SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO DIRETORIA GERAL DE OPERAÇÕES
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1 SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO DIRETORIA GERAL DE OPERAÇÕES DIRETRIZ DE PLANEJAMENTO Nº DGOPM 001/10 (PROCEDIMENTOS NO USO DE ALGEMAS)
2 S D S P M P E DGOPM S P O Exemplar nº de cópias Quartel do Comando Geral, Recife PE FEV10 SEX PROCEDIMENTOS NO USO DE ALGEMAS DIRETRIZ DE PLANEJAMENTO Nº DGOPM 001/10 Referência: Determinação do Diretor Geral de Operações. 1. MISSÃO As OMEs subordinadas aos Comandos do CPC, CPM, CPE, CPMN, CPMS, CPA I, CPA II, CPS I e CPS II, deverão elaborar Nota de Instrução para regular os procedimentos para o uso de algemas pelos policiais militares no serviço operacional e, em especial, para o período carnavalesco. 2. OBJETIVOS a. Dotar os policiais militares do conhecimento necessário para o uso de algemas dentro da legislação em vigor; b. Evitar situações de abuso de autoridade por parte do efetivo policial militar, evitando e/ou minimizando situações em que o policial se veja processado e/ou acusado de crime de abuso de autoridade, o que traz prejuízos pessoais e profissionais aos PPMM de serviço; 3. SITUAÇÃO Devido à grande demanda de ocorrências e eventos, principalmente durante o período de carnaval, ocasião na qual o consumo de substâncias tóxicas (bebidas alcoólicas, loló, ecstasy, maconha, etc) aumenta consideravelmente, alterando o comportamento das pessoas, tornando-as resistentes ao acatamento das ordens emanadas pelos fiscais da lei, proporcionando situações que requerem o uso da força necessária e, devido à jurisprudência existente acerca do uso da força, especificamente do uso de algemas, conforme Súmula Vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, torna-se imprescindível instruir toda a tropa acerca desse importante assunto. 4.PLANO GERAL a. Embasamento Legal Não nos cabe tratar das discussões acerca das decisões emanadas do Supremo Tribunal Federal e Tribunais de Justiça, portanto temos as seguintes normas acerca da matéria: 1) Súmula Vinculante nº 11, de 13AGO2008: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
3 Continuação da Dtz Plan nº DGOPM 001/ Fls 02-2) Art. 284 do Código de Processo Penal Brasileiro Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. 3) Art. 292 do Código de Processo Penal Brasileiro Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 4) Art. 234 do Código de Processo Penal Militar O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas. 1º - O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum será permitido, nos presos a que se refere o artigo º - O recurso ao uso de armas só se justifica quando absolutamente necessário para vencer a resistência ou proteger a incolumidade do executor da prisão ou a de auxiliar seu. 5) Art. 242 do Código de Processo Penal Militar Serão recolhidos a quartel ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão, antes de condenação irrecorrível: a) os ministros de Estado; b) os governadores ou interventores de estados, ou territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia; c) os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e das Assembléias Legislativas dos Estados; d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou civis reconhecidas em lei; e) os magistrados; f) os oficiais das Forças Armadas, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares, inclusive os da reserva, remunerada ou não, e os reformados; g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional; h) os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino nacional; i) os ministros do Tribunal de Contas; j) os ministros de confissão religiosa. b. Procedimentos Exposta a legislação que ora trata do uso da força, destaca-se a necessidade e proporcionalidade do uso da força, consequentemente da utilização das algemas, devendo os policiais militares seguirem os critérios abaixo: 1) O uso de algemas só será permitido caso: (a) o acusado oferecer resistência; (b) o acusado oferecer riscos à integridade física do Policial Militar; (c) o acusado oferecer riscos à própria integridade física ou de outrem.
4 Continuação da Dtz Plan nº DGOPM 001/ Fls 03-2) Ao algemar o acusado, o Policial Militar responsável por sua condução deverá: (a) Obrigatoriamente, consignar no histórico do Boletim de Ocorrência BO ou em campo específico, se houver, que o conduzido resistiu, pôs em risco a integridade física do(s) policial (ais), pôs sua integridade física ou de terceiros em risco, sendo necessário o uso da força, de acordo com a legislação vigente e que foi entregue sem sofrer qualquer tipo de violência por parte do efetivo policial militar; 3) O acusado deve ser algemado com as mãos para trás, com as costas das mãos voltadas uma para outra, com a retenção auxiliada pelo cinto da calça do conduzido, introduzindo as algemas por trás, se tal procedimento for possível; 4) O Policial Militar deve ter o cuidado de não apertar demais as algemas pois poderá causar lesões no acusado, o qual poderá alegar posteriormente que foi lesionado pela PM. O policial militar deve acionar a trava da algema; 5) Caso o conduzido se porte de modo à auto lesionar-se o Policial Militar deverá constar por escrito tal atitude no Boletim de Ocorrência; 6) Ao chegar no Posto de Comando ou Delegacia Policial, as algemas devem ser imediatamente retiradas, exceto nos casos especificados na 1ª divisão de subparágrafo 1), do Subparágrafo b. Procedimentos, do Parágrafo 4. PLANO GERAL, desta Diretriz, ou sob solicitação da Autoridade Judicial, do Ministério Público e/ou Policial Civil presente. 6. ORIENTAÇÕES a. Evidentemente que o emprego da força pressupõe que a prisão tenha embasamento legal, na essência e na forma, caso contrário a resistência é que será legítima; b. Algema é uma palavra originária do idioma arábico, aljamaa, que significa pulseira. Seu uso não se encontra disciplinado até hoje pelo nosso Código de Processo Penal. A Lei de Execuções Penais, em seu art. 199, determina que o emprego das algemas seja regulamentado por decreto federal, o que acabou não ocorrendo. Assim, as regras para sua utilização devem ser inferidas, a partir de interpretação doutrinária das normas em vigor; c. A Constituição Federal, em seu art. 5º, III, assegura que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano e degradante e, em seu inciso X, protege o...direito à intimidade, à imagem e à honra.... A Carta Magna também consagra, como princípio fundamental reitor, em seu art. 1º, item III, o...respeito à dignidade humana.... As regras mínimas da ONU para tratamento de prisioneiros (1955), na parte que versa sobre instrumentos de coação, mais precisamente em seu n. 33, estabelece que o emprego de algema jamais poderá se dar como medida de punição. Trata-se de uma recomendação que serve como base para uma interpretação legal; d. O Código de Processo Penal, em seu art. 284, embora não mencione a palavra "algema", dispõe que "não será permitido o uso de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso", sinalizando com as hipóteses em que aquela poderá ser usada. Dessa maneira, só, excepcionalmente, quando realmente necessário o uso de força, é que a algema poderá ser empregada, seja para impedir fuga, seja para conter violência da pessoa, seja para a que está sendo presa; e. Ademais dispõe o artigo 284 do Código de Processo Penal que não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso ; e, em complemento, o artigo 292 diz que se houver resistência à prisão poderão ser usados os meios necessários para defesa ou vencer a resistência; f. O art. 292 do Código de Processo Penal, ao falar da prisão em flagrante, permite o emprego dos meios necessários, em caso de resistência;
5 Continuação da Dtz Plan nº DGOPM 001/ Fls 04 - g. Tudo isso indica que o uso de tal instrumento é excepcional e somente pode se dar nas seguintes hipóteses: (a) impedir ou prevenir a fuga, desde que haja fundada suspeita ou receio (b) evitar agressão do preso contra os próprios policiais, terceiros ou contra si mesmo. Assim, decidiu o STJ não constituir constrangimento ilegal o uso de algemas, se necessárias para a ordem dos trabalhos e a segurança dos presentes (STJ, 2ª Turma, rel. Min. Francisco Rezek, DJU, 4 ABR, 1995, p ). 7. PRESCRIÇÕES DIVERSAS Os Comandos de Territórios deverão encaminhar em tempo hábil as respectivas Notas de Instrução elaboradas pelas OMEs subordinadas. Distribuição: 01 - Comando Geral; 08 - Comando do CPA I; 02 - Chefia do EMG; 09 - Comando do CPA II; 03 - Comando do CPC; 10 - Comando do CPS I; 04 - Comando do CPM; 11 - Comando do CPS II; 05 - Comando do CPE; 12 - Chefia do COPOM/CIODS; 06 - Comando do CPMN; 13 - Original Arquivo SPO/DGO Comando do CPMS;
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