INFORMATIVO JURÍDICO
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- Nathalia Gabeira de Miranda
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1 1 ROSENTHAL E SARFATIS METTA ADVOGADOS INFORMATIVO JURÍDICO NÚMERO 6, ANO 1I JUNHO DE STJ ADMITE CRÉDITO DA GUERRA FISCAL DE ICMS Mesmo com benefício fiscal, STJ reconhece direito a crédito de alíquota cheia. Confira mais detalhes página RECEITA FEDERAL AUMENTA LISTA DE PARAÍSOS FISCAIS INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA DIRETA NÃO ESTÁ SUJEITA AO ISS Lista trouxe 14 novos países com regimes fiscais privilegiados. Leia mais na página 2. Este foi o entendimento da Segunda Turma do STJ. O artigo completo segue na página 3. 4 PESSOA FÍSICA ESTRANGEIRA TEM ISENÇÃO DE IR NAS OPERAÇÕES EM BOLSAS DE VALORES Receita Federal editou Instrução Normativa regulamentando a matéria. Confira íntegra na página 4. 5 LUCRO NA ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA NÃO ESTÁ SUJEITA AO IR STJ reconheceu o direito adquirido à isenção do IR em participação detida até Confira mais detalhes na página 4.
2 2 1 STJ ADMITE BENEFÍCIO FISCAL DE ICMS Recentemente o STJ proferiu uma decisão impactante envolvendo a guerra fiscal do ICMS entre os Estados. A decisão determinou a liberação de mercadorias com benefício fiscal não autorizado pelo Confaz, apreendidas na barreira fiscal do Mato Grosso. No caso em questão a empresa obteve um benefício fiscal no Estado de origem e recolheu 4,8% de ICMS, mas ao entrar no Estado do Mato Grosso ela queria utilizar o crédito da alíquota cheia, de 12%. O Estado de destino, como muitos outros, não permitiu o aproveitamento do crédito. Os Estados de destino das mercadorias não admitem o aproveitamento dos créditos como forma de retaliação aos Estados que concedem benefícios fiscais sem a chancela do CONFAZ. Segundo entendimento do STJ, o crédito a ser usado no Estado de destino deverá ser o valor cobrado, ou seja, a alíquota de ICMS e não o valor efetivamente recolhido. 2 RECEITA FEDERAL AUMENTA LISTA DE PARAÍSOS FISCAIS No dia 07 de junho de 2010, foi publicado no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa nº 1.037, da Receita Federal do Brasil, que relaciona países ou dependências com tributação favorecida e regimes fiscais privilegiados. A Instrução Normativa em comento ampliou o número de países ou dependências consideradas paraísos fiscais, além de relacionar os regimes fiscais considerados privilegiados. Nos termos da Lei nº /08, considera-se regime fiscal privilegiado aquele que apresentar uma ou mais das seguintes características: I não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento); II conceda vantagem de natureza fiscal a pessoa física ou jurídica não residente: a) sem exigência de realização de atividade econômica substantiva no país ou dependência; b) condicionada ao não exercício de atividade econômica substantiva no país ou dependência; III não tribute, ou o faça em alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento), os rendimentos auferidos fora de seu território; IV não permita o acesso a informações relativas à composição societária, titularidade de bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas. Apesar de possuírem definição legal, os regimes fiscais privilegiados ainda não tinham sido listados pela Receita Federal.
3 3 Nos termos da IN 1.037, são regimes fiscais privilegiados: a holding company de Luxemburgo; as Sociedades Financeiras de Inversão (Safis), constituídas até 31 de dezembro de 2010, do Uruguai; a holding company da Dinamarca; a holding company do Reino dos Países Baixos; a International Trading Company (ITC) da Islândia; a offshore KFT da Hungria; as Limited Liability Company (LLC) dos Estados Unidos da América, cuja participação seja composta de não residentes, não sujeitas ao imposto de renda federal; as Entidad de Tenencia de Valores Extranjeros (E.T.V.Es.) da Espanha; as International Trading Company (ITC) e de International Holding Company (IHC) de Malta. Conforme mencionado, além de elencar os regimes fiscais privilegiados, a IN trouxe 14 novos países ou dependências com tributação favorecida, a saber: Ilhas Ascensão, Brunei, Kiribati, Ilha Norfolk, Ilha Pitcairn, Polinésia Francesa, Ilha Queshm, Ilhas de Santa Helena, Ilha de São Pedro e Miquelão (Saint- Pierre e Miquelon), Ilhas Solomon, St. Kitts e Nevis (São Cristovão e Neves), Suazilândia, Suiça e Tristão da Cunha. Lembramos que as remessas para pagamento por prestação de serviços e de ganho de capital, quando realizadas para esses países estão sujeitas ao IR retido na fonte a alíquota de 25%, às regras dos preços de transferência, e a limitação da dedutibilidade de juros pagos por pessoas jurídicas brasileiras. 3 INCORPORAÇÃO DIRETA NÃO ESTÁ SUJEITA AO ISS A Segunda Turma do STJ decidiu que não incide ISS na incorporação imobiliária quando a construção é feita em imóvel do próprio incorporador, por sua conta e risco. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte entendeu pela não incidência do tributo, uma vez que os imóveis são de propriedade da empresa incorporadora e os empreendimentos são realizados com recursos próprios. O Ministro Relator do caso ressaltou que na incorporação direta o incorporador não presta serviço de construção civil ao adquirente, mas para si próprio. Tal decisão representa um precedente importante para as empresas que fazem incorporação direta, construindo em imóveis próprios, com recursos próprios.
4 4 4 PESSOA FÍSICA ESTRANGEIRA TEM ISENÇÃO DE IR NAS OPERAÇÕES EM BOLSAS DE VALORES Com a edição da Instrução Normativa nº 1.022, da Receita Federal do Brasil, publicada no dia 07 de abril de 2010, as pessoas físicas residentes ou domiciliadas no exterior, inclusive aquelas residentes em paraíso fiscal estão isentas do Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos e ganhos auferidos nas seguintes operações: I - os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações no mercado à vista de ações nas bolsas de valores e em operações com ouro ativo financeiro cujo valor das alienações, realizadas em cada mês, seja igual ou inferior a R$ ,00 (vinte mil reais), para o conjunto de ações e para o ouro ativo financeiro respectivamente; II - a remuneração produzida por letras hipotecárias, certificados de recebíveis imobiliários e letras de crédito imobiliário; III - os rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimento Imobiliários cujas quotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado; IV - a remuneração produzida por Certificado de Depósito Agropecuário - CDA, Warrant Agropecuário - WA, Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, Letra de Crédito do Agronegócio - LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA; V - a remuneração produzida pela Cédula de Produto Rural -CPR, com liquidação financeira, desde que negociada no mercado financeiro. 5 LUCRO NA ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA NÃO ESTÁ SUJEITA AO IR Recentemente o STJ reconheceu o direito adquirido à isenção do IR sobre o lucro obtido na alienação de participação societária. O Decreto-Lei nº 1.510/76 isentava o contribuinte de recolher IR sobre o ganho de capital resultante da alienação de participação societária, desde que as ações permanecessem no seu patrimônio por pelo menos cinco anos, contados da data da aquisição.
5 5 Entretanto, a isenção foi revogada através da edição da Lei nº 7.713/88. O STJ entendeu que, mesmo estando revogada, quem adquiriu o benefício durante a vigência do Decreto-Lei tem direito a isenção. De acordo com a Ministra Relatora Eliana Calmon, não há que se falar em revogação de direito adquirido.
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