Collor, Presidente da República Federativa do Brasil, realizou. visita oficial à República da Namíbia, em 13 de setembro de 1991.
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- Davi Diogo Pinto Figueiroa
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1 COMUNICADO CONJUNTO 1. A convite de Sua Excelência o Doutor Sam Nujoma, Presidente da República da Namíbia, Sua Excelência o Doutor Fernando Collor, Presidente da República Federativa do Brasil, realizou visita oficial à República da Namíbia, em 13 de setembro de Essa foi a primeira visita de um Chefe de Estado da América Latina à Namíbia. 2. Após almoço oficial na State House, os dois Chefes de Estado efetuaram reunião de trabalho juntamente com suas respectivas delegações e mantiveram proveitosa troca de idéias sobre assuntos bilaterais e internacionais. Nesse contexto, ênfase particular foi dada à presente situação na Africa Austral em geral e, especialmente, aos temas relacionados à Africa do Sul, Angola e Moçambique. 3. O Presidente Fernando Collor felicitou o Presidente Sam Nujoma, o Governo da Namíbia e seu povo pelos progressos alcançados com o estabelecimento de uma democracia estável e não-racial a partir da independência do país. O Presidente Collor também se congratulou com o Presidente Nujoma por seus esforços para colocar em prática uma política de reconciliação nacional e eliminação de heranças do colonianismo por intermédio da promoção do desenvolvimento econômico do bem - etar de todos os namibianos. 4. O Presidente Nujoma agradeceu ao Presidente Collor, ao Governo e ao povo do Brasil pelo apoio dado ao povo da Namíbia durante sua luta pela libertação nacional. O Presidente Nujoma
2 também felicitou o Presidente Collor e o Governo do Brasil pelo papel de liderança que continuam exercendo nos foros internacionais no tocante a questões de relevância para o mundo em desenvolvimento. 5. Os Chefes de Estado, reconhecendo seu dever e seu desejo de reforçar e consolidar as atuais relações amistosas entre os dois países, concordaram em assinar um Acordo Geral de Cooperação que criará uma Comissão Mista de Cooperação para funcionar como instrumento de promoção do intercâmbio entre os dois países e supervisionar a implementação de acordos e protocolos a serem eventualmente concluído entre os dois Governos. 6. Os Presidentes acertaram, em princípio, a seguinte agenda de assuntos para consideração da Comissão Mista de Cooperação Brasil/Namíbia, em sua reunião inaugural: a) um Protocolo sobre Cooperação Cultural e Educacional para facilitar o intercâmbio de informação e know-how nos campos da cultura e da educação; b) um Protocolo para a Dispensa de Vistos a cidadãos brasileiros e namibianos quando em visita a um dos dois países, para dinamizar os contatos culturais, comerciais e turísticos entre Brasil e Namíbia; c) um protocolo sobre Cooperação Marítima para proporcionar aos dois Governos o quadro necessário ao intercâmbio de suas respectivas experiências no tocante à proteção de recursos pesqueiros e marinhos;
3 d) um Protocolo sobre Cooperação Agrícola para facilitar o intercâmbio de informações sobre a pesquisa de recuperação de solos e know-how relativo a culturas altamente produtivas e resistentes à seca; e) um Protocolo sobre Cooperação em Matéria de Aviação Civil para permitir que autoridades da aviação civil da Namíbia sejam treinadas no Brasil. 7. Os Presidentes salientaram a necessidade de se manter o consenso internacional sobre a avaliação dos últimos acontecimentos na Africa do Sul e a necessidade de se preencherem os requisitos mínimos estabelecidos pela Resolução de Consenso das Nações Unidas sobre o Apartheid e suas Conseqüências Destrutivas na Africa Austral, inclusive a manutenção das sanções mandatárias até que se torne irreversível o processo em direção a uma democracia nãoracista na Africa do Sul. 8. No que se refere a Angola, os Presidentes também concordaram que, com a assinatura dos Acordos de Paz, existem agora possibilidades efetivas para a consolidação de uma paz duradoura. Lançaram um apelo a todas as partes internas e externas a se absterem de efetuar atos que possam desviar aquele processo de seu. curso. 9. No contexto das relações econômicas internacionais, os Presidentes externaram preocupação com a ausência de progresso em favor da eliminação dos desequilíbrios entre nações ricas e pobres. Coincidiram que a cooperação Sul-Sul proporciona um caminho viável em direção a uma ordem internacional mais justa e eqüitativa.
4 Ressaltaram que a reestruturação econômico-financeira dos países em desenvolvimento somente poderá ocorrer com a implementação de uma autêntica liberalização do comércio internacional e a eliminação das práticas protecionistas. 10. A esse respeito, os Presidentes examinaram os meios e os instrumentos que possam estender a cooperação política entre os estados-membros da zona de paz do Atlântico Sul para outras áreas, tais como a cultural e a econômica. Acordaram em cooperar mutuamente para a promoção das seguintes iniciativas: a) uma reunião de Ministros da Indústria e do Comércio dos países do Atlântico Sul, a realizar-se em Windhoek, Namíbia, em 1992, para explorar formas de intensificação dos laços comerciais entre aqueles países na busca dos objetivos da cooperação Sul-Sul; b) um encontro de autoridades das áreas da juventude e dos esportes dos países do Atlântico Sul, a realizar-se em Brasília, Brasil; durante 1992, com vistas a examinar as possibilidades de lançamento da idéia de se promoverem periodicamente os Jogos do Atlântico Sul. 11. Os Presidentes expressaram sua esperança de que a Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da Africa Austral (SADCC) e o MERCOSUL iniciem uma cooperação institucional e estudem todas as possibilidades de expansão do comércio entre seus membros. 12. As partes procederam a uma proveitosa troca de opiniões sobre a questão do meio ambiente e convieram na importância que terá
5 a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a realizar - se no Rio de Janeiro, em junho de 1992, para que a comunidade internacional encontre uma posição de equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o crescimento econômico, essencial para os países em vias de desenvolvimento. O Presidente brasileiro formulou convite, aceito com satisfação, para que o Presidente Nujoma viaje ao Brasil à frente da delegação namibiana RIO-92. à 13. O Presidente Collor agradeceu ao Presidente Nujoma pela calorosa hospitalidade que lhe foi dispensada, e a sua comitiva, durante sua breve visita à Namíbia; e convidou o Presidente namibiano a visitar oficialmente a República Federativa do Brasil em futuro próximo. O Presidente Nujoma agradeceu ao Presidente Collor pelo convite, o qual foi aceito com satisfação. Windhoek, 13 de setembro de 1991.
com base no consenso fundamental alcançado em matérias de cooperação da capacidade produtiva, no âmbito do Plano de Acção para a Cooperação
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