENMANN & EIGENMANN, 1889 (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARAGUAÇU, BAHIA, BRASIL. Bruno Rocha Pitanga UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE BIOLOGIA Parotocinclus EIGENMANN & EIGENMANN, 1889 (SILURIFORMES, LORICARIIDAE) DA BACIA DO RIO PARAGUAÇU, BAHIA, BRASIL Bruno Rocha Pitanga Salvador, BA 2012

Leia mais

Characiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Characiformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Characiformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓREITORIA DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR,

Leia mais

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT Revta bras. Ent. 32(2):233-237. 26.09.1988 8 OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) Helia E.M.Soares1 Benedicto A.M. Soares* ABSTRACT Stefanesia avramae, gen. n., sp.n., described from

Leia mais

A Bacia Amazônica: Conectividade, Migrações e Ciência Cidadã Conhecendo os peixes migradores

A Bacia Amazônica: Conectividade, Migrações e Ciência Cidadã Conhecendo os peixes migradores A Bacia Amazônica: Conectividade, Migrações e Ciência Cidadã Conhecendo os peixes migradores Esta apresentação foi organizada a partir de informações disponíveis em http://pt.aguasamazonicas.org/fish/

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências Departamento de Zoologia Pós-Graduação em Biologia Animal JULIANA MARIANI WINGERT

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências Departamento de Zoologia Pós-Graduação em Biologia Animal JULIANA MARIANI WINGERT Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Biociências Departamento de Zoologia Pós-Graduação em Biologia Animal JULIANA MARIANI WINGERT Descrição de duas novas espécies de Bryconops (Teleostei:

Leia mais

download free Comprimento padrão 115,0 mm

download free Comprimento padrão 115,0 mm Peixes do baixo rio Iguaçu Astyanax gymnodontus (Eigenmann, 1911) Lambarizão Comprimento padrão 115,0 mm Corpo claro, sendo o dorso e a cabeça escurecidos. Mancha umeral preta e verticalmente alongada,

Leia mais

Revisão taxonômica do complexo de espécies Astyanax scabripinnis sensu Bertaco & Lucena (2006) (Ostariophysi: Characiformes: Characidae)

Revisão taxonômica do complexo de espécies Astyanax scabripinnis sensu Bertaco & Lucena (2006) (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE AMBIENTES AQUÁTICOS CONTINENTAIS CARLOS ALEXANDRE MIRANDA OLIVEIRA Revisão

Leia mais

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1 Bandaromimus Linna-vuori (Homoptera, Cicadellidae, Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1 Keti Maria Rocha Zanol 2 ABSTRACT. 8andaromimus Linnavuori (Homoptera,

Leia mais

17) Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1847

17) Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1847 Ordem Characiformes - S. marginatus 135 17) Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1847 Nomes comuns: Palometa, piranha, pirambeba, sachicanga e catirina. Distribuição geográfica: Bacias do Prata e Amazônica

Leia mais

Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21)

Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21) Relatório conclusivo do monitoramento do bagre Rhamdia jequitinhonha - Silfvergrip, 1996 (condicionante 21) Biólogo Francisco Ricardo de Andrade Neto (CRBio 44968/04) Maio 2014 1 ÍNDICE APRESENTAÇÃO...

Leia mais

GUIA DIDÁTICO ILUSTRADO DE PEIXES DA ESEC SERRA DAS ARARAS: a divulgação científica na formação de licenciandos em Biologia

GUIA DIDÁTICO ILUSTRADO DE PEIXES DA ESEC SERRA DAS ARARAS: a divulgação científica na formação de licenciandos em Biologia GUIA DIDÁTICO ILUSTRADO DE PEIXES DA ESEC SERRA DAS ARARAS: a divulgação científica na formação de licenciandos em Biologia Nelson Antunes de Moura; Vanessa Cardoso Nunes; Auclar Felipe Botini; Juciley

Leia mais

Descrição anatômica dos músculos da perna de Procyon cancrivorus (Cuvier 1798)

Descrição anatômica dos músculos da perna de Procyon cancrivorus (Cuvier 1798) Biotemas, 23 (3): 159-165, setembro de 2010 ISSN 0103 1643 159 Descrição anatômica dos músculos da perna de Procyon cancrivorus (Cuvier 1798) Firmino Cardoso Pereira* Vanessa Morais Lima Kleber Fernando

Leia mais

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE GONY- LEPTIDAE (OPILIONES) 1 Rev. Brasil. Biol., 5(3) :339-34 3 Setembro, 19-15 Rio de Janeiro, D. F. UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1 B. A. M, SOARES e HÉLIA ELLER MONTEIRO SOARE S Departamento de

Leia mais

Sérgio Ypiranga Pinto *

Sérgio Ypiranga Pinto * UM NOVO BLENNIIDAE DO LITORAL DE SÃO PAULO, BRASIL (ACTINOPTERYGIl - PERCIFORMES) Sérgio Ypiranga Pinto * Quando da triagem do material que nos foi cedido pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de

Leia mais

Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR

Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR https://eventos.utfpr.edu.br//sicite/sicite2017/index Análises citogenéticas de exemplares do grupo Astyanax bimaculatus oriundos de tributário do Lago de Itaipu, na região de Santa Helena PR RESUMO Sandro

Leia mais

Dardarina angeloi sp. n. do sudeste e sul do Brasil (Lepidoptera: Hesperiidae) 1

Dardarina angeloi sp. n. do sudeste e sul do Brasil (Lepidoptera: Hesperiidae) 1 Lundiana 6(supplement):31-35, 2005 2005 Instituto de Ciências Biológicas - UFMG ISSN 1676-6180 Dardarina angeloi sp. n. do sudeste e sul do Brasil (Lepidoptera: Hesperiidae) 1 Olaf H. H. Mielke & Mirna

Leia mais

Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil

Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil NOTA CIENTÍFICA Registro de Phrynops williamsi no rio do Chapecó, Oeste de Santa Catarina, Brasil SPIER, Edson Fernando * ; FAVRETTO, Mario Arthur ** ; ONGHERO JUNIOR, Osvaldo *** ; PIOVEZAN, Jean Carlos

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA Revisão taxonômica das espécies de Phenacogaster Eigenmann, 1907 (Ostariophysi: Characiformes:

Leia mais

RESUMO. Palavras-chave: Bacia do rio Tibagi, conservação, lambari, morfometria multivariada. Oscar Akio Shibatta 1, Roberto Ferreira Artoni 2

RESUMO. Palavras-chave: Bacia do rio Tibagi, conservação, lambari, morfometria multivariada. Oscar Akio Shibatta 1, Roberto Ferreira Artoni 2 CDD: 631.47 SOBRE A IDENTIDADE DAS POPULAÇÕES ALOPÁTRICAS DE ASTYANAX (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) DAS FORMAÇÕES FURNA 1 E FURNA 2 DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA, PONTA GROSSA, PARANÁ, BRASIL ON THE IDENTITY

Leia mais

ALIMENTAÇÃO DE Rachycentron canadum NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS

ALIMENTAÇÃO DE Rachycentron canadum NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS ALIMENTAÇÃO DE Rachycentron canadum NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS Lopes, P.R.D. (1) ; Oliveira-Silva, J.T. (1) ; Sena, M.P. (1) andarilho40@gmail.com (1) Departamento de Ciências Biológicas da Universidade

Leia mais

Espécie Indígena ou Autóctone Originária de um determinado País ou região. Espécie endémica Só existe numa determinada região ou País

Espécie Indígena ou Autóctone Originária de um determinado País ou região. Espécie endémica Só existe numa determinada região ou País Espécie Indígena ou Autóctone Originária de um determinado País ou região Espécie endémica Só existe numa determinada região ou País Espécie Exótica ou Alóctone Originária de um País diferente do actual

Leia mais

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3 Acta Biol. Par., Curitiba, 33 (1, 2, 3, 4): 21-25. 2004 21 Uma espécie nova de Epirhyssa Cresson (Ichneumonidae, Hymenoptera) do Brasil 1 A new species of Epirhyssa Cresson, 1865 (Ichneumonidae, Hymenoptera)

Leia mais

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae).

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae). REVISTA BRASILEIRA DE ZOOLOGIA Revta bras. Zoo!., 6 ( 1 ) : 4 9 - S S ls/rv/1989 Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae). Vânia F. Goulart C. Pereira

Leia mais

Ordem Gadiformes. Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos

Ordem Gadiformes. Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos Ordem Gadiformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al. Ordem

Leia mais

Variação geográfica de Roeboexodon geryi (Myers) (Ostariophysi: Characiformes: Characidae)

Variação geográfica de Roeboexodon geryi (Myers) (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) Lundiana 5(1):73-78, 2004 2004 Instituto de Ciências Biológicas - UFMG ISSN 1676-6180 Variação geográfica de Roeboexodon geryi (Myers) (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) Carlos A. S. de Lucena 1

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE BACHARALERADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MARÍLIA DA COSTA RIBEIRO REVISÃO TAXONÔMICA DE PYRRHULINA MAXIMA EIGENMANN & EIGENMANN (CHARACIFORMES:

Leia mais

8 PEIXOTO: NOVA ESPÉCIE DE SCINAX exemplares do gênero Scinax, colecionados em bromeliáceas em Santa Teresa, permitiu a identificação de uma nova espé

8 PEIXOTO: NOVA ESPÉCIE DE SCINAX exemplares do gênero Scinax, colecionados em bromeliáceas em Santa Teresa, permitiu a identificação de uma nova espé BOL MUS BIOL MELLO LEITÃO (N SÉR ) 13:7-15 MARÇO DE 2002 7 Uma nova espécie de Scinax do grupo perpusillus para Santa Teresa, Estado do Espirito Santo, Brasil (Amphibia, Anura, Hylidae) Oswaldo Luiz Peixoto

Leia mais

5 Ecologia e biologia do peixe Mugil liza (tainha)

5 Ecologia e biologia do peixe Mugil liza (tainha) 5 Ecologia e biologia do peixe Mugil liza (tainha) 5.1. Mugil liza (tainha) Nesta dissertação serão feitos estudos para a medição de metabólitos de HPAs na bílis de tainhas, sendo este um dos peixes mais

Leia mais

Biodiversidade marinha e lacustre

Biodiversidade marinha e lacustre Biodiversidade marinha e lacustre Lagostim Tenho duas pinças, antenas e sofro mudanças de carapaça. Para me proteger, fico totalmente escondido. Na escolha do meu habitat, tenho em atenção o tipo de substrato

Leia mais

Revisão taxonômica de Characidium lagosantense

Revisão taxonômica de Characidium lagosantense ^ Revisão taxonômica de Characidium lagosantense Travassos, 1947 (Crenuchidae: Characiformes: Ostariophysi), com descrição de uma nova espécie para o Alto rio Paraná Luiz Gustavo Gorgatto da Silveira 2008

Leia mais

Ordem Pleuronectiformes

Ordem Pleuronectiformes Ordem Pleuronectiformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al.

Leia mais

ESTUDO TAXONÔMICO DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE ÁGUA DOCE DA BACIA DO RIO POJUCA, BAHIA, BRASIL. Fábio Costa Nunes

ESTUDO TAXONÔMICO DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE ÁGUA DOCE DA BACIA DO RIO POJUCA, BAHIA, BRASIL. Fábio Costa Nunes UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE BIOLOGIA ESTUDO TAXONÔMICO DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE ÁGUA DOCE DA BACIA DO RIO POJUCA, BAHIA, BRASIL Fábio Costa Nunes Salvador, BA 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL

Leia mais

A GNATHOSTOMATA DATA: 13/08/13 PROFS. ELEONORE SETZ, FELIPE TOLEDO

A GNATHOSTOMATA DATA: 13/08/13 PROFS. ELEONORE SETZ, FELIPE TOLEDO BZ480 BZ681 ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS AULA PRÁTICA: De CRANIATA A GNATHOSTOMATA DATA: 13/08/13 PROFS. ELEONORE SETZ, FELIPE TOLEDO e WESLEY SILVA COLABORAÇÃO: PAULO R. MANZANI MONITORES: Camila Castilho,

Leia mais

ACERCA DE UM SUB-HOLÓSTEO DO KARROO DE ANGOLA POR CARLOS TEIXEIRA

ACERCA DE UM SUB-HOLÓSTEO DO KARROO DE ANGOLA POR CARLOS TEIXEIRA ACERCA DE UM SUB-HOLÓSTEO DO KARROO DE ANGOLA POR CARLOS TEIXEIRA Em artigo anterior descrevi um curioso tipo de holósteo do Karroo de Angola (I}. No seguimento daquele estudo, ocupar-me-ei hoje da descrição

Leia mais

Parte IV - Répteis e Anfíbios / Reptiles and Amphibians 1922/1923 Elaps ezequieli e Rhinostoma bimaculatum, cobras novas do estado de Minas Gerais

Parte IV - Répteis e Anfíbios / Reptiles and Amphibians 1922/1923 Elaps ezequieli e Rhinostoma bimaculatum, cobras novas do estado de Minas Gerais Parte IV - Répteis e Anfíbios / Reptiles and Amphibians 1922/1923 Elaps ezequieli e Rhinostoma bimaculatum, cobras novas do estado de Minas Gerais Adolpho Lutz Oswaldo de Mello Campos SciELO Books / SciELO

Leia mais

BOLETIM DO MUSEU NACIONAL NOVA SÉRIE RIO DE JANEIRO - BRASIL

BOLETIM DO MUSEU NACIONAL NOVA SÉRIE RIO DE JANEIRO - BRASIL BOLETIM DO MUSEU NACIONAL NOVA SÉRIE RIO DE JANEIRO - BRASIL ISSN 0080-312X ZOOLOGIA N o 403 10 DE SETEMBRO DE 1999 DUAS ESPÉCIES NOVAS DO GRUPO DE HYLA POLYTAENIA COPE, 1870 DO ESTADO DE MINAS GERAIS,

Leia mais

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ RELATÓRIO TÉCNICO Nº 39 2012 COORDENAÇÃO

Leia mais

FILIPE AUGUSTO GONÇALVES DE MELO

FILIPE AUGUSTO GONÇALVES DE MELO 1'... -...,. r1 ' 'r11,. r;, ;..,, I FILIPE AUGUSTO GONÇALVES DE MELO '. )..., j", O { w".''., (,qi\, A Serra dos Órgãos como barreira biogeográfica para peixes '.. \. i, dos gêneros Astyanax Baird e Girard

Leia mais

Ordem Tetraodontiformes

Ordem Tetraodontiformes Ordem Tetraodontiformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al.

Leia mais

28 LOPES & SAMPAIO: OCORRÊNCIA DE ALBULA NEMOPTERA NA BAHIA Introdução A família Albulidae, pertencente à ordem Albuliformes, está constituída por dua

28 LOPES & SAMPAIO: OCORRÊNCIA DE ALBULA NEMOPTERA NA BAHIA Introdução A família Albulidae, pertencente à ordem Albuliformes, está constituída por dua BOL MUS BIOL MELLO LEITÃO (N SÉR ) 13:27-32 MARÇO DE 2002 27 Ocorrência de Albula nemoptera (Fowler, 1910) (Actinopterygii: Albulidae) no Litoral do Estado da Bahia, Brasil (Oceano Atlântico Ocidental)

Leia mais

Ordem Scorpaeniformes

Ordem Scorpaeniformes Ordem Scorpaeniformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al.

Leia mais

Sônia Cristina da Nóbrega C. dos Santos

Sônia Cristina da Nóbrega C. dos Santos Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Sistemática e Ecologia Sônia Cristina da Nóbrega C. dos Santos As espécies do gênero Characidium Reinhardt, 1867

Leia mais

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1 Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1 Danúncia Urban 2 ABSTRACT. New species of neotropical Eucerinae and notes on

Leia mais

MAPOTECA CARTAS TOPOGRÁFICAS

MAPOTECA CARTAS TOPOGRÁFICAS CARTAS TOPOGRÁFICAS MAPOTECA Código Cartas Topográficas Escala 1573 1831 1883 1501 1029 1829 1420 1936 1497 MI- 1107 1264 952 1942 1943 953 1188 1935 1885 1496 Abreulândia - TO Almas - TO Alvorada - TO

Leia mais

Filogenia e caracterização dos Teleostomi

Filogenia e caracterização dos Teleostomi Devoniano AULA 04: Evolução dos Teleostomi: Acanthodii & Actinopterygii PARTE 1 Filogenia e caracterização dos Teleostomi Por: Marcelo Felgueiras Napoli Universidade Federal da Bahia 2008 by Karen Carr

Leia mais

Galatheoidea Chirostylidae Uroptycbus uncifer (A. Milne Edwards, 1880)

Galatheoidea Chirostylidae Uroptycbus uncifer (A. Milne Edwards, 1880) Anomura Galatheoidea Chirostylidae -- Uroptycbus uncifer (A. Milne Edwards, 1880) Diagnose : Esta espécie se diferencia essencialmente de U. nitidus pelas dimensões de seus quelípodos que são mais largos

Leia mais

FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA REVISÃO TAXONÔMICA DE Schizolecis BRITSKI & GARAVELLO, 1984 (LORICARIIDAE: HYPOPTOPOMATINAE) Camila Munareto Kusma DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Leia mais

Revisão taxonômica das espécies do gênero Anchoviella Fowler, 1911 (Clupeiformes, Engraulidae) das bacias Amazônica e do São Francisco.

Revisão taxonômica das espécies do gênero Anchoviella Fowler, 1911 (Clupeiformes, Engraulidae) das bacias Amazônica e do São Francisco. Marina Vianna Loeb Revisão taxonômica das espécies do gênero Anchoviella Fowler, 1911 (Clupeiformes, Engraulidae) das bacias Amazônica e do São Francisco. São Paulo 2009 Universidade de São Paulo Instituto

Leia mais

Siluriformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

Siluriformes. Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana Siluriformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al.

Leia mais

Ordem Beloniformes. Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos

Ordem Beloniformes. Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos Ordem Beloniformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al. Ordem

Leia mais

DADOS PRELIMINARES DO LEVANTAMENTO DA ICTIOFAUNA DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS

DADOS PRELIMINARES DO LEVANTAMENTO DA ICTIOFAUNA DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS DADOS PRELIMINARES DO LEVANTAMENTO DA ICTIOFAUNA DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS Jane Piton SERRA 1 RESUMO O Planalto de Poços de Caldas é rico em corpos d água e insere-se na bacia do rio Paraná, que apresenta

Leia mais

ICTIOFAUNA DO RIACHO DO JAPIRA, BACIA DO TIBAGI, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR

ICTIOFAUNA DO RIACHO DO JAPIRA, BACIA DO TIBAGI, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR ICTIOFAUNA DO RIACHO DO JAPIRA, BACIA DO TIBAGI, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR TOZZO, R. A. 1 ; DE SOUZA F. 2 ; SANTOS, G. L. 3 ; GONÇALVES, E. A. 4 ; SILVA, R. F. 5 1 4 Graduando em Ciências

Leia mais

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil Volume 49(9):103 107, 2009 www.mz.usp.br/publicacoes www.revistasusp.sibi.usp.br www.scielo.br/paz Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil Maria Helena

Leia mais

Aos meus pais Angelina e Rufino e minha irmã Valdirene.

Aos meus pais Angelina e Rufino e minha irmã Valdirene. Aos meus pais Angelina e Rufino e minha irmã Valdirene. i AGRADECIMENTOS Ao professor Armando Carlos Cervi, pela orientação, ensinamentos, compreensão e disponibilidade. À professora Rosângela Capuano

Leia mais

CHAVE PARA A IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE ESPÉCIES DE HELICOTYLENCHUS OCORRENTES NO BRASIL

CHAVE PARA A IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE ESPÉCIES DE HELICOTYLENCHUS OCORRENTES NO BRASIL CHAVE PARA A IDENTIFICAÇÃO PRÁTICA DE ESPÉCIES DE HELICOTYLENCHUS OCORRENTES NO BRASIL [ baseada em Mendonça, M.M., 1976 e providas as adições de três espécies ] 01. Cauda da fêmea com projeção ventral

Leia mais

IDENTIFICAÇÃO DO DOURADO Salminus franciscanus Lima & Britski, 2007 ATRAVÉS DE VARIÁVEIS MORFOMÉTRICAS

IDENTIFICAÇÃO DO DOURADO Salminus franciscanus Lima & Britski, 2007 ATRAVÉS DE VARIÁVEIS MORFOMÉTRICAS IDENTIFICAÇÃO DO DOURADO Salminus franciscanus Lima & Britski, 2007 ATRAVÉS DE VARIÁVEIS MORFOMÉTRICAS Helen Jamille F. Silva-Alves¹; Waldney P. Martins²; Ana M. Manjarrés-Hernández³ UFGD/FCA Caixa Postal

Leia mais

xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo

xanthoptica X eschscholtzi; platensis X croceater; sendo Espécie, espécies ou subespécies? Parte I. Exercício sobre conceito de espécies e especiação (retirado de Brown 1974): Em trabalho publicado em 1974, Charles W. Brown (Brown 1974) analisou a hibridização

Leia mais

Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae)

Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 27:67-74. Julho de 2010 67 Descrição do girino de Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) (Anura, Hylidae) Ulisses Caramaschi 1 RESUMO: O girino de Sphaenorhynchus

Leia mais

PEIXES COMERCIAIS DO ESTUÁRIO DOS RIOS TIMONHA E BITUPITÁ, CE NORDESTE DO BRASIL

PEIXES COMERCIAIS DO ESTUÁRIO DOS RIOS TIMONHA E BITUPITÁ, CE NORDESTE DO BRASIL PEIXES COMERCIAIS DO ESTUÁRIO DOS RIOS TIMONHA E BITUPITÁ, CE NORDESTE DO BRASIL Ana Sara Ferreira de Souza 1, Ana Caroline Bento da Silva 1, Joelson Queiroz Vianna 1, Eronica Araújo Dutra 1, Talita Magalhães

Leia mais

Characidae. Capítulo 19

Characidae. Capítulo 19 Capítulo 19 Characidae Flávio César Thadeo de Lima, Tiago Henrique da Silva Pires, Willian Massaharu Ohara, Fernando Camargo Jerep, Fernando Rogério Carvalho, Manoela Maria Ferreira Marinho & Jansen Zuanon

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares Bolm. Zool., Univ. S. Paulo 6 : 47-51, 1983 CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola

Leia mais

INVENTÁRIO TAXONÔMICO DOS ANOSTOMÍDEOS (PISCES, ANOSTOMIDAE) DA BACIA DO RIO UATUMÃ-AM, BRASIL, COM DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS.

INVENTÁRIO TAXONÔMICO DOS ANOSTOMÍDEOS (PISCES, ANOSTOMIDAE) DA BACIA DO RIO UATUMÃ-AM, BRASIL, COM DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS. INVENTÁRIO TAXONÔMICO DOS ANOSTOMÍDEOS (PISCES, ANOSTOMIDAE) DA BACIA DO RIO UATUMÃ-AM, BRASIL, COM DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS. Geraldo M. dos SANTOS 1, Michel JEGU 2 RESUMO O presente estudo trata

Leia mais

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO Vol. V, N." 30 - pp. 281-286 18-VI-1945 PAPÉI s AVULSOS DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA SECRETARIA DA AGRICULTURA - S. PAULO - BRASIL DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR

Leia mais

ORIENTADOR(ES): JOÃO ALBERTO PASCHOA DOS SANTOS, VERONICA DE BARROS SLOBODIAN MOTTA

ORIENTADOR(ES): JOÃO ALBERTO PASCHOA DOS SANTOS, VERONICA DE BARROS SLOBODIAN MOTTA 16 TÍTULO: REVISÃO DO GÊNERO RHAMDIOGLANIS IHERING, 1907 (SILURIFORMES: HEPTAPTERIDAE): UM GÊNERO ENDÊMICO DA MATA ATLÂNTICA. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Leia mais

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera)

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera) Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera) José C. M. Carvalho (') Resumo Descrições de quatro novas espécies de Petritropoides Carvalho

Leia mais

PROFESSSORES ORIENTADORES PROJETO INTERDISCIPLINAR Indicar 1 e 2 opção de orientação, enviando para

PROFESSSORES ORIENTADORES PROJETO INTERDISCIPLINAR Indicar 1 e 2 opção de orientação, enviando  para PROFESSSORES ORIENTADORES PROJETO INTERDISCIPLINAR 1 2017.1 Indicar 1 e 2 opção de orientação, enviando email para daiag@utfpr.edu.br até dia 12/04 Carlos Frederico Charret Brandt Ensino em Física, Gravitação

Leia mais

Relatório Parcial sobre os primeiros trabalhos de campo realizado no Parque Nacional do Caparaó

Relatório Parcial sobre os primeiros trabalhos de campo realizado no Parque Nacional do Caparaó Relatório Parcial sobre os primeiros trabalhos de campo realizado no Parque Nacional do Caparaó Organização: Luisa Maria Sarmento Soares e Ronaldo Fernando Martins Pinheiro Museu de Biologia Prof. Mello

Leia mais

VISAGISMO Harmonia e estética Aprenda e use as técnicas ideais para o seu tipo de rosto.

VISAGISMO Harmonia e estética Aprenda e use as técnicas ideais para o seu tipo de rosto. VISAGISMO Harmonia e estética Aprenda e use as técnicas ideais para o seu tipo de rosto. www.mulheresbemresolvidas.com.br 1 VISAGISMO Qual o seu tipo de rosto? Oval Redondo Quadrado Formato de coração

Leia mais

Chave para gêneros do baixo rio Iguaçu, com categorias superiores

Chave para gêneros do baixo rio Iguaçu, com categorias superiores Chave para gêneros do baixo rio Iguaçu, com categorias superiores Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana SciELO Books / SciELO

Leia mais