Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira
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- Sonia Farinha
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1 Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira Prof. Diego Araujo Azzi
2 Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira Prof. Diego Araujo Azzi
3 Introdução O relacionamento íntimo entre f inanças privadas e Estados- nação
4 1. Introdução: o relacionamento íntimo entre f inanças privadas e Estados-nação Origem e evolução da intermediação f inanceira A formação da autoridade monetária 2. Fundamentos Sociais das Finanças A natureza das transações f inanceiras O papel das f inanças na economia capitalista
5 1. Origem e evolução da intermediação f inanceira Os bancos tem sua origem em intermediários f inanceiros privados cujo negócio era emprestar a soberanos, principalmente quando estes se envolviam em guerras. "Alta f inança". Médicis; Rotschild; Morgan No século XIX esses bancos passam a f inanciar grandes obras públicas como ferrovias, canais, estradas, etc. Ao lado da "alta f inança" outros bancos surgiram nos países de maior industrialização e urbanização.
6 Esses bancos eram possuídos por comerciantes ricos que que passam a receber depósitos e e fazer empréstimos aos seus colegas menores. Nasceram assim os bancos comerciais, de âmbito local e a serviço da "classe média".
7 Através do processo de fusões e aquisições entre os vários pequenos bancos locais, surgem os grandes bancos varejistas, com milhares de agências e milhões de depositantes. O principal custo da intermediação f inanceira é a administração de riscos - a coleta, o processamento, o armazenamento e a análise de informações sobre os agentes do mercado. Os intermediários f inanceiros se tornaram experts em contratar exministros ou ex-presidentes, na luta competitiva para ter melhores informações sobre o setor público do que seus concorrentes. (revolving doors).
8 Imperialismo britânico do livre comércio: integração entre comércio e alta f inança integração entre territorialismo e capitalismo Contexto de debates acerca da viabilidade econômica do imperialismo (alto custo econômico e político das colônias) para a Inglaterra Não seria mais vantajoso economicamente autonomizar as colônias e criar uma confederação de estados?
9 Período de apresenta uma intensif icação das rivalidades entre nações que poderiam ser classif icadas como imperialistas Criada pelas guerras que a tornaram necessária, a máquina [do Estado] passou a criar as guerras que lhe eram necessárias J. Schumpeter paixões nacionalistas irracionais mentalidade imperialista de um povo Qual é a relação entre rivalidades políticas e rivalidades econômicas? qual é a relação entre imperialismo e capitalismo?
10 Contexto econômico europeu do f inal do séc. XIX Grande Depressão ( ) Superprodução de mercadorias nas indústrias (II Rev. Industrial) Desemprego crescente (mecanização/eletricidade) Excesso de capital nas mãos da burguesia e dos f inancistas Massa de trabalhadores livres mas sem poder aquisitivo (subconsumo R. Luxemburgo e tendência declinante da taxa de lucro Lenin) Migração campo-cidade O impulso ao imperialismo teria se devido à situação econômica de crise na Europa
11 A força motriz do imperialismo residia na necessidade de algumas economias européias exportarem seu excesso de capitais de forma segura Já no séc. XVIII a Inglaterra era o país dominante no sistema econômico internacional e o sistema bancário inglês também era o mais desenvolvido Havia um número razoável de bancos comerciais comandados por um dos bancos da alta f inança o Banco da Inglaterra (Bank of England) que durante este século se tornaria também o banco da Coroa e do governo britânico.
12 Logo, o elemento indutor do imperialismo moderno é f inanceiro; é a necessidade de alocação de excedentes A f inança manipula as forças patrióticas dentre os políticos, soldados, mercadores, etc A incorporação de zonas não capitalistas corresponde à etapa de acumulação primitiva, mas tem um limite ao atingir o limite, se agudizam as contradições entre capital e trabalho, entre coerção e liberdade, entre superprodução e ausência de poder de compra
13 A formação da autoridade monetária Já no séc. XVIII a Inglaterra era o país dominante no sistema internacional e sua economia capitalista de mercado era a mais desenvolvida. O sistema bancário inglês também era o mais desenvolvido. Havia um número razoável de bancos comerciais comandados por um dos bancos da alta f inança o Banco da Inglaterra (Bank of England) que durante este século se tornaria também o banco da coroa e do governo britânico.
14 Bancos faziam empréstimos a empresas e negociantes mediante a entrega de notas promissórias por eles emitidas. Os prestatários usavam as notas para fazer pagamentos, sendo aceitas por quem conhecia e conf iava no banco. Assim, as notas serviam como uma quase-moeda. Quando as notas circulavam para outras regiões, os portadores as convertiam no banco emissor para serem pagas em metal (ouro ou prata).
15 Enquanto as notas circulavam o banco ganhava juros sobre o principal emprestado sem ter que desembolsar suas reservas metálicas. O único banco nacionalmente conhecido e cujas notas eram aceitas em todo país era o Banco da Inglaterra (Bank of England). Mesmo em Londres, os bancos comerciais faziam empréstimos utilizando notas do Banco da Inglaterra.
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17 Quando mercadores recebiam pagamentos em notas de outros bancos, buscavam trocá-las no Banco da Inglaterra. O Banco da Inglaterra por sua vez aceitava notas dos bancos que considerava dignos de crédito e não de outros. Estes tinham que desembolsar mais ouro e prata, além de ver seus clientes procurarem outros bancos aceitos pelo Banco da Inglaterra.
18 Dessa forma, o Banco da Inglaterra adquire gradativamente as características de autoridade monetária. Apesar de ser um banco privado, ele desempenhava uma das funções essenciais de autoridade monetária: a supervisão dos outros bancos, apoiando os que considerava bons e marginalizando os demais como maus.
19 Notas do Banco da Inglaterra passam a substituir o ouro como lastro das reservas bancárias dos bancos menores e estes passam a fazer depósitos no banco da Inglaterra, que funcionavam com reserva monetária da sua emissão de notas. Como consequência disso, o Banco da Inglaterra tornou-se o credor de última instância dos demais bancos. Para evitar conf litos de interesses com os demais bancos, o Banco da Inglaterra deixou de ser um banco comercial e se tornou exclusivamente o banco do Estado britânico, e o banco dos bancos.
20 As notas do Banco da Inglaterra gradualmente substituíram as notas dos outros bancos e tomaram o lugar do ouro e da prata na circulação cotidiana. Na virada do séc. XVIII para o XIX, em função das guerras com a França napoleônica, as notas do Banco da Inglaterra foram declaradas inconversíveis, tornando-se assim a própria moeda britânica por cerca de duas décadas. A partir de então, as reservas de ouro e prata de todo o país passaram a f icar em depósito no Banco da Inglaterra, que f icou responsável por administrá-las.
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22 Desde então, uma das funções mais importantes dos bancos centrais é a gestão das reservas cambiais do país e a sustentação (ou não) da taxa cambial, ou seja, do valor externo da moeda nacional. O modelo britânico inspirou outras nações a copiar o seu sistema monetário, criando um Banco Central: Banco dos EUA: 1791 Banco da França: 1800 Banco do Brasil: 1808 Finlândia (1811); Holanda (1814); Áustria (1816); Noruega (1816); Dinamarca (1818).
23 Em 1900, 18 países tinham Bancos Centrais Em 1920, 23. Em 1940, 41. Em 1960, 80. Em 1991, 161.
24 Fundamentos sociais das Finanças
25 O Sistema Monetário Internacional Tópico importante na economia política internacional, na macroeconomia Importante também na vida cotidiana, nas transações de bens e serviços, no crescimento econômico, na renda, no emprego, na energia, no turismo Delimitado pelo conjunto de cédulas e moedas utilizadas pelos países Regras e instituições que normatizam os acordos cambiais e a liquidez internacional
26 A moeda tem a natureza de um bem coletivo, um equivalente geral do qual todos se benef iciam, e sua utilidade aumenta quanto mais pessoas a utilizam Funções clássicas da moeda (inter-relacionadas) Meio de pagamento (moeda veicular) Unidade de conta (moeda de denominação; equivalente geral) Reserva de valor (moeda de poupança, investimento e f inanciamento)
27 A natureza das transações f inanceiras Cada transação f inanceira é um operação de empréstimo, que tem como contrapartida a promessa de devolução dos mesmo valores acrescidos de juros. A transação f inanceira é diferente de uma transação comercial porque ela se prolonga no tempo, se completando apenas no f im do prazo do empréstimo.
28 1) Empréstimos em dinheiro tomam comumente a forma de títulos f inanceiros. O comprador de um título é o credor, enquanto o vendedor é o devedor. Quem emite os títulos é o devedor, sendo que muitos podem ser negociados por quem os comprou do emissor. Governos: títulos da dívida pública. Empresas: debêntures. Consumidores: notas promissórias.
29 2) Empréstimos de bens: aluguel, arrendamento, leasing. 3) Outro tipo de transação são os contratos de empréstimo condicionais, como são os contratos de seguro.
30 Um seguro de vida é um contrato de empréstimo a prazo incerto. A morte pode ocorrer no dia seguinte ao contrato ou muitos anos depois. Essa incerteza é a razão de existir dos seguros. O credor é o segurado, o devedor é a companhia de seguros. A lógica é a de que a imprevisibilidade é total sobre um indivíduo, mas não sobre um grande número de indivíduos.
31 Ao lado dos seguros, outro tipo de transação f inanceira é a compra de ações de sociedades anônimas. São so títulos de propriedade de capital de empresas. Acionistas são credores das empresas de que possuem ações e o pagamento toma a forma de dividendos, a parcela do lucro periodicamente entregue aos acionistas.
32 Na realidade, todas as transações f inanceiras são em alguma medida condicionais, no sentido de que estão sujeitas a risco. O risco é inerente à vida humana e aos empreendimentos humanos. Sociedade do risco, U. Beck.
33 Ativos são reservatórios de valor que podem ser guardados - e de fato o são. É importantes distinguir os ativos f inanceiros dos ativos reais. Ativos f inanceiros: são constituídos por contratos de empréstimo e tem como elementos essenciais: valor a ser devolvido, prazo de devolução, valor dos juros e, eventualmente, valor da garantia real. Um ativo f inanceiro não tem outra "utilidade" a não ser o rendimento obtido pelo seu possuidor.
34 Ativos reais: algo que satisfaz uma necessidade ou um desejo, sendo em geral fruto do trabalho social. Ex. bens produzidos pelo trabalho agrícola, industrial, extrativista, etc. Ativos reais e ativos f inanceiros são intercambiáveis. Indivíduos, empresas e governos podem vender ativos reais e receber ativos f inanceiros ou, por outro lado, liquidar ativos f inanceiros cujos prazos contratuais vencem e com o dinheiro adquirir novos ativos que podem ser reais ou f inanceiros.
35 O papel das f inanças na economia capitalista O papel das f inanças na economia capitalista é o de antecipar transações para ganhar tempo, ou seja, para minimizar o tempo de imobilização estéril de valores. Do ponto de vista econômico, o tempo em que o produto permanece em produção e o tempo em que ele f ica à venda são puro desperdício.
36 Imaginemos um mundo sem f inanças... tudo tem que ser pago à vista. Isso exige um tempo muito grande de acumulação e interrupções cada vez que falta capital. Ex. um prédio em construção. O crédito acelera tudo, faz os capitais girarem mais rapidamente.
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