CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, RELAÇÃO CINTURA QUADRIL E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA EM ACADÊMICOS

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1 Recebido em: 28/02/2009 Emitido parece em: 17/03/2009 Artigo original CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, RELAÇÃO CINTURA QUADRIL E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA EM ACADÊMICOS Lamarck Augusto Gadelha Reges 1,2, Ricardo Roberto de Oliveira 2, Matheus Monte de Albuguerque 1,2, Valter Cordeiro Barbosa Filho 1,2, Michele do Coito Ruzicki 3. RESUMO O presente estudo teve como objetivo verificar as possíveis correlações entre o Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) a Relação Cintura-Quadril (RCQ) em acadêmicos recém ingressados nos cursos de Educação Física e Medicina da Universidade Federal do Ceará. Participaram desta pesquisa 143 acadêmicos entre 17 e 32 anos de idade, sendo 29,9% do curso de Educação Física e 70,1% do curso de medicina. Foram realizadas as medidas de massa corporal e estatura para o cálculo do IMC, CC e Circunferência do Quadril, calculando-se a RCQ. Para analisar o perfil da amostra utilizou-se a estatística descritiva e Pearson para as correlações. Adotou-se com nível de significância p<0,05. Os indicadores antropométricos apresentaram boa correlação, sendo a melhor correlação entre IMC/CC (r = 0,86; p<0,000), seguido da RCQ/CC (r = 0,80; p<0,000) e IMC/RCQ (r = 0, 060; p<0,000). Em concordância a outros estudos similares, somente a correlação do IMC e a RCQ apresentaram um valor inferior as demais associações estudadas. Palavras chave: Acadêmicos, correlação, índice de massa corporal. ABSTRACT This study aimed to verify the correlations between the Body Mass Index (BMI), Waist circumference (CC) the Waist-Hip ratio (WHR) news academics of the Physics Education and Medicine courses of the Universidade Federal do Ceará. Participated in this research 143 academics between 17 and 32 years of age, being 29.9% of the course of Physical Education and 70.1% of medicine course. Measurements were taken body weight and height for the calculation of BMI, CC and Hip circumference, calculating-if the WHR. To analyze the profile of the sample used-if the descriptive statistics and Pearson for correlations. adopted-level of significance p<0.05. The anthropometric indicators showed good correlation, being the best correlation between BMI/CC (r = 0.86; p<0.000), followed by the WHR/CC (r = 0.80; p<0.000) and BMI/WHR (r = 0, 060; p<0.000). In agreeing to other similar studies, only the correlation between BMI and the WHR presented a value lower than the other associations studied. Key words: Academics, correlation, body mass index. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, intensificou-se a realização de pesquisas relacionadas à composição corporal de diversas populações, tendo em vista que estes fatores são de grande importância para a manutenção da saúde e qualidade de vida. A composição corporal refere-se à quantidade e proporção dos diversos constituintes do corpo humano, os quais estão relacionados com a saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo (QUADROS et al., 2005). Com isso, houve o interesse de diversos estudos em diagnosticar o excesso de gordura corporal (SOUZA et al., 2007), já que há uma relação entre a obesidade e diversas doenças, como cardiopatias, aterosclerose, hipertensão, diabetes, síndrome metabólica, etc. (OLINTO et al., 2006). A importância de se conhecer o padrão de gordura e não somente o grau de obesidade relaciona-se com o prognóstico de risco de saúde. Várias investigações sobre diagnóstico de obesidade e determinação de tipo de distribuição de gordura usam, de forma simultânea ou não, os índices antropométricos; Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura/Quadril (RCQ) e Circunferência da Cintura (CC) (SOAR, VASCONCELOS & ASSIS, 2004). 115

2 A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica o uso da antropometria para a vigilância dos fatores de risco das doenças crônicas. Esses parâmetros antropométricos têm a vantagem de apresentar fácil mensuração e obtenção a baixo custo, podendo ser utilizados tanto na saúde pública quanto na clínica (CASTRO et al., 2004; FREITAS JÚNIOR et al., 2008). Parâmetros antropométricos que apresentam baixo custo e que fornecem pouco incômodo ao avaliado são os mais recomendados para estudos epidemiológicos (CONDE & MONTEIRO, 2006) A RCQ tem sido usada em adultos e fornece estimativas da gordura abdominal que por vez, está correlacionada com a quantidade de tecido adiposo visceral. No entanto, a CC tem sido apontada como melhor indicador para aferir a obesidade abdominal em detrimento a RCQ, por ter melhor reprodutibilidade (FERNÁNDEZ et al., 2004). A CC seria o melhor indicador da massa adiposa visceral, estando fortemente relacionada com as doenças cardiovasculares. Por outro lado, a RCQ, que contém a medida da região glútea, incluindo numerosos tecidos musculares, principais reguladores da sensibilidade à insulina sistêmica, seria mais fortemente associada à resistência à insulina. Desta forma, nota-se que há inúmeras citações trazidas pela literatura em relação às correlações e associações desses indicadores antropométricos (massa corporal, estatura e IMC) e a RCQ (SOUZA, 2005, SAMPAIO & FIGUEIREDO, 2005; FONSECA et al., 2004). Nesta perspectiva, o presente estudo tem como objetivo verificar as possíveis correlações entre o IMC, CC e a RCQ em acadêmicos recém ingressados aos cursos de Educação Física e Medicina da Universidade Federal do Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS Planejamento da pesquisa Este estudo tem caráter transversal, foi realizado com acadêmicos recém ingressados nos cursos de Educação Física e Medicina da Universidade Federal do Ceará, município de Fortaleza. A coleta de dados foi realizada em Fevereiro de Amostra Composta por 144 acadêmicos com idades entre 17 e 32 anos, sendo 29,9% matriculados no curso de Educação Física e 70,1% em Medicina da referida Universidade. Tabela 1. Número de acadêmicos recém ingressados de acordo com gênero e idade. Faixa Etária Feminino Masculino Total 17 a 19 anos a 22 anos a 25 anos anos Total Instrumentos e procedimentos Previamente à coleta de dados, foi efetuado um treinamento dos avaliadores, garantindo assim, a precisão das medidas obtidas e fidedignidade do estudo. O material técnico utilizado foi: duas trenas, sendo uma flexível, com precisão de 1 cm, da marca Easyread e modelo Cateb, outra metálica com precisão de 1cm. Também foi usada uma balança digital, da marca Plenna, modelo Wind, com graduação de 100 g e capacidade de 150 kg. Para a determinação da estatura adotou-se o seguinte procedimento: Os acadêmicos descalços, com os calcanhares unidos e encostados na parede onde 116

3 estava colocada a trena, olhando para frente com a cabeça orientada com o plano de Frankfurt paralelo ao solo e em apneia inspiratória, após uma inspiração máxima. Na verificação do perímetro da cintura, utilizou-se o procedimento descrito por Callaway et al. (1991), com o avaliado em pé e abdômen relaxado, os braços descontraídos ao lado do corpo, a fita colocada horizontalmente no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca; as medidas foram realizadas com a fita firme sobre a pele; todavia, sem compressão dos tecidos. Para perímetro do quadril, foram seguidos os mesmos passos descritos para CC, entretanto, a fita métrica foi colocada horizontalmente em volta do quadril na parte mais saliente dos glúteos. O RCQ foi obtido pela razão entre a CC e o perímetro do quadril. Tratamento Estatístico Foi realizada a análise descritiva, expressa em média e desvio padrão, e correlação de Pearson entre as variáveis analisadas. Utilizou-se o software estatístico SPSS versão 13,0 (SPSS Inc). Adotou-se como nível de significância estatística o valor de p menor ou igual a 0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estudos sobre indicadores antropométricos no público jovem são ainda escassos e quase sempre restritos a países desenvolvidos para que se tenha real ideia da importância dessa condição em sociedades em desenvolvimento (SOAR, VASCONCELOS, ASSIS, 2004). A realização deste estudo com acadêmicos recém ingressados a Universidade Federal do Ceará possibilitou a verificação das possíveis correlações, em faixa etária pouco estudada, de índices antropométricos utilizados comumente em adultos e idosos (SAMPAIO & FIGUEIREDO, 2005). É relevante esclarecer que o emprego dos resultados deste estudo torna-se limitado, pois, como a maior parte dos estudos brasileiros, foi baseado em amostra de estudantes de uma única faculdade e somente de dois cursos; logo, não é representativo da população. Com relação à estatística descritiva da amostra pode ser verificada com os valores expressos em média e desvio padrão na Tabela 2. Tabela 2. Caracterização das variáveis da amostra com valores expressos em média e desvio padrão. Educação Física Medicina Total Variavéis Homens Mulheres Homens Mulheres Idade (anos) 19±3,7 18±1,4 19±1,5 19±1,9 19±2,3 Estatura (m) 1,75±0,08 1,65±0,06 1,74±0,07 1,65±0,05 1,70±0,09 Massa (kg) 71,2±12,0 49,5±9,0 71±11,6 56,0±7,9 65±13,07 IMC (kg/m 2 ) 22,65±2,7 19,34±3,0 23,57±3,0 20,47±2,7 22,23±3,1 CC (cm) 80,7±7,5 76±6,8 84±8,4 75±7,1 80±8,6 Quadril (cm) 95,7±6,7 90±7,0 96±6,7 91±5,2 95±6,6 RCQ (cm) 0,86±0,03 0,82±0,03 0,87±0,04 0,82±0,04 0,85±0,04 As correlações entre os índices antropométricos aqui investigados mostraram-se com boa associação para o IMC e RCQ (r = 0,60; p = 0, 000). Entretanto, outros estudos vêm mostrando a importância da RCQ de forma isolada, após verificarem que o risco de um ataque cardíaco aumentou 117

4 progressivamente, uma vez que, aumentava o índice de relação cintura-quadril. 20% das pessoas no estudo com os índices mais altos tiveram 2,5 vezes maior risco do que os 20% com os menores índices. Este achado sugere a redução na circunferência abdominal, aumento da musculatura do quadril ou a redistribuição de gorduras no organismo (SALIM, 2006). Outro estudo realizado em Florianópolis na análise da correlação de RCQ com CC apresentou uma baixa correlação (r = 0,40), sugerindo, desse modo, que não seja a RCQ o melhor indicador de tipo de adiposidade (SOAR, VASCONCELOS e ASSIS, 2004). A literatura questiona o uso da RCQ na distribuição de gordura em adultos, uma vez que a mudança na gordura visceral não se mostrou relacionada com mudanças na RCQ (MONTEIRO, MONDINI e COSTA, 2000). Entretanto, na presente pesquisa as variáveis já citadas mostraram-se bem associadas (r = 0,80; p = 0, 000) divergindo- se dos resultados encontrados nos estudos já citados. Avaliando a distribuição de gordura corporal por meio de tomografia e medidas de circunferência, encontrou-se correlação significativa com a RCQ e gordura intra-abdominal. As mulheres com uma distribuição centralizada de gordura (circunferência da cintura maior que a circunferência do quadril) tendem a ter uma maior proporção da gordura intra-abdominal que mulheres com uma distribuição da gordura periférica (circunferência da cintura menor que a do quadril). Nesta situação, foi demonstrado que correlação entre a circunferência da cintura e gordura intra-abdominal é maior que a circunferência do quadril e a gordura intra-abdominal, em um mesmo grupo de pessoas. Assim, as complicações da obesidade que são associadas com valores altos de RCQ podem se relacionar especificamente à quantidade de gordura intra-abdominal (NAVARRO et al,. 2001). Dados epidemiológicos mostram ser a RCQ pode ser um fator preditivo independente para uma série de distúrbios metabólicos, havendo recomendação de que a obtenção dessa razão faça parte da rotina clínica, para, combinada ao índice de massa corporal (IMC), potencializar a capacidade preditiva de complicações cardiovasculares (LERARIO et al., 2002). Tabela 3. Distribuição dos valores da correlação das variáveis IMC, RCQ e CC dos acadêmicos de Educação Física e Medicina. IMC x RCQ IMC x CC RCQ x CC Valor de r Valor de p Valor de r Valor de p Valor de r Valor de p Ed.Física 0,38 0, 011 0,76 0, 000 0,72 0, 000 Medicina 0,68 0, 000 0,89 0, 000 0,82 0, 000 Total 0,60 0, 000 0,86 0, 000 0,80 0, 000 IMC = índice de massa corporal; RCQ = relação cintura quadril; CC = circunferência da cintura. Neste estudo, as variáveis com maior correlação (r = 0,86) foram IMC e CC, podendo-se sugerir que a CC seja o índice antropométrico que deva ser analisada juntamente com o IMC no diagnóstico e classificação da obesidade. A CC também apresenta boa correlação com gordura da região central quando comparada ao DEXA (Dual-Energy X-ray Absorptiometry), para ambos os sexos (TAYLOR et al., 2000). Outro estudo envolvendo 341 homens e mulheres brancos, com idade entre 18 e 88 anos e IMC entre 15,9 e 47,7kg/m2, submetidos à imagem por ressonância magnética, verificou-se que independente da idade e do sexo, a combinação dos indicadores antropométricos IMC e CC explicam maiores variações da gordura visceral, abdominal subcutânea e não abdominal quando comparados com o uso de um dos indicadores isoladamente. O IMC foi mais fortemente correlacionado com a gordura não abdominal e abdominal subcutânea. Em relação à gordura visceral, observou-se uma melhor correlação com a CC. Para cada categoria de IMC estudada, um aumento da circunferência da cintura foi associado com um aumento da gordura visceral. Enfatiza-se, assim, a importância do uso concomitante destes indicadores na prática clínica (CASTRO et al., 2004; JANSSEN et al., 2002). Estudos de prevalência da obesidade abdominal, assim como pesquisas para verificar a adequação desses pontos de corte são escassos no país e demonstram 118

5 a necessidade de se investigar a utilização dos indicadores apresentados na literatura na tentativa de se obter índices confiáveis para a avaliação antropométrica (REZENDE et al., 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS Aceitando as limitações do presente estudo, conclui-se que foi observada uma boa associação entre o IMC, CC e RCQ para a amostra estudada. Sugere-se a realização de outros estudos com o público jovem, para o desenvolvimento de dados na literatura acerca desta população. REFERÊNCIAS CALLAWAY, C.W.; CHUMLEA, W.C.; BOUCHARD, C.; HIMES, J.H.; LOHMAN, T.G.; MARTIN, A.D.; MITCHELL, W.H.; MUELLER, W.H.; ROCHE, A.F.; SEEFELDT, V.D. Circumferences. In: LOHMAN T.G.; ROCHE, A.F.; MARTORELL, R., Editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books, p , CASTRO, L.C.V. FRANCESCHINI, S.C.C. PRIORE, S.E. PELÚZIO, M.C.G. Nutrição e doenças cardiovasculares: os marcadores de risco em adulto. Revista de Nutrição, v.17, n.3, p , CONDE, W.L. & MONTEIRO C.A. Body mass index cutoff points for evaluation of nutritional status in Brazilian children and adolescents. Jornal de Pediatria - Rio de Janeiro. v.82, n.4, FERNANDÉZ, J.R.; REDDEN, D.T.; PIETROBELU, A.; ALUSON, D.B. Waist circumference percentiles in nationally representative samples of African American, European American and Mexican-American children and adolescents. The Journal of Pediatrics,p , FONSECA, M.J.M.; FAERSTEIN, E.; CHOR, D.; LOPES, C.S. Validade de peso e estatura informados e índice de massa corporal: estudo pró-saúde. Revista de Saúde Pública, v.33, n.3, p , JANSSEN I.; HEYMSFIELD, S.B.; ALLISON, D.B.; KOTLER, D.P.; ROSS, R. Body mass index and waist circumference independently contribute to the prediction of abdominal subcutaneous, and visceral fat. Am J Clin Nutr, v. 75,p , FREITAS JÚNIOR, I.F.F.; FERNANDES, R.A.; BUONANI, C.; ROSA, C.S.C.; BUENO, D.R.; SEGATTO, A.F.M.; OLIVEIRA, A.R. Impedância bioelétrica e indicadores de gordura corporal e risco cardiovascular em adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. v.10, n.1, p.19-24, MONTEIRO, C.A.; MONDINI, L.; COSTA, R.B.L. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil ( ). Revista Saúde Pública, v.34,p , NAVARRO, A.M.; STEDILLE, M.S.; UNAMUNO, R.M.D.L.; MARCHINI, J.S. Distribuição da gordura corporal em pacientes com e sem doenças crônicas: uso da relação cintura-quadril e do índice de gordura do braço. Revista de Nutrição, v.14,n.1,p , OLINTO, M.T.A.; NÁCUL, L.C.; DIAS-DA-COSTA, J.S.; GIGANTE, D.P.; MENEZES, A.M.B.; MACEDO, S. Níveis de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.22, n.6, pg: , QUADROS, T. M. B. ; GORDIA, A. P. ; VILELA JUNIOR, G. B.. Análise da Correlação entre o Índice de Massa Corporal, Percentual de Gordura e Aptidão Cardiorespiratória. Anais do I Encontro Científico de Educação Física e Esporte, Campinas, REZENDE, F.A.C.; ROSADO, L.E.F.P.L.; RIBEIRO, R.C.L.; VIDIGAL, F.C.;VASQUES, A.C.J; BONARD, I.S.; CARVALHO, C.R. Índice de massa corporal e circunferência abdominal: associação com fatores de risco cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.87,n.6,p , SALIM, Y. A relação cintura-quadril, e não o índice de massa corporal, é a melhor medida de obesidade para avaliar o risco de um ataque cardíaco, segundo estudo publicado na revista The Lancet.[Artigo científico] Disponível em < > Acesso em 15 de Jan

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