Portugal é bem demonstrativa da importância a ela atribuída por Vossa Excelência.

Transcrição

1 Senhor Presidente da República, Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Senhor Presidente da COTEC, Caros finalistas dos Prémios FAZ Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa e Ideias de Origem Portuguesa, Ilustres Convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores É com o maior gosto que a todos dou as boas vindas à Sessão de Entrega dos Prémios FAZ Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa e Ideias de Origem Portuguesa. É uma honra poder contar com a presença e Alto Patrocínio do Senhor Presidente da República a quem agradecemos todo o apoio e atenção que tem dedicado à diáspora portuguesa, ao seu potencial, à sua aproximação ao país como fator de desenvolvimento económico e social. A inclusão desta Cerimónia nas Comemorações do Dia de 1

2 Portugal é bem demonstrativa da importância a ela atribuída por Vossa Excelência. Muito agradecemos a presença do Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, cuja política tem atribuído grande prioridade à consolidação da relação com as nossas comunidades no mundo. O que bem se compreende como fator da nossa identidade, pela inequívoca afirmação do valor da nossa cultura e pela sua valiosa contribuição para a nossa economia. Manifesto à COTEC, parceiro privilegiado da Fundação em múltiplas iniciativas que nos últimos anos temos construído nas áreas do empreendedorismo e da inovação, todo o nosso reconhecimento e, em especial, às realizações que temos levado a cabo na solidariedade social. Esta cooperação é bem demonstrativa do papel mobilizador que a sociedade civil pode e deve desempenhar para vencer os grandes desafios que o nosso país enfrenta. Celebramos hoje o Empreendedorismo Inovador da Diáspora Portuguesa. A capacidade para 2

3 empreender e inovar é um dos traços mais salientes da natureza humana, fundada no seu impulso criador, na necessidade de resolução de problemas e na capacidade de afastar obstáculos. E por isso é que não podemos separar o empreendedorismo e a inovação. O contributo dos portugueses para o grande avanço da história revelou-se muitas vezes decisivo. Fomos capazes de dar novos caminhos ao mundo como ficou demonstrado na recente exposição Ciência 360º, patente na Fundação até ao final de semana passada, a propósito da nossa grande saga das Descobertas. Nela ficou bem ilustrado o contributo decisivo que os portugueses deram para o avanço da ciência e de que outros se apropriaram como seu, no Séc. XVII. Tudo soubemos fazer, planear, formar recursos humanos, tratar e integrar a informação recolhida, permitindo grandes avanços da geometria e da geografia. A identidade dos portugueses como uma comunidade empreendedora do mundo e no mundo tem, pois, atravessado a história. Hoje, quando o nosso país vive momentos particularmente difíceis e 3

4 em que muitos têm, uma vez mais, que partir, o alargamento da diáspora portuguesa testemunha, de novo, a nossa capacidade de resiliência e de superação. Portugal afirma-se onde está cada um dos mais de 5 milhões de portugueses espalhados pelo globo. São os nossos embaixadores privilegiados e que muito têm contribuído para a afirmação do talento português. A diáspora é um ativo inestimável com que Portugal pode contar e que sempre respondeu da melhor forma quando o País a convoca. A propósito da aventura dos portugueses no mundo, disse-nos D. Manuel Clemente, atual Bispo do Porto e futuro Patriarca de Lisboa, somos uma pequena geografia onde o mundo inteiro se pode encontrar, como cais de embarque e cais de chegada, para partir de novo. Ainda na palavra de D. Manuel Clemente, Vieira [Padre António Vieira] é caso acabado de como em Portugal di-lo-ia doutros países também - sempre nos desperdiçamos quando não consideramos o que cada um é e pode oferecer aos outros, do presente 4

5 para o futuro. Quando regressou a Lisboa, missionário da Restauração, vinha ainda mais português, porque mais universal, de tanta floresta desvendada e de tanto mar que cruzara. Assim veio e era ele. Ou, como sublinhou o próprio Padre António Vieira a propósito de Santo António: E se António era luz do mundo, como não havia de sair da Pátria? Este foi o segundo movimento. Saiu como a luz do mundo e saiu como português. Sem sair ninguém pode ser grande. O movimento FAZ facilita este processo de aproximação, procurando criar pontes entre Portugal e a sua comunidade. FAZ é o mote comum das duas iniciativas promovidas respetivamente pela COTEC e pela Fundação que, há cerca de um ano, decidiram unir esforços nesta dinâmica de mobilização, de reconhecimento e de união, com vista à construção de Comunidade. A iniciativa da COTEC - Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa - reconhece e distingue aqueles que, na Diáspora, afirmam 5

6 percursos profissionais de excelência. Naturalmente, saúdo todos os candidatos que responderam ao apelo e ao desafio de participarem neste prémio. O presidente da COTEC, e meu tão estimado amigo Prof. João Bento, a todos esclarecerá do percurso desse Prémio. O Ideias de Origem Portuguesa, da iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, procura mobilizar e incentiva a diáspora portuguesa através de um concurso de ideias de empreendedorismo social. Sob o lema Lá se pensam, cá se fazem, são atraídas, divulgadas e selecionadas ideias que conduzam à concretização de projetos que contribuam para melhorar a vida das pessoas em Portugal. Esta sua segunda edição atraiu o interesse de milhares de portugueses espalhados pelo mundo e veio a envolver inúmeras equipas motivadas em transformar a sociedade em que vivemos. A iniciativa contou com o apoio do Instituto de Empreendedorismo Social e do INSEAD como parceiros para a formação, acompanhando e 6

7 facilitando o processo de transformação das ideias propostas em projetos. Tem dado uma inestimável colaboração a esta iniciativa a Caixa Geral de Depósitos, a TAP e, finalmente, na sua divulgação a RTP e o jornal Público, em especial através do seu formato online. A todos manifesto o nosso reconhecimento. As 10 equipas finalistas estiveram estes últimos dias em formação intensiva, culminando na apresentação das suas propostas ao Júri que deliberou os vencedores que dentro de momentos revelaremos. Este percurso de formação tem-se revelado do maior interesse e tem confirmado o grande enorme potencial de valorização da nossa diáspora. Os conteúdos de formação serão brevemente publicados pela Fundação, naquele que será o primeiro manual de empreendedorismo social em Português, e que resulta do trabalho desenvolvido no âmbito deste concurso. Se não há sucesso sem esforço, o investimento da Fundação neste projeto traduz-se na grande gratificação que constitui poder ajudar a estruturar 7

8 esse esforço, tão generosa contribuição dos que querem voltar a Portugal para construir, para imaginar, para se comprometerem com os seus. Não posso deixar de fazer alguns sublinhados que tanto merecem as dez equipas finalistas que nos ofereceram muito interessantes perspetivas. Em Rede relembra-nos que todos ganhamos se nos conhecermos e agirmos em rede. Imagina Porto demonstra-nos que a imaginação pode ocupar e educar uma cidade, constituindo uma ponte entre os espaços em recuperação e a animação que lá germina. Casa do Vapor revela-nos que pequenas vilas piscatórias podem ser palco e casa para os maiores talentos de Portugal e da Diáspora. Orquestra XXI propõe-nos que as nossas migrações podem constituir caminhos que ajudam a circular a música e sensibilizar as pessoas através desta linguagem universal. Entre Cidades estão as aldeias inspira-nos para imaginarmos os percursos entre as cidades e as 8

9 aldeias, pejados de empreendimentos e de empresários. Rés-do-Chão chama-nos a imaginar outros modelos de arrendamento e a confiar em novas formas de ocupar, com cultura, o que antes estava abandonado. Fruta-Feia recorda-nos que bom nem sempre é sinónimo de bonito e que experimentaremos melhores sabores se eliminarmos o desperdício. Sabedoria Vintage ensina-nos que as pessoas que cá temos há mais tempo nos garantem passagem a viagens e aprendizagens únicas. Mentes Empreendedoras demonstra-nos como a autorresponsabilização e o estímulo proporcionado aos mais jovens empreendedores nas nossas escolas, podem gerar formas inovadoras de empreender. Finalmente, Dar a Volta à Rua desafia-nos a ir contra as correntes da contemporaneidade, retomando a capacidade de brincar na rua. Aos finalistas do FAZ-IOP quero enaltecer e agradecer o facto de tão bem representarem todos 9

10 aqueles que não puderam estar na fase final desta iniciativa, não obstante todo o meritório esforço que nela investiram. A todos quero felicitar, por igual e sem exceção! Começa agora a nossa responsabilidade ainda mais exigente, que é ajudar a fazer acontecer estes projetos, dar sequência e resposta às suas motivações, afirmando a capacidade de transformação e mudança que os portugueses, juntos, podem assumir. A todos, muito obrigado! Artur Santos Silva Lisboa, 6 de junho