Diagnóstico Social. do Concelho de Águeda SETEMBRO DE 2008

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2 Ficha Técnica Diagnóstico Social do Concelho de Águeda Setembro 2008 Director: Presidente do Conselho Local de Acção Social de Águeda e Vereador do Pelouro da Acção Social da Câmara Municipal de Águeda Jorge Almeida Equipa de elaboração: Núcleo Executivo do CLAS de Águeda Colaboram neste documento os seguintes autores: Flora Gaio Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro - Serviço Local de Águeda Luísa Coelho Bela Vista Centro de Educação Integrada Carla Gaio Santa Casa da Misericórdia de Águeda Cláudia Camarinha Centro Social Infantil de Aguada de Baixo Sandra Fernandes Delegação de Águeda da Cruz Vermelha Dina Calado Rede Social Câmara Municipal de Águeda Joana Amaral Rede Social Câmara Municipal de Águeda Andreia Carvalho Edição, propriedade e reprodução: Câmara Municipal de Águeda Praça do Município Águeda Telef.: / Fax: redesocial@cm-agueda.pt Consultor Externo: Logframe, Consultadoria e Formação, Lda. (Paulo Teixeira e Susana Monteiro)

3 ÍNDICE Prefácio 11 Enquadramento Enquadramento do Programa Rede Social 13 Importância do Diagnóstico Social 15 Do PNAI ao Diagnóstico Social 15 Metodologia Objectivos Específicos 17 Solução Metodológica 17 Instrumentos de Trabalho 18 Capitulo I Caracterização do Concelho Enquadramento Territorial, Económico, Demográfico e Social Enquadramento Territorial do Concelho 20 Acessibilidades 21 Caracterização Geomorfológica do Concelho 22 População e Demografia 23 Taxa de Natalidade 27 Taxa de Fecundidade 28 Estrutura etária da população 29 Capitulo II - Áreas Temáticas Área da Educação, Formação Sistema Educativo Português 34 Apoios e Complementos Educativos 37 Qualificação e níveis de ensino da População Portuguesa 40 Politicas e Medidas Nacionais de combate aos baixos níveis de escolaridade e de baixas qualificações da População 41 Níveis Qualificação e escolaridade da População de Águeda 48 Organização e caracterização da Rede Educativa 49 Apoios e complementos Educativos 51 Indicadores de Desempenho Escolar no Concelho de Águeda 56 Medidas de Combate ao Insucesso e Abandono Escolar 58 Centro de Revalidação de Competências 59 Formação Profissional 59

4 Problemáticas Identificadas 61 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 61 Mapa representativo dos problemas, causas e consequências 66 Área do Emprego Dinâmicas do Mercado de Emprego em Portugal 67 População activa, emprego e desemprego em Portugal 69 A estratégia de combate e prevenção do desemprego 72 Respostas e Medidas de combate ao desemprego e apoio ao Emprego oferecidas pelo Centro de Emprego, IEFP 77 População activa, emprego e desemprego no Concelho 81 Centro de Emprego de Águeda 85 Problemáticas Identificadas 87 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 87 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 91 Área das Crianças, Jovens e Idosos A Família em Portugal 92 Sub Área das Crianças A Criança perante a sociedade 93 Medidas e politicas de apoio à População Infantil 95 A População infantil residente no Concelho de Águeda 99 Respostas Sociais e Medidas de Apoio à Infância existentes no concelho 99 Problemáticas Identificadas 103 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 103 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 101 Sub Área dos Jovens A Juventude, período de mudanças 107 Programas e Medidas direccionadas para os Jovens 109 Realidade da população jovem no Concelho 114 Programas e Actividades desenvolvidas no concelho destinadas aos Jovens 114 Problemáticas Identificadas 117 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 117 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 106

5 Sub Área dos Idosos A situação do Idoso na Sociedade 120 Respostas Sociais e Medidas de Apoio à Terceira Idade 122 A População Idosa Residente no Concelho de Águeda 126 Respostas Sociais Iniciativas desenvolvidas para a população Idosa 127 Problemáticas Identificadas 130 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 130 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 138 Sub Área da Imigração Portugal, país de migração 138 Medidas e Serviço Nacionais de Apoio à Integração dos Imigrantes 140 A imigração no distrito de Aveiro 142 A imigração no concelho de Águeda 143 Iniciativas e Actividades destinadas à População Imigrante 143 Problemáticas Identificadas 146 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 146 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 148 Sub - Área da Deficiência Um Novo conceito de Deficiência 150 As pessoas com deficiências ou incapacidade em Portugal 153 Medidas e Programas Nacionais de Apoio à população deficiente 155 As pessoas com deficiências ou incapacidade no Concelho de Águeda 159 Medidas, Programas e respostas sociais concelhias 161 Problemáticas Identificadas 163 Causas e Consequências dos Problemas Identificados 163 Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 167 Área Habitação Habitação em Portugal 168 Apoios e Medidas Nacionais de apoio à Habitação 170 A habitação em Águeda 173 Densidade de Alojamentos no concelho 174 Habitação Social no Concelho 177 Medidas promovidas pela autarquia 178 Problemáticas Identificadas 179 Mapa representativo dos problemas, causas e consequências 182

6 Monitorização e Avaliação 183 Conclusão 184 Do Diagnóstico ao Plano de Desenvolvimento 185 ANEXOS 186

7 LISTAGEM DE FIGURAS Figura nº 1 - Enquadramento regional do Concelho de Águeda 20 Figura nº 2 - Rede Viária do Concelho 21 Figura nº 3 - Representação Cartográfica da Altitude do Concelho de Águeda 22 Figura n.º 4 - Distribuição Geográfica da População Residente em Figura n.º 5 - Distribuição Geográfica da Variação da População Residente entre 1950 e 2001 (%) 27 Figura n.º 6 - Organização da Iniciativa Novas Oportunidades 42 Figura nº 7 - Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Área da Educação e Formação 66 Figura nº 8- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Área do Emprego 91 Figura nº 9- Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas às Crianças 101 Figura nº 10- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área das Crianças 106 Figura nº 11- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área dos Jovens 119 Figura nº 12 Esquema representativo da Desertificação nas Zonas Rurais 121 Figura nº 13- Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas aos Idosos 128 Figura nº 14 - Distribuição geográfica da valência de Lar de Idosos 132 Figura nº 15 - Distribuição geográfica da Valência de Serviços de Apoio Domiciliário 133 Figura nº 16 - Distribuição geográfica da Valência Centro de Convívio 134 Figura nº 17 - Distribuição geográfica da Valência Centro de Dia 135 Figura nº 18- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área dos Idosos 138 Figura nº 19- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Imigração 148 Figura nº 20 - Interacções entre os componentes da CIF 150 Figura nº 21 - Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Deficiência 167 Figura nº 22 - Densidade de Alojamentos no Concelho de Águeda 174 Figura nº 23 - N.º de Pessoas por Família no Concelho de Águeda 175 Figura nº 24 - N.º de Pessoas por Alojamento no Concelho de Águeda 176 Figura nº 25- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Habitação 182 Figura nº 26 Metodologia da Rede Social 185

8 LISTAGEM DE QUADROS Quadro nº 1 - Evolução da População para o Concelho de Águeda, Região do Baixo-Vouga e Continente (1950 e 2001) 23 Quadro nº 2 - Variação da População Residente no Concelho de Águeda, por Freguesia, entre 1950 e Quadro nº 3 - Nascimentos Registados Anualmente entre 1991 e Quadro n.º 4 - Caracterização do Ensino Básico 34 Quadro n.º 5 - Tipologia dos Cursos Secundários 37 Quadro n.º 6 - Tipologia e Organização dos CEF 43 Quadro n.º 7 - Sistema de Aprendizagem 43 Quadro n.º 8 - Tipologia e Organização dos CEFA 44 Quadro n.º 9 - Estrutura da Rede Pública de Ensino por Agrupamento de Escolas, por Freguesias e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/ Quadro n.º 10 - Estrutura da Rede Pública e Privada de Ensino Não Agrupado, por Freguesia e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/ Quadro n.º 11 - Oferta Formativa e Educativa no Ensino Secundário 51 Quadro n.º 12 - Componente de Apoio à Família 51 Quadro n.º 13 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial Pré-escolar 53 Quadro n.º 14 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 1.º CEB 53 Quadro n.º 15 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 2.º CEB 54 Quadro n.º 16 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 3.º CEB 54 Quadro n.º 17 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial Ensino Secundário 54 Quadro n.º 18 - Caracterização da Oferta Educativa e Formativa de Ensino Superior no Concelho 2007/ Quadro n.º 19 - Caracterização da Oferta Educativa e Formativa Pós Secundária existente no Concelho 2007/ Quadro n.º 20 -Evolução das Taxas de Não Aproveitamento das Escolas Agrupadas e Não Agrupadas 56 Quadro n.º 21 - Evolução da Taxa de Abandono Escolar por Agrupamentos e Escolas Não Agrupadas por Nível de Ensino 57 Quadro n.º 22 - Área de Formação dos Licenciados Inscritos no Centro de Emprego de Águeda 88 Quadro nº 23 - Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas às Crianças 100 Quadro nº 24 - Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas aos Idosos 127 Quadro n.º 25 - Nº de colaboradores portadores de deficiência e tipo de Deficiência 161 Quadro n.º 26 - Número de Edifícios e Alojamentos do Concelho 173 Quadro n.º 27 - Estado de Conservação dos Edifícios 179 Quadro n.º 28 - Infra-Estruturas dos Alojamentos 180

9 LISTAGEM DE GRÁFICOS Gráfico nº 1 a) - Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e Gráfico nº 1 b) - Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e Gráfico nº 2 - Evolução da Taxa de Natalidade (%) entre 1991 e Gráfico nº 3 - Evolução da Taxa de Fecundidade entre 1991 e Gráfico nº 4 - Pirâmide Etária de Portugal 1991 e Gráfico nº 5- Pirâmide Etária do Concelho de Águeda 1991 e Gráfico nº 6 - Evolução da População Residente no Concelho por Grupos Etários entre 1950 e Gráfico nº7 a) Estrutura Etária da População por Freguesia Gráfico nº7 b) - Estrutura Etária da População por Freguesia Gráfico nº7 c) - Estrutura Etária da População por Freguesia Gráfico n.º 8 - Qualificação da População Portuguesa 40 Gráfico n.º 9 - Níveis de Escolaridade da População Portuguesa 40 Gráfico n.º 10 - Qualificação da População do Concelho 48 Gráfico n.º 11 - Tipo de Qualificação da População Residente no Concelho de Águeda 48 Gráfico n.º 12 - Evolução das Taxas de Não Aproveitamento por CEB 56 Gráfico n.º 13- População empregada 69 Gráfico n.º 14- Taxa de Actividade da população total, por sexo 69 Gráfico n.º 15- População empregada, por situação na profissão 70 Gráfico n.º 16- Trabalhadores por conta de outrem, segundo o tipo de contrato 70 Gráfico n.º 17 - Taxa de desemprego 71 Gráfico n.º 18 - Evolução do número de indivíduos desempregados 71 Gráfico n.º 19- Taxa de Desemprego, por grupo etário 72 Gráfico n.º 20 - População empregada/inactiva 72 Gráfico n.º 21 - População Residente Vs Activa 82 Gráfico n.º 22 - População activa residente no concelho, em Gráfico n.º 23 - População Inactiva Residente no concelho, em Gráfico n.º 24 - População Desempregada Residente no concelho, em Gráfico n.º 25 - População Desempregada Residente no concelho, por sexo 84 Gráfico n.º 26 - População Desempregada por procura de emprego 84 Gráfico n.º 27 - Tempo de Inscrição no Centro de Emprego 84 Gráfico n.º 28 - Faixa etária dos Desempregados Licenciados inscritos no Centro de Emprego 88 Gráfico n.º 29 - Crianças Residentes no Concelho de Águeda 99 Gráfico n.º 30 - Jovens Residentes no Concelho 114 Gráfico n.º 31 - População Idosa Residente em Águeda 126 Gráfico n.º 32 População residente em Portugal, por pais de origem, em Gráfico n.º 33 População estrangeira residente no distrito de Aveiro, em Gráfico n.º 34 - População Residente no Concelho em

10 Gráfico n.º 35 - Percentagem de população portadora de deficiência no total da população residente 153 Gráfico n.º 36 - Deficiência por tipo, em Portugal 153 Gráfico n.º 37 - Deficiência por Grau, em Portugal 153 Gráfico n.º 38 - Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no país 157 Gráfico n.º 39 - Percentagem de população deficiente residente no Concelho 159 Gráfico n.º 40 - Tipo de Deficiência no Concelho de Águeda 159 Gráfico n.º 41 - Deficiência por Grau no Concelho 159 Gráfico n.º 42 - Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no Concelho 160

11 PREFÁCIO A Câmara Municipal de Águeda, promotora da Rede Social, tem procurado ao longo dos últimos anos, fomentar a implementação de práticas articuladas entre os vários agentes de desenvolvimento local, numa lógica de congregação de sinergias na luta contra os fenómenos de pobreza e exclusão social. Sabemos que é no território que se detectam as necessidades e os recursos, sabemos também que a resolução eficaz dos problemas passa pela sua identificação, pelo que se procedeu à elaboração do Diagnóstico Social Concelhio, documento que agora se apresenta, constituindo um passo na estratégia de promover a cooperação, a participação e o envolvimento das entidades públicas e privadas, na promoção do desenvolvimento social sustentável do Concelho. Com a actualização do Diagnostico Social do Concelho, iniciativa da autarquia, pretendeuse criar um documento de utilidade social, adaptável à realidade do concelho, orientador de caminhos prioritários no que respeita à política social local. Este trabalho foi realizado de forma concreta, objectiva e participada, sem artifícios, nem omitindo as situações que, embora menos agradáveis, têm que ser diagnosticadas para poderem ser corrigidas. Este documento destina-se à população em geral, mas principalmente aos técnicos e serviços, pelo que ambicionamos que seja um instrumento de apoio à intervenção, que contribua para o planeamento de novos serviços e projectos. Efectivamente, o passo seguinte consiste em encontrar estratégias e respostas para as necessidades diagnosticadas e definir os objectivos para o concelho a media prazo, processo para o qual, pretendemos continuar a contar com a participação de todos os parceiros da Rede Social. Não podemos deixar de agradecer a todas as instituições, públicas e privadas, que colaboraram, participando e disponibilizando informação, sem a qual não teria sido possível a edição do presente documento. 11

12 ENQUADRAMENTO

13 ENQUADRAMENTO DO PROGRAMA REDE SOCIAL Em Portugal tem-se desenvolvido um importante esforço no sentido de fazer face às novas e velhas formas de pobreza e exclusão social. Este esforço reflecte-se na implementação de medidas de política social e de programas nacionais em diversas áreas como o emprego, a acção social, a educação, a saúde, a economia, a habitação e outras. A prioridade é o combate à pobreza e à exclusão social. O programa Rede Social foi criado pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro de 1997, num contexto de afirmação de uma nova geração de políticas sociais activas, que articulam as políticas nacionais com os recursos e políticas locais, baseadas na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade para o esforço da erradicação da pobreza e da exclusão social. Trata-se de um programa co-financiado pelo Fundo Social Europeu - Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (Eixo 5 Promoção do Desenvolvimento Social, Medida 5.1. Apoio ao Desenvolvimento Social e Comunitário, Tipologia de Projecto Rede Social para o Desenvolvimento, Acção Tipo Dinamização e Consolidação de Parcerias Locais) e pelo Estado Português, através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. Este programa pretende promover o desenvolvimento social local e constituir redes de apoio social, envolvendo toda a comunidade de forma a resolver, eficaz e eficientemente, os problemas sociais de cada território, criando para o efeito parcerias efectivas, nomeadamente, entre autarquias e entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, de modo a gerar novas formas de conjugação de esforços. A Rede Social tem como objectivos gerais a erradicação da pobreza e exclusão social, a concepção e avaliação das políticas sociais, a renovação e inovação de estratégias de intervenção, e como objectivos específicos induzir o diagnóstico social e o planeamento participados, promover a coordenação das intervenções ao nível concelhio e das freguesias, procurar soluções para os problemas das famílias e pessoas em risco ou em situação de exclusão social, formar e requalificar agentes envolvidos nos processos de desenvolvimento local, promover uma cobertura adequada dos diferentes concelhos por serviços e equipamentos, potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades concelhias. 13

14 Por conseguinte, a Rede Social perspectiva-se como uma abordagem da intervenção social baseada num trabalho planeado, efectivado em parceria, visando racionalizar e trazer maior eficácia à acção das entidades públicas e privadas. Pretende-se uma intervenção de âmbito territorial, pois é no local que os problemas acontecem e é nele que deverão ser encontradas as soluções para os resolver, de forma integrada e ajustada às necessidades, aos problemas dos indivíduo e/ou famílias, envolvendo todas as entidades que actuam em determinada comunidade, não excluindo a possibilidade de requerer recursos exógenos. O Programa Rede Social segue uma metodologia de planeamento participado e estratégico, concretizada nas seguintes etapas de trabalho: Pré-diagnóstico, Diagnóstico Social com vista à compreensão da realidade; Plano de Desenvolvimento Social (PDS), projecto de carácter estratégico comum a todos os parceiros; Plano de Acção (PA), operacionalização do PDS, através de acções e actividades concretas planeadas anualmente. Recentemente foi publicado o Decreto-lei n.º 115/2006, de 14 de Junho que veio consagrar os princípios, finalidades e objectivos da Rede Social, bem como a constituição, funcionamento e competências dos seus órgãos, introduzindo disposições relacionadas com: 1) a organização, composição e funcionamento das estruturas orgânicas da Rede Social; 2) a consagração de uma estrutura supra concelhia; 3) a operacionalização dos PDS; 4) a consagração de um conjunto de direitos e deveres; 5) a institucionalização do carácter não vinculativo mas obrigatório dos pareceres da Rede Social; 6) a articulação com o Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI). Sendo um dos pressupostos da nova legislação a adopção dos objectivos do PNAI na elaboração dos instrumentos de planeamento das Redes Sociais, e tendo o CLAS de Águeda assumido as fragilidades do Diagnóstico Social de Junho de 2003, houve a necessidade de proceder à actualização deste instrumento, de forma a assegurar um novo documento mais pragmático e coerente. 14

15 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO SOCIAL O diagnóstico social é um instrumento que permite identificar os problemas geradores de pobreza e de exclusão social que afectam determinado segmento da população ou grupo específico permitindo, através da rentabilização dos recursos existentes na comunidade, organizar respostas direccionadas às necessidades concretas e compreender a realidade social, funcionando essencialmente como um instrumento de reflexão e participação e uma constante base de trabalho, susceptível de aprofundamento e actualização. Inserido na filosofia de trabalho articulado, surge o presente diagnóstico, cuja elaboração se entende como um processo particularmente dinâmico. Inerente a esta realidade, o diagnóstico social é um instrumento que permite conhecer as problemáticas consideradas mais pertinentes pelos parceiros e entidades competentes, assim como os recursos e potencialidades locais, estimulando a contribuição dos mesmos, com o intuito de planear a intervenção numa perspectiva de desenvolvimento local, apresentando-se com um carácter aberto e dialéctico, longe de qualquer pretensão de se constituir como um produto acabado e como um fim em si mesmo. DO PNAI AO DIAGNÓSTICO SOCIAL O PNAI apresenta uma estratégia global assente na análise do contexto sócio-económico e dos seus reflexos sobre a pobreza e a exclusão social, o que conduziu à definição de prioridades políticas de intervenção, com vista à concretização de objectivos comuns europeus. Tendo resultado do diagnóstico nacional os seguintes aspectos: - Necessidade de um maior investimento em medidas que permitam combater o défice histórico no domínio da pobreza persistente, cuja dimensão é particularmente evidente entre as crianças e as pessoas idosas; - No combate à persistência da pobreza, a elevação dos níveis de qualificação constitui um factor determinante, uma vez que potenciam a limitação de processos de exclusão, nomeadamente os associados à capacidade de entrar/permanecer no mercado de trabalho; - Entre os grupos vulneráveis a fenómenos de pobreza e exclusão, a população com deficiência constitui o grupo, cuja multiplicidade de problemas e défice histórico de respostas, torna necessária uma aposta premente e reforçada; 15

16 - A dimensão dos fluxos migratórios, associada a difíceis condições de inserção de parte significativa dos imigrantes coloca este grupo como um dos que necessita de uma forte intervenção no combate à pobreza e exclusão, constituindo-se também como uma medida preventiva do crescimento de fenómenos discriminatórios. Assim, as três prioridades nacionais consagradas no PNAI são: 1. Combate à pobreza dos idosos e das crianças, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos sociais de cidadania; 2. Correcção das desvantagens na educação, formação e qualificação; 3. Necessidade de ultrapassar as discriminações, reforçando a integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes. Sendo a Rede Social considerada o instrumento por excelência da operacionalização do PNAI, por congregar as diferentes políticas sociais que visam a promoção do desenvolvimento social, pretendeu-se durante a elaboração deste documento, conhecer as prioridades do PNAI ao nível do concelho de Águeda. Por conseguinte, definiram-se como áreas temáticas a incluir no Diagnostico Social: Educação, Formação; Emprego; Crianças, Jovens e Idosos; Imigração; Deficiência. Habitação Optou-se, ainda, por analisar a área do emprego, apesar de não ser considerada uma prioridade do PNAI, considerando que é uma questão transversal às diferentes temáticas e grupos populacionais, uma vez que a participação no mercado de trabalho constitui um dos principais mecanismos de inclusão social. Por não estar contemplado como prioridade pelo PNAI o tema da Habitação foi introduzido à posteriori pelo Núcleo Executivo da Rede Social. A sua introdução deve-se ao facto dos elementos que constituem o Núcleo Executivo terem considerado esta área como uma prioridade para o concelho, devido ao crescente número de situações de insuficiência e carência habitacional. 16

17 METODOLOGIA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS A opção metodológica assumida no processo de diagnóstico cujos resultados se apresentam neste documento, teve por objectivo garantir que a Rede Social de Águeda: possua um instrumento de planeamento coerente com as políticas e estratégias nacionais e europeias na área social; tenha um Diagnóstico Social que seja resultado da reflexão dos stakeholders locais, onde todos se revejam e espelhe as diversas sensibilidades e problemáticas locais; tenha um instrumento do suporte forte e consolidado a candidaturas a programas e medidas; tenha um instrumento de trabalho que potencie o aproveitamento cabal das oportunidades do novo quadro comunitário de apoio - Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). De modo a dar cumprimento as objectivos enunciados, pretendeu-se que o Diagnóstico Social de Águeda englobasse: Principais problemas e necessidades e respectiva hierarquização; Caracterização e quantificação (sempre que tal foi possível) dos problemas e necessidades identificados; Análise causal dos problemas e necessidades identificados; Identificação das principais consequências da persistência dos problemas e necessidades locais. SOLUÇÃO METODOLÓGICA A escolha de métodos e técnicas é sempre um desafio, não só porque esta é limitada por condicionantes externas (tempo, recursos, características do contexto e outras) mas também porque são cada vez em maior número os instrumentos que estão à nossa disposição. Como perseguimos os objectivos atrás enunciados, apostámos numa abordagem que, utilizando instrumentos ágeis e não muito dispendiosos, permitisse com um esforço razoável e não abusivo dos parceiros, ter as respostas às questões que fazem parte do portfólio deste processo de planeamento. 17

18 O equilíbrio entre questões metodológicas e questões pragmáticas nem sempre é simples, mas é decisivo em processos desta natureza. Nem o interesse científico deve ser obstáculo a que os parceiros tenham as suas respostas em tempo útil, nem a necessidade de respostas em tempos muitas vezes apertados deve conduzir a uma menor validade e sustentação das respostas encontradas. Procurou-se, por essa razão, a utilização de instrumentos de recolha ágeis, variados e que nos dessem informações de cariz qualitativo e quantitativo INSTRUMENTOS DE TRABALHO Neste caso, devido à abordagem participativa que pretendemos adoptar, optámos por apostar num conjunto de métodos que garantissem a abordagem mix-method que pretendíamos e que permitissem uma mais segura filtragem de dados e uma leitura mais correcta da realidade do concelho de Águeda, bem como a definição futura de estratégias de desenvolvimento. Esses instrumentos foram: Workshops de trabalho (diagnóstico de problemas e necessidades, bem como identificação de causas e consequências), com a participação dos stakeholders locais; Inquérito por questionário aplicado online; Análise de documentos já produzidos anteriormente e de indicadores já existentes sobre a realidade concelhia. Estes métodos permitiram a recolha, num curto espaço de tempo, de informações sobre a realidade concelhia de natureza diversa e fontes também variadas, garantindo assim uma representação adequada de diferentes sensibilidades e perspectivas da realidade. Sendo certo que não há uma solução única ou perfeita em processos reais desta natureza, esta abordagem cumpre com os requisitos do Programa Rede Social e teve em atenção os constrangimentos de tempo e recursos que se nos deparavam. O objectivo de um diagnóstico que não fosse um documento demasiado extenso e que incluísse conteúdos que preparassem a acção foi conseguido. Temos um documento que foi construído com a participação e percepções de todos os que nele quiseram participar, que prepara e dá pistas para as fases posteriores de planeamento e que é um instrumento operacional e operacionalizável por qualquer actor local que dele necessite para a fundamentação da sua acção. Junte-se a isto o facto de estar de acordo com as prioridades nacionais e comunitárias inscritas no PNAI e estamos perante um documento que está em consonância com todos os objectivos que presidiram à sua concepção. 18

19 CAPÍTULO I CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO

20 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL, ECONÓMICO, DEMOGRÁFICO E SOCIAL ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DO CONCELHO O concelho de Águeda localiza-se na região centro do país, mais especificamente na região do Baixo Vouga, e pertence ao distrito de Aveiro, sendo, em área, o maior concelho deste distrito. Possui um território de 335,3 Km 2, com habitantes, e uma densidade populacional de aproximadamente 146 hab. /Km 2. A distribuição da população não ocorre de forma homogénea pelo território, com uma zona litoral densa em termos populacionais e um interior pouco povoado e distanciado do centro da cidade (ex: Macieira de Alcoba, a freguesia mais a noroeste do concelho, fica 30 a 40 minutos, em tempo de viagem, de Águeda). O concelho situa-se na zona de fronteira entre o Distrito de Aveiro e o de Viseu, entre o litoral e o primeiro conjunto montanhoso constituído pela Serra do Caramulo. Figura nº 1 Enquadramento regional do Concelho de Águeda Confina a Norte com Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, a poente com Aveiro e Oliveira do Bairro, a sul com Anadia e Mortágua. Este último concelho já pertencente ao Distrito de Viseu, assim como os confinantes a nascente Oliveira de Frades, Vouzela e Tondela. O município é formado por vinte freguesias: Agadão, Aguada de Baixo, Aguada de Cima, Águeda (freguesia sede do concelho), Barrô, Belazaima do Chão, Borralha, Castanheira do Vouga, Espinhel, Fermentelos, Lamas do Vouga, Macieira de Fonte: CMA; Estudos Definitivos da Revisão P.D.M. Alcôba, Macinhata do Vouga, Óis da Ribeira, Préstimo, Recardães, Segadães, Travassô, Trofa e Valongo do Vouga. 20

21 ACESSIBILIDADES A rede viária do concelho é composta, a um primeiro nível, pela A25 (que faz a ligação entre Aveiro e Vilar Formoso e que atravessa transversalmente o concelho no extremo norte) e pelo IC2 1, que atravessa o concelho no sentido norte-sul e estabelece a ligação às principais vias rodoviárias nacionais. A um segundo nível pelas ligações inter-concelhias asseguradas pelas estradas: a) ER 230, que permite a ligação a Aveiro; b) N 333, liga Aveiro a Sever do Vouga passando pelo centro do concelho, e a qual é correntemente utilizada para aceder ao nó da A1 em Oiã; c) ER 336 que liga Águeda a Coimbra; d) ER 230 que liga Águeda ao Caramulo. Figura nº 2 Rede Viária do Concelho Fonte: CMA, Estudos Definitivos da Revisão do PDM Existe ainda a ligação férrea estabelecida pela linha do Vouga entre Aveiro a Espinho. As acessibilidades existentes reflectem as assimetrias concelhias em termos de relevo (Figura n.º 2). Assim, enquanto numa extensão de 5 km para nascente do IC2, zona menos acidentada do ponto de vista topográfico, é mais rica em grandes eixos viários de ligações interconcelhias e inter-freguesias, as zonas, tanto a nascente como a poente desta faixa, encontram-se restringidas a um número reduzido de ligações (resumem-se à EN 230 e EN 333 vias da zona a poente do IC2 e a ER230, ER333 e ER336 vias a nascente da faixa de 5 km do IC2). 1 ANTIGA N1 21

22 De igual forma e em termos de ligações internas do concelho, a faixa junto ao IC2 é mais rica em termos de vias com orientação Norte-Sul, localizadas em zonas mais baixas, promovendo a ligação entre um maior número de freguesias; a restante área do concelho é provida de vias de orientação nascente poente, em função da topografia existente, que ligam as freguesias mais serranas à sede do concelho. CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO CONCELHO Em termos altimétricos, o concelho está dividido em duas grandes zonas: uma mais plana e outra mais montanhosa. A primeira corresponde a cotas abaixo dos 100m, apresentando valores altimétricos que rondam os 4m na zona envolvente à Pateira de Fermentelos. A segunda, acima dos 100m de altitude, atingindo o seu valor altimétrico mais alto na Urgueira (700m), freguesia de Macieira de Alcôba, onde os declives podem atingir os 40% em algumas vertentes, como as paredes abruptas dos vales encaixados junto das linhas de água. É ainda de salientar a vasta e rica rede hídrica do concelho, integrada na bacia hidrográfica do Vouga, que condiciona a existência de um mosaico de habitats e, consequentemente, a diversidade e distribuição florística e faunística do concelho. As freguesias afectas à zona altimetricamente mais elevada/zona serrana correspondem às de Macieira de Alcôba, Préstimo, Castanheira do Vouga, Belazaima do Chão, Agadão (inseridas totalmente nesta área) e Valongo do Vouga, Macinhata do Vouga e Águeda (parcialmente inseridas). Esta localização justifica em grande parte o nível de evolução e desenvolvimento das povoações a ela associadas, também fruto dos reduzidos e sinuosos acessos. Figura nº 3 Representação Cartográfica da Altitude do Concelho de Águeda Fonte: CMA, Estudos Definitivos da Revisão do PDM 22

23 O relevo do concelho repercute-se também em termos de usos e ocupação do solo, sendo as freguesias do interior marcadamente rurais (Belazaima do Chão, Agadão, Préstimo e Macieira de Alcôba), com uma produção florestal que ocupa cerca de 66% dos terrenos e o litoral de tipologia mais urbana. POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA Dinâmicas de evolução demográfica: população residente no concelho de Águeda De acordo com os Censos de 2001, o concelho possui uma população residente de habitantes, tendo esta vindo a aumentar desde 1950 a ritmos diferentes. Salientam-se nestas cinco décadas os aumentos populacionais verificados entre 1970 e 1980 (variação de cerca de 18,4%) e entre 1991 e 2001 (11,3%). No entanto estas décadas foram antecedidas de períodos de baixo crescimento, tendo-se registado de 1981 para 1991 o menor aumento de população das décadas analisadas (1,9%). Conclui-se assim que o crescimento populacional não tem ocorrido de forma linear e contínua, verificando-se períodos de crescimento separados, no tempo, por outros de quase estagnação da população (Quadros nº 1 e 2 e Gráficos n.º 1 a) e 1b)). Quadro nº 1 Evolução da População para o Concelho de Águeda, Região do Baixo-Vouga e Continente (1950 e 2001) var % var % var % var % Continente , , , , ,26 Baixo Vouga , , , ,07 Concelho de Águeda , , , , ,34 Fonte: INE Recenseamento Geral da População 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001 var % Esta dinâmica de evolução demográfica é semelhante à do Continente e à da Região do Baixo Vouga, nas quais também se verificam as mesmas flutuações no período temporal em análise (Quadro nº 1). Relativamente ao crescimento interno do concelho e à sua distribuição por freguesias, é de salientar que existem freguesias cujo crescimento é notório, outras onde o decréscimo é evidente e ainda outras onde a população pouco tem variado ao longo dos anos (Gráficos n.º 1 a) e 1b)). 23

24 Quadro nº 2 Variação da População Residente no Concelho de Águeda, por Freguesia, entre 1950 e 2001 POPULAÇÃO RESIDENTE FREGUESIAS 1950 Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Var (%) Agadão , , , , ,50-42,33 Aguada de Baixo , , , , ,11 66,90 Aguada de Cima , , , , ,84 57,89 Águeda , , , , ,98 87,78 Barrô , , , , ,95 81,82 Belazaima do Chão , , , , ,84 2,98 Borralha , , , , ,99 50,68 Castanheira do Vouga , , , , ,45-17,87 Espinhel , , , , ,26 43,61 Fermentelos , , , , ,12 40,72 Lamas do Vouga , , , , ,17 11,76 Macieira de Alcôba , , , , ,93-68,57 Macinhata do Vouga , , , , ,93 12,75 Óis da Ribeira , , , , ,80 11,08 Préstimo , , , , ,77-29,26 Recardães , , , , ,81 159,86 Segadães , , , , ,86 117,90 Travassô , , , , ,47 54,06 Trofa , , , , ,12 49,97 Valongo do Vouga , , , , ,30 45,10 Fonte: INE Recenseamento Geral da População 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001 Assim, as freguesias de Agadão, Macieira de Alcôba, Castanheira do Vouga e Préstimo, possuem um decréscimo populacional bastante acentuado. Todas estas registaram uma diminuição de efectivos em quase todas as décadas à excepção de Castanheira do Vouga, única freguesia onde o decréscimo é menos significativo (Quadro nº 2 e Gráfico 1. b)). A evolução populacional destas quatro freguesias está bastante associada à sua localização geográfica, na zona mais mais serrana do concelho. Belazaima do Chão, Óis da Ribeira e Lamas do Vouga são freguesias cuja população pouco cresceu, salientando-se no seu historial algumas décadas de decréscimo, sendo uma característica comum a todas elas, o crescimento populacional negativo nesta última década (Quadro 2 e Gráfico n.º 1.b)). No entanto somente Belazaima do Chão se encontra na faixa mais interior e mais despovoada do concelho. 24

25 Gráfico nº 1 a) Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e Nº Habitantes Aguada de Cima Águeda Espinhel Fermentelos Macinhata do Vouga Recardães Travassô Trofa Valongo do Vouga Borralha Fonte: Recenseamento Geral da População 1950, 1960, 1970 ; Censos 1981, 1991, 2001 Gráfico nº 1 b) Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e Nº Habitantes Agadão Aguada de Baixo Barrô Belazaima do Chão Castanheira do Vouga Lamas do Vouga Macieira de Alcôba Óis da Ribeira Préstimo Segadães Fonte: INE Recenseamento Geral da População 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991,

26 Todas as restantes freguesias, num total de treze, são caracterizadas pelo seu crescimento populacional positivo, destacando-se Águeda, Aguada de Cima e Recardães com taxa de variação superior a 57% no total das cinco décadas, e superior a 15% nesta última década (Quadro n.º 2 e Gráfico n.º 1.a)). É no entanto, importante salientar que nem todas estas freguesias tiveram um crescimento contínuo e constante: Aguada de Baixo, Aguada de Cima, Borralha, Fermentelos, Macinhata do Vouga e Segadães são freguesias cuja tendência geral é de crescimento populacional, mas em que aquela taxa de variação não se faz sentir de forma contínua ao longo das cinco décadas. Isto é, são freguesias onde o crescimento sofre mais oscilações. Observa-se assim que as freguesias mais populosas são as da zona poente e central do concelho (principalmente Águeda, Valongo do Vouga, Aguada de Cima, Macinhata do Vouga, Recardães, Espinhel e Fermentelos). As menos populosas localizam-se na zona mais interior do concelho, pertencendo a Macieira de Alcôba, Agadão, Belazaima do Chão. Figura n.º 4 Distribuição N Geográfica da População Residente em 2001 W E S Macinhata do Vouga Lamas do Vouga Trofa Valongo do Vouga Prestimo Macieira de Alcoba Segadaes Travasso Ois da Ribeira Espinhel Fermentelos Recardaes Barro Agueda Borralha Aguada de Cima Castanheira do Vouga Belazaima do Chao Agadao Número de habitantes Aguada de Baixo Fonte: INE Censos

27 Figura n.º 5 Distribuição Geográfica da Variação da População Residente entre 1950 e 2001 (%) Fonte: INE Recenseamento Geral da População 1950, 2001 A distribuição espacial da variação demográfica nestas últimas cinco décadas revela que: a) As freguesias que sofreram maior crescimento demográfico estão localizadas na faixa urbana central e poente do concelho, com especial destaque para as de Aguada de Baixo, Barrô, Recardães, Águeda e Segadães, seguidas de Aguada de Cima, Borralha, Espinhel, Fermentelos, Travassô, Trofa e Valongo do Vouga; b) As freguesias com variações populacionais negativas são as do estremo nascente do concelho Agadão; Castanheira do Vouga, Préstimo e Macieira de Alcôba; c) As freguesias com reduzido crescimento populacional localizam-se em zonas relativamente afastadas da sede do concelho Macinhata do Vouga; Lamas do Vouga; Óis da Ribeira e Belazaima do Chão. TAXA DE NATALIDADE A evolução da taxa de natalidade (quociente entre o nº de nados vivos (nascimentos) e o total da população) no concelho é idêntica à da região Centro e à de Portugal, registando-se um aumento da taxa até 1993, ano em que atingiu o valor mais alto do decénio (12.8 %0). A partir de então é bem perceptível a tendência de diminuição, pese embora apresente pontualmente alguns períodos de crescimento (nomeadamente entre 1995 e 1997 e entre 1998 e 2000). Em 2001 registou-se o valor mais baixo do período analisado 10.6 %0 (Gráfico n.º 2). 27

28 14 Gráfico nº 2 Evolução da Taxa de Natalidade (%) entre 1991 e permilagem Portugal Centro Águeda Fonte: INE Anuários estatísticos entre 1991 e 2001 Esta diminuição da taxa de natalidade é, segundo os censos de 1991 e 2001, também um fenómeno generalizada a todas as freguesias do concelho. Este fenómeno é também detectado quando analisados os valores dos nascimentos registados pelo Centro de Saúde de Águeda. Apesar de estes valores poderem não corresponder ao total de nascimentos ocorridos nestes anos (no sentido em que, os nados vivos não têm de estar necessariamente registados nos Centros de Saúde) indicam-nos uma tendência global do decréscimo do número de nascimentos (Quadro nº 3). Neste sentido a população em idade escolar, à semelhança da taxa de natalidade e do nº de nascimentos, tenderá a diminuir tal como tem ocorrido desde 1991, como se confirmará posteriormente. Quadro nº3 Nascimentos Registados Anualmente entre 1991 e 2005 INE Centro de saúde de Águeda Concelho de Águeda Fonte: Centro de Saúde de Águeda, 2008 TAXA DE FECUNDIDADE A taxa de fecundidade do concelho (quociente entre os nados vivos e a população feminina com idade compreendida entre os 15 e os 49 anos), à semelhança da Região Centro e de Portugal, diminuiu entre 1991 e 2001 de 47,6 para 40.8 (Gráfico n.º 3). 28

29 permilagem Gráfico nº 3 Evolução da Taxa de Fecundidade entre 1991 e Portugal Centro Águeda Fonte: INE Censos 1991 e 2001 O número de nascimentos e a taxa de natalidade têm diminuído no concelho, assim como a taxa de fecundidade. No entanto, a população, independentemente do seu ritmo tem aumentado o que leva a crer que o concelho tem atraído população dos concelhos vizinhos. Efectivamente, e de acordo com a evolução da população por classes etárias, as únicas classes que têm vindo a aumentar durante os anos são as acima dos 30 e mais anos, abrangendo a população em idade fértil. A diminuição verificada na taxa de natalidade e na taxa de fecundidade, condicionam inequivocamente o aumento do índice de envelhecimento do concelho. ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO À semelhança do continente, a estrutura etária do concelho revela um duplo envelhecimento da população, com a diminuição da população nas faixas etárias correspondentes às crianças e jovens e o aumento daquelas que representam os idosos (Gráficos n.º 4 e 5). A população começa a aumentar essencialmente nos grupos etários dos 25 aos 29 anos, o que significa que a população em idade activa também aumentou. 29

30 Gráfico nº 4 Pirâmide Etária de Portugal 1991 e 2001 > _14 5_ Fonte: INE Censos 1991 e 2001 Gráfico nº 5 Pirâmide Etária do Concelho de Águeda 1991 e 2001 > _14 5_ Fonte: INE Censos 1991 e 2001 Esta evolução da população por grupos etários é, não só característica desta última década, como também da década anterior. Desde 1981 que se verifica um decréscimo contínuo da população em idade escolar até aos 20 anos e um crescimento bastante reduzido da grupo dos 20 aos 25 anos (cerca de 2.88%). Todos os restantes grupos possuem aumentos superiores a 12%, salientando-se os grupos etários dos anos, dos anos e dos 70 e mais anos, os quais possuem aumentos bastante significativos, cerca de 35%, 33% e 48% respectivamente nesta ultima década, e de 41%, 29% e 81% desde 1981 (Gráfico n.º 6). 30

31 Nº de Habitantes Gráfico nº 6 Evolução da População Residente no Concelho por Grupos Etários (1950 e 2001) [0-5[ [5-10[ [10-15[ [15-20[ [20-25[ [25-30[ [30-35[ [35-40[ [40-45[ [45-50[ [50-55[ [55-60[ [60-65[ [65-70[ >70 Classes Etárias Fonte: INE Recenseamento Geral da População 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001 Verifica-se, assim, um duplo envelhecimento da população, isto é, uma diminuição da população nas faixas etárias correspondente a crianças e jovens e um aumento daquelas que representam os idosos. Este cenário tem repercussão no sistema de substituição de gerações e nos índices de dependência de jovens e idosos. A estrutura etária das várias freguesias é bastante semelhante à do concelho com a excepção de Agadão, Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga, Macieira de Alcôba, Óis da Ribeira e Préstimo, freguesias menos povoadas onde à excepção do grupo etário dos 70 e mais anos, com a maior representatividade na freguesia, todos os outros apresentam pouca variação na sua representatividade. Isto não significa que se encontra assegurada a substituição de gerações, mas que as freguesias apresentam uma clara tendência de diminuição populacional, já referida anteriormente. Salienta-se, contudo, o caso de Macieira de Alcôba como aquele em que é mais evidente o envelhecimento da população, fruto da elevada representatividade das faixas etária acima dos 55 anos (Gráfico 7. b)). Nº Habitantes Gráfico nº7 a) Estrutura Etária da População por Freguesia Aguada de Baixo Aguada de Cima Águeda Barrô Borralha Espinhel Fermentelos Fonte: INE Censos anos 5-9 anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos 70e+ anos 31

32 Nº Habitantes Gráfico nº7 b) Estrutura Etária da População por Freguesia Agadão Belazaima do Chão Castanheira do Macieira de Alcôba Óis da Ribeira Préstimo Vouga Fonte: Adaptado INE Censos anos 5-9 anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos 70e+ anos 600 Gráfico nº7 c) Estrutura Etária da População por Freguesia anos 5-9 anos anos anos anos Nº Habitantes anos anos anos anos anos anos anos 0 Lamas do Vouga Macinhata do Vouga Recardães Segadães Travassô Trofa Valongo do Vouga anos anos 70e+ anos Fonte: Adaptado INE Censos

33 CAPÍTULO II ÁREAS TEMÁTICAS

34 ÁREA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS Em pouco mais de década e meia, a estrutura do sistema educativo português foi marcada por um forte impulso ao nível do ensino pré-escolar e do ensino superior. Os efeitos da entrada em vigor da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), publicada em 1986, que regulamenta a escolaridade básica obrigatória de nove anos, fazem sentir-se ao longo da década de 90 do século XX, com a generalização da escolarização básica e, posteriormente, com o aumento da escolarização da população dos 16 aos 17 anos no ensino secundário. Assim, nos termos da LBSE, o sistema educativo compreende: a Educação Pré-escolar, a Educação Escolar e a Educação Extra-Escolar. 1. Educação Pré-escolar A educação pré-escolar é entendida como a primeira etapa da educação básica, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo formação e o desenvolvimento equilibrado da criança tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário. 2 A educação pré-escolar destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade; é de frequência facultativa e é ministrada em jardins-de-infância da rede pública, ou da rede privada, desenvolvida a partir das iniciativas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). No entanto, a actual tendência é a de generalização da oferta pública, de forma a que a educação pré-escolar se torne, também ela, obrigatória. 2 - Educação Escolar Ensino Básico Quadro n.º 4 Caracterização do Ensino Básico Níveis Anos de Escolaridade Idade 1º Ciclo 1.º - 4.º 6-10 anos 2º Ciclo 5.º - 6.º anos 3º Ciclo 7.º - 9.º anos 2 Art. 2.º da Lei Quadro da Educação Pré-Escolar 5/97 de 10 de Fevereiro. 34

35 1.º Ciclo do Ensino Básico Com a implementação da escola a tempo inteiro, as escolas funcionam no mínimo oito horas por dia, o que permite oferecer actividades de enriquecimento curricular, em regime de monodocência, existindo a possibilidade de recurso a professores especializados em determinadas áreas. 2.º Ciclo do Ensino Básico Este ciclo está organizado por disciplinas e áreas de estudo de carácter pluridisciplinar. 3.º Ciclo do Ensino Básico Este ciclo está organizado por disciplinas, tendo por objectivos principais a aquisição de conhecimentos e competências indispensáveis ao ingresso na vida activa e também ao prosseguimento de estudos. O ensino das Tecnologias de Informação e Comunicação é obrigatório no 9.º ano de escolaridade. Ensino Artístico Este ensino possibilita que alunos dos cursos básicos possam frequentar disciplinas em estabelecimentos de ensino artístico, ou seja, os alunos que frequentam o 2.º e/ou 3.º CEB podem prescindir de disciplinas do currículo do ensino básico para frequentarem disciplinas do estabelecimentos de ensino artístico. De modo a ser possível esta articulação, é obrigatório que o grau de ensino seja coincidente com o ano lectivo do aluno, existindo também a obrigação da frequência desta modalidade de ensino durante todo um ciclo. Os alunos que tenham atingido a idade limite da escolaridade obrigatória sem terem concluído o 3.º ciclo podem prosseguir estudos, através de diversas modalidades de educação e formação de jovens e adultos. Aos alunos que completam com sucesso o 3.º ciclo é atribuído o diploma do ensino básico. Percursos de Currículo Alternativo Pelo Despacho Normativo nº 50/2005, de 9 de Novembro, as escolas devem promover uma oferta educativa dirigida a alunos até aos 15 anos de idade que, encontrando-se na escolaridade obrigatória, apresentem insucesso escolar repetido ou risco de abandono precoce, constituindo turmas (mínimo de 10 alunos) com percursos curriculares alternativos. Os conteúdos são determinados na escola, considerando: 1) os resultados de uma avaliação diagnostica; 2) necessidades e interesses dos alunos, bem como o meio em que se inserem; 3) o ajustamento e a articulação entre as diferentes componentes do currículo, bem como outras actividades de enriquecimento curricular. 35

36 Aos alunos que venham a concluir com aproveitamento um percurso curricular alternativo será atribuído apenas um certificado comprovativo. Os alunos que pretendam prosseguir estudos de nível secundário em cursos científico-humanísticos, terão que realizar exames nacionais Educação Especial No sentido de valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino, no âmbito da igualdade de oportunidades, pretende-se um sistema de educativo flexível, que permita responder à diversidade de características e necessidades de todos os alunos, implicando a inclusão das crianças e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) e exigindo a activação de apoios especializados. Neste sentido, de acordo com o Decreto Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, a educação especial visa a criação de condições para adequação do processo educativo às necessidades de alunos com limitações significativas, ao nível da actividade e da participação, num ou em vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social. Assim, as escolas devem contemplar nos seus projectos educativos, as adequações relativas ao processo de ensino e de aprendizagem, de carácter organizativo e de funcionamento, necessárias para responder adequadamente às necessidades educativas especiais das crianças e jovens que se enquadram na educação especial, de modo a assegurar a sua participação nas actividades e na comunidade escolar. Os apoios especializados podem implicar a adaptação de estratégias, recursos, conteúdos, processos, procedimentos e instrumentos, bem como a utilização de tecnologias de apoio. Unidades Especializadas em Multideficiência Recurso pedagógico especializado, existente em alguns estabelecimentos de ensino básico, constituindo-se como uma resposta educativa diferenciada, que visa apoiar a educação dos alunos com multideficiência e o desenvolvimento de competências essenciais para o seu desenvolvimento global, tendo como objectivo a sua integração no ensino regular, fornecendolhes meios e recursos diversificados, sendo o trabalho especializado desenvolvido com estas crianças organizado e orientado em equipa multidisciplinar. Na sala de aula, tendo em conta a especificidade destas crianças, desenvolvem-se actividades diversificadas, no âmbito das várias áreas curriculares com âmbito funcional, sendo os conteúdos adaptados aos seus potenciais cognitivos e motores. 36

37 Com esta resposta educativa procura-se que estes alunos tenham acesso a informação que os ajude a realizar aprendizagens significativas e possam participar em actividades desenvolvidas com os seus pares sem necessidades especiais Ensino Secundário Quadro n.º 5 Tipologia dos Cursos Secundários Tipo de Curso Ano de Escolaridade Idade Científico-humanísticos Artísticos especializados Profissionais 10.º, 11.º, 12.º anos O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer para o prosseguimento de estudos, quer para o mundo do trabalho. O currículo dos cursos compreende: Cursos científico - humanísticos - 5 tipos de cursos vocacionados essencialmente para o prosseguimento de estudos de nível superior; Cursos artísticos especializados - têm como objectivo assegurar formação artística especializada, permitindo a entrada no mundo do trabalho, ou o prosseguimento de estudos, organizados nas áreas de artes visuais, audiovisuais, dança e música; Cursos profissionais - estruturados por diferentes áreas, são organizados em módulos, correspondendo a 3100 horas de formação. Estes cursos destinam-se a proporcionar a entrada no mundo do trabalho, podendo facultar simultaneamente também o prosseguimento de estudos. APOIOS E COMPLEMENTOS EDUCATIVOS Segundo a LBSE, são desenvolvidos, no âmbito da educação pré-escolar e da educação escolar, serviços de acção social escolar, responsáveis pela organização das cantinas/refeitórios escolares, dos auxílios económicos ao nível dos manuais, materiais de desgaste e transportes escolares A Componente de Apoio à Família A componente de apoio à família (CAF) desenvolve-se em jardins-de-infância da rede pública e privada que entraram no acordo entre o Ministério da Educação, Segurança Social e Autarquias, através da disponibilização das actividades de fornecimento de almoço e de prolongamento de horário, com actividades de animação sócio-educativa, em tempo pré e pós educativo. 37

38 Actividades de Enriquecimento Curricular no 1.º CEB Os agrupamentos de escolas devem definir um plano de actividades de enriquecimento curricular, em parceria com entidades promotoras, autarquias, associações de pais e IPSS s. Os planos de actividades incluem obrigatoriamente o Inglês (para os alunos dos 3.º e 4.º anos) e o Apoio ao Estudo, destinando à consolidação de aprendizagens. Para além das actividades obrigatórias, os planos podem incluir outras actividades de enriquecimento curricular, nomeadamente o ensino da música, a actividade física e desportiva, o ensino de outras línguas estrangeiras e de outras expressões artísticas Auxílios económicos - livros e materiais escolares Este apoio traduz-se num subsídio para livros e materiais escolares, cujo valor é definido anualmente por Despacho Ministerial, no caso do 2.º e 3.º CEB e secundário. No 1.º CEB, esta modalidade de acção social escolar é da responsabilidade das Câmaras Municipais, que fixam anualmente os valores dos subsídios a atribuir Fornecimento de Refeições Visa garantir a todas as crianças que frequentam o 1.º CEB uma refeição equilibrada, cabendo aos municípios o exercício de controlo directo da gestão do fornecimento das refeições, traduzido no acompanhamento local do funcionamento do serviço e na fiscalização do cumprimento das normas aplicáveis Transportes escolares O plano de transportes escolares é elaborado anualmente pelas câmaras municipais, servindo a população escolar de acordo com os dados fornecidos pelos agrupamentos de escolas. O acesso a esta modalidade de transporte efectua-se através da atribuição de passe, comparticipado a 100% a alunos com idade de frequência da escolaridade obrigatória que residam a mais de 4km ou de 3km, conforme frequentem estabelecimento de ensino com ou sem refeitório escolar, e comparticipado em 50% a alunos que pela idade estejam fora da escolaridade obrigatória. 38

39 4. - Ensino Pós -Secundário não superior Cursos de especialização tecnológica (CET) - possibilitam percursos de formação especializada em diferentes áreas tecnológicas, permitindo a inserção no mundo do trabalho ou o prosseguimento de estudos de nível superior. A conclusão com aproveitamento de um CET confere um diploma de especialização tecnológica (DET) e qualificação profissional de nível 4, podendo ainda dar acesso a um certificado de aptidão profissional (CAP) Ensino Superior O ensino superior está actualmente estruturado, de acordo com os princípios da Declaração de Bolonha e visa assegurar uma preparação científica, cultural e tecnológica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e o desenvolvimento das capacidades de concepção, inovação e análise crítica. O ensino universitário contempla também o ensino politécnico, ministrado por instituições públicas, não públicas e cooperativas. Os estabelecimentos de ensino superior podem ainda realizar cursos CET. Têm ainda acesso ao ensino superior os maiores de 23 anos que, não sendo titulares da habilitação de acesso ao ensino superior, façam prova de capacidade para a sua frequência, através da realização de provas específicas. No ensino superior são conferidos os graus académicos de licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo o grau de doutor apenas atribuído pelas universidades. 39

40 QUALIFICAÇÃO E NÍVEIS DE ENSINO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA Apesar da oferta educativa existente a nível nacional, segundo os dados do INE de 2001, aquando do último recenseamento da população, 13% da população portuguesa não tinha qualquer tipo de qualificação. Gráfico n.º 8 Qualificação da População Portuguesa Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. Gráfico n.º 9 Níveis de Escolaridade da População Portuguesa Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. De acordo com o gráfico anterior, pode-se verificar que da população com qualificações, 75% apenas possui o ensino básico, 15% o ensino Secundário, apenas 1% com habilitação media e 9% nível superior. 40

41 POLITICAS E MEDIDAS NACIONAIS DE COMBATE AOS BAIXOS NÍVEIS DE ESCOLARIDADE E DE QUALIFICAÇÕES DA POPULAÇÃO Tendo em conta os dados apresentados, o aumento de desemprego e a consequente necessidade de reconversão profissional dos desempregados, sobretudo os de longa duração, sentiu-se a necessidade intervir de forma a dotar a população de níveis de escolaridade que lhes permitisse ingressar em cursos de formação profissional, dado que para quase todos os cursos é necessário o 6.º ou o 9.º ano de escolaridade. Neste sentido, no âmbito dos objectivos comuns adoptados no Conselho Europeu da Primavera de 2006, foi considerado pelo PNAI como prioridade intervir nos baixos níveis de escolaridade e no défice histórico de baixas qualificações da população portuguesa, corrigindo as desvantagens educativas e formativas, tentando reaproximar a escola dos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem e evitar o abandono precoce. Pretende-se, também, proporcionar aos jovens, opções diversificadas de educação/formação, facilitando-lhes a transição para a vida activa. Tendo sido também contemplada a qualificação de adultos em idade activa. Novas Oportunidades - Educação e Formação de Jovens e Adultos Para dar resposta às questões apresentadas, surgiram os Centros de Novas Oportunidades, que vieram dar a possibilidade aos adultos e jovens, que não tenham completado o 12.º, 9.º, o 6.º ou o 4.º anos de escolaridade, de verem reconhecidas, validadas e certificadas as competências e conhecimentos que adquiriram ao longo da vida, bem como o encaminhamento para formação adequada e necessária à progressão e certificação escolar e/ou profissional de cada indivíduo. A Iniciativa Novas Oportunidades tem como objectivo alargar o referencial mínimo de formação ao 12.º ano de escolaridade, assente em dois pilares fundamentais: 1- Tornar o ensino profissionalizante uma opção efectiva para os jovens; 2 - Elevar a formação de base da população activa. 41

42 Figura n.º 6 Organização da Iniciativa Novas Oportunidades Os Centros Novas Oportunidades, sob a responsabilidade da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), constituem-se como agentes centrais na resposta ao desafio da qualificação de adultos consagrado na Iniciativa Novas Oportunidades. Assim, foi criada uma Rede dos Centros Novas Oportunidades, de base territorial e institucionalmente diversificada, orientados para o desenvolvimento e mobilização de respostas diferenciadas em função do perfil e do percurso dos indivíduos, apostando numa estratégia de complementaridade e articulação com as escolas, os centros de formação profissional, as entidades formadoras e os agentes económicos, sociais e culturais. Novas Oportunidades - Jovens Este eixo de intervenção tem como objectivo dar resposta aos baixos níveis de escolarização dos jovens, através da diversificação das vias de educação e formação, pelo reforço do número de vagas de natureza profissionalizante e da exigência em garantir melhores taxas de aproveitamento escolar. Neste contexto, destaca-se o objectivo de inverter a tendência do aumento do número de jovens que não conclui o ensino secundário e, simultaneamente, a valorização das aprendizagens proporcionadas por este nível de ensino. Modalidades de Formação - Jovens - Cursos mencionados na descrição do Ensino Secundário - Cursos de educação e formação (CEF) - visam a recuperação dos défices de qualificação, escolar e profissional, através da aquisição de competências escolares, técnicas, sociais e relacionais, que lhes permitam ingressar num mercado de trabalho. 42

43 Estes cursos destinam-se a candidatos ao primeiro emprego, ou a novo emprego, com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos, em risco de abandono escolar, ou que já abandonaram a via regular de ensino e detentores de habilitações escolares que variam entre o 6.º ano de escolaridade, ou inferior e o ensino secundário. Tipo de percursos formativos Quadro n.º 6 Tipologia e Organização dos CEF Habilitações de acesso Total de horas Saída 1A Inferior ao 4º ano de escolaridade 1910 Equi. ao 6º ano / Nível I 1B Igual ou superior ao 4º ano de escolaridade e inferior ao 6º ano 1155 Equi. ao 6º ano / Nível I 2 Titulares 6º, 7º ou freq. do 8º ano Equi. ao 9º ano / Nível II 3 Titulares 8º,ou freq. do 9º ano Equi. ao 9º ano / Nível II 4 5 Titulares do 9º ano ou frequência do nível secundário Titulares do 10º ano ou frequência do 11º ou curso de qualificação inicial de nível 2 com formação complementar Titulares do 11º ano ou frequência do 12º ano Titulares do 12º ano (não tecnológico) Nível III Formação Complementar Titulares de um curso Tipo 2 ou 3, ou de um curso de qualificação inicial de nível 2 com o 9º ano Fonte: Centro de Formação, Abril Certificado de competências escolares/ nível II Equivalência ao 12 ano / nível III Equivalência ao 12 ano / nível III Certificado de Competências escolares (para efeitos de prosseguimento de estudos) - Sistema nacional de aprendizagem, da responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), integra-se num sistema de formação profissional em regime de alternância, de dupla certificação (escolar e profissional) que visa a qualificação de jovens, que tenham ultrapassado a idade da escolaridade obrigatória e não tenham ultrapassado o limite etário dos 25 anos, de forma a facilitar a sua inclusão na vida activa, através do reforço das competências académicas, pessoais, sociais e relacionais, da aquisição de conhecimentos técnicos e de uma sólida experiência profissional na empresa. Destinatários Quadro n.º 7 Sistema de Aprendizagem Escolaridade Mínima de acesso Tipologias dos cursos Designação Duração (horas) Jovens à procura do 1º emprego 3º Ciclo do ensino Básico (9º Ano) Aprendizagem Nível a 4500 Fonte: Centro de Formação. Abril 2008 Novas Oportunidades - Adultos O segundo eixo de intervenção da Iniciativa Novas Oportunidades tem como principal objectivo a elevação dos níveis de qualificação de base da população adulta. As acções que aqui se acolhem dirigem-se a pessoas com mais de 18 anos que não concluíram o 9º ano de escolaridade ou o ensino secundário, tendo em vista aumentar as suas qualificações de base. 43

44 Modalidades de Formação - Adultos - Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) É um processo que permite a adultos, maiores de 18 anos, aceder ao reconhecimento, validação e certificação das competências (escolares, profissionais e outras) que adquiriram em diferentes situações de aprendizagem (vida pessoal, social e profissional), para efeitos de atribuição de uma qualificação formal, escolar ou profissional. A certificação Escolar conferida por este Sistema pode ser de nível básico (mediante atribuição de certificado do 1º, 2º ou 3º ciclo do ensino básico e diploma do ensino básico) ou de nível secundário - RVCC Escolar e/ou RVCC Profissional. - Cursos de educação e formação de adultos (CEFA) Os CEFA visam elevar os níveis de habilitação escolar e profissional da população adulta, através de uma oferta integrada de educação e formação que potencie as suas condições de empregabilidade e certifique as competências adquiridas ao longo da vida. Destinam-se a: 1) a indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos, à data de início da formação; 2) candidatos desempregados, com idade inferior a 25 anos, integrados, preferencialmente, em cursos de dupla certificação, 3) excepcionalmente, podem ser admitidos candidatos com idade inferior a 18 anos, desde que, estejam inseridos no mercado de trabalho. Os cursos, que apenas conferem habilitação escolar destinam-se, preferencialmente, a activos empregados. Quadro n.º 8 Tipologia e Organização dos CEFA Tipo de percursos formativos Habilitações de acesso Total de horas Saída B1 Inferior ao 1º ciclo 385 a 780 1º Ciclo / Nível I B2 4º ano, superior ao 1º ciclo mas inferior ao 2º ciclo 385 a 940 2º ciclo / nível I B1 + B2 Inferior ao 1º ciclo 385 a º ciclo / nível I B3 Superior ao 2º ciclo mas inferior ao 3º ciclo 1105 a º ciclo / nível II B2 +B3 4º ano superior ao 1º ciclo mas inferior ao 2º ciclo 1250 a º ciclo / nível II Fonte: Centro de Formação, Abril de

45 O Programa Operacional para o Potencial Humano (POPH), inscrito no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), documento que enquadra a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período , visa estimular o potencial de crescimento sustentado da economia, no quadro das seguintes prioridades: Superar o défice estrutural de qualificações da população portuguesa, consagrando o nível secundário como referencial mínimo de qualificação; Promover o conhecimento científico, a inovação e a modernização do tecido produtivo, alinhados com a prioridade de transformação do modelo produtivo português assente no reforço das actividades de maior valor acrescentado; Promover a igualdade de oportunidades, através do desenvolvimento de estratégias integradas e de base territorial para a inserção social de pessoas vulneráveis a trajectórias de exclusão social, integrando a igualdade de género como factor de coesão social. Desta forma, dos dez eixos prioritários do POPH, 4 estruturam-se em torno da temática abordada. Eixo Prioritário 1 Qualificação Inicial - tem como objectivo elevar a qualificação dos jovens, promovendo a sua empregabilidade e a adequação das suas qualificações às necessidades do desenvolvimento sustentado, do aumento da competitividade e de coesão social da economia portuguesa. Eixo Prioritário 2 Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida - tem como principal objectivo o reforço da qualificação da população adulta activa, empregada e desempregada, contribuindo para o desenvolvimento de competências críticas à modernização económica e empresarial e para a adaptabilidade dos trabalhadores. Eixo Prioritário 3 Gestão e Aperfeiçoamento Profissional - tem como objectivo o desenvolvimento de um conjunto de formações associadas a processos de modernização organizacional, reestruturações e reconversões produtivas que contemplem a promoção da capacidade de inovação, gestão e modernização das empresas e outras entidades - nomeadamente da administração pública - enquanto condição fundamental de modernização do tecido produtivo, da melhoria da qualidade do emprego e do aumento da competitividade. Pretendendo reforçar a relevância do investimento a realizar no domínio da formação contínua, tem presente a necessidade de estimular o desenvolvimento de uma cultura de procura de formação por parte das empresas e dos trabalhadores. 45

46 Eixo Prioritário 4 Formação Avançada, tem como objectivo reforçar a capacidade científica e tecnológica, através da formação e integração profissional de recursos humanos altamente qualificados e pelo apoio ao alargamento da base de recrutamento do ensino superior. As acções integradas neste Eixo visam a superação do atraso científico e tecnológico português, como condição essencial ao progresso económico e social, promovendo a convergência das qualificações científicas dos recursos humanos em Portugal para os níveis dos países da União Europeia, em particular no que respeita à formação pós-graduada. O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) constitui-se como o serviço público de emprego nacional (SPE), tendo como missão promover a criação e a qualidade do emprego e combater o desemprego, através da execução das políticas activas de emprego e formação profissional. A qualificação dos recursos humanos, com particular relevância para a elevação das qualificações da população activa constitui uma das prioridades do IEFP, por se considerar que a melhoria dos níveis de qualificação se revela de importância estratégica, o que se reflecte na oferta formativa proporcionada por esta Entidade, nomeadamente: - Cursos EFA - CEF - Cursos de Aprendizagem - Formações Modulares Certificadas visam o desenvolvimento de um suporte privilegiado para a flexibilização e diversificação da oferta de formação contínua, integrada no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), com vista à conclusão e construção progressiva de uma qualificação profissional, tendo por base as unidades de formação de curta duração (25 ou 50 H). Estas formações têm como objectivo colmatar algumas lacunas de conhecimentos sentidas pelos candidatos, no decurso da respectiva actividade profissional, podendo ser, igualmente, utilizada em processos de reciclagem e reconversão profissional, proporcionando a aquisição de conhecimentos necessários à integração no mercado de trabalho, cada vez mais exigente e competitivo. Formação Profissional Especial A Formação Profissional Especial distingue-se da formação profissional comum, por também abranger a inserção sócio-profissional e a resolução de problemas de integração, dirigindo-se a segmentos da população com maiores dificuldades formativas. 46

47 Esta formação define-se, ainda, pela existência conjugada de diferentes características, salientando-se o desenvolvimento de um processo formativo integrado, com recurso a modalidades de formação complementar que incluem áreas de intervenção, tais como: 1. Informação e orientação profissional e acompanhamento psico-pedagógico; 2. Formação sócio-educativa; 3. Acompanhamento no processo de inserção na vida activa; 4. Articulação com iniciativas de acção social. Esta medida destina-se a: Pessoas em situação de carência económica e social, disfunção e marginalização; Pessoas que não atingiram o nível correspondente à escolaridade obrigatória e evidenciam dificuldades de aprendizagem ou de integração na sociedade; Pessoas pertencentes a grupos específicos, nomeadamente: Desempregados de longa duração; Minorias étnicas; Imigrantes; Reclusos e ex-reclusos; Toxicodependentes em recuperação. 47

48 NÍVEIS DE QUALIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO DE ÁGUEDA Gráfico n.º 10 Qualificação da População do Concelho Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. No concelho de Águeda, de acordo com os dados do INE de 2001, aquando do último recenseamento da população, a percentagem de residentes qualificados não difere significativamente, da realidade nacional, sendo ligeiramente superior (1%) a percentagem da população sem qualificação, 14%. Gráfico n.º 11 Tipo de Qualificação da População Residente no Concelho de Águeda Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. No entanto, verifica-se que relativamente à realidade nacional o nível de escolaridade da população é inferior, no concelho de Águeda. Em 2001, dos 86% da população residente com qualificação, 81% possuía apenas o ensino básico, havendo 12% com o ensino secundário, 1% com ensino médio e 6% com ensino superior. 48

49 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA REDE EDUCATIVA A rede educativa do concelho de Águeda está organizada em quatro agrupamentos de escolas que cobrem todas as freguesias do concelho, englobando estabelecimentos de ensino pré-escolar, do 1.º, 2.º e 3.º CEB da rede pública. Quadro n.º 9 Estrutura da Rede Pública de Ensino por Agrupamento de Escolas, por Freguesias e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/2008 Agrupamento de Estabelecimento de Ensino por Nível de Escolaridade Freguesia Escolas Pré-escolar 1.º CEB 2.º/3.º CEB Agadão JI Lomba EB1 Lomba - Aguada de Baixo JI Aguada Baixo EB1 Aguada Baixo - Aguada de EB1 Aguada Cima EB23 Aguada Aguada de Cima Cima EB1 S. Martinho de Cima Barrô JI Barro EB1 Barrô - Belazaima do Chão - EB1 Belazaima do Chão - JI Águeda EB1 Águeda - EB1 Assequins EB23 Águeda Fernando JI Giesteira EB1 Giesteira Caldeira Águeda - EB1 Vale Domingos Borralha JI Borralha EB1 Borralha - Castanheira do Vouga JI Castanheira do Vouga EB1 Castanheira do Vouga - Recardães JI Recardães EB1 Recardães - Espinhel JI Espinhel EB1 Espinhel - JI Paradela EB1 Paradela - Fermentelos JI Fermentelos EB1 Prof. Américo Urbano EB23 Fermentelos - EB1 Prof. João Pires da Rosa Fermentelos Óis da Ribeira - EB1 Óis da Ribeira - Travassô - EB1 Travassô - Lamas do Vouga JI Pedaçães EB1 Pedaçães - Macieira de Alcôba - - JI Macinhata do Vouga EB1 de Macinhata - Macinhata do Vouga JI Sernada do Vouga - Valongo do - EB1 Serém de Cima - Vouga Préstimo JI Á-dos-Ferreiros EB1 Á-dos-Ferreiros - Segadães JI Segadães EB1 Segadães - Trofa do Vouga JI Mourisca do Vouga EB1 Mourisca - JI Trofa do Vouga EB1 S. Sebastião - Valongo do Vouga JI Arrancada do Vouga EB1 Arrancada do Vouga EB23 Valongo JI Valongo do Vouga EB1 Valongo do Vouga do Vouga Fonte: Serviços da Educação, Câmara Municipal de Águeda, Abril de

50 Freguesia Quadro n.º 10 Estrutura da Rede Pública e Privada de Ensino Não Agrupado, por Freguesia e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/2008 Estabelecimento de Ensino por Nível de Escolaridade Pré-escolar 2.º CEB 3.º CEB Secundário Universitário Ensino Especial Aguada de Baixo CENSI Aguada de Cima LAAC Bela Vista - ES/EB3 Adolfo ES/EB3 Adolfo Portela Portela ESTGA CERCIAG Águeda Sta Casa Misericórdia - ES/EB3 Marques ES/EB3 Marques de de Castilho Castilho - - Arca Botaréu O Catraio Barro ABARCA Belazaima do Chão Centro Social Belazaima Borralha C. Social Paroquial da Borralha Fermentelos A. Fermentelense Macinhata do Vouga Centro de Bem Estar Social A. Social e Cultural de Serem Óis da Ribeira ARCOR Recardães C. Social Paroquial de Recardães Travassô Patronato N.ª Sr.ª das Dores Trofa do Vouga Os Pioneiros Inst. Duarte de Lemos Inst. Duarte de Lemos Valongo do Vouga C. Social Paroquial V. do Vouga Fonte: IPSS e Escolas não Agrupadas, Abril de 2008 A Rede de Educação Pré-escolar No ano lectivo 2007/2008, a rede pré-escolar era constituída por 20 jardins-de-infância da rede pública, completando-se com 17 respostas da rede privada, promovida pelas IPSS s. O Ensino Básico O 1.º ciclo do ensino básico Ao nível do 1.º CEB da rede educativa pública, o ensino é leccionado por 28 EB1. O 2.º e 3.º ciclo do ensino básico Ao nível do 2.º e 3.º CEB da rede educativa pública, o ensino é leccionado em 4 EB23, sedes dos 4 agrupamentos de escolas e ainda na rede privada de ensino, pelo Centro de Estudos da Trofa Instituto Duarte de Lemos, localizado na freguesia da Trofa, sendo o 3º CEB também leccionado nas duas ES/EB3 do concelho. Ensino Artístico No concelho de Águeda, o ensino artístico é ministrado pelo Conservatório de Música. Ensino Secundário O ensino secundário é leccionado por duas escolas secundárias, Escola Secundária Adolfo Portela e Escola Secundária Marques de Castilho. 50

51 Quadro n.º 11 Oferta Formativa e Educativa no Ensino Secundário Escola Secundária Marques de Castilho Escola Secundária Adolfo Portela Cursos Cientifico - Humanísticos Ciências e Tecnologias Artes Visuais Ciências Sociais e Humanas / Línguas e Humanidades Cursos Profissionais Técnico de Produção e Metalomecânica Técnico de Energias Renováveis Técnico de Electrotecnia Técnico de Comércio Técnico de Contabilidade Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos Cursos Cientifico - Humanísticos Ciências e Tecnologias Ciência Sócio - Económicas Ciências Sociais e Humanas / Línguas e Humanidades Cursos Profissionais Técnico de Gestão e Programação do Sistema Informático Técnico de Informático de Gestão Curso Tecnológicos Acção Social Informática Marketing Fonte: Estabelecimentos de Ensino Secundário, Abril de APOIOS E COMPLEMENTOS EDUCATIVOS A Componente de Apoio à Família A componente de apoio à família (CAF) desenvolvida nos jardins-de-infância da rede pública (completando-se com respostas da rede privada, promovida pelas IPSS s, das quais não dispôsmos de dados), disponibiliza o fornecimento de almoço e prolongamento de horário, ao seguinte número de crianças: Quadro n.º 12 Componente de Apoio à Família Localidade Almoço e Prolongamento Almoço Prolongamento Nº Total de Beneficiários Á-dos-Ferreiros Agadão/Lomba Aguada de Baixo Águeda Arrancada Barrô Borralha Castanheira Espinhel Fermentelos Giesteira Macinhata Mourisca do Vouga Paradela Pedaçães Recardães Segadães Sernada Trofa Valongo do Vouga Total Fonte: Serviços de Educação, da Câmara Municipal, Outubro de

52 Actividades de Enriquecimento Curricular no 1.º CEB Estas actividades iniciaram-se no ano lectivo 2005/2006 com o Programa de Generalização do Ensino de Inglês nos 3.º e 4.º anos do 1.º CEB. No ano lectivo 2008/2009, as actividades de enriquecimento curricular decorrem em todas as EB1 do Concelho, através de actividades de Inglês, actividade física/desportiva e música, esta última, em algumas EB1, será substituída pela actividade de expressão Artística. Programa de Generalização do Fornecimento de Refeições No âmbito deste Programa destinado aos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, a CMA comparticipa as refeições dos alunos que frequentam 27 das 28 EB1 do Concelho. Na EB1 de Segadães isso não acontece porque todos os alunos frequentam o ATL da IPSS da área, recebendo esta, financiamento da Segurança Social para fornecer esse serviço. No ano lectivo 2007/2008, no total de alunos que frequentavam as EB1, 906 alunos (41%) aderiram a este apoio. Para o ano lectivo 2008/2009, os Serviços de Educação da Câmara prevêem, com base na informação dos Agrupamentos, que de um total de alunos matriculados, 972 (45%) venham a usufruir deste apoio. De referir que a rede de IPSS local responde às necessidades de refeições de uma parte dos restantes alunos. Transportes Escolares O plano de transportes escolares serve a população escolar das 20 freguesias do concelho, sendo constituída por carreiras públicas (Transdev RBL, Guedes e CP), por veículos privativos dos estabelecimentos de ensino, através da celebração de Protocolos entre a Câmara Municipal e algumas Juntas de Freguesia e de algumas Associações, e ainda, circuitos especiais efectuados por transportes de aluguer, que servem a população escolar com Necessidades Educativas Especiais/Portadora de Deficiência. Ensino Especial Educação Pré-Escolar Ao nível da educação pré-escolar (rede pública e privada) estão sinalizadas 31 crianças. 52

53 As crianças da rede privada (21) são apoiadas por três técnicos de intervenção precoce, que também dão apoio no domicílio a crianças dos 0-5 anos de idade que não se encontram integradas em qualquer estrutura educativa, ao nível da educação pré-escolar pública o apoio é dado por professores do ensino especial, os quais também apoiam os alunos com deficiência comprovada do ensino básico dos respectivos agrupamentos de escolas. Quadro n.º 13 N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial Pré-escolar Jardins-de-infância - Rede Pública e Privada N.º Alunos N.º Professores de Apoio ABARCA 1 1 Arcor 2 1 Associação Social e Cultural de Serém Associação Fermentelense 1 1 Bela Vista 5 2* Centro de Bem-estar Social de Macinhata do Vouga 2 1 Centro Social de Belazaima 1 Centro Social e Infantil Aguada Baixo 1 1 Centro Social e Paroquial da Borralha 1 1 Centro Social e Paroquial de Recardães 4 3 Centro Social e Paroquial de Valongo Vouga 1 1 Patronato Nossa Senhora das Dores 1 1 Pioneiros 1 1 Pré Primária - Agrupamento de Águeda Pré Primário - Agrupamento de Aguada de Cima 3 2 Pré Primário - Agrupamento de Fermentelos Pré Primário - Agrupamento de Valongo do Vouga 7 2 Total Fonte: Carta Educativa 2008 O número de horas atribuído a um destes Professores, corresponde a meio tempo de um horário completo. O Ensino Básico Na escolaridade obrigatória há que distinguir entre educação especial, para alunos com deficiência comprovada e apoios educativos, para alunos com dificuldades de aprendizagem. Quadro n.º 14 N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 1.º CEB 1.º CEB N.º Alunos N.º Professores de Apoio Agrupamento de Águeda 51 8 Agrupamento de Aguada de Cima 52 4 Agrupamento de Fermentelos Agrupamento de Valongo do Vouga 45 2 Total Fonte: Carta Educativa

54 Quadro n.º 15 N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 2.º CEB 2.º CEB N.º Alunos N.º Professores de Apoio Agrupamento de Águeda 20 2 Agrupamento de Aguada de Cima 19 0,5 Agrupamento de Fermentelos Agrupamento de Valongo do Vouga 22 1 Instituto Duarte Lemos 19 0 Total 80 3,5 Fonte: Carta Educativa 2008 O 3.º CICLO BÁSICO No 3.º CEB o apoio é dado pelos mesmos professores do ensino especial dos respectivos agrupamentos. Nas ES/EB3 Adolfo Portela e Marques de Castilho há um professor do ensino especial, que apoia os alunos com deficiência comprovada das duas escolas. No Instituto Duarte Lemos repetese a situação anteriormente referida. Quadro n.º 16 N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial 3.º CEB 3.º CEB N.º Alunos N.º Professores de Apoio Agrupamento de Águeda 4 1 Agrupamento de Aguada de Cima 9 1* Agrupamento de Fermentelos Agrupamento de Valongo do Vouga 12 1 ES/EB3 Adolfo Portela 8 0 ES/EB3 Marques Castilho 3 0 Instituto Duarte Lemos 14 0 Total 50 3 Fonte: Carta Educativa 2008 O número de horas atribuído a um destes Professores, corresponde a meio tempo de um horário completo. O Ensino Secundário Quadro n.º 17 N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial Ensino Secundário Ensino Secundário N.º Alunos N.º Professores de Apoio ES/EB3 Adolfo Portela 8 0 ES/EB3 Marques Castilho 6 0 Total 14 0 Fonte: Carta Educativa 2008 No ensino secundário nas duas ES/EB3 há um professor do ensino especial, o mesmo que apoia os alunos do 3.º CEB destes dois estabelecimentos, não estando afecto nenhum professor especificamente para acompanhar os alunos do ensino secundário. 54

55 Para um total de 303 alunos (não incluindo a educação pré-escolar) com deficiência comprovada e dificuldades de aprendizagem, a rede escolar dispõe de 20 professores do ensino especial e 8 dos apoios educativos, num rácio de 11,65 alunos por professor. Este rácio deve ser compreendido tendo em conta que o mesmo professor apoia alunos em estabelecimento de ensino que distam entre si alguns quilómetros. O Ensino Superior Relativamente ao ensino superior, o concelho dispõe de um estabelecimento público, Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), sendo este um Pólo da Universidade de Aveiro, onde são ministradas Licenciaturas (cursos 1.º ciclo) e cursos pós-secundários de especialização tecnológica (CET). Quadro n.º 18 Caracterização da Oferta Educativa e Formativa de Ensino Superior no Concelho 2007/2008 Licenciaturas Comércio Gestão Pública e Autárquica Licenciaturas (Cursos Engenharia Electrotécnica de 1.º Ciclo) Técnico Superior de Secretariado Tecnologias da Informação Documentação e Arquivística Fonte: Site da ESTGA, Abril de 2008 Quadro n.º 19 Caracterização da Oferta Educativa e Formativa Pós Secundária Existente no Concelho 2007/2008 Formação Pós Secundária Discriminação das Áreas de Estudo/Cursos Desenvolvimento de software e administração de sistemas Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos Gestão da Qualidade Curso de Especialização Práticas de Administração e Tradução Tecnológica Instalações Eléctricas e Automação Industrial Topografia e Desenho Assistido por Computador Tecnologia Mecatrónica Fonte: Site da ESTGA, Abril de

56 INDICADORES DE DESEMPENHO ESCOLAR NO CONCELHO DE ÁGUEDA Taxas de não aproveitamento escolar, por nível de ensino A análise relativa aos indicadores de desempenho escolar baseia-se nos dados apresentados na Proposta da Carta Educativa do Concelho de De acordo com os dados globais das taxas de não aproveitamento, o ensino secundário é o nível de ensino em que este problema mais se faz sentir. Em sentido inverso, o 1.º CEB é aquele que regista a menor taxa de não aproveitamento, como se pode verificar no quadro abaixo. Quadro n.º 20 Evolução das Taxas de Não Aproveitamento Escolas Agrupadas e Não Agrupadas Níveis de Escolaridade 2003/ / / º CEB 5,57% 8,13% 4,22% 2.º CEB 13,59% 10,68% 11,31% 3.º CEB 13,79% 18,33% 16,22% Secundário 25,09% 26,02% 25,08% Fonte: Proposta da Carta Educativa, Abril de 2007 No gráfico seguinte (Gráfico n.º 12) observa-se que a taxa de não aproveitamento aumenta a medida que se progride no nível de escolaridade. 30,00% Gráfico n.º 12 Evolução das Taxas de Não Aproveitamento por CEB 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário 5,00% 0,00% 2003/ / /2006 Fonte: Proposta da Carta Educativa, Abril de 2007 No conjunto das escolas agrupadas, no ano lectivo 2005/2006, a taxa de não aproveitamento foi de 9%, e nas escolas não agrupadas, a taxa foi de 19,19%. Taxas de Abandono Escolar por nível de ensino De acordo com a Proposta da Carta Educativa, são apresentados os dados do abandono escolar por nível de ensino. 56

57 Quadro n.º 21 Evolução da Taxa de Abandono Escolar por Agrupamentos e Escolas Não Agrupadas por Nível de Ensino 2000/ / / / / /2006 Agrupamento de Escolas de Aguada de Cima 1.º CEB 0,40% 0,10% 0,00% 1,30% 1,34% 2,10% 2.º CEB 0,50% 0,50% 1,80% 1,04% 1,12% 0,63% 3.º CEB 0,00% 0,30% 0,00% 0,40% 1,26% 0,80% Agrupamento de Escolas de Águeda 1.º CEB 0,40% 0,40% 0,40% 2.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 3.º CEB 0,91% 0,00% 6,30% Agrupamento de Escolas de Fermentelos 1.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga 1.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2.º CEB 1,20% 0,00% 5,10% 0,00% 0,10% 0,00% 3.º CEB 0,90% 0,00% 3,40% 1,60% 7,60% 0,00% Instituto Duarte Lemos 2.º CEB 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,34% 0,96% 3.º CEB 0,79% 0,26% 0,27% 0,29% 2,75% 2,92% Escola Secundária Adolfo Portela 3.º CEB 3,70% 3,00% 0,50% Secundário 14,60% 13,70% 12,80% Escola Secundária Marques de Castilho 3.º CEB 1,80% 5,00% 2,20% Secundário 9,40% 7,20% 8,50% Fonte: Proposta da Carta Educativa, Abril de 2007 Assim, analisando o Quadro n.º 21, no ano lectivo 2005/2006, a taxa de abandono com valor mais significativo no 1.º CEB foi de 2,1%, no Agrupamento de Escolas de Aguada de Cima, representando 9 alunos, num total de 428 alunos. No 3º Ciclo, é no Agrupamento de Águeda que o abandono escolar é mais elevado (6,3%), representando 7 alunos, num total de 111 alunos. O Instituto Duarte Lemos é, no conjunto dos três estabelecimentos de ensino não agrupados, aquele que apresenta uma taxa mais elevada de abandono escolar no 3.º CEB 2,92%. Relativamente ao Ensino Secundário, é na ES/EB3 Adolfo Portela que o abandono escolar regista a taxa mais elevada no ensino secundário (12,8%). O valor tão elevado da taxa de abandono do ensino secundário é preocupante, na medida em que pode resultar do acumular de anos de insucesso escolar, consequente de uma deficiente preparação ao nível do ensino básico, para o nível de exigência do ensino secundário. A esta razão, segundo a Posposta da Carta Educativa, acresce ainda um factor de raiz cultural, de desvalorização da escolarização como um elemento fundamental no processo de promoção e integração social dos indivíduos e desenvolvimento do país. 57

58 MEDIDAS DE COMBATE AO INSUCESSO E ABANDONO ESCOLAR Com vista a combater a realidade existente no que diz respeito ao insucesso e abandono escolar foram já realizadas algumas iniciativas no concelho, nomeadamente: a) Em Abril de 2006, através da Rede Social, a Câmara Municipal, a Bela Vista (IPSS), o Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga e outras entidades parceiras da Rede Social, promoveram a Feira de Orientação Escolar e Vocacional Que Futuro?, que teve como objectivos: 1) debater a questão do insucesso e abandono escolar; 2) promover a importância da orientação vocacional; 3) divulgar as diferentes oportunidades educativas que o sistema educativo disponibilizava; 4) concentrar a informação relativa aos diferentes percursos formativos e; 5) proporcionar o conhecimento do mercado de emprego no concelho de Águeda. Este evento vem no seguimento do projecto Profuturo, o qual diagnosticou, na população escolar, um desconhecimento do percurso escolar a seguir e escolhas vocacionais incipientes; b) Em Maio de 2007, a Câmara Municipal de Águeda, juntamente com os agrupamentos de escolas, escolas não agrupadas, Bela Vista (IPSS) e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda realizaram o evento Novas Oportunidades Educação no Concelho de Águeda, o qual teve como objectivo divulgar e promover a oferta educativa como uma das formas de combate ao insucesso e abandono escolar, mostrando alternativas educativas existentes. Pretendeu-se, igualmente, criar uma dinâmica entre as entidades educativas/formativas e as entidades empregadoras do concelho, para que as primeiras possam responder de forma adequada às necessidades das segundas; c) Realização, no ano de 2007, de sessões de debate sobre temas educativos: c.1) Novas oportunidades, destinadas especialmente a encarregados de educação e outros agentes educativos; c.2) Empregabilidade: Diálogo entre a Oferta e a Procura, com a presença de entidades educativas/formativas e empregadoras, dirigido especialmente a alunos jovens; c.3) Hoje construo o meu futuro ; c.4) A importância da escola na construção dos projectos de vida dos jovens aberto a todos os interessados e dirigidos especialmente a encarregados de educação. 58

59 CENTRO DE REVALIDAÇÃO DE COMPETÊNCIAS Em 2004 a ES/EB3 Adolfo Portela, associada ao Centro de Revalidação de Competências de Sever do Vouga, deu inicio no concelho ao processo de certificação de competências, seguida pelo IEFP, que criou o Centro de Revalidação de Competências de Águeda, que funciona nas instalações da Associação Empresarial de Águeda (AEA), existindo também o Centro de Revalidação de Competências na Delegação de Águeda da Cruz Vermelha, criado através da sua congénere de Gaia. Ao todo, até Fevereiro de 2007, foram validadas as competências de 230 pessoas no concelho de Águeda, com certificados de nível B2 (2.º CEB) e B3 (3.º CEB). Recentemente (inicio de 2008), foi criado Centro de Revalidação de Competências na Escola Secundária Marques de Castilho. FORMAÇÃO PROFISSIONAL No concelho de Águeda encontra-se sedeado um Centro de Formação Profissional, tutelado pelo IEFP, ao qual compete programar, preparar, executar, apoiar e avaliar acções de formação profissional inicial ou contínua e assegurar, a nível local, o funcionamento do sistema de certificação profissional definido, promovendo, por essa via, a valorização dos recursos humanos e a dinamização do desenvolvimento da região. O Centro de Formação de Águeda oferece cursos de formação de nível I, II, III e IV, tentando que estes sejam os mais adequados às necessidades do mercado de trabalho nos concelhos abrangidos pelo Centro de Emprego e Formação Profissional de Águeda. Para o ano de 2008 o Centro de Formação dispõe: Cursos de Aprendizagem Técnico de Contabilidade Técnico da Qualidade Desenho de Construções Mecânicas Técnico de Maquinação e Programação Educação e Formação de Adultos Pastelaria (B3) Carpintaria (B2) Geriatria (B3) Jardinagem (B3) Apoio Familiar e à Comunidade (B2) Cabeleireiros (B3) Soldadura (B3) 59

60 Educação e Formação de Jovens Serralharia Mecânica Formação de Formadores Duração (mínima): 60H e 90H para a formação Contínua e Inicial respectivamente E ainda dispõe de Formação Modular. O concelho dispõe de cinco entidades acreditadas pelo Instituto para a Qualidade da Formação (I.Q.F.) para a formação profissional (dados retirados da Carta Educativa): a) A. Fonseca Ribeiro, Lda. Esta entidade oferece cursos de nível III e IV, para as áreas de auditoria interna, gestão ambiental, higiene e segurança no trabalho, qualificação e qualidade. b) ABIMOTA Esta associação desenvolve acções essencialmente para associados, apenas de nível III e IV na área da informática, gestão da qualidade, ambiente e segurança. c) AEA Esta associação desenvolve acções que visam a elevação dos níveis de qualificação dos jovens e adultos garantindo-lhes o acesso a módulos de formação de curta duração capitalizáveis, realizados no quadro de um dado percurso formativo, com vista à obtenção de uma qualificação correspondente a uma determinada saída profissional, destinando-se a activos com idade igual ou superior a 18 anos, ou jovens com idade superior a 16 anos, com ensino básico completo e que estejam comprovadamente inseridos no mercado de trabalho. d) CERCIAG O Centro de Formação e Emprego tem uma capacidade para 87 formandos, distribuídos pelos cursos em horário laboral de "Jardinagem", "Hortofloricultura", "Cerâmica","Costura", "Serralharia", "Carpintaria", "Práticas Administrativas", "Serviços Gerais" e "Restauração", todos estes cursos são de nível I e não dão equivalência a qualquer nível escolar, sendo que os alunos obtém certificado de frequência de curso. e)dqm Formação Formação Profissional, Lda. dirigida para a prestação de serviços no âmbito da Gestão e Consultoria da Formação Profissional e da Gestão Técnica dos Recursos Humanos, assume como Missão: Promover a formação profissional à medida das necessidades reais dos seus clientes; promover a gestão dos recursos humanos das organizações e empresas, preocupadas com a valorização dos seus colaboradores, a sua integração na cultura organizacional e motivação para a concretização dos objectivos e metas estabelecidas. 60

61 Existem, ainda no concelho de Águeda, outras empresas e associações que promovem junto dos seus associados, colaboradores e funcionários acções de formação de aperfeiçoamento profissional, compradas a empresas de formação profissional exteriores ao concelho. Plano Nacional de Leitura (PNL) A 27 de Fevereiro de 2008, foi assinado o Protocolo do Plano Nacional de Leitura, no Concelho no âmbito do qual foram entregues os Livros do Plano Nacional de Leitura às Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do Concelho. Actualmente, procede-se ao levantamento das necessidades dos Jardins-de-infância para, posteriormente, se adquirirem os livros recomendados pelo PNL. Plano de acção para promover o sucesso na Matemática O Ministério da Educação, tendo em conta o diagnóstico realizado, definiu um Plano de Acção para a Matemática, assumindo a responsabilidade pela criação de condições inovadoras, para que as escolas possam desempenhar um papel preponderante neste desafio, através das seguintes acções: Programa Matemática: equipas para o sucesso Promover a formação contínua em Matemática para professores de todos os ciclos do Ensino Básico e Secundário Novas condições de formação inicial dos professores e de acesso à docência Proceder ao reajustamento e às especificações programáticas para a Matemática em todo o Ensino Básico Criar um banco de recursos educativos para a Matemática. 61

62 PROBLEMÁTICAS IDENTIFICADAS Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre Educação e Formação, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho de Águeda em matéria de educação e formação. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 10 problemas, ordenados do modo que se segue pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line. 1. Desvalorização do percurso escolar por parte de jovens e famílias socialmente vulneráveis 2. Défice de apoios ao nível do ensino especial e intervenção precoce na creche e pré-escolar e apoios educativos no Ensino Básico 3. Défice de competências pessoais, sociais e profissionais por parte dos jovens que abandonam o sistema de ensino regular 4. Níveis significativos de iliteracia 5. Elevada taxa de insucesso escolar, com especial enfoque no ensino básico 6. Desvalorização social de algumas profissões manuais e técnicas 7. Desajuste entre a procura e oferta de formação profissional 8. Inadequação da oferta formativa e profissional para desempregados com habilitações inferiores ao 6.º ano 9. Pouca valorização da formação profissional por parte das entidades empregadoras 10. Sobreposição de oferta formativa entre escolas secundárias e centro de formação CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS PROBLEMAS IDENTIFICADOS A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências dos problemas identificados, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Educação e Formação, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática. 62

63 1. Desvalorização do percurso escolar por parte de jovens e famílias socialmente vulneráveis Para este problema, não existem indicadores. Foram identificadas como causas 1) as necessidades financeiras das famílias, assim como 2) a tradição, isto é, no passado, em Águeda existia pleno emprego, tendo os pais de hoje abandonado precocemente o sistema de ensino e entrado facilmente no mercado de trabalho, pelo que desvalorizam hoje o percurso escolar de seus filhos. Este problema pode conduzir, por um lado, 1) a situações de insucesso e abandono escolar dos jovens e, por outro lado, 2) a comportamentos desviantes e marginais. 2. Défice de apoios ao nível do ensino especial e intervenção precoce na creche e préescolar e apoios educativos no Ensino Básico Respeitante a este problema identificado pelos parceiros, questionou-se os agrupamentos relativamente ao número de apoios educativos que tinham afectos, conforme Quadros nºs 14, 15, 16, 17 e 18. Relativamente à sua adequabilidade, com a excepção do Agrupamento de Escolas de Águeda, os restantes referem que são insuficientes, face ao n.º elevado de alunos com dificuldades de aprendizagem. Como causas para este problema foram consideradas: 1) a ausência de politicas educativas de longo prazo, 2) as dificuldades de elegibilidade de alunos para este tipo de ensino e a 3) a falta de recursos humanos e técnicos, levando a que estes alunos sejam 1) marginalizados do sistema, e podendo também 2) levar ao aumento da iliteracia. 3. Défice de competências pessoais, sociais e profissionais por parte dos jovens que abandonam o sistema de ensino regular Relativamente a esta questão, não há informação sobre as competências dos jovens que abandonam o sistema de ensino. No entanto, sabe-se que a taxa de abandono escolar é mais visível no ensino secundário (fora da escolaridade mínima obrigatória), conforme Quadro nº 22. Foram identificadas como causas deste problema 1) a falta de competências parentais de algumas famílias e 2) a falta de adaptabilidade do sistema de ensino, que não se ajusta à realidade, na preparação dos alunos para a vida futura. Como consequências, os parceiros realçaram a 1) reprodução de modelos no ciclo familiar e 2) as dificuldades de inserção sócio-profissional. 63

64 recolha. 4. Níveis significativos de iliteracia No que diz respeito a este problema, não existem indicadores, uma vez que são de difícil Como causas para esta questão foram identificadas: 1) o défice de apoios ao nível do ensino especial e intervenção precoce na creche e pré-escola e apoios educativos no ensino básico, 2) a desvalorização do percurso escolar por parte dos jovens e famílias socialmente vulneráveis, e 3) taxa de insucesso escolar, tendo sido identificada como consequência a 1) possível marginalização do sistema e 2) dificuldade de integração sócio - profissional. 5. Elevada taxa de insucesso escolar, com especial enfoque no ensino básico Para este problema, os dados disponíveis contrariam o enfoque no ensino básico, uma vez que como se verifica no Quadro nº 21, a taxa de não aproveitamento aumenta à medida que se progride no nível de escolaridade, sendo no ensino secundário que os valores são mais elevados, podendo ser considerado mais problemático no ensino básico, por se tratar do ensino obrigatório. Como causa para este problema, os parceiros identificaram: 1) o desinvestimento sócio familiar, 2) o distanciamento da escola e famílias, 3) os currículos distantes dos interesses e características dos jovens, 4) a massificação da escola, 5) a falta de competências parentais e 6) a desvalorização do percurso escolar por parte dos jovens e famílias socialmente vulneráveis. Tendo sido identificado como possível consequência a dificuldade de integração sócioprofissional. 6. Desvalorização social de algumas profissões manuais e técnicas No que se refere a este problema, também não existem indicadores, sendo complexo avaliar o grau de valorização das profissões. Relativamente às causas, foram identificadas pelos parceiros 1) a imagem social precária das profissões técnicas e 2) a emergência das novas tecnologias. A desvalorização social de algumas profissões pode conduzir, por um lado, 1) a dificuldades de inserção sócio profissional e por outro lado, 2) à pouca valorização da formação profissional pelas entidades empregadoras. 7. Desajuste entre a procura e oferta de formação profissional Relativamente a esta questão, procedeu-se a um levantamento da oferta de formação, apresentada anteriormente, no entanto, não temos informação sobre a procura de formação. 64

65 Foram identificadas como causas deste problema 1) a inexistência de uma estratégia nacional e 2) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e a procura. Como consequências foram referidas 1) a desmotivação dos trabalhadores e 2) o défice de cursos tecnológicos e profissionais nas escolas do ensino secundário. 8. Inadequação da oferta formativa e profissional para desempregados com habilitações inferiores ao 6.º ano Para este problema, os dados disponíveis foram os disponibilizados pelo Centro de Formação, já referidos na fundamentação. Os parceiros não identificaram nenhuma causa para este problema, apenas que este problema teria como consequência a dificuldade de inserção sócio profissional. 9. Pouca valorização da formação profissional por parte das entidades empregadoras No que concerne a este problema, não temos conhecimento do número de entidades empregadoras com plano de formação interno, tendo questionado a AEA, fomos informados que anualmente efectuam um levantamento das necessidades formativas dos seus associados, sendo muito baixo o número de respostas que obtêm, o que reflecte a pouca valorização da formação pelas entidades empregadoras. Os parceiros identificaram como causas deste problema: 1) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e da procura, 2) a desvalorização social de algumas profissões manuais e técnicas, 3) a falta de integração das formações na realidade empresarial e 4) o numero elevado de currículos, reconhecendo que este problema levará à desmotivação dos trabalhadores. 10. Sobreposição de oferta formativa entre escolas secundárias e centro de formação Relativamente a este problema, procedeu-se ao levantamento da oferta de formação, apresentado anteriormente. Como causas para este problema, os parceiros identificaram 1) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e da procura, 2) constrangimentos ao nível de recursos logísticos e 3) a falta de parcerias e colaboração efectivas, não tendo sido identificadas consequências. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: 65

66 66

67 ÁREA DO EMPREGO DINÂMICAS DO MERCADO DE EMPREGO EM PORTUGAL Durante décadas, Portugal conheceu um atraso estrutural que o separou das sociedades mais avançadas da Europa. A liberalização das trocas, ou o que chamamos normalmente de globalização ou internacionalização da economia, constituiu-se como um elemento importante para as transformações económicas e sociais com as quais a Europa se confronta actualmente. Com o alargamento da União Europeia aos países do Leste da Europa, a globalização encontrou na Europa uma especial repercussão que abriu o caminho, não só à livre circulação de mão-de-obra, como também à deslocalização das empresas para os novos Estados-Membros, onde o número e tipo de obrigações em termos de condições de trabalho é notoriamente menor. Os países onde anteriormente estas empresas estavam localizadas têm sido penalizados, como aconteceu no nosso país, criando desemprego, precarização do trabalho, empobrecimento de largas camadas da população, provocando o aumento do fosso entre ricos e pobres no interior de cada país e a uma escala maior, entre países e regiões do mundo. A capacidade das empresas em deslocalizar as suas actividades para além das fronteiras nacionais, conferida pelos progressos tecnológicos e apoiada no desenvolvimento do comércio internacional, potencia a selecção de países que se regem por políticas laborais mais flexíveis e onde os custos de mão-de-obra são mais baixos, o que levanta questões, nomeadamente sobre as normas mínimas de trabalho, em matéria de saúde e segurança, salário mínimo, etc. O balanço da globalização, que em termos gerais é favorável para os países desenvolvidos, não deve silenciar as dificuldades que acarreta, tanto no plano económico como social, para os países que não estavam preparados para enfrentar este fenómeno. Se antes, estes fenómenos apareciam com mais vigor em momentos de recessão económica, agora acompanham o impulso do sistema económico. À semelhança do resto da Europa, em Portugal verificaram-se transformações na indústria, no comércio e nos serviços, levando à redução da classe operária e dos trabalhadores do mundo rural e ao crescimento rápido do sector dos serviços (terciarização da economia). Neste processo, viram-se reduzidas algumas categorias de trabalhadores, outras desapareceram mesmo, mas, simultaneamente, outras emergiram ou aumentaram, criando mais assalariados. 67

68 Nos anos 90 do século XX, o modelo de crescimento da economia portuguesa teve uma natureza essencialmente extensiva, baseada na expansão de sectores fortemente geradores de emprego, sem grande exigência em matéria de qualificação, gerando maior diferenciação da força de trabalho, em que existe uma forte dualização, um núcleo de trabalhadores mais qualificados ou considerados essenciais e um segundo grupo de baixas qualificações, com vínculos precários. No que respeita à estrutura empresarial, a mais profunda alteração verificou-se na dimensão das empresas em função do número de trabalhadores. Verificou-se um aumento do número de micro-empresas, assim como de pequenas e médias empresas (PME). Enfrentar os problemas conjunturais implica responder de forma proactiva e dinâmica aos seguintes desafios que se interligam: 1 - Travar o crescimento do desemprego e atenuar a sua severidade; promovendo a retoma do crescimento sustentado dos níveis de emprego, quer vencendo o desafio do combate ao desemprego, quer promovendo as condições de empregabilidade dos que estão actualmente empregados, reduzindo os riscos do desemprego, nomeadamente junto dos trabalhadores mais idosos e menos qualificados, assim como os jovens à saída do sistema educativo e de formação, devidamente qualificados, e as mulheres; 2 - Gerir de forma preventiva e precoce, intervindo numa lógica de proximidade, os processos de reestruturação e deslocalização empresarial, contribuindo para o aumento do desemprego, em particular do Desemprego de Longa Duração (DLD) em especial nas pessoas com mais de 45 anos; 3 - Assegurar que, num contexto sócio-económico menos favorável, as desigualdades e dinâmicas de segmentação ou de exclusão do mercado de trabalho dos grupos mais desfavorecidos não se acentuem de forma insustentável. Face ao exposto, actualmente, Portugal confronta-se com um conjunto de desafios ligados à evolução do mercado de trabalho e da economia, associados a aspectos estruturais (défices e vulnerabilidades em termos de crescimento sustentado, competitividade e emprego). 68

69 POPULAÇÃO ACTIVA, EMPREGO E DESEMPREGO EM PORTUGAL O contexto conjuntural da economia portuguesa tem-se revelado particularmente difícil nos últimos anos, apesar de, como o demonstram os dados que iremos apresentar, já se terem registado em 2006 algumas melhorias, nomeadamente ao nível do crescimento do número da população empregada. A população empregada aumentou em 2006, contrariando o período de quebra e relativa estagnação iniciado em 2003 e verificado até (Gráfico n.º 14), contribuindo para tal o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e, possivelmente, o adiamento progressivo da idade da reforma, bem como a dinâmica dos fluxos imigratórios. Gráfico n.º 13 População empregada Fonte: INE Inquérito ao Emprego, 2006 Assim, em 2006 o emprego recuperou da relativa estagnação observada nos anos anteriores, com a população empregada a registar um aumento anual de 0,7%, a que correspondeu um total de 36,9 mil indivíduos. Gráfico n.º 14 Taxa de Actividade da população total, por sexo Fonte: INE Inquérito ao Emprego,

70 Analisando a evolução em 2006 de acordo com a situação perante a profissão (Gráfico n.º 15), verifica-se que o aumento do número de empregados resultou de: 1) uma diminuição do emprego dos trabalhadores por conta própria, pelo terceiro ano consecutivo, combinado com 2) um acréscimo no número de trabalhadores por conta de outrem (dos quais quase 69,0% com contrato a termo), o que pode reflectir a realidade da precarização das condições de trabalho (Gráficos nºs 15 e 16). Gráfico n.º 15 População empregada, por situação na profissão Fonte: INE Inquérito ao Emprego, 2006 Gráfico n.º 16 Trabalhadores por conta de outrem, segundo o tipo de contrato Fonte: INE, Inquérito ao Emprego, 2006 O ano de 2006 caracterizou-se, essencialmente, pela atenuação da trajectória ascendente da taxa de desemprego observada nos últimos anos, registando um valor apenas ligeiramente superior ao de (Gráfico n.º17). 70

71 Porém, o efeito acumulado traduziu-se num nível de desemprego na ordem de 427,8 mil indivíduos em 2006, a que correspondeu a taxa de desemprego de 7,7%, com um aumento de 5,5 mil indivíduos desempregados (Gráfico n.º 17). A desaceleração do crescimento da taxa de desemprego em 2006, também se verificou para as mulheres (taxa de desemprego de 9,0%) e para os activos mais jovens (dos 15 aos 24 anos, 16,3%), Gráfico nº 19. No entanto, estes continuam a ser os dois grupos populacionais com taxas de desemprego sistematicamente acima da média global. Relativamente à população feminina, pode-se explicar através de várias variáveis, destacando-se a dificuldade de conciliação da vida profissional e familiar. Gráfico n.º 17 Taxa de desemprego Fonte: INE Inquérito ao Emprego, 2006 Gráfico n.º 18 Evolução do número de indivíduos Desempregados Fonte: INE Inquérito ao Emprego,

72 Gráfico n.º19 Taxa de Desemprego, por grupo etário Fonte: INE - Inquérito ao emprego, 2006 A ESTRATÉGIA DE COMBATE E PREVENÇÃO DO DESEMPREGO Portugal terá de enfrentar, com eficácia acrescida, os grandes estrangulamentos estruturais da nossa sociedade, designadamente no que se refere ao: 1) baixo nível de escolarização e qualificação profissional da população portuguesa, com implicações fortemente negativas no acesso ao mercado de trabalho; e ao 2) sistema de protecção social, que enfrenta problemas de sustentabilidade financeira e também de utilização fraudulenta das prestações que assegura. No ano de 2006, existiam em Portugal 96,9 inactivos por cada 100 empregados. Este indicador serve para medir o grau de dependência dos inactivos, das contribuições dos empregados de uma sociedade (Gráfico n.º 20). Gráfico n.º 20 População empregada/inactiva Fonte: INE, Inquérito ao Emprego,

73 A actuação governativa nesta matéria tem-se pautado pela sintonia com as conclusões do Conselho da Primavera de 2007, em particular com a orientação aos Estados-Membros no sentido de «desenvolver políticas que promovam [ ] o papel dos jovens, nomeadamente a sua transição da escola para a vida laboral, dos idosos e das pessoas com baixas qualificações enquanto participantes activos na economia e no mercado de trabalho, com o objectivo de utilizar todo o seu potencial para contribuir para o desenvolvimento económico e social das nossas sociedades». O Conselho Europeu, nas suas conclusões, aponta para a necessidade de «aumentar a participação no mercado de trabalho, em especial [ ] das pessoas com deficiência e ainda dos migrantes legais e das minorias» (2006). Em Portugal, são diversas as iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas em matéria de implementação de políticas inclusivas, em particular no âmbito do enquadramento da Estratégia Nacional para a Protecção Social e a Inclusão Social , na qual se realça a sua forte interacção com o Plano Nacional para o Emprego (PNE). As medidas activas de emprego e formação têm conhecido um percurso muito diversificado ao longo das últimas décadas, procurando adaptar-se às transformações estruturais e conjunturais ocorridas no mercado de trabalho, designadamente no que respeita à mudança nas características e qualificações dos trabalhadores e nas entidades empregadoras. No sentido de responder a estas necessidades de adaptação, têm vindo a ser criados mecanismos de gestão preventiva e acompanhamento, de forma a minimizar eventuais efeitos negativos, o que justificou, o lançamento de programas de intervenção junto de públicos específicos de desempregados: 1. Programa para Jovens Desempregados entre os 15 e os 22 anos, que tem como principal componente a integração em percursos formativos de dupla certificação. 2. Programa de Intervenção para Desempregados entre 31 e 54 anos, aos quais foram apresentadas Ofertas de Emprego. Os desempregados deste grupo que, pelo seu perfil de empregabilidade, não reuniam condições para a integração directa no mercado de trabalho, foram encaminhados maioritariamente para actividades ocupacionais, acções de formação profissional ou intervenções de orientação profissional. 3. Tendo um carácter recente, ainda numa fase embrionária de implementação, encontra-se em elaboração a portaria regulamentadora dos Programas Ocupacionais e Programa de Voluntariado Sénior. 73

74 No entanto, já foi elaborado o PROMOTI Programa de Promoção Motivacional, actuando, por um lado, no reinvestimento dos desempregados mais velhos no seu percurso profissional e, por outro, na sua capacitação, com mais saberes e competências, para poderem desempenhar uma actividade profissional com bons níveis de produtividade e de realização pessoal, com vista a relevar o papel dos idosos e dar importância ao aproveitamento do seu potencial, nomeadamente no mercado de trabalho. Em matéria de promoção do envelhecimento activo, existe o Programa activo15, que não só na previne (pelo combate à saída precoce do mercado de trabalho) mas também recupera, fornecendo orientação profissional, formação profissional, processos RVCC e formação de reconversão e aperfeiçoamento profissional com vista à plena integração no mercado de trabalho. Estas medidas contribuem para promover a valorização pessoal e social e os níveis de empregabilidade, dando prioridade aos trabalhadores mais velhos no recrutamento de ofertas que cobrem necessidades sociais não satisfeitas pelo mercado. 4. Programa de Intervenção para Desempregados Qualificados, sendo motivados a adoptar atitudes proactivas e utilizar, autonomamente, as Tecnologias de Informação e Comunicação para a sua inserção profissional. 5. Estágios Profissionais, enquanto forma privilegiada de promover com sucesso a transição do sistema de educação e formação para o mercado de emprego, incluindo a medida de estágios profissionais de natureza geral gerida pelo IEFP, os Estágios na Administração Pública Central, e nas Autarquias Locais no âmbito do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, os Estágios promovidos no âmbito do INOV-JOVEM e os estágios de luso-descendentes. 6. Programa de Inserção de Mestres e Doutores nas Empresas e Centros Tecnológicos visa apoiar a inserção de recursos humanos altamente qualificados nas empresas para exercerem funções que exigem autonomia. 7. Programa de Intervenção no Mercado de Trabalho Inclusivo, procura soluções individuais orientadas para percursos de inserção das pessoas mais afastadas do mercado de trabalho (beneficiários do Rendimento Social de Inserção - RSI, pessoas com problemas de toxicodependência, ex-reclusos, jovens em risco e grupos étnicos e culturais minoritários), através de respostas ajustadas a públicos específicos, fomentando a sua participação activa e assegurando uma estreita articulação com respostas e apoios complementares à formação profissional e emprego, designadamente ao nível da saúde e segurança social. 74

75 No âmbito deste programa, merece especial destaque: 1) o apoio à inserção /reinserção profissional dos beneficiários RSI; 2) os Programas Ocupacionais para Carenciados, 3) a Rede Inclusão, assente numa metodologia de intervenção de articulação entre os Centros de Emprego e os Núcleos Locais de Inserção, bem como num programa específico de mediação (desenvolvido por uma rede de entidades externas), denominado Programa Integrado de Mobilização Individual; e 4) o Programa Vida-Emprego, que integra uma parceria activa entre o SPE e o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Programa de Formação Profissional e Emprego para Pessoas com Deficiência, com uma estratégia de intervenção assente numa rede existente (Centros e Núcleos de Reabilitação Profissional, Centros de Emprego e Formação, Empresas e outras entidades empregadoras e estruturas de formação), visa promover a empregabilidade de pessoas com deficiência com dificuldades acrescidas em aceder, manter-se e progredir numa situação de emprego. Igualdade de género no Plano Nacional de Emprego As mulheres representam um público específico face às desigualdades de tratamento a que estão sujeitas, nomeadamente ao nível de: 1) inserção no mercado de trabalho; 2) condições de trabalho; 3) remunerações; 4) representação na tomada de decisão; 5) repartição das responsabilidades familiares e domésticas, entre outras. Pela execução da política activa de emprego e formação, verifica-se que as mulheres são as maiores beneficiárias de apoios, através de empresas de inserção, dos programas ocupacionais e dos apoios à contratação. Desempenhando um papel fundamental na conciliação da vida profissional com a vida familiar e constituindo um exemplo incontornável de promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, é o investimento em creches e qualificação de amas, através do Programa de Alargamento de Equipamentos Sociais (PARES) e do Programa de Apoio ao Investimento em Equipamentos Sociais (PAIES), concomitantemente, com o alargamento dos horários das escolas do ensino básico. O novo regime jurídico de Protecção no Desemprego, em vigor desde o início de 2007, passou a exigir o cumprimento de deveres no sentido da promover a empregabilidade do próprio indivíduo, entre os quais se destaca: 1) O cumprimento do dever de procura activa e a obrigação de apresentação quinzenal nos centros de emprego, dos serviços locais da segurança social ou de outras entidades que celebrem protocolos com o IEFP para esse efeito, visando assegurar um serviço de proximidade aos cidadãos beneficiários de prestações de desemprego; 75

76 2) A clarificação do conceito de emprego conveniente, delimitando as situações em que são admitidas as recusas a ofertas de emprego ou outras intervenções postas à disposição dos beneficiários e tendo em consideração as especificidades decorrentes das estruturas familiares, nomeadamente a conciliação da vida familiar com a vida profissional; 3) Regras para alargar o prazo de suspensão das prestações de desemprego por exercício de actividade profissional, procurando garantir aos trabalhadores a possibilidade de usufruir do montante da prestação inicial, estimulando, deste modo, os esforços dos beneficiários e a capacidade de investigação e desenvolvimento, com o objectivo de promover a inovação e aumentar a competitividade das empresas. 76

77 RESPOSTAS E MEDIDAS DE COMBATE AO DESEMPREGO E APOIO AO EMPREGO OFERECIDAS PELO CENTRO DE EMPREGO, IEFP Na implementação das medidas, o IEFP constitui-se como o Serviço Público de Emprego (SPE) nacional e tem como missão promover a criação e a qualidade do emprego e combater o desemprego através da execução das políticas activas, tendo um papel preponderante ao nível dos apoios e incentivos para Candidatos a Emprego: 1. Mobilidade Geográfica Pretende incentivar a deslocação dos desempregados e família, de zonas de elevadas taxas de desemprego para zonas de elevados índices de emprego, assim os desempregados que residam num concelho abrangido pela Portaria nº 474/87 3, e não tendo a possibilidade de conseguir emprego na área de residência, podem ser contratados, com o apoio do IEFP, sem prazo ou prazo não inferior a dois anos, num concelho de destino abrangido pela referida portaria. No entanto, segundo informação do Centro de Emprego de Águeda, este programa nos últimos anos não tem tido candidaturas. 2. Estágios 2.1. Programa Estágios Profissionais Tem como objectivo promover a inserção de jovens na vida activa, complementando uma qualificação anteriormente adquirida com uma formação prática, em contexto laboral, que permita a aquisição de competências sócio-profissionais, contribuindo para o recrutamento e a integração de jovens quadros nas empresas, tendo o estágio a duração de 9 meses, podendo prolongar-se, excepcionalmente, até 12 meses. Podem beneficiar desta medida: Jovens entre os 16 e 30 anos (se forem pessoas com deficiência não existe limite máximo de idade), habilitados com qualificação de nível superior - níveis 4 e 5, ou de nível intermédio - níveis 2 e 3 - que reúnam uma das seguintes condições: Desempregados à procura do primeiro emprego, que não tenham desenvolvido qualquer tipo de actividade profissional por período superior a 1 ano; Desempregados à procura de novo emprego que tenham entretanto adquirido qualificação e não tenham tido ocupação profissional nessa área, por período superior a 1 ano INOV JOVEM Medida 1 A Medida 1 do Programa INOV-JOVEM apoia a realização de estágios profissionais em PME, visando a inserção dos jovens nas empresas, complementando a sua qualificação através de formação prática em contexto de trabalho. 3 Pela referida Portaria, Águeda é concelho de destino, no entanto, é de salientar que a legislação vigente é datada de

78 São consideradas as seguintes áreas: Artes e Humanidades; Engenharia, Indústria Transformadora/Construção; Ciências Sociais, Comércio e Direito; Saúde e Protecção Social; Ciências, Matemática e Informática; Serviços Estagiar em Portugal Esta medida tem como objectivo, promover e facilitar a inserção profissional de jovens portugueses e luso descendentes residentes no estrangeiro, com idades entre os 18 e os 30, com diploma de ensino superior ou formação técnico-profissional de nível 3, através da realização de estágio com a duração de nove meses a decorrer em território continental nacional. 3. Criação do Próprio Emprego ou Empresa Esta medida pretende incentivar e apoiar (através de apoio técnico e financeiro) projectos que dêem lugar à criação de novas entidades, independentemente da forma jurídica Apoios a Iniciativas Locais de Emprego (ILE) As novas entidades devem originar a criação líquida de postos de trabalho, contribuindo para a dinamização das economias locais, mediante a realização de pequenos investimentos. Os destinatários, individuais (idade mínima de 18 anos) ou associados, são: Desempregados; Jovens à procura de 1º emprego; Trabalhadores empregados, mas em risco de desemprego. Apoios especiais a outras ILE Podem ainda ser apoiados projectos em que, pelo menos, metade dos promotores não sejam desempregados ou jovens à procura do 1º emprego, ou quando as actividades não constem das áreas elegíveis, mas sejam consideradas excepcionalmente relevantes para a prossecução dos objectivos da política de emprego e demonstrem particular dificuldade em aceder a formas de financiamento alternativas, desde que as restantes condições de acesso se verifiquem Programa Iniciativas Locais de Emprego de Apoio à Família Visam incentivar o surgimento de novas entidades no âmbito dos serviços de apoio à família. As áreas de actividade elegíveis: Apoio a idosos - apoio domiciliário, acompanhamento e actividades de lazer; Guarda e apoio de crianças - "baby-sitting" e assistência a crianças e jovens com dificuldades escolares; Apoio pedagógico a crianças, jovens e adultos, ao domicílio ou em salas de estudo; 78

79 Apoio às actividades domésticas - confecção e/ou entrega de refeições, lavandaria e engomadoria, trabalhos de modista ou arranjos de roupa; Outras actividades a definir pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social. 3.3 Apoio a Projectos promovidos por beneficiários de prestações de desemprego Esta medida pretende apoiar projectos de emprego promovidos por beneficiários das prestações de desemprego, desde que assegurem o seu emprego a tempo inteiro, e tenham viabilidade económica e financeira. Considera-se, ainda, projecto de emprego a adesão do beneficiário a qualquer entidade que revista a forma associativa, bem como a sua participação no capital social de sociedades já constituídas, desde que as mesmas se obriguem a assegurar o seu emprego a tempo inteiro e demonstrem capacidade financeira. 4. Programa Vida Emprego Esta medida visa permitir a indivíduos toxicodependentes em idade activa, que se encontrem ou tenham terminado processos de tratamento, quer em comunidades terapêuticas, quer em regime ambulatório, (incluindo os que estão em processo de tratamento no quadro do sistema prisional), a reinserção social e profissional, como parte integrante do seu processo de tratamento, sendo necessário o terapeuta responsável pelo acompanhamento atestar que este tem condições para assumir tais responsabilidades. No âmbito deste programa, existem as seguintes medidas: 4.1 Estágios de Integração Sócio-Profissional 4.2 Apoios ao Auto-Emprego 5. Programas Ocupacionais (POC s) Esta medida pretende proporcionar a desempregados, uma ocupação temporária socialmente útil, enquanto não lhes surgirem alternativas de trabalho ou formação, mantendo-os em contacto com outros trabalhadores e actividades, prevenindo assim, o isolamento social e a tendência para a desmotivação e marginalização, proporcionando-lhes também um subsídio ocupacional. A integração numa actividade ocupacional proporciona experiências que poderão abrir portas noutras áreas de actividade profissional. São beneficiários destas medidas: Desempregados subsidiados; Desempregados em situação de comprovada carência económica. 79

80 6. Empresas de inserção Permitem a desempregados de longa duração e/ou desempregados em desfavorecimento face ao mercado de trabalho a aquisição e o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais através do exercício de uma actividade profissional, admitindo-os numa Empresa de Inserção, onde deverão seguir um Plano Individual que pode incluir: - Formação Profissional - 6 meses; - Profissionalização - exercício de uma actividade profissional, regulada por um contrato de trabalho a termo certo, não inferior a 6 nem superior a 24 meses. 7. Unidades de inserção na Vida Activa (UNIVA) As UNIVAS visam apoiar os jovens desempregados, no processo de transição para a vida activa, especialmente candidatos ao 1º emprego. Estas unidades prestam apoio, nomeadamente: Informação escolar e profissional; Aquisição de técnicas de procura de emprego; Divulgação de ofertas de emprego e formação; Integração em estágios profissionais; Colocação e acompanhamento na inserção. 8. Clubes de Emprego - prestam serviços de apoio (técnico e financeiro) através de um acompanhamento personalizado a desempregados, especialmente os de longa duração, facultando informação sobre o mercado de emprego e ofertas de formação profissional, tendo em vista a reinserção profissional. Estes Clubes prestam apoio nomeadamente: Diagnóstico individual e avaliação de hipóteses de reinserção; Aquisição e treino em técnicas activas de procura de emprego; Informação sobre oportunidades de emprego e formação profissional. Em Portugal o empreendedorismo está a ser fomentado, quer pelas medidas disponibilizadas no quadro do SPE, quer entre outras, através das seguintes medidas: - Programa empreender+ com o objectivo: 1) induzir atitudes/comportamentos propícios ao desenvolvimento de uma cultura inovadora, tecnológica e empreendedora; 2) desenvolver competências instrumentais para o empreendedorismo (criação de laboratório de empreendedorismo, dinamização de bolsa de ideias e meios de implementação de programas de Formação para Empreendedores); 3) dinamizar redes de investidores privados (business angels) e 4) fomentar o arranque de novas empresas. 80

81 - FINICIA Programa lançado em Fevereiro de 2006, que tem como principal objectivo favorecer as dinâmicas de empreendedorismo e crédito. Assim, pretende-se apoiar projectos inovadores e facilitar a concretização de ideias seleccionadas no âmbito de iniciativas de fomento ao espírito empreendedor, em particular os oriundos do meio académico (spin-offs). - Rede de Facilitadores do Empreendedorismo, pretende reforçar e consolidar uma rede, que permitirá partilhar experiências e saberes, potenciando a diversidade das suas valências específicas, numa complementaridade de acção. Existem um conjunto de estruturas que oferecem serviços em múltiplas vertentes de suporte ao início da actividade empresarial: a. Centros de Incubação de Negócios b. Centros de Inovação e Transferência de Tecnologia c. Centros de Formalidades das Empresas d. Agentes Financeiros Empresas de Trabalho Temporário - pretendem satisfazer as necessidades de mão-deobra pontuais, imprevistas ou de curta duração, no mercado de trabalho. Existe para acesso público, o registo nacional das Empresas de Trabalho Temporário, fornecido pelo IEFP. Rede EURES, Portal Europeu de Mobilidade Profissional - rede de cooperação formada por serviços públicos de emprego, com o objectivo de facilitar a livre circulação de trabalhadores no interior do Espaço Económico Europeu, permitindo consultar as ofertas de emprego na Europa. Relativamente à sub-área do emprego o Programa Operacional para o Potencial Humano (POPH), procura estimular a criação e a qualidade do emprego, destacando a promoção do empreendedorismo e os mecanismos de apoio à transição para a vida activa, através do: Eixo Prioritário 5 Apoio ao Empreendedorismo e à Transição para a Vida Activa, integra diferentes instrumentos que visam promover o nível, qualidade e mobilidade do emprego, privado e público, pelo incentivo ao espírito empresarial, do apoio à integração no mercado de trabalho de desempregados, do apoio à transição para a vida activa e do incentivo à mobilidade. Pretende-se, deste modo, facilitar os processos de inserção e reinserção profissional, assegurando uma abordagem integrada dos factores que podem promover o desenvolvimento de uma cultura empreendedora na sociedade portuguesa. 81

82 POPULAÇÃO ACTIVA, EMPREGO E DESEMPREGO NO CONCELHO No concelho de Águeda, lamentavelmente, não existem dados estatísticos actuais do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes à situação do emprego, bem como às suas características. No entanto, é possível registar aqui os dados recolhidos pelo INE, referentes a 2001, data do último recenseamento da população. Em 2001, como se pode verificar pelo Gráfico n.º 21, a população activa do concelho tinha uma representação de 50%, sendo que 56% eram homens e 44% mulheres, panorama semelhante ao do país, em que o número de homens activos é sempre superior ao das mulheres. É de realçar, também, a percentagem similar da população inactiva (Gráfico n.º 21). Gráfico n.º 21 População Inactiva Vs Activa % % População Activa População Inactiva Fonte: INE 2001 Gráfico n.º 22 População activa residente no concelho, em 2001 Fonte: INE 2001 Ao contrário do que se verifica na população activa, relativamente ao inactivos no Concelho em 2001, o número de mulheres nesta situação é claramente superior ao dos homens, provavelmente, pela idade média de vida ser superior para a população feminina. 82

83 Gráfico n.º 23 População Inactiva Residente no concelho, em 2001 Fonte: INE 2001 Conforme o gráfico nº 24, a população desempregada representava 1% da população residente, no entanto, realça-se que estes dados são do ano de 2001, não reflectindo a realidade actual, uma vez que nos ultimos anos, se tem verificado alguma recessão no sector industrial. Gráfico nº 24 População Desempregada Residente no concelho, em 2001 Fonte: INE 2001 Tendo em conta que os dados do INE datam de 2001, e apesar das formas de cálculo serem diferentes das utilizadas pelo IEFP, o que inviabiliza comparações entre a informação oriunda de fontes diferentes, achamos importante apresentar a informação disponibilizada pelo IEFP, referente ao mês de Abril, de 2004 até Assumindo que os dados não diferiram muito nos restantes meses, pode extrapolar-se esta realidade para os números médios anuais. Como se pode verificar pelo gráfico nº 25, o nº de desempregados aumentou de 2004 até 2006, diminuindo significativamente de número, a partir de Sendo a percentagem de mulheres desempregadas, sempre bastante superior à dos homens. 83

84 Gráfico nº 25 População Desempregada Residente no concelho, por sexo Total Homens Mulheres Fonte: IEFP, Mercado de Emprego: Estatísticas Mensais; Abril 889 Pelo Gráfico nº 26, percebemos que dos desempregados inscritos no Centro de Emprego de Águeda, a maioria dos indivíduos, encontra-se à procura de novo emprego. Apenas em Abril de 2008, a percentagem de indivíduos à procura de novo emprego foi inferior a 90%, não sendo no entanto, a diferença significativa, 1% Gráfico nº 26 População Desempregada por procura de emprego º emprego Novo emprego Fonte: IEFP, Mercado de Emprego: Estatísticas Mensais; Abril Ao longo dos anos em análise, conforme Gráfico nº 27, verifica-se que o número de inscritos no Centro de Emprego, à menos de um ano, foi sempre superior aos inscritos hà mais de um ano, o que demonstra que o desemprego em Águeda não é maioritariamente de longo duração Gráfico nº 27 Tempo de Inscrição no Centro de Emprego Menos de 1 ano Mais de 1 ano Fonte: IEFP, Mercado de Emprego: Estatísticas Mensais; Abril 84

85 CENTRO DE EMPREGO DE ÁGUEDA O Centro de Emprego de Águeda está inserido na Delegação Regional Centro e abrange 5 concelhos: Águeda Albergaria-a-Velha Anadia Oliveira do Bairro Sever do Vouga Estes Concelhos correspondem a uma área total de 924,2 Km2 e incluem uma população residente de habitantes. Águeda é uma cidade em franco desenvolvimento económico e social, estando no centro de uma das zonas mais industrializadas do país. As potencialidades e dinâmica destes concelhos reconhecem-se em três planos: - Uma efectiva presença de capacidade empresarial e de iniciativa, possível de congregar a indústria local para novos desenvolvimentos. - Existência de sectores de especialização e mão-de-obra que lhes está associada, de onde emergem actividades e capacidade produtiva capazes de se concertarem estrategicamente. - Existência de efeitos de aglomeração e de sinergias locais que podem valorizar, quer a capacidade instalada quer o desenvolvimento de novos nichos de mercado. Indivíduos activos, que estejam em situação de desemprego, poderão inscrever-se como candidatos a emprego no Centro de Emprego de Águeda, através de duas vias: Serviço NETemprego; Presencialmente, no Centro de Emprego. Ao inscrever-se no Centro de Emprego, os candidatos têm uma equipa técnica especializada, que os apoia a: Elaborar um Plano Pessoal de Emprego; Apresenta-lhe ofertas de emprego; Estabelece um Plano de Procura Activa de Emprego; Propõe acções que facilitam o acesso ao emprego. 85

86 Existe também no concelho um projecto - Rede de Cooperação para a Inovação e Competitividade em Águeda (RICÁgueda), promovido pela Câmara Municipal de Águeda e que visa dinamizar a participação dos agentes empresariais e institucionais locais na criação de uma rede formal de cooperação, que ajude a ultrapassar as dificuldades competitivas das empresas concelhias e a maximizar as suas potencialidades, pela via da inovação. Este projecto tem uma duração de 12 meses, estando em funcionamento desde Janeiro de 2008, é desenvolvido em colaboração com a Universidade de Aveiro, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), a Associação Empresarial de Águeda (AEA) e a Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins (ABIMOTA), tendo por base uma parceria entre a Câmara Municipal de Águeda e a Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no âmbito do Programa icentro -Programa Regional de Acções Inovadoras da Região Centro de Portugal, aprovado pela Comissão Europeia. 86

87 Problemáticas Identificadas Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre o Emprego, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho de Águeda em matéria de Emprego. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 5 problemas, ordenados do modo que se segue pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. N.º crescente de licenciados desempregados 2. Rede de transportes públicos regional deficitária e não facilitadora do acesso ao emprego, formação e educação 3. Reduzidas qualificações profissionais e académicas da população em idade activa e desadequação entre estas e as ofertas de emprego 4. Desconhecimento das necessidades de formação das entidades empregadoras 5. Maior dificuldade de acesso ao emprego e progressão na carreira por parte da população feminina em idade activa Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Emprego, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática. 1. N.º crescente de licenciados desempregados Segundo dados fornecidos pelo Centro de Emprego de Águeda, a 29 de Agosto de 2008, estavam inscritos 147 desempregados licenciados, dos quais 122 eram mulheres (83%) e 25 homens (17%). Comparando com os valores relativos ao mês de Junho de 2007, de 29 Licenciados Desempregados, e de 2006 de 12 Licenciados Desempregados, pode-se comprovar que efectivamente, tem aumentado o número de pessoas com formação superior não inseridas no mercado de trabalho. Também conforme, os dados fornecidos pelo Centro de Emprego, dos 147 licenciados inscritos, 57 estavam à procura de primeiro emprego (39%) e 90 de novo emprego (61%). 87

88 Pelo gráfico que se segue, pode-se verificar que a faixa etária mais afectada por esta problemática é a dos 26 aos 45 anos. Gráfico nº 28 Faixa etária dos Desempregados Licenciados inscritos no Centro de Emprego < 18 anos > 19 e < 25 > 26 e < 45 > 46 e < 65 > 66 Fonte: Centro de Emprego de Águeda, Junho de Torna-se, também, importante discriminar a área de formação dos licenciados inscritos no Centro de Emprego. Quadro n.º 22 Área de Formação dos Licenciados Inscritos no Centro de Emprego de Águeda Área de Formação Nº de Inscritos Serviço Social 14 Ensino Básico 10 Educadores Infância 10 Contabilidade 9 Psicologia 6 Eng.ª Química 6 Administração e Gestão Empresas 6 Economia 6 Administração Publica 6 Jornalismo e Comunicação 4 Direito 4 Animação Cultural 4 Química Industrial 4 Inglês / Alemão 3 Português / Inglês 3 Eng.ª Ambiente 3 Comercio Internacional 3 Sociologia 2 Terapia e Reabilitação 2 Marketing e Publicidade 2 Geografia 2 Matemática 2 Português / Alemão 2 Arquitectura 2 Design 2 Português / Francês 2 Física 2 Eng.ª Electrotécnica 1 Geologia 1 Eng.ª Materiais 1 Relações Empresariais 1 Relações Publicas 1 Técnicos Cardio-Pneumologistas 1 Gestão Industrial 1 88

89 Antropologia 1 Ciências Informáticas 1 Secretariado 1 Tecnologias Informação 1 Filosofia 1 Belas-Artes 1 Enfermagem 1 Francês / Inglês 1 Eng.ª Cerâmica e Vidro 1 Analises Clínicas 1 Português / Espanhol 1 Fonte: Centro de Emprego de Águeda, 29 de Agosto de 2008 Pela análise do Quadro nº 22, verifica-se que as áreas de formação em que existe um maior número de licenciados desempregados não coincidem com os ramos de actividade do tecido empresarial do concelho. Conforme os parceiros, as causas para este problema são tanto 1) a existência de cursos desadequados face à realidade, como 2) a falta orientação profissional nas escolas. Como consequências desta situação foram apenas referida a frustração e problemas de saúde associados. 2. Rede de transportes públicos regional deficitária e não facilitadora do acesso ao emprego, formação e educação Relativamente a este problema, primeiro há que salientar que a questão dos transportes, não se relaciona apenas com a cobertura da rede de transportes, tendo que se ter em consideração, também, a facilidade de acesso e o custo para os utilizadores. Tendo em conta a realidade concelhia, a nível de características Geomorfológicas e de distribuição demográfica (proporcionando o uso de transporte privado), assim como a dispersão dos serviços e do tecido empresarial e a sobreposição dos seus horários de funcionamento, tornase de difícil sustentabilidade financeira a existência de uma rede transportes públicos (nos moldes tradicionais) que abranja completamente todo o concelho, a custos que sejam acessíveis a toda a população. Neste âmbito, foi analisada a rede de transportes públicos, tendo-se verificado que a maioria das linhas/troços se focalizam no serviço às escolas. De salientar que está a decorrer, actualmente, um estudo para adaptação da Rede de Transportes à realidade e necessidades actuais, perspectivando-se a adopção de um modelo de transportes públicos alternativo. 89

90 De referir ainda, que não existe informação sobre o nível de satisfação da população. Para este problema, foi identificada como causa a dificuldade em garantir a sustentabilidade económica do Sistema de Transportes, assumindo como possível consequência 1) a dificuldade de acesso ao emprego e 2) Desemprego. 3. Reduzidas qualificações profissionais e académicas da população em idade activa e desadequação entre estas e as ofertas de emprego Referente às qualificações académicas da população, foram apresentados os dados na Sub Área da Educação e Formação, Gráfico nº 10 e 11, verificando-se que 14% da população não tem qualificação académica e que da população que tem qualificação académica, 82% possuía apenas o Ensino Básico, 12% o ensino secundário e somente 5,5% com ensino superior. Tendo sido reconhecidas como causas a 1) necessidade, por razões económicas, de entrar muito cedo no mercado de trabalho, 2) razões históricas (tradição, anunciadas na sub-área da educação e formação), podendo ter como consequência o desemprego. 4. Desconhecimento das necessidades de formação das entidades empregadoras Segundo informação dada pela AEA, aquando do levantamento das necessidades formativas dos seus associados, apenas uma percentagem muito pequena respondeu, não havendo outra informação sobre o tema. Para este problema os parceiros identificaram como causas 1) a inexistência de articulação entre as entidades empregadoras e formadoras, bem como 2) o facto de os diagnósticos existentes serem desadequados, reconhecendo que esta questão poderá levar 1) ao desajuste da formação às necessidades e 2) Desemprego. 5. Maior dificuldade de acesso ao emprego e progressão na carreira por parte da população feminina em idade activa Não existem dados que fundamentem a facilidade ou não de acesso e progressão na carreira por parte das mulheres, no entanto, pode verificar-se pelo Gráfico nº 24 que em 2001 existia no concelho uma percentagem maior de mulheres desempregadas, informação confirmada pelos dados fornecidos pelo Centro de Emprego de Águeda, Gráfico nº 25 e 28. Os parceiros, em Plenário Extraordinário de CLAS a 24 de Abril, consideraram por unanimidade como causas para este problema 1) os condicionalismos inerentes à maternidade, 2) a mentalidade e factores culturais e 3) os condicionalismos inerentes ao papel da mulher na família, tendo como consequência o aumento do desemprego feminino. 90

91 91

92 ÁREA CRIANÇAS, JOVENS E IDOSOS A FAMÍLIA EM PORTUGAL Falar de crianças, jovens e idosos implica, não só falar do indivíduo, mas sim da família construída segundo contextos e circunstâncias diversas, enquanto sistema sócio cultural, psicosocial e instância educativa, variável de sociedade para sociedade. A forma como a família é representada e conceptualizada foi sofrendo alterações ao longo dos tempos. A maior democratização das relações familiares teve como causa/efeito implicações na estrutura e dinâmica familiar, nomeadamente: menor poder do homem sobre mulher/filhos; indiferenciação de papeis; diminuição do peso económico na escolha do parceiro; e a redefinição das relações familiares. A família passou a ser perspectivada como grupo primário cooperativo, de satisfação das necessidades e em especial como espaço de socialização dos filhos, passando estes a ter um papel mais central, sobretudo a partir da Convenção dos Direitos da Criança (Criança é todo o ser humano menor de 18 anos, Artº 1º da Convenção Internacional Direitos da Criança), momento a partir do qual a criança é reconhecida como sujeito e actor social, pelo que além dos direitos a protecção e provisão, como seres sociais, têm também direitos à participação. Simultaneamente, o princípio da dignidade da pessoa humana, exposto constitucionalmente, bem como documentos internacionais garante desses direitos, serviram de paradigma para a defesa das novas relações, marcadas por traços da igualdade, individualidade e afectividade. A um nível macro, assiste-se actualmente a mudanças que estão a alterar a panorâmica da sociedade, que se traduzem em modificações demográficas, económicas, familiares e sociais, à escala global, o que nos torna cada vez mais permeáveis às influências externas. A par deste mesmo desenvolvimento, tem-se assistido a um aumento das desigualdades que se traduzem ao nível da pobreza e exclusão social. Em 2004, segundo o Eurostat, cerca de 21% da população portuguesa vivia abaixo do limiar de pobreza versus 16% para a União Europeia 25. De acordo com o PNAI a pobreza, enquanto fenómeno de natureza multidimensional, requer uma observação além dos rendimentos das famílias. Para esse efeito, uma abordagem multidimensional da pobreza é crucial, de forma a conhecer os múltiplos aspectos do bem-estar dos indivíduos e das famílias. Aqui a pobreza é entendida como privação - dificuldade de acesso a um nível mínimo de bem-estar. 92

93 Em 2001, cerca de 18,7% das famílias portuguesas estavam em situação de privação. As condições internas do alojamento, a posse de bens de conforto, a capacidade da satisfação das necessidades básicas e as redes de sociabilidade, são os aspectos de maior peso na explicação do grau de privação para as famílias em risco. Acima de tudo, são as famílias com crianças, as famílias numerosas e as famílias de única pessoa idosa que revelam um maior risco de privação. Neste sentido, não podemos deixar de olhar para as alterações demográficas e seus efeitos. Assim, assistimos a uma baixa dos níveis de natalidade e a um aumento da esperança de vida à nascença. Consequentemente, o total da população idosa, nos últimos 40 anos, de acordo com os dados do INE, mais do que duplicou, assumindo uma proporção superior à da população jovem. Este processo de transição demográfica conduz, mais uma vez, a alterações estruturantes na sociedade, em particular nas estruturas familiares. Ainda de acordo como o PNAI, a tendência em termos da evolução do padrão familiar confirma, em traços gerais, a da EU, as pessoas casam menos e mais tarde e as rupturas são mais frequentes, persiste ainda, a tendência para agregados familiares pequenos, com mais pessoas a viver sós, independentemente da faixa etária. Verifica-se também, um aumento significativo do número de crianças a viver com um só adulto e uma diminuição do número de casais com filhos. Não obstante a melhoria das condições de vida, a quebra da taxa de mortalidade infantil e o aumento da esperança de vida, entre outros, a verdade é que ainda continuam a subsistir algumas fragilidades com implicações negativas sobre a população, as quais continuam a facilitar o desencadear de processos de exclusão. 93

94 SUB - ÁREA CRIANÇAS A CRIANÇA PERANTE A SOCIEDADE Falar da criança, como já foi mencionado, implica acima de tudo falar da família, célula que lhe deu identidade. Parafraseando o preâmbulo da Convenção dos Direitos da Criança, estamos nós também convictos de que a Família, elemento natural e fundamental da sociedade para o crescimento e bem estar de todos os seus membros, em particular das crianças, deve receber a protecção e assistência necessárias para desempenhar plenamente o seu papel na comunidade, reconhecendo que a criança, para o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade, deve crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão. Nas situações de pobreza e exclusão social, são as crianças um dos grupos mais vulneráveis. De acordo com o PNAI, numa análise multidimensional da pobreza, continua-se a reforçar a ideia de que são as famílias com crianças, em particular as mais numerosas, que têm uma maior incidência de privação. Continuam a prevalecer outros riscos que colocam em causa o pleno desenvolvimento das crianças e a sua própria segurança, tais como: situações de abandono e negligência, maus-tratos, exposição a modelos de comportamento desviante, trabalho infantil, entre outros. Apesar da protecção social às famílias ter contribuído para o aumento do bem estar das crianças, a verdade é que, as famílias, nomeadamente as mais jovens, de baixos rendimentos e de baixas qualificações, continuam a enfrentar desafios resultantes das dificuldades de conciliação da sua actividade profissional com os cuidados dos filhos, da multiplicidade de formas de vida familiar existentes e das novas exigências do novo estatuto da criança. Garantir o pleno desenvolvimento das crianças, tem sido uma preocupação de todos, que tem levado ao surgimento de um conjunto de medidas com o objectivo de combater a reprodução intergeracional de pobreza na promoção da inclusão social. 94

95 MEDIDAS E POLITICAS DE APOIO À POPULAÇÃO INFANTIL Iniciativa para a Infância e Adolescência (INIA) A INIA é uma iniciativa do Governo que surgiu pela necessidade de estabelecer uma planificação global e um tronco comum de actuação, nomeadamente ao nível da saúde, educação, formação, cultura, ambiente e segurança, garantindo a todas as crianças, adolescentes e respectivas famílias, residentes em Portugal, o respeito pelos seus direitos fundamentais, sem qualquer discriminação (sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual), com critérios homogéneos de acção, rentabilizando recursos e potenciando os melhores resultados. Tendo em conta os instrumentos jurídicos e os documentos de política existentes no momento - a Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, Lei nº 147/99, de 1 de Setembro; a Lei Tutelar Educativa, Lei nº 166/99, de 14 de Setembro; o Plano Nacional de Acção para Inclusão 2006/08, PNAI importa salientar aquilo que são os grandes desígnios nacionais para os grupos populacionais mais jovens: 1. Fomentar o conhecimento sobre os direitos e necessidades da infância e da adolescência; 2. Potenciar as políticas de infância e adolescência, através da coordenação da acção dos diversos serviços e entidades envolvidos; 3. Conceber e implementar sistemas de diagnóstico e informação a nível nacional; 4. Promover políticas de apoio às famílias, particularmente no que concerne à conciliação da vida pessoal, familiar e profissional e à superação de especiais vulnerabilidades; 5. Garantir a todas as crianças e adolescentes a igualdade de oportunidades de acesso a cuidados de saúde de qualidade; 6. Garantir a todas as crianças e adolescentes a igualdade de oportunidades e acesso a uma educação de qualidade; 7. Promover estilos de vida saudáveis junto das crianças e adolescentes; 8. Facilitar o acesso das crianças e adolescentes aos bens e ao conhecimento sobre o património cultural; 9. Definir e implementar critérios de qualidade nos espaços, estruturas e serviços utilizados por crianças e adolescentes; 10. Promover a segurança nos espaços físicos e virtuais utilizados pelas crianças e adolescentes, bem como a salvaguarda do direito à imagem nos meios de comunicação social. O Instituto da Segurança Social, I.P. promove respostas específicas, bem como acções direccionadas a toda a população infantil e de apoio à família: 95

96 1. Creche Familiar Resposta destinada a crianças até aos 3 anos, através de um serviço prestado por pessoa idónea que cuida de crianças, pelo período correspondente ao trabalho ou impedimento dos pais. 2. Creche Resposta de âmbito sócio-educativo que se destina a crianças até aos 3 anos, durante o período correspondente ao trabalho dos pais, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento harmonioso e global, cooperando com as famílias no seu processo educativo. 3. Estabelecimento de Educação Pré- Escolar Resposta vocacionada para o desenvolvimento da criança (entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico) proporcionando actividades educativas e de apoio à família, sendo uma resposta integrada da Segurança Social e do Ministério da Educação. 4. Centro de Actividades de Tempos Livres Resposta que se destina a proporcionar actividades do âmbito da animação sócio-cultural a crianças, tendencialmente, a partir dos 6 anos e a jovens, nos períodos disponíveis das responsabilidades escolares e de trabalho. Os Centros de actividades de tempos livres podem revestir várias formas, nomeadamente: para acompanhamento/inserção (animação de rua, actividades de porta aberta); para prática de actividades especializadas (desporto, bibliotecas, ludotecas, ateliers de expressão, cineclubes, clubes de fotografia); para multiactividades (onde se enquadram os clássicos centros de ATL), sendo uma resposta integrada da Segurança Social e do Ministério da Educação. 5. Centro de Férias e Lazer Resposta que proporciona a crianças e jovens estadia temporária, fora do domicilio familiar, por ocasião das férias escolares, de trabalho ou outras, que pretende satisfazer necessidades de lazer e de quebra da rotina, essencial ao equilíbrio físico, psicológico e social. Os centros de férias podem revestir várias formas, nomeadamente centros maternais, colónia de férias, campos de férias, campos de trabalho, acampamentos. 6. Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) Resposta social destinada a crianças e jovens em situação de perigo e suas famílias, desenvolvida através de um serviço vocacionado para o estudo e prevenção de situações de risco social, concretizado na comunidade, através de equipas multidisciplinares. 96

97 7. Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens Resposta social desenvolvida através de um serviço, destinada ao apoio a crianças e jovens, em situação de perigo, desinseridas a nível sócio-familiar, e em risco, que subsistem pela via de comportamentos desviantes, promovendo a reintegração na família, escola e comunidade; 8. Acolhimento Familiar para Crianças e Jovens Resposta destinada a crianças e jovens em situação de perigo, cuja medida de promoção e protecção assim o determine, consistindo na atribuição da responsabilidade pela criança/jovem, a uma família ou a pessoa singular, habilitada para o efeito, visando a sua integração em meio familiar, assegurando-lhes os cuidados e a atenção que a sua família não lhe pode proporcionar; 9. Centro de Acolhimento Temporário (CAT) Resposta social que têm por finalidade o acolhimento urgente e transitório de crianças e jovens (até aos 18 anos), de duração inferior a seis meses, decorrente de abandono, maus-tratos, negligência ou outros factores, criando condições para a definição do projecto de vida de cada criança/jovem, com vista ao seu adequado encaminhamento. 10. Lar de Infância e Juventude Resposta social que tem por finalidade o acolhimento de crianças/jovens, em situação de perigo (até aos 18 anos) de duração superior a 6 meses, com base na aplicação de medida de promoção e protecção, no sentido de lhes proporcionar estruturas de vida tão próximas quanto possível às das famílias, com vista ao seu desenvolvimento global, criando condições para a definição do projecto de vida de cada criança/jovem. 11. Apartamento de Autonomização Resposta desenvolvida em apartamento inserido na comunidade local, destinada a apoiar a transição para a vida adulta de jovens (idade superior a 15 anos) que possuam competências pessoais específicas. As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) são instituições oficiais não judiciais, implementadas por concelho/comarca, que têm por objectivo principal a protecção das crianças e jovens em perigo, envolvendo a participação dos pais ou seu representante legal, de forma a evitar ou protelar a intervenção judicial. Estas Comissões são acompanhadas, apoiadas e avaliadas pela Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, à qual cabe a planificação da intervenção do Estado e a coordenação, acompanhamento e avaliação dos organismos públicos e da comunidade na protecção das crianças e jovens em risco. 97

98 O Observatório Permanente da Adopção (OPA) Criado em Abril de 2006, por Protocolo de Cooperação entre o Ministério da Justiça, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, e o Centro Direito da Família, é uma estrutura independente, que tem por objectivo acompanhar e apreciar o desempenho, a nível nacional, das instituições de acolhimento de crianças e jovens em perigo, das CPCJ, dos Organismos de Segurança Social, da Autoridade Central competente em matéria de Adopção Internacional e dos Tribunais, no que se refere à definição e concretização do projecto de adopção de crianças e jovens privados do direito de crescer e desenvolver-se harmoniosamente no seio da sua família biológica. Programa de inserção social Ser Criança O Programa Ser Criança tem como objectivo a prevenção e eliminação de situações de desprotecção social que atingem as crianças/jovens e suas famílias, através do apoio ao desenvolvimento de projectos dirigidos à família e comunidade, promovendo novas metodologias de intervenção e investigação-acção. A concepção e execução dos projectos, deve obedecer aos seguintes princípios gerais: a) Participação das crianças/jovens e suas famílias como agentes do próprio processo de mudança. b) Envolvimento da comunidade mediante o estabelecimento e integração de redes de solidariedade locais; c) Parceria interinstitucional e intersectorial, garantindo o desenvolvimento de uma intervenção integrada, participada e coordenada territorialmente; d) Intervenção Precoce, promovendo respostas que actuem preventivamente nos factores de risco social e ou de deficiência que afectam as crianças; e) Flexibilidade e Inovação, motivando o desenvolvimento de capacidades criativas na acção, de modo a demarcar-se das respostas tradicionais. 98

99 A POPULAÇÃO INFANTIL RESIDENTE NO CONCELHO DE ÁGUEDA No ano de 2001, a percentagem de população residente com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos era de 16%. Gráfico nº 29 Crianças Residentes no Concelho de Águeda Fonte: INE 2001 RESPOSTAS E MEDIDAS DE APOIO À INFÂNCIA EXISTENTES NO CONCELHO No concelho de Águeda também existem desigualdades sociais, que ao longo dos anos foram sendo alvo de investimentos por parte de IPSS s e de projectos financiados por fundos públicos e privados, tais como: Grupos Comunitários (promoveram a criação e alargamento de equipamentos/respostas sociais); Programa de Luta Contra a Pobreza; Programa VIDA; Programa do IDT; Programa SER CRIANÇA; Programa ESCOLHAS 2ª e 3ª Geração (promoção de competências pessoais e sociais de crianças, jovens e adultos); Outros. 99

100 A Fonte A. de Pais e Encarregados de Ed. de Águeda ABARCA A. Barroense de Recreio, Cultura e Assistência Arca de Botaréu ARCOR A. Recreio e Cultural de Óis de Ribeira Associação Baptista de Águeda "Shalom" A. Fermentelense de Assistência a Crianças e Pessoas de 3ª Idade Associação Social e Cultural de Serém Associação Sr.ª da Esperança Bela Vista Casa do Povo de Valongo do Vouga CASAS C. de Apoio Social de Segadães Centro de Bem Estar Social de Macinhata Centro Social de Belazaima Casa do Redolho Centro Social Infantil de Aguada de Baixo Centro Social Paroquial da Borralha Centro Social Paroquial de Recardães Centro Social Paroquial Valongo Vouga LAAC - Liga dos Amigos de Aguada de Cima O Catraio O Mágico Os Pioneiros Patronato Nossa Sr.ª das Dores Santa Casa da Misericórdia Nome Quadro nº 23 Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas às Crianças Jardim CAT - Creche Creche de ATL Crianças e Familiar Infância jovens Capacidade de resposta 75 Taxa ocupação Não Solicitado Capacidade de resposta Taxa de ocupação 100% 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 75% 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta 43 Taxa de Ocupação 82% Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 100% 80% Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 88% Não Solicitado Capacidade de Resposta 23 Taxa de Ocupação Dados não fornecidos CAFAP Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 100% 93.20% Não Solicitado Capacidade de Resposta 60 Taxa de Ocupação Não Solicitado Capacidade de Resposta 64 Taxa de Ocupação Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 80% 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 65% 65% Não Solicitado Não Solicitado Não Solicitado Lar de Crianças e Jovens Capacidade de Resposta Dados não Dados não Não Taxa de Ocupação Não Solicitado fornecidos fornecidos Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 90% 92% Capacidade de Resposta Dados não Taxa de Ocupação 65% Não Solicitado fornecidos Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 100% 100% Não Solicitado Não Solicitado Dados não Dados não Capacidade de Resposta fornecidos fornecidos Taxa de Ocupação 100% 80% Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 100% 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação 70% 100% Não Solicitado Capacidade de Resposta 50 Taxa de Ocupação Não Solicitado Capacidade de Resposta Dados não Taxa de Ocupação 70% fornecidos Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação Dados não Dados não fornecidos fornecidos Não Solicitado Capacidade de Resposta Taxa de Ocupação Dados não fornecidos Dados não fornecidos Não Solicitado Total de respostas existentes Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude 100

101 Os dados relativos às capacidades das respostas apresentadas no quadro anterior, são os constantes na base de dados dos Serviços de Acção Social da Câmara Municipal, fornecidos pelas respectivas Instituições, datados de Agosto/Setembro de Verifica-se no entanto, discrepância nos totais das diferentes valências relativamente aos dados fornecidos pelo Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro de Janeiro de 2008, pelo que, consideramos estes últimos mais actualizados. Assim, o Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro apresenta para a valência de creche capacidade para 593 crianças, para Jardim-de-infância de 893, para Actividade de Tempos Livres (ATL) de 1220 e para creche familiar de 60. Reflectindo-se numa taxa de cobertura (rácio entre o número de lugares existentes e o número de habitantes em idade de frequência) de 41% para creche, 61,7% para Jardim-deinfância, para ATL 25,1% e para creche familiar de 4%, numa taxa de cobertura total para a Infância e Juventude de 35,5%. De salientar que segundo os dados fornecidos pelas Instituições em Abril de 2008, relativamente a creche, em 8 das 14 Instituições que responderam (num total de 18), a taxa de ocupação era inferior a 100%, assim como relativamente a Jardim de Infância, em que 8 das 13 Instituições que responderam (num total de 19), a taxa de ocupação também era inferior a 100%. Figura nº 9 Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas às Crianças Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude 101

102 Pela figura anterior, verifica-se que não é uniforme a distribuição geográfica dos equipamentos sociais destinados às crianças, reflectindo a diferença na distribuição da população do concelho, concentrando-se mais população na zona litoral. Presentemente, e no âmbito do Programa Pares, o concelho de Águeda viu aprovado 4 equipamentos sociais para a resposta de Creche, acrescendo à capacidade total (Janeiro de 2008 de 593), mais 152 vagas para crianças dos 0 aos 3 anos. Acrescem a estas respostas, as de índole cultural, recreativa e desportiva, que de uma forma global contribuem para o desenvolvimento social do concelho, nomeadamente na área da Infância e Juventude (ANEXO). Programa de Apoio às Organizações de Solidariedade do Concelho de Águeda, promovido pela Câmara Municipal de Águeda, com o objectivo de: a) Apoiar o desenvolvimento e consolidação da rede de equipamentos sociais no município; b) Promover a integração social das comunidades em risco de exclusão social; c) Garantir a melhoria de qualidade de vida da população em geral e da desfavorecida; d) Promover a diversificação e qualificação dos serviços de natureza social e uma adequada taxa de cobertura em todo o município; e) Promover conceitos de participação e gestão transparente e objectiva, bem como a sustentabilidade funcional das organizações. Segundo o artigo 3.º do respectivo programa, as medidas de apoio são: A - Apoio à construção ou beneficiação de instalações ou à aquisição de equipamentos; B - Apoio ao desenvolvimento e funcionamento de projectos e actividades; C - Apoio à formação e à realização de eventos de carácter excepcional; Existe também no concelho, desde 2000, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, constituída pela Comissão Restrita, composta por 9 Técnicos, e pela Comissão Alargada. A Comissão Restrita funciona permanentemente, assegurando diariamente os atendimentos presenciais, reunindo semanalmente e sempre que se verifiquem situações de emergência. 102

103 Problemáticas identificadas. Nesta sub-área continuamos a defrontarmo-nos, no nosso dia a dia, com situações de crianças sujeitas a diversos factores adversos ao seu pleno desenvolvimento. Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre crianças, jovens e idosos, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas com a temática referida, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho de Águeda nesta matéria. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 6 problemas, ordenados do modo que se segue pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. Enfraquecimento das redes de suporte familiar e social e consequente n.º excessivo de horas que as crianças passam no interior das instituições; 2. Problemas de indisciplina, delinquência, etc., fruto de processos de socialização primária bastante frágeis; 3. Défice de competências parentais por parte de algumas famílias; 4. Défice de apoio por parte do Serviço Nacional de Saúde ao nível de algumas especialidades médicas; 5. Existência de crianças em situação de Perigo sem respostas; 6. Aumento dos problemas de linguagem e comunicação. Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Crianças, jovens e idosos, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades de algum modo envolvidas nesta temática. 1. Enfraquecimento das redes de suporte familiar e social e consequente n.º excessivo de horas que as crianças passam no interior das instituições Relativamente a este problema, considerámos como indicador o número médio de horas que as crianças passam nas instituições, sendo que das 19 IPSS s, apenas 14 responderam. Com base nas respostas fornecidas, verifica-se que o número médio que as crianças passam nas instituições é de 9h38m, considerando que o horas de trabalho são 8h (com as pausas será de 9 horas), e o tempo gasto na viagem (Trabalho/Instituição), não pode ser considerado significativo o numero de horas que a crianças passa na Instituição 103

104 Os parceiros identificaram como causas para este problema 1) as exigências da sociedade, 2) mães e avós que trabalham 3) o desenraizamento familiar migração. Podendo ter como consequências 1) desenraizamento familiar e 2) o isolamento familiar. 2. Problemas de indisciplina, delinquência, etc., fruto de processos de socialização primária bastante frágeis Foram solicitados dados sobre esta problemática, quer à GNR quer aos Agrupamentos, no entanto, não nos foram fornecidos. Assim, apresentamos os dados apresentados na Carta Educativa referentes aos processos registados nos Agrupamentos de Escolas, 11 processos disciplinares e 198 faltas disciplinares, nas escolas agrupadas. Foram reconhecidas como causas: 1) pais ausentes, 2) a educação familiar precária, 3) o desemprego nos jovens, 4) o isolamento familiar, 5) o défice de competências parentais de algumas famílias e 6) o número elevado de crianças em perigo sem respostas. Como consequências foram identificadas 1) o aumento da criminalidade juvenil e 2) o insucesso e abandono escolar. 3. Défice de competências parentais por parte de algumas famílias Não existem informações que fundamentem o défice, ou não, de competências parentais por parte de algumas famílias. Os parceiros identificaram como causas deste problema: 1) o mito de que a parentalidade é uma competência inata, 2) a falta de intervenção mais precoce e 3) a baixa escolaridade. As consequências deste défice de competências parentais podem ser diversas: 1) perdas de custodia das crianças, 2) futuros pais reproduzirão défices e disfunções, 3) número elevado de crianças em situação de perigo sem respostas, 4) problemas de indisciplina, delinquência, etc, e 5) aumento dos problemas de linguagem e comunicação. 4. Défice de apoio por parte do Serviço Nacional de Saúde ao nível de algumas especialidades médicas Foram recolhidos dados no Hospital Distrital de Águeda, sendo que em 2007 foram realizadas 4202 consultas de Pediatria, não existindo lista de espera para esta especialidade. No Centro de Saúde, tendo em conta as suas competências, não existem consultas de especialidades, no entanto, são realizadas consultas especificas para a população infantil, do programa de Saúde Infantil (0 aos 13) de âmbito nacional, tendo sido efectuadas em 2007,

105 consultas de vigilância e 7253 consultas por doença, verificando-se que ao nível de consultas de especialidade de pediatria este problema não se verifica. Relativamente a esta problemática os parceiros identificaram como causas 1) os problemas estruturais do sistema, bem como a 2) insuficiência de técnicos. Como possíveis consequências enumeraram 1) Problemas de saúde e 2) o comprometimento do processo de desenvolvimento. 5. Existência de crianças em situação de Perigo sem respostas No 1º trimestre de 2008, a CPCJ registou um total de 143 processos, dos quais 100 transitaram de 2007, 30 foram abertos em 2008 e 13 reabertos em Destes, 9 foram remetidos a tribunal por: não consentimento para a intervenção, incumprimento do acordo ou retirada do consentimento, foram, ainda, remetidos para outras CPCJ 4 processos; arquivados 17 e arquivados liminarmente 7. De referir que as principais problemáticas sinalizadas são a negligência, maus-tratos físicos e mendicidade. Para esta questão, foram identificadas como causas: 1) a ausência de uma rede social de suporte familiar, 2) a falta de apoio do estado, 3) a falta de instituições adequadas às necessidades e o facto de 4) as entidades estarem pouco centradas em respostas preventivas. Como possíveis consequências deste problema, foram elencadas 1) a falta de acesso a melhores condições de vida e 2) os problemas de indisciplina, delinquência, etc. 6. Aumento dos problemas de linguagem e comunicação Segundo os dados fornecidos pelos Agrupamentos de Escolas, estão sinalizadas 74 crianças a necessitar de Terapia da Fala, sendo que destas, 69 estavam a ser acompanhadas. Estes números reportam-se às Escolas Agrupadas, não constando as crianças das escolas não agrupadas e das IPSS s. Os parceiros identificaram como causas para este problema 1) comunicação passiva, 2) diminuição da interacção familiar e 3) défice de competências parentais de algumas famílias. Como consequências assinalaram 1) o insucesso e abandono escolar e 2) as dificuldades de aprendizagem. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: 105

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107 SUB-ÁREA JOVENS A JUVENTUDE, UM PERÍODO DE MUDANÇA A juventude 4 não é um conceito universal e imutável, com significados equivalentes em todas as culturas e épocas. É sim, uma construção histórica correspondente a diferentes concepções em distintos momentos de acordo com o contexto político, social, cultural e económico. A nova condição juvenil define-se como uma etapa da vida que tem sentido em si mesma, e que, portanto, se deve viver plenamente. A incorporação na sociedade adulta não é homogénea, mas um processo descontínuo, reversível, condicionado pela escassa relação entre os estudos e o emprego, pela precaridade laboral dos jovens e pela dificuldade em obter habitação própria. A crise no ensino e dos valores de estabilidade que a ele deviam estar associados; a desordem na formação profissional, com uma oferta ligada muito mais à obtenção de fundos comunitários e portanto tantas vezes desligada das necessidades da economia real; os elevados níveis de desemprego e de emprego precário; as limitações no acesso à actividade cultural e desportiva; as dificuldades na obtenção de habitação própria e, consequentemente, na assumpção de uma vida autónoma e independente; o processo de globalização que modificou substancialmente as realidades e contextos no interior do ambiente social mais próximo; as mudanças nas formas tradicionais de socialização, onde a família tradicional perde peso; um contexto social dominado por ideologias que acentuam a responsabilidade das pessoas sobre a sua própria posição social, determinando o predomínio de valores individuais contrários à lógica da solidariedade e da cooperação, conduzem a um novo cenário complexo onde o espaço, as formas e os meios de intervenção dos jovens se têm alterado substancialmente. Este quotidiano complexo, marcado por problemas e dificuldades diversas, limitam a concretização das suas aspirações, a sua inserção na sociedade e colocam a juventude portuguesa perante contradições, tensões e paradoxos relevantes. Mas este período de juventude engloba a etapa da adolescência, período de grandes transformações bio-fisico-psico-sociais. É uma fase do crescimento, cheia de descobertas, mas também confusa, com dúvidas e ansiedade. Sentimentos, valores, atitudes, emoções, tudo está em erupção. As relações mudam, quer familiares, quer com o grupo de pares. 4 In, Políticas Públicas de Juventude 107

108 Neste percurso vão surgindo novas atitudes face à escola, à sexualidade, ao modo como experienciam o próprio corpo, assim como ao ambiente, podendo muitas vezes, senão sempre, dar lugar a conflitos com os pais e outras figuras de autoridade. Esta situação, muitas das vezes leva a que os pais se sintam confusos não conseguindo lidar com as situações. Este grupo tem ele próprio algumas características fruto das mudanças que foram acontecendo. De acordo com o Plano Nacional de Saúde, verifica-se um aumento do sedentarismo, de desequilíbrios nutricionais, particularmente importante entre as raparigas, de condutas violentas, particularmente importante entre os rapazes, da morbilidade e mortalidade por acidentes, da maternidade e paternidade precoces, em particular em adolescentes com menos de 17 anos, e de comportamentos potencialmente aditivos, relacionados nomeadamente com o álcool, o tabaco e as drogas ilícitas. 108

109 PROGRAMAS E MEDIDAS DIRECCIONADAS PARA OS JOVENS Também neste grupo se têm procurado implementar medidas que visam aumentar a qualidade dos cuidados prestados aos jovens. O Instituto Português da Juventude (IPJ) organismo da Administração Pública, com autonomia administrativa, tutelado pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), tem como objectivo apoiar a definição, execução e avaliação da política pública governamental da juventude, procedendo à sua concretização e promovendo a participação dos jovens em todos os domínios da vida social. Neste contexto, o IPJ tem diversos programas e iniciativas direccionadas para este público: 1 -Campos de trabalho internacionais para jovens É um programa de intercâmbio que pretende promover o convívio com jovens de diferentes países, desenvolvendo também actividades nas seguintes áreas: a) Arqueologia; b) Sócio-comunitária; c) Restauro valorização do património histórico-cultural; d) Ambiente; e) Outras de reconhecido interesse. 2 - Férias em Movimento É um programa que pretende ocupar o tempo no período de férias escolares (Páscoa e Verão), possibilitando o conhecimento do País e simultaneamente a prática de diversas actividades, enquadrando-se nas seguintes áreas: a) Desporto; b) Ambiente; c) Cultura; d) Património histórico e cultural; e) Multimedia; f) Outras, de relevante interesse para os jovens. Existem duas modalidades de campos: os campos residenciais, dirigidos a jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, com uma duração mínima de 6 noites e máxima de 14 noites. os campos não residenciais, dirigidos a jovens entre os 8 e os 15 anos, com uma duração mínima de 5 dias e máxima de 15 dias. 109

110 Podem candidatar-se como promotoras ao Programa as seguintes entidades: a) Associações inscritas no Registo Nacional das Associações Juvenis (RNAJ); b) Grupos informais de jovens; c) Clubes desportivos, associações de modalidade e federações desportivas; d) Outras entidades privadas, desde que não tenham fins lucrativos. 3 - Ocupação de Tempos Livres (OTL) O programa OTL pretende fomentar o desenvolvimento de projectos úteis à comunidade, nos tempos livres de verão, promovendo a ocupação saudável, aquisição de hábitos de voluntariado, que permitam o contacto com actividades profissionais e potenciem a capacidade de intervenção e participação social e cívica dos jovens. Os projectos podem ser enquadrados nas seguintes áreas: a) Ambiente e/ou protecção civil; b) Apoio a idosos e/ou crianças; c) Cultura e/ou património; d) Combate à exclusão social; e) Saúde; f) Outras de reconhecido interesse social. Os projectos podem ser de: Longa Duração - complemento à formação pessoal do jovem, destinando-se a jovens possuidores da escolaridade mínima obrigatória com idades entre os 15 e os 25 anos; Curta Duração ocupação dos tempos livres nas férias escolares do Verão, destinando-se a jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 25 anos. Podem candidatar-se como entidades promotoras: a) Associações inscritas no Registo Nacional das Associações Juvenis (RNAJ); b) Clubes desportivos, associações de modalidade e federações desportivas; c) Organizações nacionais não governamentais; d) Instituições particulares de solidariedade social, misericórdias e mutualidades; e) Câmaras municipais e juntas de freguesia; f) Outras entidades privadas sem fins lucrativos. 110

111 4- Parlamento dos Jovens O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa conjunta da Assembleia da República e do IPJ, que surge da fusão de dois programas: Assembleia na Escola organizado pela Assembleia da República e HEMICICLO, Jogo da Cidadania organizado pelo IPJ. O Parlamento dos Jovens divide-se em Parlamento dos Jovens Secundário (que também podem participar no Concurso EUROSCOLA) e Parlamento dos Jovens Básico. 5- Pontos Já Lojas da Juventude As Lojas da Juventude são espaços públicos destinados aos jovens, que disponibilizam informação de interesse para a juventude, funcionam numa lógica multicanal assente na oferta de valências como o Portal da Juventude e um Contact Center. Têm como objectivos principais: Promover e divulgar a informação nacional e internacional aos jovens; Recolher, seleccionar, divulgar e dinamizar a informação recebida; Fomentar a transversalidade dos Departamentos da Área da Juventude; Criar parcerias que potenciem a prestação e dinamização do Serviço; Promover e desenvolver os valores de cidadania; Promover oportunidades para os jovens; Promover actividades de interesse dos jovens; Promover a integração e participação dos jovens; Promover o aconselhamento aos jovens. Numa primeira fase foram implementadas 19 Lojas Ponto JA, sedeadas nas instalações do IPJ - Delegações Regionais. Numa segunda fase de instalação, em parceria com os municípios, foram implementadas mais 39 Lojas. 6- Movijovem É uma entidade tutelada pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, responsável pela gestão do Cartão Jovem e pelas Pousadas de Juventude. Cartão Jovem Clássico Euro<26 É uma iniciativa nacional e europeia que existe desde 1986 e proporciona vantagens a jovens entre os 12 e 25 anos, como descontos, isenções ou serviços exclusivos, em cinemas, festivais, viagens, pousadas de juventude, eventos desportivos, monumentos, entre outros. Mega Cartão Jovem Euro<26 O Mega Cartão Jovem para além das vantagens do Cartão Jovem Clássico, possui também funções multibanco, operacionais em toda a Europa. 111

112 7- Programa Jovens Criadores Este programa é uma Iniciativa conjunta da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), do IPJ e do Clube Português de Artes e Ideias (CPAI) e tem como objecto a criação artística em áreas como as artes plásticas, dança, design de equipamento, design gráfico, fotografia, joalharia, literatura, moda, música, vídeo e multimédia. 8- Programa Juventude em Acção É um programa europeu, em vigor desde Janeiro de 2007, destinando-se principalmente a jovens entre os 15 e 28 anos, tendo como objectivo promover a cidadania, solidariedade e tolerância entre jovens europeus, envolvendo-os na construção do futuro da Europa. O programa promove a mobilidade dentro e fora das fronteiras europeias, e o diálogo intercultural, encorajando a participação de todos os jovens e apoiando uma grande variedade de actividades para os jovens e pessoas que trabalham com os jovens. 9- Gabinetes de apoio à sexualidade juvenil São espaços de atendimento gratuitos, na área da saúde sexual e reprodutiva, existentes nas Delegações Regionais do IPJ a nível distrital, assegurados por uma equipa interdisciplinar, resultando de protocolos estabelecidos com parceiros, nomeadamente Sub-Regiões de Saúde Administrações Hospitalares, bem como associações com experiência na área. Estes gabinetes surgiram para colmatar a lacuna e/ou desajuste de espaços desta natureza. Consulta do Planeamento Familiar O planeamento familiar está disponível gratuitamente em todos os Centros de Saúde e em alguns hospitais e maternidades, sendo a consulta realizada por um profissional especializado. A consulta de planeamento familiar tem como objectivos: Esclarecer dúvidas sobre a forma como o corpo se desenvolve e funciona em relação à sexualidade e à reprodução; Responder a informações sobre os métodos contraceptivos; Conhecer as consequências de uma gravidez indesejada; Informar conduzindo ao diagnóstico de doença/infecção sexualmente transmissível; Receber gratuitamente contraceptivos que não precisem de receita médica. Esta consulta funciona também como rastreio de patologias, como infecções sexualmente transmissíveis, VIH, hepatites B e C, sífilis ou herpes genital. 112

113 Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI) Constituída em Outubro de 1991 pelo IPJ e pelo IEFP, tem como objectivos difundir conhecimentos técnicos e científicos, nomeadamente os que respeitam às TIC s, como meio de contribuir para preparar, formar e apoiar a comunidade e em especial os jovens, no sentido de responder aos desafios da sociedade contemporânea. Inforjovem É uma iniciativa de âmbito governamental cuja coordenação pertence à FDTI, organizando Cursos de Informática destinados à comunidade e em especial aos jovens, para integração na sociedade de Informação. Tem como principais objectivos: Promover a divulgação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como meio de contribuir para o desenvolvimento humano, cultural e intelectual dos jovens; Divulgar o conhecimento das TIC e possibilitar a sua imediata utilização de acordo com as necessidades das comunidades locais; Estimular os fenómenos de natureza associativa com base na dinamização do programa; Os cursos decorrem nos Centros de Divulgação de Tecnologias de Informação (CDTI) distribuídos por todo o território nacional. Férias com as TIC É uma iniciativa da FDTI para ocupação de tempos livres no período de férias escolares, tendencialmente, a tempo parcial (manhã ou tarde), destinada principalmente, a crianças dos 8 aos 14 anos, permitindo explorar o mundo das TIC, de forma lúdica e educativa, através da frequência de cursos de formação: WinJúnior & Actividades; NetJúnior & Actividades; OfficeJúnior & Actividades. Centro de Divulgação das Tecnologias de Informação Móvel - CDTI Móvel É um meio para divulgação e promoção dos produtos e serviços da FDTI, tratando-se de um espaço interactivo de divulgação das TIC, na forma de um camião TIR adaptado, que dispõe de 13 computadores, impressoras e serviços como a Internet, Vídeo Conferência e Multimédia, encontrando-se adaptado a cidadãos com necessidades especiais. O CDTI Móvel percorre várias localidades do país mediante solicitações de entidades, permanecendo em exposições, feiras e em eventos que justifiquem a sua presença. 113

114 REALIDADE DA POPULAÇÃO JOVEM NO CONCELHO No ano de 2001, de acordo com os dados do INE, a percentagem de jovens entre os 15 e 34 anos, residentes no concelho, era de 30%, correspondendo a jovens. Gráfico nº 30 Jovens Residentes no Concelho Fonte: INE 2001 No concelho de Águeda tem-se desenvolvido projectos que procuram trabalhar no âmbito das competências pessoais e sociais dos jovens e da ocupação saudável dos seus tempos livres. Assim, falamos dos programas do IDT, POEFDS, Ser Criança e Escolhas 2ª Geração. PROGRAMAS E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CONCELHO Existem instituições e associações do Concelho que têm vindo a intervir nesta área, nomeadamente, a Delegação de Águeda da Cruz Vermelha Portuguesa com o projecto Asas Pr o Futuro, Bela Vista - CAFAP / Férias para jovens, o Centro Social Infantil de Aguada de Baixo - Espaço Horas Vivas; a D Orfeu, e associações culturais, desportivas e recreativas. O Fórum Municipal da Juventude é um serviço público dirigido a toda a população, e em especial aos jovens. Tem como objectivos 1 Promover e apoiar iniciativas dos jovens; 2 Promover a participação dos jovens nas actividades no Município; 3 Criar zonas de informação, documentação, formação e exposição para os jovens e associações; 4 Apoiar o movimento juvenil e grupos informais de jovens; 5 Promover a salutar ocupação dos tempos livres dos jovens; 6 Estabelecer relações e intercâmbios de actividades com instituições congéneres; 114

115 7 Disponibilizar serviços de aconselhamento e apoio à saúde e sexualidade juvenil; 8 Combater formas de exclusão e discriminação social; 9 Criar momentos de convívio, lazer, recreio, debate e troca de experiências entre os jovens, afirmando-se como um espaço de socialização e aprendizagem democrática; 10 Proporcionar o acesso às tecnologias da informação e multimédia. Espaços - Polivalente; - Gabinete de Apoio à Sexualidade Juvenil; - Atelier de Pintura; - Sala de Ping Pong; - Espaço Internet; - Sala de Formação; - Laboratório de Fotografia; - Gabinete de Psicologia; - Sala de Leitura. Programa Juventude Activa O programa é promovido desde Maio de 2007, pela Divisão de Educação e Juventude da Câmara Municipal e consiste na atribuição de um subsídio a estudantes (até ao máximo de 10 jovens), do Ensino Secundário que tenham concluído o 12º ano e concorrido ao Ensino Superior sem que tenham conseguido ingressar; ou a estudantes do Ensino Secundário que se encontrem matriculados até três disciplinas. Os destinatários, de acordo com a sua disponibilidade, desenvolverão actividades até ao máximo de 8 meses (de Dezembro a Julho) em Empresas, Serviços Públicos e Colectividades do Concelho de Águeda, podendo optar por uma das três modalidades seguintes: - 15 horas semanais de actividade - 20 horas semanais de actividade; - 25 horas semanais de actividade. O carácter inovador deste programa prende-se, também, com os critérios de avaliação e selecção das candidaturas, uma vez que os candidatos serão seleccionados em função dos seguintes critérios, apresentados por ordem de prioridade: a) baixos rendimentos auferidos pelo seu agregado familiar; b) interesses/experiências manifestadas na inscrição e sua adequação às ocupações disponíveis. 115

116 Projecto Águeda + Verde - Voluntariado Jovem para as Florestas Este Programa de Voluntariado Juvenil do Instituto Português da Juventude, tem vindo a ser promovido pela Câmara Municipal através do Gabinete Técnico Florestal nos últimos 3 anos, pretende incentivar os jovens a participarem activamente na preservação da natureza e da floresta, promovendo acções de prevenção que reduzam o risco e o flagelo dos incêndios nas florestas, incentivando-se a preservação da natureza Deste modo, propõem-se, aos voluntários que integrem este programa, acções de sensibilização das populações para o risco de incêndio; vigilância florestal; limpeza do lixo em áreas florestais e nos perímetros urbanos; participação nos trabalhos de inventariação de necessidades de intervenção em termos de limpeza e registo de ocorrências, de modo a obter dados, para programação de acções futuras. O Programa de Voluntariado Jovem para as Florestas em 2008, decorreu de 1 de Julho a 31 de Agosto, e está aberto a todos os jovens com idades compreendidas entre os 18 e 30 anos. Os jovens participantes neste Programa de Voluntariado das Florestas têm direito a uma bolsa diária; um seguro de acidentes pessoais; um certificado de participação a emitir pela Direcção Regional do IPJ e equipamento. 116

117 Problemáticas identificadas: Para a identificação das problemáticas, foram convidadas a participar num workshop temático sobre crianças, jovens e idosos, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas com a temática referida, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho de Águeda nesta matéria. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 5 problemas, ordenados do modo que se segue, pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. Aumento do n.º de comportamentos desviantes 2. Falta de motivação e de perspectiva sobre o futuro 3. Défice de espaços físicos e actividades organizadas de ocupação de tempos livres 4. Dificuldade de autonomização dos jovens 5. Existência de adolescentes grávidas Consideramos que ainda há pouca sensibilidade para as problemáticas associadas aos jovens e por conseguinte, as actividades/acções desenvolvidas, são direccionadas para as necessidades que vão sendo identificadas no dia a dia. Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Crianças, Jovens e Idosos, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo envolvidas nesta temática. 1. Aumento do n.º de comportamentos desviantes Relativamente a este problema, não foram fornecidos dados sobre comportamentos desviantes por parte dos jovens, não sendo possível ter uma noção real desta problemática. Foram identificadas como causas 1) o défice de competências das famílias, 2) a falta de motivação e de perspectivas sobre o futuro e 3) o défice de espaços físicos e de actividades organizadas de ocupação de tempos livres, não tendo sido levantada nenhuma consequência. 2. Falta de motivação e de perspectiva sobre o futuro Para fundamentação deste problema, não existe informação sobre a falta ou motivação e de perspectiva sobre o futuro deste grupo populacional. 117

118 Como causas para este problema, os parceiros elencaram: 1) a falta de suporte familiar, 2) o insucesso e abandono escolar e 3) o défice de espaços físicos e actividades organizadas de ocupação de tempos livres. Como consequências identificaram 1) a baixa escolaridade, 2) o emprego precário, 3) os atrasos na definição de um projecto de vida e 4) as taxas elevadas de desemprego. 3. Défice de espaços físicos e actividades organizadas de ocupação de tempos livres É difícil a recolha do número de espaços físicos e actividades organizadas de ocupação de tempos livres, tendo em consideração o nº de Associações Recreativas, Culturais e Desportivas, não nos tendo sido possível efectua-lo. No entanto, é de salientar a existência de um Fórum Municipal da Juventude e do Programa Juventude Activa Relativamente às causas, os parceiros identificaram 1) o facto de não ser considerada uma questão prioritária, bem como 2) a falta de apoios estatais. Como consequências indicaram 1) a falta de motivação e de perspectivas sobre o futuro e 2) o aumento dos comportamentos desviantes. 4. Dificuldade de autonomização dos jovens A vontade e facilidade de autonomização é também, um indicador de difícil recolha. Foram elencadas como causas para este problema 1) as dificuldades em assumir um projecto de vida, 2) as elevadas taxas de desemprego, 3) Insucesso e abandono escolar e 4) défice de competências das familias. Não tendo sido identificadas consequências. 5. Existência de adolescentes grávidas Foram recolhidos dados relativos a esta problemática no Centro de Saúde, sendo que no ano de 2007 foram registadas 10 adolescentes grávidas: 5 de 17 anos, 1 de 16 anos, 2 de 15 anos e 2 de 18 anos. Foram identificadas como causas: 1) as questões culturais (ex. etnia cigana), 2) a falta de informação no meio escolar e familiar e 3) o défice de competências parentais. As consequências da continuidade deste problema referem-se 1) a dificuldades em assumir um projecto de vida e 2) o insucesso e abandono escolar. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: 118

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120 SUB-ÁREA IDOSOS A SITUAÇÃO DO IDOSO NA SOCIEDADE Definir velhice e estabelecer-lhe uma correspondência com a idade cronológica é uma tarefa que apresenta algumas dificuldades. Assim, em 1972 um grupo de peritos da OMS, definiu velhice como o período da vida durante o qual o enfraquecimento das funções mentais e físicas se faz sentir cada vez com mais intensidade do que em períodos anteriores da vida. Por razões de ordem estatística, o grupo estabeleceu como fronteira a idade de 65 anos, idade normalmente adoptada na maior parte dos países para o início da reforma. O envelhecimento é construído e definido conceptualmente pela sociedade de acordo com a conjuntura cultural de cada época. Não é apenas uma idade, é uma idade a que se associam estereótipos. No ocidente, o modelo social da velhice tem-se modificado, no sentido da sua desvalorização social, como causa da predominância de sociedades competitivas, maximizadoras da produtividade e do consumo, nas quais a perspectiva do capital humano não é privilegiado. Os idosos têm sido também, afectados pelas alterações que se têm efectuado na sociedade e em particular na família. Estas alterações levaram à constituição dos Direitos dos Idosos, pela Resolução 46/91 aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas a 16/12/91 - Princípios das Nações Unidas para o Idoso, que nos diz que a família, a sociedade e o Estado, têm o dever de amparar o idoso garantindo-lhe o direito à vida, mas também, o direito ao acesso aos bens culturais, participação e integração na comunidade. De acordo com o PNAI, a população idosa é o grupo populacional que vive em maior risco de pobreza, sendo que de acordo com os dados do EUROSTAT, em 2004, 21% da população total vivia em risco de pobreza. A composição do agregado familiar permite verificar que as famílias com idosos constituem as situações mais vulneráveis: em 2004 as famílias de um idoso isolado (41%) e as famílias de dois adultos em que pelo menos um tem 65 ou mais anos (31%) constituem as situações mais preocupantes. A condição de reformado só vem agravar a situação de pobreza. Apesar da melhoria assegurada pelo sistema da Segurança Social, em particular, pelo sistema de pensões, desde a segunda metade da década de 90 do século XX, prevalecem situações extremamente vulneráveis de idosos que vivem de pensões com valores muito baixos. 120

121 Outra questão relevante para o tema tem a ver com a concentração urbana das actividades económicas e o ordenamento do território que marca a sociedade actual, implicando uma economia precária nas zonas mais interiores, e aumentando o número de migrações dos segmentos mais jovens e activos. Este fenómeno preocupante conduz a um desenvolvimento dualista: - A concentração e redimensionamento das organizações prestadoras dos serviços, potenciadoras de sinergias e de competitividade, nas zonas urbanas/litorais; - Redução da oferta de serviços nas zonas rurais/interiores, pouco populosas, tornando-se economicamente inviável a existência de certos serviços, como escolas, postos médicos, postos de correios, até mesmo lojas de produtos correntes, e ao nível dos transportes públicos. O esquema abaixo traduz o ciclo vicioso. Há desequilíbrios, face ao fecho de serviços por falta de níveis mínimos de procura, que levam à desertificação. Figura nº 12 Esquema representativo do Ciclo da Desertificação nas Zonas Rurais Menos Serviços Êxodo Novas Migrações Despovoamento Menos qualidade da Oferta Menos qualidade de vida Fonte: O Transporte Publico como factor de inclusão social ; Transportes em Revista, ano VI numero 64, Junho de 2008 A periferização do mundo rural caracteriza-se pelo isolamento, envelhecimento, desertificação humana, insegurança, perda de identidade e empobrecimento relativo, levando a que a população que vive nestas zonas, maioritariamente idosos, dependam cada vez mais de fontes de receita exógenos à actividade agrícola (pensões, subsídios comunitários e estatais). Pelo exposto, verifica-se que é nos meios rurais que congregam uma população mais idosa e com pensões mais reduzidas, que as situações de pobreza e isolamento são mais sentidas/vividas, reforçando as vulnerabilidades dos mais velhos, a par da perda de autonomia, o isolamento social, as más condições habitacionais, o difícil acesso a serviços de saúde e/ou apoio social. 121

122 RESPOSTAS SOCIAIS E MEDIDAS DE APOIO À TERCEIRA IDADE Tal como para as crianças e jovens, o Instituto da Segurança Social tem uma série de respostas direccionadas para esta população: 1- Serviço de Apoio Domiciliário Resposta que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados, no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária. 2- Serviço de Apoio Domiciliário Integrado Resposta prestada no domicílio que se concretiza através de um conjunto de acções e cuidados pluridisciplinares, flexíveis, abrangentes, acessíveis e articulados, de apoio social e de saúde. Assegura, sobretudo, a prestação de cuidados de enfermagem e médicos de natureza preventiva, curativa e outros, e a prestação de apoio social indispensável à satisfação das necessidades básicas humanas. 3- Centro de Convívio Resposta desenvolvida em equipamento, de apoio a actividades sócio-recreativas e culturais, organizadas e dinamizadas com participação activa dos idosos, promovendo a inclusão social, e prevenindo a solidão e o isolamento, retardando ou evitando a institucionalização. 4- Centro de Dia Resposta desenvolvida em equipamento, que consiste na prestação de um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção dos idosos no seu meio sócio-familiar, retardar ou evitar a institucionalização, prevenindo de situações de dependência, promovendo a autonomia. 5- Centro de Noite Resposta destinada prioritariamente pessoas idosas com autonomia que, por vivenciarem situações de solidão, isolamento ou insegurança necessitam de suporte e acompanhamento durante a noite, favorecendo a permanência no seu meio habitual de vida, evitando ou retardando a institucionalização. 6- Acolhimento Familiar para pessoas idosas Resposta que consiste em integrar, temporária ou permanentemente, em famílias, pessoas idosas (no máximo de 3 pessoas) quando por ausência ou falta de condições de familiares e/ou inexistência ou insuficiência de respostas sociais, não possam permanecer no seu domicílio. 122

123 7- Residência Resposta constituída por um conjunto de apartamentos com espaços e/ou serviços de utilização comum (temporária ou permanentemente), para pessoas idosas, ou outras, com autonomia total ou parcial, contribuindo para a estabilização ou retardamento das consequências do envelhecimento; 8- Lar de Idosos Estabelecimento em que sejam desenvolvidas actividades de apoio social a pessoas idosas através do alojamento colectivo, temporário ou permanente, fornecimento de alimentação, cuidados de saúde, higiene, conforto, fomentando o convívio e proporcionando a animação social e a ocupação dos tempos livres dos utentes. Sendo conhecido que o factor principal de pobreza dos idosos são os baixos recursos financeiros e tendo em conta que em muitos casos, os agregados familiares são constituídos apenas por idosos, limitando o impacto das medidas transversais de apoio à inserção profissional dos cidadãos desfavorecidos, as medidas que procuram dar resposta a esta situação são: 1. A pensão de velhice é uma prestação pecuniária mensal, destinada a proteger os beneficiários do regime geral de segurança social, quando atingem a idade mínima legalmente presumida como adequada para a cessação do exercício da actividade profissional; 2. O Complemento Solidário para Idosos (CSI), que consiste numa prestação monetária integrada no Subsistema de Solidariedade do Sistema de Protecção Social de Cidadania, destinada a cidadãos nacionais e estrangeiros com baixos recursos, com idade igual ou superior a 65 anos. É uma prestação diferencial, ou seja, é um apoio adicional aos recursos que os destinatários já possuem. O CSI destina-se a pessoas residentes em território nacional, desde que preencham uma das seguintes condições: Ser beneficiário de pensão de velhice, sobrevivência ou equiparada; Ser cidadão nacional beneficiário de subsídio mensal vitalício; Ser cidadão nacional e não reunir condições de atribuição da pensão social por não preencher a respectiva condição de recurso. Além disso, procura-se reforçar e consolidar a rede de equipamentos e serviços no sentido de dar respostas às necessidades actuais, privilegiando-se sempre que possível, soluções que permitam às pessoas idosas permanecer no seu meio natural de vida, mas também dando atenção e resposta particular às crescentes situações de dependência PARES e Rede de Cuidados Continuados Integrados. 123

124 Rede de Cuidados Continuados Integrados De acordo com o Decreto-Lei n.º 101/2006 de 6 de Junho, o efeito cumulativo da diminuição da mortalidade e da natalidade tem representado, em Portugal, um progressivo envelhecimento da população, associado ao aumento da esperança media de vida, que reflecte a melhoria do nível de saúde dos Portugueses nos últimos 40 anos. Apesar das melhorias, verificam-se carências ao nível dos cuidados de longa duração e paliativos, consequentes do aumento de pessoas com doenças crónicas incapacitantes. Neste contexto, foi definido como meta a instauração de 1) políticas de saúde, integradas no Plano Nacional de Saúde; 2) políticas de segurança social que permitam: a) desenvolver acções mais próximas das pessoas em situação de dependência; b) investir no desenvolvimento de cuidados de longa duração; c) qualificar e humanizar a prestação de cuidados; d) potenciar os recursos locais, e) ajustar ou criar respostas adequadas à diversidade que caracteriza o envelhecimento. Assim, foi criada a Rede Nacional de Cuidados Integrados, constituída por unidades e equipas de cuidados de saúde e/ou apoio social, e de cuidados e acções paliativas, com origem nos serviços comunitários de proximidade (hospitais, centros de saúde, serviços da segurança social, a Rede Solidária e as autarquias locais), sendo portanto de nível territorial regional e local. A rede tem como objectivo, a prestação de cuidados continuados integrados a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Para tal, os cuidados continuados compreendem: 1) a reabilitação, a readaptação e a reintegração social; 2) a provisão e manutenção do conforto e qualidade de vida, mesmo em situações irrecuperáveis. Para concretizar o objectivo a que se propõe, prevê diferentes tipos de unidades e equipas para a prestação de cuidados de saúde e de apoio social. A prestação de cuidados continuados integrados é assegurada por: a) Unidades de internamento; b) Unidades de ambulatório; c) Equipas hospitalares; d) Equipas domiciliárias. 124

125 Constituem unidades de internamento as: a) Unidades de convalescença: unidades de internamento independentes, integradas em hospitais de agudos ou outra instituição, para prestar tratamento e supervisão clínica, continuada e intensiva; b) Unidades de média duração e reabilitação: unidades de internamento, articuladas com o hospital de agudos para a prestação de cuidados clínicos, de reabilitação e de apoio psicossocial; c) Unidades de longa duração e manutenção: unidades de internamento (de carácter temporário ou permanente), que prestam apoio social e cuidados de saúde de manutenção a pessoas com doenças ou processos crónicos, que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio; d) Unidades de cuidados paliativos: unidades de internamento, localizadas preferencialmente num hospital, para acompanhamento, tratamento e supervisão clínica a doentes em situação clínica complexa e de sofrimento, decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva. As unidade de ambulatório são constituídas por 1) unidades de dia e 2) unidades de promoção da autonomia. As equipas hospitalares, são constituídas por: a) Equipas de gestão de altas; b) Equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos; As equipas domiciliárias podem ser; a) Equipas de cuidados continuados integrados; b) Equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos. 125

126 A POPULAÇÃO IDOSA RESIDENTE NO CONCELHO DE ÁGUEDA No ano de 2001, de acordo com os dados do INE, a percentagem de idosos com mais de 65 anos, residentes no concelho, era de 15%, correspondendo a indivíduos. Gráfico nº 31 População Idosa Residente em Águeda Fonte: INE 2001 Águeda, ao longo dos anos tem acompanhado a evolução das necessidades que foram surgindo, nomeadamente com a criação do Apoio Domiciliário Integrado, pela Santa Casa da Misericórdia e pelos Pioneiros e a Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia. 126

127 RESPOSTAS SOCIAIS E INICIATIVAS DESENVOLVIDAS PARA A POPULAÇÃO IDOSA Quadro nº 24 Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas aos Idosos Nome C. de convívio C. de Dia S. Apoio Lar de Domiciliário Idosos ABARCA A. Barroense de Capacidade de resposta 20 Recreio, Cultura e Assistência Taxa ocupação 50% ARCOR - Associação Capacidade de resposta Recreio e Cultural de Óis de Ribeira Taxa de ocupação 100% 100% A. Fermentelense de Capacidade de resposta Assistência a Crianças e Pessoas de 3ª Idade Taxa de ocupação 20% 100% 100% Associação Macinhatense de Cultura de Recreio Sr.ª da Esperança Casa do Povo de Valongo do Vouga Centro Social de Belazaima Centro Social Paroquial da Borralha Centro Social Paroquial de Recardães Capacidade de resposta Taxa de ocupação Não solicitado Dados não fornecidos Capacidade de resposta Taxa de ocupação Não solicitado Capacidade de resposta 30 Taxa de ocupação Não solicitado Dados não fornecidos Dados não fornecidos Capacidade de resposta Taxa de ocupação 73% 140% 100% Capacidade de resposta Taxa de ocupação Não solicitado Dados não fornecidos Dados não fornecidos Capacidade de resposta Taxa de ocupação 80% 100% ADI CERCIAG Fundação Nª. Sr.ª Conceição LAAC - Liga dos Amigos de Aguada de Cima Os Pioneiros Paraíso Social de Aguada de Baixo Patronato Nossa Sr.ª das Dores Santa Casa da Misericórdia Centro de Apoio Social de Segadães Santa Casa da Misericórdia (unidade de Barrô) Capacidade de resposta 20 Taxa de ocupação 100% Capacidade de resposta Taxa de ocupação 153% 102% Capacidade de resposta Taxa de ocupação 90 % 95% 100% Capacidade de resposta Taxa de ocupação Não solicitado Dados não fornecidos Dados não fornecidos Dados não fornecidos Capacidade de resposta Taxa de ocupação Dados não fornecidos Dados não fornecidos Capacidade de resposta 30 Taxa de ocupação Dados não fornecidos Dados não fornecidos Não solicitado Capacidade de resposta Taxa de ocupação Capacidade de resposta 15 Taxa de ocupação Dados não fornecidos Dados não fornecidos Dados não fornecidos Capacidade de resposta 26 Taxa de ocupação Dados não fornecidos Não solicitado Total de Respostas existentes Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude 127

128 Figura nº 13 Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas aos Idosos Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude Assim como na distribuição dos equipamentos destinados à população infantil, também as respostas sociais da população idosa não se encontram uniformemente distribuídas pelo concelho, ou seja, enquanto na zona litoral a taxa de cobertura é satisfatória, nas freguesias serranas verifica-se o contrário, que é precisamente onde se encontra a população mais envelhecida e isolada. Contudo, as novas respostas sociais aprovadas no âmbito do PARES, como se poderá ver mais claramente nos mapas apresentados adiante para cada valência, vêm contribuir para uma melhoria significativa da taxa de cobertura do concelho. Efectuando uma comparação entre os valores que obtivemos para a capacidade de resposta dos equipamentos sociais para idosos (Quadro 24), que datam de Agosto/Setembro de 2007, e os dados disponibilizados pela segurança social, verificamos que existe uma discrepância de números, eventualmente devido ao facto dos últimos serem mais recentes (Janeiro de 2008) Assim, os dados da Segurança Social registam uma capacidade de resposta em Centros de Convívio de 160 lugares, para 150 revelados no Quadro 24, de 280 em Centros de Dia, contra 275 registados no Quadro 24, e de 341 em Serviço de Apoio Domiciliário, para 380 apontados no referido quadro. Em relação aos lares, não se verificam diferenças no número de lugares existentes. 128

129 A valência de Serviço de apoio Domiciliário é a que apresenta maiores diferenças de valores entre as duas fontes de dados (Quadro 24 e Segurança Social), além de ser a única em que os valores mais antigos (Quadro 24) são superiores aos mais recentes. No entanto, note-se que optámos por somar os 17 lugares de Apoio Domiciliário Integrado aos 363 de Serviço de Apoio Domiciliário, partindo do princípio que nos dados fornecidos pela Segurança Social, ambos estão agrupados na categoria Serviço de Apoio Domiciliário, o que não se verificando, aponta para uma discrepância menor: 341 (Segurança Social); 363 (Quadro 24). Com base nos dados apresentados da Segurança Social, a taxa de cobertura (rácio entre o número de lugares existentes e o número de habitantes com idade superior a 65 anos) de equipamentos sociais para idosos é de, valência de Lar 3,9%, Centro de Dia 3,7%, Centro de convívio 2,1% e para Serviço de Apoio Domiciliário 4,5%, num total de Taxa de cobertura para a população com mais de 65 anos de 14,2%. O Projecto 60Mais É um programa desportivo, direccionado para pessoas com 60 anos ou mais. Com esta iniciativa a Câmara Municipal de Águeda, através do Pelouro do Desporto, pretende ir ao encontro das reais necessidades da população, melhorando serviços e oferecendo à população idosa espaços adequados para uma correcta prática desportiva, ajudando, deste modo, a promover modos de vida mais saudáveis. Sinfonia das Palavras, Actividade direccionada à população sénior, desenvolvida pela Biblioteca Municipal que consiste na partilha de conhecimentos, através de sessões de leitura, em voz alta, de contos e outros géneros literários dos mais conhecidos autores. Com esta acção, pretende-se também estimular o gosto pelos livros e incentivar hábitos de leitura Tardes Seniores Actividade direccionada à população sénior do concelho, desenvolvida pela Divisão de Cultura da Câmara Municipal, caracterizada por ser um espaço de sensibilização e dinamização da população idosa. As actividades acontecem com a periodicidade mensal, sendo planeadas com base num tema específico que difere mensalmente, sendo um projecto essencialmente de animação sócio-cultural. 129

130 Problemas identificados Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre crianças, jovens e idosos, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas com a temática referida, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho de Águeda nesta matéria. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 6 problemas, ordenados do modo que se segue, pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. Pobreza nos idosos - despesas excessivamente elevadas face aos montantes das reformas e pensões 2. Existência de idosos em situação de dependência sem respostas institucionais adequadas e em n.º suficiente 3. Desfasamento entre as mensalidades pagas pelos idosos e o custo real dos serviços prestados nas Instituições de Solidariedade Social 4. Défice de apoio por parte do SNS ao nível de algumas especialidades médicas 5. Défice de espaços na zona urbana vocacionados para a população idosa 6. Défice de formação profissional especifica por parte dos colaboradores das IPSS para trabalhar com idosos (gerontologia, geriatria e demências), Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Crianças, Jovens e idosos, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática. 1. Pobreza nos idosos - despesas excessivamente elevadas face aos montantes das reformas e pensões Relativamente a esta questão, não temos conhecimento da situação financeira real da população idosa, não tendo informação dos valores das suas despesas, pensões e reformas, nem do número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos. Pelo inquérito efectuado junta das IPSS s, ao qual apenas 4 responderam, sabe-se apenas que existem 28 pessoas com idade 130

131 superior a 65 anos a beneficiar de apoio alimentar pela Delegação de Águeda da Cruz Vermelha, e noutra IPSS existem 5 beneficiários de apoio alimentar com idade superior a 65 anos. Os parceiros identificaram como causa para este problema, apenas a elevada percentagem de idosos com pensões mínimas, apontando como consequências, por um lado, 1) a má qualidade de vida e por outro lado 2) o aumento de situações de pobreza extrema. 2. Existência de idosos em situação de dependência sem respostas institucionais adequadas e em n.º suficiente Relativo a este problema, é importante diferenciar idosos dependentes sem suporte familiar e institucional, de idosos independentes mas que vivem isolados, tornando-se por isso dependentes. Como apresentado na caracterização do concelho, Águeda está dividida em duas grandes e distintas zonas, uma mais litoral, outra mais serrana. Esta ultima, à semelhança do que aconteceu em todo o pais, sofreu um dramático decréscimo da população residente, assim como um envelhecimento demográfico, sendo nestas zonas que se encontram idosos em situação de isolamento, sem qualquer tipo de transporte ou meio de comunicação, com dificuldade em aceder aos serviços de saúde e a outros serviços públicos, assim como a bens de primeira necessidade, como mercearias e outros alimentos, uma vez que não existe comercio, nem comerciantes que lhes levem alimentos. Estes idosos, geralmente, recusam-se a integrar Instituições Sociais, pois não querem sair do seu meio, tendo como actividade prática diária o cultivo das terras, vivendo em habitações muitas das vezes já degradadas. Assim, relativo a este problema, salienta-se a existência de duas lacunas, uma referente aos idosos dependentes e sem respostas institucionais em n.º suficiente, e idosos independentes, mas que vivem isolados e com dificuldade de acesso a serviços e bens essenciais, sem respostas institucionais adequadas e em numero suficiente. Assim, tal como já foi referido anteriormente, verifica-se uma clara diferença a nível de respostas sociais para idosos, entre as freguesias serranas e as do litoral, como se pode verificar nos mapas para cada valência que apresentamos a seguir: 131

132 Figura nº 14 Distribuição geográfica da valência de Lar de Idosos Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude Como se pode verificar, dos lares de idosos existentes, apenas um se encontra numa freguesia mais próxima da região serrana (Belazaima do Chão), sendo que os restantes se situam todos em freguesias mais urbanas e situadas a litoral (Trofa; Fermentelos; Águeda; Aguada de Baixo; Aguada de Cima). Acrescenta-se, ainda, que na parte norte do concelho, à excepção dos Pioneiros na Trofa, não existem de momento respostas a nível desta valência. No entanto, as novas respostas sociais aprovadas no âmbito do PARES pretendem alterar esta situação. Observa-se que, além de acrescentarem mais 126 lugares em valência de Lar em todo o Concelho, incluem uma nova infra-estrutura em Préstimo, uma freguesia marcadamente serrana, e duas na zona norte (Macinhata do Vouga; Valongo do Vouga). 132

133 Figura nº 15 Distribuição geográfica da valência de Serviço de Apoio domiciliário Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude Como se pode observar no mapa, a distribuição da valência de apoio domiciliário é mais alargada, em termos de freguesias, que a de lar, sendo que só Préstimo, Macieira de Alcoba, Castanheira do Vouga e Agadão, não contam com este tipo de resposta, situação que volta a sublinhar a realidade da terceira idade na zona serrana. A infra-estrutura aprovada pelo PARES para Préstimo, contemplando também Serviço de Apoio Domiciliário, colmata a lacuna existente, ainda que sejam necessárias medidas paralelas, de forma a abranger o maior número de idosos possível num plano integrado de melhoria de acesso a cuidados e serviços. Acrescenta-se ainda que as respostas sociais aprovadas no âmbito do PARES contemplam mais 74 lugares de SAD a adicionar aos existentes actualmente. 133

134 Figura nº 16 Distribuição geográfica da valência de Centro de Convívio Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude Relativamente aos Centros de Convívio, as respostas existentes apresentam uma distribuição um pouco diferente das anteriores, com uma maior concentração nas freguesias a norte do concelho, incluindo uma mais interior, Préstimo. Não estando previstas novas respostas sociais aprovadas no âmbito do PARES 134

135 Figura nº 17 Distribuição geográfica da valência de Centro de Dia Fonte: CMA, Divisão de Acção Social Educação e Juventude A distribuição da valência de Centro de Dia é semelhante à do SAD, havendo apenas a acrescentar, que as novas respostas no âmbito do Pares vêm alargar a capacidade total em 115 vagas, distribuídas pelas freguesias Valongo do Vouga, Préstimo, Travassô, Águeda e Espinhel, como acontece relativamente ao apoio Domiciliário. Foi efectuado um levantamento junto das IPSS s com valências nas áreas dos idosos, verificando-se que existem 173 pessoas em lista de espera para Lar de Idosos, 10 pessoas para o Centro de Dia e 39 para o Serviço de Apoio Domiciliário. Concluindo-se com os dados apresentados e com o número de pessoas em lista de espera para as diferentes valências, que as respostas destinadas aos idosos continuam a ser insuficientes. É de salientar que o número de IPSS s que responderam foi bastante reduzido (8) e não foi efectuada comparação nominal, podendo haver sobreposição de pessoas nas várias listas de espera. Como causas os parceiros identificaram: 1) o aumento do nº de mulheres no mercado de trabalho, 2) o aumento da esperança média de vida e 3) a falta de investimento no apoio social. 135

136 Como consequências elencaram: 1) a solidão, 2) as dificuldades de socialização, 3) os idosos a viver em situação de miséria e 4) o aumento de listas de espera. 3. Desfasamento entre as mensalidades pagas pelos idosos e o custo real dos serviços prestados pelas Instituições de Solidariedade Social Referentes a este problema, a maioria das IPSS s também não forneceram as informações solicitadas, tendo sido obtidas apenas 3 respostas, o que não é significativo para tirar qualquer inferência. Como causas, os parceiros identificaram apenas as pensões baixas, referindo como possível consequência a diminuição da qualidade dos serviços. 4. Défice de apoio por parte do SNS ao nível de algumas especialidades médicas Segundo informação fornecida pelo Hospital Distrital de Águeda, não existem, nem nunca existiram, consultas específicas para a população idosa, tais como geriatria e gerontopsiquiatria. No Centro de Saúde, tendo em conta as suas competências como anteriormente referido, não existem consultas de especialidades, sendo os rastreios auditivos, visuais, diabetes, colesterol, tensão arterial, realizados na população idosa, no âmbito da consulta de medicina geral e familiar. Não existem no Centro de Saúde, idosos sem médico de família, sendo o tempo médio de espera por uma consulta de clínica geral de 5 dias. Os parceiros referem como causa para este problema 1) a falta de especialidades médicas no SNS, e 2) politicas de saúde desajustadas da realidade, apontando como única possível consequência as listas de espera demoradas. 5. Défice de espaços na zona urbana vocacionados para a população idosa Relativamente a este défice não existe um levantamento do número de espaços de socialização fechados dirigidos à população idosa, que fundamente o défice. Como causa para esta questão os parceiros identificaram o facto de não ser considerada uma prioridade, podendo ter como consequências 1) a solidão e 2) dificuldades de socialização. 6. Défice de formação profissional especifica por parte dos colaboradores das IPSS para trabalhar com idosos (gerontologia, geriatria e demências), Este défice refere-se a conhecimentos específicos, que decorrem de formação contínua que as instituições deverão facilitar aos seus colaboradores. Nos inquéritos ás IPSS s sobre os níveis de competências profissionais específicas para trabalhar com idosos, como já referido, o número de instituições que responderam não foi significativo, não permitindo qualquer inferência. 136

137 Este problema não foi alvo de consenso, estando diferenciadas no mapa seguinte, com sombreado azul as questões alvo de divergência. No entanto, apresentamos aqui as causas e consequências indicadas pelos parceiros nos Workshop s, uma vez que não foram sugeridas propostas alternativas. Como causas os parceiros elencaram; 1) a falta de incentivos, 2) o pouco trabalho em rede das instituições, 3) os salários baixos, 4) a dificuldade de recrutar colaboradores motivados para trabalhar com idosos, e 5) a baixa escolaridade dos colaboradores. Os parceiros indicaram como única consequência a possibilidade de uma menor qualidade nos serviços prestados. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: 137

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139 ÁREA IMIGRAÇÃO PORTUGAL, PAÍS DE MIGRAÇÃO Portugal foi, durante décadas, um país tradicionalmente de emigração. Um número elevado da população Portuguesa viu-se forçada a emigrar de forma a garantir melhores condições de vida e futuros mais auspiciosos. A manifestação deste fenómeno demográfico prolongou-se até aos nossos dias, mas em moldes e volumes distintos. Actualmente, para além dos indivíduos que emigram em busca de melhores condições de vida, existe um grupo com características diferentes, mais jovens, com mais escolaridade, que são atraídos por oportunidades de emprego mais qualificadas e adequadas às suas qualificações académicas e profissionais, pela novidade de uma cultura, tradição, língua e sociedade diferentes, pela possibilidade de evolução em termos profissionais e a expectativa de crescimento pessoal. O fenómeno contrário, de entrada de pessoas, com propósito permanente ou temporário e com a intenção de trabalho e/ou residência, designado por imigração, também tem ganho relevância no contexto nacional. Portugal assume-se hoje como um país de destino para um crescente número de cidadãos de várias nacionalidades, tendo passado de um país de emigração para um país de imigração, ou seja, a entrada de pessoas passou a ser superior à saída. As primeiras vagas de imigrantes, provenientes das antigas colónias portuguesas, chegaram no início dos anos 70, coincidindo com o processo de descolonização nas províncias ultramarinas. Após o 25 de Abril de 1974, o número destes imigrantes foi crescendo de forma significativa, sobretudo na década de 80. Por conseguinte, até aos anos 90 do século XX, a grande parte dos países de origem dos imigrantes estava localizada geograficamente no continente africano. Com a desestruturação dos regimes económicos e políticos do leste europeu, no final do século XX, emergiu uma nova corrente migratória proveniente da Europa de Leste, cujo maior fluxo populacional decorreu entre os anos de 1999 e 2003, data em que se verificou um abrandamento. 139

140 Gráfico nº 32 Fonte: dados provisórios do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) MEDIDAS E SERVIÇO NACIONAIS DE APOIO À INTEGRAÇÃO DOS IMIGRANTES A dimensão do fenómeno da imigração em Portugal, está associada às difíceis condições de inserção de parte significativa dos imigrantes, resultado de: 1) dificuldades de respostas de apoio; 2) ausência de redes familiares; 3) dificuldades no acesso à habitação; 4) dificuldades na aprendizagem da língua; 5) baixas qualificações, ou não reconhecimento formal das qualificações de nível superior para efeitos de acesso ao mercado de trabalho. Esta conjugação de factores limita fortemente a participação social dos imigrantes, tornandoos um grupo particularmente vulnerável à exclusão social, que necessita de uma intervenção específica no combate à pobreza e a fenómenos discriminatórios. Deste modo, o Governo Português, em consonância com as prioridades da União Europeia, assumiu como prioridade política ultrapassar as discriminações e reforçar a integração dos imigrantes, enquadrando-a em medidas de política com carácter preventivo e/ou reparador, procurando garantir os direitos e facilitar o acolhimento e integração desta população. O PNAI elege a imigração como um eixo prioritário a nível nacional, com metas definidas para ultrapassar as discriminações e reforçar a integração dos imigrantes. Numa política de imigração ajustada ao novo contexto, Portugal adequou a legislação, pela Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho, atribuindo um estatuto jurídico aos estrangeiros igual ao do cidadão português, de forma a simplificar e tornar mais claro o processo de legalização. 140

141 Em termos institucionais, cabe ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), instituto público integrado na administração indirecta do Estado, a concepção, execução e avaliação das políticas públicas, transversais e sectoriais, relevantes para a integração dos imigrantes e das minorias étnicas. Os Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante (CNAI), da responsabilidade do ACIDI, surgiram da necessidade de colmatar as dificuldades decorrentes da dispersão dos serviços a que os cidadãos imigrantes tinham que aceder no seu processo de legalização e integração, e a ausência de respostas adequadas a várias questões colocadas pela imigração. Os CNAI s têm uma abrangência nacional, encontrando-se localizados nas duas principais áreas metropolitanas do país Lisboa e Porto, e têm como principais objectivos: - resolver a dispersão dos serviços públicos que lidam com as questões da imigração; - melhorar a comunicação entre serviços, facilitando o processo de legalização dos imigrantes; - criar respostas adequadas a algumas questões específicas dos cidadãos imigrantes; - resolver/atenuar dificuldades linguístico-culturais nos serviços de atendimento das instituições públicas. Portugal Acolhe Em Julho de 2001 o Governo lançou, no âmbito da política de integração social dos imigrantes, o Programa Portugal Acolhe, destinado à população residente, que comprove não possuir nacionalidade portuguesa e que apresente uma situação regularizada de estadia, permanência ou residência em Portugal, proporcionando o acesso a um conjunto de conhecimentos indispensáveis a uma inserção de pleno direito na sociedade portuguesa, nomeadamente, a capacidade de expressão e compreensão da língua portuguesa e o conhecimento dos direitos básicos de cidadania, entendidos como componentes essenciais de um adequado processo de integração. Esta formação está actualmente disponibilizada na rede nacional de Centros de Formação Profissional do IEFP. Ainda ao nível institucional, mas com competências em matéria de segurança, existe o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), integrado no quadro da política de segurança interna do país e que intervém directamente na área da imigração, tendo por objectivos fundamentais controlar a circulação de pessoas nas fronteiras e a permanência e actividades de estrangeiros em território nacional, bem como estudar, promover, coordenar e executar as medidas e acções relacionadas com aquelas actividades e com os movimentos migratórios. 141

142 A IMIGRAÇÃO NO DISTRITO DE AVEIRO Segundo o SEF, o fenómeno da imigração regista uma forte visibilidade no distrito de Aveiro. Gráfico nº 33 Fonte: dados provisórios do SEF em 2006 De tal forma que foi necessário criar no distrito, um Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII), constituído por espaços de informação descentralizada, com equipamentos diversificados: Posto Multimédia: disponibilização de um computador com acesso à Internet, para esclarecimento, consulta ou pesquisa de informação. Telefone SOS Imigrante: disponibilização de um telefone com acesso directo e exclusivo à linha SOS Imigrante, com atendimento multilíngue, tendo como principal objectivo esclarecer dúvidas ou questões mais complexas que se coloquem ao imigrante. Folhetos de Informação: São disponibilizados um conjunto de folhetos temáticos em três línguas português, inglês e russo - lei da imigração, guia de saúde, reagrupamento familiar, programa de retorno voluntário, ensino, etc. 142

143 A IMIGRAÇÃO NO CONCELHO DE ÁGUEDA No que se refere ao concelho de Águeda, lamentavelmente, não existem dados estatísticos actuais referentes à população imigrante, bem como às suas características. No entanto, é possível registar aqui os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes a 2001, data do último recenseamento da população. Gráfico nº 34 População Residente no Concelho em 2001 Fonte: INE 2001 O conhecimento da realidade actual do concelho de Águeda referente a esta temática resulta da percepção que os serviços e técnicos detêm, fruto do contacto diário e próximo com esta população específica, nas diversas respostas institucionais. É este trabalho diário que permite a identificação das necessidades, a detecção dos problemas prioritários e as respectivas causalidades, bem como dos recursos e pontencialidades locais, que constituem reais oportunidades de desenvolvimento. Da percepção da realidade social concelhia, pudemos afirmar que se verifica uma predominância de cidadãos dos Países Africanos Língua Oficial Portuguesa (PALOP), do Brasil e do Leste Europeu, assumindo particular destaque os imigrantes Ucranianos. INICIATIVAS E ACTIVIDADES DESTINADAS À POPULAÇÃO IMIGRANTE Tendo em conta este conhecimento, foi já possível accionar no concelho um conjunto diversificado de programas, projectos e actividades específicas para a promoção e integração da população imigrante: Escola de Língua Materna Dirigida aos filhos de imigrantes dos países do leste europeu, com idades compreendidas entre os 5 e 14 anos, integradas no sistema educativo português. 143

144 Este projecto tem como objectivo proporcionar o conhecimento e desenvolvimento da língua materna e cultura do país de origem dos pais. A Escola de Língua Materna resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Escola EB1 de Águeda e funciona aos Sábados, de Janeiro a Junho. Actualmente existem em funcionamento dois cursos: Curso de Língua Russa - Dirigida aos filhos de imigrantes oriundos da Rússia. Curso de Língua Ucraniana - Dirigida aos filhos de imigrantes oriundos da Ucrânia. Curso de Português como Segunda Língua Níveis 1, 2, 3 Este curso, dirigido a indivíduos oriundos dos países do leste europeu, em idade activa, tem como grande finalidade proporcionar conhecimentos básicos da língua e cultura portuguesa, por forma a optimizar a inserção no mundo laboral e na sociedade em geral dos imigrantes. Este curso tem como objectivos: - Proporcionar à comunidade imigrante concelhia um conjunto de conhecimentos que lhes permitam dominar a língua portuguesa em ordem a uma melhor inserção laboral e social; - Criar espaços de formação pessoal, socialização e integração; - Aproximar gerações, grupos sociais e comunidades diversas; - Ocupar e rentabilizar os tempos livres na aprendizagem da língua e cultura portuguesa; - Proporcionar espaços de comunicação, convívio e de promoção pessoal e social a diferentes pessoas oriundas de diferentes locais; - Desenvolver atitudes positivas face, não só à valorização pessoal, mas também à formação em geral e à necessidade de aperfeiçoamento do português falado e escrito, em particular. O nível académico médio dos participantes é elevado, factor facilitador do processo de ensino/aprendizagem. Este Projecto resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Águeda e a Escola Secundária Marques de Castilho, e funciona de Janeiro a Junho, às Quartas, Quintas e Sextasfeiras das 19h30 às 22h00. Espaço na Biblioteca Municipal de Águeda Na Biblioteca Municipal de Águeda existem para consulta e requisição 140 títulos em língua Russa e Ucraniana, tendo uma média de requisição mensal de 10 livros. Existem, também, para consulta na Biblioteca, 2 jornais semanais. 144

145 Gabinete de Apoio à Integração da Comunidade Imigrante Serviço integrado no Projecto Asas pró futuro, do Programa Escolhas, dirigido à população imigrante do concelho de Águeda, no qual se desenvolvem Sessões de Esclarecimento, Acções de Apoio Pessoal, Familiar e Associativo e Acompanhamentos Técnicos e Encaminhamento para entidades institucionais, pretendendo-se que os casos tenham um tratamento célere. O gabinete tem como objectivos específicos: - Facilitar a integração de imigrantes e descendentes. - Clarificar e agilizar processos burocráticos. - Mediar relações com as entidades locais. Para além das acções acima referidas o Gabinete: - Colabora e apoia a dinamização da Associação de Ucranianos em Portugal; - Organiza eventos multiculturais (Festa da Mãe Maio); - Realiza acções de sensibilização ( Curriculum Vitae O nosso espelho ); - Promove actividades em espaços de formação e de aprendizagem informal como o Fórum da Juventude, d Orfeu, Cruz Vermelha Delegação de Águeda, para imigrantes e filhos; - Articula com a Escola de Língua Materna Ucraniana; - Bolsa de Emprego; - Disponibiliza apoio técnico e logístico a iniciativas de empreendorismo; - Faz encaminhamentos/acompanhamentos sociais, profissionais e clínicos; - Organiza voluntariado. É de referir, também, a resposta institucional da Associação dos Ucranianos em Portugal (SPILKA), que pretende esclarecer direitos e deveres dos cidadãos imigrantes na Comunidade Portuguesa, através de um serviço de acompanhamento permanente nas áreas de: Inserção e apoio no mercado de trabalho; Encaminhamento para formação profissional que facilite a colocação no emprego; Promoção da melhoria das condições de trabalho; Apoio jurídico em legislação laboral no âmbito da igualdade, etc; Apoio na promoção da saúde; Apoio a iniciativas empresariais (criação do próprio emprego, subsídios, etc.); Promoção do intercâmbio cultural. 145

146 Problemáticas Identificadas Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre imigração, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas com a temática da Imigração, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho em matéria de imigração. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 6 problemas, ordenados do modo que se segue pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. Défice de informação sobre a legislação portuguesa, os serviços públicos e apoios da rede solidária, por parte da população imigrante 2. Desconhecimento da legislação em vigor aplicável à realidade da imigração por parte dos técnicos que estão no atendimento 3. Pouca intervenção do Município nesta área poucas actividades e pontuais, sem enquadramento programático 4. Inexistência de um conhecimento aprofundado sobre a realidade da imigração no concelho de Águeda 5. Dificuldade de adaptação dos filhos de imigrantes aos contextos escolares 6. Dificuldade de adaptação à língua portuguesa por parte de alguns grupos de imigrantes Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre imigração, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática. 1. Défice de informação sobre a legislação portuguesa, os serviços públicos e apoios da rede solidária, por parte da população imigrante Relativamente a esta questão, não existe informação que fundamente a existência do défice de informação sobre a legislação portuguesa. 146

147 Os parceiros identificaram como causas para este problema: 1) quem está no atendimento não domina a língua estrangeira, 2) serviços com informação espartilhada/parcelar da realidade, 3) os imigrantes escondem-se por receio (ilegais), 4) desconhecimento da legislação em vigor aplicável à realidade da imigração por parte dos técnicos que estão no atendimento, 5) dificuldades de linguagem para exprimir os seus problemas e 6) os imigrantes não recorrem aos serviços por desconfiarem da sua capacidade. Como possível consequência referiram apenas a dificuldade/problemas de integração. 2. Desconhecimento da legislação em vigor aplicável à realidade da imigração por parte dos técnicos que estão no atendimento Respeitante a esta temática, também não existe informação sobre o desconhecimento ou conhecimento da legislação em vigor. Relativamente às causas, os parceiros identificaram as seguintes: 1) não é visto como prioridade em termos institucionais, 2) falta de articulação e partilha de informação entre os serviços portugueses. A continuidade deste problema tem como possíveis consequências: 1) a frustração dos imigrantes porque não têm respostas, 2) a frustração dos técnicos porque não conseguem dar resposta, 3) o défice de informação sobre a legislação portuguesa, os serviços públicos e apoios da rede solidária, por parte da população imigrante e 4) as dificuldades/problemas de integração. 3. Pouca intervenção do Município nesta área poucas actividades e pontuais, sem enquadramento programático Na fundamentação da sub área da imigração foram mencionadas as actividades e projectos específicos para a população imigrante, revelando que as actividades existentes na sua maioria são efectivadas com a parceria da Câmara Municipal, sendo actividades e projectos programados, de carácter efectivo. Os parceiros identificaram como causa para esta problemática 1) o facto de não ser competência do Município e 2) a inexistência de um conhecimento aprofundado sobre a realidade da imigração no concelho. Como consequências apresentaram: 1) as dificuldades/problemas de integração, 2) as intervenções menos eficazes 147

148 4. Inexistência de um conhecimento aprofundado sobre a realidade da imigração no concelho de Águeda Relativamente a este problema, constata-se que não existe nenhum estudo específico sobre a realidade da imigração no concelho. Os parceiros identificaram como causa para esta questão: 1) os imigrantes escondem-se por receio (ilegais); 2) as dificuldades de linguagem para exprimir os seus problemas e 3) os imigrantes não recorrem aos serviços por desconfiarem da sua capacidade. Como consequências listaram: 1) a falha nos processos de integração, 2) a falha nas comunicações, 3) as dificuldades de desenhar intervenções eficazes e 4) a pouca intervenção do município nesta área poucas actividades e pontuais, sem enquadramento programático. 5. Dificuldade de adaptação dos filhos de imigrantes aos contextos escolares Referente a este problema, foram questionados os Agrupamentos de Escolas sobre a sua percepção da maior ou menor facilidade de integração dos filhos de imigrantes nos contextos escolares, referindo todos eles que não é problema, processando-se a integração com normalidade, do que se conclui que este não é um problema significativo e prioritário. Foram elencados como causas: 1) as dificuldades com a língua, 2) a existência de jovens que chegam para níveis de escolaridade mais avançados e 3) o desconhecimento das opções existentes (ex. cursos tecnológicos), mencionando como possíveis consequências 1) a perda do 1º ano de escolaridade em Portugal e 2) a possibilidade de, se tiveram mais 16 anos, poderem desmotivar e sair do sistema educativo. 6. Dificuldade de adaptação à língua portuguesa por parte de alguns grupos de imigrantes Respeitante a este problema, apesar da existência de cursos de Português como Segunda Língua, não existe nenhum estudo sobre os níveis de conhecimento da língua portuguesa, por parte da população imigrante. Os parceiros identificaram como causas para este problema, por um lado 1) a existência de países de origem onde o inglês não é obrigatório como segunda língua e por outro lado 2) as línguas que utilizam alfabetos diferentes, apontando como única possível consequência a dificuldade/problemas de integração. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: 148

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150 ÁREA DEFICIÊNCIA UM NOVO CONCEITO DE DEFICIÊNCIA O progressivo avanço dos conhecimentos científicos, tecnológicos e da investigação, tem contribuído para profundas mudanças na identificação e explicação das situações geradoras de deficiências e incapacidades. Existem dois modelos explicativos: O modelo médico - perspectiva individual, baseada em classificações categoriais e em critérios estritamente médicos, exigindo uma acção exclusiva no campo médico, ao nível da prevenção, do tratamento e da reabilitação médica; O modelo social reconhece que a incapacidade não é inerente à pessoa, considerando-a como um conjunto complexo de condições, decorrentes de factores externos ou ambientais, mudando o foco para a diferença. A Classificação Internacional da Funcionalidade e Incapacidade (CIF) anunciou recentemente o novo sistema de classificação que interpreta as características das pessoas, nomeadamente das estruturas e funções do corpo, incluindo as funções psicológicas e a interacção pessoa-meio ambiente, no sentido de valorizar as suas capacidades. Figura n.º 20 Interacções entre os componentes da CIF Condição de Saúde (alteração ou doença) Estrutura & Funções do Corpo Actividade Participação Factores Ambientais Factores Pessoais Fonte: Guia do Principiante, Para uma Linguagem Comum de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde CIF, 2005 O sistema de classificação da CIF é constituído por três componentes: As Funções e Estruturas do Corpo; As Actividades e Participação; Os Factores Ambientais. 150

151 Definição dos Componentes Funções do Corpo - funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as psicológicas). Estruturas do Corpo - partes anatómicas do corpo (órgãos, membros e seus componentes). Deficiências - problemas nas funções / estruturas do corpo, tais como, um desvio ou perda. Actividade - execução de uma tarefa ou acção por um indivíduo. Participação - envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real. Limitações da Actividade - dificuldades que pode ter na execução de actividades. Restrições de Participação - problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está envolvido em situações da vida real. Factores Ambientais - constituem o ambiente físico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem sua vida. Atendendo a um esquema hierarquizado, a CIF integra listas de classificações para cada um dos componentes, reunindo diferentes domínios que se subdividem em categorias e subcategorias mais detalhadas, que correspondem a diferentes códigos e qualificadores, indicando o grau de gravidade ou extensão do problema, segundo uma escala de cinco pontos. Tipos de incapacidades: Incapacidade para ver - entendida como a ausência ou redução grave de visão, atingindo sobretudo os grupos etários mais elevados. Incapacidade para ouvir - consiste na ausência ou redução grave da capacidade auditiva, havendo uma progressividade constante com o aumento da idade. Incapacidade para falar - a ausência de capacidade de articular palavras ou produzir mensagens verbais audíveis e de transmitir o seu significado através da fala (menor prevalência no conjunto de todas as incapacidades). Outras incapacidades de comunicação ausência ou redução da capacidade para escrever ou para ler, para comunicar através de símbolos ou gestos o que significa uma ausência/redução da capacidade para compreender sinais ou símbolos gráficos associados a códigos convencionais, como por exemplo, sinais de trânsito, mapas, diagramas simples e outras representações esquemáticas de objectos. Incapacidade no cuidado pessoal - ausência ou redução grave na capacidade para cuidar de si próprio, no respeitante às actividades fisiológicas básicas (alimentação, higiene pessoal), a expressão mais significativa situa-se na faixa etária acima dos 75 anos. 151

152 Incapacidade de locomoção - a redução ou incapacidade grave de realização de actividades relacionadas com a deslocação, quer do próprio quer de objectos (tipo de incapacidade mais relevante, havendo uma relação directa com o aumento da idade). Incapacidade para realizar tarefas da vida diária - redução severa ou ausência de capacidade para realizar actividades quotidianas e tarefas referentes à actividade manual (distribuição pelos grupos etários idêntica à incapacidade na locomoção). Incapacidade face a situações - decorrem da dependência e da resistência física. Foram incluídas nesta categoria as pessoas com dependência de qualquer máquina externa de suporte de vida, como "pace-maker", ventiladores respiratórios e rins artificiais (diálise) ou qualquer forma de aparelho electromecânico para a manutenção ou aumento dos potenciais de actividade. Incapacidade no comportamento - incapacidade no plano educacional, de segurança pessoal, de relacionamento familiar e na actividade profissional. Causas das deficiências/incapacidades Pré Gestacionais: determinada informação genética provoca alterações na gestação. Pré- Natais: alterações que ocorrem depois de o ovo já estar formado, influenciadas pela idade da mãe; intervalo gestacional; multiparidade, rubéola, sífilis e outras doenças; drogas. Péri Natais: alterações que ocorrem durante o parto. Pós Natais: alterações que ocorrem depois do nascimento, como doenças, acidente, etc. Desvantagem (Handicap) É a condição social de prejuízo sofrido por um indivíduo, resultante de uma deficiência ou de uma incapacidade, que o limita ou impede do desempenho de uma actividade considerada normal, tendo em atenção a idade, o sexo e os factores sócio-culturais, reflectindo as consequências culturais, sociais, económicas e ambientais que derivam da existência da deficiência e da incapacidade. 152

153 AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS OU INCAPACIDADE EM PORTUGAL Segundo os Censos de 2001, em Portugal existiam pessoas com deficiências, numa população (residente) de 10,3 milhões de indivíduos, ou seja, 6% da população tinha uma deficiência, com base na tipologia utilizada nos Censos Desta, o universo masculino representa 53,63% e o feminino 47,37%. Gráfico nº 35 Percentagem de população portadora de deficiência no total da população residente P opulação total 6% P opulação com deficiência 94% Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. Gráfico nº 36 Deficiência por tipo, em Portugal , ,009 Paralisia Cerebral 70,994 84, , , ,569 Mental Auditiva Outra Motora Visual Com Deficiência (Total) Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. Gráfico nº 37 Deficiência por Grau, em Portugal , , ,103 63, ,518 73,844 0 Inferior a 30% De 30 a 59% De 60 a 80% Superior a 80% Sem grau atribuído Total Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. 153

154 Reabilitação Processo ou intervenção, global e dinâmico, orientado para (em maior ou menor grau) recuperar física e psicologicamente a pessoa portadora de deficiência, tendo em vista a sua reintegração social. Assim, consideram-se como reabilitação as técnicas ortopédicas, incluindo as intervenções cirúrgicas, os pesos correctores, os exercícios de marcha, a reeducação da linguagem, o reconhecimento do espaço ou a mobilidade para cegos, bem como os programas no âmbito da educação especial, da formação profissional e da integração laboral e social. Constitui um trabalho integrado de diferentes profissionais, devendo estes estabelecer uma estratégia com objectivos comuns e desenvolver acções convergentes e sinérgicas. Prevenção Integra um conjunto de medidas trans-sectoriais que visam evitar o aparecimento ou agravamento da deficiência e anular ou atenuar os seus efeitos ou consequências. 154

155 MEDIDAS E PROGRAMAS NACIONAIS DE APOIO À POPULAÇÃO DEFICIENTE Na generalidade dos países da União Europeia, não sendo Portugal excepção, têm sido identificados três tipos de factores que determinam as condições de vida particularmente desfavoráveis e que requerem medidas de protecção social, quer em termos de compensação financeira, quer de disponibilização de apoios sociais e humanos, promotores de autonomia e qualidade de vida e preventores da exclusão social, nomeadamente: 1) a perda de rendimentos por incapacidade de acesso ao mercado de trabalho ou devido a situações laborais e salários precários; 2) os custos adicionais decorrentes da situação de deficiência ou de incapacidade, e 3) a marginalização ou exclusão dos serviços e das actividades sociais. A década de 90 foi a época do aparecimento de orientações internacionais aplicáveis aos cidadãos com deficiências ou incapacidade. As iniciativas e-europe 2002 e e-accessibility, a Estratégia de Emprego na Sociedade da Informação, a Directiva n.º 2000/78/CE (quadro geral de igualdade de tratamento no emprego e na actividade profissional), a proclamação do ano de 2003 como sendo o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, reforçam a importância e a preocupação a nível europeu com esta temática, assim como a adopção do Plano de Acção Europeu para a Deficiência ( ). No entanto, a nível nacional apenas recentemente se reconheceu a verdadeira necessidade de haver uma política exclusivamente dirigida para as pessoas com deficiência ou incapacidade, apesar da implementação e monitorização de alguns instrumentos internacionais, como exemplo, os acima mencionados. Dando cumprimento a este imperativo, a Lei n.º 38/2004, de 18 de Agosto aprova a Lei de Bases da prevenção, habilitação, reabilitação e participação das pessoas com deficiência, um instrumento legal que enquadra as políticas de promoção da igualdade de oportunidades respeitantes às pessoas com deficiência ou incapacidade em Portugal, definindo como grandes objectivos neste domínio a: 1) promoção da igualdade de oportunidades (destacando-se as políticas e acções relativas à acessibilidade, à comunicação, à cultura, ao desporto e lazer e à sensibilização/informação) 2) promoção de oportunidades de educação, trabalho e formação ao longo da vida, 3) promoção do acesso a serviços de apoio e 4) promoção de uma sociedade para todos, através da eliminação das barreiras e da adopção de medidas que visem a plena participação das pessoas com deficiência. 155

156 Realça-se também, que a introdução na nova classificação dos factores ambientais assume um papel relevante, implicando em termos de política, que se privilegiem acções e intervenções direccionadas para a promoção de meios acessíveis e geradores de competências, de atitudes sociais e políticas positivas, que conduzam a oportunidades de participação e a interacções positivas pessoa-meio, afastando-se da perspectiva reabilitativa e de tratamento da pessoa. De forma a impulsionar, consolidar e promover a igualdade de oportunidades, o combate à discriminação e a plena participação das pessoas com deficiência e incapacidade foi definido o I Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade (PAIPDI) Os objectivos do PAIPDI concretizam-se nas seguintes directrizes: 1) Promoção dos direitos humanos e do exercício da cidadania; 2) Integração das questões da deficiência e da incapacidade nas políticas sectoriais; 3) Acessibilidade a serviços, equipamentos e produtos; 4) Qualificação, formação e emprego das pessoas com deficiência ou incapacidade; 5) Qualificação dos recursos humanos/formação dos profissionais e conhecimento estratégico. Estando as propostas de actuação do PAIPDI consagradas em cinco grandes planos estratégicos: Plano Nacional de Emprego (PNE) de 2005 a 2008, o I Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade (PNPA), o Programa Nacional para a Sociedade de Informação - Ligar Portugal (PNSI), o Plano Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego e o Programa Novas Oportunidades, tendo alguns destes já sido referidos em áreas apresentadas anteriormente, vamos apenas enunciar os 3 eixos do PAIPDI: Eixo n.º 1 Acessibilidades e informação Eixo n.º 2 Educação, qualificação e promoção da inclusão laboral Eixo n.º 3 Habilitar e assegurar condições de vida dignas No que respeita aos espaços públicos das nossas cidades, verifica-se que estes não são, em geral, acessíveis. Como se pode verificar pela análise do Gráfico nº 41, 83% dos edifícios não têm rampas de acesso, no entanto 60% destes são acessíveis. Importa referir que apenas 7% dos edifícios têm rampas de acesso. 156

157 Gráfico nº38 Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no país Edificios Sem rampas de acesso e o edifício não é acessível Edificios Sem rampas de acesso, mas o edifício é acessível Edificios Com rampas de acesso 7% 33% 60% Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. De forma a colmatar estas lacunas, foi definido o Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade (PNPA) que constitui um instrumento estruturante de medidas que visam a construção de uma rede global, coerente e homogénea em matéria de acessibilidades, de modo a proporcionar às pessoas com mobilidade condicionada, ou dificuldades sensoriais, uma utilização plena de todos os espaços públicos, mas também dos transportes e das tecnologias de informação, proporcionando um aumento da qualidade de vida e prevenção e eliminação de formas de discriminação ou exclusão. A aplicação do PNPA considera dois horizontes temporais, o primeiro até 2010, onde são definidas medidas e acções concretas; para o segundo período, de 2011 a 2015, as medidas serão definidas em 2010, em função da avaliação da aplicação do PNPA no período anterior. Para o período até 2010 definem-se seis linhas de intervenção: Linha 1 - Sensibilizar, informar e formar; Linha 2 - Assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio edificado; Linha 3 - Promover a acessibilidade nos transportes; Linha 4 - Apoiar a investigação e a cooperação internacional; Linha 5 - Fomentar a participação; Linha 6 - Assegurar a aplicação, o controlo e a coordenação. Também o Programa Operacional do Potencial Humano contempla medidas específicas para, directa ou indirectamente, apoiar e promover a integração deste grupo da população. Tipologia 6.1 Formação para a Inclusão Tipologia 6.2 Qualificação das Pessoas com Deficiência e Incapacidades Tipologia 6.3 Apoio à Mediação e Integração das Pessoas com Deficiência e Incapacidade Tipologia 6.4 Qualidade dos Serviços e Organizações 157

158 Reconhecendo que as pessoas com deficiência ou incapacidade não são um grupo homogéneo, é inegável que no todo, são dos grupos da população que mais tem sofrido os efeitos da exclusão, comprometendo a participação activa na sociedade e o exercício de uma cidadania plena, pelo que foi considerado pelo PNAI como um grupo prioritário de intervenção. Neste contexto, o sistema público de protecção social é um instrumento fundamental no apoio e promoção da integração das pessoas em condições de maior vulnerabilidade e risco de exclusão social, cabendo-lhe como tal garantir as respostas que se adeqúem às necessidades das pessoas com substanciais limitações funcionais, bem como às suas famílias. Ajudas Técnicas Destinando-se a todas as pessoas com deficiência ou incapacidade, permanente ou temporária, as ajudas técnicas são tecnologias de apoio (incluindo dispositivos, equipamento, instrumentos, tecnologia e software) produzidas para prevenir, compensar, monitorizar, aliviar ou neutralizar qualquer impedimento, limitação da actividade e restrição na participação. Desta forma, é publicado anualmente um Despacho Ministerial que determina os montantes globais para o financiamento das ajudas técnicas. Anualmente, é também publicado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) um conjunto de normas regulamentadoras da prescrição, atribuição e financiamento de ajudas técnicas, assim como as entidades prescritoras e financiadoras. O financiamento é feito através de: Centros Distritais do Instituto da Segurança Social, I. P.; Hospitais, designados pela Direcção-Geral de Saúde; Centros de Emprego e Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão; Entidades privadas/centros de reabilitação profissional, credenciados enquanto entidades financiadoras. O financiamento é de 100%, quando a ajuda técnica não consta nas tabelas de reembolsos do SNS, ou quando não é comparticipada por companhia seguradora, quando consta das tabelas de reembolsos do SNS. Quando é coberta por companhia seguradora, o financiamento é do montante correspondente à diferença entre o custo da ajuda técnica e o valor da respectiva comparticipação. 158

159 AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS OU INCAPACIDADE NO CONCELHO No que se refere ao concelho de Águeda, não existem dados estatísticos actuais referentes à população deficiente ou com incapacidade. No entanto, é possível registar aqui os dados recolhidos pelo INE referentes a 2001, data do último recenseamento da população. Gráfico nº 39 Percentagem de população deficiente residente no Concelho P opulaç ão total 5% P opulaç ão com deficiência 95% Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. Gráfico nº 40 Tipo de Deficiência no Concelho de Águeda Paralisia Cerebral Auditiva Mental Outra Visual Motora Com Deficiência (Total) Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População Gráfico nº 41 Deficiência por Grau no Concelho Inferior a 30% De 30 a 59% De 60 a 80% Superior a 80% Sem grau atribuído Total Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. 159

160 Como se pode constatar pela análise dos gráficos anteriores, a realidade no Concelho de Águeda não difere significativamente da realidade nacional. Em termos de acessibilidades, verifica-se pela análise do Gráfico nº 45, que no Concelho 88% dos edifícios não tem rampas de acesso, no entanto, 70% destes são acessíveis. Importa referir que 12% dos edifícios têm rampas de acesso, número bastante superior ao da realidade nacional Gráfico nº 42 Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no Concelho Edificios Sem rampas de acesso e o edifício não é acessível Edificios Sem rampas de acesso, mas o edifício é acessível Edificios Com rampas de acesso 12% 18% 70% Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População. 160

161 MEDIDAS, PROGRAMAS E RESPOSTAS SOCIAIS CONCELHIAS Existe no Concelho o Banco de Ajudas técnicas, sedeado na Delegação de Águeda da Cruz Vermelha Portuguesa, dando cobertura a todo o Concelho. No concelho existe também uma Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptados (CERCIAG), dispondo de vários serviços específicos: Unidade Educativa Escola de Ensino Especial destinada a crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos, que requeiram intervenções especializadas e diferenciadas, promovendo o cumprimento da escolaridade obrigatória e integração social de jovens com NEE (capacidade 15 alunos). Unidade Residencial Acolhe temporária ou permanentemente pessoas com deficiência ou multideficiência, com idade igual ou superior a 16 anos e que se encontrem em situação de risco/exclusão social (capacidade 14 indivíduos). Centro de Formação e Emprego ministra formação profissional, dirigida a jovens com mais de 16 anos, fora da escolaridade obrigatória, com deficiências e/ou incapacidades. Serviço de Integração pretende integrar social e profissionalmente os formandos do Centro de Formação e Emprego da CERCIAG, compatibilizando as ofertas do mercado de trabalho com as particularidades das pessoas com deficiência. Serviço de Apoio Domiciliário Prestação de cuidados individualizados e personalizados ao domicílio, dirigido a pessoas que por motivo de doença e/ou incapacidade não possam assegurar as suas necessidades básicas. Departamento de Investigação & Divulgação Credenciado como Centro de Diplomas de Competências Básicas em Tecnologias da Informação, certifica gratuitamente clientes, funcionários e comunidade. Gabinete de Avaliação Avaliação dos candidatos às diferentes Unidades e Serviços. Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) Visa a valorização pessoal e integração social de pessoas com deficiência mental e/ou multideficiência grave/profunda de idade igual ou superior a 16 anos, que não reúnam condições para integrar o Centro. 161

162 Centro de Recursos Local do Centro de Emprego de Águeda Apoio ao nível da Informação, Avaliação e Orientação Profissional (IAOP), apoio à colocação e acompanhamento póscolocação a pessoas com deficiência e incapacidades, inscritas e encaminhadas pelo Centro de Emprego. No concelho existem ainda as seguintes respostas institucionais: Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) Instituição Particular de Solidariedade Social, de âmbito nacional, que tem como objectivos a defesa dos direitos e a promoção da integração socioprofissional dos deficientes visuais, representando a área da deficiência visual no Conselho Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (CNRIPD). Associação Portuguesa de Deficientes (APD) núcleo de Águeda É uma organização de pessoas com deficiência, constituída e dirigida por pessoas com deficiência. Enquanto organização de direitos humanos, tem por objecto a promoção e defesa dos interesses gerais, individuais e colectivos das pessoas com deficiência em Portugal. Associação Cultural de Surdos de Águeda Tem como objecto a representação e defesa dos interesses dos associados, nomeadamente através da realização de actividades recreativas, culturais e sociais. Na Biblioteca Municipal, existem para requisição 62 títulos traduzidos em Braille (com uma média de 5 requisições mensais). Segundo informação disponibilizada pela CERCIAG apoiam, nesta data, existem cerca de 24 empresas com colaboradores com deficiência (no entanto não temos informação referente à existência de mais empresas com colaboradores com deficiência). Quadro n.º 25 Nº de colaboradores portadores de deficiência em Empresas e tipo de Deficiência Tipo de Deficiência Nº de Colaboradores Deficiência Intelectual 20 Deficiência Motora 4 Deficiência Auditiva 2 Deficiência Visual 1 Fonte: CERCIAG, Março de

163 Problemáticas Identificadas Para a identificação das problemáticas, foram convocadas a participar num workshop temático sobre Deficiência, realizado a , as entidades de algum modo envolvidas nesta temática, tendo sido possível tecer uma análise crítica relativamente à situação do concelho em matéria de deficiência. As entidades presentes nesta reunião de trabalho identificaram a existência de 7 problemas, ordenados do modo que se segue, pelos parceiros que responderam ao questionário de priorização on-line: 1. Insuficiência de respostas institucionais ao nível de lar residencial para grandes dependentes e semi-autónomos 2. A rede de transportes local e regional não é facilitadora do acesso ao emprego por parte da população deficiente 3. Insuficiente apoio (técnico e financeiro) às famílias com pessoas dependentes a cargo 4. Diminuição do n.º de recursos humanos especializados ao nível das Necessidades Educativas Especiais (NEE) 5. Dificuldade no acesso/manutenção do emprego 6. Dificuldades em matéria de acessibilidades físicas e informacionais 7. Inexistência de um conhecimento aprofundado sobre a realidade da deficiência no concelho de Águeda, bem como dos recursos existentes Causas e Consequências dos Problemas Identificados A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas. Para a identificação das causas e consequências, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Deficiência, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a , as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática. 1. Insuficiência de respostas institucionais ao nível de Unidade residencial para grandes dependentes e semi-autónomos No concelho existe uma Unidade Residencial com capacidade para 14 pessoas, tendo uma taxa de ocupação de 100% e existindo uma lista de espera de 51 pessoas (11 do concelho, 19 de concelhos limítrofes e 21 fora do distrito de Aveiro). 163

164 De referir que a CERCIAG iniciou a construção de uma nova Unidade Residencial com 16 vagas, estando a obra actualmente parada por falta de verbas. Tendo-se candidatado no âmbito do PARES I, para a valência de Unidade Residencial, a candidatura não foi aprovada. Os parceiros identificaram como causas para esta questão: 1) as dificuldades financeiras das IPSS s para investimento próprio e 2) a pouca aplicação da lei do mecenato. Como consequências referiram: 1) o aumento do nº de pedidos de emergência social, 2) a sobrelotação dos lares e 3) a integração das pessoas em respostas sociais não apropriadas. 2. A rede de transportes local e regional não é facilitadora do acesso ao emprego por parte da população deficiente Esta questão já foi resumidamente exposta na Área do Emprego, importa salientar nesta Área que a especificidade deste problema na população deficiente não se resume à questão da acessibilidade física aos transportes públicos (pisos rebaixados e rampas de acesso), devendo também ter-se em atenção questões relativas às barreiras arquitectónicas nas ruas, que influenciam a utilização dos transportes públicos por este publico. Questionada a empresa responsável pelos Transportes públicos, verificamos que no concelho não existem viaturas de transporte público adaptadas para população com dificuldades de mobilidade. Os parceiros, identificaram como causas para este problema 1) o facto de algumas carreiras não serem rentáveis e 2) a inexistência de transportes adaptados, e como prováveis consequências 1) a dependência de subsídios e 2) o isolamento social. 3. Insuficiente apoio (técnico e financeiro) às famílias com pessoas dependentes a cargo Relativamente a esta questão, tem-se conhecimento que não existem medidas e apoios que tenham sido promovidos recentemente, salientando que não foi efectuado um levantamento exaustivo dos apoios existentes. Como causas para este problema, os parceiros identificaram: 1) a pouca articulação entre serviços, 2) a falta de investimento nas pessoas. Como consequências referiram: 1) a não vivência de uma plena cidadania, 2) a diminuição da qualidade de vida das famílias e 3) o surgimento de mau-estar e conflitualidade no seio da família. 164

165 4. Diminuição do n.º de recursos humanos especializados ao nível das Necessidades Educativas Especiais (NEE) Na Área da Educação e Formação, Quadros nºs 14, 15, 16, 17e 18, apresenta-se o nº de recursos humanos especializados ao nível das Necessidades Educativas Especiais. Relativamente às causas, os parceiros identificaram as seguintes: 1) a legislação desadequada à realidade e 2) a revisão do conceito de NEE em legislação própria. Tendo sido sugerido como potenciais consequências: 1) os graves lacunas ao nível de competências pessoais e sociais, 2) a diminuição dos tempos de apoio por criança e 3) o sentimento de abandono por parte das famílias. 5. Dificuldade no acesso/manutenção do emprego Segundo informação do Centro de Emprego, em 31 de Março de 2008, existiam 48 deficientes desempregados inscritos neste serviço. Como causas deste problema os parceiros identificaram: 1) incentivos à contratação escassos e pouco atractivos, 2) desinvestimento fruto de falta de expectativas, 3) fraca qualidade do atendimento ao deficiente, 4) falta de apoio e expectativa por parte da família do deficiente, 5) imagem estereotipada do deficiente, 6) pouca sensibilidade por parte das entidades empregadoras e cidadãos em geral, 7) graves lacunas ao nível das competências pessoais e sociais, 8) dificuldades em matéria de acessibilidades físicas e funcionais, 9) barreiras arquitectónicas e 10) rede de transporte local e regional não é facilitadora do acesso ao emprego por parte da população deficiente. Referiram como potenciais consequências 1) o isolamento social e 2) sofrimento pessoal. 6. Dificuldades em matéria de acessibilidades físicas e informacionais A informação relativa a esta temática é escassa, não existindo um levantamento das barreiras arquitectónicas. Temos apenas conhecimento que a Biblioteca Municipal procura colmatar as dificuldades de acessibilidades informacionais, disponibilizando 62 títulos de livros traduzidos em Braille. Revelando a preocupação com as acessibilidades físicas, a Câmara Municipal recebeu, a 29 de Janeiro de 2007, a Bandeira de Prata da Mobilidade, como reconhecimento pela execução de uma estratégia de desenvolvimento que tem em linha de conta preocupações com a eliminação de barreiras, sinónimo também de boas práticas e esforço para a eliminação dos obstáculos à mobilidade um pouco por todo o concelho em edifícios de acesso generalizado ao público, como escolas, juntas de freguesia e locais de prestação de cuidados de saúde. 165

166 Para causas deste problema, os parceiros elencaram: 1) a falta de sensibilidade por parte dos cidadãos, 2) a pouca sensibilidade da comunicação social, 3) o défice de incentivos financeiros para a reconversão de edifícios, 4) barreiras arquitectónicas, e 5) o incumprimento da lei. Como consequências identificaram: 1) o desaproveitamento das pontencialidades das pessoas, 2) o condicionamento das oportunidades e opções dos indivíduos, 3) o isolamento social e 4) a dificuldade no acesso e/ou manutenção do emprego. 7. Inexistência de um conhecimento aprofundado sobre a realidade da deficiência no concelho de Águeda, bem como dos recursos existentes Efectivamente, não existe um estudo específico sobre esta questão no concelho. Relativamente às causas os parceiros identificaram 1) o défice de estudos de investigação académica sobre a temática e 2) a dificuldade de adequação entre métodos de recolha da informação e os públicos. Elencando como consequências 1) a falta de formação e 2) risco de intervenções menos adequadas. Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue. 166

167 167

168 ÁREA HABITAÇÃO HABITAÇÃO EM PORTUGAL No espaço temporal entre 1991 e 2001, verificou-se em Portugal um forte desenvolvimento do parque habitacional, traduzido no aumento do número de edifícios e de alojamentos, número este, que tem sido acompanhado por uma ampliação das suas dimensões. Em 2001, segundo dados do INE, existiam em Portugal alojamentos familiares clássicos, sendo a maioria deles propriedade dos seus habitantes. Este facto deveu-se sobretudo à facilidade, até então, de acesso ao crédito e à falta de um mercado de arrendamento condigno, ou seja, onde o valor da renda fosse proporcional aos salários e às condições de habitabilidade. Ainda segundo dados do INE, em 2001 verifica-se a nível nacional o incremento dos alojamentos de residência não habitual, ou seja, alojamentos vagos, sazonais ou de residência secundária que representavam cerca de 30% do parque habitacional total. Apesar destes números, ainda se fala hoje de carências habitacionais em Portugal. Segundo o estudo O Sector da Habitação 2003, o número de alojamentos vagos existentes no país supera as carências habitacionais, em termos quantitativos, embora se verifiquem carências qualitativas, nem todos os alojamentos têm as condições básicas de habitabilidade, ou seja, grande parte dos edifícios vagos não reúne condições de salubridade e segurança devido ao seu estado de degradação. Todos têm direito, para si e para a família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar art. 65.º da Constituição da Republica Portuguesa. Nos tempos que correm, é cada vez mais difícil às famílias portuguesas acederem a este direito que lhes é consagrado na Constituição da Republica Portuguesa, em virtude da actual conjuntura económica: salários baixos, desemprego, crescente aumento da taxa de juros, rendas de valor elevado e o desenraizamento familiar. 168

169 Com o objectivo de minimizar estas dificuldades e permitir que a população residente possa ter acesso a melhores condições habitacionais, o Estado Português criou o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, que congrega as responsabilidade e competências dos antigos INH (Instituto Nacional de Habitação) e IGAPHE (Instituto de Gestão do Património Habitacional do Estado), e tem por missão assegurar a concretização das politicas definidas pelo governo para as áreas da habitação e da reabilitação urbana, de forma articulada com a política de cidades e com outras políticas sociais e de salvaguarda e valorização patrimonial. Assim, ficam agregados numa única entidade, o conhecimento ao nível da gestão e implementação de politicas públicas de habitação e a capacidade de mobilização de meios financeiros necessários para implementar essas mesmas políticas e assegurar a gestão e manutenção do património habitacional existente, que necessita de uma intervenção imediata e profunda de reabilitação, por forma a repor as condições de habitabilidade adequada. 169

170 APOIOS E MEDIDAS NACIONAIS DE APOIO À HABITAÇÃO Programa Especial de Realojamento (PER) 5 - criado através do Decreto-Lei n.º 163/93, de 7 de Maio, teve a última alteração através do Decreto-Lei n.º 271/2003, de 28 de Outubro e tem como objectivo a concessão de apoios financeiros a Municípios, IPSS s e outros, para a construção, aquisição ou arrendamento de fogos destinados ao realojamento de agregados familiares residentes em barracas e habitações similares. É ainda possível apoiar financeiramente a reabilitação de fogos ou prédios devolutos, propriedade das entidades beneficiárias, ou aquisição de prédios ou fogos devolutos e pagamento do custo das respectivas obras de recuperação, quando esses fogos ou prédios se destinem também a realojamento das famílias recenseadas no PER. PROHABITA 6 - programa de financiamento para acesso à habitação, que foi criado através do Decreto-Lei n.º 135/2004, de 3 de Junho. Este programa visa a resolução de situações de grave carência habitacional de agregados familiares residentes no território nacional, através de acordos de colaboração celebrados entre os Municípios e o IHRU, com o objectivo da partilha de encargos, responsabilidades e benefícios. A intervenção passa pela identificação de situações de grave carência habitacional existentes num concelho ou região, na proposta de medidas habitacionais para a respectiva resolução e estabelecimento do valor global e formas de financiamento necessários para o efeito. Este programa permite, ainda, a concessão de financiamentos para construções de raiz ou reabilitações de habitações próprias e permanentes quando estas forem, total ou parcialmente, destruídas por desastres naturais. É ainda possível o pagamento de rendas de habitações ou do preço de permanência em estabelecimentos hoteleiros ou similares, por necessidade de alojamento urgente ou temporário, motivado pela inexistência de local para residir, relativamente a agregados familiares que não constem dos levantamentos realizados para o efeito do PER. Porta 65 Jovem 7 - programa de apoio financeiro ao arrendamento de habitações para residência, que atribui uma percentagem do valor da renda como subvenção mensal, para indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos de idade, de forma a promover estilos de vida mais autónomos por parte de jovens, a reabilitação do edificado e de áreas urbanas degradadas e dinamização do mercado de arrendamento. 5 Fonte: Site do IHRU ( 6 Fonte: Site do IHRU ( 7 Fonte: Site do IHRU ( 170

171 Para além destes programas de apoio para atribuição de habitação, o IHRU atribui benefícios fiscais para aquisição, construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente, e ainda para arrendamento de habitação permanente devidamente comprovado. Para a reabilitação urbana, o IHRU também atribui apoios através dos seus programas de financiamento, que se aplicam mediante as circunstâncias. RECRIA 8 - regime especial de comparticipação na recuperação de imóveis arrendados, que visa financiar a execução das obras de conservação e beneficiação que permitam a recuperação de fogos e imóveis em estado de degradação, mediante a concessão de incentivos pelo Estado e pelos Municípios. Podem beneficiar deste financiamento senhorios e proprietários de fogos, cuja renda tenha sido objecto de correcção extraordinária, assim como os inquilinos e os Municípios que se substituam aos senhorios na realização das obras em fogos com rendas susceptíveis daquela correcção. REHABITA 9 - este regime de apoio consiste numa extensão do programa RECRIA, destinado à recuperação habitacional em áreas urbanas antigas, através de apoios financeiros às Câmaras Municipais. Este apoio destina-se à execução de obras de conservação, de beneficiação ou de reconstrução de edifícios habitacionais nos núcleos urbanos históricos e acções de realojamento provisório ou definitivo daí decorrentes. RECRIPH 10 - regime especial de comparticipação e financiamento na recuperação de prédios urbanos em regime de propriedade horizontal, que visa apoiar financeiramente a execução de obras de conservação nas partes comuns de edifícios, constituídos em propriedade horizontal. Podem beneficiar deste apoio as administrações de condomínio e os condóminos de edifícios que tenham sido construídos até à data de entrada em vigor do Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º , de 7/07/51, ou após essa data, os que tenham licença de utilização emitida até 1 de Janeiro de 1970; e ainda os que sejam compostos por um mínimo de quatro fracções autónomas, podendo uma delas ser afecta ao exercício de actividades comerciais ou serviços. SOLARH 11, programa de apoio financeiro especial sob a forma de empréstimo, sem juros, a conceder pelo IHRU, para a realização de obras de conservação ordinária ou extraordinária e de beneficiação nos seguintes casos: 8 Fonte: Site do IHRU ( 9 Fonte: Site do IHRU ( 10 Fonte: Site do IHRU ( 171

172 - Em habitação própria permanente de indivíduos ou agregados familiares que preencham as condições previstas no Decreto de Lei n.º 39/2001, de 9 de Fevereiro; - Em habitações devolutas de que sejam proprietários os Municípios, as instituições particulares de solidariedade social, as pessoas colectivas de utilidade pública administrativa que prosseguem fins assistenciais e as cooperativas de habitação e construção; - Em habitações devolutas de que sejam proprietárias pessoas singulares. Para além da reabilitação do parque habitacional, o SOLARH tem como objectivo a criação de condições que permitam estimular a colocação no mercado fogos devolutos, assim como favorecer o aumento da oferta de habitações para arrendamento com valores de renda que sejam compatíveis com os rendimentos dos agregados familiares de menor rendimento. Contratos de Desenvolvimento Habitacional, celebrados pelo IHRU e Autarquias, com empresas de construção civil, para construção de habitações a custos controlados, ou seja, habitações para venda a preços de custo significativamente inferiores aos do mercado imobiliário. Programa de Conforto Habitacional para Idosos (PCHI), promovido pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, prevê executar melhorias nas habitações dos idosos que beneficiem de Serviço de Apoio Domiciliário. Segundo o Ministro Vieira da Silva, no dia da apresentação do mesmo, os recursos materiais são fornecidos pelo sistema de segurança social mas a sua concretização é da responsabilidade das autarquias, cabendo à Segurança Social, às IPSS s e Juntas de Freguesia a identificação das situações de carência e a elaboração das candidaturas. O financiamento pode ir até para obras que passam pela substituição do telhado, chão, paredes, adaptação de cozinhas e/ou instalações sanitárias, para aceder a este apoio o idosos terão de comprovar que residem na habitação há pelo menos 15 anos de forma permanente e que a mesma se encontre inscrita na matriz predial em seu nome, ou, que habitem por igual período de tempo, a título não oneroso, um prédio não descrito no registo predial, conforme despacho governamental posterior à apresentação do programa. A medida pretende tornar mais eficiente a prestação de apoio domiciliário, pois em muitos casos as IPSS s não podiam prestar o serviço precisamente pela falta de condições de habitabilidade e mobilidade das habitações, pretende-se assim travar o crescente aumento da institucionalização dos idosos, mantendo-os junto à sua família e comunidade. 11 Fonte: Site do IHRU ( 172

173 A HABITAÇÃO EM ÁGUEDA No Concelho de Águeda em 2001, e segundo os dados do INE, existiam edifícios, verificando-se um acréscimo de 18,9%, relativamente a Freguesia Quadro n.º 26 Número de Edifícios e Alojamentos do Concelho Edifícios 1991 Edifícios 2001 Variação Alojamentos 1991 Alojamentos 2001 Variação Agadão Aguada de Baixo Aguada de Cima Águeda Barrô Belazaima do Chão Borralha Castanheira do Vouga Espinhel Fermentelos Lamas do Vouga Macieira do Alcôba Macinhata do Vouga Óis da Ribeira Préstimo Recardães Segadães Travassô Trofa Valongo do Vouga Concelho Fonte: Censos 2001 Da análise do quadro pode verificar-se que o número de edifícios, assim como de alojamentos, aumentou em quase todas as freguesias, à excepção de Agadão e Belazaima do Chão. Verifica-se, ainda, que na maioria das freguesias o número de alojamentos corresponde ao número dos edifícios, tratando-se na grande maioria dos casos de moradias unifamiliares. A única excepção onde a diferença assume um número significativo é a freguesia de Águeda, devido às suas características urbanas. Assim como no resto do país, em Águeda também aumentou o número de alojamentos de uso sazonal ou de segunda habitação, tendo sido contabilizados, no último Recenseamento Geral da População (2001), 1756 alojamentos nestas condições, sendo ainda mais elevado o número de alojamentos vagos, que segundo a mesma fonte seriam de

174 DENSIDADE DE ALOJAMENTOS Figura nº 22 Densidade de Alojamentos no Concelho de Águeda Fonte: Estudo sobre a mobilidade e remodelação do Sistema de Transporte Público no Concelho de Águeda; TRENMO, Fevereiro de 2008 A maior concentração de população coincide com a maior densidade de alojamentos, destacando-se a sede do concelho, com mais de alojamentos (187 aloj/km 2 ) e as freguesias de Recardães, Trofa e Aguada de Baixo, onde as densidades superam os 150 aloj/km 2. Com densidades menores, encontram-se as freguesias de Agadão, Castanheira do Vouga, Belazaima do Chão, Macieira de Alcôba e Préstimo, com valores que rondam os 10 aloj/km

175 Figura nº 23 N.º de Pessoas por Família no Concelho de Águeda Fonte: Estudo sobre a mobilidade e remodelação do Sistema de Transporte Público no Concelho de Águeda; TRENMO, Fevereiro de 2008 O número de famílias residentes no concelho aumentou consideravelmente na década de 1990 (24%), revelando que o concelho tem atraído população externa. Em algumas freguesias, como Aguada de Cima e Segadães, verificaram-se aumentos na ordem dos 50%, mas estes ganhos não foram gerais, dado que noutras registaram-se perdas de cerca de 5% relativamente ao número de famílias existentes. Em Macieira de Alcôba as perdas foram superiores, atingindo os 16%. A evolução do número de pessoas por família acompanhou a tendência nacional, com uma quebra do número de pessoas que compõem o agregado familiar. Actualmente o número de pessoas que integram os agregados familiares é reduzido na generalidade das regiões do país (especialmente nas áreas urbanas, onde a desagregação familiar é maior), reflectindo o concelho de Águeda essa realidade, tendo diminuído o número de elementos por família em muitas freguesias de três para duas pessoas, como por exemplo em Águeda, Travassô e Macinhata do Vouga, entre outras. 175

176 Figura nº 24 N.º de Pessoas por Alojamento no Concelho de Águeda Fonte: Estudo sobre a mobilidade e remodelação do Sistema de Transporte Público no Concelho de Águeda; TRENMO, Fevereiro de 2008 A redução no número de pessoas por cada família influencia decisivamente a redução de pessoas por alojamento. A média concelhia é de 2,5 hab./aloj., número que representa um decréscimo em relação a Analisando as diferenças existentes dentro do concelho, constata-se que a freguesia de Águeda, juntamente com a de Macieira de Alcôba (onde a queda foi superior), são as que registam um número de habitantes por alojamento inferior (2,19 e 1,0 hab/aloj., respectivamente), enquanto que em freguesias como Aguada de Baixo ou Barrô há uma aglomeração maior de pessoas por alojamento (2,8 hab/aloj). A enorme queda do número de habitantes por alojamento verificada em Macieira de Alcôba reflecte a forte quebra populacional verificada entre 1991 e

177 HABITAÇÃO SOCIAL NO CONCELHO No Concelho de Águeda foram construídos, desde 1974, um total de 176 fogos habitacionais para arrendamento social. Exemplos deste investimento são: - a construção de 24 casas pré-fabricadas em Vale Domingos, cujo objectivo foi alojar o agregados familiares provenientes das ex-colónias, este bairro foi demolido em 2004, após o realojamento das famílias, que ainda o habitavam, na Urbanização de Vale Domingos; - com o mesmo intuito surgiu a construção de mais dois bairros pré-fabricados de 5 habitações cada, um em À-dos-Ferreiros que ainda é habitado na sua totalidade e o outro em Rio Côvo, este último já foi parcialmente demolido, estando previsto para o seu local um loteamento urbano para construção de habitações a custos reduzidos; - a edificação de um prédio, da Caixa de Previdência, de 11 andares, com um total de 48 apartamentos, no Centro da Cidade, que além de possibilitar o alojamento de pessoas provenientes das ex-colónias e outras com insuficiência económica, também permitiu o realojamento de pessoas que habitavam em casas muito degradadas; - ainda nos anos 70 foram construídos no centro da cidade seis blocos com 10 apartamentos cada, estes apartamentos eram destinados a realojamento de famílias com carências habitacionais, mas também foram aproveitados para albergar os habitantes da Venda Nova, cujas casas foram demolidas para a construção dos actuais Paços do Concelho; - no âmbito do Programa de Realojamento foram construídas 30 moradias na Urbanização de Vale Domingos; - também no âmbito do Programa de Realojamento foram, recentemente, adquiridos pela autarquia mais quatro apartamentos. Apesar da implementação destas medidas, o concelho de Águeda necessita de novas iniciativas no sector da habitação, pois trata-se de um concelho onde a construção de novas habitações é na sua maioria, por tradição, dirigida à classe económica média-alta, dificultando assim, a aquisição de habitação própria por parte dos restantes habitantes do concelho. Como consequência desta política de mercado, muitos aguedenses, sobretudo os mais novos, adquirem habitações nos concelhos limítrofes, em virtude de nesses concelhos se praticarem preços mais acessíveis. Assim, ainda no âmbito da habitação social, foram construídos recentemente dois empreendimentos para venda a custos controlados, com um total de 110 fogos na freguesia de Recardães. Actualmente, encontra-se em construção um outro empreendimento, também para venda a custos controlados, na freguesia de Aguada de Cima e está projectado um outro para a localidade de Vale Domingos, cujo concurso levado a cabo pela autarquia já se encontra a decorrer. 177

178 MEDIDAS PROMOVIDAS PELA AUTARQUIA O Município de Águeda tem apoiado, ao longo dos últimos anos, os seus munícipes através da atribuição de projectos gratuitos para construção de novas habitações e isenção das respectivas licenças e, ainda, através da colaboração na instrução de processos destinados a requerer apoios financeiros junto do IHRU. Também, em parceria com o IHRU, tem em curso um programa de realojamento para erradicação de cerca 80 habitações degradadas. 178

179 PROBLEMÁTICAS IDENTIFICADAS Na reunião do núcleo executivo, de acordo com o conhecimento que cada técnico presente dispõe da realidade concelhia, na área da habitação, priorizaram-se três problemáticas: 1. Habitações degradadas; 2. Sobrelotação dos fogos Habitacionais; 3. Valor elevado das rendas. A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a continuidade destes problemas, com consequências para a população e para o concelho, por inerência. 1. Habitações degradadas; Freguesia Quadro n.º 27 Estado de Conservação dos Edifícios Sem Necessidade de Com Necessidades de Reparação Reparação Pequenas Médias Grandes Muito Degradado Edifícios Total Agadão Aguada de Baixo Aguada de Cima Águeda Barrô Belazaima do Chão Borralha Castanheira do Vouga Espinhel Fermentelos Lamas do Vouga Macieira do Vouga Macinhata do Vouga Óis da Ribeira Préstimo Recardães Segadães Travassô Trofa Valongo do Vouga Concelho Fonte: Censos 2001 No quadro anterior, pode observar-se o estado de conservação do edificado habitacional do concelho de Águeda. Dos edifícios observados, necessitavam de grandes obras de recuperação ou encontravam-se num estado muito avançado de degradação. No levantamento que a autarquia fez nos anos de 1999/2000 foram sinalizadas 328 habitações que não reuniam condições habitacionais mínimas. Destas, 61 habitações foram 179

180 aceites pelo antigo INH para integrarem o programa de realojamento, por não serem passíveis de recuperação de acordo com os critérios daquele instituto. No âmbito do programa de realojamento, a Autarquia atribuiu habitações novas a 33 agregados familiares. Residência Habitual C/ Electricidade Quadro n.º 28 Infra-Estruturas dos Alojamentos S/ S/ C/ C/ Água Electricidade Água Esgotos S/ Esgotos C/ Banho S/ Banho Concelho Fonte: Censos 2001 O Quadro nº 26 refere-se às infra-estruturas existentes nas habitações do concelho. Da análise desta informação conclui-se que a falta de casas de banho e a inexistência de água canalizada são os problemas que mais afectam os agregados familiares do concelho. Tendo em conta condicionantes da vida moderna, não ter acesso a infra-estruturas básicas como electricidade, água e saneamento acarreta imensos constrangimentos a estes agregados familiares sobretudo quando existem crianças. Como causas deste problema foram identificadas 1) a falta de uma política de habitação a nível central, assim como 2) a falta de habitação social, ambas da responsabilidade do estado português, foram ainda identificadas como causas as 3) dificuldades económicas e/ou endividamento das famílias, 4) o valor elevado das rendas, 5) o défice de competências pessoais e sociais, assim como 6) a falta de higiene habitacional. Ao nível das consequências desta problemática foram identificadas: 1) os problemas de saúde infantil, 2) o contributo destas habitações para uma má imagem do concelho, 3) a eventual criação de estereótipos negativos face a estas famílias, e ainda 4) a falta de higiene habitacional, que tanto pode ser enquadrada nas causas como nas consequências. 2. Sobrelotação dos fogos Habitacionais; O problema da sobreocupação das habitações surge quando diversas gerações habitam o mesmo fogo habitacional. Exemplo disso, são os casos em que avós, pais, netos e bisnetos vivem na mesma habitação. Os avós, muitas vezes pessoas idosas, não possuem vagas em lares, nem meios económicos para pagar este tipo de acolhimento, ou não querem abandonar o seu lar e o seu meio familiar, o que acontece frequentemente. Os netos vão ficando em casa dos seus pais até à idade adulta porque, os estudos terminam cada vez mais tarde e as dificuldades crescentes com que se deparam no início da vida activa não facilitam outras soluções. 180

181 Outros factores que também potenciam a sobrelotação das habitações são as crescentes exigências referentes ao arrendamento jovem e ao aumento das taxas de juro, em contraposição à estagnação dos salários, sendo esta combinação de factores motivo para que agregados, que já se autonomizaram em tempos, retornem a casa dos seus pais. A grande maioria das situações de sobreocupação registam-se nos centros mais urbanos, onde as habitações são de pequenas dimensões, o que tende a agravar as consequências deste fenómeno de sobreocupação. Foram atribuídas como causas destes problemas 1) o valor elevado das rendas, 2) a existência de habitações degradadas, 3) as dificuldades económicas/ endividamento das famílias, 4) a dificuldade de autonomização dos jovens. Como consequências foram identificadas 1) promiscuidade nas relações, 2) indefinição de papéis e espaços, factor 3) potenciador de conflitos, 4) falta de higiene habitacional, 5) problemas de saúde infantil. 3. Valor elevado das rendas. No atendimento do Serviço Social da Autarquia, cerca de 70% das situações prendem-se com as dificuldades de pagamento de rendas das habitações. Procuram, assim, soluções, solicitando à Autarquia uma habitação com valor de renda acessível ou pedindo auxílio financeiro para pagamento de uma renda do mercado de arrendamento. Quem procura estes serviços são sobretudo mulheres com filhos a cargo, na sua maioria empregadas, mas com ordenados correspondentes ao Salário Mínimo Nacional. As causas desta problemática foram atribuídas à fraca disponibilidade de habitação no mercado de arrendamento com rendas acessíveis, sendo apenas as habitações degradadas, sem condições de habitabilidade, que se encontram ao alcance das famílias de menores rendimentos. Ao analisar as situações apresentadas, conclui-se que grande parte dos agregados arrendam casas em mau estado de conservação e exíguas, quando comparadas com o número de elementos do agregado familiar, porque não têm rendimentos que lhe permitam arrendar habitações mais adequadas. Como consequências deste problema foram identificadas: 1) a dificuldade de autonomização dos jovens e 2) a sobrelotação dos fogos habitacionais. As causas e as consequências de todas estas problemáticas habitacionais, assim como as relações entre si, são de fácil visualização no mapa que se segue. 181

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