TRATAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA
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- Maria do Carmo Vidal Ferrão
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1 TRATAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA Depois da secagem das plantas inicia-se outro processo, o de fabrico. Fase do Processo de Fabrico O tratamento da matéria-prima após a secagem, é feito no seio da empresa Américo Duarte Paixão, Lda. onde se realiza a transformação, manipulação e embalamento de plantas medicinais. Instalações da ADP, Lda As instalações da ADP encontram-se devidamente licenciadas, cumprindo todas as exigências previstas pela lei. De entre as quais destacam-se, resumidamente, aquelas que podem interferir directa ou indirectamente na segurança alimentar: São garantidas temperatura (dadas as circunstâncias da actividade a temperatura varia entre 18ºC e 25º), humidade (50 e 70%), e qualidade do ar (a atmosfera é respirável e livre de gases tóxicos, incómodos, ou infectantes) ideais para a prevenção de doenças nos colaboradores e
2 contaminações nos produtos. É de salientar que existem dispositivos naturais, ou forçados de drenagem e ventilação de partículas que impedem a sua difusão no ambiente de trabalho e para os produtos; A iluminação é a adequada em toda a instalação, permitindo a execução correcta de tarefas e o alcançar de níveis de higiene adequados. As lâmpadas estão todas protegidas; Os pavimentos, tectos, e paredes apresentam uma cor clara de forma a garantir a correcta visualização de potenciais sujidades, desgastes, e limpezas ou desinfecções deficientes. Os revestimentos ou estruturas da instalação não libertam substâncias nocivas que possam transmitir-se para os produtos; As superfícies permitem uma higienização correcta; Os equipamentos e utensílios permitirem uma fácil limpeza e desinfecção. Existem lavatórios ao longo da unidade devidamente equipados para a higienização das mãos; Todas as divisões estão correctamente identificadas.
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4 Circuito de Fabrico Boas prácticas de Fabrico São definidas regras, atitudes e acções que são aplicadas de modo a potenciarem todas as operações da ADP afim de garantirem boas prácticas de fabrico. Do ponto de vista microbiológico os produtos ADP são de perigosidade baixa, pois possuem uma constituição nutricional adversa ao desenvolvimento microbiano. Por outro lado, não são produtos prontos a consumir, necessitando de tratamento térmico que à partida elimina qualquer risco de origem microbiana. Contudo, seguindo padrões de exigência superiores, a ADP, controla a inocuidade de todo o processo e respectiva matéria-prima/produto final, recorrendo a análises microbiológicas aos seus produtos.
5 Recepção de Matéria-prima A empresa possui regras para o procedimento de entrada da matéria-prima, de modo a evitar a entrada de Matéria-prima perigosa e/ou duvidosa, a identificar todos os produtos de modo a garantir a rastreabilidade. Na recepção existe um conjunto de verificações obrigatórias que funcionam como primeira triagem do produto: Verificação dos documentos de acompanhamento/rotulagem que garantem a identificação do produto quanto à sua origem (nome da Matéria-prima, peso, lote, validade, origem...); Presença de elementos estranhos (pedras, partículas de terra e vestígios de matérias estranhas); Estado físico e microbiológico (aspecto, integridade, salubridade, humidade, odor e sabor, cor, deformações graves, peso...); As descargas e condições do transporte (estado de higiene dos carros e estruturas envolvidas no transporte). A primeira acção sobre a Matéria-prima seca é o Corte. Corte: Este processo é efectuado através da máquina de corte e com ajuda de crivos que separa as partículas pelas suas dimensões. Associada a esta operação está sempre uma Pré-escolha grosseira da Matéria-prima. Esta inspecção inclui o uso de sonda e bandas magnéticas fixadas na boca de saída da máquina de corte para a detecção de metais. (Máquina de Corte) Moagem: É efectuada, normalmente, em produtos vendidos a granel. Esta operação é feita na secção de moagem, onde existe dois tipos de moinhos:
6 O moinho de facas para realizar pós finos de 0,5 a 3mm e o moinho de martelos, capaz de moer todo o tipo de produtos quebradiços como cascas e raízes, resultando uma trituração mais grosseira. Embalamento Automático O local onde esta operação é realizada é mantido limpo e seco, assim como, o local onde é guardada a embalagem. No processo de rotulagem é verificada sempre a presença do nome e morada (ADP), designação do produto, calibração, peso, nº lote, data de embalamento, data de validade, o modo de conservação e o modo de embalamento. Os produtos vendidos a granel fazem-se acompanhar por etiquetas que contêm informações sobre a designação do produto, peso, lote, data de validade e complementado com documentos comerciais. O produto final é sempre submetido a uma banda magnética de metais com o intuito de aferir a presença dos mesmos.
7 Embalamento Manual e Rotulagem: Podem ser processadas de forma manual ou automática. Na tremonha das máquinas de embalamento existem bandas magnéticas para novo teste à presença de metais no produto final. Armazenamento do Produto Final: O produto depois de correctamente acondicionado e rotulado, é armazenado na zona de Armazenamento de Produto Final, e colocado em paletes que quando prontas são depositadas na zona de Expedição até o produto sair da instalação e ser distribuído aos clientes ou vendidos na loja adjacente às instalações fabris. (Armazém do Produto Final)
8 Comercialização Tendo em consideração as necessidades relacionadas tanto com o consumo interno como com a exportação, há que ter preços competitivos, assegurar a qualidade dos produtos e garantir uma certa regularidade no fornecimento à indústria transformadora. Para tal é necessário um aumento das plantações regulares satisfazendo mais facilmente a procura das plantas pelo mercado. Neste momento, as plantas que têm maior valor económico são o Alecrim folhas, o Eucalipto folhas, o Louro folhas e os Orégãos folhas, pelo facto, de se conseguir adquiri-las em mais quantidade. Os excedentes da colheita são exportados para alguns países da Europa, tais como: Alemanha, Espanha e França. O mercado nacional e internacional de produtos à base de plantas, está em rápido crescimento e com mais valias económicas significativas, em resposta à procura de tratamentos menos agressivos, ao desenvolvimento da fitoterapia e ao desejo de modos de vida mais naturais e saudáveis. O crescimento da indústria transformadora de plantas aromáticas e medicinais requer um fornecimento constante de matérias-primas vegetais de qualidade, assente em plantas provenientes de cultivo, segundo as boas práticas agrícolas. A qualidade, a eficácia e a segurança dos produtos finais, depende em grande medida da qualidade da matéria-prima, quer se trate de uma simples infusão ou de um medicamento à base de plantas. Só a produção de plantas aromáticas e medicinais para obtenção de matérias-primas com maior produção unitária, com melhor qualidade, mais homogéneas e com elevado grau de pureza, em contraposição à colheita de populações espontâneas, garantirá a qualidade das matérias-primas vegetais produzidas e a protecção dos recursos naturais. (Estabelecimento Comercial da empresa ADP, Lda em Vale da Trave)
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