Entre banjo e Bieber há mais coisas do que uma vã discografia pode comportar. Será?

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Yan Bergler Fernandes
7 Há anos
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1 Mumford & Sons: guitarrista promete show dançante e se diz fã de Bieber \'Se não conseguir fazer brasileiros dançarem, largo a música\', diz sobre Lolla. Winston Marshall diz que próximo álbum vai ter \'disco music\': \'Como Abba\'. Matéria publicada em 07 de Março de 2016 Entre banjo e Bieber há mais coisas do que uma vã discografia pode comportar. Será? Não para Winston Marshall, guitarrista do Mumford & Sons. Ele abre um leque que vai de bluegrass a pop dançante. Ainda com um banjo a tiracolo, mas com vontade de fazer música eletrônica, ele faz no dia 12 de maio o primeiro show da banda no Brasil, no Lollapalooza SP. [ Sorry, de Justin Bieber] é minha música favorita dos últimos tempos. Eu gosto de música dançante. Seria improvável ouvir isso quando a banda apareceu, em 2009, com visual retrô e folk de raiz. Se depender dele, o próximo disco será mais eletrônico. O álbum começou com jeito de disco music e Abba, segundo ele. Por enquanto, eles mostram no Lolla o antigo repertório folk e o do disco Wilder Mind (2015). Foi Winston que deflagrou uma guinada roqueira neste álbum, ao abandonar o banjo e abraçar a guitarra. O objetivo era ficar mais livre: Na guitarra você pode fazer page 1 / 6

2 uma bagunça, uma barulheira, e fica ótimo, justifica. Winston já conhece o Brasil. Em 2014, veio com o pai ver a Copa do Mundo. Encantado com com a empolgação dos brasileiros, ele quer testar no Lolla sua vontade de fazer as pessoas dançarem com um povo já propenso a isso. Se não conseguirmos fazer brasileiros dançarem será uma vergonha. Vamos ter que desistir da música. G1 - Você falou com alguém que já tocou no Brasil? O que espera da viagem? Winston Marshall - Na verdade, eu já fui ao Brasil para a Copa do Mundo. Foi ótimo. Eu levei meu pai e vimos Inglaterra X Itália em Manaus, Alemanha X Portugal em Salvador e a abertura em São Paulo. Amei seu país. Salvador foi minha cidade favorita. Tinha festa nas ruas, uma coisa incrível. Só não estive no Rio, estou empolgado para conhecer. G1 - Já que você curte futebol, se o Mumford & Sons fosse um time, qual seria? Winston Marshall - Provavelmente a seleção da Inglaterra. A gente se diverte muito. Não jogamos tão bem, mas temos muita paixão e damos tudo que temos. Sempre chegamos em segundo lugar, atrás de times mais bonitos da América Latina (risos). G1 - Nesta turnê, como é usar mais a guitarra e menos o banjo? Winston Marshall - Fico mais relaxado. No banjo você tem que se concentrar muito, deixar tudo certinho. É complicado. Se você faz qualquer coisa diferente nas cordas, fica horrível. Na guitarra você pode fazer uma bagunça, uma barulheira, e fica ótimo. É divertido e libertador. O show tem as músicas velhas com banjo e as novas com page 2 / 6

3 guitarra, uma combinação legal. G1 - Quando você trocou o banjo pela guitarra no início da gravação do disco, já pensava nessa grande mudança na banda? Winston Marshall - Quando começamos a tocar na adolescência, era em bandas de rock, com bateria e guitarra. Quando a última turnê terminou, fomos para casa e não queríamos tocar banjo, mas pegar a guitarra e fazer barulho. Foi natural, inevitável fazer esse disco mais pesado. Não dava para ficar do mesmo jeito, fizemos o que estava dentro da gente. G1 - Quando tocava nessas bandas da adolescência, que música mais te inspirava? Winston Marshall - Waiting for the bus, do ZZ Top. Quando ouvi essa música eu quis ter uma banda. É a primeira faixa de Tres hombres [disco de 1973]. Aquela primeira música é incrível, a melhor guitarra que já ouvi. G1 - Vocês foram ligados a Bob Dylan após tocarem com ele em Há inspiração ou semelhança nessa mudança do novo disco com o caso do \'Dylan elétrico\' em 65? Winston Marshall - Definitivamente nossas mudanças são inspiradas em caras como Dylan e Bowie. Mas não é planejado. É que a gente se entedia rápido. Queremos explorar coisas novas. Por exemplo, eu queria fazer um disco de tecno, isso me excita. Porque aqueles instrumentos são todos novos para mim. Qualquer coisa nova é animadora e me atrai. G1 - Mas você tem mesmo um projeto deste álbum? page 3 / 6

4 Winston Marshall - Tenho escrito com algumas pessoas. Nada concreto ou bom o suficiente para lançar. Mas tenho trabalhado com um duo de tecno da Áustria. Nada pronto ainda. G1 - E no próximo disco do Mumford & Sons, vocês já pensam? Winston Marshall - Começamos a escrever, está indo ok. Temos algumas músicas. Mas muito no início. Vamos nos reunir em uns dias para trocar algumas ideias e seguir com isso. Winston Marshall, guitarrista do Mumford & Sons (Foto: Divulgação) G1 - Qual é o clima geral das músicas até agora? Winston Marshall - Disco. Abba. G1 - Uau. Eu ia perguntar se esse disco voltaria ao som dos primeiros ou continuaria a mudar, mas acho que já respondeu. Winston Marshall - Será diferente. Não dá para saber, não premeditamos. Fazemos e vemos o que acontece. G1 - Mas ele pode ser mais eletrônico mesmo? Winston Marshall - Espero que sim. Eu quero fazer músicas que o público dance, é meu objetivo. Como Bieber. page 4 / 6

5 G1 - Você está ouvindo Justin Bieber? Winston Marshall - Eu amo esse disco novo, é incrível. G1 - Você concorda que \'Sorry\' é a melhor música que saiu ultimamente? Winston Marshall - É a minha música favorita dos últimos tempos. Eu também amo Can t feel my face, do The Weeknd, é sensacional. Eu gosto de música dançante G1 - No show atual você consegue imprimir esse seu gosto por fazer dançar, mesmo no repertório já existente? Winston Marshall - Se não conseguirmos fazer os brasileiros dançarem será uma vergonha. Seremos culpados, vamos ter que desistir da música. G1 - Os dois primeiros discos foram um fenômeno, mas também detonados por gente que acha que o rock tem que ser agressivo, pesado, sem \'caras bonzinhos\'. Foi difícil? Winston Marshall - Não foi. Estávamos ocupados tentando aprender as músicas. Não tínhamos tempo para nos preocupar com essas coisas. Se a gente ama o que está fazendo, não importa. E tanta amava, ouvia os discos e ia aos shows. Tivemos muita sorte. page 5 / 6

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